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Yasmin Nascimento – 4º Período - Envelhecimento

 O idoso apresenta peculiaridades relacionadas com o processo de envelhecimento, sendo que estas se tornam mais propensas a problemas nutricionais devido a alterações
fisiológicas e sociais, ocorrência de doença crônica, polifarmácia, entre outros.
 A desnutrição protéico-calórica é o distúrbio nutricional mais observado em idosos. É um transtorno corporal produzido por um desequilíbrio entre o aporte de nutrientes e
as necessidades do indivíduo motivado por uma dieta inadequada, ou por fatores que comprometam a ingestão, absorção e utilização dos nutrientes decorrente de alguma
afecção.
 É um problema multinutricional secundário à deficiência de nutrientes, caracterizado por distúrbios clínicos que são estratificados em vários graus.
 As alterações do estado nutricional contribuem para o aumento da morbi-mortalidade, dispondo uma série de complicações graves, como: tendência a infecção, deficiência de
cicatrização, falência respiratória, insuficiência cardíaca, diminuição da síntese proteica (nível hepático), diminuição de filtração glomerular e produção de suco gástrico.
 A desnutrição tem diagnostico é acompanhada pela avaliação nutricional além de outros exames que serão abaixo citados.
 As mudanças fisiológicas que interferem no estado nutricional são: diminuição do metabolismo basal, redistribuição da massa corporal, alterações de funcionamento digestivo,
alterações na percepção sensorial e diminuição da sensibilidade à sede → podem interferir no consumo alimentar. A anorexia é a principal causa de desnutrição no idoso.
Há uma alteração nos receptores gustativos e olfativos e tem sua função diminuída com o envelhecimento, além de lentidão do esvaziamento gástrico com aumento de
saciedade; isso pode comprometer a ingestão nutricional e também resultar em desnutrição.
 Entre os fatores sócio-econômicos que contribuem para o déficit nutricional encontram-se os psicossociais, como: viuvez, depressão, isolamento social, pobreza, perda da
capacidade de integração social, perda de independência, da função cognitiva e outros.
 Pode se manifestar como um dos resultados de uma variedade de condições → anemia, úlcera de pressão, fraturas, fragilidade, déficit cognitivo, desidratação, hipotensão
ortostática e disfunção imune.
 Epidemiologia: no BR existe uma prevalência de 1 a 15%, sendo que em idosos hospitalizados varia de 35 a 65% e para institucionalizados de 25 a 60%. Comparado a outros
países, no BR o risco de morte por desnutrição na velhice é de 71% maior que nos EUA. Ainda em epidemiologia, um estudo da IBRANUTRI a prevalência é maior no Norte
e Nordeste do país.
 Fatores de risco: DETERMINE
o Disease (Doenças)
o Eating poorly (Má alimentação)
o Tooth loss (Perda de dentes)
o Economic hardship (Dificuldades econômicas)
o Reduced social contact (Redução do contato social)
o Multiple medicines (Múltiplos medicamentos )
o Involuntary weight loss or gain (Perda de peso involuntária)
o Needs assistance in self care (Necessidade de cuidados especiais)
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o Elders above the age of 80 (Idosos acima de 80 anos)


 Indicadores de desnutrição: a avaliação nutricional tem por objetivo: identificar os indivíduos em risco de desenvolvimento de doenças crônicas, monitorar a eficácia da
intervenção dieto-terápica, estabelecer o quadro orgânico dos pacientes desnutridos. Inúmeros indicadores têm sido propostos, e apesar de úteis são questionáveis devido sua
relação com outros fatores que não a nutrição, são eles: dados antropométricos, exame clinico, exames laboratoriais e dietéticos.
