Você está na página 1de 15

CONCURSO PÚBLICO PARA

PROFESSOR DO ENSINO BÁSICO,


TÉCNICO E TECNOLÓGICO -
EDITAL Nº 728/2018

ÁREA DE ATUAÇÃO: LETRAS: PORTUGUÊS E INGLÊS


PROVA OBJETIVA

ORIENTAÇÕES

• A Prova Objetiva possui 40 (quarenta) • Durante o período de realização das provas,


questões, que deverão ser respondidas no não será permitida qualquer espécie de con-
período máximo de quatro horas. sulta ou comunicação entre os candidatos ou
entre estes e pessoas estranhas, oralmente ou
• O tempo de duração das provas abrange a por escrito, assim como não será permitido o
assinatura da Folha de Respostas e a transcri- uso de livros, códigos, manuais, impressos,
ção das respostas do Caderno de Questões da anotações ou quaisquer outros meios.
Prova Objetiva para a Folha de Respostas.
• Durante o período de realização das pro-
• Não será permitido ao candidato ausentar- vas, não será permitido também o uso de
-se em definitivo da sala de provas antes de óculos escuros, boné, chapéu, gorro ou simi-
decorrida 1 (uma) hora do início das provas. lares, sendo o candidato comunicado a res-
peito e solicitada a retirada do objeto.
• O candidato não poderá levar o seu Cader-
no de Questões da Prova Objetiva. • Findo o horário limite para a realização
das provas, o candidato deverá entregar as
folhas de resposta da prova, devidamente
• Os três últimos candidatos deverão perma-
preenchidas e assinadas, ao Fiscal de Sala.
necer na sala até que todos os demais tenham
terminado a prova. Apenas podendo retirar-
-se, concomitantemente, após a assinatura • O candidato não poderá amassar, molhar,
do relatório de aplicação de provas. dobrar, rasgar ou, de qualquer modo, dani-
ficar sua Folha de Respostas, sob pena de
arcar com os prejuízos advindos da impos-
• Depois de identificado e instalado, o can-
sibilidade de sua correção. Não haverá subs-
didato somente poderá deixar a sala median-
tituição da Folha de Respostas por erro do
te consentimento prévio, acompanhado de
candidato.
um fiscal, ou sob a fiscalização da equipe de
aplicação de provas.
• Ao transferir as respostas para a Folha de
Respostas, use apenas caneta esferográfica
• Será proibido, durante a realização das
preta; preencha toda a área reservada à letra
provas, fazer uso ou portar, mesmo que
correspondente à resposta solicitada em cada
desligados, telefone celular, relógios, pa-
questão (conforme exemplo a seguir); assina-
gers, beep, agenda eletrônica, calculadora,
le somente uma alternativa em cada questão.
walkman, tablets, notebook, palmtop, grava-
Sua resposta NÃO será computada se houver
dor, transmissor/receptor de mensagens de
marcação de mais de uma alternativa, ques-
qualquer tipo ou qualquer outro equipamen-
tões não assinaladas ou questões rasuradas.
to eletrônico. A organização deste Concurso
Público não se responsabilizará pela guarda
destes e de outros equipamentos trazidos pe- A B C D
los candidatos. 01
LEGISLAÇÕES E condições, a nomeação de Carla para o cargo de
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS Diretora Geral do câmpus Itapetinga:
(A) Cumpre todos os requisitos estabelecidos na
lei nº 11.892/2008, podendo Carla ser nomea-
1 Joana, servidora de carreira técnico-adminis- da por ato do Reitor.
trativa do Câmpus São Roque, recentemente foi (B) Não cumpre o período mínimo de três anos em
nomeada para o cargo de Professora do Ensino Bá- cargo de gestão na Instituição, razão pela qual
sico, Técnico e Tecnológico do Câmpus Barretos, Carla não poderá ser nomeada para o cargo.
onde já se encontra em exercício do novo cargo. (C) Não poderá ser nomeada para o cargo de Dire-
Seu marido, Carlos, é servidor efetivo do Câm- tora Geral do Câmpus, por ter ocupado cargo
pus São Roque. Carlos deseja trabalhar no mesmo de gestão no último ano.
Câmpus que sua esposa. Para isso, considerando o (D) Deverá ser referendada pelo Conselho Supe-
que dispõe a lei nº 8.112/90, ele pode: rior do IFSP, podendo este negar-se a realizar
(A) Ser removido a pedido, independente do inte- a nomeação.
resse da administração, para acompanhamento
de cônjuge.
(B) Solicitar licença para acompanhamento de côn-
juge, com exercício provisório no câmpus Bar- 4 Com base na lei nº 11.892/2008, escolha a al-
retos, em virtude da nomeação de sua esposa. ternativa que preencha corretamente as lacunas da
(C) Ser removido a pedido, a critério da Admi- afirmação abaixo:
nistração. No desenvolvimento da sua ação acadêmica, o Ins-
(D) Solicitar transferência de seu cargo do câmpus tituto Federal, em cada exercício, deverá garantir o
São Roque para o câmpus Barretos. mínimo de ______ de suas vagas para a educação
profissional técnica de nível médio, prioritaria-
mente na forma de cursos integrados, para os con-
2 De acordo com a seção IV – Da Posse e do cluintes do ensino fundamental e para o público da
Exercício, do Capítulo I do Regime Jurídico Úni- educação de jovens e adultos e o mínimo de 20%
co – Lei nº 8112/90, assinale a alternativa correta: de suas vagas para cursos de____________.
(A) A posse ocorrerá no prazo máximo de trinta dias (A) 20% (vinte por cento) / bacharelado e enge-
contados da publicação do ato de nomeação. nharia, visando à formação de profissionais
(B) Caso a posse não ocorra no prazo previsto na para os diferentes setores da economia e áreas
lei nº 8.112/90, o servidor será exonerado do do conhecimento.
cargo. (B) 50% (cinquenta por cento) / bacharelado e en-
(C) É de trinta dias o prazo para o servidor em- genharia, visando à formação de profissionais
possado em cargo público entrar em exercício, para os diferentes setores da economia e áreas
contados da data da posse. do conhecimento.
(D) Ao entrar em exercício, o servidor nomeado (C) 30% (trinta por cento) / licenciatura, bem como
para cargo de provimento efetivo ficará sujeito programas especiais de formação pedagógica,
a estágio probatório pelo total período de 12 com vistas na formação de professores para a
(doze) meses, durante o qual a sua aptidão e educação básica, sobretudo nas áreas de ciências
capacidade serão objeto de avaliação para o e matemática, e para a educação profissional.
desempenho do cargo. (D) 50% (cinquenta por cento) / licenciatura, bem
como programas especiais de formação peda-
gógica, com vistas na formação de professores
3 Após processo de consulta à comunidade do para a educação básica, sobretudo nas áreas de
IFSP, a servidora Carla foi quem obteve o maior ciências e matemática, e para a educação pro-
índice de votos dentre todos os candidatos para o fissional.
cargo de Diretor Geral do Campus Itapetininga.
Carla possui título de doutora e é Professora do
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do quadro 5 Considere as seguintes assertivas a respeito da
permanente do IFSP há cinco anos, tendo exercido Educação Profissional e Tecnológica, nos termos
cargo de gestão de Diretora Educacional do Câm- da Lei nº 11.741/2008, que alterou dispositivos da
pus Itapetininga nos últimos dois anos. Nessas Lei nº 9.394/96:

