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METODOLOGIA DO
TRABALHO CIENTÍFICO
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3 APRESENTAÇÃO
4 UNIDADE 1 – Introdução
6 UNIDADE 2 – A Ciência
12 UNIDADE 3 – Os Tipos de Conhecimento
17 UNIDADE 4 – A Pesquisa
21 UNIDADE 5 – Pesquisa Bibliográfica
24 UNIDADE 6 – O Trabalho Científico
26 UNIDADE 7 – A Revisão de Literatura
30 UNIDADE 8 – O Artigo Científico

SUMÁRIO
31 UNIDADE 9 – A Leitura
32 UNIDADE 10 – A Escrita
36 UNIDADE 11 – Instrumentalização Científica
44 UNIDADE 12 – Plágio: O que é e Como Evitar
53 REFERÊNCIAS
3

APRESENTAÇÃO

Caro aluno, Dessa forma, você poderá dedicar-se com


tempo e atitude assertiva àquilo que lhe é
Ao elaborarmos esta obra, visando con-
mais importante: sua formação pessoal e in-
templar a Disciplina Metodologia Científica,
telectual de forma crítica e prazerosa.
objetivamos construir um texto que possibi-
lite a preparação do seu
Professora Náuplia Lopes

Trabalho de Conclusão de Curso

Constitui-se em um documento interno


da instituição e tem como objetivo a orien-
tação da pesquisa e elaboração do seu TCC
(Trabalho de Conclusão de Curso) – Artigo
Científico – exigido para conclusão dos cur-
sos de especialização desta instituição e al-
guns conceitos de trabalhos científicos aqui
apresentados visam atender às necessida-
des da produção científica e do entendimen-
to, a respeito do tipo de trabalho que você
tem o compromisso de elaborar.

Esperamos que você construa a sua pes-


quisa de acordo com as orientações contidas
neste documento e, apoiando-se na Apos-
tila de Métodos e Técnicas de Pesquisa dis-
ponibilizada juntamente com o seu material
didático, confeccione seu Artigo Científico e
o envie à Instituição, ele deverá ser encami-
nhado somente por e-mail em arquivo ane-
xo, formato Word.

Atendendo às demandas atuais de pes-


quisas que utilizam das benesses tecnológi-
cas modernas, oferecemos a você uma gama
de caminhos na informática para se realiza-
rem esses tipos de pesquisas online1.

Esperamos ainda, tornar a sua vida mais


tranquila com relação a pesquisa científica.

1- Na internet.
4

UNIDADE 1 – Introdução

A introdução desta Disciplina em sua gra- mentalmente cidadão, que encontra


de curricular de estudos atende às exigên- na competência reconstrutiva de co-
cias legais para elaboração de um Trabalho nhecimento seu perfil decisivo. Tem
Científico para conclusão de cursos de espe- pela frente o duplo desafio de fazer
cialização Lato sensu. o conhecimento progredir, mas, mor-
mente, de o humanizar. [...] Pesqui-
Visamos, pois, a partir da elaboração des-
sa é, pois, razão acadêmica crucial
ta obra, oportunizar ao nosso estudante o
de ser. A aprendizagem adequada é
desenvolvimento de uma atitude científica
aquela efetivada dentro do proces-
necessária e inerente no processo de cons-
so de pesquisa do professor, no qual
trução do conhecimento e do fazer educa-
ambos – professor e aluno – apren-
tivo e a instrumentalização teórico-meto-
dem, sabem pensar e aprendem a
dológica da pesquisa com vistas à iniciação
aprender. (DEMO, 2001, p.02)
científica em educação e ao uso da mesma
na prática diária de aprendizagem.

Nesta obra não se pretende esgotar o Em primeiro lugar, portanto, falaremos da


tema Metodologia Científica e, por isso, ele- Ciência e seus conceitos e quais as atitudes
gemos algumas questões que consideramos que devemos ter frente a ela, visto que con-
relevantes para que você consiga desen- forme Lakatos e Marconi,
volver sua atitude científica e sua pesquisa,
conseguindo, assim, confeccionar seu TCC – a ciência não é o único caminho
trabalho de Conclusão de Curso, de maneira de acesso ao conhecimento e à ver-
tranquila e sem muitas dificuldades. dade. Um mesmo objeto ou fenôme-
no pode ser matéria de observação
Para confecção desta obra, recolheu-se tanto para o cientista como para o
um vasto material bibliográfico e organi- homem comum. O que os difere é a
zou-se uma sequência de informações que forma de observação. (LAKATOS e
possam ser úteis a você nesta etapa final do MARCONI, 2009, p. 23).
curso.

Nosso objetivo se restringe a uma peque-


na incursão pelo universo científico, posto Em seguida, faremos uma análise dos Ti-
que fazer pesquisa é fazer ciência, é buscar pos de Conhecimentos e ressaltaremos o
soluções para problemas da sociedade, é se Conhecimento Científico, posto ser este o
colocar a serviço da humanidade e, muitas conhecimento que deverá ser utilizado para
vezes é dar voz a atores sociais desconheci- a produção e pesquisa acadêmica.
dos ou esquecidos do mundo acadêmico. Na sequência, relataremos os Métodos
Conforme Demo (2001), Científicos existentes e que devem ser uti-
lizados para fazer Ciência; o que vem a ser
O estudante que queremos formar Projeto de Pesquisa, seus tipos e como reali-
não é apenas técnico, mas funda-
5

zá-los; a Pesquisa e seus conceitos; os Tipos


de Pesquisas e como utilizá-las.

Abordaremos separadamente a Pesqui-


sa Bibliográfica por entendermos ser esta a
mais aplicável no nosso caso devido a falta
de tempo e a escassez de informações e con-
dições didáticas e metodológicas para se re-
alizar outros tipos de pesquisas. Falaremos
também sobre os Métodos de Pesquisa; os
variados Trabalhos Científicos, dando ênfase
ao Artigo Científico, por ser este a exigência
da instituição para o seu TCC.

Ressaltaremos a importância do Planeja-


mento e as etapas de elaboração do mesmo,
terminando com a Revisão de Literatura,
base para todo trabalho científico e, em nos-
so caso, a alma da Pesquisa e do TCC.

Ao final e em anexo, elencamos várias


Orientações Metodológicas no que tange
a utilização da informática e da internet na
pesquisa científica, bem como, abordaremos
a questão plágio e como evitá-lo.

As normas e técnicas contidas nesta obra,


baseiam-se nas mais recentes normas e pa-
drões da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT)2 e em bibliografias de espe-
cialistas na área de Metodologia Científica3.

2- Associação Brasileira de Normas Técnicas, cujas normas


também estão nas referências.
3- Vide referências.
6

UNIDADE 2 – A Ciência

Ao procurar pelo conceito de ciência en- conhecimento;


contram-se inúmeros e os mais diversos,
• Objeto – formal olhar das diversas
posto ser este um assunto deveras comple-
ciências sobre um mesmo objeto material;
xo e, por isso mesmo, merece que se busque
explicá-lo. • – material aquilo que se
pretende conhecer.
Para Lakatos e Marconi (2009), a ciência
se define por “um conjunto de conhecimen- Porém, nosso objetivo é a Metodologia
tos racionais, certos ou prováveis, obtidos Científica.
metodicamente, sistematizados e verificá-
veis, que fazem referência a objetos de uma
mesma natureza” (p. 77). A Metodologia Científica
As mesmas autoras ainda afirmam que “a Metodologia, do Grego – META, que signi-
ciência não é o único caminho de acesso ao fica ao largo, caminho; e LOGOS que significa
conhecimento e à verdade” e acrescentam discurso, estudo. Epistemologicamente sig-
que “ um mesmo objeto ou fenômeno pode nifica “o estudo da ciência” – por isso a neces-
ser observado de maneira diferente, por um sidade de conceituar ciência – ou a crítica ao
cientista e um homem comum” (LAKATOS e conhecimento científico, através do exame
MARCONI, 2009, p. 75-76 – trecho adaptado). das hipóteses, dos princípios e das conclu-
sões, objetivando determinar seu alcance e
Outros autores como Junior (1988) con-
seu valor.
ceituam ciência como “um conjunto de pro-
posições (teorias) coerentes, sem contradi- É, portanto, a disciplina que oferece os ca-
ções internas, com encadeamento racional, minhos necessários para o autoaprendizado
despida de valorações e subjetividade” (p. em que você é o sujeito do processo, apren-
23). Dencker (1998) diz que a ciência “ca- dendo a pesquisar e a sistematizar o conhe-
racteriza-se como uma forma especial de cimento adquirido, estudando todos os mé-
conhecimento da realidade empírica” e mais todos científicos sob os aspectos descritivos
a frente afirma ser “um conhecimento ra- e da análise reflexiva.
cional. Metódico, sistemático, capaz de ser
submetido à verificação e que passa por um Ao tratar do processo científico, a me-
processo de reflexão” (DENCKER, 1998, p. todologia da ciência descreve o que são os
65). Assim, podemos relacionar como sendo métodos científicos da indução, dedução e o
características da ciência: hipotético-dedutivo, incluindo outros proce-
dimentos que levam à formulação das hipó-
• Finalidade ou objetivo – distinguir teses, bem como, a elaboração e explicação
características, leis e princípios comuns que de leis e teorias científicas, fazendo também
controlam os eventos; uma análise crítica delas.
• Função – aperfeiçoar e ampliar a re- Temos também a Metodologia do Trabalho
lação do homem com a realidade através do Científico que, conforme Saloman (1999),
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trata-se de um estudo sobre um para a explicação desses fenômenos da na-


tema específico ou particular, com tureza e do caráter transcendental que se
suficiente valor representativo e que deu à morte, como fundamento de suas con-
obedece a rigorosa metodologia. In- cepções. Em sendo, a verdade passou a ser
vestiga determinado assunto não só baseada em revelações da divindade.
em profundidade, mas também em
O conhecimento religioso emerge como
todos os seus ângulos e aspectos,
uma tentativa de explicar os acontecimentos
dependendo dos fins a que se desti-
através de causas primeiras e dos deuses.
nam. (SALOMAN, 1999, p. 42).
Assim, o homem somente poderia alcançar
o conhecimento através de revelações e da
inspiração divina. O caráter sagrado das leis,
Sendo assim, a Metodologia consiste no do conhecimento, da verdade, como explica-
estudo e avaliação dos vários métodos dis- ções sobre o homem, seu surgimento, bem
poníveis, identificando suas limitações ou como, de todo o universo, determina uma
não em nível das implicações de suas atua- aceitação acrítica dos mesmos, deslocando
lizações. Noutro nível, a Metodologia prima o olhar para a explicação da natureza da di-
por examinar e avaliar as técnicas, bem como vindade.
a geração ou verificação de novos métodos
que conduzem à captação e processamento Na sequência surge o conhecimento filo-
de informações com vistas à resolução de sófico que, por sua vez, busca uma investi-
problemas de investigação. gação racional como tentativa de se buscar a
captação da essência imutável do real, atra-
A seguir, relacionaremos e analisaremos vés da compreensão da forma e das leis da
os métodos científicos e sua aplicabilidade. natureza.

Sendo assim, a junção entre o senso co-


OS MÉTODOS CIENTÍFICOS: mum, a explicação religiosa e o conhecimen-
DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO to filosófico, guiou as preocupações do ho-
mem consigo e com o universo. Foi somente
Preocupado em descobrir o funcionamen- a partir do século XVI que se iniciou uma linha
to dos fenômenos naturais, o homem vem, de pensamento, cuja proposta era encontrar
desde os primórdios da humanidade, bus- um conhecimento embasado em maiores
cando explicações para as forças da natureza garantias e na procura do que fosse real.
que o subjugavam e a morte. O conhecimen-
to inicialmente adquirido empiricamente e Nesse sentido, não se buscava mais as
de natureza mítica voltou-se à explicação causas prováveis e absolutas ou a natureza
desses fenômenos, relacionando-os a enti- íntima das coisas; ao contrário, procurava-se
dades sobrenaturais. A verdade era carrega- compreender as relações existentes entre
da de noções supra-humanas e a explicação elas, assim como a explicação para os acon-
firmava-se em motivações humanas, atribu- tecimentos, através da observação científi-
ídas a "forças" e potências sobrenaturais. ca e o raciocínio.

O caráter dogmático surge à medida que o Não obstante, da mesma forma que o co-
conhecimento religioso se voltou, também, nhecimento se desenvolveu, a sistematiza-
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ção de atividades e o método também sofre- mada conclusão - “não propiciam um conhe-
ram transformações. Galileu Galilei, primeiro cimento completo do universo” (SALOMON,
teórico do método experimental foi o pionei- 1999).
ro no trato desse assunto, no nível de conhe-
Parte-se, então, do pressuposto de que o
cimento científico. Apesar de discordar dos
conhecimento científico é o único caminho
seguidores do filósofo Aristóteles, Galileu
seguro para a verdade dos fatos, devendo
considera que o conhecimento da essência
seguir os seguintes passos:
interior das substâncias individuais deve ser
substituído pelo conhecimento das leis que a) experimentação;
presidem os fenômenos, como objetivo para
b) formulação de hipóteses;
as investigações.
c) repetição;
Para Galileu, a ciência tem como principal
foco as relações quantitativas em detrimen- d) testagem das hipóteses;
to da qualidade. Seu método pode ser des-
crito como indução experimental, podendo e) formulação de generalizações; e
chegar a uma lei geral através da observação f) leis.
de certo número de casos particulares.

Podemos expor os principais passos de


seu método da seguinte forma: Na sequência e no mesmo século surge
Descartes com sua obra, “Discurso do Méto-
a) observação dos fenômenos; do”, onde ele afasta-se dos processos indu-
b) análise dos elementos constitutivos tivos, originando o método conhecido como
desses fenômenos, com a finalidade de es- dedutivo. Para ele, chega-se à certeza atra-
tabelecer relações quantitativas entre eles; vés da razão, princípio absoluto do conheci-
mento humano.
c) indução de certo número de hipóte-
ses; Neste caso, Descartes sugere quatro re-
gras:
d) verificação das hipóteses aventa-
das por intermédio de experiências; a) evidência – não tomar como verda-
deira uma coisa que não se reconheça evi-
e) generalização do resultado das ex- dentemente como tal, ou seja, evitar a preci-
periências para casos similares; pitação e o preconceito, não incluindo juízos
de valor;
f) confirmação das hipóteses, obten-
do-se, a partir delas, leis gerais. b) análise - dividir cada uma das dificul-
dades em tantas partes quantas necessárias
para melhor resolvê-las, isto é, decompor o
Francis Bacon, outro estudioso da ciência todo em suas partes constitutivas, indo sem-
e do método científico, também partiu da crí- pre do mais complexo para o menos comple-
tica a Aristóteles, por considerar que “o pro- xo;
cesso de abstração e o silogismo” - dedução
c) síntese - consiste em conduzir or-
formal, partindo de duas proposições (pre-
denadamente os pensamentos, começando
missas), delas retirando uma terceira, cha-
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pelos objetos mais simples e mais fáceis de o próprio processo de investigação". (apud
conhecer, até o conhecimento dos objetos GRAWITZ, 1975, p. 18).
mais complexos;

d) enumeração - realizar sempre enu-


Método científico
merações minuciosas e revisões gerais a
ponto de nada omitir. Podemos definir o método científico como
a teoria da investigação que alcança seus ob-
É claro que muitas outras visões foram
jetivos, quando cumpre ou se propõe a cum-
sendo incorporadas aos métodos já existen-
prir, de forma científica, as seguintes etapas:
tes, fazendo com que surgissem também
outros métodos, como veremos adiante. An- a) Descobrimento do problema - ou
tes, porém, cabe apresentar alguns concei- brecha, num conjunto total de acontecimen-
tos de método. Para Salomon (1999), “O Mé- tos;
todo Científico é a estratégia que organiza e
orienta a atividade científica, encaminhando b) Colocação precisa do problema -
à obtenção de um novo conhecimento cien- ou a recolocação de um velho problema à luz
tífico que transforme a realidade”. (apud de novos conhecimentos;
GARCIA, 1995). c) Procura de conhecimentos ou
instrumentos relevantes ao problema
– pesquisa sobre o conhecido para tentar re-
Conceitos de método solver o problema;
A partir de diversos autores, relaciona- d) Tentativa de solução do proble-
mos vários conceitos sobre método, a saber: ma com auxílio dos meios identificados
Hegenberg afirma que método é o "Cami- - se a tentativa resultar inútil, passa-se para
nho pelo qual se chega a determinado re- a etapa seguinte, em caso contrário, passa-
sultado, ainda que esse caminho não tenha -se para a subsequente;
sido fixado de antemão de modo refletido
e deliberado". (1976, p. 115); Ackoff diz que e) Invenção de novas ideias – criação
é a "Forma de selecionar técnicas e ava- e análise de hipóteses, teorias ou técnicas,
liar alternativas para ação científica". (apud ou ainda, produção de novos dados empíri-
HEGENBERG, 1976, p. 116); Para Trujillo é a cos que possibilitem a resolução do proble-
"Forma ordenada de proceder ao longo de ma;
um caminho". (1974, p. 24); É a "Ordem que f) Obtenção de uma solução – pode
se deve impor aos diferentes processos ne- ser exata ou aproximada do problema, utili-
cessários para atingir um fim dado" na visão zando-se do instrumental conceitual ou em-
de Jolivet, (1979, p. 71); São os "Conjuntos pírico disponível;
de processos que o espírito humano deve
empregar na investigação e demonstração g) Investigação das consequências
da verdade" para Cervo e Bervian (1978, p. da solução obtida – é a busca de prognós-
17); E para Kaplan "Caracteriza-se por ajudar ticos que possam ser feitos com seu auxílio,
a compreender, no sentido mais amplo, não em se tratando de uma teoria;
os resultados da investigação científica, mas h) Prova ou comprovação da solu-
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ção – comparação entre a solução encon- ciedade.