o Principais indicadores:
 Perda de peso involuntária de 5% em um mês, 7,5% em três meses e 10% em seis meses
 Baixo peso para altura, inferior a 20% do peso ideal
 IMC menor de 22kg/m²
 Albumina sérica abaixo de 3,5mg/dL
 Nível de colesterol sérico total inferior a 160mg/dL
 Mudança de estado funcional: independente → dependente
 Ingestão alimentar inadequada
 Circunferência muscular do braço inferior ao percentil 10
 Prega cutânea tricipital menor que o percentil 10;
o Inúmeros testes têm sido desenvolvidos no intuito de diagnostico seguido de intervenção rápida no quadro clinico, os mais utilizados e de destaque são: Mini Avaliação
Nutricional e o SCALES
 MNA: folha final
 SCALES: foi desenvolvido por médicos para uso na prática clínica e validado juntamente com o MNA, capaz
de identificar subsequentes problemas nutricionais que podem se associar à condição mórbida prévia. Necessita
de exames laboratoriais.
o Exames laboratoriais: são as medidas mais objetivas e utilizadas principalmente para confirmação diagnóstica, sendo
que o exame clinico e seus achados são indispensáveis.
 Hematológicos: Os parâmetros hematológicos mais utilizados em avaliação nutricional são hematócrito (HT),
hemoglobina (HG) e linfócitos totais (LINF). Os dois primeiros dependem de idade e gênero; A contagem total de linfócitos (CTL) expressa condições
imunológicas e também os valores normais variam conforme o autor. Para Weinsier e cols, a normalidade compreende valores iguais ou maiores que
1.500/mm3, depleção moderada de 1.200 a 1.500/mm3 e grave abaixo de 1.200/mm3. Segundo Seltzer e cols. , o risco maior de complicações associadas com
estado nutricional ocorre quando a CLT for inferior a 1.500/mm3, concordando com os valores preconizados pela FELANPE. Bottoni e cols. consideraram
os seguintes valores: a) depleção leve: 1.200 a 2.000/mm3; b) depleção moderada: 800 a 1.199/mm3; c)
depleção grave: < 800/mm3.
 Albumina: É a proteína mais abundante do plasma e dos líquidos extracelulares. Tem importância
preponderante na determinação da pressão colóido-osmótica do plasma, exercendo função de proteína
de transporte (cálcio, ácidos graxos de cadeia longa, medicamentos etc.); A concentração sérica de
albumina depende de muitos fatores: a) síntese hepática: depende da função do hepatócito e da ingestão
e absorção de substratos protéicos, encontrando-se diminuída no hipotireoidismo quando há níveis
circulantes excessivos de cortisol durante estresse e em doença parenquimatosa hepática; b) perdas
anormais de albumina: doença renal (síndrome nefrótica), eclâmpsia, enteropatia perdedora de proteína
e queimaduras; c) catabolismo aumentado: estresse, hipermetabolismo, síndrome de Cushing e algumas
neoplasias; d) trocas entre os compartimentos: alteradas em situações patológicas, com seqüestro para
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o extravascular (e.g. trauma, infecção); d) volume de distribuição: afetado pelo estado de


hidratação; é uma das variáveis mais freqüentemente utilizadas para compor índices
prognósticos , sendo também considerada o melhor índice isolado de predição de
complicações.
 Transferrina: É uma beta globulina transportadora de ferro no plasma, sendo uma proteína de
vida média intermediária (aproximadamente oito dias) entre a albumina e as proteínas de rápido
turnover;
 Índice Creatinina-Altura: Trata-se de método para avaliar a massa muscular corpórea baseando-
se no fato de que 98% da creatinina está localizada nos músculos; é calculado a partir da
dosagem da creatinina na urina de 24 horas, a qual deve ser rigorosamente coletada,
impossibilitando seu uso em pacientes com insuficiência renal ou em uso de diuréticos, como
na falência cardíaca ou hepática.
 Balanço nitrogenado: Permite monitorizar a adequação de terapia nutricional, avaliando o grau
de equilíbrio entre a ingestão e a excreção urinária de nitrogênio. Quando a ingestão é suficiente
para cobrir as perdas, obtém-se um balanço positivo (e.g. fase anabólica sucessiva a um evento
catabólico, crescimento, atletas). Se, ao contrário, as perdas superam as introduções, verifica-
se balanço negativo (e.g. trauma, sepse, queimaduras, fístulas etc.)
