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GUIAS TÉCNICOS
CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE
INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS
AO CICLO URBANO DA ÁGUA
Dídia Covas (Coordenação)

Em parceria com:
GUIAS TÉCNICOS
CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE
INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS
AO CICLO URBANO DA ÁGUA
Dídia Covas (Coordenação)
FICHA TÉCNICA

TÍTULO:
Custos de Construção de Infraestruturas Associadas ao Ciclo Urbano da Água
COORDENAÇÃO:
Dídia Covas (IST)
Paula Freixial, Maria José Bento Franco (ERSAR)
AUTORIA:
Dídia Covas, Marta Cabral, Alexandre Pinheiro, Valentina Marchionni, Sara Antunes,
Nuno Lopes, Luis Mamouros, Nuno Brôco
COMISSÃO TÉCNICA DE APRECIAÇÃO (ERSAR):
Paula Freixial, Maria José Bento Franco, Margarida Monte, Rute Rodrigues, Pedro
Gonçalves
AGRADECIMENTOS:
Agradece-se a colaboração das diversas organizações e entidades gestoras que
contribuíram para este guia, nomeadamente:
Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR):
Financiou a elaboração do estudo “Custos de referência de infraestruturas do ciclo
urbano da água, de valorização de resíduos sólidos urbanos e de proteção da orla
costeira” realizado em 2014/2015. Um agradecimento muito especial ao Eng.º Luís
Santos pela confiança, apoio e incentivo para o desenvolvimento deste estudo.
Instituto Superior Técnico (IST): A elaboração deste guia contou ainda com a
colaboração da Eng.ª Susana Lopes, do Eng.º David Figueiredo e do Eng.º Marco
Pereira (no tratamento e análise de dados), do Prof. José Saldanha Matos (com
contributos para a versão final do guia), do Prof. António Monteiro (no lançamento
do estudo e com contributos para a versão final do guia), da Prof. Maria da
Conceição Amado e Eng.ª Maria Silva (na análise estatística dos dados), Eng.ª Rita
Amaral (sugestões diversas) e do Prof. António Trigo Teixeira (no componente dos
emissários submarinos).
Grupo Águas de Portugal (AdP): A elaboração deste guia contou com a colaboração
da Eng.ª Joana Pena (na análise de dados de estações de tratamento de águas e
águas residuais), da Dr.ª Sandra Santos (com contributos para a versão final do
guia), do Eng.º Pedro Laginha e do Eng.º André Azevedo (na recolha e
disponibilização da informação utilizada).
Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC): Eng.ª Helena Alegre, Eng.ª Dália
Loureiro, Eng.ª Adriana Cardoso.
Outras colaborações: Eng.º João Feliciano (AGS), Eng.ª Rita Almeida (AGS), Eng.ª
Maria Santos Silva (AdCL), Eng.º Abel Luís (EPAL), Eng.º Alfredo Afonso (Etermar).
Entidades gestoras: Empresas do Grupo AdP, serviços municipalizados e câmaras
municipais que disponibilizaram os mapas orçamentais e informação
complementar, essencial para a realização desse estudo.
EDIÇÃO:
Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos
FINANCIAMENTO
A elaboração deste guia técnico foi financiada pela ERSAR e pelo POSEUR.
CONCEÇÃO GRÁFICA:
Brand Practice
COMPOSIÇÃO E PAGINAÇÃO:
-
IMPRESSÃO E ACABAMENTOS:
-
TIRAGEM:
-
LOCAL E DATA DA EDIÇÃO:
Lisboa, 11 de dezembro de 2018
ISBN (VERSÃO DIGITAL):
978-972-98996-4-5
DEPÓSITO LEGAL:
-
PREFÁCIO DA ERSAR

No contexto dos novos estatutos da ERSAR, em que se verifica o


reforço dos poderes e da independência orgânica e funcional da
entidade reguladora, num quadro de universalização da regulação,
tornam-se necessários instrumentos de regulação económica
eficazes, que permitam consolidar uma intervenção em matéria de
fixação de preços, promovendo a eficiência produtiva do setor.
Concretamente, a aplicação efetiva do regulamento tarifário dos
serviços de águas às entidades gestoras do setor imporá a
necessidade de a ERSAR conhecer, aprofundadamente, os custos de
investimento das infraestruturas dos serviços de águas, que serão
materializados através de custos unitários de referência.
Nesse sentido, a ERSAR considerou fundamental estabelecer um
quadro de custos de investimento de referência, baseados na
melhor informação disponível, que possam servir de comparação
com os valores apresentados pelas entidades gestoras de
abastecimento público de água e de saneamento de águas residuais
urbanas.
Para o efeito, o Instituto Superior Técnico, em parceria com a ERSAR,
elaborou o presente Guia Técnico que reúne funções de custo de
construção de vários tipos de infraestruturas do ciclo urbano da
água. Procurou-se que essas funções de custo fossem
representativas do panorama nacional, tendo sido desenvolvidas
com base em orçamentos de um conjunto alargado de empreitadas
de abastecimento público de água e de saneamento de águas
residuais urbanas e pluviais realizadas nos últimos anos.
Pretende-se, ainda, que este Guia Técnico constitua um documento
que apoie a estimativa de custos de construção e de investimento
de infraestruturas do ciclo urbano da água (incluindo os serviços de
abastecimento público de água, saneamento de águas residuais
urbanas e de águas pluviais) na fase de planeamento de sistemas.
O Guia Técnico deverá ser utilizado em complementaridade com a
aplicação informática que lhe está associada e que é disponibilizada
pela ERSAR no seu sítio de internet.

PREFÁCIO DA ERSAR |v
Sendo este documento um instrumento de apoio à decisão, é
expetativa da ERSAR que o presente Guia Técnico contribua para
apoiar o setor no planeamento de sistemas e que contribua para a
maior eficiência das entidades gestoras e dos parceiros do setor.
Orlando Borges
(Presidente do Conselho de Administração da ERSAR)
Ana Barreto Albuquerque
(Vogal do Conselho de Administração da ERSAR)
Paulo Lopes Marcelo
(Vogal do Conselho de Administração da ERSAR)

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vi CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
PREFÁCIO DO IST

O presente Guia Técnico sobre custos de construção de


infraestruturas associadas ao ciclo urbano da água vem colmatar
uma importante lacuna de informação. Trata-se de um precioso
auxiliar para o planeamento e conceção de sistemas,
nomeadamente nas fases iniciais de projeto, e que complementa de
modo coerente outros guias da mesma série, com destaque para os
Guias Técnicos (GT) 16, 17 e 21, sobre Gestão Patrimonial de
Infraestruturas (GPI), e o GT 22, sobre a terceira geração de
avaliação da qualidade de serviço.
A boa gestão de longo prazo das infraestruturas de águas, objeto
nuclear da GPI, é fundamental para a sustentabilidade dos serviços
prestados e para a qualidade de vida e desenvolvimento da
sociedade. Desde há vários anos que, em Portugal, tem vindo a ser
desenvolvido um trabalho coordenado dos principais agentes do
setor nestas matérias, com destaque para a Entidade Reguladora
dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), o Laboratório nacional de
Engenharia Civil (LNEC), o Instituto Superior Técnico (IST) e todas as
entidades gestoras e parceiros tecnológicos participantes nas
iniciativas nacionais de GPI, promovidas pelo LNEC. Conjuntamente,
tem sido possível sensibilizar, produzir conhecimento, capacitar,
incentivar a evolução legislativa, ganhar experiência e alterar a
cultura e as práticas. A GPI tem em vista assegurar um equilíbrio
entre desempenho, risco e custo. Em Portugal, o deficiente
conhecimento sobre custos constitui, naturalmente, uma barreira
ou limitação importante no que respeita ao apoio à decisão e à
evolução sustentada do setor. O presente Guia vem dar um
contributo de grande valia para reduzir essa limitação. Baseado nos
custos reais de um conjunto muito alargado de obras que tiveram
lugar em Portugal nos últimos anos, discriminados por rubrica, o
estudo contemplou uma análise muito sólida e detalhada dos dados
disponíveis, recorreu a exigentes mecanismos de validação e
desenvolveu custos unitários médios de referência para os
principais componentes dos sistemas de abastecimento de água e
de gestão de águas residuais. A estreita colaboração, no seio do IST,
entre as competências de engenharia civil e de estatística e o teste

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PREFÁCIO DO IST
alargado, nomeadamente no âmbito das iniciativas nacionais de GPI
(projeto iGPI 2015), contribuíram para a qualidade final do trabalho.
O Guia foi elaborado no âmbito de um acordo entre o Instituto
Superior Técnico, da Universidade de Lisboa, e a Entidade
Reguladora de Serviços de Águas e Resíduos. O estudo contou,
ainda, com o apoio do Programa Operacional para a
Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR), com o
apoio técnico e de fornecimento de dados de base da AdP – Águas
de Portugal, e com um leque muito alargado de outras
colaborações. É assim com muito gosto que o LNEC, que desta vez
apenas teve contribuições pontuais, vê confirmada a continuação
da produção de guias que possam contribuir para a melhoria da
qualidade dos serviços de abastecimento de água e de drenagem e
tratamento de águas residuais.
O IST tem como missão contribuir para o desenvolvimento da
sociedade, promovendo um ensino superior de qualidade e
dinamizando atividades de investigação e inovação essenciais para
o progresso do conhecimento. No âmbito do Saneamento, têm
assumido relevo as atividades nos domínios das infraestruturas e
serviços urbanos de abastecimento de água, de drenagem de águas
residuais e pluviais, e de tratamento de águas residuais e de gestão
dos seus subprodutos, designadamente no que respeita ao uso
eficiente da água, energia e nutrientes e à reabilitação e
beneficiação de sistemas. A colaboração do IST com a ERSAR tem-se
revelado nomeadamente ao nível do apoio a publicações,
recomendações e elaboração de pareceres técnicos. O IST
participou igualmente do projeto AWARE-P, em conjunto com o
LNEC e a ERSAR, e na elaboração do Guia Técnico 16.
A ERSAR tem como um dos seus objetivos estratégicos contribuir
para a maior eficiência das entidades gestoras e dos parceiros do
setor, através de parcerias com instituições técnicas e científicas,
razão pela qual a ERSAR tomou a iniciativa, em parceria com o
PO SEUR, de elaboração deste Guia com o IST.
O PO SEUR constitui-se, por sua vez, como um dos programas
criados para a operacionalização da Estratégia Portugal 2020,
pretendendo-se que contribua especialmente na prioridade de
crescimento sustentável, respondendo aos desafios de transição

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viii CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
para uma economia de baixo carbono e que naturalmente também
interessam ao setor das águas. A informação relativa a estimativas
de custo de investimento dos vários componentes do ciclo urbano
da água será muito útil para o PO SEUR, nomeadamente no âmbito
da verificação e análise de Estudos de Viabilidade Económico-
Financeira (EVEF), para a proposta de decisão de atribuição de
fundos, dado o peso que esse componente assume nesse tipo de
estudo.
Tal como no caso dos anteriores Guias, pretende-se, igualmente,
proporcionar um instrumento de trabalho para as entidades
gestoras e consultoras desse tipo de serviços, contribuindo para a
criação de um ambiente favorável para uma evolução eficiente e
sustentável dos sistemas e serviços de águas em Portugal.

Arlindo Limede de Oliveira


(Presidente do IST)
José Saldanha Matos
(Professor Catedrático, DECivil, IST)
Maria Helena Colaço Alegre
(Diretora do Departamento de Hidráulica e Ambiente do LNEC)

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PREFÁCIO DO IST
ÍNDICE GERAL

1. INTRODUÇÃO ........................................................................... 3
2. METODOLOGIA ...................................................................... 15
3. UNIVERSO DA AMOSTRA........................................................ 35
4. CAPTAÇÕES DE ÁGUA ............................................................ 41
5. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA .................................. 65
6. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUA ........................................ 89
7. RESERVATÓRIOS..................................................................... 97
8. CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS ........ 117
9. CONDUTAS ELEVATÓRIAS, EMISSÁRIOS GRAVÍTICOS E
SUBMARINOS ............................................................................... 149
10. COLETORES DOMÉSTICOS E PLUVIAIS E RAMAIS ................. 175
11. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUAS RESIDUAIS ................... 197
12. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS ............ 215
13. CUSTO FINAL DE CONSTRUÇÃO ........................................... 263
14. VALOR DO INVESTIMENTO................................................... 283
15. VALOR ATUAL DA INFRAESTRUTURA ................................... 287
16. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...................................... 297

ÍNDICE GERAL |xi


ÍNDICE DETALHADO

PARTE I - ENQUADRAMENTO GERAL E METODOLOGIA

1. INTRODUÇÃO ........................................................................... 3
1.1. Enquadramento ............................................................... 3
1.2. Âmbito de aplicação......................................................... 5
1.3. Estrutura do documento ................................................ 10
1.4. Destinatários .................................................................. 12
1.5. Metodologia de consulta ............................................... 12
2. METODOLOGIA ...................................................................... 15
2.1. Abordagem adotada ...................................................... 15
2.2. Recolha, seleção e processamento de dados................. 15
2.3. Atualização dos custos à data de referência .................. 17
2.4. Estabelecimento das rubricas de custo e identificação
dos parâmetros caraterísticos ................................................... 19
2.5. Cálculo dos custos de construção .................................. 27
2.6. Validação dos custos e elaboração de recomendações
finais ....................................................................................... 31
3. UNIVERSO DA AMOSTRA........................................................ 35
PARTE II - SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

4. CAPTAÇÕES DE ÁGUA ............................................................ 41


4.1. Tipos de captações......................................................... 41
4.2. Caraterização dos componentes .................................... 44
4.2.1. Nota introdutória ................................................... 44
4.2.2. Captações superficiais ............................................ 44

ÍNDICE DETALHADO |xiii


4.2.3. Captações subterrâneas ........................................ 46
4.3. Custos de construção de captações .............................. 48
4.3.1. Nota introdutória................................................... 48
4.3.2. Captações superficiais ........................................... 49
4.3.3. Captações subterrâneas ........................................ 56
5. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA ................................. 65
5.1. Tipos de água................................................................. 65
5.2. Níveis e etapas de tratamento ...................................... 66
5.3. Caraterização dos componentes ................................... 71
5.4. Custo de construção de estações de tratamento .......... 74
5.4.1. Nota introdutória................................................... 74
5.4.2. ETA Tipo I ............................................................... 75
5.4.3. ETA Tipo II .............................................................. 79
5.4.4. ETA Tipo III ............................................................. 86
5.4.5. Análise geral do custo de ETA ................................ 87
6. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUA ........................................ 89
6.1. Constituição de uma estação elevatória........................ 89
6.2. Caraterização dos componentes ................................... 89
6.3. Custo de construção de estações elevatórias................ 92
7. RESERVATÓRIOS .................................................................... 97
7.1. Tipos de reservatórios ................................................... 97
7.2. Caraterização dos componentes ................................... 98
7.2.1. Nota introdutória................................................... 98
7.2.2. Reservatórios apoiados ......................................... 98
7.2.3. Reservatórios apoiados associados a estações
elevatórias ............................................................................. 99

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xiv CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
7.2.4. Reservatórios elevados ........................................ 101
7.2.5. Caraterização geral: rubricas de custo ................. 102
7.3. Custo de construção de reservatórios ......................... 103
7.3.1. Nota introdutória ................................................. 103
7.3.2. Reservatórios apoiados ........................................ 104
7.3.3. Reservatórios apoiados associados a estações
elevatórias............................................................................ 108
7.3.4. Reservatórios elevados ........................................ 111
7.3.5. Comparação do custo de reservatórios ............... 115
8. CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS ........ 117
8.1. Tipos de componentes ................................................. 117
8.2. Caraterização dos componentes .................................. 120
8.2.1. Caraterização geral .............................................. 120
8.2.2. Condutas de adução ............................................ 120
8.2.3. Condutas de distribuição ..................................... 122
8.2.4. Ramais de ligação domiciliários ........................... 123
8.3. Custo de construção de condutas adutoras, de
distribuição e ramais ................................................................ 124
8.3.1. Nota introdutória ................................................. 124
8.3.2. Condutas de adução ............................................ 126
8.3.3. Condutas de distribuição ..................................... 133
8.3.4. Ramais de ligação domiciliários ........................... 142
PARTE III - SISTEMAS DE GESTÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS E PLUVIAIS

9. CONDUTAS ELEVATÓRIAS, EMISSÁRIOS GRAVÍTICOS E


SUBMARINOS ............................................................................... 149
9.1. Tipos de componentes ................................................. 149

ÍNDICE DETALHADO |xv


9.2. Caraterização dos componentes ................................. 150
9.2.1. Caraterização geral .............................................. 150
9.2.2. Condutas elevatórias ........................................... 151
9.2.3. Emissários gravíticos............................................ 153
9.2.4. Emissários submarinos ........................................ 155
9.3. Custo de construção de condutas elevatórias, emissários
gravíticos e submarinos ........................................................... 155
9.3.1. Nota introdutória................................................. 155
9.3.2. Condutas elevatórias ........................................... 157
9.3.3. Emissários gravíticos............................................ 163
9.3.4. Emissários submarinos ........................................ 171
10. COLETORES DOMÉSTICOS E PLUVIAIS E RAMAIS................. 175
10.1. Tipos de componentes ................................................ 175
10.2. Caraterização dos componentes ................................. 177
10.2.1. Caraterização geral .............................................. 177
10.2.2. Coletores gravíticos domésticos .......................... 178
10.2.3. Ramais de ligação domiciliários ........................... 180
10.2.4. Coletores gravíticos pluviais ................................ 181
10.3. Custo de construção de coletores domésticos e pluviais e
ramais 182
10.3.1. Nota introdutória................................................. 182
10.3.2. Coletores gravíticos domésticos .......................... 185
10.3.3. Ramais de ligação domiciliários ........................... 190
10.3.4. Coletores gravíticos pluviais ................................ 191
11. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUAS RESIDUAIS .................. 197
11.1. Tipos de estações elevatórias ...................................... 197

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xvi CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
11.2. Caraterização dos componentes .................................. 200
11.3. Custo de construção de estações elevatórias de águas
residuais ................................................................................... 203
11.3.1. Nota introdutória ................................................. 203
11.3.2. Tipo I .................................................................... 203
11.3.3. Tipo II ................................................................... 206
11.3.4. Tipo III .................................................................. 209
11.3.5. Análise geral do custo de estações elevatórias de
águas residuais ..................................................................... 212
12. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS ............ 215
12.1. Tipos de tratamento .................................................... 215
12.1.1. Tipos de ETAR....................................................... 215
12.1.2. Tratamento extensivo .......................................... 219
12.1.3. Tratamento intensivo: nível de tratamento
apropriado ........................................................................... 221
12.1.4. Tratamento intensivo: nível de tratamento
secundário ........................................................................... 222
12.1.5. Tratamento intensivo: nível de tratamento terciário
............................................................................. 229
12.2. Caraterização dos componentes .................................. 229
12.3. Custos de construção de estações de tratamento de
águas residuais......................................................................... 232
12.3.1. Nota introdutória ................................................. 232
12.3.2. ETAR compactas................................................... 233
12.3.3. ETAR de leito de macrófitas ................................. 236
12.3.4. ETAR de leito percolador...................................... 242

ÍNDICE DETALHADO |xvii


12.3.5. ETAR por lamas ativadas em arejamento
convencional ....................................................................... 245
12.3.6. ETAR por lamas ativadas em arejamento prolongado
sem desinfeção.................................................................... 247
12.3.7. ETAR por lamas ativadas em arejamento prolongado
com desinfeção ................................................................... 254
12.3.8. Análise geral do custo de ETAR............................ 257
PARTE IV - CUSTO DE CONSTRUÇÃO, VALOR DO INVESTIMENTO E
VALOR ATUAL

13. CUSTO FINAL DE CONSTRUÇÃO........................................... 263


13.1. Nota introdutória ........................................................ 263
13.2. Custo de pavimentação ............................................... 264
13.2.1. Peso relativo dos custos de pavimentação .......... 264
13.2.2. Largura de vala .................................................... 267
13.2.3. Custos de marcação e corte ................................ 270
13.2.4. Custos de levantamento e reposição de pavimento
270
13.2.5. Síntese dos custos de pavimentação ................... 273
13.3. Custo associado a trabalhos especiais ......................... 274
13.4. Custo associado a arranjos exteriores ......................... 277
13.5. Custo de perfurações horizontais ................................ 279
13.6. Custo de construção de condutas, coletores e emissários
281
13.7. Custo de construção de infraestruturas verticais e
instalações ............................................................................... 282
14. VALOR DO INVESTIMENTO .................................................. 283
14.1. Nota introdutória ........................................................ 283

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xviii CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
14.2. Custo final da obra ....................................................... 283
14.3. Custo associado a outras atividades ............................ 284
14.4. Cálculo do valor do investimento................................. 286
15. VALOR ATUAL DA INFRAESTRUTURA ................................... 287
15.1. Nota introdutória ......................................................... 287
15.2. Valor atual de cada ativo e da infraestrutura............... 287
15.3. Custo de substituição ................................................... 288
15.4. Vida útil técnica............................................................ 289
15.5. Índice do valor da infraestrutura ................................. 293
PARTE V - NOTAS FINAIS

16. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...................................... 297


16.1. Nota introdutória ......................................................... 297
16.2. Principais resultados .................................................... 297
16.3. Recomendações finais ................................................. 307
16.3.1. Pressupostos subjacentes .................................... 307
16.3.2. Obtenção de custo final de construção, valorização
de infraestruturas e estabelecimento de preços base ......... 311
BIBLIOGRAFIA............................................................................... 313
ANEXO 1 – SÍNTESE DAS FUNÇÕES DE CUSTO
ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS
ANEXO 3 – EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

ÍNDICE DETALHADO |xix


ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1.1 – Estrutura geral do guia ............................................... 11


Figura 2.1 – Metodologia adotada para a obtenção dos custos de
construção ..................................................................................... 15
Figura 2.2 – Representação geográfica NUTS II 2013 (Fonte: Pordata)
............................................................................................... 17
Figura 2.3 – Evolução do IHPC e do fator de atualização acumulado
entre 2000 e 2016 ......................................................................... 19
Figura 2.4 – Exemplos de funções de custo com indicação dos
domínios de aplicação e de extrapolação ...................................... 31
Figura 2.5 – Identificação de elementos atípicos: (a) resíduos versus
valores ajustados; (b) Q-Q plot; (c) resíduos padronizados versus
valores ajustados; (d) distância de Cook ........................................ 33
Figura 3.1 – Distribuição de elementos do sistema de abastecimento
de água por: (a) componentes; (b) NUTS II; (c) anos de adjudicação
36
Figura 3.2 – Distribuição de elementos do sistema de gestão de
águas residuais e pluviais por: (a) componentes; (b) NUTS II; (c) anos
de adjudicação ............................................................................... 38
Figura 4.1 – Captação superficial: (a) em albufeira por torre
(Beliche); (b) em rio (Captação de Valada Tejo, Cartaxo)............... 42
Figura 4.2 – Captação subterrânea: (a) tubagem da perfuração;
(b) grupo eletrobomba .................................................................. 43
Figura 4.3 – Variação percentual da amostra inicial de captações
superficiais: (a) NUTS II; (b) anos de adjudicação dos contratos.... 45
Figura 4.4 – Distribuição da amostra final de captações superficiais
de água por rubricas de custo........................................................ 46

ÍNDICE DE FIGURAS |xxi


Figura 4.5 – Variação percentual da amostra inicial de captações
subterrâneas: (a) NUTS II; (b) anos de adjudicação dos contratos 48
Figura 4.6 – Custo unitário de construção de captações superficiais
em rio: (a) construção civil; (b) equipamento eletromecânico e
instalações elétricas ...................................................................... 50
Figura 4.7 – Captações superficiais em rio: (a) custo unitário; (b)
custo de construção ...................................................................... 51
Figura 4.8 – Custo unitário de construção de captações superficiais
por jangada: (a) construção civil; (b) equipamento eletromecânico e
instalações elétricas ...................................................................... 53
Figura 4.9 – Captações superficiais por jangada: (a) custo unitário;
(b) custo de construção ................................................................. 54
Figura 4.10 – Custo unitário de construção civil e de equipamento e
instalações elétricas de diferentes tipos de captações superficiais
56
Figura 4.11 – Custo unitário de construção civil e de equipamento e
instalações elétricas associado às captações superficiais (excluindo
captações por torre) ...................................................................... 56
Figura 4.12 – Custo de construção da Fase I de captações
subterrâneas expresso por metro de profundidade em função: (a)
do diâmetro de perfuração; (b) da profundidade de perfuração .. 59
Figura 4.13 – Custo de construção da Fase I de captações
subterrâneas expresso em função do volume de perfuração ....... 60
Figura 4.15 – Custo unitário de construção da Fase II de captações
subterrâneas: (a) construção civil; (b) equipamento eletromecânico
e instalações elétricas.................................................................... 62
Figura 4.16 – Fase II de captações subterrâneas: (a) custo unitário;
(b) custo de construção ................................................................. 63
Figura 5.1 – Arejamento em cascata ............................................. 67

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xxii CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Figura 5.2 – Remineralização: (a) depósito de armazenamento;
(b) sistema de preparação de água de cal; (c) adição de CO2;
(d) sistema de brita calcária (Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.)
68
Figura 5.3 – Etapas de tratamento: (a) coagulação; (b) floculação 69
Figura 5.4 – Decantadores ............................................................. 69
Figura 5.5 – Filtros de areia: (a) em operação; (b) em lavagem ..... 70
Figura 5.6 – Ozonizadores .............................................................. 70
Figura 5.7 – Filtro de carvão ativado granular ............................... 71
Figura 5.8 – Variação percentual da amostra inicial de ETA por: (a)
NUTS II; (b) anos de adjudicação dos contratos ............................. 73
Figura 5.9 – Distribuição da amostra final de ETA por rubricas de
custo .............................................................................................. 74
Figura 5.10 – ETA do Tipo I ............................................................ 76
Figura 5.11 – Esquema de tratamento de ETA do Tipo I (Fonte: AdP
– Águas de Portugal, S.A.) .............................................................. 76
Figura 5.13 – ETA do Tipo I: (a) custo unitário; (b) custo de
construção ..................................................................................... 79
Figura 5.14 – ETA do Tipo II (Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.)
80
Figura 5.15 – Esquema de tratamento de ETA do Tipo II ............... 80
Figura 5.16 – Amostra final (construção civil, equipamento e
instalações elétricas) de ETA do Tipo II com e sem a etapa de pré-
ozonização ..................................................................................... 81
Figura 5.17 – Custo unitário de construção de ETA do Tipo II sem
pré-ozonização: (a) construção civil; (b) equipamento
eletromecânico e instalações elétricas .......................................... 82
Figura 5.18 – ETA do Tipo II sem pré-ozonização: (a) custo unitário;
(b) custo de construção ................................................................. 83

ÍNDICE DE FIGURAS |xxiii


Figura 5.19 – Custo unitário de construção de ETA do Tipo II com
pré-ozonização: (a) construção civil; (b) equipamento
eletromecânico e instalações elétricas .......................................... 84
Figura 5.20 – ETA do Tipo II com pré-ozonização: (a) custo unitário;
(b) custo de construção ................................................................. 85
Figura 5.21 – ETA do Tipo III (Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.)
86
Figura 5.22 – Esquema de tratamento de ETA do Tipo III ............. 86
Figura 5.23 – Custo unitário total de construção de ETA .............. 88
Figura 6.1 – Estações elevatórias de sistemas de abastecimento . 89
Figura 6.2 – Distribuição da amostra final das estações elevatórias
de água: (a) amostra total; (b) detalhe para Q ≤ 50 l/s ................. 90
Figura 6.3 – Variação percentual da amostra inicial de estações
elevatórias por: (a) NUTS II; (b) anos de adjudicação dos contratos
91
Figura 6.4 – Distribuição da amostra final de estações elevatórias por
rubricas de custo ........................................................................... 92
Figura 6.5 – Custo unitário de construção de estações elevatórias de
água: (a) construção civil; (b) equipamento eletromecânico e
instalações elétricas ...................................................................... 94
Figura 6.6 – Estações elevatórias de água: (a) custo unitário; (b)
custo de construção ...................................................................... 95
Figura 7.1 – Reservatórios apoiados de uma célula e de duas células
97
Figura 7.2 – Reservatórios elevados: um e dois reservatórios ...... 98
Figura 7.3 – Variação percentual da amostra inicial de reservatórios
apoiados: (a) NUTS II; (b) anos de adjudicação dos contratos....... 99

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xxiv CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Figura 7.4 – Distribuição dos valores de altura de elevação em
função do caudal das estações elevatórias associadas aos
reservatórios apoiados................................................................. 100
Figura 7.5 – Variação percentual da amostra inicial de reservatórios
apoiados associados a estação elevatória: (a) NUTS II; (b) anos de
adjudicação dos contratos ........................................................... 101
Figura 7.6 – Variação percentual da amostra inicial de reservatórios
elevados: (a) NUTS II; (b) anos de adjudicação dos contratos ..... 102
Figura 7.7 – Distribuição percentual das rubricas de custo da
amostra final de reservatórios (expressa em termos do custo total)
103
Figura 7.8 – Custo unitário de construção civil sem arranjos
exteriores para reservatórios apoiados com uma e duas células 105
Figura 7.10 – Reservatórios apoiados sem estação elevatória: (a)
custo unitário; (b) custo de construção ....................................... 107
Figura 7.11 – Custo unitário de construção de reservatórios
apoiados associados a estação elevatória: (a) construção civil sem
arranjos exteriores; (b) equipamento eletromecânico e instalações
elétricas........................................................................................ 109
Figura 7.12 – Custo de construção de reservatórios apoiados com
estação elevatória ........................................................................ 111
Figura 7.13 – Custo de construção de reservatórios elevados:
(a) construção civil sem arranjos exteriores; (b) equipamento
eletromecânico e instalações elétricas ........................................ 113
Figura 7.14 – Custo de construção de reservatórios elevados..... 115
Figura 7.15 – Comparação do custo de construção de reservatórios
apoiados com e sem estação elevatória associada ...................... 116
Figura 8.1 – Condutas adutoras: (a) conduta no interior do aqueduto
das águas livres (Lisboa); (b) Jovim, Nova Sintra (Gondomar) ..... 118
Figura 8.2 – Instalação de condutas: (a) PVC; (b) PEAD; (c) FFD .. 119

ÍNDICE DE FIGURAS |xxv


Figura 8.3 – Ramais de ligação domiciliários: (a) instalação de ramais;
(b) ramais provisórios .................................................................. 119
Figura 8.4 – Distribuição da amostra final de condutas de adução por
rubricas de custo ......................................................................... 122
Figura 8.5 – Distribuição da amostra final de condutas de
distribuição por rubricas de custo ............................................... 123
Figura 8.6 – Variação do custo unitário em função da extensão de
rede: (a) condutas adutoras; (b) condutas de distribuição .......... 125
Figura 8.8 – Custo unitário de construção de condutas adutoras em
PEAD: (a) no domínio de aplicação; (b) incluindo extrapolação até
DN2000 ....................................................................................... 128
Figura 8.9 – Custo unitário de construção de condutas adutoras em
FFD: (a) no domínio de aplicação; (b) incluindo extrapolação até
DN2000 ....................................................................................... 129
Figura 8.10 – Comparação do custo unitário de construção dos três
materiais de condutas adutoras: (a) no domínio de aplicação; (b)
incluindo extrapolação até DN2000 ............................................ 130
Figura 8.11 – Custo unitário de construção de condutas adutoras
com trabalhos especiais e pavimentação: (a) aço; (b) PEAD; (c) FFD
132
Figura 8.12 – Custo unitário de construção de conduta adutora
genérica com trabalhos especiais e pavimentação ..................... 133
Figura 8.13 – Custo unitário de construção de condutas de
distribuição em FFD com intervalo de extrapolação ................... 134
Figura 8.14 – Custo unitário de construção de condutas de
distribuição em PVC com intervalo de extrapolação ................... 135
Figura 8.15 – Custo unitário de construção de condutas de
distribuição em PEAD com intervalo de extrapolação: (a) zona rural
a medianamente urbana; (b) zona urbana .................................. 136

|
xxvi CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Figura 8.16 – Comparação do custo unitário de construção de
condutas de distribuição em PEAD para as duas zonas ............... 137
Figura 8.17 – Comparação do custo unitário de construção dos três
materiais de condutas de distribuição: (a) no domínio de aplicação;
(b) incluindo extrapolação até DN500 ......................................... 138
Figura 8.18 – Custo unitário de construção de condutas de
distribuição com trabalhos especiais e pavimentação: (a) FFD; (b)
PVC 140
Figura 8.19 – Custo unitário de construção de condutas de
distribuição com trabalhos especiais e pavimentação: (a) PEAD em
zona rural a medianamente urbana; (b) PEAD em zona urbana .. 141
Figura 8.20 – Custo unitário de construção de conduta de
distribuição genérica com trabalhos especiais e pavimentação .. 142
Figura 8.21 – Custo unitário de construção de ramais de ligação em
PEAD com intervalo de extrapolação: (a) zona rural a medianamente
urbana; (b) zona urbana............................................................... 143
Figura 8.22 – Comparação do custo unitário de construção de ramais
de ligação em PEAD para as duas zonas ...................................... 144
Figura 8.23 – Custo unitário de construção de ramais domiciliários
com trabalhos especiais e pavimentação em PEAD em zona urbana
145
Figura 9.1 – Emissários submarinos: (a) DN2500 (República
Dominicana); (b) DN1600 (Tunísia) (Fonte: Etermar).................. 150
Figura 9.2 – Distribuição da amostra final de condutas elevatórias
por rubricas de custo ................................................................... 152
Figura 9.3 – Distribuição da amostra final de emissários gravíticos
por rubricas de custo ................................................................... 154
Figura 9.4 – Variação do custo unitário de condutas elevatórias em
função da extensão de rede......................................................... 156

ÍNDICE DE FIGURAS |xxvii


Figura 9.5 – Variação do custo unitário de emissários gravíticos em
função: (a) extensão de rede; (b) profundidade média de vala... 157
Figura 9.6 – Custo unitário de construção de condutas elevatórias
em: (a) FFD; (b) PEAD; (c) PVC ..................................................... 159
Figura 9.7 – Custo unitário de construção dos três materiais de
condutas elevatórias: (a) no domínio de aplicação; (b) com intervalo
de extrapolação ........................................................................... 161
Figura 9.8 – Custo unitário de construção de condutas elevatórias
com trabalhos especiais e pavimentação: (a) FFD; (b) PEAD; (c) PVC
162
Figura 9.9 – Custo unitário de construção de conduta elevatória
genérica com trabalhos especiais e pavimentação ..................... 163
Figura 9.10 – Custo unitário de construção de emissários gravíticos
em FFD: (a) em vala; (b) em travessia ......................................... 165
Figura 9.11 – Comparação do custo unitário de construção de
emissários gravíticos em FFD em vala e em travessia ................. 166
Figura 9.12 – Custo unitário de construção de emissários gravíticos
em: (a) PEAD; (b) PPc/PVC ........................................................... 167
Figura 9.13 – Custo unitário de construção dos três materiais de
emissários gravíticos no domínio de aplicação: (a) até DN1600; (b)
até DN1000 ................................................................................. 168
Figura 9.14 – Custo unitário de construção dos três materiais de
emissários gravíticos com intervalo de extrapolação .................. 169
Figura 9.15 – Custo unitário de construção de emissários gravíticos
com trabalhos especiais e pavimentação: (a) FFD em vala; (b) PEAD;
(c) PPc/PVC .................................................................................. 170
Figura 9.16 – Custo unitário de construção de emissário gravítico
genérico com trabalhos especiais e pavimentação ..................... 171
Figura 9.17 – Custo unitário de construção de emissários
submarinos em PEAD com intervalo de extrapolação ................. 172

|
xxviii CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Figura 9.18 – Comparação do custo unitário de construção de
emissários gravíticos e submarinos em PEAD .............................. 173
Figura 10.1 – Caixas e ramais de ligação domiciliários ................. 176
Figura 10.2 – Coletores gravíticos pluviais: (a) Betão; (b) PPc ..... 177
Figura 10.3 – Distribuição da amostra final de coletores gravíticos
domésticos por rubricas de custo ................................................ 180
Figura 10.4 – Distribuição da amostra final de coletores gravíticos
pluviais por rubricas de custo ...................................................... 182
Figura 10.5 – Variação do custo unitário em função da profundidade
média de vala: (a) coletores domésticos; (b) coletores pluviais... 184
Figura 10.6 – Variação do custo unitário em função da extensão de
rede: (a) coletores domésticos; (b) coletores pluviais ................. 185
Figura 10.7 – Custo unitário de construção de coletores gravíticos
domésticos com intervalo de extrapolação: (a) PPc/PVC; (b) FFD
187
Figura 10.8 – Custo unitário de construção dos dois materiais de
coletores gravíticos domésticos ................................................... 188
Figura 10.9 – Custo unitário de construção de coletores domésticos
com trabalhos especiais e pavimentação: (a) FFD; (b) PPc/PVC .. 189
Figura 10.10 – Custo unitário de construção de coletor doméstico
genérico com trabalhos especiais e pavimentação...................... 190
Figura 10.11 – Custo unitário de construção de ramais de ligação em
PPc/PVC com intervalo de extrapolação ...................................... 191
Figura 10.12 – Custo unitário de construção de coletores pluviais
com intervalo de extrapolação: (a) betão; (b) PPc ....................... 193
Figura 10.13 – Custo unitário de construção dos dois materiais de
coletores pluviais com intervalo de extrapolação ........................ 194
Figura 10.14 – Custo unitário de construção de coletores pluviais
com pavimentação: (a) betão; (b) PPc ......................................... 195

ÍNDICE DE FIGURAS |xxix


Figura 10.15 – Custo unitário de construção de coletor pluvial
genérico com pavimentação ....................................................... 196
Figura 11.1 – Estação elevatória de águas residuais compacta (Tipo
I): (a) vista exterior; (b) vista interior do poço ............................. 198
Figura 11.2 – Estação elevatória convencional sem edifício e com
grupos submersíveis (Tipo I): (a) vista exterior; (b) poço de
bombagem .................................................................................. 199
Figura 11.3 – Estação elevatória de águas residuais convencional
com edifício e com grupos instalados em poço seco (Tipo II): (a) vista
exterior; (b) vista interior (1+1) ................................................... 199
Figura 11.4 – Estação elevatória de águas residuais convencionais
com edifício e grupos instalados em poço seco (Tipos II e III): (a) 1+1;
(b) ≥2+1 ....................................................................................... 200
Figura 11.5 – Variação percentual da amostra inicial de estações
elevatórias de águas residuais: (a) NUTS II; (b) anos de adjudicação
dos contratos............................................................................... 201
Figura 11.6 – Distribuição da amostra final de estações elevatórias
de águas residuais por rubricas de custo .................................... 202
Figura 11.7 – Distribuição da amostra final das estações elevatórias
convencionais: (a) amostra total; (b) detalhe para Q ≤ 50 l/s ..... 203
Figura 11.8 – Custo unitário de construção de estações elevatórias
de águas residuais do Tipo I: (a) construção civil sem arranjos
exteriores; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas
205
Figura 11.9 – Estações elevatórias de águas residuais do Tipo I: (a)
custo unitário; (b) custo de construção ....................................... 206
Figura 11.10 – Custo unitário de construção de estações elevatórias
de águas residuais do Tipo II: (a) construção civil sem arranjos
exteriores; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas
208

|
xxx CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Figura 11.11 – Estações elevatórias de águas residuais do Tipo II: (a)
custo unitário; (b) custo de construção ....................................... 209
Figura 11.12 – Custo unitário de construção de estações elevatórias
de águas residuais do Tipo III: (a) construção civil sem arranjos
exteriores; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas
211
Figura 11.13 – Estações elevatórias de águas residuais do Tipo III: (a)
custo unitário; (b) custo de construção ....................................... 212
Figura 11.14 – Comparação do custo unitário de construção dos três
tipos de estações elevatórias de águas residuais ......................... 213
Figura 12.1 – Sistema de lagunagem ........................................... 220
Figura 12.2 – ETAR de leitos de macrófitas (Fonte: AdP – Águas de
Portugal, S.A.) .............................................................................. 220
Figura 12.3 – Fossas sépticas ....................................................... 222
Figura 12.4 – Exemplo de um tratamento complementar de fossa
séptica.......................................................................................... 222
Figura 12.5 – ETAR baseada em sistema de tratamento biológico
modular compacto (Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.) ......... 223
Figura 12.6 – Leito percolador ..................................................... 224
Figura 12.7 – Duas ETAR de lamas ativadas operadas em regime de
arejamento convencional com digestão anaeróbia das lamas e
cogeração (Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.) ....................... 227
Figura 12.8 – ETAR de lamas ativadas operadas em regime de
arejamento prolongado (Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.).. 229
Figura 12.9 – Variação percentual da amostra inicial de ETAR: (a)
NUTS II; (b) anos de adjudicação dos contratos ........................... 231
Figura 12.10 – Distribuição da amostra final de ETAR por rubricas de
custo ............................................................................................ 232