trada e a totalidade das outras teorias e da
Temos ainda, os "métodos de procedi-
informação empírica pertinente. Se o resul-
mento" que seriam etapas mais concretas
tado for satisfatório, conclui-se a pesquisa B.
da investigação, objetivando e justificando-
Do contrário, passa-se para a etapa seguin-
-se por uma postura menos abstrata e mais
te;
restrita em termos de explicação geral dos
i) Correção das hipóteses, teorias, fenômenos. Pressupõem-se uma atitude
procedimentos ou dados empregados concreta em relação ao fenômeno, estando
na obtenção da solução incorreta – co- limitadas a um domínio particular.
meça-se um novo ciclo de investigação.
Listaremos a seguir estes métodos, na
área restrita das ciências sociais, em que
geralmente são utilizados vários ao mesmo
Métodos específicos das
tempo:
Ciências Sociais
5 - Método Histórico – é o método que
Apesar de alguns autores fazerem distin-
investiga acontecimentos, processos e insti-
ção entre "método" e "métodos", ainda não
tuições do passado com a finalidade de veri-
ficou clara essa diferença e, portanto, utili-
ficar a sua influência na sociedade atual.
za-se o termo "método" em todos os casos e
para tudo. Assim, em primeiro lugar, temos o 6 - Método Comparativo – este método
método de abordagem assim discriminado: é bastante utilizado em estudos comparati-
vos entre grupos do presente, do passado,
1 - Método Indutivo – parte de questões
ou entre os dois. Também se usa para com-
particulares, caminhando geralmente para
parações entre sociedades de iguais ou de
planos cada vez mais abrangentes, indo das
diferentes estágios de desenvolvimento
constatações mais particulares às leis e teo-
histórico;
rias (conexão ascendente);
7 - Método Monográfico – é um método
2 - Método Dedutivo – inverso do induti-
bastante recortado e consiste no estudo de
vo, parte das teorias e leis, na maioria das ve-
determinados indivíduos; suas profissões;
zes, indo parar na ocorrência dos fenômenos
as instituições; as condições de diversos gru-
particulares (conexão descendente);
pos, separadamente; estuda grupos ou co-
3 - Método Hipotético-dedutivo – par- munidades; todos esses estudos partem da
te-se da percepção de uma lacuna nos co- premissa de obtenção de generalizações;
nhecimentos, acerca da qual formulam-se
8 - Método Estatístico – em termos
hipóteses e, pelo processo de inferência de-
quantitativos, esse método significa a re-
dutiva, testam-se a predição das ocorrências
dução de fenômenos sociológicos, políticos,
de fenômenos abrangidos pela hipótese.
econômicos, entre outros. A manipulação
4 - Método dialético – o mais profundo, através da estatística permite analisar e
penetra o mundo dos fenômenos, através comprovar ou não, as relações dos fenôme-
de sua ação de recíprocidade, da contradi- nos entre si, além de permitir a obtenção de
ção inerente ao fenômeno e das mudanças generalizações sobre sua natureza, ocorrên-
dialéticas que ocorrem na natureza e na so- cia ou significado;
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9 - Método Tipológico – muito seme-


lhante ao método comparativo, permite ao
pesquisador comparar fenômenos sociais
complexos, criando tipos ou modelos ide-
ais (que não existam de fato na sociedade),
construídos a partir da análise de aspectos
essenciais do fenômeno;

10 - Método Funcionalista – podería-


mos dizer que esse método é mais de inter-
pretação do que de investigação. A partir
dele se estuda a sociedade partindo do pres-
suposto da função de suas unidades, isto é,
como um sistema organizado de atividades;

11 - Método Estruturalista – parte da


investigação de um fenômeno concreto, ca-
minha para o nível abstrato, por intermédio
da construção de um modelo que represente
o objeto de estudo, chegando finalmente ao
concreto, como uma realidade estruturada e
relacionada com a experiência do sujeito so-
cial.

Todos esses métodos podem ser utili-


zados em pesquisas científicas, devendo o
pesquisador escolher aquele que lhe permi-
tirá obter os resultados esperados.

É um importante exercício científico a es-


colha do método a ser utilizado, dela depen-
dendo o sucesso da pesquisa.

Após a escolha do método, parte-se para


a pesquisa, não antes de conhecer os tipos
de conhecimento e a importância da utiliza-
ção do conhecimento científico ao se fazer
ciência.
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UNIDADE 3 – Os Tipos de Conhecimento

O que é conhecer? ca o seu hábitat enquanto os outros animais


apenas são adaptativos ao ambiente em que
Podemos dizer, a partir das concepções de
se encontram. Um exemplo seria o do João-
Cyrino e Penha (1992), que conhecer é, sem
-de-barro, passarinho que desde o início da
dúvidas "elaborar um modelo de realidade" e
sua existência, constrói o mesmo tipo de
"projetar ordem onde havia caos" (CYRINO e
moradia.
PENHA, 1992, p. 13). Posto isso, três elemen-
tos se fazem necessários para que o conhe- Ao contrário do João-de-barro, passari-
cimento seja construído e internalizado: nho, o homem começou morando em caver-
nas. Mais adiante, passou a construir choças
a) O objeto – aquilo que o sujeito analisa,
e cabanas. Um pouco mais de evolução o le-
busca e investiga para conhecer;
vou a construir casas de madeiras, tijolos e
b) O sujeito – aquele que conhece; cimento. Hoje, utiliza-se estruturas sofisti-
cadíssimas como moradias: casas inteligen-
c) A imagem mental – ideia, opinião ou
tes, edifícios altíssimos e construções que
conceito que resulta da relação sujeito-obje-
tentam ser à prova de terremotos e fura-
to e que habita a partir de então a subjetivi-
cões.
dade daquele que conhece.
A pergunta é: Por que o humano progre-
Sendo assim, podemos afirmar que o co-
diu e o joão-de-barro, não?
nhecimento não nasce do buraco negro da
nossa mente, mas, sim, das experiências que A resposta a essa pregunta é que o ho-
arregimentamos e acumulamos em nossa mem pensava e pensa e, não somente exe-
vida diária, através dos relacionamentos in- cuta ações. O pensar é que o leva a mofidifi-
terpessoais, de experiências, das constru- car o ambiente a sua volta e a mudar o como
ções, das leituras de livros e artigos diversos, fazer.
das viagens. Conhecer é, pois, internalizar
Podemos concluir então, nesse breve
um novo conceito, ou um conceito original,
relato histórico que, sentir, pensar, proble-
sobre um fenômeno ou fato qualquer.
matizar e agir são ações extremamente ne-
cessárias e fundamentais no processo de
produção de informações, saberes e conhe-
Pensar e conhecer
cimentos.
O animal homem diferencia-se dos outros
animais pela sua capacidade de pensar e, ao
fazê-lo, problematizar o seu ambiente fisica- Os tipos de conhecimento humano
mente e culturalmente. Fisicamente signifi-
Existem diversos tipos de conhecimento
ca a sua identificação com a natureza e cul-
humano e todos eles com a mesma impor-
turalmente, refere-se a produção humana
tância para a humanidade e seu desenvolvi-
em todos os aspectos.
mento. É possível traçar estudos e análises
Dessa forma o homem interfere e modifi- tendo como base os diversos conhecimen-
13

tos. Por exemplo, ao estudar o homem, po- -a-dia e após inúmeras tentativas, ou seja,
demos elencar diversas conclusões sobre o conhecimento adquirido através de ações
a sua atuação e o seu papel na sociedade, rotineiras e não planejadas. Exemplo: A cha-
baseando-nos, apenas, no senso comum ou ve está emperrando na fechadura e, de tan-
na nossa experiência cotidiana; podemos to experimentarmos abrir a porta, acabamos
questioná-lo quanto à sua origem e destino, por descobrir (conhecer) um jeitinho de girar
assim como quanto à sua liberdade; pode- a chave sem emperrar.
mos também, analisá-lo como um ser bioló-
Apesar de sua aspiração à racionalidade
gico, ao verificarmos as relações existentes
e objetivo, o bom senso só consegue atingir
entre determinados órgãos e suas funções,
essa condição de maneira muito limitada,
a partir do conhecimento científico; pode-
podendo ser definido como o modo vulgar,
mos, ainda, observá-lo como uma ser criado
popular, comum e espontâneo de conhecer,
pela divindade, à sua imagem e semelhança,
que se adquire no trato direto com as coisas
e meditar sobre o que dele dizem os diversos
e os seres humanos, sem análises ou críticas.
textos sagrados.
"É o saber que preenche a nossa vida diária
Sendo assim, apesar da divisão entre os ti- e que se possui sem o haver procurado ou
pos de conhecimento em popular, filosófico, estudado, sem a aplicação de um método e
religioso e científico, estas podem coexistir sem se haver refletido sobre algo". (BABINI,
na mesma pessoa, o que a torna uma pessoa 1957, p. 21).
sábia por transitar entre todas as esferas do
Podemos dizer que o conhecimento po-
conhecimento humano: um cientista, vol-
pular tem as seguintes características:
tado, por exemplo, ao estudo da física, em
muitos aspectos de sua vida cotidiana, pode Superficialidade – posto que, confor-
agir segundo conhecimentos provenientes ma-se com a aparência, com aquilo que se
do senso comum, pode ser crente praticante pode comprovar simplesmente olhando ou
de determinada religião e estar filiado a um estando junto das coisas.
sistema filosófico.
Sensitividade – refere-se a estados de
A todo esse produto da inteligência hu- espírito, de vivências, de ânimo e emoções
mana, chamamos conhecimento. Além dele, da vida.
temos as informações e os saberes.
Subjetividade – as experiências e co-
nhecimentos são organizados pelo próprio
sujeito.
Os Saberes e os diversos tipos de
conhecimento Assistematicidade – não há um méto-
do de aquisição do conhecimento, este se dá
Os saberes e as informações são infinitos,
sem planejamento e sem a busca da compro-
porém, os conhecimentos podem ser classi-
vação dos fatos.
ficados, como veremos abaixo:
Acriticidade – não há a pretensão de
1 - Conhecimento Empírico (ou co-
confirmação sobre a condição de serem, os
nhecimento vulgar, ou senso-comum)
conhecimentos, verdadeiros ou não.
É o conhecimento obtido ao acaso, no dia-
É o que denominamos o saber da vida. Um
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tipo de saber que se baseia na vivência es- tipo de conhecimento apóia-se em doutri-
pontânea, começando no nascimento e indo nas que contêm proposições sagradas e de-
até a morte. Assim, tudo pode se tornar ob- pendem das crenças e da formação moral de
jeto a ser "explorado" e representado nesse cada indivíduo. Parte, portanto, da compre-
nível de conhecimento da realidade. O resul- ensão e da aceitação da existência inegável
tado dessa relação com o mundo é um saber de um Deus ou de deuses, que constituem a
classificado como empírico. razão de ser de todas as coisas. Esses seres
"revelam-se" aos humanos e, se assim são,
Nesse mesmo âmbito de conhecimento,
não há porque a razão compreender esses
encontramos ainda o conhecimento mítico,
dogmas, bastando, para tanto, aceitá-los. O
modalidade de conhecimento baseada na
conhecimento teológico investiga e tenta
intuição. Ajuda o ser humano a "explicar" o
explicar somente esse proceso.
mundo por meio de representações simples,
porém não racionais, nem resultantes de ex-
perimentações científicas.
3 - Conhecimento Filosófico
É um conhecimento "expresso por meio
É o conhecimento que se faz especulando
de linguagem simbólica e imaginária" (CYRI-
sobre fenômenos, gerando, assim, conceitos
NO e PENHA, 1992, p. 14), onde o homem cria
subjetivos. É fruto da reflexão e do raciocínio
representações para atribuir um sentido às
humano. Através dele, o homem busca dar
coisas, baseando-se na crença de que seres
sentido aos fenômenos gerais do universo,
fantásticos e suas histórias sobrenaturais
ultrapassando os limites formais da ciência.
são responsáveis pela existência de todas as
Exemplo: "O homem é a ponte entre o animal
coisas.
e o além-homem" (Friedrich Nietzsche).

Podemos relacionar suas características,


2 - Conhecimento Religioso ou Teoló- como sendo:
gico
Valorativo – As hipóteses filosóficas tem
É um tipo de conhecimento que parte do por base a experiência e não na experimen-
princípio da infalibilidade e indiscutibilidade tação, não podendo ser submetidas a obser-
das verdades por consistirem em revelações vações;
da divindade, do sobrenatural. Exemplo:
Não verificável – não se pode confirmar
Acreditar que alguém foi curado por um mi-
e nem refutar os enunciados de suas hipóte-
lagre; acreditar em espírito ou acreditar em
ses;
Duende; acreditar em reencarnação; entre
outros. Racional – há lógica e correlação no con-
junto de enunciados;
Sendo assim, se o saber da vida se ba-
seia nas experiências de vida, sendo, portan- Sistemático – busca a representação co-
to, espontâneo, e se o conhecimento mítico erente da realidade para apreendê-la em sua
é fundamentado na crença em seres fantás- totalidade;
ticos e é elaborado fora da lógica racional, o
Infalível e exato – não é submetido ao
saber teológico fundamenta-se na fé, não
decisivo teste da observação ou experimen-
podendo ser confirmado ou negado. Esse
15

tação. Verificável – pode ser comprovado e ve-


rificado a qualquer momento. Hipóteses não
O conhecimento filosófico almeja respon-
comprovadas não pertencem ao âmbito da
der às grandes indagações do homem bus-
ciência;
cando até leis mais universais que englobam
e harmonizam as conclusões da ciência. Falível – pode ser substituído por uma
outra teoria descoberta ou desenvolvida por
Nesse sentido, o conhecimento filosófico
modernos aparelhos e máquinas, em virtude
busca os "porquês" de tudo o que existe, sen-
de não ser definitivo, absoluto ou final.
do ativo e colocando o homem como busca-
dor de respostas para as infinitas perguntas Aproximadamente exato – as teorias
que ele formula. Exemplos: De onde viemos?, existentes podem ser reformuladas a partir
Quem é o homem?, Para onde vamos?, Qual é de novas proposições e o desenvolvimento
o valor da vida humana?, O que é o sentido da de novas técnicas.
vida?, O que é o tempo?, ente outras.
Podemos ainda dizer, baseando-nos em
Galliano (1979) que o Conhecimento Cientí-
fico:
4 - Conhecimento Científico
- É racional e objetivo.
O conhecimento científico é racional e
produzido a partir da investigação metódica - Atém-se aos fatos.
da realidade, através de pesquisas, experi-
- Transcende aos fatos.
mentos e da busca sobre a lógica dos fatos,
fenômenos, seres e acontecimentos huma- - É analítico.
nos e naturais.
- Requer exatidão e clareza.
Trata-se portanto, de um conhecimen-
to sistemático e metódico, proveniente da - É comunicável.
experimentação, validação e comprovação - É verificável.
das hipóteses aventadas, possibilitando ao
homem elaborar instrumentos para intervir - Depende de investigação metódica.
na realidade e transformá-la para melhor ou - Busca e aplica leis.
para pior.
- É explicativo.
O conhecimento científico tem como ca-
racterísticas, ser: - Pode fazer predições.