 Colesterol sérico: A hipocolesterolemia (abaixo de 150mg/dl) tem sido estudada como índice
prognóstico em desnutrição, com detecção de aumento da mortalidade e tempo de
permanência hospitalar. Níveis aumentados de colesterol são fator de risco para doença
coronariana.
o Métodos não convencionais de avaliação: TABELA

 O idoso é muito mais vulnerável ao adoecimento por desnutrição,


sendo que este se encontra em um estado de vigilância continuada; o
diagnóstico precoce de desnutrição permite o manejo rápido do estado,
evitando as complicações a ela associadas; isso interfere diretamente na
maneira com que esse idoso vai prosseguir a vida. A terapia nutricional é
o principal meio de tratamento, sendo esta associada a suplementação ou não, isso depende da resposta do idoso. Os idosos ainda podem
ser tratados de acordo pirâmide alimentar especifica aos mesmos.
 A desnutrição ainda esta ligada a síndrome de fragilidade (SF) que é um somatório de fatores: perda de força + comorbidades +
alterações mentais + problemas sociais + desnutrição. Sendo que o quadro pode se agravar de acordo condições socioeconômicas. É um
quadro reversível e que a intervenção dietética tem papel importante. Esta síndrome se caracteriza por: perda de peso não intencional,
exaustão, diminuição da força de preensão palmar, baixo nível de atividade física, lentidão de marcha.
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- VISÃO GERAL:
 A pneumonia já foi entendida como a maior inimiga do idoso e como sua companheira. A última caracterização explica-se pela frequência com que a enfermidade acomete os
idosos, e a primeira, pela frequência com que lhes ceifava as vidas.
 Entre os idosos, as pneumonias também são responsáveis por grande número de internações hospitalares, que geralmente são mais prolongadas, exigindo antibióticos de maior
potência.
 O custo do tratamento desses pacientes é elevado e poderá, com o rápido envelhecimento da população brasileira, comprometer importante parcela dos recursos orçamentários
destinados à saúde.
 Os residentes das instituições de longa permanência (ILP), por apresentarem maior grau de dependência e maior número de doenças que os idosos que vivem na comunidade,
têm maior risco de adquirir doença infecciosa.
 A pneumonia é a principal causa de morbidade e mortalidade por doença infecciosa nessa população e também a principal razão para transferência para uma unidade de cuidados
agudos.
 Residentes de ILP desenvolvem pneumonia aproximadamente 10 vezes mais frequentemente que idosos da comunidade, e a sua taxa de hospitalização é quase 30 vezes maior.
 Apesar das elevadas taxas de mortalidade resultantes de pneumonia na velhice, a idade, por si só, não contraindica a instituição de medidas agressivas para o tratamento, pois as
pneumonias são doenças potencialmente curáveis, mesmo nos indivíduos frágeis e com maior número de comorbidades.
 Das complicações mais temidas, em razão da alta taxa de mortalidade, a pneumonia é a mais grave.
 Pacientes acamados geralmente estão debilitados fisicamente, sub-hidratados e subnutridos, com as defesas imunológicas comprometidas, o estímulo da tosse rebaixado e a
musculatura intercostal com força diminuída, impedindo a eliminação eficaz das secreções pulmonares.
 Movimentam-se pouco e assim reúnem uma série de condições que favorecem o aparecimento dessa terrível complicação.
 Exercícios respiratórios, inalação de vapores d’água durante o banho ou o uso de nebulização prescrita pelo médico são determinantes para evitar os quadros de infecção pulmonar.
- CONCEITO:

 Quando há infecção, seja ela bacteriana, viral ou fúngica, convencionou-se chamar o quadro de pneumonia. As bactérias são responsáveis pela maioria dos casos de pneumonia
nos idosos.
- PATOGENIA E FATORES PREDISPONENTES:

 A pneumonia é ocasionada por três mecanismos patogênicos diferentes: colonização da orofaringe e subsequente aspiração de microrganismos, inalação de aerossóis infectados
e, mais raramente, disseminação hematogênica de outros locais de infecção.