2 Área de atuação: LETRAS: PORTUGUÊS E INGLÊS - Edital nº 728/2018


I – Os cursos de educação profissional tecnológi- teio de operações de crédito destinadas a aten-
ca de graduação e pós-graduação estão adstritos às der ao disposto nos incisos do artigo 70 da lei
diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo nº 9394/1996.
Conselho Nacional de Educação. (D) remuneração e aperfeiçoamento do pessoal
II – A Educação Profissional e Tecnológica con- docente e demais profissionais da educação;
templa a educação profissional técnica de nível programas suplementares de alimentação, as-
médio, contudo, fica dispensada de observar as sistência médico-odontológica, farmacêutica
diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo e psicológica, e outras formas de assistência
Conselho Nacional de Educação. social; uso e manutenção de bens e serviços
III – A educação de jovens e adultos deverá arti- vinculados ao ensino.
cular-se, obrigatoriamente, com a educação pro-
fissional.
IV – As instituições de educação profissional e 7 Em 2018, a fiscalização do Tribunal de Contas
tecnológica oferecerão cursos especiais, abertos à da União, com apoio dos responsáveis pelo contro-
comunidade, condicionando a matrícula necessa- le interno, constatou irregularidades na aplicação da
riamente ao nível de escolaridade do candidato. receita resultante de impostos no âmbito da União
e de diversos Municípios, gerando prejuízos à ma-
Está correto o que se afirmar em: nutenção e desenvolvimento do ensino. Nos termos
(A) I e II, apenas. da Constituição Federal, a União e os Municípios
(B) II e IV, apenas. deverão aplicar, para esse fim, respectivamente,
(C) I, apenas. (A) no mínimo, 18% (dezoito por cento) e 25%
(D) I e III, apenas. (vinte e cinco por cento), anualmente, da re-
ceita resultante de impostos, compreendida a
proveniente de transferências.
6 Na Lei de Diretrizes da Educação Nacional (B) no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) e
(nº 9394/1996), encontramos nos artigos 70 e 71 as 18% (dezoito por cento), anualmente, da re-
especificações sobre as despesas para a manuten- ceita resultante de impostos, compreendida a
ção e desenvolvimento do ensino e à consecução proveniente de transferências.
dos objetivos básicos das instituições educacionais (C) no mínimo, 18% (dezoito por cento) e 25%
de todos os níveis. São apresentadas, respectiva- (vinte e cinco por cento), anualmente, da re-
mente, o que são as despesas com manutenção e ceita resultante de impostos, não compreendi-
desenvolvimento do ensino e o que não o são. da a proveniente de transferências.
Sobre as despesas apresentadas nos artigos supra- (D) no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) e
citados assinale a alternativa que contemple de 18% (dezoito por cento), anualmente, da re-
forma correta as despesas com manutenção e de- ceita resultante de impostos, não compreen-
senvolvimento do ensino: dida a proveniente de transferências, e desde
(A) remuneração e aperfeiçoamento do pessoal que não seja destinada a escolas comunitárias,
docente e demais profissionais da educação; confessionais e filantrópicas.
concessão de bolsas de estudo a alunos de es-
colas públicas e privadas; obras de infraestru-
tura realizadas para beneficiar direta ou indire- 8 No Capítulo IV do Estatuto da Criança e do
tamente a rede escolar. Adolescente – ECA -, lei 8069/1990, denominado
(B) aquisição, manutenção, construção e conser- “Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e
vação de instalações e equipamentos necessá- ao Lazer” são apresentados os direitos e também
rios ao ensino; formação de quadros especiais os deveres do Estado e da família para com a edu-
para a administração pública, sejam militares cação, cultura, esporte e lazer. Em relação à edu-
ou civis, inclusive diplomáticos; aquisição cação, o ECA apresenta que toda criança e ado-
de material didático-escolar e manutenção de lescente têm direito à educação, visando ao pleno
programas de transporte escolar. desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o
(C) remuneração e aperfeiçoamento do pessoal exercício da cidadania e qualificação para o tra-
docente e demais profissionais da educação; balho. Para que isso seja alcançado o Estado tem
concessão de bolsas de estudo a alunos de es- o dever de oferecer a educação pública e gratuita
colas públicas e privadas; amortização e cus- próxima à residência dos sujeitos.