Real, factual – parte das ocorrências, - É aberto.


dos fenômenos e dos fatos; - É útil (GALLIANO, 1979, p. 24-30).
Contingente – tem a veracidade ou falsi-
dade de suas proposições ou hipóteses com-
provadas através da experimentação; 5 - Conhecimento técnico

Sistemático – forma um sistema de Saber fazer. Operacionalização. Esse co-


ideias (teorias) lógicas e não conhecimentos nhecimento baseia-se no domínio do mundo
dispersos e desconexos; e da natureza. É um conhecimento especiali-
16

zado e extremamente específico, esmeran- de.


do-se na aplicação de todos os outros sabe-
Porém, no nosso caso, o conhecimento
res que lhe podem ser úteis.
a ser utilizado é o conhecimento científico,
Esse saber auxilia o homem a agir no mun- pois, o objetivo do estudo científico é a com-
do, levando-o as mais diversas atividades no provação dos fatos através das experiências,
que tange à produção técnica. Porém, a sua experimentações e pesquisas.
supervalorização pode levar a um desvio que
coloque em segundo plano as atividades de
pensar e de compreender os "porquês" das
coisas, razão pela qual o emprego da tecno-
logia requer muito cuidado e bom senso.

6 - O saber das artes

Buscando ordem para preencher o vazio


humano, temos o saber da vida; buscando na
crença a razão de ser de todas, temos o co-
nhecimento mítico; buscando a fundamen-
tação na ideia das divindades para buscar as
verdades acabadas, temos o saber teológico;
buscando as representações racionais da re-
alidade, temos a filosofía e; se a ciência busca
conhecer de maneira comprovada e segura;
se a técnica busca aplicar conhecimentos, o
saber das artes busca o refinamento do es-
pírito ao oferecer-lhe a relação com o senso
do belo e do grotesco. Experimentar o belo e
extrair dele o fundamento para o refinamen-
to de si mesmo é a finalidade maior de tudo
aquilo que se produz em termos de artes e
sem as quais o ser humano se vê empobre-
cido.

Podemos concluir que o homem é capaz


de produzir diversos tipos de informações,
conhecimentos e saberes. E disso ele é ca-
paz porque pensa, problematiza, raciocina,
julga, avalia, decide e age no mundo. Nesse
sentido, um tipo de conhecimento não é me-
lhor que o outro. Eles devem ser vistos numa
perspectiva de complementaridade, inter-
disciplinaridade e até de transdisciplinarida-
17

UNIDADE 4 – A Pesquisa

Tendo como objetivo descobrir respostas g) Coleta dos dados;


para indagações propostas mediante o uso
h) Análise e interpretação dos resultados;
de procedimentos científicos, a pesquisa é
o processo de desenvolvimento do método i) Redação do trabalho científico.
científico.

Pesquisar é o conjunto de ações que se


O Problema
propõe para encontrar a solução desejada de
um problema, tendo por base procedimen- Formular um problema é, sem dúvidas, o
tos racionais e sistemáticos. passo mais importante para se iniciar uma
pesquisa. Um problema é um fenômeno ou
Alguns procedimentos são comuns à pes-
fato ainda sem resposta ou explicações,
quisa, tais como:
sendo sua solução possibilitada pela pesqui-
a) Elaboração de questões ou proposição sa. A escolha do problema deve ser, então, a
de problemas e levantamento de hipóteses primeira tarefa do pesquisador, que deve se-
ou soluções; guir algumas diretrizes, a saber:
b) Realização de leituras analíticas e ob- a) O problema deve ser formulado como
servações; uma pergunta;
c) Registro e análise das leituras e das ob- b) Deve ser delimitado de modo claro, pre-
servações; ciso e viável;
d) Elaboração de explicações, generaliza- c) Apresentar, sempre que possível, algu-
ções, conclusões e previsões. mas referências empíricas.
As pesquisas podem ser do tipo descri- É necessário incluir indagações, como: Por
tivo, explicativo, exploratório e participante, que pesquisar?, Qual a relevância do proble-
sendo que as etapas desses tipos de pesqui- ma?, E quem será o beneficiário do resulta-
sa são: do?.
a) Formulação de um problema;

b) Construção de hipóteses; Hipótese


c) Delineamento metodológico; Ao formular o problema é necessário
aventar hipóteses que sugerirão explicações
d) Operacionalização de conceitos e vari-
para o fato estudado e antecipará soluções
áveis;
para o problema escolhido. Portanto, para se
e) Seleção da amostra ou fonte de dados; construir as hipóteses devemos seguir algu-
mas orientações. Veja abaixo:
f) Elaboração de instrumentos de coleta
dos dados; 1 - Construção das hipóteses
18

A construção das hipóteses deve-se ini- rão analisados e o limite da pesquisa, ou seja,
ciar a partir: até onde se pretende chegar.

• Da observação dos fatos;

• De poder incluir resultado de outras Projeto de pesquisa


pesquisas;
Toda pesquisa deve ser iniciada pelo
• Da intuição do pesquisador; plano ou projeto, ou planejamento da mes-
ma. Para tanto, segue um exemplo de roteiro
• De constituir-se, em relação ao pes-
de plano ou projeto de pesquisa.
quisador, de suas crenças, seus valores, suas
esperanças, seus sonhos. I- Título da pesquisa

II- Objeto e Justificativa.

2 - Características de boas hipóteses • Introdução ao tema.

Boas hipóteses primam por algumas ca- • O Problema da pesquisa (o que será
racterísticas fundamentais: pesquisado; a “pergunta”).

• Clareza conceitual; • Justificativa (por que escolheu esse


problema).
• Definição operacional;
III- Revisão Bibliográfica: leitura e exposi-
• Especificidade;
ção das ideias já discutidas por outros auto-
• Referências empíricas, evitando o res; levantamento de críticas e dúvidas; ex-
uso de julgamentos de valor; plicar no que o seu trabalho se diferenciará
dos demais já produzidos sobre o problema;
• Relacionar-se a uma teoria, quando
esclarecer de que forma o seu trabalho con-
possível.
tribuirá para o conhecimento do mesmo.

IV –Hipóteses: explicar a obtenção das


Delimitação respostas provisórias baseadas na revisão
bibliográfica que foram formuladas para es-
O delineamento metodológico de uma tudar o problema.
pesquisa, também conhecido como recorte,
inicia-se com a seleção das fontes de dados. V -Procedimentos Metodológicos (como
Os dados podem ser fornecidos por pessoas verificar as hipóteses): realizar a pesquisa,
ou documentos, dependendo da proposta suas etapas e os procedimentos que serão
que se quer discutir e do tema abordado. adotados. Explicar o tipo de pesquisa (estu-
do setorial, histórico, de caso, entre outros);
Um bom recorte principia em um profun- tipo de dados; período coberto; âmbito es-
do conhecimento do assunto por parte do pacial, fontes de informação qualitativa e
pesquisador. Em seguida, deve-se fatorar quantitativa.
uma questão problema, delimitando o perí-
odo de ocorrência do fato, o local onde será VI- Desenho da Pesquisa: o conteúdo que
observado, a população ou sujeitos que se- terá o relatório final da pesquisa;
19

VII- Bibliografia: relacionar os autores uti- fenômeno ou o estabelecimento de relações


lizados e citados; entre variáveis. Envolvem o uso de técnicas
padronizadas de coleta de dados, questio-
VIII- Cronograma: delimitar as datas para
nário e observação sistemática. Assume, em
as ações.
geral, a forma de levantamento (LAKATOS e
MARCONI, 2009).

Classificação da Pesquisa A pesquisa descritiva pode assumir a for-


ma de:
A pesquisa é um processo formal e siste-
mático de desenvolvimento do método cien- 1.1 - Estudo Exploratório – visa propor-
tífico e, conforme Gil, “O objetivo fundamen- cionar maior familiaridade com o problema
tal da pesquisa é descobrir respostas para com vistas a torná-lo explícito ou construir
problemas mediante o emprego de procedi- hipóteses.
mentos científicos”. (GIL, 1999, p. 42).
1.2 - Estudo de Caso – caracteriza-se
Quanto à forma de abordagem pelo estudo exaustivo de poucos objetos,
sendo possível com a Pesquisa Exploratória.
1 - Pesquisa Quantitativa:
(ECO, 2007).
Nesse tipo de pesquisa, considera-se que
2 - Pesquisa Experimental: Quando
tudo pode ser quantificável, ou seja, tradu-
se determina um objeto de estudo. Selecio-
zindo em números opiniões e informações
na-se as variáveis que seriam capazes de
no intuito de classificá-las e analisá-las. Para
influenciá-lo, define-se as formas de con-
tanto, requer recursos estatísticos.
trole e observação dos efeitos que a variável
produz. Em ciências sociais, cujos objetos de
estudos são pessoas, grupos ou instituições,
2 - Pesquisa Qualitativa: as limitações éticas e técnicas reduzem, con-
Nesse tipo de pesquisa, considera-se que sideravelmente o uso da experimentação.
há uma relação dinâmica entre o mundo real (ECO, 2007 e DEMO, 1994).
e o sujeito, isto é, um vínculo inseparável en- 3 - Pesquisa Exploratória: é toda pes-
tre o mundo objetivo e a subjetividade do su- quisa que busca constatar algo num organis-
jeito não podendo ser traduzidos em núme- mo ou num fenômeno. Exemplo: Saber como
ros, devendo ser analisados e observados os peixes respiram. (ECO, 2007).
sob outra ótica.
4 - Pesquisa Intervencional: O pes-
quisador não se limita à simples observação,
Tipos de pesquisa mas interfere pela exclusão, inclusão ou mo-
dificação de um determinado fator.
1 - Pesquisa Descritiva
5- Pesquisa Metodológica: Refere-se
Observa, registra, descreve, analisa e cor- ao tipo de pesquisa voltada para a inquiri-
relaciona fatos ou fenômenos, sem interfe- ção de métodos e procedimentos adotados
rência do pesquisador, visando descrever as como científicos. “Faz parte da pesquisa me-
características de determinada população ou todológica o estudo de paradigmas, as crises
20

da ciência, os métodos e as técnicas domi- É importante diferenciar a pesquisa do-


nantes da produção científica” (DEMO, 1994, cumental (ou de fontes primárias, direta) da
p.37). pesquisa bibliográfica (ou fontes secundá-
rias, indireta) que, é aquela que se desenvol-
6 - Pesquisa Observacional: O pesqui-
ve tentando explicar um problema, utilizan-
sador simplesmente observa o paciente, as
do o conhecimento disponível a partir das
características da doença ou transtorno, e
teorias publicadas em livros ou obras congê-
sua evolução, sem intervir ou modificar qual-
neres, como foi dito anteriormente.
quer aspecto que esteja estudando.
A pesquisa bibliográfica possui as seguin-
7 - Pesquisa Teórica: É toda pesquisa
tes fases de acordo com Salomon (1993, p.
que analisa uma determinada teoria. Exem-
213):
plo: Saber o que é a Neutralidade Científica.
(ECO, 2007). a) escolha do tema;

8 - Pesquisa Transversal: descreve b) elaboração do plano de trabalho;


uma situação ou fenômeno em um momento
c) identificação;
não definido, apenas representado pela pre-
sença de uma doença ou transtorno, como, d) localização;
por exemplo, um estudo das alterações na
e) compilação;
cicatrização cutânea em pessoas portado-
ras de doenças crônicas, como o diabetes f) fichamento;
(LAKATOS e MARCONI, 2009).
g) análise e interpretação;
9 - Pesquisa Documental: Utiliza de
material sem tratamento analítico ou in- h) redação.
terpretativo: documentos oficiais, cartas,
indumentárias, fotografias, registros de
manifestações folclóricas, relatórios téc-
nicos, gravações de entrevistas, pinturas,
contratos, reportagens veiculadas a jornais,
filmes, fotografias, diários, entre outros. É
proveniente dos próprios órgãos, entidades
ou empresas. (DEMO, 1994, p.45).

10 - Pesquisa Bibliográfica: Trata-se


de levantamento de toda a bibliografia já
publicada em forma de artigos em revistas e
sites, teses, dissertações, livros, publicações
avulsas e imprensa escrita ou online. A pes-
quisa bibliográfica objetiva colocar o pesqui-
sador em contato com tudo o que foi escrito
sobre determinado assunto, com a finalida-
de de colaborar na análise de sua pesquisa.
(LAKATOS e MARCONI, 2009).
21

UNIDADE 5 – Pesquisa Bibliográfica

Conceito ção das palavras-chave ou cabeçalhos de as-


sunto, na versão desses termos para outros
Biblio – livro e grafia – descrição, escrita
idiomas, dependendo das fontes de pesqui-
A pesquisa bibliográfica consiste no exa- sa escolhida e sua adequação ao assunto.
me da literatura científica para levanta- (LAKATOS e MARCONI, 2009).
mento e análise do que já se produziu sobre
determinado tema. (LAKATOS e MARCONI,
2009). 2 - Levantamento bibliográfico

Consiste na consulta às fontes de pes-


quisa escolhidas, devendo ser feita do ano
Objetivos
corrente para trás, dentro do período pre-
Esse tipo de pesquisa é fundamen- estabelecido. As referências de interesse
tal para qualquer e toda pesquisa científica deverão ser armazenadas de acordo com
e parte do domínio da bibliografia especia- as normas da ABNT. (LAKATOS e MARCONI,
lizada da área. A bibliografia retrospectiva 2009).
e/ou atualizada caracteriza a relevância de
determinadas áreas do conhecimento. Atra-
vés dela o pesquisador arregimenta conheci- 3 - Obtenção dos documentos
mento suficiente e necessário sobre o que já
As cópias dos artigos científicos poderão
foi publicado sobre um assunto, atualizando-
ser obtidas através dos Serviços de Comu-
-se sobre o tema, evitando-se duplicação de
tação Bibliográfica das bibliotecas especia-
pesquisas, acusações de plágio, redescober-
lizadas. Para isso, será consultado o próprio
tas e perda de tempo; (DEMO, 1994, p.45).
acervo de periódicos ou solicitado às biblio-
Sendo assim, a pesquisa bibliográfica tecas que compõem as redes e sistemas de
deve reunir um certo número de autores re- informação. No Portal CAPES de periódicos
nomados que tenham publicado conteúdos eletrônicos as publicações estão disponibi-
consistentes que fundamentam uma discus- lizadas com o texto completo <www.perio-
são teórica sobre a questão. O pesquisador dicos.capes.gov.br>. No site <www.scielo.
deve saber articular as informações coleta- org> também se encontram disponibilizados
das, concatenando-as com um nível de aná- todos os tipos de artigo, dissertação e tese,
lise crítica e não apenas descritiva. em todas as áreas do conhecimento.

Fases da pesquisa 4 - Fonte de pesquisa:

1 - Fase preparatória Todo tipo de publicações impressas ou


digitais em forma de livros, dicionários, en-
Consiste no estudo dos aspectos gerais
ciclopédias, periódicos, resenhas, monogra-
do assunto escolhido; na delimitação quanto
fias, dissertações, ensaios, teses, apostilas,
a aspectos, período, idiomas; na identifica-
22

artigos, boletins, entre outros. • Seleção do material;

Nesse esforço de busca e interpretação, • Localização das fontes de dados;


a ciência está comprometida com o rigor da
• Pesquisa de Laboratório;
observação, logo, muitas conclusões confi-
guram-se em conceitos, teses e leis. Portan- • Pesquisa de Campo;
to, ao pesquisarmos, não partimos do nada à
• Pesquisa Bibliográfica;
medida em que alguma coisa já foi concluída
sobre aquele fenômeno e referenciais teó- • Pesquisa Documental;
ricos auxiliam no reforço, na justificativa, na
demonstração, no esclarecimento e na expli- • Utilização do material e montagem o
cação do fenômeno estudado. trabalho;

• Fichamento, organização, processa-


mento do material;
5 – Redação
• Leitura do material.
Ao redigir, deve-se ter em mente o público
para o qual se destina, sendo claro, objetivo,
conciso nos pontos simples, extenso naque- 7- Fichamento como técnica de trata-
les de entendimento complexo e importante. mento do material bibliográfico
Normalmente, utiliza-se a forma impessoal,
devendo empregar corretamente os tempos É o registro do material bibliográfico em
verbais, a concordância e regras gramaticais, fichas impressas ou digitalizadas, onde são
resguardando-se dos floreios do estilo livre, anotadas de forma ordenada as referências
dispensados nas publicações científicas, re- e o conteúdo resumido do material.
duzindo-se ao estritamente necessário, de
vez que a acuidade científica é qualidade es-
sencial a quem redige. (DEMO, 1994, p.45). 7.1 – Fichas

Criado pelo Abade Rozier, da Academia


Francesa de Ciência, no século XVII, o siste-
6 - Operacionalização da Pesquisa Bi- ma de ficha é atualmente utilizado nas mais
bliográfica: diversas situações.
• Definição do Problema e Hipótese;

• Definição do tema; 7.2 - Conteúdo das fichas


• Definição de objeto; O conteúdo que constitui o corpo das fi-
• Pesquisa Exploratória; chas varia segundo sua finalidade, podendo
ser:
• Justificativas teóricas das definições
do tema, problema e hipótese; a) Bibliográfica, que se subdivide em:

• Definição das técnicas de coleta de • Bibliográfica de obra inteira; e


dados; • Bibliográfica de parte de uma obra.
23

b) de citações; rio; formulário, entre outros;

c) de resumo ou de conteúdo; • Os métodos de abordagem e de pro-


cedimento utilizados pelo autor;
d) de comentário ou analítica.
• A utilização de recursos ilustrativos,
tais como tabelas, quadros, gráficos, mapas,
7.3 - Tipos de fichas desenho, entre outros. (LAKATOS e MARCO-
NI, 2009).
A) Ficha Bibliográfica

• O campo do saber abordado;


B) Ficha de Citações
• Os problemas significativos tratados;
Citação é a menção no texto de informa-
• As conclusões alcançadas;
ção extraída de outra fonte para esclarecer,
• As contribuições especiais em relação ilustrar ou sustentar o assunto apresentado.
ao assunto do trabalho; Devem ser evitadas citações referentes a
assuntos amplamente divulgados, rotinei-
• As fontes dos dados que podem ser ros ou de domínio público, bem como aque-
documentos, literatura existente; les provenientes de publicações de natureza
• Estatísticas (documentação indireta didática que reproduzem de forma resumida
de fontes primárias ou secundárias e docu- os documentos originais, tais como apostilas
mentação direta, com os dados colhidos pelo e anotações de aula. (ECO, 2007).
autor);

• Observação; Entrevista; questioná- 7.4 - Modelo de fichamento

Nº do capítulo que será apoiado pela fi- Referência bibliográfica completa da


cha obra consultada
Nº da página a que se refere o conteúdo • Utilize ( * )quando resumir os argumen-
da ficha tos do autor que serão úteis ao seu estudo.