 A ocorrência de pneumonia vai depender da quantidade de microrganismos, da virulência dos mesmos e das condições de defesa do hospedeiro.
 Existe um grande número de fatores que predispõem o idoso a ter pneumonia.
 O fator extrínseco mais importante que predispõe às pneumonias adquiridas na comunidade e nos asilos é a infecção pelo vírus da gripe (influenza). A incidência de pneumonia
nos idosos está diretamente relacionada com as epidemias de gripe.
 Estudos têm demonstrado que fatores predisponentes mais importantes são a desnutrição, a fragilidade e as doenças pulmonares e cardiovasculares.
 Nos idosos com pneumonia, as comorbidades mais comuns são doença cardíaca crônica, DPOC, diabetes melito, hipertensão arterial sistêmica, doenças neurológicas e câncer.
- PNEUMONIA RELACIONADA A CUIDADOS DE SAÚDE:
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 A pneumonia relacionada a cuidados de saúde ocorre em pacientes com as seguintes características: residentes em asilos ou tratados em sistema de internação domiciliar, pacientes
que receberam antimicrobianos por via endovenosa, ou quimioterapia, nos 30 dias precedentes à atual infecção, pacientes em terapia renal substitutiva, e aqueles que foram
hospitalizados em caráter de urgência por dois ou mais dias, nos últimos 90 dias antes da infecção.
 A patogênese da pneumonia relacionada à assistência à saúde envolve a interação entre patógeno, hospedeiro e variáveis epidemiológicas que facilitam esta dinâmica.
 Geralmente de origem aspirativa, a principal fonte são as secreções das vias áreas superiores, seguida pela inoculação exógena de material contaminado ou pelo refluxo do trato
gastrintestinal. Os principais fatores de risco são:
 Fatores que aumentam a colonização da orofaringe e estômago por microorganismos (administração de agentes antimicrobianos, admissão em Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) ou presença de doença pulmonar crônica de base);
 Condições que favorecem aspiração do trato respiratório ou refluxo do trato gastrointestinal (intubação endotraqueal ou intubações subsequentes; utilização de sonda nasogástrica;
posição supina; coma; procedimentos cirúrgicos envolvendo cabeça, pescoço, tórax e abdômen superior; imobilização devido a trauma ou outra doença);
 Condições que requerem uso prolongado de ventilação mecânica (VM) com exposição potencial a dispositivos respiratórios e contato com as mãos contaminadas ou colonizadas,
principalmente de profissionais da área da saúde;
 Fatores do hospedeiro como extremos de idade, desnutrição, doenças de base graves, incluindo imunossupressão.
 Estas categorias, especialmente as três primeiras, incluem os fatores de risco considerados modificáveis, que constituem o alvo das medidas preventivas. Diversos estudos foram
conduzidos com base nesses fatores de risco para identificar as principais medidas de prevenção das pneumonias relacionadas à assistência a saúde, principalmente aquelas
associadas a ventilação mecânica.
 A pneumonia relacionada à assistência à saúde é principalmente de origem aspirativa. A principal fonte são as secreções das vias aéreas superiores, seguida pela inoculação exógena
de material contaminado ou pelo refluxo do trato gastrintestinal.
 Estas aspirações são, mais comumente, microaspirações silenciosas, raramente há macroaspirações, que quando acontecem trazem um quadro de insuficiência respiratória grave
e rapidamente progressiva.
 Raramente a pneumonia é ocasionada pela disseminação hematogênica a partir de um foco infeccioso à distância.
 Os pacientes internados e, especialmente, os pacientes em ventilação mecânica são um grupo de risco aumentado para pneumonia.
 Este risco maior deve-se essencialmente a três fatores: 1 - diminuição das defesas do paciente; 2 - risco elevado de ter as vias aéreas inoculadas com grande quantidade de material
contaminado; 3 - presença de microrganismos mais agressivos e resistentes aos antimicrobianos no ambiente, superfícies próximas, materiais dessa forma colozinando o próprio
paciente.