ÍNDICE DE FIGURAS |xxxi


Figura 12.11 – Custos unitários de construção de ETAR compactas:
(a) construção civil; (b) equipamento eletromecânico e instalações
elétricas ....................................................................................... 235
Figura 12.12 – ETAR compactas: (a) custo unitário; (b) custo de
construção ................................................................................... 236
Figura 12.13 – Comparação entre o custo de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas de ETAR de leito de
macrófitas com e sem recirculação de efluente.......................... 237
Figura 12.14 – Custo unitário de construção civil de ETAR de leito de
macrófitas.................................................................................... 238
Figura 12.15 – Custo unitário de equipamento eletromecânico e
instalações elétricas de ETAR de leito de macrófitas: (a) sem
recirculação de efluente; (b) com recirculação de efluente ........ 240
Figura 12.16 – ETAR de leito de macrófitas sem recirculação de
efluente: (a) custo unitário; (b) custo de construção .................. 241
Figura 12.17 – ETAR de leito de macrófitas com recirculação de
efluente: (a) custo unitário; (b) custo de construção .................. 241
Figura 12.18 – Custo unitário de construção de ETAR de leito
percolador: (a) construção civil; (b) equipamento eletromecânico e
instalações elétricas .................................................................... 243
Figura 12.19 – ETAR de leito percolador: (a) custo unitário; (b) custo
de construção .............................................................................. 244
Figura 12.20 – Custo unitário de construção de ETAR por LAAC: (a)
construção civil; (b) equipamento eletromecânico e instalações
elétricas ....................................................................................... 245
Figura 12.21 – ETAR por LAAC: (a) custo unitário; (b) custo de
construção ................................................................................... 247
Figura 12.22 – Amostra total de ETAR por LAAP sem desinfeção com
e sem a etapa de desidratação de lamas no local ....................... 248

|
xxxii CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Figura 12.23 – Custo unitário de construção de ETAR por LAAP sem
desinfeção e sem desidratação de lamas no local: (a) construção
civil; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas .... 249
Figura 12.24 – ETAR por LAAP sem desinfeção e sem desidratação
de lamas no local: (a) custo unitário; (b) custo de construção .... 251
Figura 12.25 – Custo unitário de construção de ETAR por LAAP sem
desinfeção e com desidratação de lamas no local: (a) construção
civil; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas .... 252
Figura 12.26 – ETAR por LAAP sem desinfeção e com desidratação
de lamas no local: (a) custo unitário; (b) custo de construção .... 254
Figura 12.27 – Custo unitário de construção de ETAR por LAAP com
desinfeção: (a) construção civil; (b) equipamento eletromecânico e
instalações elétricas ..................................................................... 256
Figura 12.28 – ETAR por LAAP com desinfeção: (a) custo unitário; (b)
custo de construção..................................................................... 257
Figura 12.29 – Custo unitário de construção de ETAR de pequena
dimensão (≤ 2 000 Hab.) .............................................................. 259
Figura 12.30 – Custo unitário de construção de ETAR de média e
grande dimensão (> 2 000 Hab.) .................................................. 259
Figura 13.1 – Percentagem do custo de pavimentação em relação ao
custo total de construção: (a) por componente; (b) por material
utilizado em componentes do sistema de abastecimento; (c) por
material utilizado em componentes do sistema de gestão de águas
residuais e pluviais ....................................................................... 266
Figura 13.2 – Valas-tipo: vala simples e vala com proteção em betão
268
Figura 13.3 – Execução de vala aberta em zonas urbanas ........... 269
Figura 13.4 – Custos unitários de marcação e corte do pavimento
270

ÍNDICE DE FIGURAS |xxxiii


Figura 13.5 – Diagrama de caixa dos custos unitários de
levantamento e reposição de pavimentos em função do tipo de
pavimento ................................................................................... 272
Figura 13.6 – Custo unitário de perfuração horizontal com cravação
simultânea de tubagem de encamisamento em aço ................... 280
Figura 13.7 – Custo unitário de tubagem de condutas................ 280
Figura 13.8 – Rácio entre o diâmetro da tubagem de encamisamento
e o diâmetro da tubagem a proteger .......................................... 280
Figura 16.1 – Comparação do custo-base de construção de condutas
adutoras e de distribuição: (a) em FFD; (b) em PEAD .................. 301
Figura 16.2 – Comparação do custo-base de construção de
emissários gravíticos e de coletores domésticos: (a) em FFD; (b) em
PPc/PVC ....................................................................................... 304
Figura 16.3 – Comparação do custo-base de construção de condutas
e coletores: (a) em todo o domínio de aplicação; (b) até DN400 307

|
xxxiv CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 2.1 – IHPC, IPC e fator de atualização para o ano 2016 .... 18
Quadro 2.2 – Rubricas de custo de componentes verticais e
instalações ..................................................................................... 21
Quadro 2.3 – Rubricas de custo de construção de
condutas/coletores ........................................................................ 22
Quadro 2.4 – Componentes de sistemas de abastecimento de água:
custos e respetivos parâmetros caraterísticos............................... 25
Quadro 2.5 – Componentes de sistemas de gestão de águas
residuais: custos e respetivos parâmetros caraterísticos............... 26
Quadro 2.6 – Natureza das variáveis por cada componente e tipo de
análise utilizada.............................................................................. 28
Quadro 3.1 – Amostra de elementos dos sistemas de abastecimento
de água .......................................................................................... 35
Quadro 3.2 – Amostra de elementos dos sistemas de águas residuais
e pluviais ........................................................................................ 37
Quadro 4.1 – Caraterísticas dos contratos analisados de captações
superficiais ..................................................................................... 44
Quadro 4.2 – Caraterísticas dos contratos analisados de captações
subterrâneas .................................................................................. 47
Quadro 4.3 – Caraterização das instalações de captações superficiais
por torre e por poço ...................................................................... 55
Quadro 5.1 – Caraterísticas dos contratos analisados de ETA ....... 72
Quadro 6.1 – Caraterísticas dos contratos analisados de estações
elevatórias de água ........................................................................ 90
Quadro 7.1 – Caraterísticas dos contratos analisados de
reservatórios apoiados................................................................... 99

ÍNDICE DE QUADROS |xxxv


Quadro 7.2 – Caraterísticas dos contratos analisados de
reservatórios apoiados associados a estação elevatória ............. 100
Quadro 7.3 – Caraterísticas dos contratos analisados de
reservatórios elevados ................................................................ 102
Quadro 7.4 – Recomendações para a estimativa dos custos de
reservatórios associados a estação elevatória fora do domínio de
extrapolação ................................................................................ 110
Quadro 7.5 – Recomendações para a estimativa do custo de
reservatórios elevados fora do domínio de aplicação ................. 114
Quadro 8.1 – Caraterísticas dos contratos analisados de condutas de
adução, de distribuição e ramais de ligação ................................ 121
Quadro 8.2 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de
condutas de adução .................................................................... 121
Quadro 8.3 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de
condutas de distribuição ............................................................. 123
Quadro 8.4 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de
ramais de ligação de água ........................................................... 124
Quadro 9.1 – Caraterísticas dos contratos analisados relativos a
infraestruturas de transporte e descarga final de águas residuais
151
Quadro 9.2 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de
condutas elevatórias ................................................................... 152
Quadro 9.3 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de
emissários gravíticos.................................................................... 154
Quadro 9.4 – Resumo das caraterísticas da amostra final de
emissários submarinos ................................................................ 155
Quadro 10.1 – Caraterísticas dos contratos analisados relativos a
redes de drenagem ..................................................................... 178

|
xxxvi CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Quadro 10.2 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de
coletores gravíticos domésticos ................................................... 179
Quadro 10.3 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de
ramais de ligação domiciliários de águas residuais ...................... 181
Quadro 10.4 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de
coletores gravíticos pluviais ......................................................... 181
Quadro 11.1 – Tipos de estações elevatórias de águas residuais 198
Quadro 11.2 – Caraterísticas dos contratos analisados de estações
elevatórias de águas residuais ..................................................... 201
Quadro 12.1 – Síntese dos tipos de tratamento de águas residuais
218
Quadro 12.2 – Caraterísticas dos contratos analisados de estações
de tratamento de águas residuais................................................ 230
Quadro 13.1 – Descrição geral dos tipos do pavimento .............. 271
Quadro 13.2 – Síntese dos custos de pavimentação ................... 274
Quadro 13.3 – Trabalhos especiais associados aos componentes
lineares em sistemas de abastecimento de água......................... 275
Quadro 13.4 – Trabalhos especiais associados aos componentes
verticais em sistemas de abastecimento de água ........................ 276
Quadro 13.5 – Trabalhos especiais associados aos componentes
lineares em sistemas de gestão de águas residuais e pluviais ..... 277
Quadro 13.6 – Arranjos exteriores associados aos componentes
verticais em sistemas de abastecimento de água ........................ 278
Quadro 13.7 – Arranjos exteriores associados aos componentes
verticais em sistemas de gestão de águas residuais e pluviais..... 278
Quadro 14.1 – Valor final da obra versus valor do contrato
adjudicado ................................................................................... 284
Quadro 14.2 – Peso relativo de custos diversos em relação ao custo
da obra (%)................................................................................... 285

ÍNDICE DE QUADROS |xxxvii


Quadro 15.1 – Vidas úteis médias ............................................... 291
Quadro 16.1 – Recomendações relativas a captações ................ 309
Quadro 16.2 – Recomendações relativas a condutas e coletores 310
Quadro 16.3 – Recomendações relativas a estações elevatórias 311
Quadro 16.4 – Recomendações relativas a ETAR ........................ 311

|
xxxviii CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
SIMBOLOGIA

CA Custo de acessórios por unidade de comprimento [€/m]


Ca Custo atualizado do componente a preços do ano 2016 [€]
Cadjn Custo de adjudicação da empreitada a preços do ano n [€]
Ccc Custo unitário de construção civil [€/unidade de parâmetro]
Ce Custo unitário de equipamento eletromecânico e instalações
elétricas [€/unidade de parâmetro]
CE Custo de movimento de terras por unidade de volume [€/m3]
Ci Custo de construção no ano i [€]
CMaterial Custo unitário da tubagem [€]
Cn Custo de construção da empreitada a preços do ano de
construção n [€]
CPav Custo de levantamento e reposição de pavimento [€/m]
Cperf Custo unitário da perfuração horizontal [€/m]
Cp5 Curva de predição 5%
Cp95 Curva de predição 95%
CSi Custo de substituição do ativo i [€]
CSi,t Custo de substituição do ativo i no ano t [€]
Ctotal Custo de construção total [€]
CTub Custo de tubagem por unidade de comprimento [€/m]
Cu Custo de construção total unitário [€/parâmetro]
CuR Custo unitário dos ramais [€/unidade]
D Diâmetro [mm]
De Diâmetro exterior [mm]
DN Diâmetro nominal [mm]
DNe Diâmetro da tubagem de encamisamento [mm]
DNt Diâmetro da tubagem a inserir [mm]
Dp Diâmetro de perfuração [mm]
Fan Fator de atualização correspondente ao IHPC/IPC anual
acumulado entre o ano de adjudicação n e o ano de 2016 [-]
fCd Fator multiplicativo associado a outros custos [-]
fTE Fator multiplicativo associado aos trabalhos especiais [-]
fAE Fator multiplicativo associado aos arranjos exteriores [-]
h Altura de fuste [m]
H Altura de elevação [m c.a.]; profundidade da vala [m]
L Comprimento de tubagem [m]
LV Largura de vala [m]
Lp Largura de área pavimentada [m]
Lperf Comprimento de tubagem com perfuração horizontal [m]
M Percentil 50% (mediana)
n Número de elementos [-]

SIMBOLOGIA |xxxix
N Número total de ativos [-]
NR Número de ramais de ligação [unidade]
p Parâmetro caraterístico [unidade do parâmetro]
p* Profundidade acima do extradorso superior da tubagem [m]
P População equivalente [Hab.]
Pe Potência hidráulica do escoamento [kW]
pp Profundidade de perfuração [m]
P5 Percentil 5%
P95 Percentil 95%
Q Caudal [l/s]
R2 Coeficiente de determinação [-]
R2adj Coeficiente de determinação ajustado [-]
ti Taxa de inflação no ano de adjudicação i [-]
V Volume [m3]
Vi Valor atual do ativo i [€]
Vri Vida útil residual do ativo i [ano]
Vui Vida útil técnica total do ativo i [ano]
var Largura adicional de pavimentação para cada um dos lados
da vala [m]
Vp Volume de perfuração [m3]
Xi Variável independente [-]
ωi Peso relativo do elemento i [-]
Yi Variável dependente [-]
α Coeficiente estimado [-]
βi Coeficiente estimado [-]
Peso volúmico da água [N/m3]

|
xl CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
LISTA DE ACRÓNIMOS

AdP Águas de Portugal, S.A.


AM Lisboa Área Metropolitana de Lisboa
CA Carvão Ativado
CAG Carvão Ativado Granular
CAP Carvão Ativado em Pó
CCP Código dos Contratos Públicos
CCTV Closed-Circuit Television (circuito fechado de televisão)
EE Estação Elevatória
EG Entidade Gestora
EM Estrada Municipal
EN Estrada Nacional
ERSAR Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos
ETA Estação de Tratamento de Águas
ETAR Estação de Tratamento de Águas Residuais
EVEF Estudos de Viabilidade Económico-Financeira
FC Fibrocimento
FFD Ferro Fundido Dúctil
FT Ficha Técnica
IHPC Índice Harmonizado de Preços no Consumidor
IPC Índice de Preços no Consumidor
IST Instituto Superior Técnico
IVA Imposto sobre o Valor Acrescentado
LAAC Lamas Ativadas em Arejamento Convencional
LAAP Lamas Ativadas em Arejamento Prolongado
LM Leitos de Macrófitas
LP Leito Percolador
LR Levantamento e Reposição do pavimento
MBR Membrane Bio Reactor (bioreator de membranas)
NSW New South Wales Government (Governo de Nova Gales do
Sul)
NTU Nephelometric Turbidity Units (unidades nefelométricas de
turbidez)
NUTS Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins
Estatísticos
PAB Preço Anormalmente Baixo
PB Preço Base
PE Polietileno
PEAD Polietileno de Alta Densidade
POSEUR Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso
de Recursos

INTRODUÇÃO |xli
PN Pressão Nominal
PP Polipropileno
PPc Polipropileno corrugado
PVC Polyvinyl Chloride (Policloreto de vinilo)
PVCc Policloreto de vinilo corrugado
SBR Sequential Batch Reactor (reatores biológicos sequenciais)
SIG Sistema de Informação Georreferenciada
US EPA United States Environmental Protection Agency (Agência de
Proteção Ambiental dos Estados Unidos)

|
xlii CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
PARTE I – ENQUADRAMENTO GERAL E METODOLOGIA
1. INTRODUÇÃO

1.1. Enquadramento
A gestão sustentável das infraestruturas de abastecimento de água
e de gestão de águas residuais e pluviais requer uma abordagem
integrada que envolva toda a organização e que vise assegurar o
equilíbrio entre as dimensões de custo, desempenho e risco numa
perspetiva de longo prazo. Incide sobre a gestão de infraestruturas
compostas por ativos fixos tangíveis que estão diretamente
associados à prestação do serviço público, como sejam as condutas
e coletores, os reservatórios, as estações elevatórias e as estações
de tratamento (Alegre e Covas, 2010).
A avaliação dos custos globais associados a infraestruturas deve
incluir os custos tangíveis (e.g., investimentos, custos de operação
e manutenção, indemnizações), os custos intangíveis para a
entidade gestora (e.g., degradação da imagem perante o exterior ou
perda de motivação dos funcionários) e as externalidades (i.e.,
perturbações causadas a consumidores ou terceiros, sem custos
para a entidade), durante o período de análise, e os custos de
desativação no final da vida útil dos seus componentes (Skipworth
et al., 2002). Se o período de análise for inferior à vida útil (técnica)
de algum dos componentes do investimento, deve ser descontado
o valor residual desse componente estimado com base nessa vida
útil.
Podem ser seguidas duas abordagens na avaliação económica
sistematizada do custo. A abordagem de custos no ciclo de vida (life
cycle costs), estabelecida na norma ISO 15686-5: 2008, contempla,
tipicamente, todos os custos ao longo do ciclo de vida de um
componente, sem incluir a fase de conceção e planeamento. A
abordagem de custos na vida completa (whole life costs) inclui todos
os custos e benefícios, tangíveis e intangíveis, na vida completa de
um componente ao longo de um período de análise (Alegre e Covas,
2010). Estas abordagens podem ser aplicadas como ferramentas de
gestão, para apoiar o processo de tomada de decisão, ou integradas

INTRODUÇÃO |3
no sistema de gestão, cuja operação contínua determina que
responsabilidade, pela gestão de ativos, deve ser mantida (Kishk et
al., 2003).
Têm sido desenvolvidos vários estudos a nível nacional e
internacional que incidem na construção de modelos de custos
tangíveis associados ao investimento em infraestruturas do ciclo
urbano da água, expressos em função de variáveis caraterísticas dos
seus componentes. A nível internacional, no âmbito das águas
residuais, foram desenvolvidas funções de custo de emissários,
coletores e condutas elevatórias em função do diâmetro da
tubagem e da profundidade de escavação (Gupta et al., 1976; Nzewi
et al., 1985; Li e Matthew, 1990; Ouyang, 2003) ou da capacidade
de transporte (Hanke et al., 1980), incluindo custos de caixas de
visita em função da profundidade (Mays e Yen, 1975; Shuang-Fu Yeh
et al., 2009). Outros autores obtiveram funções de custo de
estações elevatórias em função do caudal elevado (Bester et al.,
2010), do caudal e altura de elevação (OECD EAP, 2005) ou da
potência instalada (Shuang-Fu Yeh et al., 2009). Bester et al. (2010)
desenvolveram funções de custo para diferentes componentes dos
sistemas de águas residuais na África do Sul.
No âmbito das infraestruturas de abastecimento de água,
destacam-se os trabalhos de Lindsay e Walski (1982) e de
Walski (1980) que desenvolveram uma metodologia e
implementaram uma aplicação computacional para a estimativa do
custo de diferentes alternativas de intervenção. Clarke et al. (2002)
utilizaram uma base de dados de custos fornecida pela US EPA
(United States Environmental Protection Agency), para desenvolver
um modelo de regressão para estimar os custos de construção,
expansão, reabilitação e reparação de sistemas de distribuição de
água. Swamee e Sharma (2008) desenvolveram funções de custo
para vários componentes dos sistemas de abastecimento (i.e.,
estações elevatórias, condutas e reservatórios). Walski (2012)
apresentou uma síntese das funções de custo publicadas a nível
internacional para estações elevatórias de águas e de águas
residuais, incluindo recomendações de aplicação. NSW (2014)
publicou um guia técnico com custos de construção e vidas úteis de

|
4 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
referência para a avaliação dos componentes do ciclo urbano da
água no estado de Nova Gales do Sul (New South Wales), na
Austrália.
A nível nacional, saliente-se uma publicação de referência, pioneira
nesta temática, Lencastre et al. (1995), intitulada “Custos de
Construção e Exploração”, integrada na série guias técnicos de
“Gestão de Sistemas de Saneamento Básico”, promovida pela
Direção Geral do Ambiente. Esta publicação tem como âmbito os
custos médios de investimento e de exploração dos sistemas de
abastecimento e de saneamento e apresenta funções de custo de
construção de diferentes componentes dos sistemas urbanos de
águas e de águas residuais baseadas em mapas orçamentais
realizados a nível de projeto, assim como estimativas de custos de
exploração. Posteriormente, o Grupo AdP Serviços, S.A. – Direção
de Engenharia iniciou um estudo nesta temática, que resultou na
publicação de três relatórios internos de caráter confidencial (AdP,
2004; 2005; 2007). Tiveram como objetivo coligir e analisar os
preços unitários das obras adjudicadas nas diferentes empresas do
Grupo e obter funções de custo de construção para previsão de
valores de investimento associados a novas infraestruturas. Lopes
(2014) continuou o estudo realizado pela AdP e desenvolveu
funções de custo de construção de condutas de adução e de
distribuição, ramais, reservatórios e estações elevatórias.

1.2. Âmbito de aplicação


O presente guia técnico incide única e exclusivamente na análise de
custos de construção de diferentes infraestruturas do ciclo urbano
da água. Tratam-se de valores associados a investimentos, sendo,
portanto, valores amortizáveis em termos contabilísticos. Não inclui
custos de manutenção, associados a encargos referentes à
conservação das infraestruturas (mão-de-obra, materiais,
equipamentos, acessórios e transportes), nem custos de operação,
que contemplam os encargos com pessoal, energia e reagentes,
suportados pelas entidades gestoras durante todo o período de
funcionamento das infraestruturas. Não inclui também custos de
reabilitação que não correspondam à construção em novo.

INTRODUÇÃO |5
O conhecimento dos custos de construção permite a estimativa do
valor atual da infraestrutura, conhecidos os anos de construção ou
instalação e as vidas úteis (técnicas) dos seus componentes, caso
não exista registo histórico de custos na entidade gestora. Permite
também prever o custo de substituição dos seus componentes.
Pode igualmente ser utilizado na avaliação dos custos globais
associados a alternativas de intervenção em diferentes níveis de
planeamento. A nível estratégico, numa perspetiva de longo-prazo,
permite a estimativa de valores totais de investimentos para
elaboração de planos estratégicos nacionais e específicos das
entidades gestoras dos serviços de águas (NSW, 2014). A nível tático
e operacional, numa perspetiva de curto-médio prazo, é importante
para a valorização do património atual e futuro (para entidades sem
registo histórico de custos), a elaboração de planos táticos de
investimento e a validação de orçamentos de contratos de
construção.
Este guia técnico, promovido pela Entidade Reguladora dos Serviços
de Águas e Resíduos (ERSAR) com o apoio do Programa Operacional
Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR),
apresenta os resultados de um estudo detalhado sobre “Custos de
construção de infraestruturas associadas ao ciclo urbano da água”
realizado em Portugal, entre 2014 e 2017, pelo Instituto Superior
Técnico (IST), com a colaboração da empresa Águas de Portugal, S.A.
(AdP), com vista à obtenção de custos de construção de diferentes
componentes das infraestruturas dos serviços de águas. Durante o
seu desenvolvimento, este estudo deu origem a várias publicações
técnicas (Covas et al., 2015a,b, 2016) e científicas (Lopes et al.,
2013; Marchionni et al., 2014a,b, 2015, 2016) onde foram sendo
divulgados os resultados obtidos à data. Em 2017, a análise foi
estendida a um conjunto mais alargado de dados e as funções de
custo foram consolidadas e atualizadas ao ano de 2016, sendo o
resultado final o que se encontra publicado no presente
documento.
Este guia tem como âmbito, apenas, os sistemas associados ao ciclo
urbano da água, nomeadamente os sistemas de abastecimento de
água e os sistemas de gestão de águas residuais e pluviais, embora

|
6 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
os estudos anteriores incluíssem infraestruturas associadas à
valorização de resíduos sólidos urbanos e associadas à orla costeira
(Covas et al., 2015a,b). Estes sistemas são constituídos por um
conjunto de infraestruturas que asseguram a prestação de um
serviço público de primeira necessidade à saúde e bem-estar das
populações e à economia da sociedade, cuja continuidade é
necessário garantir, devendo cada componente manter-se
funcional enquanto se justificar o serviço a que se destina. Os
sistemas de abastecimento incluem infraestruturas de captação, de
tratamento, de transporte, de armazenamento e reserva e de
distribuição. Os sistemas de gestão de águas residuais e pluviais
incluem as infraestruturas de drenagem, de transporte, de
tratamento e de descarga final em meio recetor.
As infraestruturas são constituídas, por sua vez, por um conjunto de
ativos fixos que são tratados, neste estudo, de forma mais ou menos
agregada. São divididos em componentes verticais e instalações,
por exemplo, estações de tratamento, reservatórios e estações
elevatórias, que correspondem a um conjunto de ativos cuja
condição é suscetível de ser diretamente avaliada por inspeção, e
em componentes lineares ou horizontais, constituídos por ativos
enterrados, não facilmente inspecionáveis, como sejam condutas e
coletores, e cuja condição é, em geral, inferida através de
indicadores de desempenho (e.g., número de roturas por ano ou
volume de perdas de água). As infraestruturas, constituídas por
diferentes componentes, têm uma vida infinita, enquanto se
justificar a prestação do serviço para o qual foram construídas,
sendo os seus componentes, ou parte deles, substituídos quando
chegam ao fim da sua vida útil ou quando apresentam desempenho
inadequado.
Os custos de construção são, aqui, expressos em função de
parâmetros caraterísticos de natureza hidráulica (e.g., caudal,
potência do escoamento), sanitária (e.g., tipo de tratamento, carga
orgânica) e infraestrutural (e.g., volume, diâmetro, material,
profundidade, área), à luz do que foi efetuado em estudos
anteriores. Para as componentes verticais e instalações, são

INTRODUÇÃO |7
discriminados em custos de construção civil e custos de
equipamento eletromecânico e instalações elétricas.
Os custos de construção objeto do presente documento foram
obtidos com base em contratos de construção de obras adjudicadas
realizadas em Portugal continental entre 2005 e 2016 (data de
adjudicação), com exceção dos contratos relativos a Estações de
Tratamento de Água (ETA) e Estações de Tratamento de Águas
Residuais (ETAR), para os quais se alargou o período para 2004 e
para 1998, respetivamente. Também para os emissários gravíticos
em PEAD e emissários submarinos se alargou o período dos
contratos, com datas de construção entre 1998 e 2015 e entre 1985
e 2013, respetivamente. A razão deveu-se ao facto de uma grande
maioria das obras destes componentes datarem desses períodos.
Os custos de construção aqui apresentados não correspondem aos
valores dos custos dos componentes utilizados para definir o Preço
Base (PB) de uma empreitada. De acordo com o Código dos
Contratos Públicos (CCP) em vigor de 2008 até ao final de 2017
(aprovado pelo Decreto-Lei nº 18/2008, de 29 de janeiro), não
deviam ser admitidas propostas de empreitadas de obras públicas
com valores inferiores ao Preço Anormalmente Baixo (PAB),
geralmente estabelecido em 60% do PB de lançamento do
concurso, exceto se devidamente fundamentadas. A experiência
mostrou que o valor das propostas adjudicadas para a construção
de infraestruturas do ciclo urbano da água, com Projeto de
Execução da responsabilidade do Dono de Obra (à exceção das
infraestruturas de tratamento), era da ordem de 60 a 70% do PB
nesse período. O lançamento dos concursos de infraestruturas de
tratamento, tipicamente efetuado em regime de conceção-
construção, traduzia-se, nesse período, em valores de adjudicação
superiores, da ordem de 75 a 85% do PB. Estas considerações são
válidas apenas para os custos de infraestruturas analisados no
presente estudo com datas de adjudicação entre 2008 e 2016. A
legislação referente ao CCP foi alterada com a publicação do
Decreto Regulamentar n.º 111-B/2017 de 31 de agosto, tendo o
novo CCP entrado em vigor em 1 de janeiro de 2018 e mantendo-se
os conceitos de Preço Base e de Preço Anormalmente Baixo.

|
8 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Acresce ainda que as condições que determinaram os valores
adjudicados de cada uma das intervenções consideradas podem
hoje, e no futuro, não coincidir integralmente com as condições de
mercado vigentes à data dos contratos analisados, pelo que este
aspeto deve ser, também, considerado na análise dos resultados
decorrentes da utilização do presente guia técnico.
Os custos de construção retirados dos mapas orçamentais não
incluem IVA à taxa legal em vigor no ano de lançamento do
concurso, devendo este componente ser adicionado quando se
pretende efetuar uma análise ilíquida de IVA.
Para efeitos de padronização da avaliação dos investimentos das
infraestruturas, devem ser acrescidos aos custos de construção,
obtidos com base em mapas orçamentais de obras adjudicadas, os
custos associados a trabalhos a mais, conforme as restrições
impostas pela legislação em vigor, e outros custos associados a
estudos e projetos, à fiscalização, a assessorias diversas, à aquisição
de terrenos, a expropriações e servidões. O valor assim obtido
designa-se por valor do investimento. O presente documento
apresenta, também, valores recomendados para estes custos,
expressos em termos de percentagem do custo de construção (valor
de adjudicação) do componente. De notar que, sem a inclusão
destes custos, não se estará a efetuar uma análise suficiente dos
gastos de investimento, com as respetivas consequências de erro
em análises subsequentes de desempenho e benchmark. Acresce
que a inclusão destes custos não pode ser descontextualizada da
intervenção específica em análise.
Este guia técnico pretende constituir um instrumento de apoio à
gestão dos serviços de águas, e, assentando em bases técnicas
sólidas e atuais, tem um carácter essencialmente prático, sendo os
custos de construção materializados sob a forma de quadros e de
funções matemáticas de fácil utilização.

INTRODUÇÃO |9
1.3. Estrutura do documento
O documento está organizado em cinco partes e três anexos
(Figura 1.1):
Parte I – Enquadramento geral e metodologia;
Parte II – Sistemas de abastecimento de água;
Parte III – Sistemas de gestão de águas residuais e pluviais;
Parte IV – Custo de construção, valor do investimento e valor
atual;
Parte V – Notas finais.
Na Parte I, constituída por três capítulos (Capítulos 1 – 3), define-se
o âmbito e justifica-se a relevância da determinação de custos de
construção de diferentes componentes dos serviços de águas e de
águas residuais, descreve-se a metodologia adotada para o cálculo
dos custos de construção e apresenta-se a caraterização geral da
amostra de elementos analisados.
A Parte II, constituída por cinco capítulos, incide nos custos de
construção de diferentes componentes do sistema de
abastecimento de água. Inclui captações de água (Capítulo 4),
estações de tratamento de água (Capítulo 5), estações elevatórias
(Capítulo 6), reservatórios apoiados com e sem estação elevatória e
reservatórios elevados (Capítulo 7) e condutas de adução e de
distribuição e ramais de ligação domiciliários (Capítulo 8).
A Parte III, constituída por quatro capítulos, incide no estudo de
diferentes componentes do sistema de gestão de águas residuais e
pluviais. Inclui as infraestruturas de transporte, como condutas
elevatórias, emissários gravíticos e emissários submarinos
(Capítulo 9), redes separativas de drenagem constituídas por
coletores domésticos e pluviais e os ramais de ligação domiciliários
(Capítulo 10), estações elevatórias (Capítulo 11) e estações de
tratamento de águas residuais (Capítulo 12).

|
10 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Para cada um dos componentes referidos dos sistemas inclui-se a
caraterização da amostra utilizada para a obtenção dos custos de
construção e a apresentação dos custos de construção obtidos.
A Parte IV inclui custos associados a outros trabalhos, como sejam
levantamento e reposição de diferentes tipos de pavimento em
condutas e coletores, trabalhos especiais, arranjos exteriores e
perfurações horizontais (Capítulo 13). Aos valores obtidos devem
ser acrescidos os custos associados a trabalhos a mais e os custos
associados a estudos e projetos, fiscalização, entre outros, por
forma a estimar o valor do investimento (Capítulo 14). Caso se
pretenda estimar o valor atual das infraestruturas, o custo de
substituição deverá ser sujeito a depreciação em função dos valores
de vidas úteis técnicas dos componentes da infraestrutura
(Capítulo 15).

Figura 1.1 – Estrutura geral do guia

INTRODUÇÃO |11
A Parte V inclui a síntese dos custos obtidos e um conjunto de
recomendações de aplicação (Capítulo 16).
O documento inclui três anexos: um quadro síntese das funções de
custo obtidas (Anexo 1), a síntese dos custos de construção na
forma de quadros e de gráficos (Anexo 2) e exemplos de aplicação
para diferentes componentes (Anexo 3).

1.4. Destinatários
Este guia técnico tem como principais destinatários os técnicos das
entidades gestoras das infraestruturas do ciclo urbano da água e os
técnicos da entidade reguladora. Pode, também, ser utilizado por
todos os intervenientes no processo de planeamento, conceção e
gestão dos sistemas (e.g., políticos, entidades financiadoras,
projetistas).
Constitui um contributo não só ao nível de planeamento e projeto,
para prever o custo de construção de infraestruturas novas, como
também a nível da gestão técnica de sistemas de águas e de águas
residuais, para avaliar o valor atual das infraestruturas existentes,
contribuindo para uma gestão mais sustentável a curto, médio e
longo prazo.

1.5. Metodologia de consulta


Recomenda-se que o presente guia técnico seja utilizado, pelo
menos uma vez, como um texto de leitura sequencial, sendo
particularmente relevante a leitura dos capítulos transversais a
todos os componentes (Capítulos 1 – 2, 13 – 15 e 16), por forma a
que o utilizador das funções de custo aqui apresentadas conheça os
pressupostos e princípios subjacentes ao seu desenvolvimento e à
forma como as pode utilizar para estimar valores de investimento
de obras novas, estabelecer preços base de lançamento de
concurso e estimar o valor atual das infraestruturas existentes.
Para uma utilização corrente das funções de custo, o guia técnico
pode ser utilizado como um documento de consulta rápida dos
Anexos 1 e 2, onde constam a lista-síntese das funções de custo e

|
12 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
um conjunto de fichas técnicas com gráficos e quadros para cada
componente. Não deverão ser esquecidos os custos adicionais a
acrescer às funções constantes nestes anexos, conforme explicado
nos Capítulos 13 e 14.

INTRODUÇÃO |13
2. METODOLOGIA

2.1. Abordagem adotada


A metodologia adotada para o cálculo dos custos unitários de
construção das diferentes componentes das infraestruturas, assim
como das respetivas funções de custo, é constituída por cinco
etapas conforme Figura 2.1.

Figura 2.1 – Metodologia adotada para a obtenção dos custos de construção

Nas secções 2.2 a 2.6, descrevem-se as cinco etapas da abordagem


metodológica preconizada nos aspetos que são transversais às
diferentes infraestruturas.

2.2. Recolha, seleção e processamento de dados


A informação utilizada para a obtenção dos custos de construção
teve por base contratos de construção de obras adjudicadas e
realizadas em Portugal continental, fornecidos por entidades
gestoras nacionais, pela ERSAR e pelo POSEUR.
Os contratos analisados incluem a construção dos diferentes
componentes dos sistemas associados ao ciclo urbano da água,
nomeadamente os sistemas de abastecimento de água e os
sistemas de gestão de águas residuais e pluviais. O universo de
contratos analisados apresenta o intervalo temporal entre 2005 e

METODOLOGIA |15
2016 para praticamente todos os componentes. Os emissários
submarinos referem-se a contratos realizados entre 1985 e 2013 e
os emissários gravíticos em PEAD referem-se a contratos realizados
entre 1998 e 2014.
Os contratos a analisar foram selecionados por forma a serem
representativos da realidade nacional, nomeadamente estarem, na
medida do possível, uniformemente distribuídos pelas diferentes
regiões do país, serem preferencialmente de obras realizadas na
última década, e cobrirem, de modo equilibrado, todos os
componentes dos sistemas.
Uma vez selecionados os contratos, procedeu-se à análise dos
mapas orçamentais, por forma a recolher informação relativa aos
custos de construção de cada componente, e ao desenvolvimento
de uma base de dados por tipo de componente onde foi incluída a
identificação do componente, a origem da informação, as suas
principais caraterísticas físicas e hidráulicas, a data do contrato e os
respetivos custos discriminados por rubricas ou de forma agregada.
Os contratos analisados foram associados à região do país onde
foram realizados, utilizando a Nomenclatura das Unidades
Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS), que corresponde ao
sistema hierárquico de divisão do território em regiões. Este
subdivide-se em três níveis (NUTS I, NUTS II e NUTS III), definidos de
acordo com critérios populacionais, administrativos e geográficos.
No presente documento foram utilizados os NUTS II referentes ao
ano de 2013 (Figura 2.2): Norte, Centro, Área Metropolitana de
Lisboa, Alentejo e Algarve.
Uma vez recolhida e tratada a informação disponível por
componente e construídas as bases de dados, procedeu-se à
caraterização e análise da amostra, identificando a distribuição da
mesma pelo país, a distribuição temporal no período de análise e a
distribuição pelas diversas rubricas de custo.
Os custos de construção assim obtidos, atualizados de acordo com
a metodologia que seguidamente se explica, discriminados por
rubricas ou de forma agregada (custos totais), constituem uma
amostra de dados representativa das obras realizadas em território
nacional no período em análise.

|
16 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Figura 2.2 – Representação geográfica NUTS II 2013 (Fonte: Pordata)

2.3. Atualização dos custos à data de referência


Os contratos apresentam datas de construção diferentes, entre
1985 e 2016, devendo os custos das infraestruturas ser atualizados
a uma mesma data de referência. Adotou-se, no presente caso, o
ano de 2016.
A atualização de custos foi efetuada tendo por base os valores do
Índice Harmonizado de Preços no Consumidor1 (IHPC M12,12) de
1997 até 2016 e Índice de Preços no Consumidor (IPC M12,12) para
os anos anteriores a 1996, disponibilizados pelo Banco de Portugal.
No Quadro 2.1 e na Figura 2.3 apresenta-se a evolução destes
índices e do fator de atualização entre o ano de construção de 1985
e 2016. Os fatores de atualização de custos considerados no
presente estudo foram, portanto, os apresentados no Quadro 2.1.

ERRO! NÃO EXISTE NENHUM TEXTO COM O ESTILO ESPECIFICADO NO DOCUMENTO. |xvii

1 A adoção do IHPC (M12, 12) como indicador de inflação decorre do facto de este
ser o indicador utilizado pela ERSAR para a atualização de preços; IHPC M12, 12
significa o valor do índice anual calculado no mês 12.

METODOLOGIA |17
Quadro 2.1 – IHPC, IPC e fator de atualização para o ano 2016

IHPC / IPC Fator de


Ano
(%) atualização para ano 2016 (-)
1985 19,73% 3,862
1986 12,59% 3,430
1987 9,75% 3,125
1988 9,93% 2,843
1989 12,49% 2,527
1990 13,59% 2,225
1991 11,79% 1,990
1992 9,56% 1,817
1993 6,78% 1,701
1994 5,42% 1,614
1995 4,22% 1,548
1996 3,07% 1,502
1997 1,90% 1,474
1998 2,20% 1,443
1999 2,20% 1,412
2000 2,80% 1,373
2001 4,40% 1,315
2002 3,70% 1,268
2003 3,20% 1,229
2004 2,50% 1,199
2005 2,10% 1,174
2006 3,00% 1,140
2007 2,40% 1,113
2008 2,70% 1,084
2009 -0,90% 1,094
2010 1,40% 1,079
2011 3,60% 1,041
2012 2,80% 1,013
2013 0,40% 1,009
2014 -0,20% 1,011
2015 0,50% 1,006
2016 0,60% 1,000

Os custos de construção foram atualizados para o ano 2016, com


base nos fatores de atualização acumulados, através da seguinte
fórmula:

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18 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Ca = Cn ×Fan (2.1)

sendo Ca, o custo atualizado do componente a preços do ano


2016 (€); Cn, o custo de construção da empreitada a preços do ano
de construção n (€); e Fan fator de atualização correspondente ao
IHPC/IPC anual acumulado entre o ano de construção n e o ano de
2016 (-), descrito pela seguinte fórmula:
2016
Fan = ∏ (1 + ti ) (2.2)
i=n+1

sendo n, o ano de construção (no presente caso, materializado pelo


ano de adjudicação da empreitada) e ti, o índice de preços anual
(IHPC/IPC), entre o ano seguinte em que foi construída a empreitada
e o ano 2016.

Figura 2.3 – Evolução do IHPC e do fator de atualização acumulado entre 2000 e


2016

2.4. Estabelecimento das rubricas de custo e


identificação dos parâmetros caraterísticos
A definição dos custos de construção e a determinação das funções
de custo por tipo de componente requereu, previamente, a
organização dos custos por rubricas e a análise dos parâmetros
representativos de cada um dos componentes. Esta tarefa
constituiu um dos passos mais importantes do estudo e do qual
dependem fortemente os resultados da análise.

METODOLOGIA |19
As principais rubricas de custo de construção das infraestruturas
resultaram da estrutura dos mapas orçamentais de obras
adjudicadas. Foram organizadas em dois grupos, componentes
verticais e instalações (e.g., reservatórios, estações elevatórias,
estações de tratamento) e componentes lineares (e.g., condutas e
coletores).
As rubricas de custo associadas aos componentes verticais e
instalações são estaleiro, construção civil, equipamento
eletromecânico, instalações elétricas, arranjos exteriores e
trabalhos especiais, cuja descrição se apresenta no Quadro 2.2 nos
aspetos transversais a todos os componentes dos sistemas.
Os custos de construção associados aos componentes verticais e
instalações são, por sua vez, desagregados em: custos de
construção civil, Ccc, incluindo movimento de terras, fundações,
estruturas, arquitetura e outros trabalhos de construção civil; custos
de equipamento eletromecânico e instalações elétricas, Ce,
incluindo os custos com os circuitos hidráulicos e componentes
eletromecânicos e instalações elétricas; custos de arranjos
exteriores (apenas para reservatórios e para estações elevatórias);
e custos associados a trabalhos especiais (caso existam).
Os custos de construção de componentes lineares (condutas e
coletores) são organizados nas rubricas de custo que se apresentam
no Quadro 2.3, nomeadamente em estaleiro (idêntico a
infraestruturas verticais e instalações), pavimentação, movimento
de terras, tubagem, órgãos e acessórios, construção civil, ramais e
trabalhos especiais.

|
20 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Quadro 2.2 – Rubricas de custo de componentes verticais e instalações
Rubrica Descrição

Estaleiro Os custos associados ao estaleiro incluem a montagem,


desmontagem e manutenção do estaleiro, trabalhos preparatórios
diversos no terreno, elaboração de cartazes, vedações e telas.
Incluem também a elaboração e implementação dos planos de
segurança e saúde, de gestão de resíduos de construção e de
demolição, de qualidade e de gestão ambiental.

Construção civil Os custos associados à construção civil incluem os custos de


movimentos de terras, fundações e estruturas, impermeabilizações,
pinturas e revestimentos, serralharias e caixilharias, estruturas
diversas e sistemas de drenagens.

Equipamento Os custos associados ao equipamento eletromecânico incluem os


eletromecânico custos de circuitos hidráulicos (incluindo tubagens, acessórios,
válvulas, ventosas e juntas), grupos eletrobomba, equipamentos de
medição, sistemas de ventilação, sinalização e segurança.

Instalações Os custos associados às instalações elétricas incluem os custos de


elétricas instalação da alimentação e distribuição de energia no exterior e no
interior, iluminação, sistema de para-raios, tomadas de usos gerais,
tomadas de corrente, iluminação normal e de emergência.

Arranjos Os custos associados aos arranjos exteriores incluem os custos de


exteriores instalação de portão e vedação, construção de pavimentos
exteriores, placas identificadoras, fornecimento e colocação de
terra vegetal sobre os taludes, execução de muros, espécies
arbustivas, fornecimento e assentamento de enrocamento.