• Utilize aspas (“ “) quando transcrever


períodos da obra consultada.

• Utilize barras ( / / ) quando avaliar o


conteúdo parcial ou global da obra.

Esta padronização permitirá diferenciar


o que é de responsabilidade do autor e o
que é reflexão própria.
Nº de referência da obra na biblioteca Nome da biblioteca e número de exem-
plares disponíveis
24

UNIDADE 6 – O Trabalho Científico

Todo trabalho científico deve ter uma es- Localização


trutura semelhante a que será desenvolvida
Tendo realizado o levantamento biblio-
a seguir:
gráfico, com identificação das obras, passa-
a) Introdução – formulação clara e simples -se à localização das fichas bibliográficas nos
do tema, sua delimitação, importância, ca- arquivos das bibliotecas públicas e particula-
ráter, justificativa, metodologia empregada res ou através de programas de computador,
e apresentação sintética da questão, bem faz-se o arquivamento das fichas digitaliza-
como as hipóteses aventadas; das ou digitadas.

b) Desenvolvimento – formulação lógica


do trabalho, cuja finalidade é expor e de-
Copilação
monstrar suas principais ideias. Geralmente
apresenta três etapas: É a reunião sistemática do material con-
tido em livros, revistas, entre outros. Esse
• Explicação – apresenta o sentido do
material pode ser obtido por meio de fotocó-
tema, analisando e compreendendo-o;
pias impressas ou downloads de arquivos de
• Discussão – é o exame, a argumenta- sites especializados da internet.
ção e a explicação do tema;

• Demonstração – é a dedução lógica


Fichamento
do trabalho, implicando a construção do ra-
ciocínio. Tendo em suas mãos as fontes de refe-
rências, deve-se transcrever os dados em fi-
c) Conclusão – consiste no resumo siste-
chas, com o máximo de exatidão, posto que,
matizado da argumentação desenvolvida.
a ficha permite a ordenação do assunto, ocu-
Deve constar na conclusão a relação entre
pa pouco espaço, podendo ser impressa ou
as diferentes partes da argumentação e a
digital.
união de ideias e reflexões.

Análise e Interpretação
Identificação
A primeira fase da análise e da interpreta-
É a fase de reconhecimento do assunto
ção é a crítica do material bibliográfico e divi-
pertinente ao tema em estudo. Como pri-
de-se em crítica interna e externa.
meiro passo deve-se procurar por catálogos
onde se encontram as relações das obras. A crítica externa é a feita sobre o signifi-
Em seguida, tendo em mãos os livros ou peri- cado, a importância e o valor histórico de um
ódicos, faz-se o levantamento dos assuntos documento, considerando em si mesmo e em
abordados pelo sumário. função do trabalho que está sendo elabora-
do e abrange: a crítica do texto averiguan-
do se o texto sofreu alterações ao longo do
25

tempo e se essas alterações foram autoriza-


das e realizadas pelo autor; a crítica da pro-
veniência, investigando a origem do texto e
as ideias anteriores e posteriores do autor;
e a crítica da autenticidade, determinando o
autor, o tema, o lugar e as circunstâncias da
composição.

A crítica interna é aquela que aprecia o


sentido e o valor do conteúdo e compreen-
de: a crítica de interpretação a partir da ave-
riguação do sentido exato que o autor quis
exprimir; e a crítica do valor interno do con-
teúdo que aprecia a obra e forma um juízo
sobre a autoridade do autor e o valor que re-
presenta o trabalho e as ideias nele contidas.
26

UNIDADE 7 – A Revisão de Literatura

O referencial teórico é a base de susten- (8) Escreva o referencial teórico seguin-


tação de toda e qualquer pesquisa científica. do a sequência que terão no texto. Dê prefe-
Antes de conceder a sua contribuição para rência a ideias abordadas por diversos auto-
a ciência, é necessário conhecer o que já res.
foi desenvolvido por outros pesquisadores
(9) Conclua o referencial teórico identifi-
acerca do tema em questão. Assim, o estudo
cando as principais ideias discutidas no seu
da literatura, contribui em muitos sentidos:
texto e apontando para as questões de pes-
desde a definição dos objetivos do trabalho e
quisa em aberto na literatura.
as construções teóricas, até o planejamento
da pesquisa, as comparações e a validação,
podendo ser, ela mesma, a pesquisa.
Escolha do Tema e da área da pesquisa
Para a elaboração de um referencial
A escolha do tema é de fundamental im-
teórico, são sugeridos nove passos:
portância para o desenvolvimento da pes-
(1) Defina o tema da sua pesquisa. quisa e deve partir do seu interesse por ele e
sua base teórica.
(2) Reúna a bibliografia sobre o tema. Co-
mece com pelo menos cinco referências para A área de pesquisa corresponde ao seu
ter uma visão panorâmica sobre o assunto. campo de investigação. Normalmente a área
de pesquisa é mais específica do que a sua
(3) Dê uma olhada inicial nas referências
área de estudo. Exemplos de áreas de pes-
e identifique uma ordem decrescente, ou
quisa são “estratégia de operações”, “contro-
seja, do assunto mais geral ao mais específi-
le de qualidade” e “aprendizagem infantil”.
co.
Os benefícios da especialização em uma
(4) Leia a bibliografia reunida com aten-
área de pesquisa são muitos e trazem cres-
ção e liste as ideias principais em fichas ou
cimento pessoal e profissional ao estudan-
arquivos online.
te, na medida em que: (i) ele fica a par com
(5) Identifique as ideias principais a se- os desenvolvimentos mais recentes na sua
rem aproveitadas em seu trabalho. Não se área de busca do conhecimento; (ii) permite
esqueça de indicar as referências de cada a ele fazer um trabalho de pesquisa mais re-
uma, colocando ATELED: autor, título, edição, levante e focalizado; e (iii) possibilita o balan-
local, editora e data, além, é claro, das pági- cear entre a integração e a continuidade de
nas. diversos projetos.

(6) Rotule todas as ideias para facilitar Sendo assim, cada projeto deveria explo-
sua referência futura. rar um assunto dentro da área de pesquisa
escolhida.
(7) Organize as ideias em seções ou as-
suntos na sequência do seu pensamento
(em geral, 3 ou 4 seções bastam).
Fontes Bibliográficas
27

As principais fontes a serem consultadas congresso costumam ser publicados em CD-


para a elaboração do referencial teórico são: -ROM, contendo mecanismos eficientes de
artigos em periódicos, livros, teses, disserta- busca que podem agilizar sua pesquisa.
ções e artigos em congressos.

4 - Teses e dissertações
1 - Artigos de Periódicos Científicos
Prefira teses e dissertações concluídas
Utilize como base artigos publicados em em universidades reconhecidas. Atualmen-
periódicos científicos de renome e com co- te, os bancos de teses e dissertações se mul-
mitê de revisores. Artigos em revistas (Veja, tiplicam e é fácil o acesso a esse tipo de pu-
Exame e outras), jornais e material de divul- blicação via download. Porém, cuidado para
gação comercial não devem ser usados, a não copiar a estrutura e conteúdo da revisão
não ser que tragam alguma informação in- elaborada por outros alunos. Isso seria um
dispensável ao trabalho. Artigos científicos erro grave. Um PLÁGIO. E isso é crime, como
podem ser encontrados de diversas manei- veremos no item 12 desta obra.
ras: (i) procurando em base de dados como
o portal da Capes ou scielo e (ii) analisando a
bibliografia usada em outros estudos sobre Estrutura do Referencial Teórico
o assunto que você já conheça.
Planeje!

O segredo de uma boa revisão da literatu-


2 – Livros ra é o planejamento.
Utilize livros acadêmicos sobre o tema da A apresentação do referencial teórico
pesquisa. Evite livros (i) para principiantes ou deve seguir a sequência dos tópicos pesqui-
de bolso (literatura de consultório e de aero- sados, não dos autores pesquisados. Sendo
porto), (ii) livros-texto (apesar de muitos se- assim, primeiro, planeje quais os tópicos se-
rem úteis na consolidação de aspectos bási- rão abordados. Em seguida, planeje como es-
cos de seu trabalho), (iii) livros de circulação ses assuntos serão apresentados e, por fim,
restrita, tais como apostilas de instituições organize as ideias que serão lançadas nos
ou cadernos informativos. parágrafos concatenados e desenvolvidos
com cinco ou seis ideias diferentes, porém
sequenciais.
3 - Artigos em congressos
Tome cuidado para não apresentar a revi-
Faça uma busca por artigos apresentados são da literatura no formato ficha de leitura,
em conferências ou congressos nacionais ou seja: o Autor A disse isso, o Autor B disse
e internacionais de renome. Dê preferência aquilo, o Autor C disse outra coisa, entre ou-
aos artigos recentes (de até 5 anos atrás). tros. Encontre os pontos de concordância e
Por apresentarem qualidade bastante dife- divergência entre os autores e conte a sua
renciada uns dos outros, muitas vezes, só versão desses fatos, desenvolvendo a histó-
servem como fontes bibliográficas para ob- ria da pesquisa.
ter referências de outros autores. Artigos de
Para facilitar a organização da redação,
28

construa uma matriz de referências com a tados em congressos. Para tanto, consulte o
lista de tópicos nas linhas e autores nas co- www.scielo.org, entre outros.
lunas para entender a relação entre estes
elementos. A partir daí, costure seu texto,
dialogando com os autores e dando a sua Reunindo Ideias
contribuição.
O principal objetivo de uma revisão biblio-
Seções da Revisão: Estrutura do Texto gráfica é reunir ideias de diferentes fontes,
visando construir uma nova teoria ou uma
Como em Alice no País das Maravilhas,
nova visão sobre um assunto já conhecido.
quando o Rei pede ao Gato de Botas que
escreva tudo o que acontecer na reunião, o Os tipos básicos de composição são (a)
gato diz não saber fazê-lo, ao que responde reunir ideias comuns, (b) conectar ideias
o Rei: “é só você escrever primeiro o começo, complementares entre si, (c) comparar ideias
depois o meio e depois o fim”. Assim também divergentes ou opostas. Veja:
se faz em um texto científico, porém, parte-
1 - Reunindo ideias comuns: Os dois
-se do geral para o específico.
autores relacionados falam do mesmo as-
A sequência da apresentação é, geral- pecto do tema e concordam com ele.
mente, a seguinte:
2 - Conectando ideias complementa-
1 - Implementação: analisa de que forma res: Os dois autores se complementam.
a ideia que se tem pode ser colocada em prá-
3 - Comparando ideias divergentes:
tica. Relaciona as variáveis que deveriam ser
Os autores são radicalmente contrários em
consideradas na implementação. Elenca os
seus pontos de vista.
recursos e competências necessários para
que se faça o que se pretende.

2 - Conceitualização e utilidade: deve-se Erros Comuns


sempre partir do pressuposto da conceitu-
ação epistemológica, dizendo o que é o as- Errar é humano, mas quem corrigirá seu
sunto em questão? Sobre o que especifica- trabalho não leva em consideração este tipo
mente você está falando? Qual aspecto do de fato. Sendo assim, consulte sempre o seu
assunto é de seu interesse? Quem foi o au- orientador e reveja as correções necessá-
tor dos conceitos que você pretende utilizar? rias, cuidando-se para não cometer algum
Quais são as vantagens e desvantagens da dos erros abaixo:
sua ideia, comparada a outros conceitos? • Fazer uma revisão muito pequena e
Pretende-se com isso situar o leitor quan- utilizar poucos autores, seja por pressa, falta
to ao assunto, apresentando, nesse ínterim, de tempo ou desinteresse. É importante que
o Estado da Arte disponível na literatura so- você elenque os autores essenciais e os in-
bre o tema. Sendo assim, livros-texto não clua no seu trabalho;
vão ser muitos úteis sob esta ótica. Para que • Não esquecer as áreas afins;
se possa de fato conseguir alcançar o Estado
da Arte sobre o tema, você terá que conside- • Deixar as referências incompletas
rar artigos publicados em revistas e apresen- ou erradas indica que você na realidade não
29

conseguiu encontrar um fio condutor nas • Jamais tente interpretar ou adaptar


obras que consultou; ideias de outros autores fazendo com que
elas fiquem parecidas com as suas ou refor-
• Deixar de resumir claramente os au-
cem-nas. O referencial teórico apresenta as
tores principais revisados na literatura – você
ideias dos autores;
deve sempre tentar facilitar a vida do leitor,
oferecendo resumos ou esquemas que aju- • Evite o uso exagerado de citações
dem a entender o assunto que está sendo literais sem comentários. O excesso de cita-
abordado; ções literais significa que você não se deu ao
trabalho de sintetizar, conectar, reunir ideias
• Não colocar as conclusões de forma
de diferentes autores e construir seu próprio
que reúna as ideias principais abordadas no
texto.
texto.

• Má organização do material – revisão


com seções muito curtas de um ou dois pa-
rágrafos apenas, com repetição de ideias ou
no estilo de “ficha-de-leitura”, ou sem uma
estrutura ou lógica identificável de apresen-
tação;

• O referencial teórico utilizado deve


ser ao mesmo tempo enxuto e completo.
Você deve fazer uma revisão dos seus es-
tudos e de todos os autores relevantes que
estejam diretamente relacionados ao seu
tema;

• Dê prioridade a obras recentes, pos-


to que artigos ou livros com mais de 50 anos
costumam estar desatualizados. Contudo,
evite o excesso de apud. Se as obras prin-
cipais são mais antigas, é preferível lê-las a
ficar citando autores que outros autores ci-
tam;

• Dê prioridade (nesta ordem) a (i) arti-


gos publicados em revistas e periódicos in-
ternacionais, (ii) artigos publicados em revis-
tas e periódicos nacionais reconhecidos, (iii)
livros publicados por bons editores, (iv) teses
e dissertações de mestrado e doutorado, (v)
anais de conferências e seminários interna-
cionais, (vi) anais de conferências e seminá-
rios nacionais;
30

UNIDADE 8 – O Artigo Científico

Escrever um artigo é uma exigência no


mundo acadêmico para aqueles que querem
permanecer nele e serem reconhecidos ou,
ainda, para que se obtenha um certificado
de especialização Lato sensu, como é o nos-
so caso.

Esses trabalhos ao serem apresentados


passam pela leitura e avaliação de correto-
res e revisores, e são nessas atividades que
se verificam os vários problemas de leitura
e escrita de quem os produz, além do rigor
científico, muitas vezes deixado de lado. Isto
ocorre em todos os níveis acadêmicos, seja
em relatórios da iniciação científica, disserta-
ções de mestrado e mesmo teses de douto-
rado, ou na especialização Lato sensu, para
obtenção do certificado, independentemen-
te da nacionalidade ou idioma de origem.