 A diminuição da defesa pulmonar pode estar relacionada a várias causas e estas podem ocorrer isoladamente ou em associação. Dentre estas causas destacam-se: a presença de
doença de base, tais como: neoplasias, doença pulmonares agudas ou crônicas, doenças autoimunes, o uso de drogas imunossupressoras (corticoesteróides, quimioterapia) e o
uso de próteses traqueais.
 O risco elevado de ter as vias aéreas inoculadas com grande quantidade de material contaminado exerce um papel central na fisiopatologia da pneumonia relacionada à assistência
à saúde.
 Este risco aumentado pode também estar associado a inúmeros motivos, que podem acontecer isoladamente ou, mais frequentemente, associados. Podem ser citados como
exemplos o rebaixamento do nível de consciência, causado por drogas ou pela doença de base, que pode predispor a aspiração e a retenção de secreção das vias aéreas superiores,
na região acima do balonete do tubo traqueal.
 Esta retenção de material oriundo das vias aéreas superiores e coletado acima do balonete, penetra pela traqueia quando o balonete é desinflado ou atravessando o espaço entre
o balonete e a parede da traqueia. Pode também ocorrer a inoculação de material contaminado pela traqueia por meio de nebulizações, inalações ou aspirações traqueais realizadas
com material contaminado.
 Em pacientes em ventilação mecânica e umidificação com água aquecida pode haver acúmulo de água condensada no circuito do ventilador e esta água acumulada e contaminada
pelo contato com o circuito do ventilador, pode, por meio da manipulação descuidada, penetrar na traqueia do paciente.
 Cabe também ressaltar que em pacientes idosos, com doenças neurológicas ou musculares, há alteração do padrão normal de deglutição, o que predispõe a aspiração.
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 Como a principal razão da pneumonia relacionada à assistência à saúde é a aspiração e como estes pacientes, habitualmente encontram-se restritos ao leito, as pneumonias
hospitalares desenvolvem-se nos lobos inferiores e nos segmentos posteriores destes.
 Após a aspiração, o material contaminado impacta em brônquios de pequeno calibre e expande-se para o espaço alveolar ao redor, causando histopatologicamente uma
broncopneumonia.
 Como podem acontecer aspirações em momentos diferentes, um paciente pode ter mais de um foco de pneumonia e até mesmo com microrganismos diferentes. Nos locais
onde há a coleta sistemática dos indicadores relacionados a esta infecção, a incidência de PAV tem diminuído após a introdução de medidas preventivas, o que indica que a PAV
e provavelmente a pneumonia não associada à ventilação mecânica, são complicações evitáveis.
 O diagnóstico etiológico das pneumonias só é obtido na metade dos casos. Nos idosos, as dificuldades são ainda maiores, pois, com frequência, eles são incapazes de produzir
muco suficiente para realização de exames bacteriológicos. Mesmo quando se consegue uma quantidade de expectoração suficiente para exame, é difícil distinguir entre
colonização e infecção por germes viáveis, principalmente gram-negativos, que habitualmente colonizam a orofaringe desses pacientes.
 Nas pneumonias relacionadas com os serviços de saúde, inclusive de idosos residentes em asilos, os germes mais frequentes na comunidade se sobrepõem aos dos hospitais
como causa de pneumonia.
 Apesar do pneumococo ainda ser o agente etiológico predominante, os índices de infecção pelos gram-negativos e pelo (Staphylococcus aureus são mais elevados do que na
comunidade. Devido às características dos residentes (portadores de DPOC, doença cardiovascular, demência, sequelas neurológicas), o (Haemophilus influenzae e os anaeróbios
são comuns.
 Porém, embora os pacientes idosos e em instituições tenham uma maior incidência de aspiração, o papel dos anaeróbios nesse cenário permanece controverso. Não é recomendada
cobertura antibiótica para anaeróbios em pneumonia asilar a menos que haja grave doença periodontal, escarro pútrido, evidência de pneumonia necrosante ou abscesso pulmonar.
A infecção polimicrobiana também é extremamente prevalente.