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo 3


Sobre os deveres do Estado, apresentados no artigo o educando uma relação educador-educando
54, assinale a alternativa que contemple de forma no qual o conhecimento advém daquele que já
correta os deveres para a oferta da educação escolar: percorreu uma trajetória acadêmica, isto é, o
(A) ensino fundamental, obrigatório e gratuito, in- educador. Cabe ao educador instigar a curiosi-
clusive para os que a ele não tiveram acesso na dade crítica para que o educando seja capaz de
idade própria; acesso aos níveis mais elevados superar a realidade imediata.
do ensino, da pesquisa e da criação artística, (D) Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa
segundo a capacidade de cada um. e foi aprendendo socialmente que, historica-
(B) atendimento em creche e pré-escola às crian- mente, mulheres e homens descobriram que
ças de dois a seis anos de idade; progressiva era possível ensinar. Não há ensino sem pes-
extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao quisa e pesquisa sem ensino. Enquanto ensino
ensino médio. continuo buscando, reprocurando. Ensino por-
(C) atendimento educacional especializado aos que busco, porque indaguei, porque indago e
portadores de deficiência, preferencialmente me indago. Pesquiso para constatar, constatan-
na rede regular de ensino; oferta de ensino no- do, intervenho, intervindo, educo e me educo.
turno regular, para os maiores de dezoito anos
que comprovarem vínculo empregatício.
(D) ensino fundamental, obrigatório e gratuito, pre- 10 No livro Documentos de Identidade: uma
ferencialmente para crianças e adolescentes de introdução às teorias do currículo, Tomaz Tadeu
seis a quatorze anos; progressiva extensão da da Silva, argumenta que um currículo crítico ins-
obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio. pirado nas teorias sociais que questionam a cons-
trução social da raça e da etnia também evitariam
tratar a questão do racismo de uma forma simplis-
9 A obra de Paulo Freire “Pedagogia da Auto- ta. Para o autor, o racismo não poderia ser tratado
nomia” está dividida em três capítulos: “Não há simplesmente como uma questão de preconceito
docência sem discência”; “Ensinar não é transfe- individual, pois isso geraria uma pedagogia e um
rir conhecimento” e “Ensinar é uma especificida- currículo centrados numa simples “terapêutica” de
de humana”. Com isso o autor apresenta, analisa atitudes individuais consideradas erradas.
e discute uma série de características, conceitos e Considerando tais argumentações, uma unidade
fundamentos sobre o ato de ensinar. educacional que estivesse diante de uma situação de
Assinale a alternativa que contemple de forma cor- racismo praticada entre estudantes, estaria alinhada
reta alguns dos pressupostos desta obra sobre o ato corretamente com os pensamentos do teórico, se:
de ensinar: (A) Realizasse uma investigação da situação,
(A) Uma das tarefas primordiais dos educadores é ouvindo a todos os envolvidos, tendo como
trabalhar com os educandos a rigorosidade me- exclusivo resultado a aplicação das sanções
tódica com que devem se “aproximar” dos ob- previstas no regimento escolar aos estudan-
jetos cognoscíveis, isto é, a preocupação central tes agressores, pois a punição, tomada como
da práxis pedagógica é a transmissão e assimi- exemplo, poderia inibir a prática de atos racis-
lação de conteúdos para os sujeitos das classes tas por outros estudantes.
populares. Afinal, esses sujeitos somente po- (B) Procurasse não dar visibilidade à situação,
derão superar a ingenuidade e ignorância por empreendendo esforços para que somente os
meio da apropriação dos conteúdos técnicos. envolvidos a conhecessem, pois se a atitude
(B) Ensinar exige criticidade e pesquisa. Assim, racista dos estudantes se tornasse pública, po-
para aproximar o mundo do conhecimento das deria inspirar outros estudantes a terem atitu-
classes trabalhadoras é preciso abandonar e ne- des semelhantes.
gar o senso comum de modo a superar a visão (C) Investigasse a situação e como proposta de re-
ingênua para construir, por meio da ciência, a solução para o conflito, solicitasse aos agres-
visão crítica, capaz de questionar as relações so- sores que se desculpassem junto à vítima,
ciais. comprometendo-se a não terem mais atitudes
(C) É possível e desejável que os estudantes das semelhantes, sensibilizando-os sobre os danos
classes trabalhadoras se tornem leitores crí- do racismo para quem o sofre.
ticos da realidade, a partir dos ensinamentos (D) Propusesse, juntamente a outras medidas ins-
dos professores. O educador estabelece com titucionais, uma ampla discussão sobre as

4 Área de atuação: LETRAS: PORTUGUÊS E INGLÊS - Edital nº 728/2018


causas institucionais, históricas e discursivas entre educação e política e evidenciando que “toda
do racismo, procurando identificar o quê no prática educativa, como tal, possui uma dimensão
currículo e nas práticas pedagógicas poderia política assim como toda prática política possui,
minimizar ações desta natureza. em si mesma, uma dimensão educativa.”
Assinale a alternativa que apresenta corretamente
a definição sobre a dimensão política da educação
11 Sobre o conceito de capital social desen- presente na obra referida acima:
volvido pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu (A) A dimensão política da educação apresenta
(1930-2002), é possível afirmar que: uma existência histórica e pode ser compreen-
(A) A noção de capital social impôs-se, primeira- dida para além das manifestações sociais de-
mente, como uma hipótese dispensável para terminadas.
dar conta da desigualdade de desempenho es- (B) A dimensão política da educação consiste em
colar de crianças provenientes das diferentes que, dirigindo-se aos não-antagônicos a edu-
classes sociais. cação os fortalece (ou enfraquece) por referên-
(B) O capital social é o conjunto de recursos atuais cias aos antagônicos e desse modo potenciali-
ou potenciais que estão ligados à posse de uma za (ou despotencializa) a sua prática política.
rede durável de relações mais ou menos insti- (C) A dimensão política da educação consiste em
tucionalizadas de “interconhecimento” e “in- envolver a articulação entre antagônicos vi-
ter-reconhecimento”. sando a derrota dos não-antagônicos.
(C) A noção de capital social impôs-se como, en- (D) A dimensão política da educação consiste no
tre os diferentes meios de designar o funda- enfraquecimento dos não-antagônicos em bus-
mento de efeitos sociais, um determinante que ca da apropriação dos instrumentos culturais.
não considera o capital econômico e cultural
dos diferentes grupos.
(D) O volume do capital social que um agente in- 14 No livro “Escola e Democracia”, Saviani
dividual possui independe da extensão da rede (2018) destaca que a importância política da Edu-
de relações que ele pode efetivamente mobi- cação reside na sua função de socialização do co-
lizar e do volume do capital (econômico, cul- nhecimento. Nesse aspecto, elabora onze teses so-
tural ou simbólico) que é posse exclusiva de bre Educação e Política. Assinale a alternativa que
cada um daqueles a quem está ligado. corresponde a uma dessas teses:
(A) Nem toda prática educativa contém uma di-
mensão política.
12 Freire (2011, p.49) aponta que “o clima do (B) A especificidade da prática educativa se define
pensar certo não tem nada a ver com o das fórmu- pelo caráter de uma relação que se trava entre
las pré-estabelecidas, mas seria a negação do pen- contrários antagônicos.
sar certo se pretendêssemos forjá-lo na atmosfera (C) As sociedades de classe se caracterizam pelo
da licenciosidade ou do espontaneísmo”. primado da política, o que determina a insubor-
Assinale a alternativa que apresenta corretamen- dinação real da educação à prática educativa.
te a relação entre “pensar certo” e “método” para (D) Toda prática educativa contém inevitavelmen-
Freire (2011): te uma dimensão política.
(A) Não há pensar certo sem considerar o materia-
lismo histórico-dialético.
(B) O método escolhido pelo sujeito determina 15 Ao caracterizar a relação entre educação e
seu pensar certo. sociedade para as teorias não-críticas, Saviani
(C) Sem rigorosidade metodológica não há pensar (2018, p. 4) afirma que concebem “a educação
certo. com uma ampla margem de autonomia em face
(D) O pensar certo é possível a partir do método da sociedade”, cabendo-lhe “um papel decisivo na
que lhe confere veracidade. conformação da sociedade evitando sua desagre-
gação e, mais do que isso, garantindo a construção
de uma sociedade igualitária”.
13 Demerval Saviani descreve onze teses sobre Assinale a alternativa que apresenta corretamente
educação e política em sua obra Escola e Demo- as pedagogias que Saviani (2018) define como teo-
cracia, mostrando como se configuram as relações rias não-críticas.