Em geral, os artigos apresentados e ou


publicados são lidos na seguinte ordem: Tí-
tulo; Resumo; Resultados (tabelas e figuras);
Metodologia; e, por último, a Conclusão. A
pesquisa que trata dessas informações re-
vela que para cada pessoa que lê um artigo
completo, 10 lêem as tabelas e figuras, 100
lêem o Resumo e 1000 lêem somente o Títu-
lo. Verifica-se com isso que não é só o proble-
ma de escrever bem, mas o de se criar o há-
bito da leitura, Ler e Escrever são duas faces
da mesma moeda de educação (P.K.R. Nair,
Gainesville, 2005).

Por isso, é importante seguir os passos


de elaboração do artigo e dar o devido peso
aos itens relacionados acima, nessa ordem.

As Demais considerações sobre como re-


digir e formatar um artigo estão contidas na
Apostila “Métodos e Técnicas de Pesquisa”.
31

UNIDADE 9 – A Leitura

Para se fazer ciência é necessário primei- do autor e reconstruir um processo lógico e


ramente que se faça uma leitura analítica de evidenciar a estrutura lógica do texto, es-
todo o referencial teórico que será utilizado. quematizando a sequência das ideias (Tema,
Esse é um método de estudo cujos objetivos Problema, Tese, Raciocínio, Ideias Secundá-
são: rias);

- Auxiliar no desenvolvimento do raciocí- 3- Análise Interpretativa – Interpretação


nio lógico; da mensagem do autor (Situação Filosófica
e influências, Pressupostos, Associação de
- Treinar para a compreensão e interpre-
ideias e Crítica );
tação crítica do texto;
4- Problematização – Levantamento e
- Fornecer instrumentos para o trabalho
discussão de problemas relacionados com a
intelectual desenvolvido nos seminários, no
mensagem do autor. (DEMO, 2002, p. 56-57).
estudo dirigido, no estudo pessoal e em gru-
pos;

- Favorecer a compreensão global do sig-


nificado do texto;

- Auxiliar na confecção de resumos, rese-


nhas, relatórios, entre outros.

Seus processos básicos são os seguintes:

1- Análise Textual – preparação do texto,


trabalhar sobre unidades delimitadas (um
capítulo, uma seção, uma parte, entre ou-
tras, sempre um trecho como um pensamen-
to completo);

- fazer uma leitura rápida e atenta da uni-


dade para adquirir uma visão de conjunto da
mesma;

- levantar esclarecimentos relativos ao


autor, ao vocabulário específico, aos fatos,
doutrinas, autores citados que sejam impor-
tantes para a compreensão da mensagem;

- esquematizar o texto, evidenciando sua


estrutura redacional.

2- Análise Temática – Compreensão da


mensagem do autor, fazer linha de raciocínio
32

UNIDADE 10 – A Escrita

Estilo de Redação do Trabalho Ao escrever um parágrafo ou frase, releia


e pergunte-se: isto está claro? Todo o conhe-
Seguem algumas instruções que podem
cimento necessário para entender este pa-
ajudar na redação de seu trabalho. NUNCA
rágrafo já foi introduzido? Não estou usando
copie material (texto, figuras, tabelas) de
jargões que ninguém mais vai entender? Não
terceiros sem referenciar. No caso de texto,
estou usando iniciais que não defini previa-
evite cópias literais, pois elas devem vir entre
mente? Em suma, leia o texto com os olhos
aspas ou com parágrafo diferenciado, o que
de alguém que está tentando aprender com
atrapalha muito a fluidez do texto. Leia os
o material exposto. É assim que a banca ava-
textos que contêm o material a ser explicado
liadora vai ler o seu trabalho.
com atenção, coloque os livros de lado e gere
sua própria explicação escrita. Quando as Caso algum parágrafo não traga referên-
ideias coincidirem com aquelas de algum dos cias, subentende-se que você tenha inventa-
autores, referencie o autor. Lembre: plágio é do tudo o que está escrito ali. Normalmente,
crime. Tome muito cuidado com isso! esse não é o caso. Sendo assim, acrescente
pelo menos uma referência por assunto ou
Escreva com frases curtas e objetivas.
parágrafo (exceto nos parágrafos que con-
Evite parágrafos com somente uma frase.
tenham resumos e conclusões, elaborados
Elimine palavras desnecessárias, especial-
por você mesmo).
mente adjetivos. Use uma narrativa impes-
soal, formal e direta. Use um bom vocabu- O número mínimo de referências em uma
lário, evitando metáforas, gírias, palavras dissertação de mestrado está na volta de 30
obscuras ou complexas e informalidades. Dê a 40 obras. Deste número, pelo menos me-
preferência `as frases curtas. tade devem ser artigos provenientes de pe-
riódicos científicos ou de anais de congresso.
Faça um “esqueleto” do que você irá es-
Não escreva seções inteiras baseadas em
crever, especificando os conteúdos, pará-
uma única referência; utilize pelo menos
grafo a parágrafo (lembre-se: um parágrafo
três, mesmo que elas digam essencialmente
não deve conter mais do que um assunto;
a mesma coisa. É preciso que seja demons-
um assunto, todavia, pode-se estender por
trado ao leitor um certo esforço de pesquisa.
diversos parágrafos). Sabendo o roteiro do
que deverá ser escrito, a redação sairá muito Figuras copiadas devem ser referencia-
mais fácil. das. Se forem copiadas iguais ao original,
após a legenda coloque (Fonte: FOGLIATTO
SEMPRE tenha um esquema dos assuntos
et al., 1998), por exemplo. Se forem adap-
a serem discutidos por parágrafo no texto.
tadas (traduzidas ou modificadas de alguma
Caso contrário, você vai acabar se perdendo
forma), coloque após a legenda (Adaptado
e gerando um texto de má qualidade. Evite
de FOGLIATTO et al., 1998).
parágrafos de uma só frase. Um parágrafo é
um conjunto de frases concatenadas, discor- Evite afirmações pessoais (“achismos”),
rendo sobre o mesmo assunto. superlativos (exageros de qualquer espécie)
e informalidades. O texto técnico deve ser
33

neutro e, obviamente, o mais técnico possí- devem ser centradas na página. Deixe uma
vel. linha entre texto – objeto – texto. Não deixe
espaçamento entre a legenda e o objeto (fi-
Evite notas de rodapé. Normalmente, o
gura ou tabela). A legenda deve ficar próxima
que está sendo dito no rodapé pode ser in-
do objeto ao qual ela pertence.
troduzido entre parênteses no texto. Caso
não haja essa possibilidade, você provavel- Tabelas e figuras devem ser numeradas e
mente está desviando do assunto principal, receber legenda. As tabelas são numeradas
coisa que não deveria acontecer. na parte superior e as figuras na parte infe-
rior. Legendas são uma espécie de título e
Evite o uso de listas. Listas são usadas em
não devem receber ponto final. No interior
apostilas e livros-texto. Teses e dissertações
de tabelas e figuras, use espaçamento sim-
devem privilegiar o uso de parágrafos conca-
ples e, se necessário para acomodar o conte-
tenados. (DEMO, 2002 e ECO, 2005).
údo, a letra pode ser em tamanho menor.

Figuras e tabelas retiradas do original em


Formatação do texto inglês devem ser traduzidas para a apresen-
tação na dissertação. Sempre que possível,
Formate o texto em folha A4, margem
use tabelas digitadas no processador de tex-
superior 3,0 cm, inferior 2,0 cm, margem es-
to (tabelas obtidas com scanner usualmente
querda 3,0 cm, margem direita 2,0 cm. Pa-
apresentam qualidade inferior ou ocupam
rágrafo com recuo de 1,5 cm, fonte Arial ou
muito espaço).
Times New Roman 12 pt, espaçamento 1,5
entre linhas. A citação de tabelas e figuras deve ser
feita utilizando a primeira letra em maiúscu-
Não use quebra de páginas, as quais de-
lo e o número do objeto: a Figura 2 apresenta
vem ser usadas apenas se o layout da página
a evolução de... A Tabela 3 contêm um sumá-
for alterado (passar de retrato para paisa-
rio de... Nunca escreva figura abaixo, tabela
gem e voltar para retrato, por exemplo).
a seguir, pois em função da paginação a po-
Títulos devem ser justificados à esquerda. sição das tabelas e figuras pode ser alterada
Deixe uma linha entre texto – título – texto. na versão final.
Isso ajuda a destacar os títulos das seções e
Ajuste a posição das tabelas e figuras para
subseções.
melhorar a paginação, evitando pedaços de
Figuras, tabelas e respectivas legendas páginas em branco. Segue exemplo de tabe-
la inserida no texto:

Tabela1 – Evolução de publicações nacionais abordando gestão de serviços

Década Dissertações Teses


80 22 8
90 43 17
2000- Presente 127 52
Fonte: Ribeiro (2008)
34

Como resumir: todos e as técnicas; os resultados e as con-


clusões. Sendo uma apresentação do texto,
• É aconselhável, em uma primeira lei-
esse tipo de resumo não deve conter comen-
tura, fazer um esboço do texto tentando
tários pessoais ou de quem fez o resumo;
captar o plano geral da obra e seu desenvol-
quando cita as do autor, cita-as entre aspas.
vimento;
Da mesma forma que na redação das fichas,
• A seguir volta-se a ler o texto para procura-se evitar expressões tais como: o
responder as duas questões principais: de autor disse, segundo o autor, ou sendo ele
que se trata o texto? O que ele pretende de- a seguir, este livro, ou seja todas as palavras
monstrar? Com isso identificam-se as ideias supérfluas. Deve-se dar preferência à forma
centrais e o propósito do autor; impessoal.

• A última leitura deve ser feita com a Crítico – Quando se formula um julgamen-
finalidade de compreender o sentido de cada to sobre o trabalho. É a crítica da forma, no
parte importante, anotar as palavras-chave que se refere aos aspectos metodológicos;
e verificar o tipo de relação entre as partes; do conteúdo; do desenvolvimento da lógica
da demonstração, da técnica de apresen-
• Uma vez compreendido o texto, se-
tação das ideias principais. No resumo críti-
lecionadas as palavras-chaves e entendida
co não pode haver citações. (DEMO, 2002 e
a relação entre as partes essenciais, pode-
ECO, 2005).
-se passar a elaboração do resumo. (DEMO,
2002 e ECO, 2005).
Resenha Crítica

Tipos de Resumo Conceito – é a apresentação do conteúdo


de uma obra. Consiste na leitura, resumo,
Dependendo do caráter do trabalho que
crítica e formulação de conceito de valor do
pretende realizar, o resumo pode ser:
livro. (DEMO, 2002 e ECO, 2005).
a) Indicativo ou descritivo – Quando faz
• Finalidade – apresentação de uma
referência às partes mais importantes do
síntese das ideias fundamentais da obra.
texto. Utiliza frases curtas, cada uma cor-
respondendo a um elemento importante da • Requisitos básicos – conhecimento
obra. Não é simples enumeração do sumário completo da obra:
ou índice do trabalho. Não dispensa a leitura
- capacidade de formular juízo de valor;
do texto completo, pois apenas descreve sua
natureza, forma e propósito. - fidelidade ao pensamento do autor.

b) Informativo ou analítico – Quando con- • Estrutura da Resenha:


têm todas as informações principais apre-
a) Referência bibliográfica (ABNT);
sentadas no texto e permite dispensar a lei-
tura deste último; portanto, é mais amplo do b) Credenciais do autor-nacionalidade,
que indicativo. Tem a finalidade de informar formação acadêmica, obras, entre outros;
o conteúdo e as principais ideias do autor,
c) Digesto
salientando os objetivos e o assunto, os mé-
35

• Resumo das principais ideias expres-


sas pelo autor;

• Descrição sintética do conteúdo dos


capítulos ou partes em que se divide a obra;

d) Conclusões do autor;

e) Crítica do resenhista;

• Julgamento da obra – Coerência entre


a posição central e a explicação, discussão e
demonstração. Adequado emprego dos mé-
todos e técnicas específicos.

• Mérito da obra – Originalidade e con-


tribuição para a ciência.

Estilo empregado – Conciso, objetivo, sim-


ples, claro, entre outros. (DEMO, 2002 e ECO,
2005).
36
UNIDADE 11 – Instrumentalização
Científica
Neste capítulo apresentaremos e analisa- ter e construir o conhecimento que nos traz
remos os recursos e as ferramentas disponi- competência propiciando maior criatividade.
bilizadas nos ambientes virtuais de pesqui-
Pesquisas indicam que, atualmente, mais
sa pela Internet (o ciberespaço), bem como,
de 90% das novas informações nascem de
ofereceremos a você as dicas e alternativas
forma digital. A Internet transformou-se na
de caminhos para fontes de pesquisa virtual
Biblioteca da humanidade, onde é possível
e as formas de acessá-las e utilizá-las.
acessar toda e qualquer informação e co-
Nos anexos você encontrará outras orien- nhecimento já produzidos pelo homem.
tações para acessar e utilizar o site de publi-
Porém, é preciso saber fazê-lo. Para tan-
cações e pesquisas científicas: www.scielo.
to, temos as ferramentas de busca e os ban-
org (ANEXO A).
cos de dados.

Buscas na Internet
1 - Ferramentas de busca
Numa pequena viagem histórica consta-
Ferramenta de busca é um site que permi-
tamos que no passado as informações eram
te a pesquisa sobre um determinado tema,
transmitidas oralmente. Com o surgimento
conteúdo, ou mesmo outro site quando você
da escrita, essas informações passaram a
não sabe o endereço.
ser representadas graficamente. Hoje ve-
mos um excesso de informação em todo lu- Exemplos: www.cade.com.br, www.alta-
gar e a todo o momento. vista.com, www.google.com.br.
Atualmente, estamos na chamada Era da Para acessar, digite na barra de endereço
Informação. Nessa nova Era, assistimos ao www.google.com.br e siga as orientações
processamento das informações: temos um abaixo:
dado que se torna informação que nos leva a
37

Na janela que se abre no meio da tela, digite a palavra ou expressão que procura, para procurar
uma expressão com mais clareza, digite-a entre aspas.

Para uma pesquisa mais avançada, é possível efetuar diversos filtros. Para tanto, clique no link
pesquisa avançada:

A página seguinte se abrirá e nela você terá as informações necessárias para efetuar uma
pesquisa mais completa.
38

Ou ainda, podemos utilizar o botão estou com sorte. O site retornado pelo Google será aquele
mais consultado.

Podemos também buscar imagens no Google. Para tanto, clique no botão imagens e depois
digite o tema da imagem:

Clique na imagem que preferir para visualizá-la em tamanho maior.


39

Podemos realizar pesquisas sobre Artigos, dissertações, teses, resumos, entre outros, revi-
sados por especialistas, em sites científicos especializados, através do Google Acadêmico.