 A morbidade e a mortalidade por gripe (influenza) e outras infecções respiratórias virais (adenovírus, vírus sincicial respiratório e rinovírus) são maiores na população geriátrica.
Isso se deve ao aumento na incidência de pneumonias, que podem ser causadas diretamente pelos vírus ou por infecção bacteriana secundária.
 Nesse caso, os germes mais frequentes são (Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus aureus e (Haemophilus influenzae. Com o passar dos anos a incidência de (Streptococcus
pneumoniae resistente a medicamentos tem aumentado, principalmente em idosos com história de uso de antibiótico prévio, alcoolismo, imunodepressão e múltiplas
comorbidades.

 Cuidar de pacientes acamados é uma tarefa que requer uma atenção especial. Devido ao estado de saúde, essas pessoas, na maioria dos casos, encontram-se debilitadas e precisam
de apoio, paciência e compreensão.
 Os cuidados com a higiene, alimentação e transporte são fundamentais para evitar problemas que podem surgir durante o tratamento. Manter a limpeza do ambiente, do leito e
o cuidado nas trocas de roupas, no banho e no preparo dos alimentos devem ser rotina para evitar infecções e complicações.
 Não só o cuidador, mas todas as pessoas que têm contato com acamado devem manter a higiene e sempre lavar bem as mãos antes de tocar em qualquer utensílio ou alimento
do paciente. Mais do que cuidar do corpo, essas pessoas precisam também de apoio moral, para que não se sintam um “peso” para seus familiares e cuidadores.
 Trabalhar a auto-estima pode ajudar muito na melhora do estado do paciente. Por isso, é função de todos que convivem com ele garantir que se sinta sempre querido e, sempre
que possível, integrá-lo às atividades da família.
- SÍNDROME DA IMOBILIDADE:
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Complexo de sinais e sintomas resultantes da imobilidade, por restrição a uma poltrona ou ao leito, por um tempo prolongado, associada a múltiplas causas e com implicações físicas
e psicológicas, podendo levar ao óbito. As principais causas de imonilidade são: repouso prolongado no leito, doenãs cerebrovasculares e cardiopatias, demências, depressão, doenças
reumática, estado nutricional precário... E suas principais complicações são:

 Atrofia da pele
 Úlceras de pressão
 Perda de massa e força muscular
 Trombose venosa profunda
 Retenção urinária
 ITU
 Anorexia
 Constipação intestinal
 Alterações do sono e vigília
 Ansiedade
 Depressão
 Delirium
- CONSEQUÊNCIAS DA IMOBILIDADE E CARACTERÍSTICAS DA SI:

 O repouso no leito foi reconhecido como modalidade terapêutica a partir do século 19 a fim de poupar os “humores ou energia” para restabelecimento da doença, a qual
esgotaria a energia corporal (com base na teoria hipocrática dos humores e calor intrínseco).
 A partir disso, esse procedimento passou a ser adotado de modo abusivo para todos os processos mórbidos.
 Após a Segunda Guerra Mundial, tal conduta tem sofrido mudanças, tais como mobilização precoce no pós operatório, reabilitação para doenças cardiorrespiratórias etc. Não
ter atividade física, seja por falta de iniciativa ou desejo, por imposição dos cuidadores, por monotonia do ambiente ou por doenças físicas ou psiquiátricas, induz o indivíduo
a um descondicionamento global, levando, então ao agravo de sua condição física, cognitiva e emocional.
 Como o envelhecimento, infelizmente para os idosos, é uma fase de maior fragilidade e dependência, o repouso ou confinamento no leito passou a ser, de maneira errônea,
uma prática ou conduta universal que prevalece ainda hoje, seja na comunidade ou na instituição. O que se vê, então, são idosos capazes e fisicamente estáveis, passarem dias
sem sair do leito. Isso acontece porque os cuidadores impedem que o paciente permaneça útil e ativo, induzindo-o ao repouso prolongado, sendo esse o ponto de partida para
a mudança de comportamento e má qualidade de vida, com rápido e grave desgaste.