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo 5


(A) Pedagogia Nova e Teoria da Escola como (A) a autora constrói o seu juízo sobre o rock na
Aparelho Ideológico de Estado (AIE). música brasileira, por meio da explicitação de
(B) Pedagogia Tradicional, Pedagogia Tecnicista e sentimentos e reações a respeito desse tema,
Teoria da Escola Dualista. com expressões valorativas que amiúde res-
(C) Pedagogia Tradicional, Pedagogia Nova e Pe- saltam sua própria posição.
dagogia Tecnicista. (B) não há marcas relevantes de apagamento da
(D) Pedagogia Tecnicista e Teoria da Escola como subjetividade, visto que a autora assume cla-
Aparelho Ideológico de Estado (AIE). ramente sua atitude em relação ao tema, ainda
que faça uso de alguns poucos recursos de ate-
nuação da expressão do “eu”.
(C) não há marcas de atitude pessoal frente ao
tema abordado, haja vista que o texto está in-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS teiramente construído por torneios impessoais,
recursos esses responsáveis pelo apagamento
da presença do destinador.
16 ROCK COM BANANA (D) o juízo da autora é frequentemente expresso
Nem que seja apenas por uma questão crono- por mecanismos de apagamento do “eu”, mas
lógica: já é tarde demais para se ficar discutindo a percebe-se que há certa atitude pessoal frente
validade ou não da informação rock na música bra- ao tema em razão de algumas marcas enuncia-
sileira. Há quase 20 anos pelo menos ela transita de tivas precisas presentes no texto.
maneira constante, misturada e confusa por diversos
setores da juventude urbana do Brasil. O mínimo
que se poderia fazer, agora, seria tentar entender o 17 Said Ali (2001), ao estudar os verbos, pro-
fenômeno: que trajeto segue o dado X, informação blematiza não só a nomenclatura, mas também o
musical de procedência estrangeira, até ser incorpo- uso de seus modos. O autor observa que, se, por
rado ao arsenal de recursos da criação brasileira? Já um lado, o modo conjuntivo ocorre em orações
se fez isso com a polka (ou polca) e schottisch (ou subordinadas, por outro, ele também está presente
xote) – que, como todos sabem, deram no choro, em orações principais. Constata, ainda, que a sim-
no maxixe e, em certa medida, no samba. Já se fez ples caracterização desse modo como oposição à
também com o jazz (que deu na bossa-nova, se em realidade e a certeza do fato enunciado pelo indi-
mais nada). Mas o rock é muito recente. Ou será cativo não são suficientes para definir o emprego
muito espinhoso, muito constrangedor? do conjuntivo. Diante desses e de outros dados que
Não há nenhum levantamento sistemático da ainda tornam mais complexo o problema, Said Ali
trajetória do rock por terras brasileiras. Então, é propõe examinar diversos fatos linguísticos, a fim
preciso usar os elementos disponíveis: no caso, de estabelecer, entre outros elementos, as regras de
discos. Vinte anos depois, cada disco que se pro- uso do modo verbal conjuntivo.
duz hoje no Brasil contendo algo de rock serve, no
mínimo, como base para pesquisas e meditações. Qual das opções tem correspondência adequada às
Para quem quer entender, é claro! regras apresentadas por Said Ali para o uso ou não
(BAHIANA, Ana Maria. Nada será como antes: do modo conjuntivo?
MPB anos 70 – 30 anos depois. (A) Sendo questão meramente subjetiva a decisão
Rio de Janeiro: Senac Rio, 2006).
de avivar ou desprezar a dúvida sobre algum
fato, não é muito de estranhar que se proceda à
Segundo Vanoye (2003), há mensagens em que
expressão do pensamento apenas servindo-se
não se percebe a presença do destinador, porque
do modo conjuntivo.
elas são produto de um processo de construção
(B) Orações que denotam fatos em contradição
que busca a neutralização intencional do “eu”. Há,
com a expectativa não devem ser usadas com
porém, mensagens em que o destinador manifesta
o verbo no modo conjuntivo, sobretudo se ser-
claramente suas opiniões ou reações relativamente
virem de complementos a verbos e a dizeres
ao conteúdo de que trata; e ainda há aquelas em
denotadores de espanto ou surpresa.
que a expressão pessoal intervém de maneira dis-
(C) Considerando que uma oração existencial te-
simulada. Isso considerado, com relação ao texto
nha por sujeito o pronome “quem”, ou que ao
Rock com banana, podemos afirmar que:
verbo “haver” siga o pronome “quem” como