Trabalhos Os custos associados a trabalhos especiais podem incluir custos de


especiais instalação de sistema de telegestão, telemetria, desvios e ligações
provisórias, demolições de infraestruturas já existentes e inclusão
de sistema de tratamento (apenas no caso dos reservatórios).

Os custos de construção associados às condutas e coletores são


divididos em: custos de construção sem pavimentação, que incluem
movimento de terras, tubagem, instalação de caixas de visita,
órgãos e acessórios; custos de pavimentação; e custos associados a
trabalhos especiais (caso existam). Optou-se pela separação do
custo de pavimentação, que inclui o levantamento e reposição do
pavimento, dado este depender fortemente do tipo de
pavimentação e da largura da área a pavimentar (e.g., largura da

METODOLOGIA |21
vala ou a largura total do arruamento), não podendo ser expresso
apenas em função dos parâmetros caraterísticos (e.g., em função do
material ou do diâmetro nominal).

Quadro 2.3 – Rubricas de custo de construção de condutas/coletores


Rubrica Descrição

Estaleiro Os custos associados ao estaleiro incluem a montagem,


desmontagem e manutenção do estaleiro, trabalhos preparatórios
diversos no terreno, elaboração de cartazes, vedações e telas.
Incluem também a elaboração e implementação dos planos de
segurança e saúde, de gestão de resíduos de construção e de
demolição, de qualidade e de gestão ambiental.

Pavimentação Os custos de pavimentação incluem os custos de marcação de rede


no pavimento com tinta apropriada e de corte do pavimento com
serra de disco, bem como os custos de arranque do pavimento para
abertura de vala e de reposição dos pavimentos de diferentes tipos.

Movimento de Os custos associados ao movimento de terras incluem os custos de


terras escavação para abertura de vala, incluindo todos os trabalhos
complementares, execução de almofada para assentamento da
tubagem, aterro com material da própria vala, ou material de
mancha de empréstimo e pela carga, transporte e descarga a
destino adequado dos produtos sobrantes.

Tubagem Os custos associados à tubagem incluem os custos de fornecimento,


montagem e assentamento de tubagem.

Órgãos e Os custos associados a órgãos e acessórios incluem os custos de


acessórios fornecimento, montagem e instalação de acessórios diversos (e.g.,
curvas, tês, cones) e de órgãos de operação, manobra e segurança
(e.g., válvulas de descarga, ventosas, válvulas de seccionamento) e a
realização dos trabalhos de construção civil associados aos mesmos
(e.g., construção de caixas de válvulas).

Construção civil Os custos associados à construção civil e diversos incluem os custos


e diversos de assentamento da banda avisadora para sinalização de tubagem,
travessias de linhas de água, ligações às câmaras, condutas e
derivação existente, proteção de tubagens, construção de maciços
de amarração e caixas de visita.

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22 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Quadro 2.3 – Rubricas de custo de construção de condutas/coletores (continuação)
Rubrica Descrição

Ramais de Os custos associados a ramais de ligação domiciliários incluem os


ligação custos de fornecimento, montagem e assentamento de ramais e de
todos os órgãos e acessórios (e.g., válvulas, contadores) e de
trabalhos necessários à construção de ramais (e.g., caixas
domiciliárias nos ramais de coletores).

Trabalhos Os custos associados a trabalhos especiais de tubagens incluem os


especiais custos associados ao levantamento da conduta existente, proteção
catódica (se tubagem metálica), desvio das infraestruturas
existentes, sondagens para localização das condutas existentes,
reposição dos serviços afetados, piquetagem, instalações elétricas e
telegestão, trabalhos de entivação e contenção, cabos de fibra ótica,
demolições, travessias de linhas férreas e obras de arte, travessias
sob condutas de gás.

No caso dos ramais de ligação domiciliários, estes custos incluem


levantamento de ramais existentes, construção de ramais
provisórios, desvio das infraestruturas existentes, reposição dos
serviços afetados, piquetagem, instalação de ramais de jardim e
fontanários, alteração do local do contador incluindo desativação de
caixas existentes.

Muitos dos componentes envolvem trabalhos especiais de diferente


natureza que são expressos através de fatores multiplicativos a
aplicar aos custos de construção. Sempre que os custos associados
a trabalhos especiais nos componentes lineares representem
percentagens inferiores a 5% do custo total de construção, estes
estão integrados no custo de construção sem pavimentação do
componente.
Tendo por base estudos anteriores, a natureza das infraestruturas e
os dados disponíveis, foram estabelecidos os parâmetros
caraterísticos para cada tipo de infraestrutura, conforme
apresentado no Quadro 2.4 para os componentes dos sistemas de
abastecimento de água e no Quadro 2.5 para os sistemas de gestão
de águas residuais. Nestes quadros apresenta-se os custos
expressos em termos de custos totais e parciais. Os custos são
expressos numa base unitária, dependendo do parâmetro
caraterístico (e.g., €/m, €/m3, €/kW).

METODOLOGIA |23
Os custos unitários das condutas são expressos em função do
diâmetro nominal, DN, que corresponde à designação do diâmetro
em termos comerciais. Apesar das diversas rubricas de custo
dependerem, em rigor, do diâmetro exterior da conduta/coletor,
por uma questão de simplificação são expressos em função do
diâmetro nominal. Em condutas constituídas por materiais plásticos,
como por exemplo, por polietileno (PE), policloreto de vinilo simples
ou corrugado (PVC ou PVCc) ou polipropileno (PP), os diâmetros
nominais correspondem aos diâmetros exteriores, diminuindo o
diâmetro interior com o aumento da classe de pressão. Em condutas
de fibrocimento, ferro fundido ou betão, o diâmetro nominal
corresponde ao diâmetro interno (útil) da conduta. Alguns
materiais, como o aço, regem-se por normas próprias (e.g.,
EN 10220: 2002) que estabelecem as relações normalizadas entre
os diâmetros exteriores e as espessuras das condutas, não sendo os
DN coincidentes com os diâmetros internos ou externos.
Analisou-se estatisticamente a introdução do parâmetro
caraterístico “profundidade da vala” nos modelos de regressão de
coletores e emissários de águas residuais em simultâneo com o
parâmetro “diâmetro nominal”. A análise mostrou que os modelos
daí resultantes apresentavam igual ajustamento (i.e., iguais
coeficientes de determinação R2) aos modelos obtidos apenas com
o parâmetro “diâmetro nominal”. Estes resultados poderão ser
explicados pela dependência inerente entre os dois parâmetros
caraterísticos, sendo o “diâmetro nominal” o parâmetro mais
explicativo do custo unitário de construção de coletores e
emissários. Refira-se, a título de exemplo, o caso dos emissários
gravíticos em FFD instalados em vala, em que o coeficiente de
correlação parcial do custo de construção com o diâmetro nominal
(i.e., o coeficiente de correlação entre as duas variáveis retirando o
efeito da “profundidade de vala”) é de 85% e o coeficiente de
correlação parcial do custo de construção com a profundidade de
vala é de 32%. Consideram-se correlações razoáveis entre duas
variáveis quando superiores a 50%.

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24 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Quadro 2.4 – Componentes de sistemas de abastecimento de água: custos e
respetivos parâmetros caraterísticos

Infraestrutura Componente Parâmetros caraterísticos Custo


− Tipo e fase de construção
− Diâmetro, Dp (mm),
Profundidade, pp (m), ou Custos unitários
Captações volume, Vp (m3), de parciais* e total
perfuração (€/m), (€/kW)
− Potência hidráulica, Pe
(kW)
Custos unitários
Estações − Potência hidráulica, Pe
parciais* e total
elevatórias (EE) (kW)
(€/kW)
Captação, Custos unitários
adução e Reservatórios
− Volume, V (m3) parciais* e total
reserva apoiados
(€/m3)
Reservatórios − Volume, V (m3) Custos parciais e
elevados − Altura do fuste, h (m) total** (k€)
Reservatórios − Volume, V (m3) Custos unitários
apoiados − Potência hidráulica, Pe parciais* e total
associados a EE (kW) (€/(m3.kW))
Custo unitário
− Material
Condutas sem
− Diâmetro nominal, DN
adutoras pavimentação
(mm)
(€/m)
− Material
− Diâmetro nominal, DN Custo unitário
Condutas de (mm) sem
distribuição − Tipo de zona (zona rural a pavimentação
medianamente urbana ou (€/m)
Redes de zona urbana)
distribuição − Material
− Diâmetro nominal, DN
(mm) Custo unitário
Ramais
− Tipo de zona (zona rural a (€/unidade)
medianamente urbana ou
zona urbana)
Estação de − Tipo de tratamento (fase Custos unitários
Estações de
tratamento de líquida) parciais* e total
tratamento
água (ETA) − Caudal, Q (ls-1) (€/(ls-1))
Notas: * Dividido em custos de construção civil e custos de equipamento eletromecânico e instalações
elétricas.
** Nos reservatórios elevados são apenas apresentados custos parciais e custo total não unitários
(k€).

METODOLOGIA |25
Quadro 2.5 – Componentes de sistemas de gestão de águas residuais: custos e
respetivos parâmetros caraterísticos

Parâmetros
Infraestrutura Componente Custo
caraterísticos
− Material
Emissários Custo unitário sem
− Diâmetro nominal,
gravíticos pavimentação (€/m)
DN (mm)
Emissários − Diâmetro nominal,
Custo unitário (€/m)
submarinos DN (mm)
Infraestruturas
de transporte − Material
Condutas Custo unitário sem
− Diâmetro nominal,
elevatórias pavimentação (€/m)
DN (mm)
Custos unitários
Estações − Potência hidráulica,
parciais* e total
elevatórias Pe (kW)
(€/kW)
− Material
Coletores Custo unitário sem
− Diâmetro nominal,
domésticos pavimentação (€/m)
DN (mm)
− Material
Coletores Custo unitário sem
− Diâmetro nominal,
pluviais pavimentação (€/m)
DN (mm)
Redes de − Diâmetro nominal, Custo unitário
Ramais
drenagem DN (mm) (€/unidade)
− Material
Condutas Custo unitário sem
− Diâmetro nominal,
elevatórias pavimentação (€/m)
DN (mm)
Custos unitários
Estações − Potência hidráulica,
parciais* e total
elevatórias Pe (kW)
(€/kW)
Estações de
− Tipo de tratamento Custos unitários
tratamento de Estações de
− População parciais* e total
águas residuais tratamento
equivalente, P (hab) (€/hab)
(ETAR)
Notas: * Dividido em custos de construção civil e custos de equipamento eletromecânico e
instalações elétricas.

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26 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Os custos unitários das estações elevatórias são expressos em
função do parâmetro caraterístico “potência hidráulica do
escoamento”, Pe (kW):

Pe = γ Q H (2.3)

sendo γ, o peso volúmico da água (à temperatura de 20ºC,


γ = 9810 N/m3), Q, o caudal nominal total correspondente à soma
de caudais nominais dos grupos eletrobomba instalados em
paralelo, excluindo o grupo de reserva (m3/s), e H, a altura de
elevação nominal de cada grupo (m). Considerou-se que os grupos
eletrobomba eram todos iguais, estavam instalados em paralelo e
que um desses grupos funcionava como grupo de reserva, não
sendo considerado para o cálculo da potência hidráulica do
escoamento, salvo se houvesse informação em contrário.

2.5. Cálculo dos custos de construção


Os dados processados constituem a amostra utilizada na análise
estatística para obter os custos de construção dos vários
componentes dos sistemas de abastecimento de água e de gestão
de águas residuais e pluviais. As funções de custo expressam a
relação entre os custos unitários e os parâmetros caraterísticos
associados a cada componente. Muitas funções de custo têm
implícito um significado físico associado ao cálculo das suas rubricas
de custo, como é o caso das condutas e coletores que são descritas
por funções quadráticas do diâmetro nominal em que os
coeficientes são todos positivos (Marchionni et al., 2014); outras são
as expressões matemáticas que melhor se ajustam aos dados da
amostra (e.g., polinómios, funções de potência).
No Quadro 2.6 apresenta-se a natureza dos dados da amostra e o
respetivo tipo de análise utilizada. As variáveis dependentes, Yi,
correspondem aos custos unitários de construção e as variáveis
independentes aos parâmetros caraterísticos, Xi. A regressão
polinomial pode ser considerada um caso especial da regressão
linear. As regressões lineares também podem ser utilizadas com as
relações que não são inerentemente lineares (e.g., função de

METODOLOGIA |27
potência), mas que podem ser linearizadas após uma transformação
matemática.

Quadro 2.6 – Natureza das variáveis por cada componente e tipo de análise
utilizada

Ferramenta
Sistema Componente Equação do modelo Variáveis Xi
estatística
Captações,
ETA,
reservatórios Yi = α ⋅ Xi β pp, Vp, Pe,
Não linear*
apoiados e ln Yi = ln α + β ln X i
Q, V
estações
elevatórias

Abastecimento Linear
de água simples/
Tubagens Polinomial de Yi = β 1 + β 2 X i DN
segundo 2
grau** Yi = β1 + β2Xi + β3Xi

Reservatórios
elevados e Não linear Yi =α⋅ X1β ⋅ X2γ
apoiados V, h, Pe
associados a Múltipla*** ln Yi = ln α + β ln X 1 + γ ln X 2
EE
Estações Yi = α⋅ Xiβ
elevatórias e Não linear* Pe, P
ETAR ln Yi = ln α + β ln X i
Gestão de
águas residuais Linear
e pluviais simples/
Tubagens Polinomial de Yi = β 1 + β 2 X i DN
segundo
grau** Yi = β1 + β2Xi + β3Xi 2

Nas funções polinomiais de segundo grau e nas funções lineares


simples utilizadas na construção das funções de custo de condutas,
coletores e emissários, foram assumidos pressupostos para o
cálculo do valor da constante β1. Esta constante representa o custo
de abertura de vala sem instalação de tubagem, órgãos, acessórios
ou caixas de visita, o qual corresponde ao valor mediano do custo
associado ao movimento de terras para uma vala de dimensões
mínimas (largura de 0,5 m e profundidade mínima entre 1,0 e 1,4 m,
consoante o tipo de componente) acrescido do valor mediano do
custo de estaleiro.

|
28 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Para as condutas de adução e de distribuição, considerou-se uma
profundidade mínima de 1,0 m e obteve-se o valor da constante
igual a 15 €/m, à exceção das condutas de distribuição de PEAD em
zona urbana, para as quais este valor foi superior.
Para os emissários gravíticos e coletores domésticos, considerou-se
uma vala com profundidade de 1,2 m, obtendo-se o valor da
constante β1 igual a 25 €/m. Nos coletores pluviais, assumiu-se a
influência de uma maior profundidade de vala (1,4 m), obtendo-se
a constante β1 igual a 30 €/m.
Estas funções polinomiais têm coeficientes βi positivos, uma vez que
correspondem à soma de rubricas de custo que são função do
diâmetro e da seção da conduta. Registou-se uma única exceção, o
custo associado aos coletores pluviais em betão, em que o valor
estimado de β2 é negativo, por forma a garantir o melhor
ajustamento do modelo aos elementos da amostra.
Os custos de construção dos componentes lineares são,
inicialmente, calculados sem considerar o custo de pavimentação e
trabalhos especiais e, posteriormente, os custos destas rubricas são
adicionados ao custo de construção. De igual modo, assumiram-se
pressupostos para o coeficiente β1 destas funções. O custo de
trabalhos especiais foi calculado através do valor mediano para cada
material, considerando todos os elementos da amostra, enquanto
que no custo de pavimentação foi considerado um valor de 15 €/m,
correspondente ao custo de uma vala mínima para um pavimento
genérico. Estes valores foram somados ao coeficiente β1 das
funções inicialmente calculadas sem as rubricas de trabalhos
especiais e pavimentação.
Os custos associados ao levantamento e reposição do pavimento
são reportados em intervalos descritivos recorrendo a quartis; estes
são representados através de gráficos em forma de diagramas de
caixa indicando os percentis 5 e 95, os valores máximo e mínimo e
o valor mediano da amostra.
A análise estatística foi efetuada utilizando o Software R
disponibilizado gratuitamente pela “The R Foundation for Statistical
Computing” (http://www.r-project.org), que dispõe de um conjunto
integrado de ferramentas estatísticas computacionais para análise
de dados.

METODOLOGIA |29
Sempre que possível, a estimativa das funções de custo inclui a
definição de bandas de predição de 90% para a previsão de dados
futuros. Em geral, um intervalo de predição está associado a uma
probabilidade de ocorrência de um valor. Assim, um intervalo de
predição de 90% significa que a estimativa de um valor da variável
resposta Y para um determinado valor da variável explicativa X
estará nesse intervalo com um grau de confiança de previsão de
90%. A este intervalo de predição estão associadas as curvas de
predição de 5 e 95%, Cp5 e Cp95.
As funções de custo unitário expressas em termos do parâmetro
caraterístico são determinadas para cada componente; estas
funções são apenas válidas dentro do domínio de valores do
parâmetro caraterístico da amostra, designado por domínio de
aplicação.
A utilização das funções de custo obtidas fora do domínio de
aplicação deve ser efetuada com parcimónia dentro do domínio de
extrapolação, correspondente a acréscimos de cerca de 20% do
limite superior do domínio da amostra. Os intervalos de
extrapolação são representados a sombreado cinzento-claro.
Efetuam-se, também, recomendações para a realização de
estimativas de custo fora do domínio de extrapolação, representado
nas figuras pelo sombreado cinzento-escuro.
Saliente-se que as extrapolações fora do domínio de aplicação
contemplam erros de avaliação, por defeito ou por excesso, que
podem ter alguma expressão, só devendo ser efetuadas em casos
excecionais.
Na Figura 2.4 apresenta-se a título ilustrativo a representação das
funções de custo nos domínios de aplicação (a branco) e de
extrapolação (cinzento-claro) e fora do domínio de extrapolação
para dois componentes (cinzento-escuro).

|
30 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
2000
1000

Custo unitário de construção de condutas


Total (C tu) Elementos da amostra (n=269)
de reservatórios apoiados (€/m )

adutoras em PEAD, CPEAD (€/m)


Curva de regressão (CPEAD)
3
Construção civil
Custo unitário de construção

800 Curvas de predição (5-95%)

1500
Equipamento e instalações elétricas
600

1000
2
C PEAD = 0,00041 DN + 0,1185 DN + 15
400

2
-0,426 R = 0,81
Ctu = 5958 V

500
200

2
R = 0,62

0
0

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000 50 160 280 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

Volume, V (m
3
) Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 2.4 – Exemplos de funções de custo com indicação dos domínios de


aplicação e de extrapolação

2.6. Validação dos custos e elaboração de


recomendações finais
O teste e a validação dos modelos são importantes para atribuir a
confiabilidade dos modelos. Uma vez construídos os modelos de
regressão, é importante confirmar a qualidade do ajuste do modelo
e a significância estatística do modelo e dos parâmetros estimados.
A qualidade do ajuste do modelo pode ser avaliada através do
coeficiente de determinação, R2. Este coeficiente é uma medida
descritiva que indica o quanto o modelo é capaz de se ajustar aos
dados. O seu valor pode variar entre 0 e 1 (ou 0 e 100%), indicando
o valor 1 que o modelo se ajusta completamente, conseguindo
explicar em 100% a variabilidade dos dados, e o valor 0 que o
modelo não é adequado, não conseguindo explicar nada da
variabilidade dos dados. O valor de R2 depende do número de
observações e tende a aumentar com a diminuição do número de
observações. O seu valor também tende a aumentar com a adição
de variáveis explicativas ao modelo, mas este parâmetro per si pode
não traduzir necessariamente a qualidade do modelo.
É importante calcular, também, o coeficiente de determinação
ajustado R2adj, quando o modelo tem mais que uma variável
explicativa. Este parâmetro varia no intervalo entre 0 e 1, diferindo
do coeficiente R2, uma vez que não aumenta necessariamente com
a adição de parâmetros ao modelo. Assim, um possível critério para
a seleção do melhor modelo de ajuste poderá ser escolher aquele
com o maior valor de R2adj.

METODOLOGIA |31
Devido à diversidade de modelos construídos para os vários
componentes, o cálculo do coeficiente de determinação pode variar
de acordo com o modelo escolhido. No caso dos componentes
verticais e instalações é necessário proceder a transformações
logarítmicas de forma a obter modelos lineares. Assim, o coeficiente
de determinação apresentado corresponde ao do modelo
logarítmico e não ao do modelo da amostra original de elementos.
No caso dos componentes lineares ou horizontais, foram assumidos
pressupostos para o valor da constante β1, permitindo construir
modelos lineares restritos. Nestes modelos, o coeficiente de
determinação calculado corresponde ao coeficiente não centrado,
que, geralmente, é superior ao coeficiente de determinação usual.
Uma análise estatística de regressões lineares simples ou múltiplas
implica também o estudo dos resíduos e a realização de outros
diagnósticos. Todas as ferramentas de diagnóstico visam investigar
a qualidade do modelo, a conformidade com as hipóteses
consideradas e a adequação do modelo aos dados da amostra.
Visam também identificar observações que merecem maior atenção
e consideração, como sejam observações atípicas ou valores
anómalos (outliers). Esta análise é realizada através das ferramentas
de análise estatística disponibilizadas no Software R.
Com o Software R é possível obter representações gráficas para
validar os pressupostos e identificar os valores atípicos. A Figura 2.5
ilustra alguns exemplos de identificação de elementos atípicos. O
gráfico dos resíduos versus valores ajustados (Figura 2.5a) é utilizado
para verificar a homocedasticidade do modelo, podendo indicar que
não existe uma relação linear entre as variáveis explicativas com a
variável resposta por meio de alguma tendência nos pontos. Assim,
três elementos (representados pelos números 32, 33 e 55) não
seguem a tendência da maioria dos pontos, apresentando valores
de resíduos muito superiores, sendo por isso considerados atípicos.
A Figura 2.5(b) consiste no gráfico Q-Q plot utilizado para verificar a
normalidade de distribuição de erros através da comparação dos
quartis das distribuições, na medida em que quanto mais próximo
os pontos estiverem da bissetriz do primeiro quadrante, mais
próximo os dados observados estão da distribuição considerada.

|
32 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Verifica-se, de igual modo, que os mesmos elementos são
considerados atípicos por não estarem próximos da bissetriz.
O gráfico dos resíduos padronizados versus valores ajustados
(Figura 2.5c) é usado para verificar se existem outliers no eixo dos
YY. Os mesmos elementos apresentam valores dos resíduos
padronizados elevados, não se ajustando à tendência de pontos. Por
fim, a Figura 2.5(d) apresenta o valor da distância de Cook para
todos os elementos da amostra. Consideram-se valores atípicos
todos os elementos com distâncias de Cook superiores a 1.
(a) (b)

(c) (d)

Figura 2.5 – Identificação de elementos atípicos: (a) resíduos versus valores


ajustados; (b) Q-Q plot; (c) resíduos padronizados versus valores ajustados; (d)
distância de Cook

METODOLOGIA |33
3. UNIVERSO DA AMOSTRA

Os contratos de construção analisados para a obtenção das funções


de custo correspondem a valores de adjudicação de obras
maioritariamente públicas financiadas total, ou parcialmente, por
entidades portuguesas. Na ausência de informação, recorreu-se a
outras fontes de informação (e.g., ERSAR, projetos de execução). O
universo de contratos de empreitadas apresenta o intervalo
temporal entre 2002 e 2016, à exceção dos emissários submarinos
e dos emissários gravíticos em PEAD, cujo período é mais alargado.
No Quadro 3.1 apresenta-se o resumo da amostra analisada
(número total de elementos e número de contratos analisados)
associada aos componentes dos sistemas de abastecimento de
água. Foram analisados 347 contratos relativos a 1584
componentes do sistema de abastecimento, uma vez que o mesmo
contrato inclui, tipicamente, diversos componentes.

Quadro 3.1 – Amostra de elementos dos sistemas de abastecimento de água

N.º total de N.º de contra-


Componentes
elementos tos analisados
Captações superficiais e subterrâneas 29 16
ETA Tipo I 3 3
ETA Tipo II 26 18
ETA Tipo III 2 2
Reservatórios apoiados 126 79
Reservatórios elevados 8 8
Reservatórios apoiados associados a estações elevatórias 32 22
Condutas adutoras em aço 12 8
Condutas adutoras em PEAD 271 76
Condutas adutoras em FFD 252 87
Condutas de distribuição em FFD 31 16
Condutas de distribuição em PEAD 348 107
Condutas de distribuição em PVC 45 18
Ramais domiciliários em PEAD 337 96
Ramais domiciliários em PVC 22 16
Estações elevatórias 37 29
Total 1584 (347)

UNIVERSO DA AMOSTRA |35


Na Figura 3.1 apresenta-se a distribuição dos elementos analisados
pelos diferentes componentes do sistema de abastecimento de
água, por NUTS II e por anos de adjudicação dos contratos.
Os componentes que apresentam o maior número de elementos
correspondem às condutas adutoras (34%), seguido das condutas
de distribuição (27%) e dos ramais de ligação domiciliários (23%).
No que diz respeito à distribuição dos elementos por NUTS II,
verifica-se uma distribuição uniforme pelas regiões Norte, Centro e
Área Metropolitana de Lisboa e um menor número de elementos
para as regiões Alentejo e Algarve. Os anos de adjudicação dos
contratos analisados variam desde 2004 a 2016, com maior
predominância dos anos 2013 (37%), 2005 (13%) e 2006 (13%).
(a) (b)

2% 2% 2% Captações 3%
10%
Condutas adutoras 15%
34% 32% Norte
Condutas de
distribuição Centro
Ramais domiciliários
AM Lisboa
23%
Reservatórios Alentejo

Estações elevatórias 29% Algarve

Estações de
27% tratamento de água 21%

(c)

1%
7% 1% 2%
13% 2004 2005

2006 2007

13% 2008 2009

37% 2010 2011


3%
2012 2013
6%
2014 2015
6%
3% 2016
4% 4%

Figura 3.1 – Distribuição de elementos do sistema de abastecimento de água por:


(a) componentes; (b) NUTS II; (c) anos de adjudicação

|
36 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
No Quadro 3.2 apresenta-se o resumo da amostra estudada
(número total de elementos e número de contratos analisados)
associada aos componentes do sistema de gestão de águas residuais
e pluviais. Foram analisados 379 contratos relativos a 1404
componentes do sistema de gestão de águas residuais e pluviais,
uma vez que o mesmo contrato inclui, tipicamente, diversos
componentes.

Quadro 3.2 – Amostra de elementos dos sistemas de águas residuais e pluviais

N.º total de N.º de contratos


Componentes
elementos analisados
Emissários em FFD (vala) 55 27
Emissários em FFD (travessia) 17 10
Emissários em PEAD 87 45
Emissários em PPc e PVC 211 89
Condutas elevatórias em FFD 23 19
Condutas elevatórias em PEAD 151 94
Condutas elevatórias em PVC 31 19
Coletores domésticos em FFD 13 12
Coletores domésticos em PPc/PVC 142 82
Ramais domiciliários em PPc/PVC 99 71
Coletores pluviais em betão 29 10
Coletores pluviais em PPc 13 5
Estações elevatórias Tipo I 60 30
Estações elevatórias Tipo II 243 88
Estações elevatórias Tipo III 57 34
ETAR – Leito de macrófitas 25 10
ETAR – Leito percolador 23 2
ETAR compacta 12 5
ETAR – Lamas ativadas em
10 8
arejamento convencional
ETAR – Lamas ativadas em
89 47
arejamento prolongado
Emissários submarinos em PEAD 14 14

Total 1404 (379)

UNIVERSO DA AMOSTRA |37


Na Figura 3.2 apresenta-se a distribuição dos elementos analisados
pelos diferentes componentes do sistema de gestão de águas
residuais e pluviais, por NUTS II e por anos de adjudicação dos
contratos. Os componentes que apresentam o maior número de
elementos correspondem aos emissários gravíticos (26%) e às
estações elevatórias de águas residuais (26%), seguida das condutas
elevatórias (15%).
No que diz respeito à distribuição dos elementos por NUTS II,
verifica-se uma distribuição uniforme, no entanto, com menor
número de elementos para as regiões Alentejo e Algarve. Os anos
de adjudicação dos contratos analisados variam desde 1985 a 2016,
com maior predominância dos anos 2006 (15%), 2010 (15%) e 2005
(14%).
(a) (b)
1%
11% 10%
Emissários gravíticos
26%
Conduta elevatória
12% 36% Norte
Coletores domésticos
Centro
26% Ramais domiciliários
AM Lisboa
Coletores pluviais
18% Alentejo
Estações elevatórias
15% Algarve
Estações de tratamento
3% de águas residuais
Emissários submarinos 24%
7% 11%
(c)
0%
6% 1%
2% 1985-2004
2% 14% 2005
6%
2006
2007
7%
2008
2009
15%
2010
15% 2011
2012
2013
9% 2014
2015
12%
11% 2016

Figura 3.2 – Distribuição de elementos do sistema de gestão de águas residuais e


pluviais por: (a) componentes; (b) NUTS II; (c) anos de adjudicação

|
38 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
PARTE II – SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
4. CAPTAÇÕES DE ÁGUA

4.1. Tipos de captações


As captações de água constituem infraestruturas importantes dos
sistemas de abastecimento de água que permitem a extração da
água existente na natureza (origem) de acordo com as necessidades
das populações. O tipo de obra a considerar depende,
essencialmente, da forma como a água se encontra disponível no
ciclo hidrológico e do caudal necessário. Assim, as captações podem
ser de dois tipos:
• captações de água superficial ou captações superficiais;
• captações de água subterrânea ou captações subterrâneas.
As captações de água superficial consistem em componentes que
permitem captar água em albufeiras ou rios (Figura 4.1). Este tipo
de captações permite, geralmente, extrair maiores caudais. No
entanto, a água apresenta, tendencialmente, uma pior qualidade
em termos microbiológicos, com maiores exigências de tratamento,
e caraterísticas diferentes em termos químicos. Os tipos mais
frequentes de captações em albufeiras são por torre, poço e
flutuante, e as captações em rio por torre ou poço.
As captações superficiais em albufeira por torre (Figura 4.1a)
consistem numa torre ligada à margem por um passadiço, o qual
permite o acesso para a instalação e manutenção de equipamentos
diversos, tubagens e circuitos elétricos. A torre tem tipicamente
duas ou mais aberturas a níveis diferentes, por forma a permitir a
captação de água de acordo com o nível da albufeira; a torre é
comummente concebida para a instalação de grupos elevatórios
submersíveis.
As captações superficiais em albufeira por poço pouco diferem das
anteriores, exceto no facto de o poço não precisar de passadiço e a
admissão da água se processar, não através de aberturas, mas por
descarregadores para canais ou por tubagens. Este tipo de captação
pode ser também em poço seco, em que se podem utilizar grupos
não submersíveis.

CAPTAÇÕES DE ÁGUA |41


As captações superficiais flutuantes, também designadas por
captações por jangada, consistem numa plataforma flutuante onde
se encontram instalados os grupos elevatórios.
As captações superficiais em rio (Figura 4.1b) podem ser efetuadas
diretamente no rio ou através de uma torre ou de um poço.
Atendendo a que a água está em movimento nos cursos de água,
são necessários cuidados especiais em relação à localização da torre
e do poço, normalmente localizados na margem, e às variações de
nível do curso de água. No caso de torre ou poço, normalmente
existem drenos filtrantes sob o rio na ligação à torre ou poço,
designando-se este tipo por captação sub-superficial.
(a) (b)

Figura 4.1 – Captação superficial: (a) em albufeira por torre (Beliche); (b) em rio
(Captação de Valada Tejo, Cartaxo)

As captações de água subterrânea consistem na execução de obras


que permitem a melhor recolha de águas existentes em mantos
artesianos, em quantidade e qualidade. A escolha do tipo de
captação baseia-se, fundamentalmente, em três fatores:
profundidade a atingir, processo de circulação da água subterrânea
e condições geomorfológicas (Figura 4.2).

|
42 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a) (b)

Figura 4.2 – Captação subterrânea: (a) tubagem da perfuração; (b) grupo


eletrobomba

Os mapas orçamentais analisados respeitam as empreitadas para


construção de captações por furos de sonda, uma vez que a sua
profundidade é superior a 20 ou 30 m, profundidade a partir da qual
é recomendável este tipo de captação.
Os custos de construção de captações subterrâneas são divididos
em duas fases associadas à sua execução:
• Fase I: Execução do furo e ensaio de capacidade de
extração.
• Fase II: Construção da estação elevatória.
Na Fase I procede-se à execução do furo de forma lenta, sendo
necessária a colocação de entubamento provisório para suportar as
paredes do furo. À medida que os tubos de revestimento vão sendo
colocados, o diâmetro de perfuração vai diminuindo. Terminada a
perfuração, procede-se à instalação da coluna de revestimento
definitiva e retira-se o entubamento provisório. Ainda nesta fase, é
realizado um ensaio da capacidade de extração através de
bombeamento com medição de caudais e níveis, de forma a atingir
o equilíbrio caudal/nível dinâmico. Em geral, depois de concluídos,
os furos são submetidos a extração de água com ar comprimido,
destinado a limpeza da captação, que consiste na eliminação dos
elementos mais finos das camadas aquíferas, bem como das lamas
de perfuração.

CAPTAÇÕES DE ÁGUA |43


A Fase II da construção das captações subterrâneas consiste na
construção de uma estação elevatória para bombear a água captada
para um reservatório ou diretamente para o sistema adutor.

4.2. Caraterização dos componentes


4.2.1. Nota introdutória
A amostra de dados recolhidos relativos às captações de água foi
dividida em: captação superficial em albufeira (torre, poço ou
jangada) e em rio; e captação subterrânea (Fase I ou Fase II).
Nas seções seguintes apresenta-se a caraterização dos dois tipos de
captações.

4.2.2. Captações superficiais


A amostra inicial de captações superficiais de água é constituída por
nove elementos provenientes de oito contratos (Quadro 4.1). Os
contratos analisados correspondem aos anos de 2004 a 2011 e
encontram-se distribuídos pelas diversas regiões do país, com
exceção da Área Metropolitana de Lisboa e do Algarve. O caudal
varia entre 7 e 500 l/s, a altura de elevação varia entre 26 e
420 m c.a. e a potência hidráulica do escoamento entre 3 e 858 kW.

Quadro 4.1 – Caraterísticas dos contratos analisados de captações superficiais

Total: 8
Número total de contratos (Norte: 5; Centro: 1; AM Lisboa: 0;
Alentejo: 2; Algarve: 0)
Data de lançamento do concurso [2004; 2011]
Amostra inicial (n.º de elementos) 9
Caudal (l/s) [7; 500]
Altura de elevação (m c.a.) [26; 420]
Potência do escoamento (kW) [3; 858]
Percentagem de valores anómalos 0%
Amostra final (n.º de elementos) 9

|
44 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Os contratos analisados provêm de diversas regiões do país,
nomeadamente cinco contratos da região Norte (correspondendo a
67% da amostra inicial), um da região Centro (11% da amostra
inicial) e dois contratos da região Alentejo (22% da amostra inicial),
de acordo com a divisão de NUTS II (Figura 4.3a). Os anos de
adjudicação dos contratos variam entre 2004 e 2011, com maior
incidência para os anos de 2004 e 2006, com três elementos cada
(Figura 4.3b).
(a) (b)
6

3
Número de elementos

Número de elementos
4

2
2

1
67%

11%

22%

33%

33%

11%

11%

11%
0%

0%
0

0
Norte

Algarve
Centro

Lisboa

Alentejo

2004

2006

2007

2010

2011
AM

Limites territoriais NUTS II (2013) Ano de adjudicação

Figura 4.3 – Variação percentual da amostra inicial de captações superficiais:


(a) NUTS II; (b) anos de adjudicação dos contratos

Devido à reduzida dimensão da amostra relativa às captações


superficiais, nenhum elemento foi considerado anómalo, pelo que a
amostra final corresponde à inicial, constituída por nove elementos.

A distribuição da amostra final dos quatro tipos estudados de


captações superficiais de água por rubricas de custo é apresentada
na Figura 4.4. A rubrica de construção civil apresenta o maior valor
mediano da percentagem de custo para os três tipos de captações:
53% para captações por torre, 43% para captações por poço, 41%
para captações em rio e 34% para captações por jangada. De
salientar que as amostras das captações superficiais por torre e por
poço são constituídas por um elemento cada. A segunda rubrica
com maior peso no custo total de construção das captações
superficiais corresponde aos equipamentos eletromecânicos,

CAPTAÇÕES DE ÁGUA |45


variando entre 22 e 35%, seguido das instalações elétricas com uma
mediana das percentagens entre 19 e 26%. O estaleiro representa a
menor fração do custo total, entre 3 e 9%.
Albufeira - Jangada (n=4)
5%
Albufeira - Torre (n=1)
6%
Estaleiro Albufeira - Poço (n=1)
3%
Rio (n=3)
9%

34%
Construção 53%
civil 43%
41%

35%
Equipamento 22%
eletromecânico 28%
29%

26%
Instalações 19%
elétricas 25%
20%

Mediana das percentagens das rubricas de custo (%)

Figura 4.4 – Distribuição da amostra final de captações superficiais de água por


rubricas de custo

4.2.3. Captações subterrâneas


Para a caraterização dos custos das captações subterrâneas, foram
analisados nove contratos incluindo as fases de construção (Fase I e
Fase II), permitindo obter uma amostra inicial com 11 elementos na
Fase I e 9 elementos na Fase II, com datas de lançamento do
concurso desde 2005 a 2013 (Quadro 4.2).
Na Fase I são estudados três parâmetros caraterísticos: diâmetro de
perfuração correspondente à dimensão do furo que é efetuado
(variável entre 440 e 557 mm), profundidade de perfuração
(variável entre 60 e 400 m) e o volume de perfuração (variável entre
12 a 69 m3). De salientar que muitos dos furos não têm um diâmetro
constante; o diâmetro e o volume de perfuração correspondem a
valores médios ponderados tendo em conta a extensão de conduta
correspondente a cada diâmetro.
No furo é inserida uma conduta de menor diâmetro (variável entre
200 e 330 mm), constituída, na amostra analisada, por PVC ou PEAD.
O custo desta tubagem representa 17 a 24% do custo total do furo

|
46 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
na Fase I. A utilização de materiais de maior resistência, tipicamente
necessários para maiores profundidades de furos, pode representar
um acréscimo do custo total. Para profundidades superiores a
500 m ou volumes de perfuração superiores a 80 m3, este acréscimo
encontra-se implicitamente representado pelos custos unitários
fixos deste componente (ver 4.3.3).
Relativamente à Fase II, os três parâmetros analisados são: o caudal
(variável entre 10 e 125 l/s), a altura de elevação (variável entre 59
e 160 m c.a.) e a potência hidráulica do escoamento (variável entre
16 e 135 kW).
Os contratos analisados provêm de diversas regiões do país,
verificando-se a seguinte distribuição: região Centro com três
contratos (correspondendo a 20% da amostra inicial), região
Alentejo com cinco contratos (55% da amostra inicial) e região
Algarve com um contrato (25% da amostra inicial), de acordo com a
divisão de NUTS II (Figura 4.5a). Os anos de adjudicação dos
contratos variam entre 2005 e 2013, com maior número de
elementos relativos ao ano de 2011, com 9 elementos (Figura 4.5b).

Quadro 4.2 – Caraterísticas dos contratos analisados de captações subterrâneas

Total: 9
Número total de contratos (Norte: 0; Centro: 3; AM Lisboa: 0;
Alentejo: 5; Algarve:1)
Data de lançamento do concurso [2005; 2013]
Amostra inicial (n.º de elementos) 20 (Fase I: 11; Fase II: 9)
Diâmetro de perfuração (mm) [440; 557]
Profundidade de perfuração (m) [60; 400]
Volume de perfuração (m3) [12; 69]
Caudal (l/s) [10; 125]
Altura de elevação (m c.a.) [59; 160]
Potência do escoamento (kW) [16; 135]
Percentagem de valores anómalos 0%
Amostra final (n.º de elementos) 20

CAPTAÇÕES DE ÁGUA |47


(a) (b)

12

10
10

8
Número de elementos

Número de elementos
8

6
6

4
4

5%

5%

5%
2

20%

55%

25%

25%

15%

45%
0%

0%
0

0
Algarve
Norte

Centro

Lisboa

Alentejo

2005

2007

2008

2011

2012

2013
AM

Limites territoriais NUTS II (2013) Ano de adjudicação

Figura 4.5 – Variação percentual da amostra inicial de captações subterrâneas:


(a) NUTS II; (b) anos de adjudicação dos contratos

4.3. Custos de construção de captações


4.3.1. Nota introdutória
O custo de construção de captações superficiais (albufeira e rio) foi
dividido em custo de construção civil e custo de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas, em função da potência do
escoamento. Os custos associados às captações subterrâneas foram
divididos nas duas fases de execução da obra (Fases I e II) e
expressos em função do diâmetro e profundidade de perfuração (ou
volume de perfuração) na Fase I e em função da potência hidráulica
do escoamento na Fase II.
Para as captações superficiais (albufeira e rio) e para as captações
subterrâneas Fase II, a estimativa dos custos de construção pode ser
efetuada com base nas funções associadas aos custos unitários
parciais, procedendo-se à soma do custo de construção civil com o
custo do equipamento e instalações elétricas, ou através dos custos
unitários totais. Sempre que possível, recomenda-se o cálculo
através dos custos unitários parciais.

|
48 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
4.3.2. Captações superficiais
Apesar da amostra relativa a captações superficiais em rio ser
constituída apenas por 3 elementos, estimaram-se as funções de
custo em função da potência hidráulica do escoamento (Figura 4.6).
Estas funções têm coeficientes de determinação R2 iguais a 0,997 e
a 0,991, para o custo de construção civil e para o custo de
equipamento eletromecânico e instalações elétricas,
respetivamente. Os elevados valores dos coeficientes de
determinação são explicados pela reduzida dimensão da amostra.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende potências
do escoamento entre 3 e 27 kW. A utilização das funções de custo
fora do domínio de aplicação deve ser efetuada com parcimónia e
apenas para valores de potência entre 2 e 30 kW (domínio de
extrapolação). Os intervalos de extrapolação são representados na
Figura 4.6 pelo sombreado cinzento.
A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de
extrapolação, recomenda-se que sejam efetuadas da seguinte
forma:
• para valores de potência do escoamento inferiores a 2 kW,
adotar o custo total correspondente ao limite inferior do
intervalo de extrapolação (i.e., o custo total, em euros,
associado à potência de 2 kW);
• para valores de potência do escoamento superiores a
30 kW, adotar o custo unitário correspondente ao limite
superior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo unitário,
em €/kW, associado à potência de 30 kW).
Saliente-se que estas extrapolações contemplam erros de avaliação,
por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão, só
devendo ser adotadas em casos excecionais.