Para tanto, entre no www.google.com.br. Clique no menu mais e clique na opção muito mais.
Em seguida, no link acadêmico, conforme as orientações abaixo:

Resultados encontrados sobre o tema Indisciplina:


40
41

É possível utilizar o link Diretório, no qual as informações já se encontram agrupadas e organi-


zadas por categorias, de acordo com o tema desejado. Veja as orientações abaixo:

Um exemplo: escolha o diretório Ciência e Meio Ambiente


42

2 – Banco de dados realizar suas pesquisas. Para acessá-la, entre


no nosso site e, após o cadastro ser efetiva-
Os bancos de dados são locais onde se
do, acesse o Portal do aluno, local onde você
armazenam e organizam uma miríade de
terá acesso a toda a sua situação acadêmica.
dados dispostos em registros semelhantes.
Facilitam a recuperação da informação de-
sejada, seja bibliográfica, catalográfica ou
Revistas virtuais e periódicos
referencial.
Periódicos ou revistas podem ser editados
No Brasil, o portal de base de dados visa
em diversos formatos, impressos ou online,
reunir e possibilitar o acesso aos diversos
mantendo seu conteúdo e edições integrais.
arquivos eletrônicos da produção científica
Algumas são gratuitas e outras são pagas.
nacional e localiza-se no seguinte endere-
ço: www5.prossiga.br/basesdedados/índex. Exemplo de revista paga: HTTP://portal.
html acm.org/portal.cfm

3 – Biblioteca online

Nossa instituição também faz parte dessa


revolução midiática e, nesse intuito, criou-se
uma Biblioteca online para que você possa
43

Exemplo de portal de periódico de acesso


livre:

HTTP://acessolivre.capes.gov.br/

Outro exemplo é o portal scielo. Veja


orientações de como utilizá-lo no ANEXO A.
44
UNIDADE 12 – Plágio: O que é e Como
Evitar
O plágio nosso de cada dia. Evitai! Dentre os fatores que agravam
essa crise está exatamente o fato da
Cumprindo uma determinação do MEC,
dissociabilidade entre ensino e pes-
nossa instituição utiliza como Trabalho de
quisa. [...] onde o aluno ocupa uma
Conclusão de Curso (TCC) nos cursos de es-
posição passiva de mero captador
pecialização Lato sensu, o Artigo Científico.
e decorador de conceitos, ou seja,
Este trabalho deve ser elaborado, individu-
é mero objeto de assimilação de co-
almente, pelos alunos que pleiteiam o título
nhecimento e não atua como sujeito
de Especialistas nas diversas áreas oferta-
produtor de conhecimento no pro-
das por essa instituição. Porém, o enorme
cesso educativo. (SILVA, 2004 p. 13).
índice de cópias ilícitas, efetuadas pelos
alunos, propiciaram a pesquisa e análise dos
mesmos, o que levou à elaboração deste, no
intuito de minimizar a ocorrência dessas có- No Brasil, essa afirmação cabe em todos
pias, bem como, orientar no sentido da cor- os níveis da Educação, pois não se estimula a
reta utilização de fontes bibliográficas. pesquisa desde a tenra idade, tampouco no
Ensino Médio. Assim, o aluno não se habitua
Em sendo, a finalidade deste capítulo é de à pesquisa, nem sabe fazê-la. Além disso,
descrever o plágio e todas as suas formas, existe uma condescendência dos professo-
bem como, orientar para que o mesmo não res da Educação Básica, quanto à utilização
seja utilizado. Para tanto, faz-se necessário de cópias integrais, principalmente, da Inter-
o estudo do que vem a ser: paráfrases; resu- net.
mos; citações e referências; com os quais se
pretende colaborar na compreensão meto- Esta posição encontra eco na Academia,
dológica da produção de um trabalho acadê- principalmente no corpo discente, onde se
mico como o TCC. percebe uma crença de que o plágio, par-
cial ou bricolagem, é uma atitude aceitável
Versar-se-á, também, sobre a Lei Nº 9.610 e que, pasmem, pode até ser difundida. A
de 19 de fevereiro de 1998, que trata dos di- escolha desse tema justifica-se justamente
reitos autorais e dos crimes advindos da vio- para quebrar esse mecanismo ilegal e anti-
lação desses direitos, bem como, demons- ético de fazer ciência, apontando o caminho
trar-se-á uma pesquisa quantitativa sobre coerente com a prática da ciência e da pes-
os números das várias cópias encontradas quisa, neste tão importante processo de en-
nos TCC da Instituição, ressaltando as puni- sino-aprendizagem.
ções para estes casos.
Partiu-se de uma pesquisa na Internet
Entende-se que contribuem para a exis- acerca de trabalhos acadêmicos que versas-
tência da prática constante de cópias a enor- sem sobre este tema e, qual não foi a sur-
me deficiência no aprendizado da pesquisa presa: poucos tem a coragem de discuti-lo.
científica e a crescente crise no sistema edu- Seguiu-se uma Revisão Bibliográfica basea-
cacional, em todos os níveis. Nesse sentido, da em Botelho (2009), Bravos (2006), Silva
Silva afirma que: (2004), Coscarelli (1999), Gandelman (2001-
45

2004-2007), Universia Brasil (2009), Mar- tual e da preparação de relatórios científi-


tinez (2009), Rabelo (2006), as NBR 6023 cos”. (BRAVOS, 2006. p 6).
(2002) e NBR 10520 (2002), bem como, de
Espera-se esclarecer o termo plágio e sua
uma análise da Lei Nº 9.610 de 19 de feverei-
utilização, bem como, contribuir para mino-
ro de 1998 – Lei de direitos autorais (BRASIL,
rar os resultados avaliativos dos TCC dos alu-
1998), juntamente com uma pesquisa qua-
nos desta instituição.
liquantitativa dos sujeitos desse processo:
alunos e professores da nossa instituição.

Entende-se que alguns alunos plagiam Não plagiarás!


devido a falta de orientações quanto à re-
dação, tendo, portanto, dificuldade de redi- Esta frase, bem como o subtítulo desse
gir textos coerentes e corretos do ponto de capítulo configuram-se plágios, haja vista
vista da língua e da gramática. Sendo assim, que, o que muitos chamariam de paráfrase,
recorrem ao uso de cópias de outros autores, não deixa de ser plágio, quando não citada a
de forma completa ou em partes. Outros até fonte.
tiveram orientações satisfatórias e uma boa Segundo o dicionário Aurélio (2008), plá-
base em redação, contudo, por outros mo- gio é "assinar ou apresentar como sua, obra
tivos como falta de tempo e a comodidade artística ou científica de outrem". Etmolo-
oferecida pela Internet, recorrem ao expe- gicamente, a origem da palavra serve como
diente do plágio. ilustradora cabal desse conceito que ela car-
Some-se a esse quadro a dificuldade de rega, posto que, vem do grego (através do
se detectar a cópia e a legítima origem da latim) 'plagios', cujo significado seria 'obliquo’,
obra. Conquanto, pode-se contar com ver- 'trapaceiro'.
dadeiros fracassados que são um grande su- Porém, não é apenas esse conceito que
cesso e pessoas sem nenhuma ética, sendo a palavra carrega. Pode-se dizer em uma
tidas como parâmetros de conduta, quando versão moderna que plagiar é uma atitude
na verdade não o são. Sendo assim, faz-se de quem se poderia dizer e ser "fracassa-
mister rastrear e identificar o plágio, levan- do", posto que, uma pessoa que copia obra
do-o às consequências legais cabíveis (lei nº de outra, sem autorização e sem citação da
9.610, de 19.02.98. Altera, atualiza e conso- fonte, somente o faz por total incompetên-
lida a legislação sobre direitos autorais. Pu- cia e incapacidade de fazer, ela mesma, a sua
blicada no D.O.U. de 20.02.98, Seção I, pág. 3 própria obra. Cabendo aqui um acréscimo,
por decreto do presidente da época Fernan- haja vista, que o plágio revela desonestida-
do Henrique Cardoso). de intelectual por ser ilegal, mesmo quando
No entanto, para realizar um trabalho aca- autorizado.
dêmico é essencial que se utilize da Meto- Sendo assim, mesmo quando não vai pa-
dologia Científica oferecida neste livro que, rar nos tribunais, plagiar é uma atitude con-
conforme Bravos, “prima-se por iniciar os denável. Mas, parece que isso não é evidente
jovens no trabalho científico reflexivo, orde- para todos, o que é uma lástima.
nado e crítico, familiarizando-os, ao mesmo
tempo, com as técnicas do trabalho intelec- Outras definições são encontradas no
Merriam-Webster Online Dictionary, onde
46

plagiar é: • Fazer um ajuntamento de parágrafos


de diversas autorias, criando um outro texto
1. Roubar e repassar (as ideias
e assinando como texto original, tendo cré-
ou palavras de outro) como suas;
ditos ou não;
2. Usar (a produção de outro)
• Apresentar como seu um trabalho
sem creditar a fonte;
que contêm tantas palavras ou ideias de uma
3. Cometer roubo literário; fonte que se torne a maior parte desse tra-
balho, dando crédito ou não.
4. Apresentar como nova e ori-
ginal uma ideia ou produto derivada
de uma fonte existente (2009). Além desses, existem vários tipos de plá-
gio que se pode cometer, tais como: o plágio
direto, quando se copia de uma fonte inte-
Conforme acima citado, roubar ideias é gral, palavra por palavra não indicando que é
algo possível e considerado plágio, pelo me- uma citação e sem fazer nenhuma referên-
nos nos USA. De acordo com a legislação cia ao autor; o empréstimo, quando se toma
americana, ideias originais são consideradas emprestado o trabalho de outro estudante,
propriedade intelectual, e são protegidas por sem a devida indicação do verdadeiro autor,
leis de direitos autorais, conforme também o tornando-se um plágio direto; o mosaico,
são as invenções originais. Em sendo, quase quando se utiliza um texto de outra autoria,
todas as formas de expressão são protegi- mudando algumas palavras dos parágrafos
das por direitos autorais, desde que sejam ou originais, podendo ser classificados como
estejam registradas de alguma forma - em paráfrases, portanto, sem apontar o autor
um livro ou em um arquivo de computador. original e sem dar-lhe os devidos créditos;
a bricolagem, quando se utiliza de vários
trechos de diversos textos de autores di-
Na prática, pode-se considerar como plá- ferentes, fazendo-se uma ‘costura’ desses
gio quaisquer das ações seguintes: trechos, criando-se assim, um outro texto
• Informar incorretamente a fonte de composto de partes destes.
uma citação; Não é difícil para o professor reconhecer
• Não colocar a citação entre aspas, esses textos, posto que, um trabalho plagia-
quando menores que 04 linhas; do não indica claramente as fontes consul-
tadas, sendo cheio de fatos, observações e
• Assinar trabalho de outra pessoa ideias que o escritor não poderia ter desen-
como se fosse seu; volvido sozinho e, é composto de trechos
escritos de diversas formas e estilos, sendo
• Não dar crédito a quem é de direito,
impossível serem de uma mesma pessoa.
ao copiar as palavras ou ideias de alguém;
Com o advento da Internet, copiar e colar
• Copiar a estrutura da sentença (fra-
tornou-se atitude corriqueira entre os estu-
se), mudando as palavras, sem dar crédito ao
dantes. Porém, essa não devia ser a forma
autor original;
mais usual de se utilizar dessa ferramenta,
47

que sem sombra de dúvidas, facilita a pes- dos e corrigidos pelos professores/tutores.
quisa acadêmica quando se faz o uso corre-
E de fato, se pegar trabalhos na Internet é
to da mesma: como uma grande biblioteca.
tão fácil e barato, por que não o fazer? É pos-
Nela há uma fonte quase inesgotável de
sível enumerar dezenas de motivos, porém,
pesquisas para a elaboração de trabalhos
alguns deles são mais importantes, a saber:
científicos, o que traz grandes vantagens,
tais como, a facilidade e rapidez de acesso a • Punição – plagiar é crime passível de
conteúdos especializados, os espaços de co- punição e diversos sites tem ouvidoria e sis-
municação e interação que permitem discus- temas para detectar e punir crimes dessa na-
sões sobre diversos assuntos, entre outros. tureza (veja ANEXO F), sendo que qualquer
Todavia, alguns problemas vem junto como a cidadão poderá denunciar esta prática;
falta de objetivos definidos para a pesquisa,
a sobrecarga de informação, a facilidade de • Aprendizado – com a utilização da có-
dispersão, a ausência de análise crítica dos pia e do uso do plágio, os alunos não terão a
conteúdos acessados, a confusão em rela- oportunidade de pesquisar e de construir o
ção à propriedade intelectual, as cópias e o conhecimento esperado;
plágio. • Integridade – com as facilidades pro-
Em uma pesquisa rápida, constata-se a porcionadas pela Internet, a ética é testada
infinidade de sites que oferecem trabalhos a todo momento;
acadêmicos para todos os níveis, com rapi- • Reprovação – a maior parte das insti-
dez de entrega e, em alguns poucos casos tuições de ensino puni com a reprovação os
com certa qualidade, não obstante, a maior estudantes que plagiam;
parte são fabriquetas de produtos genéri-
cos, posto que, são superficialmente redi- • Ética – plagiar é roubar e, em sen-
gidos, sem o devido rigor científico, escritos do, deve-se refutar essa atitude através de
em tom informativo e com seus preços que ações que inibam o ato;
variam de acordo com a quantidade de pági- • Expulsão – grande parte das institui-
nas e o número de fontes utilizadas. ções de ensino expulsa alunos e professores
Com um pouco de atenção, o professor que acorrem nesse crime;
reconhece esses trabalhos, haja vista que • Facilidade de se descobrir e provar um
os falsificadores e plagiadores usam fontes plágio pela mesma ferramenta, muitas vezes
completamente diferentes daquelas sugeri- utilizada para fazê-lo – a Internet;
das e utilizadas pelos mestres em suas aulas
e orientações. Ademais, não possuem erros • Atestado de incompetência e fracas-
de Língua Portuguesa, o que está pratica- so – se ao invés de aprender a pensar por
mente fora da realidade de grande parte dos conta própria e a expressar suas próprias
alunos. ideias claramente por escrito, você mera-
mente aprender a achar coisas na Internet e
Apesar do risco de serem descobertos, di- modificá-las para seu próprio uso, isso pro-
versos alunos continuam plagiando, e muito. vavelmente será tudo o que você aprenderá;
Na instituição esse número chega a um per-
centual elevado do total de artigos recebi- • Prejuízo financeiro – ao ser descober-
to e punido, perde-se o tempo e o dinheiro
48

investido nessa empreitada; direitos autorais” de Henrique Gandelman


(2004, p. 24), direito autoral “é a proteção
• Qualidade – ao copiar, você coloca em
jurídica das formas de expressão originais e
xeque a perspectiva de que a qualidade do
criativas, tanto de ideias como de conheci-
seu trabalho possa se limitar à qualidade do
mento e sentimentos humanos”.
que está na Internet.
Porém, muito antes de se chegar a essas
coberturas legais, a História do Brasil revela
Por desconhecimento ou má-fé, não se que os direitos do autor somente foram re-
sabe, o fato é que nunca se viu, segundo os conhecidos, legalmente, pela primeira vez,
professores entrevistados, tantos plágios em 1891, data da promulgação da primeira
identificados na história do ensino brasileiro. Constituição Republicana do Brasil. A maté-
A maioria dos alunos finge não saber ou igno- ria passou a ser regida pelo Código Civil a par-
ra que a cópia sem citação da fonte (mesmo tir de 1917, mas, em 1973, entrou em vigor
que de textos disponibilizados na Internet) uma lei específica (lei 5.988/1973).
tem consequências jurídicas nas esferas civil
E, em tempos de globalização, além das
e penal.
normas internas, o país passou a fazer parte
No Código Penal, no artigo 184, o plágio de cinco tratados internacionais que garan-
configura o crime de violação dos direitos do tem e protegem a propriedade intelectual:
autor. O plagiário pode ser condenado a pena Convenção Universal; Convenção de Gene-
de detenção de três meses a um ano, ou mul- bra; Convenção de Berna; e Acordo sobre As-
ta. Caso a violação consista “em reprodução pectos dos Direitos de Propriedade Intelec-
total ou parcial, com intuito de lucro direto ou tual relacionados ao Comércio (TRIPs).
indireto, por qualquer meio ou processo, de
Entretanto, segundo Gandelman (2007),
obra intelectual, (...) sem autorização expres-
o conceito de copyright4 é bem mais velho.
sa do autor, (...) ou de quem os represente”, a
Surgiu na Inglaterra, durante o reinado da
pena será de “dois a quatro anos de reclusão,
rainha Ana, mais precisamente, em 1709,
e multa”.
quando se elaborou o Copyright Act, mais de
Na lei de direitos autorais (9.610/1998), um século antes da inserção da matéria na
que regulamenta a matéria, é estabeleci- constituição brasileira.
do que “ninguém pode reproduzir obra que
não pertença ao domínio público, a pretexto 4- O sistema anglo-saxão do copyright difere do de direito de
de anotá-la, comentá-la ou melhorá-la, sem autor: de um lado, tem-se um direito à cópia (copyright) ou
direito de reprodução, do outro, um direito de autor; neste,
permissão do autor” (artigo 33). No artigo 7, o foco está na pessoa do direito (o autor); naquele, no objeto
do direito (a obra) e na prerrogativa patrimonial de se poder
da mesma lei, são definidas as obras intelec- copiar.
tuais protegidas pela lei (os textos de obras Deve-se perceber as diferenças entre o direito autoral de ori-
literárias, artísticas ou científicas, obras dra- gem romano-germânica, com base no sistema continental
europeu do chamado Civil Law e o sistema anglo-americano
máticas, composições musicais, entre ou- do copyright baseado no Common Law, havendo por caracte-
rística diferencial, o fato que o Direito Autoral tem por escopo
tros) e no artigo 22 diz que os direitos morais fundamental a proteção do criador e ao contrário, o Copyright
e patrimoniais sobre a obra criada perten- protege a obra em si, ou seja, o produto, dando ênfase a ver-
tente econômica, a exploração patrimonial das obras através
cem ao autor. do direito de reprodução.
Fonte: http://www.acrimda.com.br/matter.php?id=15. Acesso
No livro “O que você precisa saber sobre em: 20 Jun. 2009.
49