6 Área de atuação: LETRAS: PORTUGUÊS E INGLÊS - Edital nº 728/2018


sujeito da oração subordinada, usar-se-á, nesta O excerto do poema de Fagundes Varela utiliza-se
última, o verbo no modo conjuntivo. de recurso de linguagem, especificamente no se-
(D) Orações explícitas que sirvam de complemen- gundo verso, que se relaciona, do ponto de vista da
tos a verbos, substantivos e adjetivos denota- classificação de Jakobson para as funções da lin-
dores de prazer, desgosto, pesar etc., são usa- guagem, à função:
das, via de regra, com o verbo no indicativo, (A) referencial, pois o comentário sobre a rima
exceto algumas poucas exceções em que apa- tem como objetivo acrescentar informação
rece o modo conjuntivo. linguística a respeito da estrutura do poema.
(B) fática, pois a alusão às constantes repetições
da rima serve para testar a atenção do leitor em
18 Em síntese: existe uma linguagem verbal, relação ao andamento do poema.
linguagem de sons que veiculam conceitos e que (C) metalinguística, pois o comentário sobre a fo-
se articulam no aparelho fonador, sons estes que, nética das rimas do poema é um comentário
no Ocidente, receberam uma tradução visual alfa- sobre o próprio código utilizado.
bética (linguagem escrita), mas existe simultanea- (D) emotiva, pois a alusão às repetições da rima
mente uma enorme variedade de outras linguagens está associada aos sentimentos íntimos do
que também se constituem em sistemas sociais e poeta.
históricos de representação do mundo. Portanto,
quando dizemos linguagem, queremos nos referir
a uma gama incrivelmente intrincada de formas 20 A coesão e a coerência constituem dois fa-
sociais de comunicação e de significação. tores importantes da textualidade. Quanto ao pri-
(SANTAELLA, L. O que é semiótica. São Paulo: meiro, Fávero expõe várias propostas de classifi-
Brasiliense, 1993. Coleção Primeiros Passos.) cação no que diz respeito às relações que podem
ser estabelecidas formalmente num texto. De sua
No trecho citado, a semioticista Lucia Santaella parte, a autora propõe uma reclassificação baseada
procura mostrar que o conceito de linguagem na função que os mecanismos exercem na constru-
abrange outros elementos além daqueles ção do texto.
pertinentes à linguagem verbal. Para a autora,
a definição do objeto de estudo da Semiótica Que opção se refere à proposta de Fávero (1997)
enquanto ciência articula-se com essa concepção quanto à reclassificação teórica dos elementos da
de linguagem porque: coesão?
(A) reconhece a existência de outras linguagens, (A) Há cinco categorias de procedimento coesivo:
mas volta-se para o estudo dos signos, que são referência (pessoal, demonstrativa e compara-
exclusivos da linguagem verbal. tiva), substituição (nominal e verbal), elipse,
(B) restringe seu escopo de investigação a outras conjunção e léxico (reiteração, colocação).
linguagens, deixando o estudo da linguagem (B) Há três grupos de fatores coesivos: a coesão
verbal para a linguística. gramatical (frásica, interfrásica, temporal e
(C) tem como objeto de estudo as linguagens ver- referencial, que engloba a referência, a substi-
bais que recebem uma tradução visual em ou- tuição e a elipse), a lexical (reiteração e subs-
tras linguagens. tituição) e a sequencial (temporal, conjunção).
(D) tem como objeto de investigação todas as lin- (C) Há três tipos de fatores de coesão: a referen-
guagens possíveis. cial (substituição e reiteração), a recorrencial
(recorrência de termos, paralelismo, paráfrase,
recursos fonológicos segmentais e supra-seg-
mentais) e a sequencial stricto sensu (tempo-
19 Não se enojem teus ouvidos ral, por conexão).
De tantas rimas em a, (D) Há quatro grupos de fatores de conexão: re-
Mas ouve meus juramentos, petidores (recorrência, paralelismo, definitivi-
Meus cantos, ouve, sinhá! zação), substituidores (paráfrase, pro-formas,
Te peço pelos mistérios pronominalização e elipse), sequenciadores
Da flor do maracujá! (tempo, aspecto, disjunção, conjunção, con-
(VARELA, F. A flor do maracujá.
trajunção, subordinação, tema-rema) e modu-
In: Cantos e fantasias e outros cantos. São Paulo:
Martins Fontes, 2003). ladores (entoação e modalidades).