CAPTAÇÕES DE ÁGUA |49


(a)

Custo unitário de construção civil, C cc (10 €/kW)


30
Elementos da amostra (n=3)

3
Curva de regressão (Ccc )

25
20
15

-0,735
Ccc= 49750 Pe
10

2
R = 0,997
5
0

2 6 10 14 18 22 26 30
Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico

30

Elementos da amostra (n=3)


e instalações elétricas, C e (10 €/kW)

Curva de regressão (Ce)


25
3

20
15

-0,738
Ce= 46290 Pe
10

2
R = 0,991
5
0

2 6 10 14 18 22 26 30

Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

Figura 4.6 – Custo unitário de construção de captações superficiais em rio:


(a) construção civil; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas

Na Figura 4.7 são apresentadas as funções de custo total unitário e


de custo de construção de captações superficiais em rio,
correspondendo à soma do custo de construção civil e de
equipamento eletromecânico e instalações elétricas. Verifica-se que
os custos parciais de construção civil e de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas são muito semelhantes.

|
50 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a)

60
captações superficiais em rio (10 €/kW)
Total (Ctu)
Custo unitário de construção de

Construção civil
3

50

Equipamento e instalações elétricas


40
30

-0,737
Ctu= 96240 Pe
20

2
R = 0,9998
10
0

2 6 10 14 18 22 26 30

Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

(b)
Custo de captações superficiais em rio (10 €)
250
3

200

0,263
Ct= 96240 Pe
150
100
50

Total (Ct)
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
0

2 6 10 14 18 22 26 30

Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

Figura 4.7 – Captações superficiais em rio: (a) custo unitário; (b) custo de
construção

Nas captações em albufeira, só foi possível obter funções de custo


para as captações por jangada (Figura 4.8). Os custos são também
expressos em função da potência hidráulica do escoamento e
verifica-se um decréscimo dos custos com o aumento do valor da
potência do escoamento, com coeficientes de determinação R2
iguais a 0,64 e a 0,18 para o custo de construção civil, incluindo o
custo de estaleiro, e para o custo de equipamento eletromecânico
e instalações elétricas, respetivamente. A elevada variabilidade do

CAPTAÇÕES DE ÁGUA |51


custo de equipamento eletromecânico e instalações elétricas
explica o baixo coeficiente de determinação.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende potências
do escoamento entre 53 e 200 kW. A utilização das funções de custo
fora do domínio de aplicação deve ser efetuada com parcimónia e
apenas para valores de potência entre 20 e 230 kW. Os intervalos
de extrapolação são representados na Figura 4.8 pelo sombreado
cinzento.
A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de
extrapolação, recomenda-se que sejam efetuadas da seguinte
forma:
• para valores de potência do escoamento inferiores a 20 kW,
deve ser utilizado o custo total correspondente ao limite
inferior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo total, em
euros, associado à potência de 20 kW);
• para valores de potência do escoamento superiores
a 230 kW, deve ser utilizado o custo unitário
correspondente ao limite superior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo unitário, em €/kW, associado à
potência de 230 kW).
Saliente-se que estas extrapolações contemplam erros de avaliação,
por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão, pelo
que só devem ser adotadas em casos excecionais.
Na Figura 4.9 são apresentadas as funções de custo total unitário e
de custo de construção de captações superficiais por jangada,
correspondendo à soma do custo de construção civil e de
equipamento eletromecânico e instalações elétricas. Verifica-se que
o custo de equipamento eletromecânico e instalações elétricas é
superior ao custo de construção civil, o qual tende a ser constante
quanto maior o valor de potência do escoamento.

|
52 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a)

3500
Custo unitário de construção civil, C cc (€/kW)
3000 Elementos da amostra (n=4)
Curva de regressão (Ccc )
2500

-0,629
2000

Ccc = 30850 Pe

2
R = 0,64
1500
1000
500

20 62 104 146 188 230


Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico

4000

Elementos da amostra (n=4)


e instalações elétricas, C e (€/kW)

Curva de regressão (Ce)


3500

-0,172
3000

Ce= 5828 Pe

2
R = 0,18
2500
2000
1500

20 62 104 146 188 230


Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

Figura 4.8 – Custo unitário de construção de captações superficiais por jangada: (a)
construção civil; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas

CAPTAÇÕES DE ÁGUA |53


(a)

7000
captações superficiais por jangada (€/kW)
Total (Ctu)

6000
Custo unitário de construção de
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas

5000
-0,351
Ctu= 22010 Pe
2

4000
R = 0,44
3000
2000
1000
0

20 62 104 146 188 230

Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

(b)
Custo de captações superficiais por jangada (10 €)
3

1000

Total (Ct)
Construção civil
800

Equipamento e instalações elétricas


0,649
Ct= 22010 Pe
600
400
200
0

20 62 104 146 188 230

Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

Figura 4.9 – Captações superficiais por jangada: (a) custo unitário;


(b) custo de construção

No Quadro 4.3 apresenta-se a caraterização das instalações de


captações superficiais por torre e poço, com os custos atualizados a
2016.

|
54 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Quadro 4.3 – Caraterização das instalações de captações superficiais por torre e por
poço

Potência hidráulica Custo de equipamento


Custo de construção
Tipo do escoamento eletromecânico e
civil (€)
(kW) instalações elétricas (€)
Captação por
94,5 770 228,96 539 146,21
torre
Captação por
858,4 736 671,80 849 891,91
poço

Os custos das captações por torre e por poço são apresentados


apenas pelo custo parcial do elemento obtido para cada tipo. Na
Figura 4.10 apresenta-se o custo unitário de construção dos
diferentes tipos de captações superficiais, observando-se:
• as captações em rio tendem a ser utilizadas para potências
do escoamento mais baixas;
• as captações em albufeira por jangada são utilizadas para
potências do escoamento entre 50 e 200 kW;
• as captações em albufeira por torre apresentam custos de
construção mais elevados do que as captações por jangada
para a mesma potência do escoamento, devido aos
trabalhos de construção civil;
• as captações em albufeira por poço tendem a ser utilizadas
para grandes potências do escoamento.
Uma vez que a amostra de elementos disponíveis para cada tipo de
captação superficial é reduzida, optou-se por agregar todos os
elementos dos diferentes tipos, excluindo o custo associado às
captações superficiais por torre, e por calcular as funções de custo
unitário de construção civil e de equipamento eletromecânico e
instalações elétricas. Na Figura 4.11 apresenta-se o custo unitário
de captações superficiais para as duas rubricas de custo,
verificando-se que ambas as funções apresentam um elevado
coeficiente de determinação (R2 = 0,94).

CAPTAÇÕES DE ÁGUA |55


30
Captação por torre (construção civil)

Custo unitário de captações superficiais


Captação por torre (equipamento)

25
Captação por poço (construção civil)

20
Captação por poço (equipamento)
(k€/kW)
Captação em rio (construção civil)
15
Captação em rio (equipamento)
10

Captação por jangada (construção civil)

Captação por jangada (equipamento)


5
0

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Potência de escoamento (kW)

Figura 4.10 – Custo unitário de construção civil e de equipamento e instalações


elétricas de diferentes tipos de captações superficiais
30
Custo unitário de captações superficiais

Construção civil (Ccc)


25

Equipamento e instalações elétricas (Ce)


20
(103 €/kW)

Ccc = 36509 Pe-0,626


R² = 0,94
15

Ce = 29672 Pe-0,519
R² = 0,94
10
5
0

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Potência de escoamento, Pe (kW)

Figura 4.11 – Custo unitário de construção civil e de equipamento e instalações


elétricas associado às captações superficiais (excluindo captações por torre)

4.3.3. Captações subterrâneas


Os custos associados à Fase I de construção das captações
subterrâneas incluem a execução do furo, a inserção do tubo de
revestimento e o ensaio de capacidade de extração, dependendo
dos seguintes parâmetros caraterísticos: o diâmetro de perfuração,
Dp, e a profundidade de perfuração, Pp ou, em alternativa, o volume
de perfuração, Vp. Não são divididos em custos de construção civil e

|
56 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
custos de equipamento, sendo tratados como um custo unitário
total expresso por metro de profundidade ou por m3 de escavação.
Os custos associados à Fase II dependem do caudal e da altura de
elevação traduzidos pela potência hidráulica do escoamento.
Apesar da amostra inicial associada à Fase II ser constituída por 12
elementos, as funções de custo são construídas apenas por nove
elementos, dado os mapas orçamentais analisados não conterem a
informação necessária relativa aos parâmetros caraterísticos.
Na Figura 4.12 e na Figura 4.13 sintetizam-se os resultados da
análise dos custos associados à Fase I de construção de captações
de água subterrânea em função do diâmetro, profundidade e
volume de perfuração. O custo unitário por metro de profundidade
apresenta uma relação crescente com o diâmetro de perfuração, Dp,
com um coeficiente de determinação muito baixo, R2 = 0,088
(Figura 4.12a) e uma relação decrescente com a profundidade de
perfuração, Pp, com um coeficiente de determinação elevado,
R2 = 0,79 (Figura 4.12b). O custo unitário por m3 de volume de
perfuração, Vp, apresenta igualmente uma relação decrescente com
este parâmetro e com um coeficiente de determinação elevado
(R2 = 0,81) (Figura 4.13).
Ambos os parâmetros caraterísticos, profundidade e volume de
perfuração, explicam os custos unitários da Fase I, uma vez que têm
coeficientes de determinação elevados, pelo que são utilizados para
a estimativa dos custos unitários de captações subterrâneas.
Quando a informação necessária para o cálculo do volume de
perfuração não constar dos mapas orçamentais, recomenda-se a
utilização dos custos unitários em função da profundidade de
perfuração.
O domínio de aplicação das funções de custo em função da
profundidade de perfuração está compreendido entre 60 e 400 m.
A utilização das funções de custo fora deste domínio deve ser
efetuada com parcimónia e apenas para valores de profundidade
entre 50 e 500 m. O domínio de extrapolação é representado a
cinzento na Figura 4.12b.
A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de
extrapolação, recomenda-se que sejam efetuadas da seguinte
forma:

CAPTAÇÕES DE ÁGUA |57


• para profundidades inferiores a 50 m, adotar o custo total
correspondente ao limite inferior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo total associado à profundidade de
50 m);
• para profundidades superiores a 500 m, adotar o custo
unitário correspondente ao limite superior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo unitário associado à
profundidade de 500 m).
Saliente-se que estas extrapolações contemplam erros de avaliação,
por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão, só
devendo ser adotadas em casos excecionais.
O domínio de aplicação das funções de custo em função do volume
de perfuração está compreendido entre 12 e 69 m3. A extrapolação
para fora do domínio de aplicação recorrendo às funções de custo
calculadas deve ser realizada com parcimónia e apenas para valores
de volume de perfuração entre 10 e 80 m3. Os intervalos de
extrapolação são representados na Figura 4.13 pelo sombreado
cinzento.
A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de
extrapolação, recomenda-se que sejam efetuadas da seguinte
forma:
• para volumes de perfuração inferiores a 10 m3, adotar o
custo total correspondente ao limite inferior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo total, em euros, associado ao
volume de 10 m3);
• para volumes de perfuração superiores a 80 m3, adotar o
custo unitário correspondente ao limite superior do
intervalo de extrapolação (i.e., o custo unitário, em €/m3,
associado ao volume de 80 m3).
Saliente-se que estas extrapolações contemplam erros de avaliação,
por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão, só
devendo ser adotadas em casos excecionais.

|
58 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a)

800
Custo unitário de construção de captações

Elementos da amostra (n=9)


Curva de regressão (Cu)
subterrâneas - Fase I, C u (€/m)

Curvas de predição (5-95%)


600
400

1,093
Cu= 0,29 Dp
2
R = 0,088
200
0

400 450 500 550 600


Diâmetro de perfuração, Dp (mm)

(b)
600
Custo unitário de construção de captações

Elementos da amostra (n=9)


Curva de regressão (Cu)
subterrâneas - Fase I, C u (€/m)
500

Curvas de predição (5-95%)


400
300
200

-0,456
Cu= 3000 Pp
100

2
R = 0,79
0

50 100 150 200 250 300 350 400 450 500


Profundidade de perfuração, Pp (m)

Figura 4.12 – Custo de construção da Fase I de captações subterrâneas expresso


por metro de profundidade em função: (a) do diâmetro de perfuração; (b) da
profundidade de perfuração

CAPTAÇÕES DE ÁGUA |59


3000
Custo unitário de construção de captações
Elementos da amostra (n=9)

2500
subterrâneas - Fase I, C u (€/m )
Curva de regressão (Cu)

3
Curvas de predição (5-95%)

2000
1500
1000

-0,557
Cu= 11000 Vp
500

2
R = 0,81
0

10 20 30 40 50 60 70 80
Volume de perfuração, Vp (m )
3

Figura 4.13 – Custo de construção da Fase I de captações subterrâneas expresso em


função do volume de perfuração

Na Figura 4.14 são apresentadas as funções de custo total de


construção da Fase I de captações subterrâneas em função da
profundidade e do volume de perfuração.
A Figura 4.15 apresenta os resultados da análise dos custos da
Fase II de construção de captações subterrâneas, correspondente à
construção da estação elevatória: a Figura 4.15(a) ilustra a variação
dos custos unitários de construção civil com a potência do
escoamento e a Figura 4.15(b) a variação dos custos de
equipamento eletromecânico e instalações elétricas com a potência
do escoamento.
Considerou-se que os custos de construção civil incluíam também
os custos de estaleiro e de arranjos exteriores. Os custos de
construção civil e os custos de equipamento eletromecânico e
instalações elétricas apresentam uma relação decrescente
(potencial) com a potência do escoamento, com coeficientes de
determinação, R2, iguais a 0,63 e a 0,56, respetivamente.

|
60 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a)

120
Custo de construção de captações Elementos da amostra (n=9)
subterrâneas - Fase I, C (10 €) Curva de regressão (C)
100
3

80
60

0,544
40

C = 2956 Pp
20
0

50 100 150 200 250 300 350 400 450 500


Profundidade de perfuração, Pp (m)

(b)
100

Elementos da amostra (n=9)


Custo de construção de captações
subterrâneas - Fase I, C (10 €)

Curva de regressão (C)


80
3

60

0,444
40

C = 10493 Vp
20
0

10 20 30 40 50 60 70 80
Volume de perfuração, Vp (m )
3

Figura 4.14 – Custo de construção da Fase I de captações subterrâneas em função:


(a) da profundidade de perfuração; (b) do volume de perfuração

O domínio de aplicação das funções de custo compreende valores


de potência do escoamento entre 16 e 135 kW. A extrapolação para
fora do domínio de aplicação recorrendo às funções de custo
calculadas deve ser realizada com parcimónia e apenas para valores
de potência entre 10 e 150 kW. Os intervalos de extrapolação são
representados na Figura 4.15 pelo sombreado cinzento. A
realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de extrapolação,
recomenda-se que sejam efetuadas da seguinte forma:
• para potências inferiores a 10 kW, adotar o custo total
correspondente ao limite inferior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo total, em euros, associado à
potência do escoamento de 10 kW);

CAPTAÇÕES DE ÁGUA |61


• para valores de potência superiores a 150 kW, adotar o
custo unitário correspondente ao limite superior do
intervalo de extrapolação (i.e., o custo unitário, em €/kW,
associado à potência do escoamento de 150 kW).
Saliente-se que estas extrapolações contemplam erros de avaliação,
por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão, só
devendo ser adotadas em casos excecionais.
(a)
1000
Custo unitário de construção civil, C cc (€/kW)

Elementos da amostra (n=9)


Curva de regressão (Ccc )
800

Curvas de predição (5-95%)


600
400
200

-0,599
Ccc = 5547 Pe
2
R = 0,63
0

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150


Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico

3000

Elementos da amostra (n=9)


e instalações elétricas, C e (€/kW)

Curva de regressão (Ce)


2500

Curvas de predição (5-95%)


2000
1500
1000

-0,265
Ce= 4637 Pe
2
R = 0,56
500

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150


Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

Figura 4.15 – Custo unitário de construção da Fase II de captações subterrâneas: (a)


construção civil; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas

|
62 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Na Figura 4.16 são apresentadas as funções de custo total e de custo
total unitário de construção da Fase II de captações subterrâneas.
Verifica-se que o custo de equipamento eletromecânico e
instalações elétricas apresenta maior peso no custo de construção
deste tipo de instalações.
(a)
4000
captações subterrâneas - Fase II (€/kW)

Total (Ctu)
Custo unitário de construção de

Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
3000

-0,34
Ctu= 8282 Pe
2000

2
R = 0,69
1000
0

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150

Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

(b)
Custo de captações subterrâneas - Fase II (10 €)
250
3

Total (Ct)
Construção civil
200

Equipamento e instalações elétricas


150

0,66
Ct= 8282 Pe
100
50
0

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150

Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

Figura 4.16 – Fase II de captações subterrâneas: (a) custo unitário;


(b) custo de construção

Os custos de construção obtidos são também apresentados, em


anexo, para as duas fases de construção, assim como exemplos de
aplicação dos custos de construção obtidos.

CAPTAÇÕES DE ÁGUA |63


5. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA

5.1. Tipos de água


As Estações de Tratamento de Água (ETA) têm por finalidade
proceder ao tratamento das águas naturais, com origem
subterrânea ou superficial, de modo a eliminar as impurezas e
contaminantes prejudiciais e nocivos à saúde, visando a sua
potabilização e posterior distribuição pública.
Os requisitos de qualidade para a água destinada ao consumo
humano encontram-se estabelecidos no Decreto-Lei n.º 306/2007,
de 27 de agosto, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º
152/2017, de 7 de dezembro. Assim, a escolha do sistema de
tratamento de água depende, essencialmente, dos níveis de
qualidade da água do manancial, ou seja, quanto pior a qualidade
da água na origem, mais complexo será o seu esquema de
tratamento.
O tratamento de água para consumo humano tem várias finalidades
que podem ser agrupadas em diferentes categorias:
• higiénicas, destinando-se a eliminar microrganismos,
elementos venenosos ou nocivos, minerais e compostos
orgânicos em excesso;
• estéticas ou organoléticas, destinando-se a corrigir ou a
diminuir a cor, turvação, odor e sabor;
• económicas, destinando-se a corrigir a corrosividade,
dureza, cor, ferro, magnésio, etc.
O Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de agosto, estabelece uma
classificação para as águas destinadas à produção de água para
consumo humano consoante a sua qualidade na origem,
considerando três categorias a que correspondem esquemas de
tratamento distintos:

|65
ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA
Tipo A1
Uma água do Tipo A1 terá um esquema de tratamento que compreende
tratamento físico e desinfeção.

Tipo A2
Uma água do Tipo A2 terá um esquema de tratamento que compreende
tratamento físico e químico e desinfeção.

Tipo A3
Uma água do Tipo A3 terá um esquema de tratamento que compreende
tratamento físico, químico de afinação e desinfeção.

Cada esquema de tratamento incorpora operações unitárias (se


assente em princípios físicos) e processos unitários (se assente em
princípios químicos ou biológicos). O arejamento, a floculação, a
decantação ou a sedimentação são exemplos de operações
unitárias, enquanto a coagulação, a neutralização e a desinfeção são
exemplos de processos unitários.

5.2. Níveis e etapas de tratamento


No âmbito do presente estudo, as ETA encontram-se agrupadas de
acordo com a complexidade das operações e processos unitários
envolvidos, que estão diretamente relacionados com a qualidade da
água destinada à produção de água para consumo humano. Assim,
definiram-se três níveis de tratamento que compreendem os
seguintes processos e operações unitárias:
Tipo I
Uma ETA do Tipo I inclui apenas correção de pH (e.g., remineralização,
arejamento) e desinfeção final, podendo eventualmente incluir uma filtração.
Este tipo de ETA encontra-se, tipicamente, instalada em recinto próprio com
infraestruturas de construção civil, equipamentos e instalações elétricas
autónomas.

|
66 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Tipo II
Uma ETA do Tipo II inclui correção de pH, coagulação/floculação, decantação
ou flotação, filtração e desinfeção final, podendo incluir as etapas de pré-
oxidação (por exemplo, por ozonização) e/ou carvão ativado em pó (CAP).

Tipo III
Uma ETA do Tipo III inclui uma pré-oxidação, correção pH,
coagulação/floculação, decantação ou flotação, filtração, ozonização
intermédia, filtração com carvão ativado granulado (CAG) e desinfeção final.

Descrevem-se nos parágrafos seguintes alguns exemplos das


operações e dos processos habitualmente associados a estes níveis
de tratamento.
Na etapa de arejamento, promove-se o contacto da água a tratar
com o ar atmosférico, permitindo a oxidação dos compostos de
ferro e manganês existentes na água. Este processo promove a
libertação de substâncias voláteis e gases dissolvidos em excesso,
incluindo o CO2, que confere agressividade à água, bem como o
aumento do teor de oxigénio dissolvido. A Figura 5.1 ilustra a
operação de arejamento em cascata.

Figura 5.1 – Arejamento em cascata

A remineralização visa corrigir o equilíbrio calco-carbónico da água


tratada ou conferir-lhe caraterísticas ligeiramente incrustantes, de
forma a minimizar o seu carácter agressivo e a não ser fator de
deterioração dos materiais com os quais está em contacto
(Figura 5.2). Consiste na adição de um reagente alcalino (e.g., cal) e
CO2. Pode realizar-se no início da linha de tratamento, a montante
da injeção de coagulante, e no final, a jusante da filtração.

ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA |67


(a) (b)

(c) (d)

Figura 5.2 – Remineralização: (a) depósito de armazenamento; (b) sistema de


preparação de água de cal; (c) adição de CO2; (d) sistema de brita calcária
(Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.)

A coagulação/floculação é importante para a redução de matéria


coloidal da água, especialmente a de origem superficial, com
recurso a sais de alumínio e de ferro e floculantes. A coagulação
consiste na adição de um coagulante para desestabilizar e capturar
a matéria coloidal, sendo efetuada tipicamente numa câmara de
mistura rápida (Figura 5.3a). A floculação promove a agregação dos
flocos desestabilizados na coagulação, facilitando a sua separação
nas etapas de tratamento posteriores (Figura 5.3b). Poderá ocorrer
numa câmara com agitação lenta, mecanizada ou hidráulica ou em
linha, a montante da clarificação.

|
68 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a) (b)

Figura 5.3 – Etapas de tratamento: (a) coagulação; (b) floculação

A clarificação consiste na separação de sólidos em suspensão na


água (especialmente na de origem superficial) para permitir a
otimização da etapa subsequente, a filtração. É realizada a jusante
da etapa de coagulação/floculação, com recurso, por exemplo, a
decantadores de fluxo vertical e de manto de lamas e a
decantadores/espessadores com e sem lamelas (Figura 5.4) ou, em
alternativa, a flotadores com ar dissolvido.

Figura 5.4 – Decantadores

A filtração tem por objetivo a remoção de partículas em suspensão


com recurso a diferentes tipos de órgãos, nomeadamente filtros
mono ou multicamada com diferentes meios de enchimento,
gravíticos ou pressurizados (Figura 5.5). A localização desta etapa na
linha de tratamento depende das caraterísticas da matéria em

ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA |69


suspensão a tratar, podendo ser: à entrada do tratamento, a jusante
da etapa de coagulação/floculação (filtração direta) e a jusante da
etapa de decantação. Os sólidos retidos são removidos por lavagens
em contracorrente com água filtrada ou tratada.
(a) (b)

Figura 5.5 – Filtros de areia: (a) em operação; (b) em lavagem

O processo de ozonização (Figura 5.6) consiste na oxidação da


matéria orgânica com ozono, através do contacto do agente
oxidante com as substâncias a oxidar, em particular as que dão
origem a sabor, cheiro e cor. A sua utilização como etapa de
afinação, após a filtração, permite aumentar a biodegradabilidade
da matéria orgânica natural.
Tipicamente, num sistema de tratamento de águas, o ozono é
aplicado na água bruta à entrada da estação de tratamento (pré-
ozonização) ou após sedimentação (ozonização intermédia). A
qualidade da água bruta, a sua turvação e a necessidade de ozono
(i.e., a quantidade de ozono para satisfazer as exigências de todas as
oxidações) são os parâmetros a utilizar para a determinação do local
mais adequado para aplicação desta etapa.

Figura 5.6 – Ozonizadores

|
70 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
A adsorção por Carvão Ativado (CA) consiste na transferência de
compostos solúveis na água para uma fase sólida. É utilizada para a
remoção de compostos orgânicos, incluindo os que dão origem a
sabor, cheiro e cor, os subprodutos da ozonização e da desinfeção
com cloro e dióxido de cloro, os solventes, os pesticidas, os fenóis,
os hidrocarbonetos, algumas toxinas e outros compostos
inorgânicos (e.g., cloro, arsénio, mercúrio, crómio). O CA pode ser
utilizado por doseamento em pó (CAP), para utilizações
descontínuas, ou em filtros granulares (carvão ativado granular,
CAG) mais comum em instalações com necessidades contínuas
(Figura 5.7). Consoante o tipo de utilização, o CA pode envolver
processos físicos (filtração), químicos (adsorção e reações redox) e
biológicos.

Figura 5.7 – Filtro de carvão ativado granular

A desinfeção tem por objetivo garantir a redução de


microrganismos potencialmente nocivos para a saúde dos
consumidores. Este processo consiste na adição de um agente
oxidante para inativação de microrganismos, sendo o cloro na sua
forma gasosa o agente mais utilizado. Realiza-se no final do
tratamento, denominando-se pós-cloração. Deve ser orientada de
forma a garantir um residual desinfetante à saída da ETA, em função
das especificidades dos sistemas.

5.3. Caraterização dos componentes


O universo de ETA analisado foi dividido por tipo de tratamento em
ETA do Tipo I, Tipo II e Tipo III, verificando-se a seguinte distribuição
de instalações por tipo: 10% (três instalações) correspondem a ETA

|71
ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA
Tipo I; 84% (26 instalações) correspondem a ETA Tipo II; e 6% (duas
instalações) correspondem a ETA Tipo III.
O número total de contratos analisados de ETA foi de 23, permitindo
obter o número total de elementos de 31, com diferentes datas de
lançamento de concurso (Quadro 5.1). O número total de
elementos foi dividido por tipo de ETA: para o Tipo I e Tipo III foram
considerados apenas três e dois elementos, respetivamente. Para o
Tipo II, a amostra inicial tem 26 elementos com uma percentagem
de valores anómalos de 12%. Relativamente à capacidade das
instalações de tratamento, verifica-se que os caudais de projeto
variam entre 20 e 556 l/s nos contratos analisados.

Quadro 5.1 – Caraterísticas dos contratos analisados de ETA

Total: 23
Número total de contratos (Norte: 11; Centro: 4; AM Lisboa:0;
Alentejo: 8; Algarve:0)
Data de lançamento do concurso [2004; 2013]
Amostra (n.º de elementos) 31 (Tipo I: 3; Tipo II: 26; Tipo III: 2)
Caudal (l/s) [20; 556]
Percentagem de valores anómalos 12%
Amostra final (n.º de elementos) 28

Os contratos analisados provêm de diversas regiões do país,


verificando-se a seguinte distribuição: região Norte com 11
contratos (correspondendo a 52% da amostra total), a região Centro
com quatro contratos (22% da amostra total) e a região Alentejo
com oito contratos (26% da amostra total), de acordo com a divisão
de NUTS II (Figura 5.8a)
Relativamente aos anos de adjudicação dos contratos, estes variam
entre 2004 e 2013, sendo que o ano de 2004 tem 10 elementos
(Figura 5.8b).

|
72 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a) (b)
16

10
8
12
Número de elementos

Número de elementos
6
8

4
4

3.2%

3.2%
2

32.3%

6.5%

6.5%

6.5%

6.5%
52%

22%

26%
0%

0%
0

0
Norte

Centro

Lisboa

Alentejo

Algarve

2004

2006

2008

2010

2011

2012

2013
AM

Limites territoriais NUTS II (2013) Ano de adjudicação

Figura 5.8 – Variação percentual da amostra inicial de ETA por:


(a) NUTS II; (b) anos de adjudicação dos contratos

A distribuição da amostra final de ETA por rubricas de custo é


apresentada na Figura 5.9.
As rubricas de construção civil e equipamento eletromecânico
apresentam maior peso no custo total de construção de estações de
tratamento de água, variando entre 26 e 32% para a rubrica de
construção civil e 34 e 63% para o equipamento eletromecânico. A
elevada percentagem da rubrica de equipamento eletromecânico
para ETA do Tipo I deve-se ao facto de um dos três elementos
corresponder a uma reabilitação com substituição integral dos
equipamentos, mas sem reabilitação do edifício (associado à rubrica
de construção civil), contribuindo para o aumento da mediana da
percentagem do equipamento. As restantes rubricas apresentam
menor peso no custo total de construção, verificando-se as
seguintes variações: 4 a 6% de estaleiro, 2 a 6% de terraplenagens e
arranjos exteriores e 7 a 15% de instalações elétricas.

ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA |73


4%
Tipo I (n=3)
Estaleiro 6%
4% Tipo II (n=26)
Tipo III (n=2)
Terraplenagem 6%
e arranjos 4%
exteriores
2%

26%
Construção
civil
41%
32%

63%
Equipamento
eletromecânico
34%
47%

7%
Instalações
elétricas
14%
15%
Mediana das percentagens das rubricas de custo (%)

Figura 5.9 – Distribuição da amostra final de ETA por rubricas de custo

5.4. Custo de construção de estações de tratamento


5.4.1. Nota introdutória
Os custos de construção de ETA são definidos por caudal de água
tratada (l/s), em função da qualidade da água a tratar. Atendendo
às grandes diferenças em termos do tipo de intervenção de
construção civil e equipamentos e tecnologias inerentes a cada tipo,
foram calculados custos para cada tipo de tratamento.
O custo total das ETA é dividido em custo de construção civil,
incluindo o custo de estaleiro, arranjos exteriores e terraplenagens,
e em custo de equipamento eletromecânico e instalações elétricas,
ambos expressos em função do caudal de água a tratar no ano
horizonte de projeto.
A estimativa dos custos de construção de estações de tratamento
de águas pode ser efetuada com base nas funções associadas aos
custos unitários parciais, procedendo-se à soma do custo de
construção civil e equipamento e instalações elétricas, ou através
das funções associadas aos custos unitários totais. A diferença dos
custos obtidos pelas diferentes funções é resultante do ajustamento

|
74 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
da função de custo aos elementos de cada uma das amostras,
apresentando um erro sem significado. Sempre que possível,
recomenda-se o cálculo através dos custos unitários parciais.
Embora a maior parte dos contratos de estações de tratamento de
água correspondam a empreitadas de conceção-construção, na
presente análise não foram contabilizados os custos de conceção e
elaboração do projeto de execução, nem os custos do arranque da
instalação para verificação das garantias de funcionamento. Estes
custos de projeto e de arranque da infraestrutura representam
entre 5 a 12% e 2 a 5% dos custos de construção, respetivamente,
dependendo do tipo e dimensão da ETA em causa.
Existem, ainda, sistemas de tratamento de pequena dimensão,
constituídos por sistemas de injeção de reagentes (e.g., hipoclorito
de sódio, carbonato de sódio, hidróxido de sódio), instalados em
edifícios ou recintos de outros componentes (e.g., captações,
reservatórios). Estes sistemas são compostos por bomba doseadora
de reagente, depósito de armazenamento de reagente e bacia de
retenção, sendo todos estes componentes associados à rubrica de
custos de equipamento eletromecânico. Não requerem, em geral, a
realização de trabalhos de construção civil e a instalação de
componentes elétricos próprios, uma vez que se encontram
associados a outros componentes. Estes sistemas não são
considerados ETA no presente guia técnico, sendo designados por
sistemas autónomos de injeção.
Analisaram-se mapas orçamentais que incluíam a instalação de um
a sete sistemas autónomos de injeção, para caudais de água a tratar
variáveis entre 3,4 e 60 l/s, e com custos totais de equipamento
variáveis entre 500 e 2 300 €. Caso se pretenda incluir este
componente, recomenda-se a utilização de um valor mediano igual
a 1 150 € por sistema de injeção. De salientar que para os
reservatórios apoiados, este componente já se encontra incluído
nos custos associados a trabalhos especiais (13.3).

5.4.2. ETA Tipo I


Quando a água bruta a tratar é de boa qualidade, com classificação
do Tipo A1, a estação de tratamento apresenta uma sequência de
operações e processos unitários muito simples, correspondente a

|75
ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA
uma ETA do Tipo I, sendo composta apenas por uma etapa de
correção de pH (e.g., remineralização e/ou arejamento) e uma etapa
de desinfeção final, incluindo eventualmente uma etapa de
filtração. Uma vez que este tipo apresenta uma amostra muito
reduzida, apenas três elementos, não é possível realizar uma análise
estatística para a determinação de valores anómalos.
Na Figura 5.10 apresenta-se uma vista geral de uma ETA do Tipo I e
na Figura 5.11 o respetivo esquema de tratamento.

Figura 5.10 – ETA do Tipo I

Figura 5.11 – Esquema de tratamento de ETA do Tipo I


(Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.)

A amostra final de ETA do Tipo I inclui dois elementos na função de


custo de construção civil (Figura 5.12a) e inclui três elementos na
função de custo de equipamento eletromecânico e instalações
elétricas (Figura 5.12b), devido ao elemento com reabilitação
integral de equipamentos. O custo de construção civil inclui os
custos de estaleiro, arranjos exteriores e terraplenagem.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende caudais
entre 26 l/s e 556 l/s. A utilização das funções de custo fora do
domínio de aplicação deve ser efetuada com parcimónia e apenas

|
76 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
dentro do domínio de extrapolação alargado até valores de caudal
entre 15 l/s e 600 l/s, representando este valor um acréscimo de
cerca de 20% do limite superior do domínio da amostra. Os
intervalos de extrapolação são representados a sombreado na
Figura 5.12.
A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de
extrapolação, recomenda-se que sejam efetuadas da seguinte
forma:
• para valores de caudal inferiores a 15 l/s, adotar o custo
total correspondente ao limite inferior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo total, em euros, associado ao
caudal de 15 l/s);
• para valores de caudal superiores a 600 l/s, adotar o custo
unitário correspondente ao limite superior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo unitário, em €/(l/s), associado ao
caudal de 600 l/s).
Saliente-se que estas extrapolações contemplam erros de avaliação,
por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão, só
devendo ser adotadas em casos excecionais.
A Figura 5.13(a) apresenta o custo total unitário de construção de
estações de tratamento de água do Tipo I e a Figura 5.13(b) o custo
total de construção, ambas em função do caudal a tratar.

|77
ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA
(a)

Custo unitário de construção civil, C cc [10 €/(l/s)]


4
Elementos da amostra (n=2)

3
Curva de regressão (Ccc)

3
2

-0,45
Ccc = 11217 Q
2
R =1
1
0

0 100 200 300 400 500 600

Caudal, Q (l/s)

(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico

Elementos da amostra (n=3)


e instalações elétricas, C e [10 €/(l/s)]

Curva de regressão (Ce)


4
3

3
2

-0,766
Ce = 60540 Q

2
R = 0,95
1
0

0 100 200 300 400 500 600

Caudal, Q (l/s)

Figura 5.12 – Custo unitário de construção de ETA do Tipo I: (a) construção civil; (b)
equipamento eletromecânico e instalações elétricas

|
78 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a)

10
Total (Ctu)
Construção civil
Custo unitário de construção

Equipamento e instalações elétricas


de ETA Tipo I [10 €/(l/s)]
3

6
4

-0,612
Ctu = 54700 Q
2
R = 0,98
2
0

0 100 200 300 400 500 600

Caudal, Q (l/s)

(b)
700
Custo de construção de ETA Tipo I (10 €)

Total (Ct)
3

600

Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
500

0,504
Ct = 28047 Q
400
300
200
100
0

0 100 200 300 400 500 600

Caudal, Q (l/s)

Figura 5.13 – ETA do Tipo I: (a) custo unitário; (b) custo de construção

5.4.3. ETA Tipo II


A grande maioria das ETA construídas em Portugal são do Tipo II, o
que também se verifica na amostra analisada. A linha de tratamento
da fase líquida mais frequentemente implementada é constituída
por uma etapa de correção de pH e remineralização, seguida de
coagulação/floculação, decantação (ou, menos frequentemente,
flotação), filtração em areia e, por fim, desinfeção final. Neste nível
de tratamento é possível a existência de tratamentos com base em
injeção de carvão ativado em pó (GAP) e sistemas de pré-oxidação.

ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA |79


A maior parte das ETA possui ainda uma linha de tratamento das
lamas produzidas (lamas químicas), composta por uma etapa de
espessamento, seguida de desidratação mecânica das lamas,
geralmente realizada em centrífugas ou filtros prensa.
Na Figura 5.14 apresenta-se uma vista geral de uma ETA do Tipo II e
na Figura 5.15 o respetivo esquema de tratamento.

Figura 5.14 – ETA do Tipo II (Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.)

Figura 5.15 – Esquema de tratamento de ETA do Tipo II

Para as ETA deste tipo é frequente existirem casos em que é


aplicada uma etapa de pré-oxidação. Quando esta etapa é realizada
por pré-ozonização, os custos de construção são mais elevados, pelo
que a existência desta tecnologia em alguns elementos da amostra
pode explicar a grande variabilidade de custo deste tipo de ETA
(Figura 5.16). Deste modo, foram obtidas funções de custo em
separado para as ETA do Tipo II sem e com etapa de pré-ozonização.

|
80 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
80
Tipo II com pré-ozonização (n=8)
Tipo II sem pré-ozonização (n=18)
Custo unitário total [k€/(l/s)]
60
40
20
0

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550
Caudal (l/s)

Figura 5.16 – Amostra final (construção civil, equipamento e instalações elétricas)


de ETA do Tipo II com e sem a etapa de pré-ozonização

ETA Tipo II sem a etapa de pré-ozonização


Para instalações sem a etapa de pré-ozonização, apresenta-se na
Figura 5.17(a) o custo unitário de construção civil e na Figura 5.17(b)
o custo unitário de equipamento eletromecânico e instalações
elétricas de estações de tratamento de água do Tipo II, em função
do caudal de água a tratar. O custo de construção civil inclui também
os custos de estaleiro, arranjos exteriores e terraplenagem.
Na Figura 5.18(a) apresenta-se o custo total unitário de construção
de estações de tratamento de água do Tipo II e na Figura 5.18(b) o
custo total de construção, ambas em função do caudal de água a
tratar.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende caudais
entre 20 e 222 l/s. A utilização das funções de custo fora do domínio
de aplicação deve ser efetuada com parcimónia e apenas dentro do
domínio de extrapolação alargado até valores de caudal de 250 l/s.
Os intervalos de extrapolação são representados a sombreado
cinzento na Figura 5.17 e na Figura 5.18.
A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de
extrapolação, recomenda-se que sejam efetuadas da seguinte
forma:
• para valores de caudal inferiores a 20 l/s, adotar o custo
total correspondente ao limite inferior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo total, em euros, associado ao
caudal de 20 l/s);

ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA |81


• para valores de caudal superiores a 250 l/s, adotar o custo
unitário correspondente ao limite superior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo unitário, em €/(l/s), associado ao
caudal de 250 l/s).
Saliente-se que estas extrapolações contemplam erros de avaliação,
por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão, só
devendo ser adotadas em casos excecionais.
(a)
Custo unitário de construção civil, C cc [10 €/(l/s)]
40

Elementos da amostra (n=15)


3

Curva de regressão (Ccc )


Curvas de predição (5-95%)
30

-0,51
Ccc = 114664 Q
2
R = 0,43
20
10
0

0 50 100 150 200 250

Caudal, Q (l/s)

(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico

40

Elementos da amostra (n=15)


e instalações elétricas, C e [10 €/(l/s)]

Curva de regressão (Ce)


Curvas de predição (5-95%)
3

30

-0,902
20

Ce = 560455 Q
2
R = 0,84
10
0

0 50 100 150 200 250


Caudal, Q (l/s)

Figura 5.17 – Custo unitário de construção de ETA do Tipo II sem pré-ozonização:


(a) construção civil; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas

|
82 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a)

70
Total (Ctu)
60 Construção civil
sem pré-ozonização [10 €/(l/s)]
Custo unitário de ETA Tipo II

Equipamento e instalações elétricas


50
3

40

-0,7
Ctu = 505204 Q
30

2
R = 0,72
20
10
0

0 50 100 150 200 250

Caudal, Q (l/s)

(b)
Custo de ETA Tipo II sem pré-ozonização (10 €)
4000
3

Total (Ct)
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
3000

0,3
Ct = 505204 Q
2000
1000
0

0 50 100 150 200 250

Caudal, Q (l/s)

Figura 5.18 – ETA do Tipo II sem pré-ozonização: (a) custo unitário;


(b) custo de construção

ETA Tipo II com a etapa de pré-ozonização


Para instalações com a etapa de pré-ozonização, apresenta-se na
Figura 5.19(a) o custo unitário de construção civil e na Figura 5.19(b)
o custo unitário de equipamento eletromecânico e instalações
elétricas de estações de tratamento de água do Tipo II em função
do caudal. O custo de construção civil inclui também os custos de
estaleiro, arranjos exteriores e terraplenagem.

ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA |83


(a)

Custo unitário de construção civil, C cc [10 €/(l/s)]


100
Elementos da amostra (n=8)

3
Curva de regressão (Ccc )

80
Curvas de predição (5-95%)

60

-0,828
Ccc = 843640 Q
40

2
R = 0,45
20
0

0 100 200 300 400 500


Caudal, Q (l/s)

(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico

40

Elementos da amostra (n=8)


e instalações elétricas, C e [10 €/(l/s)]

Curva de regressão (Ce)


3

Curvas de predição (5-95%)


30

-0,568
Ce = 206790 Q
20

2
R = 0,57
10
0

0 100 200 300 400 500


Caudal, Q (l/s)

Figura 5.19 – Custo unitário de construção de ETA do Tipo II com pré-ozonização:


(a) construção civil; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas

Na Figura 5.20(a) apresenta-se o custo total unitário de construção


de estações de tratamento de água do Tipo II com a etapa de pré-
ozonização e na Figura 5.20(b) o custo total de construção, ambas
em função do caudal.

|
84 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a)

100
Total (Ctu)
com pré-ozonização [10 €/(l/s)]

Construção civil
Custo unitário de ETA Tipo II

80

Equipamento e instalações elétricas


3

60
40

-0,713
Ctu = 919360 Q

2
20

R = 0,55
0

0 100 200 300 400 500

Caudal, Q (l/s)

(b)
Custo de ETA Tipo II com pré-ozonização (10 €)
8000
3

Total (Ct)
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
6000

0,287
Ct = 919360 Q
4000
2000
0

0 100 200 300 400 500

Caudal, Q (l/s)

Figura 5.20 – ETA do Tipo II com pré-ozonização: (a) custo unitário;


(b) custo de construção

O domínio de aplicação das funções de custo compreende caudais


entre 63 e 500 l/s. A utilização das funções de custo fora do domínio
de aplicação deve ser efetuada com parcimónia e apenas dentro do
domínio de extrapolação alargado até valores de caudal iguais a
20 l/s. O intervalo de extrapolação é representado nas figuras pelo
sombreado cinzento.

ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA |85


A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de
extrapolação, recomenda-se que sejam efetuadas da seguinte
forma:
• para valores de caudal inferiores a 20 l/s, deve ser utilizado
o custo total correspondente ao limite inferior do intervalo
de extrapolação (i.e., o custo total, em euros, associado ao
caudal de 20 l/s);
• para valores de caudal superiores a 500 l/s, deve ser
utilizado o custo unitário correspondente ao limite superior
do intervalo de extrapolação (i.e., o custo unitário, em
€/(l/s), associado ao caudal de 500 l/s).

5.4.4. ETA Tipo III


Quando a água na origem é de má qualidade, com elevados teores
em matéria orgânica ou algas, é necessário complementar o
esquema de tratamento do Tipo II com etapas adicionais, como a
ozonização intermédia e a filtração com carvão ativado granular
(CAG) em substituição da adição de CAP, que se utiliza apenas
quando a necessidade é esporádica (Figura 5.21).

Figura 5.21 – ETA do Tipo III (Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.)

Figura 5.22 – Esquema de tratamento de ETA do Tipo III

|
86 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Embora os valores não possam ser considerados representativos,
apresentam-se no Quadro 5.2 os dados relativos às duas ETA do
Tipo III analisadas no horizonte temporal do estudo.
Quadro 5.2 – Caraterização de duas instalações de tratamento de água do Tipo III

Caudal no horizonte de Custos de construção civil Custos de equipamento e


projeto (l/s) (€) instalações elétricas (€)

111 1 099 852 2 286 106


204 1 651 782 2 122 880

5.4.5. Análise geral do custo de ETA


A escolha do sistema de tratamento de água depende,
essencialmente, dos níveis de qualidade da água do manancial, ou
seja, quanto pior a qualidade da água na origem, mais complexo
será o seu esquema de tratamento.
Na Figura 5.23 apresentam-se as funções de custo unitário total
para cada tipo de tratamento de água.
As ETA do Tipo I apresentam custos mais reduzidos em comparação
aos restantes tipos. O equipamento eletromecânico e instalações
elétricas representam a maior fatia dos custos numa instalação
deste tipo (entre 40% e 65% do custo total).
As ETA do Tipo II sem a etapa de pré-ozonização apresentam custos
inferiores comparativamente a ETA com esta etapa, o que corrobora
a necessidade de determinar funções de custo distintas para estes
dois grupos.
As ETA do Tipo III apresentam custos muito semelhantes às ETA do
Tipo II com pré-ozonização, sendo que a grande diferença dos
custos deste tipo face à do Tipo II sem ozonização está associada
precisamente ao custo desta tecnologia. Sendo a amostra de
dimensão muito reduzida, com apenas dois elementos, não é
possível desenvolver funções de custo. Recomenda-se, assim, que
sejam utilizadas as funções de custo do Tipo II com pré-ozonização
para determinação dos custos deste tipo, tendo em consideração
que podem ser um pouco mais elevados devido à implementação
da etapa de filtração CAG.

ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA |87


Custo unitário total de construção de ETA [k€/(l/s)]
70
ETA Tipo I
ETA Tipo II sem pré-ozonização

60
ETA Tipo II com pré-ozonização

50
ETA Tipo III

40
30
20
10
0

0 100 200 300 400 500 600

Caudal, Q (l/s)

Figura 5.23 – Custo unitário total de construção de ETA

As funções de custo de construção obtidas estão apresentadas, em


anexo, em fichas técnicas para os diversos tipos de ETA. Também é
possível consultar, em anexo, exemplos de aplicação.
Importa alertar que, atendendo ao reduzido número de elementos
disponíveis para cada tipo de tratamento, não é possível detalhar e
discriminar outras rubricas de custos que poderão implicar e
explicar a dispersão e o desvio dos valores da amostra que se
verificam nos gráficos anteriormente apresentados para os diversos
tipos de ETA (veja-se como exemplo a Figura 5.20 e o coeficiente de
determinação, R2, das funções representadas). Para esta variação
podem concorrer aspetos como sejam a maior ou menor área
coberta em edifício, a dimensão/autonomia necessária para o
reservatório de água tratada, as condições específicas de fundações
(e.g., necessidade de recurso a fundações especiais), a orografia do
terreno (que implique movimentações de terra e aterros
significativos) ou a infraestrutura corresponder a um centro
operacional (implicando uma maior dimensão e complexidade do
edifício de exploração e laboratório), entre outros.

|
88 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
6. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUA

6.1. Constituição de uma estação elevatória


Uma Estação Elevatória (EE) é uma instalação cuja finalidade é
fornecer energia de pressão (altura piezométrica) ao fluido,
permitindo o seu transporte através de condutas elevatórias para
locais situados a cotas mais elevadas, permitindo o reforço de
caudais ou o aumento da pressão na rede de distribuição localizada
a jusante.
Uma estação elevatória é, tipicamente, constituída por um edifício
e respetivo espaço exterior, por um conjunto de equipamentos
(e.g., grupos eletrobomba, válvulas, tubagens, órgãos, acessórios e
sistemas de proteção contra regimes transitórios hidráulicos) e por
um conjunto de instalações elétricas (e.g., circuitos e quadro
elétrico, sistemas de sinalização e controlo hidráulico da instalação)
(Figura 6.1).

Figura 6.1 – Estações elevatórias de sistemas de abastecimento

6.2. Caraterização dos componentes


A amostra inicial compreende apenas estações elevatórias
constituídas por grupos eletrobomba iguais instalados em paralelo,
contendo 37 elementos provenientes de 29 contratos (Quadro 6.1).
Os contratos analisados correspondem aos anos de 2005 até 2015
e estão distribuídos pelas diversas regiões do país, com exceção da
Área Metropolitana de Lisboa. O caudal total elevado varia entre

ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUA |89


0,59 e 496 l/s, a altura de elevação entre 3 e 180 m c.a. e a potência
hidráulica do escoamento entre 0,13 e 430 kW.
Na Figura 6.2 apresenta-se a distribuição da amostra de EE
considerando alguns dos parâmetros caraterísticos: caudal e altura
de elevação.

Quadro 6.1 – Caraterísticas dos contratos analisados de estações elevatórias de


água

Total: 29
Número total de contratos (Norte: 8; Centro: 12; AM Lisboa: 0;
Alentejo: 7; Algarve: 2)
Data de lançamento do concurso [2005; 2015]
Amostra inicial (n.º de elementos) 37
Caudal (l/s) [0,59; 496]
Altura de elevação (m) [3; 180]
Potência do escoamento (kW) [0,13; 430]
Percentagem de valores anómalos 11%
Amostra final (n.º de elementos) 32

(a) (b)
200

200
Altura de elevação (m c.a.)

Altura de elevação (m c.a.)


150

150
100

100
50

50
0

0 200 400 600 0 10 20 30 40 50


Caudal (l/s) Caudal (l/s)

Figura 6.2 – Distribuição da amostra final das estações elevatórias de água:


(a) amostra total; (b) detalhe para Q ≤ 50 l/s

|
90 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Os contratos analisados provêm de diversas regiões do país,
verificando-se a seguinte distribuição: região Norte com oito
contratos (correspondendo a 41% da amostra inicial), região Centro
com 12 contratos (35% da amostra inicial), região Alentejo com sete
contratos (19% da amostra inicial) e a região Algarve com dois
contratos (5% da amostra inicial), de acordo com a divisão de
NUTS II (Figura 6.3a). Relativamente aos anos de adjudicação dos
contratos, estes variam entre 2005 e 2015, com maior número de
elementos para o ano de 2005 e 2006, com 11 e 8 elementos,
respetivamente (Figura 6.3b).
(a) (b)
12
15

10
12
Número de elementos

Número de elementos
8
9

6
6

4
5%

2.7%

2.7%
3

29.7%

21.6%

10.8%

10.8%
2

5.4%

5.4%

5.4%

5.4%
41%

35%

19%
0%
0

0
Norte

Lisboa

Alentejo

Algarve
Centro

2005

2006

2007

2008

2009

2011

2012

2013

2014

2015
AM

Limites territoriais NUTS II (2013) Ano de adjudicação

Figura 6.3 – Variação percentual da amostra inicial de estações elevatórias por:


(a) NUTS II; (b) anos de adjudicação dos contratos

Dos 37 elementos da amostra inicial foram identificados cinco


valores anómalos, permitindo obter uma amostra final de 32
elementos.
A distribuição da amostra final de estações elevatórias de água por
rubricas de custo é apresentada na Figura 6.4. As instalações
elétricas apresentam a maior percentagem da mediana de custo
com 30%, seguidas do equipamento eletromecânico com 28% e a
da construção civil com 22%. Os trabalhos especiais em estações
elevatórias de água consistem, essencialmente, em desvios e
ligações provisórias e demolições de infraestruturas já existentes,
apresentando uma percentagem mediana do custo de 11%. O
estaleiro e os arranjos exteriores constituem as rubricas de custo
com menor peso no custo total de construção da estação elevatória
de água, representando 4 e 5% do custo total, respetivamente.

ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUA |91


Estaleiro 4%

Arranjos
5%
exteriores

Construção
22%
civil

Equipamento
28%
eletromecânico

Instalações
30%
elétricas

Trabalhos
11%
especiais

Mediana das percentagens das rubricas de custo (%)

Figura 6.4 – Distribuição da amostra final de estações elevatórias por rubricas de


custo

6.3. Custo de construção de estações elevatórias


Os custos de construção das estações elevatórias de água
dependem de dois parâmetros caraterísticos – o caudal, Q, e a altura
de elevação, H – que foram agregados num único parâmetro, a
potência hidráulica do escoamento, Pe = γQH. O número de grupos
eletrobomba instalados não foi um parâmetro considerado na
análise devido à reduzida dimensão da amostra. A potência do
escoamento corresponde à soma das potências parciais para grupos
iguais instalados em paralelo, considerando um grupo de reserva,
não incluído na potência total.
Na Figura 6.5 apresentam-se os resultados da análise dos custos
para as estações elevatórias convencionais de água em termos de
(a) custos de construção civil e (b) custos de equipamento e
instalações elétricas (incluindo os custos dos circuitos hidráulicos)
em função da potência hidráulica do escoamento. Considerou-se
que os custos de construção civil não incluíam os arranjos exteriores
nem os trabalhos especiais.
Ambos os componentes de custo (construção civil e equipamento)
apresentam uma relação decrescente com a potência do
escoamento, descrita por uma regressão de potência. As curvas de
regressão de construção civil e de equipamento eletromecânico e

|
92 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
instalações elétricas apresentam coeficientes de determinação, R2,
iguais a 0,83 e a 0,86, respetivamente. Foram também
determinadas as curvas de predição associadas aos percentis 5 e
95%, representadas a tracejado na Figura 6.5.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende potências
do escoamento entre 0,19 e 430 kW. A utilização das funções de
custo fora do domínio de aplicação deve ser efetuada com
parcimónia e apenas dentro do domínio de extrapolação alargado
até valores de potência de 500 kW, representando um acréscimo de
cerca de 20% do limite superior do domínio da amostra (430 para
500 kW). Os intervalos de extrapolação são representados a
sombreado cinzento na Figura 6.5.
A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de
extrapolação, recomenda-se que sejam efetuadas da seguinte
forma:
• para valores de potência do escoamento inferiores a
0,19 kW, adotar o custo total correspondente ao limite
inferior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo total, em
euros, associado à potência de 0,19 kW);
• para valores de potência do escoamento superiores a
500 kW, adotar o custo unitário correspondente ao limite
superior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo unitário,
em €/kW, associado à potência de 500 kW).
Saliente-se que estas extrapolações contemplam erros de avaliação,
por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão, só
devendo ser adotadas em casos excecionais.
Na Figura 6.6 são apresentadas as funções de (a) custo total unitário
e (b) custo total de construção de estações elevatórias de água,
incluindo o custo de construção civil e de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas. A função de custo de
construção foi dividida em duas funções de forma a garantir o
melhor ajustamento aos elementos com potência do escoamento
até 10 kW e elementos com potência superior a este valor.

ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUA |93


(a)

Custo unitário de construção civil, C cc (10 €/kW)


120
Elementos da amostra (n=32)

3
Curva de regressão (Ccc )

100
Curvas de predição (5-95%)

80
60
40

-0,689
Ccc = 21846 Pe
20

2
R = 0,83
0

0 100 200 300 400 500


Potência de escoamento, Pe (kW)

(b)
Custo unitáriode equipamento eletromecânico

120

Elementos da amostra (n=32)


e instalações elétricas, C e (10 €/kW)

Curva de regressão (Ce)


100

Curvas de predição (5-95%)


3

80
60
40

-0,559
Ce = 37655 Pe
20

2
R = 0,86
0

0 100 200 300 400 500


Potênia de escoamento, Pe (kW)

Figura 6.5 – Custo unitário de construção de estações elevatórias de água:


(a) construção civil; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas

A estimativa dos custos de construção de estações elevatórias de


água pode ser efetuada com base nas funções associadas aos custos
unitários parciais, procedendo-se à soma do custo de construção
civil e de equipamento e instalações elétricas, ou através dos custos
unitários totais. A diferença dos custos obtidos pelas diferentes
funções é resultante do ajustamento da função de custo aos
elementos de cada uma das amostras, apresentando um erro sem

|
94 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
significado. Sempre que possível, recomenda-se o cálculo através
dos custos unitários parciais.
(a)
Total (Ctu)
250
de estações elevatórias (10 €/kW)

Construção civil
Custo unitário de construção
3

Equipamento e instalações elétricas


200
150
100

-0,606
Ctu = 63190 Pe
50

2
R = 0,89
0

0 100 200 300 400 500

Potência de escoamento, Pe (kW)

(b)
€)
3

1000 1200 1400


Custo de construção de estações elevatórias (10

Total (Ct)
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
800
600

0,272
Ct (Pe<10) = 66650 Pe
400

0,56
Ct (Pe>10) = 35470 Pe
200
0

0 100 200 300 400 500

Potência de escoamento, Pe (kW)

Figura 6.6 – Estações elevatórias de água: (a) custo unitário; (b) custo de
construção

ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUA |95


7. RESERVATÓRIOS

7.1. Tipos de reservatórios


Os reservatórios dos sistemas de abastecimento de água podem ter
diferentes finalidades. Podem servir de volante de regularização,
compensando as flutuações de consumo face à adução, podem
constituir reservas de emergência para combate a incêndios ou para
assegurar a distribuição em casos de interrupção voluntária ou
acidental do sistema de montante, ou podem ainda servir para
equilibrar as pressões ou para regularizar o funcionamento dos
períodos de bombeamento. De acordo com a sua função, os
reservatórios classificam-se em: reservatórios de distribuição ou de
equilíbrio, de regularização de bombeamento ou de reserva para
combate a incêndio. De acordo com a sua capacidade, classificam se
em: pequenos, médios e grandes, respetivamente, para volumes
inferiores a 500 m3, compreendidos entre 500 m3 e 5 000 m3 e
superiores a 5 000 m3. Consoante a sua implantação, podem ser:
enterrados, semienterrados e elevados. (Art. 67.º e 68.º do Decreto
Regulamentar n.º 23/95, de 23 de agosto).
A presente secção incide na análise de custos de construção de
reservatórios apoiados e de reservatórios elevados. Os reservatórios
apoiados analisados são de pequena a grande dimensão, podem
estar, ou não, associados a estações elevatórias, ter funções de
distribuição, regularização ou de reserva e ser constituídos por uma
ou duas células (Figura 7.1). Os reservatórios elevados analisados,
também designados por torres de pressão, têm capacidade até
500 m3, são constituídos por uma única célula e têm como
finalidade única o equilíbrio de pressões (Figura 7.2).

Figura 7.1 – Reservatórios apoiados de uma célula e de duas células

RESERVATÓRIOS |97
Figura 7.2 – Reservatórios elevados: um e dois reservatórios

7.2. Caraterização dos componentes


7.2.1. Nota introdutória
A amostra de reservatórios foi dividida pelo respetivo tipo de
reservatório: apoiado (isolado), apoiado associado a estação
elevatória ou elevado. Nas seções seguintes apresenta-se a
caraterização dos três tipos de reservatórios analisados.

7.2.2. Reservatórios apoiados


A amostra inicial de reservatórios apoiados, não associados a
estação elevatória, é constituída por 126 elementos provenientes
de 79 contratos (Quadro 6.1). Os contratos analisados
correspondem aos anos de 2004 a 2015 e são distribuídos pelas
diversas regiões do país. O volume total dos reservatórios varia
entre 40 e 15 000 m3, podendo ser constituídos por uma ou duas
células.
Os contratos analisados provêm de diversas regiões do país: região
Norte com 41 contratos (53% da amostra inicial), região Centro com
18 contratos (28% da amostra inicial), região Alentejo com 18
contratos (17% da amostra inicial) e a região Algarve com dois
contratos (2% da amostra inicial), de acordo com a divisão de
NUTS II (Figura 7.3a). Relativamente aos anos de adjudicação dos
contratos, estes variam entre 2004 e 2015, com maior incidência
para o ano de 2006, com 37 elementos (Figura 7.3b).

|
98 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Dos 126 elementos da amostra inicial foram identificados dois
valores anómalos, obtendo-se uma amostra final de 124 elementos.

Quadro 7.1 – Caraterísticas dos contratos analisados de reservatórios apoiados

Total: 79
Número total de contratos (Norte: 41; Centro: 18; AM Lisboa: 0;
Alentejo: 18; Algarve: 2)
Data de lançamento do concurso [2004; 2015]
Amostra inicial (n.º de elementos) 126 (1 célula: 30; 2 células 96)
Volume (m3) [40; 15 000]
Número de células [1; 2]
Percentagem de valores anómalos 2%
Amostra final (n.º de elementos) 124

(a) (b)
70

40
60

35
Número de elementos

Número de elementos
10 15 20 25 30
20 30 40 50

4.0%
2.4%

2.4%
10

0.8%
2005 14.3%

2006 29.4%

2009 11.9%
2%
Norte 53%

Centro 28%

Alentejo 17%

2004 9.5%

2007 4.8%

2008 8.7%

2013 5.6%

2014 6.3%
5
0%
0

0
Lisboa

Algarve

2010

2011

2012

2015
AM

Limites territoriais NUTS II (2013) Ano de adjudicação

Figura 7.3 – Variação percentual da amostra inicial de reservatórios apoiados:


(a) NUTS II; (b) anos de adjudicação dos contratos

7.2.3. Reservatórios apoiados associados a estações


elevatórias
Para os reservatórios apoiados com estação elevatória associada,
foram analisados 22 contratos provenientes de diversas regiões do
país (Quadro 7.2). A amostra inicial é de 32 elementos em que a data
de lançamento do concurso varia de 2005 até 2014. O volume dos
reservatórios analisados varia entre 75 e 6 000 m3 e o número de
células poderá ser uma ou duas. Dos 32 elementos da amostra

RESERVATÓRIOS |99
inicial, 21 elementos correspondem a reservatórios de duas células
e os restantes 11 elementos a reservatórios de uma célula.
Relativamente às caraterísticas das estações elevatórias associadas,
o caudal pode variar entre 1,2 e 722 l/s, a altura de elevação entre
12,5 e 307 m c.a. e a potência hidráulica do escoamento entre 0,7 e
819 kW. Na Figura 7.4 apresenta-se a distribuição dos valores de
altura de elevação em função do caudal da estação elevatória
associada.

Quadro 7.2– Caraterísticas dos contratos analisados de reservatórios apoiados


associados a estação elevatória

Total: 22
Número total de contratos (Norte: 6; Centro: 10; AM Lisboa: 0;
Alentejo: 6; Algarve: 0)
Data de lançamento do concurso [2005; 2014]
Amostra inicial (n.º de elementos) 32 (1 célula: 11; 2 células: 21)
Volume (m3) [75; 6 000]
Número de células [1; 2]
Caudal (l/s) [1,2; 722]
Altura de elevação (m c.a.) [12,5; 307]
Potência do escoamento (kW) [0,7; 819]
Percentagem de valores anómalos 3%
Amostra final (n.º de elementos) 31
400
Altura de elevação (m c.a.)

300
200
100
0

0 200 400 600 800


Caudal (l/s)

Figura 7.4 – Distribuição dos valores de altura de elevação em função do caudal das
estações elevatórias associadas aos reservatórios apoiados

|
100 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Os contratos analisados provêm de diversas regiões do país: região
Norte com seis contratos (28% da amostra inicial), região Centro
com 10 contratos (44% da amostra inicial) e região Alentejo com seis
contratos (28% da amostra inicial), de acordo com a divisão de NUTS
II (Figura 7.5a). Relativamente aos anos de adjudicação, estes variam
entre 2005 e 2014, com maior incidência para estes anos, ambos
constituídos por oito elementos cada (Figura 7.5b).
(a) (b)
14

8
12

7
Número de elementos

Número de elementos
6
10

5
8

4
6

3
4

3.1%
2

2005 25.0%

2009 12.5%

2013 18.8%

2014 25.0%
2

2006 9.4%

2008 6.3%
1
Norte 28%

Centro 44%

Alentejo 28%
0%

Algarve 0%
0

0
Lisboa

2012
AM

Limites territoriais NUTS II (2013) Ano de adjudicação

Figura 7.5 – Variação percentual da amostra inicial de reservatórios apoiados


associados a estação elevatória: (a) NUTS II; (b) anos de adjudicação dos contratos

Dos 32 elementos da amostra inicial foi considerada uma


percentagem de 3% de valores anómalos, permitindo obter uma
amostra final de 31 elementos para os reservatórios apoiados com
estação elevatória associada.

7.2.4. Reservatórios elevados


A amostra inicial de reservatórios elevados é constituída por oito
elementos provenientes de oito contratos (Quadro 7.3). Os
contratos analisados correspondem aos anos de 2005 até 2014 e
são distribuídos pelas regiões Centro e Alentejo do país. O volume
varia entre 100 e 500 m3 e a altura do fuste varia entre 15 e 30 m.
Os contratos analisados provêm de diversas regiões do país,
nomeadamente da região Centro com três contratos (38% da
amostra inicial) e da região Alentejo com cinco contratos (63% da
amostra inicial), de acordo com a divisão de NUTS II (Figura 7.6a).
Relativamente aos anos de adjudicação dos contratos, estes variam

RESERVATÓRIOS |101
entre 2005 e 2014, com dois elementos para os anos de 2005, 2008,
2011 e um elemento para os anos de 2013 e 2014 (Figura 7.6b).

Quadro 7.3 – Caraterísticas dos contratos analisados de reservatórios elevados

Total: 8
Número total de contratos (Norte: 0; Centro: 3; AM Lisboa: 0;
Alentejo: 5; Algarve: 0)
Data de lançamento do concurso [2005; 2014]
Amostra inicial (n.º de elementos) 8
Volume (m3) [100; 500]
Altura do fuste (m) [15; 30]
Percentagem de valores anómalos 0%
Amostra final (n.º de elementos) 8

(a) (b)
5

2
4
Número de elementos

Número de elementos
3

1
2 1

37.5%

62.5%

12.5%

12.5%
25%

25%

25%
0%

0%

0%
0

0
Norte

Lisboa

Alentejo

Algarve
Centro

2005

2008

2011

2013

2014
AM

Limites territoriais NUTS II (2013) Ano de adjudicação

Figura 7.6 – Variação percentual da amostra inicial de reservatórios elevados:


(a) NUTS II; (b) anos de adjudicação dos contratos

Para os reservatórios elevados, não se registaram valores anómalos,


pelo que a amostra final coincide com a inicial, com oito elementos.

7.2.5. Caraterização geral: rubricas de custo


A distribuição da amostra final dos três tipos de reservatórios por
rubricas de custo é apresentada na Figura 7.7. Verifica-se que a
rubrica de construção civil apresenta o maior valor da mediana da

|
102 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
percentagem de custo para os três tipos de reservatórios, com 70%
para os reservatórios elevados, seguido de 57% para os
reservatórios apoiados sem estação elevatória e de 49% para os
reservatórios apoiados com estação elevatória associada. A segunda
rubrica com maior peso no custo total de construção dos
reservatórios corresponde aos equipamentos eletromecânicos,
sendo os reservatórios com estação elevatória associada os que
apresentam o maior valor da mediana da percentagem (24%).
As restantes rubricas de custo apresentam medianas mais baixas,
com a seguinte variação: 3 a 7% de estaleiro, 6 a 11% de arranjos
exteriores, 9 a 13% de instalações elétricas e 0 a 4% de trabalhos
especiais.
3%
Estaleiro 3%
7%

11%
Arranjos
6%
exteriores
7%

57%
Construção
49%
civil
70%

15%
Equipamento
24%
eletromecânico
12%

12%
Instalações
13%
elétricas Reservatório Apoiado (n=124)
9%
Reservatório Apoiado com EE (n=31)
4%
Trabalhos Reservatório Elevado (n=8)
2%
especiais
0%
Mediana das percentagens das rubricas de custo (%)

Figura 7.7 – Distribuição percentual das rubricas de custo da amostra final de


reservatórios (expressa em termos do custo total)

7.3. Custo de construção de reservatórios


7.3.1. Nota introdutória
Os custos de construção de reservatórios dependem dos seguintes
parâmetros caraterísticos: volume, número de células (no caso de
reservatórios apoiados), altura do fuste (no caso de reservatórios
elevados), potência hidráulica do escoamento (no caso dos

RESERVATÓRIOS |103
reservatórios associados a estação elevatória) e existência de
arranjos exteriores e/ou de trabalhos especiais.
O custo de reservatórios foi dividido em custo de construção civil e
custo de equipamento eletromecânico, instalações elétricas e
circuitos hidráulicos (e.g., ligações à rede de distribuição existente).
Considerou-se que o custo de construção civil incluía também os
custos de estaleiro, mas não o custo de arranjos exteriores, nem o
custo de trabalhos especiais.
A estimativa dos custos de construção de reservatórios pode ser
efetuada com base nas funções associadas aos custos unitários
parciais, procedendo-se à soma do custo de construção civil e do
equipamento e instalações elétricas, ou através dos custos unitários
totais. A diferença dos custos obtidos pelas diferentes funções é
resultante do ajustamento da função de custo aos elementos de
cada uma das amostras, apresentando um erro sem significado.
Sempre que possível, recomenda-se o cálculo através dos custos
unitários parciais.

7.3.2. Reservatórios apoiados


A amostra de reservatórios apoiados sem estação elevatória inclui
reservatórios constituídos por uma ou duas células, no entanto
verificou-se que o número de células não é relevante no custo de
construção civil (Figura 7.8). Apesar dos reservatórios com uma
célula apresentarem um custo de construção civil ligeiramente
inferior, a dispersão dos dados é significativa e a diferença de custo
é mínima, não justificando o desenvolvimento de duas funções de
custo para a construção civil. Deste modo, obteve-se uma única
curva de custo de referência independente do número de células a
construir.
A amostra final de reservatórios apoiados é constituída por 124
elementos, sendo 28 reservatórios com uma célula e 96
reservatórios com duas células. As funções de custo de construção
de reservatórios apoiados são apresentadas na Figura 7.9. Os custos
são expressos em função do volume do reservatório e apresentam
uma relação de potência com este parâmetro. Verifica-se um
decréscimo dos custos com o aumento do valor do volume, com

|
104 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
coeficientes de determinação, R2, iguais a 0,62 e a 0,46 para o custo
de construção civil sem arranjos exteriores e o custo de
equipamento eletromecânico e instalações elétricas,
respetivamente.
1 000

Elementos da amostra - 1 célula (n=28)


Custo de construção civil (€/m 3)

800

Elementos da amostra - 2 células (n=96)


Curva de regressão (1 célula)
Curva de regressão (2 células)
600
400
200
0

0 2 000 4 000 6 000 8 000 10 000 12 000 14 000 16 000


Volume (m3)

Figura 7.8 – Custo unitário de construção civil sem arranjos exteriores para
reservatórios apoiados com uma e duas células

O domínio de aplicação das funções de custo compreende volumes


entre 40 e 15 000 m3. A utilização das funções de custo fora do
domínio de aplicação deve ser efetuada com parcimónia e apenas
dentro do domínio de extrapolação alargado até valores de volumes
de 18 000 m3, representando este valor um acréscimo de cerca de
20% do limite superior do domínio da amostra. Os intervalos de
extrapolação são representados a sombreado cinzento na
Figura 7.9.
A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de
extrapolação, recomenda-se que sejam efetuadas da seguinte
forma:
• para valores de volume inferiores a 40 m3, adotar o custo
total correspondente ao limite inferior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo total, em euros, associado ao
volume de 40 m3);
• para valores de volume superiores a 18 000 m3, adotar o
custo unitário correspondente ao limite superior do
intervalo de extrapolação (i.e., o custo unitário, em €/m3,
associado ao volume de 18 000 m3).

RESERVATÓRIOS |105
Saliente-se que estas extrapolações contemplam erros de avaliação,
por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão, só
devendo ser adotadas em casos excecionais.
(a)
Custo unitário de construção civil, C cc (€/m )

1000
3

Elementos da amostra (n=124)


Curva de regressão (Ccc )
800

Curvas de predição (5-95%)


600
400

- 0,366
Ccc = 2718 V
2
R = 0,62
200
0

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000

Volume, V (m )
3

(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico

1700

Elementos da amostra (n=124)


e instalações elétricas, C e (€/m )
3

Curva de regressão (Ce)


1360

Curvas de predição (5-95%)


1020
680

- 0,533
Ce = 3479 V
340

2
R = 0,46
0

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000

Volume, V (m )
3

Figura 7.9 – Custo unitário de construção de reservatórios apoiados sem estação


elevatória: (a) construção civil sem arranjos exteriores; (b) equipamento
eletromecânico e instalações elétricas

Na Figura 7.10 são apresentadas as funções de custo total e total


unitário de construção de reservatórios apoiados, correspondendo
à soma do custo de construção civil e de equipamento

|
106 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
eletromecânico e instalações elétricas. Verifica-se que o custo total
unitário (Figura 7.10a) é representado, essencialmente, pelo custo
de construção civil, existindo uma pequena contribuição do custo
de equipamento e instalações elétricas. O custo total de construção
de reservatórios (Figura 7.10b) aumenta com o volume,
apresentando um elevado número de elementos para reservatórios
de pequena e média capacidade (até 5 000 m3).
(a)
1000

Total (Ctu)
de reservatórios apoiados (€/m )
3

Construção civil
Custo unitário de construção

800

Equipamento e instalações elétricas


600
400

- 0,426
Ctu = 5958 V
200

2
R = 0,62
0

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000

Volume, V (m )
3

(b)
2000

Total (Ct)
de reservatórios apoiados (10 €)

Construção civil
3

1600

Equipamento e instalações elétricas


Custo de construção

0,574
Ct = 5958 V
1200
800
400
0

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000

Volume, V (m )
3

Figura 7.10 – Reservatórios apoiados sem estação elevatória: (a) custo unitário; (b)
custo de construção

RESERVATÓRIOS |107
7.3.3. Reservatórios apoiados associados a estações
elevatórias
A amostra final de reservatórios apoiados associados a estações
elevatórias é constituída por 31 elementos. As funções de custo de
construção civil e de equipamento eletromecânico e instalações
elétricas são apresentadas na Figura 7.11.
Os custos de construção civil são influenciados maioritariamente
pelo volume do reservatório. No entanto, quando as estações
elevatórias associadas são de maior dimensão (para potências do
escoamento iguais ou superiores a 10 kW), a potência do
escoamento também influencia o custo de construção civil. O custo
de equipamento eletromecânico e instalações elétricas está
fortemente correlacionado com a potência do escoamento; no
entanto, quando os reservatórios são de elevada dimensão, o
volume também influencia o custo de equipamento e instalações
elétricas. Assim, para ambos os custos, foram construídas funções
de custo com os dois parâmetros caraterísticos: o volume total, V, e
a potência do escoamento, Pe.
Os custos unitários [€/(m3.kW)] são representados em função do
volume e definidos diferentes valores de potência do escoamento
desde 1 até 1 000 kW, apresentando coeficientes de determinação
bastante elevados e superiores a 0,90. Foram ainda calculados os
coeficientes de determinação ajustados, uma vez que as funções de
custo são construídas com mais do que um parâmetro caraterístico,
observando-se valores de R2 iguais a 0,96 e a 0,92 para o custo de
construção civil e para o custo de equipamento eletromecânico e
instalações elétricas, respetivamente.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende volumes
entre 75 e 6000 m3 e potências do escoamento entre 0,7 e 819 kW.
A utilização das funções de custo fora do domínio de aplicação deve
ser efetuada com parcimónia e apenas dentro do domínio de
extrapolação alargado a valores de volumes entre 40 e 7 000 m3 e
de potências do escoamento entre 0,7 e 1 000 kW. Os intervalos de
extrapolação são representados a sombreado cinzento na
Figura 7.11.

|
108 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
Custo unitário de construção civil, C cc [€/(m .kW)]

500
3

Elementos da amostra (n=31)


Pe=1 kW
400

Pe=10 kW
Pe=50 kW
300

Pe=300 kW
Pe=1000 kW
200

- 0,487 - 0,842
Ccc = 4685 V Pe
2 2
R = 0,96 R adj = 0,96
100
0

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000

Volume, V (m )
3

(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico

400
e instalações elétricas, C e [€/(m .kW)]

Elementos da amostra (n=31)


Pe=1 kW
3

Pe=10 kW
300

Pe=50 kW
Pe=300 kW
Pe=1000 kW
200

- 0,783 - 0,631
Ce = 13450 V Pe
100

2 2
R = 0,93 R adj = 0,92
0

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000

Volume, V (m )
3

Figura 7.11 – Custo unitário de construção de reservatórios apoiados associados a


estação elevatória: (a) construção civil sem arranjos exteriores; (b) equipamento
eletromecânico e instalações elétricas

A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de


extrapolação, recomenda-se que sejam seguidas as recomendações
apresentadas no Quadro 7.4. Salientam-se dois casos extremos.
Sempre que forem utilizados valores menores do que os limites
inferiores do domínio de extrapolação do volume (V = 40 m3) e da
potência (Pe = 0,7 kW), o custo total deverá corresponder ao custo
total de um reservatório com V = 40 m3 e Pe = 0,7 kW. Caso sejam
utilizados valores maiores do que os limites superiores de

RESERVATÓRIOS |109
extrapolação do volume (V = 7 000 m3) e da potência do escoamento
(Pe = 1 000 kW), o custo unitário a considerar deverá corresponder
ao custo unitário de um reservatório com V = 7 000 m3 e
Pe = 1 000 kW.

Quadro 7.4 – Recomendações para a estimativa dos custos de reservatórios


associados a estação elevatória fora do domínio de extrapolação

Potência do
Volume,
escoamento, Custo unitário (€/(m3. kW)) ou custo total (k€)
V (m3)
Pe (kW)
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce ou a função
Pe < 0,7 de custo total considerando V = 40 m3 e Pe = 0,7 kW,
para o cálculo dos custos unitários e totais.
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce, com
3
0,7 ≤ Pe ≤ 1 000 V = 40 m e potência pretendida. O custo total 3é obtido
V < 40 multiplicando os custos unitários por V = 40 m e pela
potência do escoamento instalada.
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce, com
Pe > 1 000 volume igual a 40 m3 e potência igual a 1 000 kW. O
custo total é obtido multiplicando os custos unitários
por V = 40 m3 e pela potência do escoamento instalada.
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce
considerando
Pe < 0,7 V = 7 000 m3 e Pe = 0,7 kW. O custo total é obtido
multiplicando os custos unitários por Pe = 0,7 kW e pelo
volume do reservatório.
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce, com
3
V > 7 000 0,7 ≤ Pe ≤ 1 000 volume igual a 7 000 m e potência pretendida. O custo
total é obtido multiplicando os custos unitários pelo
volume e pela potência do escoamento pretendidos.
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce, V = 7 000
m3 e
Pe > 1 000 Pe = 1 000 kW. O custo total é obtido multiplicando os
custos unitários pelo volume e pela potência do
escoamento pretendidos.
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce,
Pe < 0,7 Pe = 0,7 kW e volume pretendido. O custo total é
obtido multiplicando os custos unitários pelo volume
pretendido e por Pe = 0,7 kW.
40 ≤ V ≤ 7 000
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce,
Pe > 1 000 Pe = 1 000 kW e volume pretendido. O custo total é
obtido multiplicando os custos unitários pelo volume e
pela potência do escoamento pretendidos.

|
110 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Estas extrapolações contemplam erros de avaliação, por defeito ou
por excesso, que podem ter alguma expressão, só devendo ser
adotadas em casos excecionais.
Na Figura 7.12 apresenta-se o custo total de construção de
reservatórios apoiados associados a estações elevatórias em função
do volume e da potência hidráulica do escoamento. Verifica-se que
o custo total aumenta com o volume e com a potência do
escoamento.
3000
associados a estações elevatórias (10 €)
3

Elementos da amostra (n=31)


Custo de reservatórios apoiados

Pe=1000 kW
Pe=500 kW 0,393 0,25
Pe=100 kW Ct = 14373 V Pe
2000

Pe=50 kW
Pe=1 kW
1000
0

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000

Volume, V (m )
3

Figura 7.12 – Custo de construção de reservatórios apoiados com estação


elevatória

7.3.4. Reservatórios elevados


As funções de custo para os reservatórios elevados são
apresentadas na Figura 7.13. Os custos são expressos em função de
dois parâmetros caraterísticos (volume e altura do fuste), uma vez
que ambos influenciam os custos de construção civil e de
equipamento eletromecânico e instalações elétricas. Assim, foram
definidas alturas de fuste (h = 15, 20, 25 e 30 m) e foram calculados
os custos em função de um parâmetro caraterístico que consiste na
multiplicação entre o volume e a altura do fuste. Os custos
apresentam uma relação de potência com este parâmetro, tendo
sido apenas possível calcular os custos totais de construção.
Observa-se que o custo de construção civil representa cerca de 75 a
80% do custo total do reservatório elevado.