Diante de todas essas questões legais, o seu trabalho. Inicie a pesquisa suficiente-
faz-se urgente evitar o plágio. Mas como? Al- mente cedo para determinar se seu tópico
gumas medidas são importantes para evitá- é trabalhável. Estudantes que apresentam
-lo, tais como: um trabalho sobre um tópico diferente do
proposto ou daquele sobre o qual fizeram
• Bibliografia – faça sempre uma sínte-
trabalhos preliminares são frequentemente
se do que você leu, conhecida como Leitura
suspeitos de plágio. Quando você não conse-
Sintópica, sua originalidade resultará dessa
gue encontrar o material que precisa e não
síntese;
tem tempo suficiente para começar um novo
• Quando precisar consultar outras tópico, plagiar é uma grande tentação.
fontes bibliográficas, dê a si próprio tempo
• Confiança – acredite no seu potencial
suficiente para digerir a pesquisa. Se você
e trabalhe arduamente. Até mesmo os me-
está trabalhando diretamente do livro fon-
lhores escritores, às vezes, não têm consci-
te, você pode começar a fazer um plágio mo-
ência de suas boas ideias e acham que não
saico. Se você escrever uma primeira versão
têm nada a dizer quando na verdade seus es-
sem usar o material da fonte e, então, con-
critos dizem muito. Ideias originais resultam
sultar novamente a fonte e incorporar as
de se trabalhar estreitamente com ideias de
citações que você precisa e indicar seus em-
outros, não de flashes de inspiração;
préstimos, você poderá perceber que pro-
duziu um texto mais original. A originalidade • Rotina – não se faz ciência sem uma
resulta da síntese do que você leu. rotina de trabalho e pesquisa;

• Ficha literária – sempre que você ler • Normas Técnicas – contar sempre
algum livro, artigo ou quaisquer outros do- com um guia de documentação (manual do
cumentos, anote os dados necessários para TCC) com as regras de como redigir referên-
as devidas referências (Autor. Título. Edição. cias bibliográficas;
Local: editora, ano);
• Ajuda – em nossa instituição exis-
• Tome notas, cuidadosamente, du- tem professores especialistas em redação e
rante a pesquisa, incluindo referências bi- metodologia científica, ao seu dispor, diaria-
bliográficas completas. Isso assegurará que mente. Procure-os para as devidas orienta-
você possa facilmente fazer referência à ções, sempre que precisar.
fonte quando estiver preparando a versão
final.
Umberto Eco (2007) em seu livro “Como
• Transforme num hábito – colocar en-
se faz uma tese em ciências humanas”, ofe-
tre parênteses referências para todas as
rece ótimas dicas para não se copiar por erro
fontes de onde você fez empréstimos, em
ou ignorância (excluindo a má-fé). Siga as
cada versão que você escreve. Isso lhe pou-
recomendações desse livro, no qual o pro-
pará tempo, porque você não terá que revi-
fessor italiano relaciona diversos exemplos
sitar os textos referidos quando estiver pre-
bastante claros de uma “falsa paráfrase”,
parando a versão final.
uma “paráfrase honesta” e uma “paráfrase
• Tempo – reserve um tempo hábil e textual que evite o plágio”.
necessário para pesquisar, escrever e revisar
50

Na Apostila de Métodos e Técnicas de trabalhos e não se disporão a apoiá-los em


Pesquisa, oferecemos todas as orientações seus esforços futuros e nem quererão tra-
necessárias para a pesquisa e elaboração do balhar com eles. Academicamente falando,
Artigo Científico, principalmente no que tan- plagiar é um dos maiores erros que alguém
ge à citações e referências. O aluno deve ler pode fazer.
e manter a apostila a postos, durante toda a
É necessário que se aprenda a expressar
elaboração do seu TCC.
as suas ideias com a devida clareza e hones-
Diante do exposto, a palavra mágica é tidade, caso contrário, será preocupante a
ética. A Academia de Ciência não precisaria perspectiva de que a qualidade e idoneidade
se preocupar com o plágio se os profissio- do seu trabalho possa se limitar à qualidade
nais cumprissem o código de ética. De nada e idoneidade do que está na Internet.
adianta incluir a Ética como disciplina dos
Porém, faz-se necessário todo o cuidado
currículos acadêmicos, se os intelectuais e
na elaboração de um texto científico, con-
universitários são os primeiros a rasgá-la ao
quanto, existe um ponto onde uma ideia to-
se esconderem atrás de textos de outros au-
mada emprestado de alguém se torna, após
tores.
longa reflexão, sua própria.
Não fosse a Ética um valor tão escasso, a
Sendo assim, uma vez que você seja es-
Internet poderia ser a grande diferença de
crupuloso na indicação do material citado e
quem tem o privilégio de viver na era da in-
dos empréstimos imediatos feitos em pará-
formação: fonte quase inesgotável de auxí-
frases, você não será suspeito ou acusado
lio para facilitar, agilizar e melhorar a pesqui-
de plágio.
sa no mundo acadêmico.
Ademais, nossa instituição oferece am-
Na faculdade, aprender a usar fontes bi-
plo suporte de professores/orientadores e
bliográficas é uma das coisas mais impor-
material, impresso ou digitalizado, para que
tantes. Usando corretamente as fontes e
você possa construir seu texto de forma cla-
indicando claramente seus débitos para com
ra, honesta e segura, obtendo o mais sagra-
essas fontes, seus escritos ganham clareza,
do e importante: seu conhecimento.
autoridade e precisão. Uma discussão com
uma pessoa bem informada e atenta nos
ajuda a construir pensamentos coerentes e
originais. Usar fontes bibliográficas num tex- APÊNDICES DO CAPÍTULO
to é um meio de desenvolver tais discussões 1 - APÊNDICE A: Palavras que você
e produzir ciência de fato. precisa conhecer
Escritores que plagiam deixam de ter res- 1.1 - Citação: copiar, integralmente, ou
peito e de participar de uma comunidade in- seja, palavra por palavra, um texto, frase ou
telectual. Se eles são profissionais, terão a palavra que alguém disse, escreveu ou criou.
prática da sua profissão barrada ou seu tra- Em um texto, uma citação deve ser indicada
balho pode não ser levado a sério. Se eles são e ressaltada por aspas no início e no fim da ci-
estudantes, carregarão o peso e a culpa de tação ou, quando a citação é longa, a mesma
ter plagiado, juntamente com um rótulo de deve ser colocada em um parágrafo separa-
plagiador. Professores suspeitarão de seus do por dois espaços antes e depois do texto
51

principal, em fonte com tamanho menor e fonte, ou seja, obrigatoriamente deve ser re-
recuado à direita 4,0 cm. A fonte da citação ferendado, ou acorrerá em plágio.
(autor, data e página) precisa, ainda, ser refe-
2 - APÊNDICE B: Tipos de Plágio
renciada, seja no próprio texto (em chamada
anterior ou posterior a ela) ou em nota de ro- 2.1. Plágio mosaico: esse é o tipo de
dapé. plágio mais comum. O Escritor não faz uma
cópia da fonte diretamente, mas muda umas
1.2 - Referência: referendar é identificar
poucas palavras em cada sentença, sem dar
a fonte de uma citação, paráfrase ou resu-
crédito ao autor original. Esses parágrafos
mo. A prática de referenciar em textos aca-
ou sentenças não são citações, mas estão
dêmicos e profissionais requerem o nome do
tão próximas de sê-las que eles deveriam ter
autor, o título do livro ou periódico em que
sido citados ou, se eles foram modificados o
ele apareceu, a data da publicação da obra e
bastante para serem classificados como pa-
o número da página em nota de rodapé. Po-
ráfrases, deveria ter sido feita a referência à
rém, os textos acadêmicos e profissionais
fonte.
exigem uma referência completa, dentro do
texto (autor, data e página) e uma entrada 2.2. Plágio direto: copiar, integralmen-
bibliográfica em nota de rodapé ou completa te, uma frase, parágrafo ou mesmo um con-
numa lista de Trabalhos Referenciados (Re- ceito, de uma fonte sem indicar que é uma
ferências). citação e sem fazer referência ao autor.
1.3 - Paráfrase: o autor do texto rees- 2.3. Referência vaga ou incorreta: de-
creve, com suas palavras, algo que sua fonte ve-se indicar, claramente, onde um emprés-
disse. O objetivo de se parafrasear, ao invés timo começa e termina. Para tanto, utiliza-se
de citar, é escrever ou reescrever o assunto as aspas para destacar o que é do autor e o
numa linguagem que o público leitor irá com- que é da fonte. Algumas vezes, o escritor de
preender ou identificar mais facilmente. Por um texto faz referência a uma fonte uma
exemplo, artigos em revistas populares de vez, e o leitor presume que as sentenças
ciência, tais como, a Superinteressante, fre- anteriores ou parágrafos tenham sido para-
quentemente parafraseiam artigos de peri- fraseados quando na verdade a maior parte
ódicos científicos. Essa é uma atividade inte- do texto é uma paráfrase desta única fonte.
lectual importante, pois, demonstra que se O escritor do texto falhou na indicação clara
compreende aquilo que se leu e se é capaz de dos seus empréstimos às suas fontes. Pa-
trabalhar com aquele material. Conquanto, ráfrases e resumos devem ter seus limites
uma paráfrase deve ser, impreterivelmente, indicados por referências (no começo com o
referenciada, posto que, em não sendo, será nome do autor, no fim com referência entre
um caso de plágio tanto quanto uma cópia parênteses). O escritor deve sempre indicar
integral sem referência da fonte. Quando se quando uma paráfrase, resumo ou citação
diz algo com suas próprias palavras não quer começa, termina ou é interrompida.
dizer que esse algo é seu.
2.4. Tomar emprestado o trabalho de
1.4 - Resumo: parecido com a paráfra- outros estudantes: esse é um plágio di-
se, o resumo de uma fonte é feito com as reto consentido. Não há nada de errado em
próprias palavras de outrem, mas é de outra se tomar informações ou recorrer a ajuda de
52

terceiros. O que não pode é não se produzir o


próprio conhecimento.

2.5. Bricolagem: ajuntamento de tre-


chos, frases e parágrafos de diversas auto-
rias, formando um outro texto. Alguns au-
tores consideram que esse é um modelo de
pesquisa, porém, a comunidade científica
refuta o mesmo e, caso o autor de alguns
desses trechos queira, poderá processar o
escritor do mesmo por plágio.

2.6. Plágio integral: tomar de outro au-


tor um texto completo e assiná-lo como sen-
do de sua autoria.

2.7. Plágio parcial: tomar emprestado


de outro autor, partes de um texto e incluí-
-las em um texto seu, sem as devidas cita-
ções e referências.
53

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MORO, Mirella. A arte de escrever Artigos documentos científicos: periódicos e
Científicos. Disponível em: <www.inf.ufrgs.
artigos de periódicos. Curitiba: UFPR,
br/~mirella/Dicas.html.> Acesso em: 2 ago.
2000b. v.4.
2009.
______. Normas para apresentação de
RABELO, Camila. Idéias roubadas: plágio é
documentos científicos: redação e editora-
crime. (2006). Disponível em:
ção Curitiba: UFPR, 2000c.
<http://www.unb.br/acs/unbagencia/
ag0706-27.htm>. Acesso em: 10 ago. 2009.
Bibliografia de apoio
RAMOS, Paulo; RAMOS, Magda Maria;
BUSNELLO, Saul José. Manual prático de me- CHARLOT, B. Da relação com o saber: ele-
todologia da pesquisa: artigo, resenha, mo- mentos para uma teoria. Trad. B. Magne. Por-
nografia, dissertação e tese. Blumenau: Aca- to Alegre: Artmed, 2000.
dêmica, 2003.
CHAUÍ, M. Primeira filosofia: aspectos da
RELATÓRIO final de projetos de pesquisa: história da filosofia. São Paulo: Brasiliense,
modelo de apresentação de artigo científico. 1987.
Disponível em: <http://www.cav.udesc.br/
CYRINO, H; PENHA, C. Filosofia hoje. 2. ed.
anexoI.doc.>. Acesso em: 3 ago. 2009.
Campinas: Papirus, 1992.
SANTOS, Antônio. Metodologia científica:
a construção do conhecimento. 3 ed. Rio de
Janeiro: DP&A, 2000.

SILVA, Marcelo Amaral. A importância da


pesquisa no ensino jurídico. Revista de Di-
reito da Unijui/RS. Porto Alegre, ano 1, n. 1,
2004.
56

ANEXOS

ANEXO A: Orientações para busca de Os principais sites de buscas por artigos


Artigos Científicos no scielo. são, entre outros:

Elaboração: Profa. Ms. Elisa Melo Ferreira SciELO: www.scielo.org

Periódicos Capes: www.periodicos.capes.


gov.br
Após a escolha do tema do TCC, pertinen-
te ao seu curso de especialização, você de- Bireme: www.bireme.br
verá fazer a busca por artigos científicos da
PubMed: www.pubmed.com.br
área, em sites especializados, para a redação
do seu próprio artigo científico. O suporte bi- A seguir, temos um exemplo de busca por
bliográfico se faz necessário porque toda in- artigos no site do SciELO. Lembrando que em
formação fornecida no seu artigo deverá ser todos os sites, embora eles sejam diferen-
retirada de outras obras já publicadas ante- tes, o método de busca não difere muito. De-
riormente. Para isso, deve-se observar os ti- ve-se ter em mente o assunto e as palavras-
pos de citações (indiretas e diretas) descritas -chave que o levarão à procura pelos artigos.
nesta apostila e a maneira como elas devem Bons estudos!
ser indicadas no seu texto.
Siga os passos indicados:
Lembre-se que os artigos que devem ser
Para iniciar sua pesquisa, digite o site do
consultados são artigos científicos, publica-
SciELO no campo endereço da internet e,
dos em revistas científicas. Sendo assim, as
depois de aberta a página, observe os princi-
consultas em revistas de ampla circulação
pais pontos de pesquisa: por artigos; por pe-
(compradas em bancas) não são permitidas,
riódicos e periódicos por assunto (marcações
mesmo se ela estiver relatando resultados
em círculo).
de estudos publicados como artigos cientí-
ficos sobre aquele assunto. Revistas como:
Veja, Isto é, Época, etc., são meios de comu-
nicação jornalísticos e não científicos.

Os artigos científicos são publicados em


revistas que circulam apenas no meio acadê-
mico (Instituições de Ensino Superior). Essas
revistas são denominadas periódicos. Cada
periódico têm sua circulação própria, isto é,
alguns são publicados impressos mensal-
mente, outros trimestralmente e assim por
diante. Alguns periódicos também podem
ser encontrados facilmente na internet e
os artigos neles contidos estão disponíveis
para consulta e/ou download.
57

Ao optar pela pesquisa por artigos, no campo método (indicado abaixo), escolha se a busca
será feita por palavra-chave, por palavras próximas à forma que você escreveu, pelo site Google
Acadêmico ou por relevância das palavras.
58

Em seguida, deve-se escolher onde será feita a procura e quais as palavras-chave deverão ser
procuradas, de acordo com assunto do seu TCC (não utilizar “e”, “ou”, “de”, “a”, pois ele procurará
por estas palavras também). Clicar em pesquisar.

Lembre-se de que as palavras-chave diri- Isso feito, uma nova página aparecerá,
girão a pesquisa, portanto, escolha-as com com os resultados da pesquisa para aquelas
atenção. Várias podem ser testadas. Quanto palavras que você forneceu. Observe o nú-
mais próximas ao tema escolhido, mais refi- mero de referências às palavras fornecidas e
nada será sua busca. Por exemplo, se o tema o número de páginas em que elas se encon-
escolhido for relacionado à degradação am- tram (indicado abaixo).
biental na cidade de Ipatinga, as palavras-
-chave poderiam ser: degradação; ambien-
tal; Ipatinga. Ou algo mais detalhado. Se nada
aparecer, tente outras palavras.
59

A seguir, estará a lista com os títulos dos artigos encontrados, onde constam: nome dos auto-
res (Sobrenome, nome), título, nome do periódico, ano de publicação, volume, número, páginas
e número de indexação. Logo abaixo, têm-se as opções de visualização do resumo do artigo em
português/inglês e do artigo na íntegra, em português. Avalie os títulos e leia o resumo primeiro,
para ver se vale à pena ler todo o artigo.

Ao abrir o resumo, tem-se o nome dos autores bem evidente, no início da página (indicado
abaixo). No final, tem-se, ainda, a opção de obter o arquivo do artigo em PDF, que é um tipo de
arquivo compactado e, por isso, mais leve, Caso queria, você pode fazer download e salvá-lo em
seu computador.
60

Busca por periódicos

Caso você já possua a referência de um artigo e quer achá-lo em um periódico, deve-se pro-
curar na lista de periódicos, digitando-se o nome ou procurando na lista, por ordem alfabética ou
assunto. Em seguida, é só procurar pelo autor, ano de publicação, volume e/ou número.
61

É preciso ressaltar que você deve apenas texto na íntegra. Tais atitudes podem ser fa-
consultar as bases de dados e os artigos, cilmente verificadas por nossos professores,
sendo proibida a cópia de trechos, sem a de- que farão a correção do artigo.
vida indicação do nome do autor do texto ori-
ANEXO B: Modelo de resumo de um
ginal (ver na apostila tipos de citação) e/ou o
artigo de revisão 1

DA COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA AO CONHECIMENTO PÚBLICO:


O ARTIGO CIENTÍFICO DIGITAL COMO UMA BASE DE CONHECIMENTOS

Prof. Carlos Henrique Marcondes

RESUMO ESTENDIDO

Problema. Periódicos científicos publicados na Web, apesar dos avanços das TIs, são
ainda calcados no modelo impresso. Artigos neles contidos podem ser considerados ba-
ses de conhecimento, já que veiculam novas descobertas e novos conhecimentos cien-
tíficos. Mesmo sendo documentos digitais, o conhecimento contido nesses artigos esta
em forma textual, para leitura por seres humano e requer um longo processo social atra-
vés do qual artigos são lidos, criticados, avaliados, citados, até que o conhecimento aí
contido possa em fim ser validado e incorporado ao estoque de conhecimentos cientí-
ficos. As tecnologias conhecidas como Web Semântica objetivam exatamente agregar
conteúdo semântico aos documentos publicados na Web para que programas “agentes
inteligentes” possam “compreender” os conteúdos desses documentos e realizar tarefas
sofisticadas raciocinado com base nesse.