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo 7


21 “(Fabiano) - Sinhá Vitória desejava possuir 22 Ainda sei da fala e sei da lavra
uma cama igual a de seu Tomás da bolandeira. e sei das pedras nas palavras áspedras.
Doidice. Não dizia nada para não contrariá-la, E sei que o leito da linguagem leixa
mas sabia que era doidice. Cambembes podiam ter pedregulhos na letra.
luxo? E estavam ali de passagem. Qualquer dia o É como o logro
patrão os botaria fora, e eles ganhariam o mundo, da poeira na louça ou como o lixo
sem rumo, nem teriam meio de conduzir os caca- nos baldios do livro.
recos. Viviam de trouxa arrumada, dormiriam bem Ainda sei da língua e sei da linha
debaixo de um pau. Olhou a caatinga amarela, que do luxo e suas luvas, amaciando
o poente avermelhava. Se a seca chegasse, não fi- os calos e os dedais.
caria planta verde. Arrepiou-se. Chegaria natural- E sei da fala
mente. Sempre tinha sido assim, desde que ele se E do ato de lavrá-la na falavra.
entendera. E antes de entender, antes de nascer, su- (TELES, Gilberto Mendonça. Poemas reunidos. 2. ed.
cedera o mesmo – anos bons misturados com anos Rio de Janeiro: José Olympio, 1979).
ruins. A desgraça estava em caminho, talvez an-
dasse perto. Nem valia a pena trabalhar. Ele mar- Ao estudar a estilística morfológica, Martins
chando para casa, trepando a ladeira, espalhando (2000) defende que os aspectos morfológicos da
seixos com as alpercatas – ela se avizinhando a língua são importantes para a linguagem expressi-
galope com vontade de matá-lo”. (RAMOS, Gra- va. Segundo ela, a ideia de que vocábulos que não
ciliano. Vidas Secas. 1980). se incorporam na língua não têm interesse estilís-
tico é bem discutível, já que, por um lado, não se
“(Sinhá Vitória) - Pensou de novo na cama de pode antever o seu destino e, por outro lado, eles
varas e mentalmente xingou Fabiano. Dormiam evidenciam as potencialidades dos processos de
naquilo, tinham-se acostumado, mas seria mais renovação do léxico e dos elementos formadores
agradável dormirem numa cama de lastro de cou- (lexemas e morfemas).
ro, como outras pessoas. Fazia mais de um ano que Entre os diversos processos estudados por Martins,
falava nisso ao marido. Fabiano a princípio con- essenciais aos recursos expressivos estilístico-lexi-
cordara com ela, mastigara cálculos, tudo errado. cais, o poeta Gilberto Mendonça Teles serviu-se da
Tanto para o couro, tanto para a armação. Bem. Po- (A) amálgama.
deriam adquirir o móvel necessário economizando (B) derivação regressiva.
na roupa e no querosene. Sinhá Vitória respondera (C) derivação parassintética.
que isso era impossível, porque eles vestiam mal, (D) desmontagem de palavras.
as crianças andavam nuas, e recolhiam-se todos ao
anoitecer. Para bem dizer, não se acendiam can-
deeiros na casa”. (RAMOS, Graciliano. Vidas Se- 23 Marcuschi assume que, de acordo com as di-
cas. São Paulo: Record, 1980). ferentes posições existentes, pode-se ver a língua:
i) como forma ou estrutura – um sistema de regras
Leite (2001) apresenta a tipologia do narrador que defende a autonomia do sistema diante das
formulada por Norman Friedman (1967), que pro- condições de produção;
pôs um conjunto de categorias ao mesmo tempo ii) como instrumento – transmissor de informa-
mais sistemático e mais completo para responder ções, sistema de codificação;
às questões: Quem narra? De que posição ou ân- iii) como atividade cognitiva – ato de criação e ex-
gulo em relação à história o narrador conta? Que pressão do pensamento típica da espécie humana;
canais de informação o narrador usa para comuni- iv) como atividade sociointerativa situada – a pers-
car a história? A que distância ele coloca o leitor pectiva sociointeracionista relaciona os aspectos
da história? históricos e discursivos.
(adaptado de: MARCUSCHI, L. A. Produção textual,
análise de gêneros e compreensão. São Paulo:
Com base nesses autores, podemos associar o nar- Cortez, 2008).
rador dos excertos de Vida Secas à categoria
(A) da onisciência seletiva. Considerando as diferentes correntes apresenta-
(B) do autor onisciente intruso. das por Marcuschi, assinale aquela que representa
(C) do narrador onisciente neutro. a concepção de língua como atividade sociointe-
(D) da onisciência seletiva múltipla. rativa:

8 Área de atuação: LETRAS: PORTUGUÊS E INGLÊS - Edital nº 728/2018


(A) A língua é vista como um meio, um mecanis- Alfredo Bosi, em sua leitura do poema indianista
mo de manuseio para canalizar informações. I-Juca Pirama, ressalta as qualidades rítmicas dos
Desconsidera aspectos cognitivos e sociais versos de Gonçalves Dias. Considerando os tre-
que envolvem o uso linguístico. chos extraídos do poema, podemos afirmar, com
(B) Contempla a língua em seu aspecto sistemáti- base nas observações de Bosi, que:
co, mas observa-a em seu funcionamento cog- (A) O trecho 1 e o trecho 2 apresentam o ritmo
nitivo, contextual e discursivo, predominando martelado.
a ideia de que o sentido se produz situadamen- (B) O trecho 1 apresenta o ritmo amplo e distendi-
te e que a língua é um fenômeno encorpado e do; e o trecho 2 apresenta o ritmo martelado.
não abstrato e autônomo. (C) O trecho 1 apresenta o ritmo amplo e disten-
(C) A língua é vista como uma entidade abstrata, dido; e o trecho 2 apresenta o ritmo ondeante.
estudada em suas propriedades estruturais au- (D) O trecho 1 e o trecho 2 apresentam o ritmo
tônomas. É tomada como código ou sistema ondeante.
de signos e sua análise desenvolve-se na ima-
nência do objeto.
(D) A língua é vista como atividade cognitiva ou 25 “Ler, escrever e refletir sobre a língua. Essas
um sistema de representação, com foco nos três tarefas – que no fundo são uma só: desenvol-
fenômenos mentais e nas representações con- ver o letramento – constituem toda a missão da es-
ceituais. cola no que diz respeito à educação em língua ma-
terna. Não há tempo a perder com outras práticas
que já se comprovaram absolutamente irrelevantes
24 No poemeto “I-Juca Pirama”, a crítica unâ- e inúteis para se cumprir essa missão”
nime tem admirado a ductibilidade dos ritmos que (BAGNO, M. Gramática pedagógica do português
vão recortando os vários momentos da narração. brasileiro. São Paulo: Parábola, 2013).
Amplo e distendido nos cenários (...). Ondeante nos
episódios em que se movem grupos humanos (...). De acordo com o excerto acima, há práticas peda-
Martelado nas tiradas de coragem, até o emprego do gógicas que se mostraram ineficazes para a edu-
anepesto nas apóstrofes célebres da maldição. cação em língua materna, ou seja, que não levam
(BOSI, A. História concisa da literatura brasileira. a desenvolver a leitura, escrita e reflexão sobre a
35. ed. São Paulo: Cultrix, 1994). língua. Assinale a alternativa que apresenta ativi-
dades dessa natureza.
Trecho 1 (A) Leitura de gêneros textuais diversos, com foco
Tu choraste em presença da morte? nas diversas funções sociais possíveis.
Na presença de estranhos choraste? (B) Produção de textos tendo como referência tex-
Não descende o cobarde do forte; tos de circulação em jornais e revistas.
Pois choraste, meu filho não és! (C) Análise sintática de termos de uma oração, no-
Possas tu, descendente maldito meando seus elementos constituintes, identifi-
De uma tribo de nobres guerreiros, cando categorias gramaticais.
Implorando cruéis forasteiros, (D) Identificação de categorias gramaticais, levan-
Seres presa de via Aimorés. do-se em consideração os efeitos discursivos
que elas produzem.