RESERVATÓRIOS|111
Verifica-se um aumento dos custos com o aumento do valor dos
parâmetros caraterísticos (volume e altura de fuste), com
coeficientes de determinação, R2, iguais a 0,86 para o custo de
construção civil sem arranjos exteriores e a 0,71 para o custo de
equipamento eletromecânico e instalações elétricas. Os
coeficientes de determinação ajustados, R2adj, também foram
calculados, obtendo-se valores iguais a 0,80 e a 0,60,
respetivamente para os custos de construção civil e de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas. A altura do fuste apresenta
maior influência no custo de construção civil do que no custo do
equipamento eletromecânico e instalações elétricas.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende volumes
entre 100 e 500 m3 e alturas de fuste entre 15 e 30 m. Neste caso,
não se estabelece domínio de extrapolação.
A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de aplicação,
recomenda-se que sejam seguidas as recomendações apresentadas
no Quadro 7.5. Salientam-se dois casos extremos. Sempre que
forem utilizados valores menores que o limite inferior do domínio
de aplicação do volume (V = 100 m3) e da altura de fuste (h = 15 m),
os custos parciais e total do reservatório devem corresponder aos
custos de um reservatório com estas dimensões. No caso de serem
utilizados valores maiores que o limite superior de aplicação do
volume (V = 500 m3) e da altura de fuste (h = 30 m), o custo total
parcial deverá ser calculado utilizando estes valores e, depois,
multiplicado pelas razões entre o volume pretendido e o volume do
limite superior e entre a altura de fuste pretendida e a altura de
fuste do limite superior.
Estas extrapolações contemplam erros de avaliação, por defeito ou
por excesso, que podem ter alguma expressão, só devendo ser
adotadas em casos excecionais.

|
112 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

600
Custo de construção civil, C cc (10 €) Elementos da amostra (n=8)
3

h=30 m
500
h=25 m
h=20 m
400

h=15 m
300
200

0,487 1,102
Ccc = 566,7 V h
100

2 2
R = 0,86 R adj = 0,8
0

100 200 300 400 500

Volume, V (m )
3

(b)
150
Custo de equipamento eletromecânico

Elementos da amostra (n=8)


e instalações elétricas, C e (10 €)

h=30 m
3

h=25 m
h=20 m
h=15 m
100

0,84 0,348
Ce = 240,3 V h
2 2
50

R = 0,71 R adj = 0,6


0

100 200 300 400 500

Volume, V (m )
3

Figura 7.13 – Custo de construção de reservatórios elevados: (a) construção civil


sem arranjos exteriores; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas

RESERVATÓRIOS |113
Quadro 7.5 – Recomendações para a estimativa do custo de reservatórios elevados
fora do domínio de aplicação
Altura
Volume,
do fuste, Custo total (k€)
V (m3)
h (m)
Utilizar as funções de custo Ccc e Ce com V = 100 m3 e h = 15 m.
h < 15
Ccc =105,5 (103 €) e Ce =29,5 (103 €)

Utilizar as funções de custo Ccc e Ce com V = 100 m3 e h


pretendida.
15 ≤ h ≤ 30
V < 100
Ccc =556,7×100 0,487×h 1,102 e Ce=240,3×100 0,840×h 0,348

Utilizar as funções de custo Ccc e Ce com V = 100 m3 e h = 30 m,


corrigidas pelo rácio h/30.
h > 30
h h
Ccc =226,5 e Ce =37,6
30 30

Utilizar as funções de custo Ccc e Ce com V pretendido e


h = 15 m.
h < 15
Ccc =556,7×V 0,487×15 1,102 e Ce =240,3 ×V 0,840×15 0,348

Utilizar as funções de custo Ccc e Ce com V = 500 m3 e h


pretendido, corrigidas pelo rácio V/500.
V > 500 15 ≤ h ≤ 30
V V
C cc = 566,7 × 500 0, 487 × h1,102 × e C e = 240,3 × 500 0,840 × h 0,348 ×
500 500

Utilizar as funções de custo Ccc e Ce com V = 500 m3 e h = 30 m


corrigidas pelos rácio V/500 e h/30.
h > 30
C cc = 496,1 × V
500
× h
30
e Ce = 145,2 × 500
V
× 30
h

Utilizar as funções de custo Ccc e Ce com V pretendido e


h = 15 m.
h < 15
Ccc =566,7×V 0,487×15 1,102 e Ce=240,3×V 0,840×15 0,348

100 ≤ V ≤ 500 Utilizar as funções de custo Ccc e Ce com V pretendido e


h = 30 m corrigidas pelo rácio h/30.
h > 30
0,487 1,102 h h
C = 566,7 × V
cc
× 30 × e C e = 2 4 0 , 3 × V 0 ,8 4 0 × 3 0 0 , 3 4 8 ×
30 30

|
114 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Na Figura 7.14 apresenta-se o custo total de construção de
reservatórios elevados, representando o somatório dos custos de
construção civil e de equipamento eletromecânico e instalações
elétricas.
600
€)

Elementos da amostra (n=8)


3
Custo de reservatórios elevados (10

h=30 m
500

h=25 m
h=20 m
400

h=15 m
300
200

0,534 0,944
Ct = 924,2 V h
100
0

100 200 300 400 500

Volume, V (m )
3

Figura 7.14 – Custo de construção de reservatórios elevados

7.3.5. Comparação do custo de reservatórios


Na Figura 7.15 apresenta-se a comparação do custo total de
reservatórios apoiados com e sem estação elevatória associada. Os
reservatórios apoiados sem estação elevatória são representados
pela função de custo até volumes de 15 000 m3, enquanto os
reservatórios com estação elevatória são representados por
diferentes funções de custo considerando diferentes potências do
escoamento e volumes até 6000 m3.
Para potências do escoamento mais baixas (inferiores a 10 kW), o
custo total de reservatórios com estação elevatória é, em algumas
situações, inferior ao custo total de reservatórios sem estação
elevatória. Este resultado traduz o comportamento dos elementos
da amostra analisados e poderá ocorrer no cálculo do custo de
construção civil considerando pequenas potências do escoamento
ou no cálculo do custo de equipamento eletromecânico e
instalações elétricas considerando pequenos volumes.
O custo de construção de reservatórios apoiados com estação
elevatória não deverá ser inferior ao respetivo custo de

RESERVATÓRIOS |115
reservatórios apoiados sem estação elevatória associada. Assim,
recomenda-se que o custo total de reservatórios com estação
elevatória seja comparado com o custo total obtido para
reservatórios simples. Quando a diferença se torne relevante e se
observe que o custo do reservatório com EE associada seja inferior
(o que poderá ocorrer para potências do escoamento, Pe, inferiores
a 15 kW), recomenda-se a utilização do máximo dos custos totais
obtidos para os reservatórios simples e reservatórios associados a
EE.
2 500
Custo de construção de reservatórios apoiados com e sem

2 000
estação elevatória associada (k€)
1 000 1 500

Reserv. Apoiado

Reserv. Apoiado + EE (1 kW)


500

Reserv. Apoiado + EE (10 kW)

Reserv. Apoiado + EE (300 kW)

Reserv. Apoiado + EE (1000 kW)


0

0 1 500 3 000 4 500 6 000 7 500 9 000 10 500 12 000 13 500 15 000
Volume (m3)

Figura 7.15 – Comparação do custo de construção de reservatórios apoiados com e


sem estação elevatória associada

Os custos de referência de construção obtidos são apresentados,


em anexo, para os três tipos de reservatórios em fichas técnicas.
Também, em anexo, encontram-se alguns exemplos de aplicação
dos custos de construção obtidos.

|
116 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
8. CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO
E RAMAIS

8.1. Tipos de componentes


Este capítulo incide na análise de custos de construção de condutas
de abastecimento de água. Estas são divididas em condutas
adutoras, condutas de distribuição e ramais de ligação.
As condutas adutoras têm como função o transporte, por gravidade
ou bombeamento, de água desde a origem até à reserva ou até à
rede de distribuição. Este transporte é, tipicamente, assegurado por
condutas em pressão (Figura 8.1), podendo também ser efetuado
através de canais, galerias ou aquedutos em que o escoamento se
processa com superfície livre (e.g., Aqueduto de Alviela). O presente
estudo incide apenas em condutas adutoras em pressão, não se
efetuando distinção entre o tipo de conduta (gravítica ou
elevatória), uma vez que as suas caraterísticas, órgãos e acessórios
são semelhantes. Nos mapas analisados, identificaram-se três tipos
de materiais utilizados em condutas adutoras: o ferro fundido dúctil
(FFD), o aço e o polietileno de alta densidade (PEAD) das classes de
pressão PN102 e PN16.

|cxvii
ERRO! NÃO EXISTE NENHUM TEXTO COM O ESTILO ESPECIFICADO NO DOCUMENTO.

2 PN refere-se a pressão nominal das condutas; a numeração indica a pressão


nominal expressa em bar (equivalente a 105 Pa). Por exemplo, PN10 designa a
classe de pressão da conduta correspondente a 10 bar.

CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS |117


Figura 8.1 – Condutas adutoras: (a) conduta no interior do aqueduto das águas
livres (Lisboa); (b) Jovim, Nova Sintra (Gondomar)

As condutas de distribuição consistem no sistema de tubagens,


órgãos e acessórios instalados na via pública, em terrenos da
entidade distribuidora ou outros sob concessão especial, por forma
a assegurar o serviço público de distribuição de água potável. O
diâmetro nominal mínimo, de acordo com o Decreto Regulamentar
n.º 23/95, de 23 de agosto, depende da dimensão da população
(60 mm para populações com menos de 20 000 hab, e 80 mm caso
contrário) e do grau de risco de incêndio, caso o serviço de combate
a incêndios seja assegurado pela rede pública (e.g., 80, 90, 100, 125
ou ≥150 mm, para graus 1 a 5, respetivamente). O recobrimento
mínimo das condutas é de 0,80 m, podendo ser reduzido desde que
a conduta seja devidamente protegida (Decreto Regulamentar n.º
23/95, de 23 de agosto). Podem ser constituídas por diferentes
materiais, tendo sido identificados nos mapas orçamentais
analisados (2005 – 2016) os seguintes: o PVC e o PEAD, ambos da
classe de pressão PN10, e o FFD (Figura 8.2).

|
118 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a) (b) (c)

Figura 8.2 – Instalação de condutas: (a) PVC; (b) PEAD; (c) FFD

Os ramais de ligação asseguram o abastecimento de água desde a


conduta até ao limite da propriedade a servir. Quando se justifique,
a mesma edificação pode dispor de mais do que um ramal de
ligação. O diâmetro nominal mínimo admitido em ramais é 20 mm
e a profundidade mínima de assentamento é de 0,80 m, podendo
ser reduzida para 0,50 m em zonas não sujeitas a circulação viária
(Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de agosto). Os materiais
utilizados nos ramais de ligação analisados foram o PVC e o PEAD,
ambos da classe de pressão PN10 (Figura 8.3).
(a) (b)

Figura 8.3 – Ramais de ligação domiciliários: (a) instalação de ramais; (b) ramais
provisórios

CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS |119


8.2. Caraterização dos componentes
8.2.1. Caraterização geral
Foram analisados 273 contratos relativos a sistemas de
abastecimento e distribuição de água, os quais incluíam a
construção de um ou mais componentes distribuídos por diferentes
regiões do país, permitindo obter uma amostra de 535 elementos
nas condutas adutoras, 424 elementos nas condutas de distribuição
e 359 elementos nos ramais de ligação (Quadro 8.1).

8.2.2. Condutas de adução


A amostra inicial relativa aos custos de construção de condutas de
adução é constituída por 535 elementos (Quadro 8.1), contendo
elementos dos três materiais (FFD, aço e PEAD). Não foram
identificados valores anómalos para o FFD e para o aço; para o PEAD
registou-se 1% de valores anómalos. As amostras finais para os
diferentes materiais de condutas adutoras têm 252 elementos no
FFD, 12 elementos no aço e 269 elementos no PEAD (Quadro 8.2).
Relativamente aos diâmetros nominais, o FFD é utilizado para uma
vasta gama de diâmetros (60 – 1 000 mm), o aço apenas para
diâmetros mais elevados (500 – 1 800 mm) e o PEAD para menores
diâmetros (50 – 710 mm). A extensão das condutas é muito variável,
sendo o menor e o maior comprimento de 10 e de 21 522 m,
respetivamente, registados para as condutas em PEAD.

|
120 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Quadro 8.1 – Caraterísticas dos contratos analisados de condutas de adução, de
distribuição e ramais de ligação
Data de
Número total de Número total de
Componente adjudicação de
contratos elementos
obra
Total: 172
Norte: 74 535
Condutas de Centro: 45 Aço: 12
[2004; 2015]
adução AM Lisboa: 5 FFD: 252
Alentejo: 42 PEAD: 271
Algarve: 6
Total: 142
Norte: 31 424
Condutas de Centro: 19 PVC: 45
[2004; 2016]
distribuição AM Lisboa: 71 PEAD: 348
Alentejo: 17 FFD: 31
Algarve: 4
Total: 112
Norte: 24
349
Centro: 17
Ramais de ligação PVC: 22 [2005; 2016]
AM Lisboa: 55
PEAD: 327
Alentejo: 9
Algarve: 7

Quadro 8.2 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de condutas de adução
Percentagem de Diâmetros
Material Amostra final Extensão (m)
valores anómalos nominais (mm)
FFD 0% 252 [60; 1 000] [10; 16 046]

Aço 0% 12 [500; 1 800] [12; 17 260]

PEAD 1% 269 [50; 710] [10; 21 522]

A distribuição das condutas adutoras por rubrica de custo é


apresentada na Figura 8.4, sendo a rubrica de custo mais elevada
para os três materiais a tubagem. O custo da tubagem é, em média,
da ordem dos 61%, 43% e 21% do valor de construção para as
condutas em aço, FFD e PEAD, respetivamente. O material PEAD
apresenta o custo de tubagem mais baixo. No entanto, o custo de
movimentos de terras corresponde a 21% do custo total, o maior
dos três materiais. Os custos de pavimentação e de trabalhos

CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS |121


especiais foram analisados em separado das restantes rubricas de
custo.
1%
Estaleiro 2%
4%

4%
Pavimentação 10%
9%

10%
Movimento
14%
de terras
21%

61%
Tubagens 43%
21%

11%
Acessórios
17%
e câmaras
17%

5%
Construção Adutora em Aço (n=12)
3%
civil e diversos
5% Adutora em FFD (n=252)

7% Adutora em PEAD (n=269)


Trabalhos
10%
especiais
21%
Mediana das percentagens das rubricas de custo (%)

Figura 8.4 – Distribuição da amostra final de condutas de adução por rubricas de


custo

8.2.3. Condutas de distribuição


A amostra inicial de condutas de distribuição, incluindo os materiais
de PVC, PEAD e FFD, tem 424 elementos (Quadro 8.1). Não se
registaram valores anómalos para o FFD e a percentagem de
anómalos para as condutas de PVC foi de 14% e para as condutas de
PEAD de 1,5%. As amostras finais consideradas para a obtenção dos
custos de construção para os diversos materiais de condutas de
distribuição não incluem os valores anómalos. As amostras finais
têm as seguintes dimensões: 40 elementos para o PVC, 317
elementos para o PEAD e 26 elementos para o FFD (Quadro 8.3).
Em termos de diâmetros nominais, os três materiais estudados
apresentam valores para praticamente a mesma gama de
diâmetros, sendo o menor diâmetro de 50 mm para o PEAD e o
maior de 400 mm para o PVC e o FFD. A extensão de condutas por
material/diâmetro constante em cada mapa orçamental é muito
variável; observou-se que o FFD é utilizado em pequenas extensões
apresentando um comprimento máximo da ordem dos 600 m.

|
122 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Quadro 8.3 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de condutas de
distribuição
Percentagem de Amostra Diâmetros
Material Extensão (m)
valores anómalos final nominais (mm)
PVC 11% 40 [63; 400] [18; 8 682]

PEAD 9% 317 [50; 355] [10; 9 968]

FFD 0% 31 [60; 400] [10; 581]

A distribuição das condutas de distribuição por rubricas de custo é


apresentada na Figura 8.5. O custo da tubagem do FFD é, em termos
médios, da ordem dos 31% do valor de construção; para as condutas
em PVC e PEAD, este valor é de apenas 18 e 14%, respetivamente.
Os três materiais apresentam uma elevada percentagem do custo
de acessórios e câmaras em relação ao custo total de construção,
variando entre 16 e 21%. O custo de pavimentação foi analisado em
separado das restantes rubricas de custo.
3%
Estaleiro 5%
2%

7%
Pavimentação 14%
23%

13%
Movimento
26%
de terras
18%

31%
Tubagens 14%
18%

16%
Acessórios
21%
e Câmaras Distribuição em FFD
17% (n=31)

18%
Construção Distribuição em PEAD
6%
civil e diversos (n=317)
7%

10% Distribuição em PVC


Trabalhos (n=40)
6%
especiais
23%

Mediana das percentagens das rubricas de custo (%)

Figura 8.5 – Distribuição da amostra final de condutas de distribuição por rubricas


de custo

8.2.4. Ramais de ligação domiciliários


Os ramais de ligação apresentam uma amostra inicial com 349
elementos para os materiais de PVC e PEAD (Quadro 8.1). Não se
registaram valores anómalos para o PVC; a percentagem de

CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS |123


elementos anómalos foi de 3% para o PEAD. A amostra final tem 22
elementos relativos a condutas de PVC e 327 elementos relativos a
condutas de PEAD (Quadro 8.4).
Em termos de diâmetros nominais, o PVC é utilizado para diâmetros
mais pequenos (20 – 50 mm); o PEAD é utilizado para toda a gama
de diâmetros utilizada em ramais (20 – 200 mm).

Quadro 8.4 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de ramais de ligação de
água
Percentagem de valores Diâmetro nominal
Material Amostra final
anómalos (mm)
PVC 0% 22 [20; 50]

PEAD 3% 327 [20; 200]

8.3. Custo de construção de condutas adutoras, de


distribuição e ramais
8.3.1. Nota introdutória
O custo de construção das condutas de água depende de um
conjunto de parâmetros caraterísticos, nomeadamente, o material,
o diâmetro nominal, a pressão de serviço, a extensão, o tipo de
pavimento, o volume e natureza dos movimentos de terras (% de
rocha), os órgãos e acessórios a instalar e a função a desempenhar
pela tubagem (adução, distribuição, ramal).
Os parâmetros caraterísticos considerados para a obtenção dos
custos de construção das condutas de adução e de distribuição são
o material de tubagem, o diâmetro nominal, o tipo de pavimento e
a existência de trabalhos especiais. Os restantes parâmetros não
foram considerados por serem menos relevantes no custo de
construção e por não ter sido possível obter toda a informação que
os permitisse caraterizar nos mapas orçamentais.
Os custos unitários de condutas tendem a diminuir com a extensão
de rede prevista no contrato, o que se justifica pela economia de
escala. Apesar desta tendência ser observada para a generalidade
dos materiais de condutas adutoras e de distribuição, o coeficiente

|
124 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
de determinação não tem significado estatístico para suportar esta
observação (Figura 8.6). Por outro lado, os custos tendem a
aumentar com a percentagem de rocha na vala, dado esta
incrementar os custos associados aos movimentos de terra. No
entanto, a maioria dos mapas orçamentais analisados não indica a
distribuição dos tipos de material que compõe a vala, nem a
percentagem de rocha, pelo que este fator não pode ser
considerado na análise.
(a)
1000

Curva de regressão (CFFD)


Custo unitátio de construção

Curva de regressão (CPEAD)


de condutas adutoras (€/m)
800

Curva de regressão (CAço)


2
CFFD = - 0,002 L + 130,9 R = 0,0012
600

2
CPEAD = - 0,00085 L + 45,17 R = 0,0039
2
CAço = - 0,03 L + 739,4 R = 0,13
400
200
0

0 5000 10000 15000 20000 25000

Extensão, L (m)

(b)
400

Curva de regressão (CFFD)


de condutas de distribuição (€/m)

Curva de regressão (CPEAD)


Custo unitátio de construção

Curva de regressão (CPVC)


300

2
CFFD = 0,089 L + 132,2 R = 0,024
2
200

CPEAD = - 0,0087 L + 73,01 R = 0,075


2
CPVC = - 0,003 L + 36,54 R = 0,13
100
0

0 2000 4000 6000 8000

Extensão, L (m)

Figura 8.6 – Variação do custo unitário em função da extensão de rede:


(a) condutas adutoras; (b) condutas de distribuição

Os custos unitários aumentam com o diâmetro, o que é explicado


por uma maior largura da vala (com custos de movimentos de terras

CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS |125


e de pavimentação mais elevados) e pelo custo da tubagem mais
elevado.
Os parâmetros caraterísticos considerados para a obtenção dos
custos de construção dos ramais de ligação são o diâmetro nominal,
a densidade e o número de ramais de ligação. O custo dos ramais de
ligação é calculado em função do respetivo diâmetro (€/unidade),
devendo o mesmo ser somado ao custo das condutas de redes de
distribuição em função da densidade de ramais e do diâmetro médio
dos mesmos.

8.3.2. Condutas de adução


As funções de custo de construção de condutas adutoras foram
obtidas para as amostras finais de cada material sem considerar os
custos de pavimentação e os custos associados a trabalhos
especiais. Os custos unitários de construção de condutas adutoras
em cada material analisado são apresentados nas figuras que se
seguem: aço (Figura 8.7a), PEAD (Figura 8.8a) e FFD (Figura 8.9a). O
custo de construção em todos os materiais aumenta com o
diâmetro, observando-se uma tendência crescente e descrita por
uma regressão polinomial quadrática. As curvas de regressão
apresentam um declive positivo e coeficientes de determinação
elevados: R2 = 0,97 para o aço, R2 = 0,81 para o PEAD e R2 = 0,92
para o FFD. Foram, ainda, obtidas as curvas de predição associadas
aos percentis 5 e 95%. O custo de construção de condutas adutoras
deverá ser acrescido do custo de pavimentação (em função do tipo
de pavimento) e do custo associado a trabalhos especiais (caso
existam).
O domínio de aplicação das funções de custo obtidas para os três
materiais de condutas adutoras apresenta a seguinte variação:
• Aço: diâmetros nominais entre 500 e 1 800 mm;
• PEAD: diâmetros nominais entre 50 e 710 mm;
• FFD: diâmetros nominais entre 60 e 1 000 mm.

|
126 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

2500
Custo unitário de construção de condutas

Elementos da amostra (n=12)


Curva de regressão (CAço)
adutoras em aço, CAço (€/m)
2000

Curvas de predição (5-95%)


1500

2
CAço = 0,00054 DN + 0,0743 DN + 15
1000

2
R = 0,97
500
0

500 600 800 1000 1200 1400 1600 1800

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
3000
Custo unitário de construção de condutas

Elementos da amostra (n=12)


2500

Curva de regressão (C Aço)


adutoras em aço, CAço (€/m)

Curvas de predição (5-95%)


2000

2
CAço = 0,00054 DN + 0,0743 DN + 15
1500

2
R = 0,97
1000
500
0

60 200 350 500 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 8.7 – Custo unitário de construção de condutas adutoras em aço: (a) no


domínio de aplicação; (b) com intervalo de extrapolação

A extrapolação das funções de custo é apresentada na Figura 8.7(b),


Figura 8.8(b) e Figura 8.9(b). A extrapolação de 20% da curva de
regressão obtida é representada pelo sombreado cinzento mais
claro e corresponde ao intervalo de extrapolação com maior
confiança. Fora deste domínio de extrapolação, representado pelo
sombreado cinzento mais escuro, a confiança associada às curvas
de regressão obtidas diminui significativamente. Ambas as
extrapolações contemplam erros de avaliação, por defeito ou por

CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS |127


excesso, que podem ter alguma expressão, devendo a utilização das
curvas ser realizada com parcimónia. Recomenda-se que as
extrapolações sejam efetuadas através da função de custo obtida
para os três materiais.
(a)
500
Custo unitário de construção de condutas

Elementos da amostra (n=269)


adutoras em PEAD, CPEAD (€/m)

Curva de regressão (CPEAD)


400

Curvas de predição (5-95%)


300

2
CPEAD = 0,00041 DN + 0,1185 DN + 15
200

2
R = 0,81
100
0

50 90 140 200 250 315 400 500 600 710

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
2000
Custo unitário de construção de condutas

Elementos da amostra (n=269)


adutoras em PEAD, CPEAD (€/m)

Curva de regressão (CPEAD)


Curvas de predição (5-95%)
1500
1000

2
CPEAD = 0,00041 DN + 0,1185 DN + 15

2
R = 0,81
500
0

50 160 280 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 8.8 – Custo unitário de construção de condutas adutoras em PEAD: (a) no


domínio de aplicação; (b) incluindo extrapolação até DN2000

|
128 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

1200
Custo unitário de construção de condutas

1000 Elementos da amostra (n=252)


Curva de regressão (CFFD)
adutoras em FFD, CFFD (€/m)

Curvas de predição (5-95%)


800

2
CFFD = 0,00081 DN + 0,1658 DN + 15
600

2
R = 0,92
400
200
0

60 125 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
4000
Custo unitário de construção de condutas

Elementos da amostra (n=252)


Curva de regressão (CFFD)
adutoras em FFD, CFFD (€/m)

Curvas de predição (5-95%)


3000
2000

2
CFFD = 0,00081 DN + 0,1658 DN + 15
2
R = 0,92
1000
0

60 200 350 500 700 900 1200 1400 1600 1800 2000

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 8.9 – Custo unitário de construção de condutas adutoras em FFD: (a) no


domínio de aplicação; (b) incluindo extrapolação até DN2000

Na Figura 8.10(a) apresenta-se uma análise comparativa dos custos


de condutas adutoras, não considerando os custos associados à
pavimentação nem aos trabalhos especiais. O aço apresenta
maiores diâmetros nominais, o PEAD é utilizado para condutas mais
pequenas e o FFD abrange uma maior gama de diâmetros nominais.
Na Figura 8.10(b) apresenta-se a curva de regressão dos três
materiais com o intervalo de extrapolação até diâmetros nominais
de 2000 mm utilizando a função estimada.

CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS |129


(a)

2000
2 2
CFFD = 0,00081 DN + 0,1658 DN + 15 R = 0,92
2 2

Custo unitário de construção


CPEAD = 0,00041 DN + 0,1185 DN + 15 R = 0,81

de condutas adutoras (€/m)


1500
2 2
CAço = 0,00054 DN + 0,0743 DN + 15 R = 0,97

1000

FFD
PEAD
Aço
500
0

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
4000

FFD
Custo unitário de construção
de condutas adutoras (€/m)

PEAD
3000

Aço
2000
1000
0

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

Diâmetro nominal (mm)

Figura 8.10 – Comparação do custo unitário de construção dos três materiais de


condutas adutoras: (a) no domínio de aplicação; (b) incluindo extrapolação até
DN2000

As curvas de regressão atrás referidas não incluem os custos de


trabalhos especiais, assim como os custos de pavimentação. Na
Figura 8.11 apresentam-se as funções de custo para os três
materiais de condutas adutoras considerando a amostra de
elementos (Curva de regressão), a amostra de elementos incluindo
os custos de trabalhos especiais (Curva de regressão com TE) e a
amostra de elementos incluindo os custos de trabalhos especiais e

|
130 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
de pavimentação (Curva de regressão com TE e Pav), assim como os
elementos da amostra correspondentes ao custo de construção sem
incluir trabalhos especiais e pavimentação.
Nas condutas adutoras de aço, o custo de trabalhos especiais tem
pouco significado, uma vez que as curvas de regressão da amostra
de elementos e da curva de regressão incluindo os trabalhos
especiais estão sobrepostas. Apenas o custo de levantamento e
reposição de pavimento contribui para o aumento do custo de
condutas adutoras em aço, verificando-se um aumento do custo de
pavimentação com o diâmetro nominal. Nas condutas adutoras em
PEAD, as três curvas de regressão estão muito próximas, sendo os
custos de trabalhos especiais e de pavimentação pouco
significativos no custo de construção da conduta adutora.
Por último, nas condutas adutoras em FFD, os custos de trabalhos
especiais e de pavimentação contribuem para o aumento do custo
da conduta, especialmente para maiores diâmetros nominais.
Observa-se que para os três materiais de condutas adutoras a
inclusão dos custos de trabalhos especiais e de pavimentação
aumenta a dispersão da amostra de elementos, contribuindo para
um coeficiente de determinação mais baixo comparativamente com
o coeficiente da curva de regressão da amostra de elementos inicial.
No caso de o material de tubagem ser desconhecido, poder-se-á
utilizar a função de custo para uma conduta adutora genérica
(independente do material), construída com base nos elementos
dos três materiais (Figura 8.12). À semelhança da análise anterior,
foram, também, representadas as funções com os custos de
trabalhos especiais e de pavimentação. Verifica-se que o custo de
pavimentação apresenta um peso superior no custo de construção
de adutoras comparativamente com o custo de trabalhos especiais,
essencialmente para maiores diâmetros nominais.

|131
CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS
(a)

2500
Custo unitário de construção de condutas
Elementos da amostra (n=12)
Curva de regressão (CAço)

adutoras em aço, CAço (€/m)


2000
Curva de regressão com TE (CAço_TE)
Curva de regressão com TE e Pav (CAço_TE_PAV )

1500
1000

2 2
500

CAço = 0,00054 DN + 0,0743 DN + 15 R = 0,97


2
CAço_TE = 0,00053 DN + 0,0703 DN + 38 R 2 = 0,96
2
CAço_TE_Pav = 0,0007 DN - 0,054 DN + 53 R 2 = 0,97
0

500 600 800 1000 1200 1400 1600 1800

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
500
Custo unitário de construção de condutas

Elementos da amostra (n=269)


adutoras em PEAD, CPEAD (€/m)

Curva de regressão (CPEAD)


400

Curva de regressão com TE (CPEAD_TE)


Curva de regressão com TE e Pav (CPEAD_TE_Pav )
300

2 2
CPEAD = 0,00041 DN + 0,1185 DN + 15 R = 0,81
2 2
CPEAD_TE = 0,00045 DN + 0,0912 DN + 24 R = 0,73
200

2 2
CPEAD_TE_Pav = 0,0006 DN + 0,016 DN + 39 R = 0,63
100
0

50 90 140 200 250 315 400 500 600 710

Diâmetro nominal, DN (mm)

(c)
1000 1200 1400
Custo unitário de construção de condutas

Elementos da amostra (n=252)


Curva de regressão (CFFD)
adutoras em FFD, CFFD (€/m)

Curva de regressão com TE (CFFD_TE)


Curva de regressão com TE e Pav (CFFD_TE_Pav )
2 2
CFFD = 0,00081 DN + 0,1658 DN + 15 R = 0,92
800

2 2
CFFD_TE = 0,001 DN + 0,0797 DN + 27 R = 0,87
2 2
CFFD_TE_Pav = 0,001 DN + 0,0447 DN + 42 R = 0,87
600
400
200
0

60 125 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 8.11 – Custo unitário de construção de condutas adutoras com trabalhos


especiais e pavimentação: (a) aço; (b) PEAD; (c) FFD

|
132 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
2500
2 2
CAdutora = 0,00048 DN + 0,2313 DN + 15 R = 0,9
2 2
Custo unitário de construção

CAdutora_TE = 0,00053 DN + 0,1962 DN + 30 R = 0,84


2000
de condutas adutoras (€/m)

2 2
CAdutora_TE_Pav = 0,00065 DN + 0,1374 DN + 45 R = 0,84
Adutora (CAdutora)
1500

Adutora com TE (CAdutora_TE)


Adutora com TE e Pav (CAdutora_TE_Pav )
1000
500
0

0 50 160 280 400 500 600 800 1000 1200 1500 1800 2000

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 8.12 – Custo unitário de construção de conduta adutora genérica com


trabalhos especiais e pavimentação

8.3.3. Condutas de distribuição


As funções de custo de construção de condutas de distribuição
foram obtidas para as amostras finais de cada material sem
considerar os custos de pavimentação e de trabalhos especiais. Os
custos unitários de construção de condutas de distribuição de água
em cada material analisado são apresentados nas figuras que se
seguem, com a identificação do intervalo de extrapolação através
do sombreado cinzento: FFD (Figura 8.13), PVC (Figura 8.14) e PEAD
(Figura 8.15).
Face à grande variabilidade de custos da amostra, os elementos
associados às condutas de distribuição de PEAD foram divididos em
duas categorias consoante a localização da obra:
• zona rural a medianamente urbana;
• e zona urbana, localizada em grandes centros urbanos (e.g.,
Lisboa, Porto, Vila Nova de Gaia), destinada a habitação e a
atividades de prestação de serviços e comércio.
O custo de construção em todos os materiais aumenta com o
diâmetro, observando-se uma tendência crescente e descrita por
uma regressão polinomial para o FFD e PVC, e por uma regressão
linear simples para ambos os tipos de conduta de PEAD. As curvas
de regressão polinomiais apresentam um declive positivo e elevados

CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS |133


coeficientes de determinação (R2 = 0,95 para o FFD e R2 = 0,91 para
o PVC). No caso do PEAD, a elevada variabilidade da amostra
contribui para regressões com coeficientes de determinação mais
baixos (R2 = 0,83 para PEAD em zona rural a medianamente urbana
e R2 = 0,87 para PEAD em zona urbana). O custo de construção de
condutas de distribuição deverá ser acrescido do custo de
pavimentação em função do tipo de pavimento.
O domínio de aplicação das funções de custo obtidas para os três
materiais de condutas de distribuição apresenta a seguinte
variação:
• FFD: DN entre 60 e 400 mm;
• PVC: DN entre 63 e 400 mm;
• PEAD zona rural a medianamente urbana: DN entre 50 e
250 mm;
• PEAD zona urbana: DN entre 63 e 355 mm.
500
Custo unitário de construção de condutas

Elementos da amostra (n=31)


de distribuição em FFD, C FFD (€/m)

Curva de regressão (CFFD)


400

Curvas de predição (5-95%)


300

2
CFFD = 0,00081 DN + 0,3245 DN + 15

2
R = 0,95
200
100
0

60 100 150 200 250 300 400 500

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 8.13 – Custo unitário de construção de condutas de distribuição em FFD com


intervalo de extrapolação

|
134 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Para estimar custos associados a diâmetros nominais fora do
domínio de aplicação deve ser utilizada a função de custo obtida.
Extrapolações acima do diâmetro máximo até diâmetros
correspondentes a acréscimos de 20% acima destes podem ser
efetuadas com alguma confiança, sendo esta zona de extrapolação
representada a sombreado cinzento mais claro nas figuras. Acima
destes valores, intervalo representado pelo sombreado cinzento
mais escuro na Figura 8.15, podem igualmente usar-se as curvas de
regressão, mas com muito menos confiança pelo que a sua
utilização deve ser efetuada com parcimónia e em situações
excecionais.
150
Custo unitário de construção de condutas

Elementos da amostra (n=40)


de distribuição em PVC, CPVC (€/m)

Curva de regressão (CPVC)


Curvas de predição (5-95%)
100

2
CPVC = 0,00024 DN + 0,1068 DN + 15

2
R = 0,91
50
0

63 90 125 160 200 250 315 400 500

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 8.14 – Custo unitário de construção de condutas de distribuição em PVC com


intervalo de extrapolação

|135
CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS
(a)

150
Custo unitário de construção de condutas
de distribuição em PEAD, CPEAD (€/m)
Elementos da amostra (n=139)
Curva de regressão (CPEAD)
Curvas de predição (5-95%)

100
50

CPEAD = 0,2096 DN + 16

2
R = 0,83
0

50 75 110 140 180 225 315 400 500

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
Custo unitário de construção de condutas de

250

Elementos da amostra (n=178)


distribuição em PEAD, CPEAD (€/m)

Curva de regressão (CPEAD)


200

Curvas de predição (5-95%)


150
100
50

CPEAD = 0,2331 DN + 46
2
R = 0,87
0

63 90 160 200 315 355 400 500

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 8.15 – Custo unitário de construção de condutas de distribuição em PEAD


com intervalo de extrapolação: (a) zona rural a medianamente urbana; (b) zona
urbana

A comparação entre os custos das duas zonas identificadas (zona


rural a medianamente urbana e zona urbana) é apresentada na
Figura 8.16.

|
136 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
200
Custo unitário de construção de condutas
de distribuição em PEAD, CPEAD (€/m) Zona urbana
150
100
50
0 Zona rural a medianamente urbana

50 75 110 140 180 225 315 355 400 500

Diâmetro nominal (mm)

Figura 8.16 – Comparação do custo unitário de construção de condutas de


distribuição em PEAD para as duas zonas

Na Figura 8.17 apresentam-se os resultados da análise dos custos


para as condutas de distribuição, não considerando os custos
associados à pavimentação, aos ramais de ligação domésticos e aos
trabalhos especiais, permitindo identificar os diâmetros com maior
representatividade na amostra. Os três materiais de condutas de
distribuição apresentam domínios de aplicação diferentes entre os
50 e os 400 mm. As condutas em FFD tendem a apresentar custos
unitários mais elevados que os restantes materiais, seguido das
condutas em PEAD e, por último, das condutas em PVC.
A mesma figura ilustra também tendências de variação do custo
unitário com o diâmetro e material da conduta. Para todos os
materiais regista-se uma tendência para o custo de construção
aumentar com o diâmetro. Na Figura 8.17(b) apresentam-se as retas
de regressão de FFD, PEAD, PVC com o intervalo de extrapolação até
diâmetros nominais de 500 mm utilizando a função estimada.

CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS|137


(a)

300
2 2
CFFD = 0,00081 DN + 0,3245 DN + 15 R = 0,95

de condutas de distribuição (€/m)


2 2

250
CPVC = 0,00024 DN + 0,1068 DN + 15 R = 0,91

Custo unitátio de construção


2
CPEAD** = 0,2331 DN + 46 R = 0,87
2

200
CPEAD* = 0,2096 DN + 16 R = 0,83
PEAD** (Zona urbana)
150 PEAD* (Zona rural a medianamente urbana)
FFD
PVC
100
50
0

0 100 200 300 400 500

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
400

PEAD** (Zona urbana)


de condutas de distribuição (€/m)

PEAD* (Zona rural a medianamente urbana)


Custo unitátio de construção

FFD
300

PVC
200
100
0

0 100 200 300 400 500

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 8.17 – Comparação do custo unitário de construção dos três materiais de


condutas de distribuição: (a) no domínio de aplicação; (b) incluindo extrapolação
até DN500

As curvas de regressão atrás referidas não incluem os custos de


trabalhos especiais, assim como os custos de pavimentação. Na
Figura 8.18 e na Figura 8.19 apresentam-se as funções de custo para
os três materiais de condutas de distribuição considerando a
amostra de elementos (Curva de regressão), a amostra de
elementos incluindo os custos de trabalhos especiais (Curva de
regressão com TE) e a amostra de elementos incluindo os custos de
trabalhos especiais e de pavimentação (Curva de regressão com TE

|
138 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
e Pav), assim como os elementos da amostra correspondentes ao
custo de construção sem incluir trabalhos especiais e pavimentação.
Nas condutas de distribuição em FFD, o custo de trabalhos especiais
apresenta um valor mediano de 11 €/m, sendo possível distinguir as
três curvas de regressão (Figura 8.18a). Nas condutas de distribuição
em PVC o custo de trabalhos especiais apresenta um valor mediano
inferior e igual a 8 €/m (Figura 8.18b). Devido ao baixo custo de
trabalhos especiais e ao ajustamento da curva de regressão aos
elementos da amostra, para diâmetros nominais entre 160 e
315 mm, a curva de regressão com trabalhos especiais apresenta
custos inferiores à curva inicial estimada (sem os custos de trabalhos
especiais e pavimentação), pelo que se recomenda a utilização
desta curva de regressão nos referidos diâmetros.
As condutas de distribuição em PEAD para a zona rural a
medianamente urbana apresentam, também, custos inferiores para
a curva de regressão com trabalhos especiais para diâmetros
nominais superiores a 200 mm, comparativamente com a curva
inicial estimada, pelo que, à semelhança das condutas de
distribuição em PVC, recomenda-se a utilização da curva de
regressão inicial. Na zona urbana é possível distinguir as três curvas
de regressão. No caso do PEAD, para a zona rural a medianamente
urbana, o custo de trabalhos especiais apresenta um valor mediano
de 10 €/m, enquanto para a zona urbana o valor mediano é de
11 €/m.
Observa-se que, para todos os materiais de condutas de
distribuição, a inclusão dos custos de trabalhos especiais e de
pavimentação aumenta a dispersão da amostra de elementos,
contribuindo para um coeficiente de determinação mais baixo
comparativamente com o coeficiente da curva de regressão da
amostra de elementos inicial, à exceção das condutas de
distribuição em FFD.
No caso de o material de tubagem ser desconhecido, deverá utilizar-
se a função de custo para uma conduta genérica (independente do
material), construída com os elementos dos três materiais
(Figura 8.20). Esta curva pode ser usada para estimar
genericamente os custos de redes de distribuição, uma vez
especificado um diâmetro médio, devendo estes serem acrescidos

|139
CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS
dos custos de pavimentação, de trabalhos especiais e dos ramais. À
semelhança da análise anterior, foram também representadas as
funções com os custos de trabalhos especiais e de pavimentação.
Verifica-se que o custo de pavimentação apresenta um peso
ligeiramente superior no custo de construção de condutas de
distribuição comparativamente com o custo de trabalhos especiais,
essencialmente para menores diâmetros nominais.
(a)
500
Custo unitário de construção de condutas

Elementos da amostra (n=31)


de distribuição em FFD, C FFD (€/m)

Curva de regressão (CFFD)


400

Curva de regressão com TE (CFFD_TE)


Curva de regressão com TE e Pav (CFFD_TE_Pav)
300

2 2
CFFD = 0,00081 DN + 0,3245 DN + 15 R = 0,95
2 2
CFFD_TE = 0,00077 DN + 0,3231 DN + 26 R = 0,95
2 2
CFFD_TE_Pav = 0,00091 DN + 0,2636 DN + 41 R = 0,95
200
100
0

60 80 100 125 150 200 250 300 400

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
150
Custo unitário de construção de condutas

Elementos da amostra (n=40)


de distribuição em PVC, CPVC (€/m)

Curva de regressão (C PVC)


Curva de regressão com TE (CPVC_TE)
Curva de regressão com TE e Pav (CPVC_TE_Pav)
100
50

2 2
CPVC = 0,00024 DN + 0,1068 DN + 15 R = 0,91
2 2
CPVC_TE = 0,00041 DN + 0,02259 DN + 23 R = 0,86
2
C PVC_TE_Pav = 0,00043 DN - 0,029 DN + 38 R 2 = 0,39
0

63 90 110 140 200 250 315 400

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 8.18 – Custo unitário de construção de condutas de distribuição com


trabalhos especiais e pavimentação: (a) FFD; (b) PVC

|
140 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

120
Custo unitário de construção de condutas
de distribuição em PEAD, CPEAD (€/m)
Elementos da amostra (n=139)
Curva de regressão (CPEAD)
100

Curva de regressão com TE (CPEAD_TE)


Curva de regressão com TE e Pav (CPEAD_TE_Pav)
80
60
40

2
CPEAD = 0,2096 DN + 16 R = 0,83
20

2
CPEAD_TE = 0,1585 DN + 26 R = 0,66
2
CPEAD_TE_Pav = 0,1389 DN + 41 R = 0,43
0

50 63 75 90 110 125 140 160 180 200 225 250

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
Custo unitário de construção de condutas de

250

Elementos da amostra (n=178)


distribuição em PEAD, CPEAD (€/m)

Curva de regressão (CPEAD)


200

Curva de regressão com TE (CPEAD_TE)


Curva de regressão com TE e Pav (CPEAD_TE_Pav )
150
100

2
CPEAD = 0,2331 DN + 46 R = 0,87
50

2
CPEAD_TE = 0,2203 DN + 57 R = 0,76
2
CPEAD_TE_Pav = 0,2018 DN + 72 R = 0,68
0

63 90 110 160 200 315 355

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 8.19 – Custo unitário de construção de condutas de distribuição com


trabalhos especiais e pavimentação: (a) PEAD em zona rural a medianamente
urbana; (b) PEAD em zona urbana

CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS |141


250
Distribuição (CDist)

de condutas de distribuição (€/m)


Distribuição com TE (CDist_TE)

Custo unitátio de construção

200
Distribuição com TE e Pav (CDist_TE_Pav)

150
100

2 2
CDist = 0,001 DN + 0,0534 DN + 32 R = 0,78
50

2 2
CDist_TE = 0,0011 DN + 0,0104 DN + 42 R = 0,7
2 2
CDist_TE_Pav = 0,0011 DN - 0,0174 DN + 57 R = 0,63
0

0 50 75 100
110 140 180 200 225 300 355 400 500

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 8.20 – Custo unitário de construção de conduta de distribuição genérica com


trabalhos especiais e pavimentação

8.3.4. Ramais de ligação domiciliários


As funções de custo de construção de ramais de ligação foram
obtidas para as amostras finais de cada material. No entanto,
observou-se que o custo dos ramais de PVC é superior ao custo dos
ramais de PEAD com uma dispersão muito elevada, não sendo
possível obter um modelo de regressão com capacidade explicativa
estatisticamente significativa, tendo-se optado por não apresentar
a curva de regressão associada ao modelo. Nesse sentido, sugere-se
que se adotem para o PVC os custos unitários obtidos para os ramais
de PEAD.
Os custos unitários de construção dos ramais são apresentados na
Figura 8.21 para ramais em PEAD. Nestas figuras são identificados a
sombreado cinzento os intervalos de extrapolação.
À semelhança das condutas de distribuição em PEAD, também os
elementos associados aos ramais foram divididos em duas
categorias, de acordo com a localização da obra: zona rural a
medianamente urbana e zona urbana.
O custo de construção aumenta com o diâmetro, observando-se
uma tendência crescente e descrita por uma regressão linear
simples. Devido à elevada variabilidade dos custos, as regressões
apresentam baixos coeficientes de determinação.

|
142 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

500
Custo unitário de construção de ramais

Elementos da amostra (n=66)


Curva de regressão (CPEAD)
em PEAD, CPEAD (€/unidade)
400

Curvas de predição (5-95%)


300
200

CPEAD = 0,8997 DN + 166


100

2
R = 0,44
0

20 32 50 63 90 110 140 160 200 250

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
700
Custo unitário de construção de ramais

Elementos da amostra (n=261)


600

Curva de regressão (CPEAD)


em PEAD, CPEAD (€/unidade)

Curvas de predição (5-95%)


500
400
300
200

CPEAD = 0,7872 DN + 244


100

2
R = 0,36
0

20 32 50 63 75 90 110 125 160 200 250

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 8.21 – Custo unitário de construção de ramais de ligação em PEAD com


intervalo de extrapolação: (a) zona rural a medianamente urbana; (b) zona urbana

O domínio de aplicação das funções de custo obtidas para as duas


categorias de ramais de ligação em PEAD apresenta a seguinte
variação:
• PEAD em zona rural a medianamente urbana: DN entre 20
e 110 mm;
• PEAD em zona urbana: DN entre 20 e 200 mm.

CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS |143


A extrapolação de 20% da curva de regressão obtida é representada
pelo sombreado cinzento mais claro e corresponde ao intervalo de
extrapolação com maior confiança, sendo que a partir deste valor a
confiança das curvas de regressão obtidas, representada pelo
sombreado cinzento mais escuro, diminui pelo que a sua utilização
deve ser realizada com parcimónia. Para estimar valores de
diâmetro nominais não considerados no domínio de aplicação deve
ser utilizada a função de custo obtida.
Na Figura 8.22 apresenta-se a comparação das funções de custo
obtidas para os ramais de ligação em PEAD para as duas zonas, rural
a medianamente urbana e urbana. Nesta figura apresentam-se,
ainda, as retas de regressão dos dois tipos de conduta de PEAD com
o intervalo de extrapolação até diâmetros nominais de 250 mm
utilizando a função estimada.
700
Custo unitário de construção de ramais

Zona urbana
600

Zona rural a medianamente urbana


em PEAD, CPEAD (€/unidade)
500
400
300
200
100
0

20 32 50 63 75 90 110 125 160 200 250

Diâmetro nominal (mm)

Figura 8.22 – Comparação do custo unitário de construção de ramais de ligação em


PEAD para as duas zonas

As curvas de regressão atrás referidas não incluem os custos de


trabalhos especiais. No entanto, apenas para os ramais domiciliários
em PEAD para a zona urbana foram identificados trabalhos
especiais. Na Figura 8.23 apresentam-se as funções de custo para o
material de PEAD em zona urbana considerando a amostra de
elementos (Curva de regressão – CPEAD) e a amostra de elementos
incluindo os custos de trabalhos especiais (Curva de regressão com

|
144 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
TE – CPEAD_TE), assim como os elementos da amostra sem incluir o
custo de trabalhos especiais. O custo de levantamento e reposição
de pavimento está incluído no custo da amostra inicial de ramais.
1000
Custo unitário de construção de ramais

Elementos da amostra (n=261)


Curva de regressão (CPEAD)
em PEAD, CPEAD (€/unidade)
800

Curva de regressão com TE (CPEAD_TE)


600
400
200

2
CPEAD = 0,7872 DN + 244 R = 0,36
2
CPEAD_TE = 2,156 DN + 352 R = 0,12
0

20 32 50 63 75 90 110 125 160 200

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 8.23 – Custo unitário de construção de ramais domiciliários com trabalhos


especiais e pavimentação em PEAD em zona urbana

CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS |145


PARTE III – SISTEMAS DE GESTÃO DE ÁGUAS
RESIDUAIS E PLUVIAIS
9. CONDUTAS ELEVATÓRIAS, EMISSÁRIOS
GRAVÍTICOS E SUBMARINOS

9.1. Tipos de componentes


Este capítulo incide na análise de custos de construção de
infraestruturas de transporte e de descarga final de águas residuais,
excluindo as estações elevatórias, nomeadamente: condutas
elevatórias, emissários gravíticos e emissários submarinos.
As condutas elevatórias têm como função o transporte de águas
residuais, em pressão, por bombeamento, desde uma estação
elevatória inicial até um ponto de chegada, tipicamente uma caixa
de visita de um emissário ou uma obra de entrada numa estação de
tratamento. O diâmetro das condutas elevatórias é definido em
função de um estudo técnico-económico que inclua o período de
exploração, adotando-se, por vezes, diâmetros mínimos de 80 mm,
apesar de o regulamento em vigor referir como diâmetro mínimo
recomendável 100 mm (Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de
agosto). O perfil longitudinal é preferencialmente ascendente,
podendo recorrer-se à instalação de ventosas ou a tubos de
ventilação para a libertação do ar acumulado nas condutas (Decreto
Regulamentar n.º 23/95, de 23 de agosto). As condutas elevatórias
analisadas provêm de sistemas de transporte e de redes de
drenagem de águas residuais e são constituídas pelos seguintes
materiais: PEAD, FFD e PVC.
Os emissários gravíticos destinam-se ao transporte das águas
residuais recolhidas desde as redes de drenagem para o local de
tratamento ou destino final. Este transporte processa-se por
gravidade e com escoamento com superfície livre, com alturas do
escoamento inferiores a metade do diâmetro para coletores com
DN≤500 mm e a 70% do diâmetro, caso contrário (Decreto
Regulamentar n.º 23/95, de 23 de agosto); garante-se, assim, o
arejamento e a ventilação do coletor e, consequentemente, a
renovação do ar existente no seu interior que contém gás sulfídrico,
potencialmente tóxico, formado durante o transporte das águas
residuais, em particular em condutas elevatórias. Os contratos
analisados incluem emissários gravíticos em PPc, PEAD, PVC e FFD.

|149
CONDUTAS ELEVATÓRIAS, EMISSÁRIOS GRAVÍTICOS E SUBMARINOS
Um emissário ou exutor submarino consiste numa conduta terminal
que assegura o transporte do efluente (em geral, tratado) até uma
certa distância da costa, promovendo os processos naturais de
diluição, dispersão e assimilação em meio marinho. Visa a redução
das concentrações de poluentes a níveis admissíveis pela legislação
e minimiza o impacto no meio ambiente. No presente estudo foram
apenas identificados e analisados emissários submarinos em PEAD
(Figura 9.1).
(a) (b)

Figura 9.1 – Emissários submarinos: (a) DN2500 (República Dominicana);


(b) DN1600 (Tunísia) (Fonte: Etermar)

9.2. Caraterização dos componentes


9.2.1. Caraterização geral
Os mapas orçamentais analisados relativos ao componente de
condutas elevatórias constituem um conjunto total de 132
contratos correspondendo a um número total de 205 elementos,
provenientes de diferentes regiões do país e com datas de
lançamento de concurso também diferentes (Quadro 9.1). Estas
condutas elevatórias fazem parte de sistemas de transporte de
águas residuais domésticas ou pluviais, não se efetuando distinção
do tipo de sistema, dadas as caraterísticas das condutas serem
similares.
Foram analisados 370 elementos relativos a emissários gravíticos,
provenientes de 169 contratos, com maior incidência de contratos
da região Norte (Quadro 9.1).

|
150 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Os emissários submarinos correspondem a um total de 14
elementos provenientes de 14 contratos analisados (Quadro 9.1).

Quadro 9.1 – Caraterísticas dos contratos analisados relativos a infraestruturas de


transporte e descarga final de águas residuais
Número total de Número total de Data de lançamento
Componente
contratos elementos de concurso
Total: 132
Norte: 33 205
Centro: 35 PEAD: 151
Condutas elevatórias [2005; 2015]
AM Lisboa: 24 FFD: 23
Alentejo: 19 PVC: 31
Algarve: 21
Total: 169
Norte: 66 370
Centro: 33 FFD: 72
Emissários gravíticos [1998; 2015]
AM Lisboa: 43 PEAD: 87
Alentejo: 13 PPc/PVC: 211
Algarve: 14
Total: 14
Norte: 2
Centro: 2
Emissários submarinos 14 [1985; 2013]
AM Lisboa: 4
Alentejo: 1
Algarve: 5

9.2.2. Condutas elevatórias


A amostra inicial relativa a condutas elevatórias constituídas pelos
diferentes materiais (FFD, PEAD e PVC) inclui 205 elementos. Não se
registaram valores anómalos para as condutas de FFD, sendo a
percentagem de valores anómalos associada às amostras de PEAD e
de PVC iguais a 3 e 19%, respetivamente. As amostras finais das
condutas elevatórias são constituídas por 23 elementos para o FFD,
146 para o PEAD e 25 para o PVC (Quadro 9.2).
Relativamente aos diâmetros nominais, o PVC é usado para os
menores diâmetros, entre 90 e 200 mm, o PEAD para diâmetros
entre 90 e 800 mm e o FFD engloba a maior gama de diâmetros,
entre 80 e 1 000 mm. A extensão de conduta constante em cada
empreitada é bastante variável, sendo o menor comprimento

CONDUTAS ELEVATÓRIAS, EMISSÁRIOS GRAVÍTICOS E SUBMARINOS |151


registado igual a 10 m para uma conduta em FFD e o maior
comprimento, 14 099 m, correspondente a uma empreitada com
coletores em PVC.
Na Figura 9.2 apresenta-se a distribuição da amostra final de
condutas elevatórias por rubricas de custo. O custo da tubagem de
FFD é, em termos médios, da ordem dos 44% do valor total de
construção, incluindo pavimentação; para condutas em PVC e PEAD,
este valor é de apenas 11 e 20%, respetivamente. A pavimentação
também apresenta um grande peso no custo total, em particular em
condutas em PVC com valores (medianos) de 28%, seguido de 22%
para condutas em PEAD e 12% em FFD.

Quadro 9.2 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de condutas elevatórias
Percentagem de Diâmetros
Material Amostra final Extensão (m)
valores anómalos nominais (mm)
FFD 0% 23 [80; 1 000] [10, 3 169]

PEAD 3% 146 [90; 800] [18, 6 309]

PVC 19% 25 [90; 200] [15, 14 099]

3%
Estaleiro 4%
6%

12%
Pavimentação 22%
28%

12%
Movimento
de terras 26%
23%

44%
Tubagens 20%
11%

14% Conduta elevatória


Construção em FFD (n=23)
Civil 13%
16% Conduta elevatória
em PEAD (n=146)
15%
Trabalhos Conduta elevatória
especiais 13% em PVC (n=25)
11%

Mediana das percentagens das rubricas de custo (%)

Figura 9.2 – Distribuição da amostra final de condutas elevatórias por rubricas de


custo

|
152 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
9.2.3. Emissários gravíticos
A amostra inicial relativa a emissários gravíticos construídos em vala
aberta, constituídos pelos diferentes materiais (PPc, PEAD, PVC e
FFD) é composta por 205 elementos.
O FFD é um material comummente utilizado em emissários
gravíticos em travessias de linhas de águas (enterrado), de estradas
nacionais (em passagens hidráulicas) ou de pontes, em condutas
suspensas ou apoiadas no tabuleiro. Nos emissários gravíticos
registou-se apenas a utilização deste material em vala e em
travessias (sem abertura de vala). Devido às diferenças de custo de
emissários de FFD em vala e em travessia, optou-se por separar
estes dois tipos de condutas. Por outro lado, o PPc e o PVC
apresentam custos nas diversas rubricas muito semelhantes, sendo
por isso, apresentado um custo de construção único para os dois
materiais.
A percentagem de valores anómalos registada é 3% para o PPc/PVC
e 21% para o PEAD. As amostras finais dos materiais dos emissários
gravíticos são constituídas por 50 elementos relativos ao FFD em
vala, 14 elementos para o FFD em travessia, 68 elementos para o
PEAD e 204 elementos para emissários em PPc/PVC (Quadro 9.3).
O PPc/PVC e o FFD em vala são usados, nas amostras analisadas, em
coletores com diâmetros até 1 000 mm, enquanto o PEAD é usado
para diâmetros até 1 600 mm. O FFD em travessia apresenta a
menor gama de diâmetros nominais, entre 200 e 900 mm. Em
termos de extensão, o FFD em travessia é utilizado para menores
extensões de rede, sendo o comprimento máximo de 2 699 m. O
PPc/PVC é utilizado para maiores extensões, com um comprimento
máximo de 22 076 m. A profundidade média de vala varia entre 1,2
m para emissários em PEAD e 4,9 m para emissários em FFD.
Na Figura 9.3 apresenta-se a distribuição de emissários por rubricas
de custo. O custo da tubagem de FFD varia, em termos médios, de
52 a 80% em vala e em travessia, respetivamente; para emissários
em PPc/PVC e PEAD, o valor da tubagem varia entre 14 e 26%,
respetivamente. Cada uma das rubricas de custo tem um peso
relativo muito similar para as tubagens de PEAD e PPc/PVC, sendo
as componentes de movimento de terras e câmaras de visita as mais

|153
CONDUTAS ELEVATÓRIAS, EMISSÁRIOS GRAVÍTICOS E SUBMARINOS
significativas, com valores (medianos) variáveis entre 23 e 33% e
entre 14 e 20%, respetivamente.
O custo da pavimentação apresenta menor variabilidade entre os
contratos analisados deste componente em relação aos restantes
componentes (coletores gravíticos e condutas elevatórias).

Quadro 9.3 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de emissários gravíticos
Percentagem
Amostra Diâmetro Profundidade
Material de valores Extensão (m)
final nominal (mm) média (m)
anómalos
FFD em
9% 50 [200; 1 000] [10; 3 268] [1,2; 4,9]
vala
FFD em
18% 14 [200; 900] [18; 2 699] –
travessia

PEAD 21% 68 [200; 1 600] [10; 3 715] [1,2; 4,5]

PPc/PVC 3% 204 [200; 1 000] [10;22 076] [1,4; 4,8]

3%
Estaleiro 1%
4%
5%

3%
Pavimentação 0%
9%
5%

19%
Movimento 0%
de terras 23%
33%

52%
Tubagens 80%
26%
14%

3% Emissário de FFD em
Construção 9% vala (n=50)
civil 5%
7% Emissário de FFD em
travessia (n=14)
10%
Câmaras 6%
Emissário de PEAD
14% (n=81)
20%
Emissário de PPc/PVC
14%
Trabalhos (n=204)
2%
especiais 18%
12%
Mediana das percentagens das rubricas de custo (%)

Figura 9.3 – Distribuição da amostra final de emissários gravíticos por rubricas de


custo

|
154 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
9.2.4. Emissários submarinos
A amostra inicial relativa a emissários submarinos é constituída por
14 elementos, sendo o único material utilizado nos contratos
analisados o PEAD (Quadro 9.4). Não se registaram valores
anómalos, sendo a amostra final igual à amostra inicial. Em termos
de diâmetros nominais, os emissários submarinos analisados têm
diâmetros entre 315 e 1 800 mm e extensões entre 390 e 3 000 m.

Quadro 9.4 – Resumo das caraterísticas da amostra final de emissários submarinos


Percentagem de Diâmetro
Material Amostra final Extensão (m)
valores anómalos nominal (mm)
PEAD 0% 14 [315; 1 800] [390; 3 000]

9.3. Custo de construção de condutas elevatórias,


emissários gravíticos e submarinos
9.3.1. Nota introdutória
O custo de construção das infraestruturas de transporte de águas
residuais (condutas elevatórias e emissários gravíticos) depende de
um conjunto de parâmetros caraterísticos, nomeadamente, o
diâmetro nominal do coletor/conduta, o material, a extensão a
construir, a profundidade média de vala (no caso dos emissários), o
tipo de pavimento, o volume e natureza dos movimentos de terras
(e.g., percentagem de rocha) e os órgãos e acessórios a instalar.
Nas condutas elevatórias, os parâmetros caraterísticos
considerados para a construção de funções de custo são o material,
o diâmetro nominal e o tipo de pavimento. Os restantes parâmetros
não foram considerados por não serem tão relevantes no custo de
construção ou por não ter sido possível obter toda a informação que
os permitisse caraterizar de forma completa nos mapas
orçamentais.
Os custos unitários tendem a diminuir com a extensão de
coletor/conduta incluída na obra, o que se justifica pela economia
de escala. Apesar desta tendência ser observada praticamente em
todos os materiais (exceto no FFD e PEAD em condutas elevatórias
e no FFD em emissários), o coeficiente de determinação não tem

CONDUTAS ELEVATÓRIAS, EMISSÁRIOS GRAVÍTICOS E SUBMARINOS |155


significado estatístico para suportar esta observação (Figura 9.4 e
Figura 9.5a). Por outro lado, os custos tendem a aumentar com a
percentagem de rocha na vala, dado esta incrementar os custos
associados aos movimentos de terra. No entanto, a maioria dos
mapas orçamentais analisados não indicam a distribuição dos tipos
de material que compõem a vala, nem a percentagem de rocha, pelo
que este fator não foi incluído na análise.
Os custos unitários tendem a aumentar com a profundidade média
da rede, o que é explicado por um maior volume de movimento de
terras (Figura 9.5b). A profundidade média é um parâmetro que
tende a não ser conhecido para os coletores existentes ou para
obras em fase de planeamento (sem projeto); também é um
parâmetro difícil de estimar e com grande incerteza associada em
mapas orçamentais de obras em concurso, exigindo um tratamento
exaustivo e moroso de dados. Assim, a profundidade média não é
utilizada para exprimir os custos de construção dos coletores,
apesar de se reconhecer que se trata de um parâmetro relevante,
uma vez que, na maioria das situações, não é um parâmetro
conhecido.
Os custos unitários aumentam com o diâmetro, o que é explicado
por uma maior largura da vala (com custos de movimentos de terras
e de pavimentação mais elevados) e por uma tubagem com custo
também mais elevado.
700

FFD (CFFD)
600

PEAD (CPEAD)
Custo unitátio de construção
de condutas elevatórias (€/m)

PVC (CPVC)
500
400

2
300

CFFD = 0,047 L + 160 R = 0,071


2
CPEAD = 0,0012 L + 58 R = 0,0007
2
200

CPVC = -0,00048 L + 40 R = 0,014


100
0

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000

Extensão, L (m)

Figura 9.4 – Variação do custo unitário de condutas elevatórias em função da


extensão de rede

|
156 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

1000 FFD em vala (CFFD_vala)


FFD em travessia (CFFD_travessia)
de emissários gravíticos (€/m)
Custo unitátio de construção

800

PEAD (CPEAD)
PPc/PVC (CPPc/PVC)
600

2
CFFD_vala = 0,038 L + 180 R = 0,061
2
400

CFFD_travessia = 0,016 L + 210 R = 0,010


2
CPEAD = -0,041 L + 210 R = 0,024
2
200

CPPc/PVC = -0,0014 L + 96 R = 0,012


0

0 5000 10000 15000 20000 25000

Extensão, L (m)

(b)
1000

FFD em vala (CFFD_vala)


PEAD (CPEAD)
de emissários gravíticos (€/m)
Custo unitátio de construção

800

PPc/PVC (CPPc/PVC)

2
CFFD_vala = 60 H + 35 R = 0,37
600

2
CPEAD = 77 H - 14 R = 0,18
2
CPPc/PVC = 26 H + 26 R = 0,19
400
200
0

0 1 2 3 4 5

Profundidade de vala, H (m)

Figura 9.5 – Variação do custo unitário de emissários gravíticos em função:


(a) extensão de rede; (b) profundidade média de vala

9.3.2. Condutas elevatórias


Os custos de construção de condutas elevatórias não incluem os
custos de pavimentação, nem trabalhos especiais (ver Quadro 13.5).
Os custos unitários para cada material analisado são apresentados
nas figuras que se seguem: FFD (Figura 9.6a), PEAD (Figura 9.6b) e
PVC (Figura 9.6c).

CONDUTAS ELEVATÓRIAS, EMISSÁRIOS GRAVÍTICOS E SUBMARINOS |157


O custo de construção aumenta com o diâmetro para todos os
materiais; esta tendência crescente é descrita por uma regressão
polinomial quadrática ou linear simples. As curvas de regressão
apresentam coeficientes de determinação elevados: R2 = 0,92 para
o FFD; R2 = 0,90 para o PEAD e R2 = 0,85 para o PVC. Foram, ainda,
obtidas as curvas de predição associadas aos percentis 5 e 95%. O
custo de construção de condutas elevatórias deverá ser acrescido
do custo de pavimentação em função do tipo de pavimento e do
custo associado a trabalhos especiais (caso existam).
O domínio de aplicação das funções de custo obtidas para os três
materiais de condutas elevatórias apresenta a seguinte variação:
• FFD: diâmetros nominais entre 80 e 1 000 mm;
• PEAD: diâmetros nominais entre 90 e 800 mm;
• PVC: diâmetros nominais entre 90 e 200 mm.
A extrapolação das funções de custo é apresentada nas mesmas
figuras. A extrapolação de 20% da curva de regressão obtida é
representada pelo sombreado cinzento mais claro e corresponde ao
intervalo de extrapolação com maior confiança. Fora deste domínio
de extrapolação, representado pelo sombreado cinzento mais
escuro, a confiança associada às curvas de regressão obtidas diminui
significativamente (realizado apenas para as condutas elevatórias
em PVC). Ambas as extrapolações contemplam erros de avaliação,
por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão,
devendo a utilização das curvas ser realizada com parcimónia.
Recomendam-se que as extrapolações para os três materiais sejam
efetuadas através das funções de custo obtidas para valores
superiores ao domínio de aplicação.

|
158 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

900
Custo unitário de construção de condutas
Elementos da amostra (n=23)
elevatórias em FFD, C FFD (€/m)
Curva de regressão (CFFD)
Curvas de predição (5-95%)
600
300

CFFD = 0,6732 DN + 15
2
R = 0,92
0

80 200 300 400 600 800 1000 1200

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
800
Custo unitário de construção de condutas

Elementos da amostra (n=146)


elevatórias em PEAD, C PEAD (€/m)

Curva de regressão (CPEAD)


600

Curvas de predição (5-95%)


400

2
CPEAD = 0,00059 DN + 0,1043 DN + 15
2
R = 0,90
200
0

90 140 200 280 355 500 560 700 800 900 1000

Diâmetro nominal, DN (mm)

(c)
100
Custo unitário de construção de condutas
elevatórias em PVC, C PVC (€/m)
80
60

Elementos da amostra (n=25)


Curva de regressão (CPVC)
40

Curvas de predição (5-95%)

CPVC = 0,1933 DN + 15
20

2
R = 0,85
0

90 125 160 200 225 280 315 355 400 500

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 9.6 – Custo unitário de construção de condutas elevatórias em:


(a) FFD; (b) PEAD; (c) PVC

CONDUTAS ELEVATÓRIAS, EMISSÁRIOS GRAVÍTICOS E SUBMARINOS |159


Na Figura 9.7(a) apresenta-se uma análise comparativa dos custos
de condutas elevatórias de águas residuais, não considerando os
custos associados à pavimentação, nem os custos associados a
trabalhos especiais. O FFD apresenta a maior gama de diâmetros
nominais, seguido do PEAD e, por último, do PVC. Os custos do PVC
são praticamente coincidentes com os do PEAD, no domínio de
aplicação do PVC (i.e., entre 80 e 200 mm). A extrapolação das
funções de custo até diâmetros nominais de 1 200 mm para o FFD,
1 000 mm para o PEAD e 500 mm para o PVC, utilizando a função
estimada é apresentada na Figura 9.7(b).
As curvas de regressão atrás referidas não incluem os custos de
trabalhos especiais nem custos de pavimentação. Na Figura 9.8
apresentam-se as funções de custo para os três materiais de
condutas elevatórias considerando a amostra de elementos (Curva
de regressão), a amostra de elementos incluindo os custos de
trabalhos especiais (Curva de regressão com TE) e a amostra de
elementos incluindo os custos de trabalhos especiais e de
pavimentação (Curva de regressão com TE e Pav), assim como os
elementos da amostra correspondentes ao custo de construção sem
incluir trabalhos especiais e pavimentação.
Para os três materiais de condutas elevatórias é possível distinguir
as três funções de custo, verificando-se que, para os materiais de
FFD e PEAD, o custo de trabalhos especiais aumenta com o diâmetro
nominal. O custo de trabalhos especiais é diferente para cada
material, apresentando um valor mediano de 28 €/m para o FFD em
vala, 17 €/m para o PEAD e 8 €/m para o PVC.

|
160 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

800
FFD
Custo unitátio de construção
de condutas elevatórias (€/m)

PEAD
600

PVC
400

2
200

CFFD = 0,6732 DN + 15 R = 0,92


2 2
CPEAD = 0,00059 DN + 0,1043 DN + 15 R = 0,90
2 2
CPVC = 0,016 DN + 0,1933 DN + 15 R = 0,85
0

0 200 400 600 800 1000 1200

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
1000

FFD
de condutas elevatórias (€/m)
Custo unitátio de construção

800

PEAD
PVC
600
400
200
0

0 200 400 600 800 1000 1200

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 9.7 – Custo unitário de construção dos três materiais de condutas


elevatórias: (a) no domínio de aplicação; (b) com intervalo de extrapolação

CONDUTAS ELEVATÓRIAS, EMISSÁRIOS GRAVÍTICOS E SUBMARINOS |161


(a)

900
Custo unitário de construção de condutas
Elementos da amostra (n=23)

elevatórias em FFD, C FFD (€/m)


Curva de regressão (CFFD)
Curva de regressão com TE (CFFD_TE)
Curva de regressão com TE e Pav (CFFD_TE_Pav)

600
300
2
CFFD = 0,6732 DN + 15 R = 0,92
2
CFFD_TE = 0,7442 DN + 43 R = 0,94
2
CFFD_TE_Pav = 0,7904 DN + 58 R = 0,92
0

80 200 300 400 600 800 1000

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
800
Custo unitário de construção de condutas

Elementos da amostra (n=146)


elevatórias em PEAD, C PEAD (€/m)

Curva de regressão (CPEAD)


Curva de regressão com TE (CPEAD_TE)
600

Curva de regressão com TE e Pav (CPEAD_TE_Pav)


2 2
CPEAD = 0,00059 DN + 0,1043 DN + 15 R = 0,90
2 2
CPEAD_TE = 0,00089 DN - 0,0023 DN + 32 R = 0,68
400

2 2
CPEAD_TE_Pav = 0,00086 DN + 0,013 DN + 47 R = 0,63
200
0

90 140 200 280 355 500 560 700 800

Diâmetro nominal, DN (mm)

(c)
100
Custo unitário de construção de condutas

Elementos da amostra (n=25)


Curva de regressão (CPVC)
elevatórias em PVC, C PVC (€/m)

Curva de regressão (CPVC_TE)


80

Curva de regressão (CPVC_TE_Pav)


60
40

2
CPVC = 0,1933 DN + 15 R = 0,85
20

2
C PVC_TE = 0,1964 DN + 23 R = 0,42
2
CPVC_TE_Pav = 0,2063 DN + 38 R = 0,45
0

90 110 125 140 160 180 200

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 9.8 – Custo unitário de construção de condutas elevatórias com trabalhos


especiais e pavimentação: (a) FFD; (b) PEAD; (c) PVC

|
162 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
No caso de o material de tubagem ser desconhecido, deverá utilizar-
se a função de custo para uma conduta elevatória genérica
(independente do material), construída com todos os elementos da
amostra (Figura 9.9). Esta curva pode ser usada para estimar
genericamente os custos de condutas elevatórias uma vez
especificado um diâmetro médio, devendo ser acrescidos dos
custos de pavimentação e de trabalhos especiais. À semelhança da
análise anterior, foram, também, representadas as funções com os
custos de trabalhos especiais e de pavimentação. Verifica-se que o
custo de trabalhos especiais apresenta um peso significativo,
principalmente para os maiores diâmetros nominais.
1000

Conduta elevatória (CElev )


Conduta elevatória com TE (CElev_TE)
Custo unitátio de construção
de condutas elevatórias (€/m)
800

Conduta elevatória com TE e Pav (CElev_TE_Pav )


600
400

2 2
200

CElev = 0,00049 DN + 0,2043 DN + 15 R = 0,83


2 2
CElev_TE = 0,00085 DN + 0,0297 DN + 45 R = 0,72
2 2
CElev_TE_Pav = 0,00085 DN + 0,0297 DN + 60 R = 0,68
0

0 200 400 600 800 1000 1200

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 9.9 – Custo unitário de construção de conduta elevatória genérica com


trabalhos especiais e pavimentação

9.3.3. Emissários gravíticos


Os custos de construção de emissários gravíticos não incluem custos
de pavimentação, nem custos de trabalhos especiais. Os custos
unitários dos emissários para cada material analisado são
apresentados nas figuras que se seguem: FFD em vala (Figura 9.10a),
FFD em travessia (Figura 9.10b), PEAD (Figura 9.12a) e PPc/PVC
(Figura 9.12b).
O custo de construção dos emissários aumenta com o diâmetro para
todos os materiais, observando-se uma tendência crescente,
descrita por uma regressão polinomial quadrática. As curvas de
regressão apresentam coeficientes de determinação elevados:

CONDUTAS ELEVATÓRIAS, EMISSÁRIOS GRAVÍTICOS E SUBMARINOS |163


R2 = 0,95 para o FFD em vala; R2 = 0,99 para o FFD em travessia; R2 =
0,92 para o PEAD e R2 = 0,79 para o PVC. Foram, ainda, obtidas as
curvas de predição associadas aos percentis 5 e 95%. O custo de
construção de emissários gravíticos deverá ser acrescido do custo
de pavimentação (em função do tipo de pavimento) e do custo
associado a trabalhos especiais (caso existam).
O domínio de aplicação das funções de custo obtidas para os três
materiais de emissários gravíticos apresenta a seguinte variação:
• FFD em vala: diâmetros nominais entre 200 e 1 000 mm;
• FFD em travessia: diâmetros nominais entre 200 e 900 mm;
• PEAD: diâmetros nominais entre 200 e 1 600 mm;
• PVC: diâmetros nominais entre 200 e 1 000 mm.
A extrapolação das funções de custo é apresentada nas mesmas
figuras. A extrapolação de 20% da curva de regressão obtida é
representada pelo sombreado cinzento mais claro e corresponde ao
intervalo de extrapolação com maior confiança. Fora deste domínio
de extrapolação, representado pelo sombreado cinzento mais
escuro, a confiança associada às curvas de regressão obtidas diminui
significativamente, sendo apresentado apenas para os emissários
em FFD em vala e em PPc/PVC. Ambas as extrapolações
contemplam erros de avaliação, por defeito ou por excesso, que
podem ter alguma expressão, devendo a utilização das curvas ser
realizada com parcimónia. Recomendam-se que as extrapolações
para os três materiais sejam efetuadas através das funções de custo
obtidas para valores superiores ao domínio de aplicação.
No caso dos emissários em FFD instalado em travessia, não se
apresentou a extrapolação, uma vez que as funções de custo
estimadas para vala e travessia apresentam resultados incoerentes
no intervalo de extrapolação. O custo de emissários em FFD em
travessia pode corresponder entre 82 a 95% do custo de emissários
homólogos em vala, aumentando com o diâmetro nominal e
apresentando um valor mediano de 91%. Assim, a extrapolação do
custo de emissários em FFD em travessia deverá ser realizada
através da função estimada para os emissários em FFD em vala,
utilizando o fator multiplicativo de 0,91 (Figura 9.11).

|
164 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

1200
Custo unitário de construção de emissários

1000 Elementos da amostra (n=50)


Curva de regressão (CFFD em vala)
em FFD, CFFD em vala (€/m)

Curvas de predição (5-95%)


800
600
400

2
CFFD = 0,000033 DN + 0,4622 DN + 25
2
200

R = 0,95
0

200 350 500 700 900 1200 1400 1600 1800 2000

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
Custo unitário de construção de emissários

500

Elementos da amostra (n=14)


Curva de regressão (CFFD em travessia)
em FFD, CFFD em travessia (€/m)
400

Curvas de predição (5-95%)


300
200

2
CFFD = 0,000067 DN + 0,421 DN + 10
100

2
R = 0,99
0

200 300 350 400 500 600 700 800 900

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 9.10 – Custo unitário de construção de emissários gravíticos em FFD: (a) em


vala; (b) em travessia

CONDUTAS ELEVATÓRIAS, EMISSÁRIOS GRAVÍTICOS E SUBMARINOS |165


1000
FFD em vala

Custo unitátio de construção


FFD em travessia

de emissários em FFD (€/m)


800
600
400
200
0

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

Diâmetro nominal (mm)

Figura 9.11 – Comparação do custo unitário de construção de emissários gravíticos


em FFD em vala e em travessia

Na Figura 9.13 apresenta-se uma análise comparativa dos custos de


emissários gravíticos excluindo os custos associados à pavimentação
e aos trabalhos especiais. Os emissários em PEAD apresentam a
maior gama de diâmetros nominais (até 1 600 mm), sendo que, para
menores diâmetros, apresentam um custo inferior ao dos
emissários em FFD (em vala e travessia) e a partir de diâmetros de
700 mm, o PEAD tem um custo mais elevado (Figura 9.13a). Os
custos elevados de PEAD para os grandes diâmetros são justificados
pelos trabalhos de entivação realizados nessas empreitadas,
agravados pela localização de emissários em zonas mais baixas e
mais próximas de ETAR. A extrapolação das funções de custo para
os três materiais até diâmetros de 2 000 mm, utilizando as funções
estimadas, é apresentada na Figura 9.14.

|
166 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

2500 Elementos da amostra (n=68)


emissários em PEAD, CPEAD (€/m)
Custo unitário de construção de

Curva de regressão (CPEAD)


2000

Curvas de predição (5-95%)


1500

2
CPEAD = 0,00041 DN + 0,1997 DN + 25
2
1000

R = 0,92
500
0

200 315 450 560 710 900 1200 1400 1600 1800 2000

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
600
emissários em PPc/PVC, CPPc/PVC (€/m)

Elementos da amostra (n=204)


Custo unitário de construção de

Curva de regressão (CPPc/PVC)


500

Curvas de predição (5-95%)


400
300
200

2
CPPc/PVC = 0,000028 DN + 0,2021 DN + 25
100

2
R = 0,79
0

200 315 500 630 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 9.12 – Custo unitário de construção de emissários gravíticos em: (a) PEAD;
(b) PPc/PVC

CONDUTAS ELEVATÓRIAS, EMISSÁRIOS GRAVÍTICOS E SUBMARINOS |167


(a)

1500
2 2
CFFD_vala = 0.000033 DN + 0,4622 DN + 25 R = 0,95

de emissários gravíticos (€/m)


2 2

Custo unitátio de construção


CFFD_travessia = 0,000067 DN + 0,421 DN + 25 R = 0,99
2 2
CPEAD = 0,00041 DN + 0,1997 DN + 25 R = 0,92

1000
2 2
CPPc/PVC = 0,000028 DN + 0,2021 DN + 25 R = 0,79
500

FFD em vala
FFD em travessia
PEAD
PPc/PVC
0

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
500

FFD em vala
FFD em travessia
de emissários gravíticos (€/m)
Custo unitátio de construção

400

PEAD
PPc/PVC
300
200
100
0

200 400 600 800 1000

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 9.13 – Custo unitário de construção dos três materiais de emissários


gravíticos no domínio de aplicação: (a) até DN1600; (b) até DN1000

|
168 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
2000 FFD em vala
de emissários gravíticos (€/m)
Custo unitátio de construção

FFD em travessia
1500

PEAD
PPc/PVC
1000
500
0

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

Diâmetro nominal (mm)

Figura 9.14 – Custo unitário de construção dos três materiais de emissários


gravíticos com intervalo de extrapolação

As curvas de regressão apresentadas não incluem os custos de


trabalhos especiais nem custos de pavimentação. Na Figura 9.15
apresentam-se as funções de custo para os três materiais de
emissários gravíticos considerando a amostra de elementos (Curva
de regressão), a amostra de elementos incluindo os custos de
trabalhos especiais (Curva de regressão com TE) e a amostra de
elementos incluindo os custos de trabalhos especiais e de
pavimentação (Curva de regressão com TE e Pav), assim como os
elementos da amostra correspondentes ao custo de construção sem
incluir trabalhos especiais e pavimentação. A amostra de elementos
de FFD instalada em travessia não apresenta trabalhos especiais,
pelo que não se efetuou esta análise.
Para os três materiais de emissários gravíticos é possível distinguir
as três funções de custo, principalmente para os materiais de PEAD
e PPc/PVC. O custo de trabalhos especiais é diferente para os três
materiais, apresentando um valor mediano de 21 €/m para o FFD
em vala, 52 €/m para o PEAD e 11 €/m para o PVC.