Objetivos. Propor e desenvolver o modelo de ambiente de publicação de artigos na


Web, que ampliasse as funcionalidades dos atuais “software” de auto-publicação, como
repositórios e bibliotecas, digitais, de modo a permitir a um autor publicar seu artigo si-
multaneamente, em formato textual legível por pessoas, e em formato “inteligível” por
programas, identificando o conhecimento contido no artigo e representando-o como
uma ontologia.
62

Metodologia. Como domínio para teste, avaliação e aperfeiçoamento do modelo foi


escolhida a área de Ciências da Saúde, devido ao fato de ser a área onde a documentação
científica é mais padronizada. Serão analisados agora artigos de periódicos internacio-
nais em Ciências da Saúde que se caracterizem por veicularem contribuições significa-
tivas para a Ciência em suas áreas como os dos Prêmios Nobel de Medicina e Lasker, na
expectativa de que sejam encontrados artigos que tragam contribuições significativas
para o desenvolvimento da Ciência.

Resultados. Uma proposta inicial de representação do conteúdo de conhecimento


em artigos científicos foi desenvolvida tendo como base os elementos semânticos do
Método Científico como Problema, Hipótese, Metodologia, Resultados e Conclusões.
Esta proposta foi testada, validada e aperfeiçoada através da análise de 60 artigos de
periódicos eletrônicos em Ciências da Saúde. Foram identificados três padrões de racio-
cínio nos artigos analisados, que implicam em diferentes arranjos dos elementos semân-
ticos do Método Científico: artigos experimentais-indutivos, experimentais-dedutivos e
teórico-abdutivos. Os resultados foram sistematizados e formalizados sob a forma de
uma Ontologia do Conhecimento contido em Artigos Científicos, que servirá de base para
representar o conteúdo semântico de artigos científicos publicados segundo o modelo
num futuro ambiente de publicação de artigos na Web.

Palavras-chave: publicações eletrônicas. Metodológica científica. Comunicação


científica. Rrepresentação do conhecimento. Ontologias. e-Ciência.

ANEXO C: Modelo de resumo de um artigo de revisão 2

Mais um anjo barroco? Uma revisão bibliográfica em antropologia da


informação a partir de levantamento de textos
através da ferramenta de busca Google

Nísio Antônio Teixeira de Ferreira

RESUMO

A partir de uma revisão teórica sobre o tema Antropologia da Informação, produziu-se


um levantamento de textos sobre o tema através do instrumento de pesquisa Google,
dos quais oito foram selecionados para verificar como cada um deles abordou a articu-
lação entre antropologia e informação. Diversos no formato, extensão e abordagem, os
textos partem de uma preocupação geral - como o ser humano, em seu processo cotidia-
no de produção de cultura, está envolvido, se relaciona e sofre o impacto das tecnologias
de informação para seguir caminhos particulares: desde discutir como a antropologia
pode ajudar a entender os especialistas em tecnologia da informação junto aos demais
grupos que integram a esfera produtiva da ‘cultura informacional’, até discutir como, ao
63

longo da história, as tecnologias de informação reconfiguraram e mesmo potencializa-


ram o trabalho da antropologia. A revisão inclui ainda uma descrição da trajetória da an-
tropologia e do conhecimento para o entendimento das relações sociais no ciberespaço;
a combinação de metodologias das ciências sociais e da antropologia para o estudo de
organizações hipermidiáticas e uma leitura da cibercultura à luz dos conceitos e ideias de
Walter Benjamin. A diversidade dos resultados confirma as múltiplas diretrizes, aponta-
das na revisão teórica, para a discussão do tema na Ciência da Informação.

ANEXO D: Modelo de resumo de um artigo de revisão 3

OBESIDADE INFANTIL: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Rosely Galvão Costa, Yonara Marisa Pinto da Silva, Ricardo Laino Ribeiro

RESUMO

A obesidade é definida como um excesso de gordura corporal. É considerada, sem dú-


vida alguma, um grande problema da sociedade moderna e globalizada, atingindo ele-
vadas proporções entre a população infantil. Sedentarismo, alimentação inadequada,
hábitos alimentares equivocados dos pais, entre outros, são alguns dos fatores respon-
sáveis pelo aumento na incidência da obesidade nesta fase do ciclo da vida. A obesidade
infantil é considerada uma forte indicação de sua permanência na fase adulta, com os
conseqüentes riscos de doenças cardiovasculares e diabetes. Pode acarretar, também,
distúrbios psicológicos, isolamento, depressão e baixa auto-estima. Portanto, interven-
ções para a prevenção da obesidade devem ter como foco, principalmente, orientações
para prática de uma alimentação saudável e de atividade física. Esta pesquisa tem por
objetivo, através de revisão bibliográfica, avaliar as causas da obesidade em crianças,
suas conseqüências na fase adulta, a melhor forma de tratamento e prevenção.

Palavras chave: obesidade infantil, alimentação saudável, atividade física.

.http://publicacoes.unigranrio.edu.br/index.php/sare/article/view/215. Vol 3 - n 01 –
2008.

ANEXO E

Plágio de trabalhos na Internet é pão-nosso do Básico ao Superior

Escrito pelo Fernando Basto, Jornal de Notícias, 02 Jan. 2007.

O recurso crescente dos estudantes à Internet em busca de informação para os traba-


lhos escolares e universitários converteu meras exposições, monografias, dissertações
64

ou mesmo teses em exercícios de plágio construídos sem pejo. Muitas das vezes, o "rabo"
fica de fora para gáudio dos professores são as mantas de retalho sem nexo ou constru-
ções frásicas com sabor abrasileirado. Outras vezes, as cópias dão mais luta, exigindo ao
docente a utlização de ferramenta idêntica para detectar a infracção. O mundo da fraude
acadêmica fica complementada com um número crescente de licenciados desemprega-
dos que, a troco de um punhado de euros, faz surgir o trabalho que, com sorte, acelera a
obtenção do tão desejado canudo. Tudo começa no Ensino Básico, quando a professora
pede um pequeno trabalho, coisa leve, sobre, por exemplo, o meio ambiente. "Quando
peço os trabalhos, já sei que vou acabar por receber muitos semelhantes, com as mesmas
ilustrações e os mesmos gráficos. Os alunos vão todos ao Google e pronto". Ana Faria,
professora de Ciências Naturais, não se importa. "O importante é que aprendam a pesqui-
sar. Mas alerto-os sempre para a necessidade de identificarem a fonte de informação",
esclareceu. Do Básico, pelo Secundário, até ao Superior, o caminho da investigação ra-
ramente conhece outro assento que não seja a cadeira em frente a um terminal de com-
putador com ligação à Net. As noções de ética ouvidas nesta ou naquela aula não têm a
força para vencer o facilitismo de escolher e copiar aquilo que outros produziram. É por
isso que Jorge Tavares (o que se dispôs a revelar ao JN exige anonimato) vai ter de recor-
rer ao motor de pesquisa Google para analisar, nas próximas semanas, os trabalhos de
fim de semestre dos seus alunos da área das engenharias. "São alunos dos 4º e 5º anos,
mas sei, por experiência adquirida, que uns 80% tiveram na Net a sua única fonte de
pesquisa", salientou. Em anos anteriores, tem recebido um pouco de tudo desde cópias
integrais até "mantas de retalho" que mais não são do que pedaços de uma variedade
de trabalhos encontrados na rede. Numa autêntica caça do gato ao rato, Jorge Tavares -
professor de uma instituição de ensino superior público do Porto - usa o Google para de-
tectar as infracções. "Digito uma expressão técnica utilizada no trabalho e comparo com
os textos que encontro", explicou. Na maior parte dos casos, a entrevista que se segue à
apresentação do trabalho complementa o diagnóstico da fraude. "Neste momento, tenho
em mãos uma dissertação de mestrado que seguiu os mesmos caminhos", revelou. Jorge
Tavares referiu que muitos alunos sabem que, com alguns professores, o risco compen-
sa. "São por vezes centenas de trabalhos para analisar e há colegas que mal olham para
eles. Rui Trindade, professor da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação do Porto,
é de opinião que, muitas vezes, os alunos são sobrecarregados com trabalhos. "Um traba-
lho de investigação é uma oportunidade de auto-aprendizagem. Mas como os alunos não
são auto-suficientes, os professores devem acompanhar a feitura dos trabalhos, caso
contrário não precisavam dos docentes para nada", referiu. Rui Trindade aposta, assim,
na tutoria do seus alunos. "Quando se faz um acompanhamento, a tendência dos alunos
para 'googlar' tende a diminuir muito", concluiu. Usar as idéias de outros sem revelar as
65

fontes, a utilização de trabalho produzido por outros, omitindo adequadamente a fon-


te de informação, constituiu plágio. Plagiar pode ser a utilização, palavra por palavra, do
texto elaborado por alguém sem identificar o autor, como parafrasear as suas idéias sem
o indicar. Para reproduzir textualmente o que outros escreveram, deve-se colocar o tex-
to copiado entre aspas e identificar autor e fonte. O melhor será ler primeiro, ficar com as
idéias, e depois tentar escrever um texto de produção própria. (BASTOS, 2007. Disponí-
vel em: <www.jn.pt. Como fazer para evitar o plágio na Net?>. Acesso em: 01 Jul. 2009.)

ANEXO F

Respeito á propriedade intelectual

O Yahoo! respeita a propriedade intelectual dos autores de qualquer conteúdo dispo-


nível na internet, por isso pedimos a nossos usuários que façam o mesmo. O Yahoo! pode,
de acordo com seus Termos de Serviço, e nas circunstâncias apropriadas, desabilitar ou
encerrar, sem aviso prévio, as contas de usuários que estejam desrespeitando direitos de
propriedade intelectual de terceiros.

Informações sobre direitos autorais

As informações publicadas na internet estão acessíveis a qualquer usuário, mas não


necessariamente podem ser copiadas, baixadas ou reutilizadas. É permitido aos usuários
copiar partes do conteúdo de sites, mas apenas para uso pessoal e não-comercial. Outros
tipos de uso, como reprodução, modificação, distribuição, transmissão ou exibição em
outros sites, são geralmente proibidos.

Infração de seus direitos autorais:

Se você tem razões para acreditar que seus direitos autorais foram violados, entre em
contato com o Yahoo!, dando as seguintes informações:

1. Uma descrição do trabalho protegido por direitos autorais;

2. Uma assinatura digital ou material da pessoa autorizada a agir em seu nome, caso
haja;

3. A natureza da autorização que foi a essa pessoa;

4. Em que parte do site está ocorrendo essa violação de direitos autorais;


66

5. Seu nome completo, endereço, telefone e e-mail;

6. Uma declaração sua de que você age de boa fé e que acredita que seu material foi
usado de forma indevida de acordo com as leis de diretos autorias;

7. Uma declaração sua de que todas as informações que você cedeu ao Yahoo! estão
corretas e que você é o dono do material utilizado ou está legalmente autorizado a agir
em nome dele.

Para informar sobre alguma violação de direitos autorais, entre em contato conosco:

Yahoo! do Brasil Internet Ltda.

Departamento Jurídico

Rua Fidêncio Ramos, 195 – 12º andar

04551-010 / São Paulo - SP

E-mail: br-abuse@yahoo-inc.com

Copyright © 2003 Yahoo! do Brasil Internet Ltda. Todos os direitos reservados.


Política de Privacidade - Termos de Serviço

ANEXO G

Sites que devem ser consultados por aqueles que desejam conhecer as leis
sobre direitos autorais e suas implicações, bem como, não desejam plagiar.

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5988.htm

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9610.htm#art115

https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Leis/L9609.htm

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm

http://www.fd.uc.pt/CI/CEE/OI/OMPI/convencao_berna_obras_literarias-PT.htm

http://www.wipo.int/treaties/en/ip/berne/trtdocs_wo001.html

http://www.wipo.int/

Além desses listados acima indicamos a página de Augusto C. B. Areal em: <http://
www.persocom.com.br/brasilia/plagio1.htm#registro>.
67

Outra página interessante é a da Biblioteca Nacional, com orientações de como proce-


der para registrar sua obra, seja texto escrito, fotografia, partitura musical, etc.: <http://
www.bn.br/Script/index.asp> No fim da página à direita há o ícone do "Escritório de di-
reitos autorais".

Outro site interessante é <http://www.plagiarism.com> , que se propõe, “deter o plá-


gio e encorajar a honestidade intelectual”.

No endereço <http://www.jmir.org/2000/1/e4/> existe um artigo gratuito publicado


no Journal of Medical Internet Research sobre plágio. Ele trata do heteroplágio (o mais
conhecido, quando a cópia é feita da obra de outra pessoa) e o autoplágio, quando o autor
copia trechos seus e os distribui em diferentes artigos como se fossem originais. Além
disso, existem hipertextos direcionando a outras páginas relevantes.

Mesmo não havendo legislação específica, os textos publicados na Internet (incluindo


posts e textos publicados nos blogs) são protegidos pela Lei nº 9.610/98 - a Lei de Direi-
tos Autorais.

Dois sites úteis e com muita informação sobre o assunto:

Copyright Office Basics - Seção de conceitos básicos do site oficial de Copyright do


Governo dos EUA; em inglês ou espanhol.

Plagiarism Today - Site sobre plágio, direitos autorais e roubo de conteúdo online. Em
inglês.

ANEXO H

Legislação Sobre Direitos Autorais: Alguns trechos mais pertinentes.

Lei nº 9.610/98 - Direitos Autorais

Art. 1º Esta Lei regula os direitos autorais, entendendo-se sob esta denominação os
direitos de autor e os que lhes são conexos.

Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qual-
quer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se
invente no futuro, tais como:

I - os textos de obras literárias, artísticas ou científicas;

Art. 11. Autor é a pessoa física criadora de obra literária, artística ou científica.

Art. 12. Para se identificar como autor, poderá o criador da obra literária, artística ou
científica usar de seu nome civil, completo ou abreviado até por suas iniciais, de pseudô-
nimo ou qualquer outro sinal convencional.

Art. 18. A proteção aos direitos de que trata esta Lei independe de registro.
68

Art. 24. São direitos morais do autor:

I - o de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra;

II - o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado, como


sendo o do autor, na utilização de sua obra;

Art. 29. Depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra, por

quaisquer modalidades, tais como:

I - a reprodução parcial ou integral;

Sanções às Violações dos Direitos Autorais

As violações aos direitos autorais estão previstas tanto na própria Lei de Direitos Au-
torais, onde se estipulam as sanções civis, como no Código Penal.

No Art. 5º da Lei de Direitos Autorais, se estabelece:

VII - contrafação - a reprodução não autorizada;

No Título VII - Das Sanções às Violações dos Direitos Autorais, se estabelecem diferen-
tes sanções e multas, a serem aplicadas aos contrafatores. Interessam especialmente:

Art. 101. As sanções civis de que trata este Capítulo aplicam-se sem prejuízo das penas
cabíveis.

Art. 108. Quem, na utilização, por qualquer modalidade, de obra intelectual, deixar de
indicar ou de anunciar, como tal, o nome, pseudônimo ou sinal convencional do autor e do
intérprete, além de responder por danos morais, está obrigado a divulgar-lhes a identi-
dade da seguinte forma:

II - tratando-se de publicação gráfica ou fonográfica, mediante inclusão de errata nos


exemplares ainda não distribuídos, sem prejuízo de comunicação, com destaque, por três
vezes consecutivas em jornal de grande circulação, dos domicílios do autor, do intérprete
e do editor ou produtor;

III - tratando-se de outra forma de utilização, por intermédio da imprensa, na forma a


que se refere o inciso anterior.

No Código Penal, se prevêem de três meses a quatro anos de PRISÃO, além de multas.
69

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