 Após essa fase, tirá-los do leito torna-se difícil, pois eles choram, gritam e agridem diante de qualquer tentativa.
 A imobilidade prolongada leva à deterioração funcional progressiva dos vários sistemas, muito além da senescência normal, chegando-se mais tarde à síndrome de imobilização.
- ENFOQUE NAS ALTERAÇÕES DO SISTEMA RESPRATÓRIO:

 Na posição supina prolongada, uma série de modificações ocorre na dinâmica respiratória.


 A amplitude de movimento do diafragma está diminuída assim como a expansibilidade torácica e isso ocorre pela fraqueza das musculaturas intercostal e abdominal, além das
modificações nas articulações costocondrais.
 O acúmulo de gazes e fezes nas alças intestinais empurra o diafragma para cima e comprimem as bases pulmonares.
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 Funções pulmonares como capacidade respiratória funcional, capacidade respiratória máxima, volume minuto e volume corrente e relação V/Q estão comprometidos em até
50%.
 O acúmulo de secreção pulmonar se acentua já que a função ciliar, a capacidade de tossir e eliminá-las pode estar ausente.
 A pneumonia é a principal causa de morte em idosos acamados, sendo que estudos em hospitais mostram taxa de mortalidade de até 25% para maiores de 70 anos.
 Cerca de 50% dos mortos, por outros motivos, mostram à necropsia algum grau de acometimento pulmonar.
 As causas de pneumonia são várias e referem-se à modificação senescente do AR, assim como alterações resultantes de processos patológicos crônicos.
 O reflexo de tosse é seis vezes menor do que no adulto.
 A capacidade elástica do pulmão está diminuída devido à degeneração do colágeno e da elastina, que se transforma em pseudoelastina.
 Os alvéolos tornam-se rasos e com superfície menor. Assim, a área total dos alvéolos e a expansibilidade destes estão diminuídas.
 Observa-se também redução dos capilares e dos macrófagos alveolares.
 O volume corrente (tital volume) que, em ortostatismo, é mantido pelos arcos intercostais, passa a ser exercido pela musculatura abdominal, mas com pouca eficácia.
 Essas modificações causam fechamento das unidades respiratórias, que serão alagadas pelo filme mucoso, causando atelectasia, resultando em diminuída capacidade residual
e funcional.
 Doenças estruturais, como DPOC, bronquiectasia, sequela de tuberculose, fibrose pulmonar e cifose predispõem à infecção pulmonar, assim como o uso de corticoides,
diabetes melito, ICC, disfagia, refluxo gastresofágico etc.
 No paciente acamado existe acúmulo de líquido nos pulmões, que serve de meio de cultura para bactérias que causarão pneumonia hipostática.
O quadro clínico da pneumonia no idoso caracteriza-se pela sintomatologia atípica e polimórfica, o que pode levar a erros no diagnóstico ou nem mesmo ser percebida. Confusão mental, desidratação, hipotensão, obnubilação são sinais
inespecíficos, mas que chamam atenção. Um fato interessante nesses pacientes é que, apesar da hipoxia e hipercapnia, eles podem não ter sua frequência respiratória aumentada. A reação febril nos idosos é controversa, pois se acredita que
não respondem bem à produção de fatores pirogênicos, tais como endotoxinas e interleucina. Alterações no SNC e nos vasos periféricos impedem que o idoso responda com vasodilatação para liberação de calor corporal. Assim, medida de
temperatura axilar pode ser normal mesmo na presença de hipertermia. A melhor maneira para diagnosticar febre seria por meio da temperatura retal, mas esse método é pouco usado em nosso meio. Dor torácica, característica comum em
pneumonia dos adultos, é de difícil avaliação no idoso com SI. Tosse e expectoração podem também estar ausentes na pneumonia, devido à perda de reflexo e força na caixa torácica. Estertores e crepitação basal são aspectos comuns a quase
todos os idosos acamados e, na maioria das vezes, não se correlacionam com pneumonia, sendo muito mais um sinal de estase pulmonar. Em casos suspeitos, leucogramas, PCR, radiografia de tórax e hemocultura devem ser providenciados.