Trecho 2
Não vil, não ignavo, 26 “Se, para tentar e intimidar, o destinador ofe-
Mas forte, mas bravo, rece valores que ele acredita desejados ou temidos
Serei vosso escravo: pelo destinatário, para seduzir e provocar, o desti-
Aqui virei ter. nador apresenta imagens positivas ou negativas do
Guerreiros, não coro destinatário, de sua competência. Nesses casos, para
Do pranto que choro: manter ou para evitar a imagem que o outro faz dele,
Se a vida deploro, o destinatário realizará o que lhe é proposto (...)”.
Também sei morrer. (BARROS, D. L. P. Estudos do discurso.
(...) In: FIORIN, J. L. (Org.). Introdução à linguística
(DIAS, G. Gonçalves Dias: poesias e prosa II: princípios de análise. 4. ed. 2a reimpressão. São
completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008). Paulo: Contexto, 2008).

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo 9


A partir do trecho citado e considerando a noção entre dois sujeitos com percepções distintas sobre
de manipulação no âmbito dos estudos de semió- o vento. Considerando o trecho citado de Saraiva
tica, indique a frase em que a estratégia utilizada e Lopes em História da literatura portuguesa, a
é a sedução. oposição entre as vozes que realizam o diálogo no
(A) “Eu posso oferecer a você a beleza do meu texto de Pessoa-Caeiro relaciona-se:
corpo”. (A) à incapacidade de diálogo entre o guardador
(B) “Se não houver resposta imediata, vou cortar de rebanhos e o sujeito que o interpela, pela
seu salário”. diferença de nível de linguagem.
(C) “Tenho certeza de que você, que tem um ótimo (B) ao sentimentalismo transcendental associado
coração, vai colaborar com esta campanha”. ao vento pelo sujeito que interpela o guarda-
(D) “Compre este carro e ganhe uma televisão de dor de rebanhos.
presente”. (C) ao farisaísmo do guardador de rebanhos, que
procura impor uma visão de mundo que não se
sustenta em suas ações.
27 «Olá, guardador de rebanhos, (D) à discordância dos dois sujeitos em relação ao
Aí à beira da estrada, sentido oculto da passagem do vento, admiti-
Que te diz o vento que passa?» do por ambos.
 
«Que é vento, e que passa,
E que já passou antes, 28 “Language techniques are designed to
E que passará depois. engage learners in the pragmatic, authentic,
E a ti o que te diz?» functional use of language for meaningful
  purposes. Organizational language forms are not
«Muita coisa mais do que isso, the central focus, but rather aspects of language that
Fala-me de muitas outras coisas. enable the learner to accomplish these purposes.”
De memórias e de saudades (BROWN, 2007).
E de coisas que nunca foram.»
  The previous statement is a reference to:
«Nunca ouviste passar o vento. (A) Community Language Learning.
O vento só fala do vento. (B) Communicative Language Approach.
O que lhe ouviste foi mentira, (C) Audiolingual Method.
E a mentira está em ti.» (D) The Natural Approach.
(PESSOA, F. O eu profundo e
outros eus: antologia poética.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980).
29 Read the excerpt from TOMLINSON (2011)
“Ideally language learners should have strong and
“Com efeito, os heterônimos são, pode dizer-se, consistent motivation and they should also have
uma invenção nova na história da poesia europeia, positive feelings towards the target language, their
embora no desenvolvimento de uma tendência an- teachers, their fellow learners and the materials
tiga. Podemos talvez compreendê-la supondo que they are using. But, of course, ideal learners do not
cada heterônimo corresponde a um ciclo de atitu- exist and even if they did exist one day, they would
des como que experimentais. O heterônimo Alber- no longer be ideal learners the next day. Each class
to Caeiro reage em verso prosaicamente livre con- of learners using the same materials will differ
tra o transcendentalismo saudosista, mostrando from each other in terms of long- and short-term
que ’o único sentido oculto das coisas / é elas não motivation and of feelings and attitudes about the
terem sentido oculto nenhum‘, e contra o farisaís- language, their teachers, their fellow learners and
mo, então concorrentemente jacobino e devoto, da their learning materials, and of attitudes towards
poesia compassiva sentimental”. the language, the teacher and the materials.
(SARAIVA, A. J.; LOPES, Ó. História da literatura
portuguesa. 26. ed. Porto: Porto Editora, 1996). Obviously no materials developer can cater for
all these affective variables, but it is important for
O poema de Fernando Pessoa, excerto de O guar- anybody who is writing learning materials to be
dador de rebanhos, vincula-se ao heterônimo Al- aware of the inevitable attitudinal differences of
berto Caeiro e estrutura-se em forma de diálogo the users of the materials.”

10 Área de atuação: LETRAS: PORTUGUÊS E INGLÊS - Edital nº 728/2018


What can be concluded from the text about (A) (1) Evaluation question. (2) Deciding what
materials to teach languages is that their developers is good and bad, right or wrong, according to
should take into account that: some criteria. (3) “What do you think is more
(A) teachers differ in classroom attitudes appropriate?”
(B) learners differ in teachers attitudes (B) (1) Application question. (2) Applying
(C) teachers differ in learners attitudes information heard or read to pre-established
(D) learners differ in affective attitudes situations. (3) “What conclusions can you
draw from...”
(C) (1) Inference question. (2) Eliciting factual
answers, testing recall and recognition of
30 information. (3) “What is _____ used for?”
(D) (1) Synthesis question. (2) Breaking down into
parts, relating parts to the whole. (3) ‘What is
the function of____?”

32 [this domain] deals with the way in which


utterences are interpreted in context, and the ways
in which the utterences of a particular sentence
in a certain context may convey a message that
Fig. 1 - Principais fatores intervenientes no processo de ensinar e is not actually expressed in the sentence and in
aprender outras línguas other contexts might not have been conveyed.
Fonte: Almeida Filho, 2005. (HUDDLESTON and PULLUM, 2002).
The previous passage is a definition of:
Almeida Filho (2005) illustrates in figure 1: (A) pragmatics
(A) The impossibility of considering external (B) semantics
aspects from the classroom in the teaching (C) morphology
learning process. (D) syntax
(B) The need for the teacher, learner and teaching
material approach to be the same to make the
teaching learning process possible. 33 The aim of this particular model is to
(C) The main role the teacher´s approach has in provide a coherent framework for the integration
the teaching-learning process for being at the of the various aspects of learning, while at the
top of the pyramid. same time allowing enough room for creativity
(D) The different influences present in a classroom and variety to florish. The model consists of four
that a teacher has to consider in order to make elements: input, content focus, language focus,
the teaching learning process possible. task (HUTCHINSON and WATERS,1987).

