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As duas indignações

24 DE MARÇO DE 2019DEIXE UM COMENTÁRIOEDITAR


L´INDIGNATION EST UN

PROCESSUS

DÉMOCRATIQUE

Quando um evento triste ou violento ocorre temos a tendência de expressar nossos


sentimentos, quase sempre permeados pela indignação. Decorre daí,
experimentarmos dois tipos de indignação.

Primeiro, a indignação relacionada diretamente ao fato que nos chocou e logo depois,
como se estivesse corrigindo o exagero desta, a indignação escamoteada em espanto
por termos nos indignado, com a violência já naturalizada ou com sofrimentos já
sabidos inevitáveis.

Vivemos em sociedade e inúmeros conjunto de atitudes não mais como retornar. A


vida moderna nos ensina que é para frente que devemos seguir, independente do que
deixamos ou vemos lá atrás. Carregamos os exemplos, as lembranças e deixamos as
sujeiras escondidas atrás dos tapetes que negamos levantar.

Indignar não é nenhum ato de redenção. É um susto involuntário. Não é nenhum


elemento novo, amigo. É a mente pressionando para que não nos esqueçamos dos
valores que tentaram incutir na nossa educação; viver com ética, sermos bondosos e
tolerantes.

Quem, imperfeitos como somos, nunca pensou em passar do desejo à atitude de


maltratar alguém que lhe fez algum mal? Porém, as duas indignações não permitirão o
revide. Pois que, o mal causado por outro lhe indignou e o seu pensamento, ainda que
tênue de fazer o mal, causa a segunda indignação.

Melhor aprender viver combatendo a percepção ingênua da completude e interpretar


nossa história fixadas nas impossibilidades e que a indignação seja nosso estado de
lucidez!

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