O problema é que a leucocitose nem sempre está presente e a hemocultura só é positiva em 10% dos casos. Resta, então, um alto índice de suspeição sempre que houver alteração cognitiva e comportamental, desidratação, hipotensão
arterial e alteração no nível de consciência. Na maioria dos estudos epidemiológicos, o (Streptococcus pneumoniae é o organismo mais provável da pneumonia comunitária, sendo talvez o (Haemophilus influenzae o segundo, principalmente
em portadores de DPOC. Já no idoso fragilizado com SI – e que geralmente vive em instituição ou tem passagem por vários hospitais –, bacilos Gram-negativos são os agentes mais prováveis. (Legionella pneumophila, Pseudomonas, Proteus e
(Klebsiella são frequentes nesses casos, sendo aspirados de secreção da orofaringe. Recentemente, patógenos como (Chlamydia pneumoniae e Moraxella catarrhalis têm sido isolados nesses pacientes. Na realidade, esses agentes vivem
naturalmente na flora da 1559 orofaringe, mas, devido ao uso de antibióticos, queda da imunidade, desnutrição etc., tornam-se agressivos, levando à alta taxa de mortalidade. (Staphylococcus aureus multirresistente (MRSA) tem sido
diagnosticado com muita frequência nesses pacientes, principalmente quando portadores de úlceras de decúbito com necrose. Então, a via principal da infecção pode ser hematogênica. Pode-se dizer que todos os agentes citados estariam
relacionados com aspiração de secreção da nasofaringe, e acrescentem a isso os anaeróbios, quando o conteúdo aspirado for devido ao refluxo gastresofágico. Esse fato é muito comum nesses pacientes devido ao uso de SNG e SNE. O
tratamento dessas pneumonias é complexo, de alto custo, com resultados pouco animadores. Os antibióticos a serem usados deverão estar de acordo dom as possibilidades maiores de ser um agente específico. A intervenção do fisioterapeuta
respiratório é de grande importância neste tratamento.
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 AVD: Habilidades do idoso de executar atividades que permitam cuidar de si próprio e viver independente do
seu meio; é avaliada pelo índice de Katz, classifica a dependência/independência da pessoa idosa e prediz
mortalidade, institucionalização e alta hospitalar. As AVDs se dividem em:
o Cuidados pessoais: Comer/tomar banho/ se vestir/ ir ao banheiro
o Mobilidade: Andar/ fazer transferência/ se mover na cama
o Continência: Urinária e fecal
 AVDI: Habilidade do idoso para administrar o ambiente onde vive, tornando a vida independente. É avaliado
por duas escalas: Lawton e Pfeffer (respondida pelo acompanhante).
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 O IMC é um indicador antropométrico utilizado para avaliar o risco nutricional. Suas vantagens são sua aplicabilidade, não invasivo e de baixo custo; em idosos são necessárias
adaptações devido aos componentes fisiológicos da velhice: decréscimo de estatura, acumulo de tecido adiposo, redução de massa corporal magra e diminuição da quantidade
de água no organismo.
 Existem duas referências para classificação do IMC: uma proposta pela OMS e outra por Lipshitz, sendo que o ultimo considera as mudanças corporais acontecidas na velhice
e acaba por ser o mais utilizado na prática geriátrica devido a sua adaptação funcional. A OMS adaptou seus valores em relação a idosos recentemente, pois antes considerava
os mesmos valores para adultos e idosos, sem fazer adaptações ao quadro fisiológico.
 A importância da utilização do IMC como instrumento esta ligada à sua expressão de reservas energéticas do individuo, além de promover estimativas comparáveis e
interpretáveis.
 O IMC participa da vigilância nutricional, junto a outros componentes, e se divide em: Nível I (controle dos condicionantes e determinantes da desnutrição); Nível II (controle
de riscos – alimentação inadequada/doenças crônicas não transmissíveis/ dislipidemias/uso excessivo de medicamentos); Nível III (controle de danos –
internação/quedas/infecções de repetição).

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