Hutchinson and Waters (1987) present a material


31 Regarding to questioning strategies for design model based on four elements: input,
interactive learning, there are many ways to classify content, language and task. According to the
what kind of questions are effective in the classroom, authors, the primary focus of the unit is:
beginning with display questions to highly referential (A) to provide appropriate input so that learners
ones. Asking a lot of questions in classroom does not will have correct models of language use.
guarantee stimulation of interaction, for that reason, (B) the task, since it is the result of both language
knowing how to apply the appropriate question in and content drawn from the input accordingly
order to achieve a previous fixed objective is of great selected.
importance (BROWN, 2007). (C) the language focus, for its importance in
considering learner´s current language
Considering the statement above, choose the knowledge.
alternative that properly presents: (1) a question (D) to exploit meaningful content in a way learners
category (2) its explanation and (3) a correct example can communicate intended sentences and
of it. feelings about something.

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo 11


34 Given that communicative competence is the practice and at which choices are made about
goal of a language classroom, instruction needs to the particular skills to be taught, the content to
point toward all its components: organizational, be taught, and the order in which the content
pragmatic, strategic, and psychomotor. will be presented.
Communicative goals are best achieved by giving
due attention to language use and not just usage,
to fluency and not just accuracy, to authentic 36 According to Anthony’s model, approach is
language and contexts, and to students’ eventual the level at which assumptions and beliefs about
need to apply classroom learning to previously language and language learning are specified;
unrehearsed contexts in the real world (BROWN, method is the level at which theory is put into
2007). practice and at which choices are made about the
particular skills to be taught, the content to be taught,
Considering Communicative Competence as a and the order in which the content will be presented;
reference, it is correct to state that: technique is the level at which classroom procedures
(A) Drilling exercises do not contribute with are described (RICHARDS and RODGERS, 2001).
developing communicative competence.
(B) Functional and sociolinguistic aspects impair Richards and Rodgers (2001) criticism concerning
real world communication. Anthony’s (1963) definition of approach, method
(C) Fluency means using the language without and technique which resulted in the authors new
making mistakes. model resides in:
(D) Psychomotor skills contribute to teaching (A) The lack of attention to the nature of a method
pragmatics. as well as the role of the teachers, the learners
and the instructional materials in a method.
(B) Its failure in addressing the level of approach,
35 Read the excerpt from Anthony (1963) apud teachers and learners behaviour in actual
Richards and Rodgers (2001): classrooms and the use of textbooks.
“…An approach is a set of correlative assumptions (C) The lack of relationship between underlying
dealing with the nature of language teaching and theoretical principles and the practices derived
learning. An approach is axiomatic. It describes from them.
the nature of the subject matter to be taught… (D) Its focus on simplyfing the differences in such
… Method is an overall plan for the orderly abstract levels found in different language
presentation of language material, no part of teaching proposals.
which contradicts, and all of which is based upon,
the selected approach. An approach is axiomatic, a
method is procedural. 37 Regarding the history of language teaching
Within one approach, there can be many methods, Richards and Rodgers (2001) state that
methods…” changes in language teaching methods throughout
history have reflected recognition of changes in
Considering the excerpt and the nature of the kind of proficiency learners need, such as a
approaches and methods in English teaching, it is move toward oral proficiency rather than reading
correct to say that: comprehension as the goal of language study.
(A) Method is the level at which assumptions and Choose the alternative that relates a method name
beliefs about language and language learning to its characteristics:
are specified. (A) Audiolingual method: Language is not verbal
(B) Approach is the level at which theory is put behavior, therefore cannot be learned by
into practice and at which choices are made inducing the students to do likewise.
about the particular skills to be taught, the (B) Oral Approach: The target language is the
content to be taught, and the order in which language of the classroom.
the content will be presented. (C) Communicative Approach: Attends to
(C) Approach is the level at which assumptions structure and form more than meaning.
and beliefs about language and language (D) Total Physical Response: Abstractions are
learning cannot be specified. necessary to decode the grammatical structure
(D) Method is the level at which theory is put into of a language.

12 Área de atuação: LETRAS: PORTUGUÊS E INGLÊS - Edital nº 728/2018


38 According to BROWN (2007): (B) the lack of demands in a brave new world; a
“As students work together in pairs and groups, revolution in Linguistics; focus on the learner.
they share information and come to each others’ (C) the lack of demands in a brave new world; a
aid. They are a ‘team’ whose players must work revolution in Linguistics; focus on the language.
together in order to achieve goals successfully.” (D) the demands of a brave new world; a revolution
Taking into consideration the above passage it is in Linguistics; focus on the learner.
possible to state that the authors refer to
(A) Competitive learning
(B) Collaborative learning
(C) Cooperative learning 40 The origins of Communicative Language
Teaching (CLT) are to be found in the changes
(D) Cooperative teaching
in the British language teaching tradition dating
from the late 1960s. According to Richards and
39 Read the excert from HUTCHINSON &
Rodgers (2001), this approach aims to make
communicative competence the goal of language
WATERS (1987) about the ESP origin:
teaching and develop procedures for the teaching
“As with most developments in human activity,
of the four language skills that acknowledge the
ESP was not a planned and coherent movement,
interdependence of language and communication.
but rather a phenomenon that grew out of a number
Considering this, choose the alternative that
of converging trends. These trends have operated
presents a feature of the Communicative Approach:
in a variety of ways around the world, but we can
(A) Translation is forbidden at early levels.
identify three main reasons common to the emerge
(B) Accuracy, in terms of formal correctness, is a
of all ESP.”
primary goal.
Taking into consideration HUTCHINSON &
(C) The teacher is expected to specify the language
WATERS assumptions, what are the three main
that students are to use.
reasons for ESP emergence?
(D) Language is created by the individual often
(A) the demands of a brave new world; an evolution
through trial and error.
in Linguistics; focus on the teacher.

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo 13


CONCURSO PÚBLICO PARA
PROFESSOR DO ENSINO BÁSICO,
TÉCNICO E TECNOLÓGICO -
EDITAL Nº 728/2018

GABARITO DO CANDIDATO - RASCUNHO


Nome: Assinatura do Candidato: Inscrição:

QUESTÃO RESPOSTA
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40

Você também pode gostar