CONDUTAS ELEVATÓRIAS, EMISSÁRIOS GRAVÍTICOS E SUBMARINOS |169


(a)

Custo unitário de construção de emissários

700
Elementos da amostra (n=50)

600
Curva de regressão (CFFD)

em FFD, CFFD em vala (€/m)


Curva de regressão com TE (CFFD_TE)

500
Curva de regressão com TE e Pav (CFFD_TE_Pav )

400
300
200
2 2
CFFD = 0,000033 DN + 0,4622 DN + 25 R = 0,95
100

2 2
CFFD_TE = 0,00006 DN + 0,4166 DN + 46 R = 0,93
2 2
CFFD_TE_Pav = 0,000079 DN + 0,3966 DN + 61 R = 0,91
0

200 300 400 500 600 700 800 900 1000

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
1600

Elementos da amostra (n=68)


emissários em PEAD, CPEAD (€/m)
Custo unitário de construção de

Curva de regressão (CPEAD)


1200

Curva de regressão com TE (CPEAD_TE)


Curva de regressão com TE e Pav (CPEAD_TE_Pav )
800
400

2 2
CPEAD = 0.00041 ⋅ DN + 0.1997 ⋅ DN+ 25, R = 0.92
2 2
CPEAD_TE = 0.00042 ⋅ DN + 0.2125 ⋅ DN+ 77, R = 0.72
2 2
CPEAD_TE_Pav = 0.00041 ⋅ DN + 0.2415 ⋅ DN+ 92, R = 0.68
0

200 315 450 560 710 800 900 1000 1200 1400 1600

Diâmetro nominal, DN (mm)

(c)
400
emissários em PPc/PVC, CPPc/PVC (€/m)

Elementos da amostra (n=204)


Custo unitário de construção de

Curva de regressão (CPPc/PVC)


Curva de regressão com TE (CPPc/PVC_TE)
300

Curva de regressão com TE e Pav (CPPc/PVC_TE_Pav)


200
100

2 2
CPPc/PVC = 0,000028 DN + 0,2021 DN + 25 R = 0,79
2
CPPc/PVC_TE = 0,000065 DN + 0,1855 DN + 36 R 2 = 0,65
2 2
CPPc/PVC_TE_Pav = 0,00014 DN + 0,1386 DN + 51 R = 0,60
0

200 315 400 500 630 800 1000

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 9.15 – Custo unitário de construção de emissários gravíticos com trabalhos


especiais e pavimentação: (a) FFD em vala; (b) PEAD; (c) PPc/PVC

|
170 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
No caso de o material de tubagem ser desconhecido, deverá utilizar-
se a função de custo para um emissário gravítico genérico
(independente do material), construído com todos os elementos
dos três materiais (Figura 9.16). Esta curva pode ser usada para
estimar os custos de emissários gravíticos desconhecendo o
material, uma vez especificado o diâmetro médio, devendo ser
acrescidos dos custos de pavimentação e de trabalhos especiais. À
semelhança da análise anterior, foram, também, representadas as
funções com os custos de trabalhos especiais e de pavimentação,
verificando-se que ambas as rubricas de custo aumentam com o
diâmetro.
1600

Emissários gravíticos (CEmissários )


Emissários gravíticos com TE (CEmissários_TE)
de emissários gravíticos (€/m)
Custo unitátio de construção

Emissários gravíticos com TE e Pav (CEmissários_TE_Pav )


1200

2 2
CEmissários = 0.00035 DN + 0,2163 DN + 25 R = 0,85
2 2
CEmissários_TE = 0,11 DN + 0,1084 DN + 43 R = 0,69
2 2
CEmissários_TE_Pav = 0,092 DN + 0,0916 DN + 58 R = 0,64
800
400
0

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 9.16 – Custo unitário de construção de emissário gravítico genérico com


trabalhos especiais e pavimentação

9.3.4. Emissários submarinos


O custo de construção de um emissário submarino é influenciado
por um conjunto de parâmetros caraterísticos, nomeadamente, o
diâmetro nominal, o material, a extensão a construir, o volume e a
natureza dos movimentos de terras (troço terrestre), o tipo de
instalação e condições de instalação (em rio ou mar), os órgãos e
acessórios a instalar, mão de obra local e equipamentos disponíveis.
Nos emissários submarinos, os parâmetros caraterísticos utilizados
para a construção de funções de custo são o material de tubagem e
o diâmetro nominal. Os restantes parâmetros não foram

CONDUTAS ELEVATÓRIAS, EMISSÁRIOS GRAVÍTICOS E SUBMARINOS |171


considerados, por não ter sido possível obter toda a informação
necessária através dos mapas orçamentais.
O custo de construção aumenta com o diâmetro, observando-se
uma tendência crescente e descrita por uma regressão linear. A
curva de regressão apresenta um coeficiente de determinação
R2 = 0,74, sendo, ainda, possível obter as curvas de predição
associadas aos percentis 5 e 95% (Figura 9.17).
O domínio de aplicação da função de custo de emissários
submarinos em PEAD compreende diâmetros nominais entre 315 e
1 800 mm. O intervalo de extrapolação é apresentado até diâmetros
nominais de 2 000 mm, representado pelo sombreado cinzento.
A extrapolação do custo de emissários submarinos em PEAD pode
ser realizada pela extrapolação da função estimada da amostra. A
extrapolação para outros diâmetros nominais não considerados
neste intervalo (315 e 1 800 mm) deve ser efetuada com
parcimónia.
8000
Custo unitário de construção de emissário

Elementos da amostra (n=14)


submarino em PEAD, CPEAD (€/m)

Curva de regressão (CPEAD)


Curvas de predição (5-95%)
6000
4000
2000

CPEAD = 2,766 DN + 253


2
R = 0,74
0

315 450 560 800 1000 1400 1800 2000

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 9.17 – Custo unitário de construção de emissários submarinos em PEAD com


intervalo de extrapolação

Apresenta-se na Figura 9.18 a comparação dos custos unitários de


construção de emissários gravíticos e submarinos em PEAD.
Verifica-se que os custos dos emissários submarinos são duas a oito
vezes superiores aos dos gravíticos (para o mesmo diâmetro) e que
esta diferença tende a aumentar com o diâmetro. Apesar dos

|
172 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
emissários submarinos não terem custos associados ao movimento
de terras e às caixas de visita, os custos de mobilização de
equipamento, máquinas e recursos humanos para o local da obra
são muito superiores às rubricas de custo anteriores. Por outro lado,
os custos de emissários submarinos dependem fortemente do tipo
de emissário que se pretende construir, enterrado ou não, dos
custos de dragagem associados, da percentagem de areia e rocha
no solo e do diâmetro nominal.
6000

Emissário gravítico em PEAD


5000

Emissário submarino em PEAD


Custo unitátio de construção
de emissários (€/m)
4000
3000
2000
1000
0

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

Diâmetro nominal (mm)

Figura 9.18 – Comparação do custo unitário de construção de emissários gravíticos


e submarinos em PEAD

CONDUTAS ELEVATÓRIAS, EMISSÁRIOS GRAVÍTICOS E SUBMARINOS |173


10. COLETORES DOMÉSTICOS E PLUVIAIS E
RAMAIS

10.1. Tipos de componentes


Os sistemas de drenagem pública de águas residuais podem ser do
tipo separativo, unitário, misto ou separativo parcial (pseudo-
separativo). Os sistemas de coletores analisados são todos do tipo
separativo, sendo constituídos por duas redes de coletores distintas,
uma destinada à drenagem de águas residuais domésticas e
industriais e outra à drenagem de águas pluviais. Os coletores têm,
tipicamente, uma secção circular, ovoide ou retangular, sendo a
primeira a única identificada nos mapas orçamentais analisados. A
infraestrutura de drenagem foi divida em coletores domésticos,
coletores pluviais e ramais domiciliários, incluindo cada um destes
todos os componentes necessários para a sua construção (e.g.,
tubagem, caixas de visita).
Os coletores domésticos têm por finalidade assegurar o transporte
de águas residuais domésticas, industriais ou pluviais, provenientes
das edificações ou da via pública, a destino final adequado (Decreto
Regulamentar n.º 23/95). A designação de coletores é tipicamente
associada ao transporte por gravidade com superfície livre, em que
o escoamento se processa apenas em parte da secção do coletor,
não devendo exceder metade da altura total para diâmetros iguais
ou inferiores a 500 mm e 75% da altura total para diâmetros
superiores, em coletores domésticos (Decreto Regulamentar n.º
23/95). Podem ocorrer situações excecionais em que o escoamento
se processa graviticamente sob pressão (e.g., em sifões invertidos
para travessias de linhas de água), casos esses atípicos e não
abordados no presente estudo. Sempre que o escoamento se
processe sob pressão por bombeamento, são tratados como
condutas elevatórias de águas residuais, objeto do Capítulo 9.
Os coletores domésticos objeto de análise são constituídos por três
materiais – polipropileno corrugado (PPc), policloreto de vinilo (PVC)
e ferro fundido dúctil (FFD) – e têm diâmetros variáveis entre o valor
mínimo regulamentar para coletores de águas residuais domésticas,

|175
COLETORES DOMÉSTICOS E PLUVIAIS E RAMAIS
200 mm (Decreto Regulamentar n.º 23/95), e o diâmetro de
400 mm.
Os ramais de ligação domiciliários (ou domésticos) têm por
finalidade assegurar a condução das águas residuais domésticas
prediais, desde as câmaras de ramal de ligação até à rede pública. O
diâmetro nominal mínimo admitido nos ramais de ligação é
de 125 mm (Decreto Regulamentar n.º 23/95). O material de
tubagem dos ramais de ligação domiciliários é usualmente PPc ou
PVC. No entanto, não foi realizada a distinção dos materiais
utilizados nos ramais dos contratos analisados (Figura 10.1).

Figura 10.1 – Caixas e ramais de ligação domiciliários

Os coletores de águas pluviais, ou simplesmente coletores pluviais,


recolhem a água proveniente da precipitação caída diretamente no
local, ou em bacias limítrofes contribuintes, que contém,
geralmente, menores quantidades de matéria poluente
relativamente às águas residuais domésticas. Consideram-se de
caraterísticas similares às águas pluviais as provenientes de rega de
jardins e espaços verdes, e de lavagem de arruamentos, passeios,
pátios e parques de estacionamento, normalmente recolhidas por
sarjetas, sumidouros e ralos (Decreto Regulamentar n.º 23/95). Os
materiais utilizados nos coletores de águas pluviais dos mapas
orçamentais analisados são o betão e o polipropileno corrugado
(PPc), Figura 10.2. O diâmetro nominal mínimo admitido nos
coletores de águas pluviais é 300 mm (Decreto Regulamentar n.º
23/95).

|
176 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a) (b)

Figura 10.2 – Coletores gravíticos pluviais: (a) Betão; (b) PPc

10.2. Caraterização dos componentes


10.2.1. Caraterização geral
Nas redes de drenagem, incluindo coletores domésticos, ramais de
ligação domiciliários e coletores pluviais, foram analisados 105
contratos, os quais incluíam a construção de um ou mais
componentes das redes de drenagem, distribuídos por diferentes
regiões do país, permitindo obter uma amostra de 155 elementos
nos coletores domésticos, 99 elementos nos ramais de ligação
domiciliários e 42 elementos nos coletores pluviais, com diferentes
datas de lançamento do concurso (Quadro 10.1).
Nem todos os contratos analisados de sistemas de drenagem de
águas residuais domésticas incluem ramais domiciliários,
representando estes um componente com alguma relevância no
custo global (da ordem dos 5 – 18%). Como tal, optou-se por analisar
o custo dos ramais em separado do custo de construção dos
coletores domésticos. Nos sistemas de águas pluviais, embora nem
todos os contratos incluíssem ramais, estes têm um peso pouco
significativo no custo global (< 4%), tendo-se optado por os incluir
no custo do coletor.

COLETORES DOMÉSTICOS E PLUVIAIS E RAMAIS |177


Quadro 10.1 – Caraterísticas dos contratos analisados relativos a redes de
drenagem
Número total de Número total de Data de lançamento
Componente
contratos elementos do concurso
Total: 94
Norte: 32
155
Coletores gravíticos Centro: 33
FFD: 13 [2004; 2015]
domésticos AM Lisboa:4
PPc/PVC: 142
Alentejo: 18
Algarve: 7
Total: 71
Norte: 26
Ramais de ligação Centro: 23
99 [2004; 2016]
domiciliários AM Lisboa: 5
Alentejo: 12
Algarve: 5
Total: 14
Norte: 1
42
Coletores gravíticos Centro: 5
Betão: 29 [2007; 2012]
pluviais AM Lisboa: 0
PPc: 13
Alentejo:0
Algarve: 0

10.2.2. Coletores gravíticos domésticos


Os coletores domésticos apresentam custos de construção com
grande variabilidade para o mesmo diâmetro nominal para os três
materiais estudados (PPc, PVC e FFD), devido, entre vários fatores,
à profundidade a que são implantados, às caraterísticas dos
terrenos (estas duas caraterísticas determinam o tipo de entivação
utilizado) e às diferenças de tipo e material das caixas de visita.
Os coletores em PPc e em PVC foram tratados em conjunto, uma
vez que não foi possível, face à dispersão da amostra, distinguir
diferenças associadas ao tipo de tubagem. Os coletores em PPc/PVC
correspondem a uma amostra inicial com 142 elementos, tendo o
FFD uma amostra de apenas 13 elementos. As percentagens de
valores anómalos identificados e retirados das amostras iniciais são
8% no caso do PPc/PVC e 31% no caso do FFD. As amostras finais

|
178 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
têm 131 elementos relativos a PPc/PVC e 9 elementos relativos a
FFD (Quadro 10.2). O FFD é usado apenas para os menores
diâmetros nominais (200 e 250 mm) e o PPc/PVC é usado em toda
a gama de diâmetros (200 – 400 mm). Em termos de extensão, o
FFD é usualmente mais utilizado para menores extensões, enquanto
o PPc/PVC pode atingir grandes extensões, sendo a maior
encontrada nos contratos analisados de 69 320 m. A variação da
profundidade média de vala é de 1,2 a 4,55 m no PPc/PVC e de 1,57
a 3,70 m no FFD.

Quadro 10.2 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de coletores gravíticos
domésticos
Percentagem Diâmetros Profundidade
Amostra
Material de valores nominais Extensão (m) média da vala
final
anómalos (mm) (m)

PPc/PVC 8% 131 [200; 400] [40; 69 320] [1,2; 4,55]

FFD 31% 9 [200; 250] [15; 631] [1,57; 3,70]

Na Figura 10.3 apresenta-se a distribuição do custo dos coletores


por rubricas de custo. O custo da tubagem de FFD é, em termos
médios, da ordem dos 60% do valor de construção; para coletores
em PPc/PVC, a tubagem representa, em média, 15% do custo total.
As rubricas de pavimentação, movimento de terras e câmaras
apresentam os valores (medianos) de 11 – 25%, 14 – 28% e 9 – 18%,
respetivamente para os materiais de FFD e PPc/PVC.

COLETORES DOMÉSTICOS E PLUVIAIS E RAMAIS |179


2%
Estaleiro
3%

11%
Pavimentação
25%

Movimento 14%
de terras 28%

60%
Tubagens
15%

Construção 1%
Civil 2%

Coletor gravítico em FFD


9% (n=9)
Câmaras
18%

Coletor gravítico em PPc/PVC


2% (n=131)
Trabalhos
especiais 6%

Mediana das percentagens das rubricas de custo (%)

Figura 10.3 – Distribuição da amostra final de coletores gravíticos domésticos por


rubricas de custo

10.2.3. Ramais de ligação domiciliários


Nem todos os contratos analisados de sistemas de saneamento de
águas residuais domésticas incluem ramais domiciliários,
permitindo obter uma amostra inicial de 99 elementos relativos aos
ramais de ligação domiciliários em PPc e PVC, tratados, também,
sem distinção de material. A percentagem de valores anómalos
identificados e retirados foi de 16%, tendo a amostra final 83
elementos (Quadro 10.3).
Em termos de diâmetros nominais, os mais usuais são os diâmetros
125 e 160 mm, que incluem 40 e 34 elementos respetivamente,
seguido dos diâmetros de 180 e 200 mm com 1 e 8 elementos,
respetivamente.

|
180 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Quadro 10.3 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de ramais de ligação
domiciliários de águas residuais
Percentagem de valores Diâmetros nominais
Material Amostra final
anómalos (mm)
PPc/PVC 16% 83 [125; 200]

10.2.4. Coletores gravíticos pluviais


Os dois materiais identificados nos mapas orçamentais, betão e PPc,
dos coletores pluviais apresentam uma amostra inicial de 29 e 13
elementos, respetivamente. A percentagem de valores anómalos é
de 10% no betão e 8% no PPc. As amostras finais têm 26 elementos
em coletores em betão e 12 elementos em PPc (Quadro 10.4).

Quadro 10.4 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de coletores gravíticos
pluviais
Percentagem Diâmetros Profundidade
Amostra Extensão
Material de valores nominais média de vala
final (m)
anómalos (mm) (m)
Betão 10% 26 [300; 800] [58; 6 657] [1,23; 2,58]

PPc 8% 12 [315; 630] [91; 2 194] [1,62; 3,12]

Em termos de diâmetros, o menor diâmetro regulamentar é o 300


mm e o mais elevado é o 800 mm; o PPc é usado para diâmetros
entre 315 e 630 mm e o betão para toda a gama analisada. A
extensão de tubagem é bastante variável, desde a menor extensão
de 58 m até à maior extensão de 6657 m, ambas para coletores em
betão. Relativamente à profundidade média de vala, os coletores
em betão analisados estão implantados a profundidades reduzidas,
enquanto os de PPc têm profundidades máximas de 3,2 m.
Apresenta-se na Figura 10.4 a distribuição das rubricas de custos
para cada material. Nos coletores pluviais, a distribuição de custos é
muito similar à dos domésticos constituídos por materiais plásticos,
sendo o custo relativo da tubagem ligeiramente mais elevado: 28%
(PPc) e 18% (betão). O peso do custo associado à pavimentação
varia entre 18 e 37% e o custo associado aos movimentos de terras
entre 16 e 18%. Nestes coletores, existe um custo adicional com

COLETORES DOMÉSTICOS E PLUVIAIS E RAMAIS |181


algum significado, sumidouros e sarjetas, que representa entre 13 e
18% do custo total de construção.
1%
Estaleiro
2%

37%
Pavimentação
18%

Movimento 17%
de terras 16%

18%
Tubagens
28%

Construção 3%
Civil 5%

6%
Câmaras
9%
Coletor pluvial em betão (n=261)
4%
Ramais
0%
Coletor pluvial em PPc (n=12)

Sumidouros 13%
e sarjetas 18%

Mediana das percentagens das rubricas de custo (%)

Figura 10.4 – Distribuição da amostra final de coletores gravíticos pluviais por


rubricas de custo

10.3. Custo de construção de coletores domésticos e


pluviais e ramais
10.3.1. Nota introdutória
O custo de construção das redes de drenagem de águas residuais
depende de um conjunto de parâmetros caraterísticos,
nomeadamente, o diâmetro nominal, o material, a extensão a
construir, a profundidade média de vala, o tipo de pavimento, o
volume e natureza dos movimentos de terras (% de rocha), os
órgãos a implementar e tipo de sistema de drenagem (doméstico,
pluvial ou industrial).
Nos coletores domésticos e pluviais, os parâmetros caraterísticos
utilizados para a obtenção de funções de custo são o material de
tubagem, o diâmetro nominal e o tipo de pavimento. Os restantes

|
182 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
parâmetros não foram considerados por não ter sido possível obter
informação que os permitisse caraterizar nos mapas orçamentais.
Os custos unitários tendem a aumentar com a profundidade média
da rede, o que é explicado por um maior volume de movimento de
terras e respetivo custo associado (Figura 10.5). A profundidade
média é um parâmetro que tende a não ser conhecido para redes
existentes ou em fase de planeamento de obras novas, e a ser de
difícil estimativa (com grande incerteza associada) em mapas
orçamentais de obras em concurso (exigindo um tratamento
exaustivo e moroso de dados). Assim, a profundidade média não
será utilizada para exprimir os custos de referência dos coletores,
uma vez que, na maioria das situações, não é um parâmetro
conhecido, apesar de se reconhecer que se trata de um parâmetro
relevante.
Os custos unitários tendem a diminuir com a extensão de rede
incluída no contrato, o que se justifica pela economia de escala
(Figura 10.6). Apesar desta tendência ser observada em todos os
materiais de coletores domésticos e pluviais, o coeficiente de
determinação não tem significado estatístico para suportar esta
observação, exceto no caso dos coletores doméstico em FFD, cujo
R2 = 0,6 (Figura 10.6a). No entanto, a amostra é de reduzida
dimensão para permitir extrapolar esta tendência para os outros
materiais utilizados nos coletores domésticos e pluviais.
Por outro lado, os custos tendem a aumentar com a percentagem
de rocha na vala, dado esta incrementar os custos associados aos
movimentos de terra. No entanto, a maioria dos mapas orçamentais
analisados não indicam a distribuição dos tipos de material que
compõem a vala, nem a percentagem de rocha, pelo que este fator
não foi considerado.
Os custos unitários aumentam com o diâmetro nominal, o que é
explicado por uma maior largura da vala (com custos de movimento
de terras e de pavimentação mais elevados) e uma tubagem com
custo também mais elevado. Esta tendência é mais evidente quando
existem muitos elementos e diferentes diâmetros na amostra. O
diâmetro nominal é claramente uma caraterística conhecida dos
coletores e em função da qual se devem exprimir os custos
unitários.

|183
COLETORES DOMÉSTICOS E PLUVIAIS E RAMAIS
(a)

200
FFD (CFFD)

de coletores domésticos (€/m)


Custo unitátio de construção
PPc/PVC (CPPc/PVC) CFFD = -4,5 H + 110
2
R = 0,03

150
2
CPPc/PVC = 3 H + 33 R = 0,02

100
50
0

0 1 2 3 4 5

Profundidade de vala, H (m)

(b)
200

Betão (CBetão)
Custo unitátio de construção

PPc (CPPc ) 2
de coletores pluviais (€/m)

CBetão = 14 H + 51 R = 0,014
150

2
CPPc = 18 H + 45 R = 0,105
100
50
0

1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5

Profundidade de vala, H (m)

Figura 10.5 – Variação do custo unitário em função da profundidade média de vala:


(a) coletores domésticos; (b) coletores pluviais

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184 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

140
de coletores domésticos (€/m) FFD (CFFD)
Custo unitátio de construção

120
PPc/PVC (CPPc/PVC)
100

2
CFFD = -0,055 L + 110 R = 0,60
2
80

CPPc/PVC = -0,00022 L + 41 R = 0,03


60
40
20
0

0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000

Extensão, L (m)

(b)
250

Betão (CBetão)
Custo unitátio de construção

PPc (CPPc)
200
de coletores pluviais (€/m)

2
CBetão = -0,0062 L + 88 R = 0,09
150

2
CPPc = -0,014 L + 91 R = 0,10
100
50
0

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000

Extensão, L (m)

Figura 10.6 – Variação do custo unitário em função da extensão de rede:


(a) coletores domésticos; (b) coletores pluviais

10.3.2. Coletores gravíticos domésticos


As funções de custo de construção de coletores domésticos foram
obtidas para as amostras finais de cada material sem considerar os
custos de pavimentação e os custos associados a trabalhos especiais
e ramais de ligação domiciliários.
Os custos unitários de construção de coletores domésticos para
cada material analisado são apresentados na Figura 10.7. Verifica-
se, para todos os materiais, que o custo de construção aumenta com

COLETORES DOMÉSTICOS E PLUVIAIS E RAMAIS |185


o diâmetro, observando-se uma tendência crescente e descrita por
uma regressão linear simples. As curvas de regressão apresentam
um declive positivo e coeficientes de determinação elevados: R2 =
0,68 para o PPc/PVC e R2 = 0,96 para o FFD. Foram, ainda, obtidas
as curvas de predição associadas aos percentis 5 e 95%.
O custo de construção de coletores domésticos deverá ser acrescido
do custo de pavimentação em função do tipo de pavimento, do
custo de ramais de ligação domiciliários em função do material, do
diâmetro nominal, da densidade e do custo associado a trabalhos
especiais (caso existam).
O domínio de aplicação das funções de custo obtidas para os dois
materiais de coletores domésticos apresenta a seguinte variação:
• PPc/PVC: DN entre 200 e 400 mm;
• FFD: DN entre 200 e 250 mm.
Para estimar os custos associados a diâmetros nominais fora do
domínio de aplicação deve ser utilizada a função de custo obtida.
Extrapolações acima do diâmetro máximo até diâmetros
correspondentes a acréscimos de 20% acima destes podem ser
efetuadas com alguma confiança, sendo esta zona de extrapolação
representada nas figuras a sombreado cinzento mais claro. Acima
destes valores, intervalo representado pelo sombreado cinzento
mais escuro na Figura 10.7(b), podem igualmente usar-se as curvas
de regressão, mas com muito menos confiança, pelo que a sua
utilização deve ser efetuada com parcimónia e em situações
excecionais.

|
186 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

100
Custo unitário de construção de coletores
domésticos em PPc/PVC, CPPc/PVC (€/m)
CPPc/PVC = 0,06946 DN + 25
2
R = 0,68
50

Elementos da amostra (n=131)


Curva de regressão (CPPc/PVC)
Curvas de predição (5-95%)
0

200 250 315 400 500

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
250
Custo unitário de construção de coletores

Elementos da amostra (n=9)


domésticos em FFD, CFFD (€/m)

Curva de regressão (CFFD)


200

Curvas de predição (5-95%)


150
100

CFFD = 0,3543 DN + 25
2
R = 0,96
50
0

200 250 300 400 500

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 10.7 – Custo unitário de construção de coletores gravíticos domésticos com


intervalo de extrapolação: (a) PPc/PVC; (b) FFD

Na Figura 10.8 apresentam-se os resultados da análise dos custos


para os coletores gravíticos, não considerando os custos associados
à pavimentação, aos ramais de ligação e aos trabalhos especiais,
permitindo identificar os diâmetros com maior representatividade
na amostra e aqueles em que o número de elementos é insuficiente
para estimar um custo de referência. O PPc/PVC abrange a maior
gama de diâmetros nominais, enquanto o FFD apenas apresenta
custos para os diâmetros nominais de 200 e 250 mm.

COLETORES DOMÉSTICOS E PLUVIAIS E RAMAIS |187


A mesma figura ilustra também tendências de variação do custo
unitário com o diâmetro e material do coletor. Nos dois materiais,
observa-se uma tendência crescente que, quando descrita por uma
regressão, apresenta um declive positivo para os dois materiais.

250
FFD
de coletores domésticos (€/m)
Custo unitátio de construção

200

PPc/PVC

2
CFFD = 0,3543 DN + 25 R = 0,96
150

2
CPPc/PVC = 0,06946 DN + 25 R = 0,68
100
50
0

200 250 300 315 350 400 450 500

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 10.8 – Custo unitário de construção dos dois materiais de coletores


gravíticos domésticos

As curvas de regressão atrás referidas não incluem os custos de


trabalhos especiais, nem os custos de pavimentação. Na Figura 10.9
apresentam-se as funções de custo para os dois materiais de
coletores domésticos considerando a amostra de elementos (Curva
de regressão), a amostra de elementos incluindo os custos de
trabalhos especiais (Curva de regressão com TE) e a amostra de
elementos incluindo os custos de trabalhos especiais e de
pavimentação (Curva de regressão com TE e Pav), assim como os
elementos da amostra correspondentes ao custo de construção sem
incluir trabalhos especiais e pavimentação. A amostra de elementos
de FFD não apresenta trabalhos especiais, pelo que não se efetuou
esta análise.
Para os dois materiais de coletores domésticos verifica-se que o
custo de levantamento e reposição de pavimento apresenta um
custo significativo na construção dos coletores. O custo de trabalhos
especiais para o material de PPc/PVC apresenta um valor mediano
de 3 €/m.

|
188 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

200
Custo unitário de construção de coletores

Elementos da amostra (n=9)


domésticos em FFD, CFFD (€/m)

Curva de regressão (CFFD)


Curva de regressão com Pav (CFFD_Pav )
150
100
50

2
CFFD = 0,3543 DN + 25 R = 0,96
2
CFFD_Pav = 0,3739 DN + 40 R = 0,92
0

200 250

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
120
Custo unitário de construção de coletores
domésticos em PPc/PVC, CPPc/PVC (€/m)

2
CPPc/PVC = 0,06946 DN + 25 R = 0,68
2
CPPc/PVC_TE = 0,0689 DN + 28 R = 0,51
100

2
CPPc/PVC_TE_Pav = 0,0733 DN + 43 R = 0,37
80
60
40

Elementos da amostra (n=131)


20

Curva de regressão (CPPc/PVC)


Curva de regressão com TE (CPPc/PVC_TE)
Curva de regressão com TE e Pav (CPPc/PVC_TE_Pav)
0

200 250 315 400

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 10.9 – Custo unitário de construção de coletores domésticos com trabalhos


especiais e pavimentação: (a) FFD; (b) PPc/PVC

No caso de o material de tubagem ser desconhecido, deverá utilizar-


se a função de custo para um coletor doméstico genérico
(independente do material), construído com todos os elementos
dos dois materiais (Figura 10.10). Esta curva pode ser usada para
estimar genericamente os custos de coletores domésticos, uma vez
especificado um diâmetro médio. À semelhança da análise anterior,
foram, também, representadas as funções com os custos de
trabalhos especiais e de pavimentação. Verificando-se que o custo

COLETORES DOMÉSTICOS E PLUVIAIS E RAMAIS |189


de levantamento e reposição de pavimento representa uma parcela
significativa no custo de construção de coletores domésticos.

120
Coletores domésticos (CColetores )
Coletores domésticos com TE (CColetores_TE)
de coletores domésticos (€/m)
100
Custo unitátio de construção
Coletores domésticos com TE e Pav (CColetores_TE_Pav )
80
60
40

2
CColetores = 0,08595 DN + 25 R = 0,52
2
20

CColetores_TE = 0,0978 DN + 25 R = 0,53


2
CColetores_TE_Pav = 0,1692 DN + 25 R = 0,67
0

200 250 300 315 350 400

Diâmetro nominal (mm)

Figura 10.10 – Custo unitário de construção de coletor doméstico genérico com


trabalhos especiais e pavimentação

10.3.3. Ramais de ligação domiciliários


Os parâmetros caraterísticos dos ramais domiciliários consistem no
diâmetro e número de ramais de ligação domiciliários. O custo dos
ramais domiciliários foi calculado em função do respetivo diâmetro
(€/unidade), devendo o mesmo ser somado ao custo dos coletores
em função do número (ou densidade) de ramais e do diâmetro
médio dos mesmos.
Os custos unitários de construção dos ramais em PPc/PVC são
apresentados na Figura 10.11. Os elementos da amostra
apresentam uma grande variabilidade que se deve não só à zona
onde são efetuadas as obras (urbana a rural) como também à
extensão dos ramais (entre 5 a 15 m). No entanto, nenhuma destas
variáveis foi incluída na análise, uma vez que a grande maioria das
obras não as indicava nos mapas orçamentais. Nestas figuras são
identificados a sombreado cinzento os intervalos de extrapolação.
O custo de construção aumenta com o diâmetro, observando-se
uma tendência crescente e descrita por uma regressão linear
simples com um coeficiente de determinação elevado (R2 = 0,91).

|
190 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
600
Custo unitário de construção de ramais
em PPc/PVC, CPPc/PVC (€/unidade) Elementos da amostra (n=83)
500 Curva de regressão (CPPc/PVC)
Curvas de predição (5-95%)
400
300
200

CPPc/PVC = 1,397 DN + 38
100

2
R = 0,91
0

125 160 180 200 250

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 10.11 – Custo unitário de construção de ramais de ligação em PPc/PVC com


intervalo de extrapolação

O domínio de aplicação da função de custo obtida varia entre DN


125 a 200 mm. A extrapolação da curva de regressão obtida é
representada pelo sombreado cinzento. Para estimar valores de
diâmetro nominais não considerados no domínio de aplicação deve
ser utilizada a função de custo obtida com parcimónia.

10.3.4. Coletores gravíticos pluviais


As funções de custo de construção de coletores pluviais foram
obtidas para as amostras finais de cada material sem considerar os
custos de pavimentação. Os custos unitários de construção de
coletores pluviais em cada material analisado são apresentados na
Figura 10.12. O custo de construção em todos os materiais aumenta
com o diâmetro, observando-se uma tendência crescente e descrita
por uma regressão polinomial quadrática. As curvas de regressão
apresentam um declive positivo e coeficientes de determinação
elevados: R2 = 0,84 para o betão e R2 = 0,91 para o PPc. Foram, ainda,
obtidas as curvas de predição associadas aos percentis 5 e 95%. O
custo de construção de coletores pluviais deverá ser acrescido do
custo de pavimentação em função do tipo de pavimento e do custo
associado a trabalhos especiais (caso existam).
O domínio de aplicação das funções de custo obtidas para os dois
materiais de coletores pluviais apresenta a seguinte variação:

COLETORES DOMÉSTICOS E PLUVIAIS E RAMAIS |191


• Betão: DN entre 300 e 800 mm;
• PPc: DN entre 315 e 630 mm.
Para estimar os custos associados a diâmetros nominais fora do
domínio de aplicação deve ser utilizada a função de custo obtida.
Extrapolações acima do diâmetro máximo até diâmetros
correspondentes a acréscimos de 20% acima destes podem ser
efetuadas com alguma confiança, sendo esta zona de extrapolação
representada nas figuras a sombreado cinzento mais claro. Acima
destes valores, intervalo representado pelo sombreado cinzento
mais escuro na Figura 10.12(b), podem igualmente usar-se as curvas
de regressão, mas com muito menos confiança, pelo que a sua
utilização deve ser efetuada com parcimónia e em situações
excecionais.
Na Figura 10.13 apresentam-se os resultados da análise dos custos
para os coletores pluviais, não considerando os custos associados à
pavimentação, permitindo identificar os diâmetros com maior
representatividade na amostra e aqueles em que o número de
elementos é insuficiente para estimar um custo de referência. O
betão abrange a maior gama de diâmetros nominais, enquanto o
PPc é utilizado para coletores até aos 630 mm.
A mesma figura ilustra também tendências de variação do custo
unitário com o diâmetro e material do coletor. Nos dois materiais,
observa-se uma tendência crescente que, quando descrita por uma
regressão, apresenta um declive positivo e um coeficiente de
determinação, R2, elevado para todos os materiais. Apresenta-se,
ainda, as funções de custo de coletores de betão e de PPc com o
intervalo de extrapolação até diâmetros nominais de 1 000 mm,
utilizando a função estimada.

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192 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

400
Custo unitário de construção de coletores

Elementos da amostra (n=26)


pluviais em betão, C Betão (€/m)

Curva de regressão (CBetão)


Curvas de predição (5-95%)
300
200

2
CBetão = 0,00023 DN - 0,03429 DN + 30
2
R = 0,84
100
0

300 400 500 600 700 800 900 1000

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
300
Custo unitário de construção de coletores

Elementos da amostra (n=12)


Curva de regressão (CPPc )
250
pluviais em PPc, C PPc (€/m)

Curvas de predição (5-95%)


200
150
100

2
CPPc = 0,00012 DN + 0,06843 DN + 30
50

2
R = 0,91
0

315 400 500 630 700 800 900 1000

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 10.12 – Custo unitário de construção de coletores pluviais com intervalo de


extrapolação: (a) betão; (b) PPc

COLETORES DOMÉSTICOS E PLUVIAIS E RAMAIS |193


200
Custo unitátio de construção
Betão

de coletores pluviais (€/m)


150
PPc

100
50

2 2
CBetão = 0,00023 DN - 0,03429 DN + 30 R = 0,84
2 2
CPPc = 0,00012 DN + 0,0684 DN + 30 R = 0,91
0

300 400 500 600 700 800

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 10.13 – Custo unitário de construção dos dois materiais de coletores pluviais
com intervalo de extrapolação

As curvas de regressão atrás referidas não incluem os custos


associados a trabalhos especiais, assim como os custos de
pavimentação. No entanto, nos coletores pluviais não foram
identificados custos de trabalhos especiais, pelo que apenas se
apresentam as curvas de regressão para os dois materiais
considerando a amostra de elementos (Curva de regressão) e a
amostra de elementos incluindo os custos de pavimentação (Curva
de regressão com Pav), assim como os elementos da amostra
correspondentes ao custo de construção sem incluir pavimentação.
Para o custo de pavimentação foi considerado o valor 15 €/m,
correspondente ao custo de uma vala mínima para um pavimento
genérico. Verifica-se que, para os coletores pluviais em betão, o
custo de pavimentação tem um peso superior no custo de
construção do coletor (Figura 10.14).
No caso de o material de tubagem ser desconhecido, deverá utilizar-
se a função de custo para um coletor pluvial genérico (independente
do material), construído com todos os elementos dos dois materiais
(Figura 10.14). Esta curva pode ser usada para estimar
genericamente os custos de coletores pluviais, uma vez especificado
um diâmetro médio, devendo ser acrescidos da pavimentação. À
semelhança da análise anterior, foram, também, representadas as
funções com os custos de pavimentação.

|
194 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

200
Custo unitário de construção de coletores

Elementos da amostra (n=26)


pluviais em betão, C Betão (€/m)

Curva de regressão (CBetão)


Curva de regressão com Pav (CBetão_Pav )
150
100
50

2 2
CBetão = 0,00023 DN - 0,03429 DN + 30 R = 0,84
2 2
CBetão_Pav = 0,000068 DN + 0,1206 DN + 45 R = 0,93
0

300 400 500 600 700 800

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
200
Custo unitário de construção de coletores

Elementos da amostra (n=12)


Curva de regressão (CPPc )
pluviais em PPc, C PPc (€/m)
150

Curva de regressão com Pav (CPPc_Pav)


100
50

2 2
CPPc = 0,00012 DN + 0,0684 DN + 30 R = 0,91
2 2
CPPc_Pav = 0,00018 DN + 0,0451 DN + 45 R = 0,92
0

315 400 500 630

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 10.14 – Custo unitário de construção de coletores pluviais com


pavimentação: (a) betão; (b) PPc

COLETORES DOMÉSTICOS E PLUVIAIS E RAMAIS |195


200
Coletores pluviais (CPluviais )

Custo unitátio de construção


Coletores pluviais com Pav (CPluviais_Pav )

de coletores pluviais (€/m)


150
100
50

2 2
CPluviais = 0,00017 DN + 0,0139 DN + 30 R = 0,84
2 2
CPluviais_Pav = 0,00011 DN + 0,0929 DN + 45 R = 0,93
0

300 400 500 600 700 800

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 10.15 – Custo unitário de construção de coletor pluvial genérico com


pavimentação

|
196 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
11. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUAS
RESIDUAIS

11.1. Tipos de estações elevatórias


Uma estação elevatória (EE) de águas residuais é uma instalação que
fornece energia de pressão ao fluido (neste caso, águas residuais
urbanas), permitindo o seu transporte através de condutas
elevatórias em pressão. Nos sistemas de águas residuais podem ser
encontrados diversos tipos de estações elevatórias: EE
convencionais, com ou sem edifício de exploração, e EE compactas.
As EE convencionais são constituídas por poço de bombagem,
grupos elevatórios, tubagens, acessórios e equipamentos elétricos,
de comando e de controlo. Podem incluir, também, outros órgãos e
equipamentos complementares (e.g., medidores, sistema de
proteção contra regimes transitórios, sistemas de controlo de
odores). Podem incluir um edifício exterior ou ser compostas apenas
por uma infraestrutura enterrada.
Nas EE convencionais podem ser instalados diferentes tipos de
grupos eletrobomba: (i) grupos eletrobomba instalados em poço
seco, quando se pretende ter acesso facilitado à estação de
bombagem, para efeitos de manutenção; e (ii) grupos eletrobomba
submersíveis, sempre que as condições de funcionamento o
permitam, sendo uma solução tipicamente mais económica.
As EE convencionais podem ser constituídas por dois ou mais
grupos, existindo tipicamente um grupo de reserva, salvo algumas
exceções em que a EE tem apenas um grupo instalado. Assim, em
termos de número de grupos eletrobomba, foram identificados três
tipos de estações elevatórias: EE com dois grupos eletrobomba (1+1
de reserva), EE com três grupos eletrobomba (2+1 de reserva) e EE
com quatro ou mais grupos eletrobomba (3+1, 4+1).
As EE compactas são disponibilizadas no mercado com todos os
equipamentos necessários ao seu funcionamento, podendo incluir,
para além dos grupos eletrobomba, cesto grelha, comporta,
tubagem de compressão, válvulas e quadro elétrico, uma
plataforma de acesso, escada e tampa para diferentes cargas. São
tipicamente constituídas por dois grupos eletrobomba.
A classificação das EE analisadas é apresentada no Quadro 11.1,
distinguindo-se os seguintes tipos:
• Tipo I, que corresponde às EE compactas (Figura 11.1) e às
EE convencionais sem edifício (Figura 11.2); estes dois tipos
foram agrupados num único tipo, uma vez que os custos de
construção e a composição das EE (enterradas) são muito
semelhantes;
• Tipo II, correspondente às EE convencionais com edifício e
com 1+1 grupos (Figura 11.3);
• Tipo III, correspondente às EE convencionais com edifício e
com mais do que 2+1 grupos (Figura 11.4).

Quadro 11.1 – Tipos de estações elevatórias de águas residuais

Número de
ID Tipos de EE Grupos eletrobombas Pe (kW)
grupos

Compactas ou
Tipo I convencionais sem 2 (1+1) Submersíveis 0,1 – 14
edifício exterior

Submersíveis ou
Convencionais
Tipo II 2 (1+1) instalados em poço 0,3 – 79
com edifício exterior
seco

Submersíveis ou
Convencionais
Tipo III ≥3 (≥2+1) instalados em poço 3 – 360
com edifício exterior
seco

(a) (b)

Figura 11.1 – Estação elevatória de águas residuais compacta (Tipo I): (a) vista
exterior; (b) vista interior do poço

|
198 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a) (b)

Figura 11.2 – Estação elevatória convencional sem edifício e com grupos


submersíveis (Tipo I): (a) vista exterior; (b) poço de bombagem

(a) (b)

Figura 11.3 – Estação elevatória de águas residuais convencional com edifício e com
grupos instalados em poço seco (Tipo II): (a) vista exterior; (b) vista interior (1+1)
(a) (b)

Figura 11.4 – Estação elevatória de águas residuais convencionais com edifício e


grupos instalados em poço seco (Tipos II e III): (a) 1+1; (b) ≥2+1

11.2. Caraterização dos componentes


As estações elevatórias convencionais são provenientes de um
conjunto total de 149 contratos de obras localizadas nas diversas
regiões do país, incluindo a Área Metropolitana de Lisboa. O
conjunto total de contratos analisados corresponde a uma amostra
inicial de 360 elementos distribuídos pelos diferentes tipos de
estações elevatórias (Quadro 11.2). O caudal total elevado varia
entre 3 e 1 329 l/s, a altura de elevação entre 3 e 83 m c.a. e a
potencia hidráulica do escoamento entre 0,17 e 358 kW.
Os contratos analisados provêm de diversas regiões do país,
verificando-se a seguinte distribuição: região Norte com 42
contratos (correspondendo a 39% da amostra total), região Centro
com 39 contratos (25% da amostra total), região Área
Metropolitana de Lisboa com 40 contratos (20% da amostra total),
região Alentejo com 13 contratos (8% da amostra total) e a região
do Algarve com 15 contratos (8% da amostra total), de acordo com
a divisão de NUTS II (Figura 11.5a).
Relativamente aos anos de adjudicação dos contratos, variam entre
2005 e 2015, sendo 2006 o ano com maior número de elementos,
correspondendo a 28% da amostra (Figura 11.5b).
Não foram identificados valores anómalos, pelo que a amostra final
corresponde à inicial, com 60 elementos do Tipo I, 243 elementos
do Tipo II e 57 elementos do Tipo III.

|
200 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Quadro 11.2 – Caraterísticas dos contratos analisados de estações elevatórias de
águas residuais

Total: 149
Número total de contratos (Norte: 42; Centro: 39;
AM Lisboa: 40; Alentejo: 13; Algarve: 15)

Data de lançamento do concurso [2005; 2015]

Amostra inicial (n.º elementos) 360 (Tipo I: 60; Tipo II: 243; Tipo III: 57)

Caudal total (l/s) [3; 1 329]

Altura de elevação (m c.a.) [3,2; 83]

Potência do escoamento [kW] [0,17; 357,6]

Percentagem de valores anómalos 0%

Amostra final (n.º de elementos) 360

(a) (b)
40 60 80 100 120 140

105
90
Número de elementos
Número de elementos

75
60
45
30

3.3%
2.8%

2.2%

0.8%
11.7%

28.1%

12.5%

13.6%

16.7%
20

0.6%
15

7.8%
39%

25%

20%

8%

8%
0

0
Norte

Algarve
Centro

Lisboa

Alentejo

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015
AM

Limites territoriais NUTS II (2013) Ano de adjudicação

Figura 11.5 – Variação percentual da amostra inicial de estações elevatórias de


águas residuais: (a) NUTS II; (b) anos de adjudicação dos contratos

A distribuição da amostra final dos três tipos de EE por rubricas de


custo é apresentada na Figura 11.6. Verifica-se que a rubrica de
equipamento eletromecânico apresenta o maior valor da
percentagem de custo para os três tipos de EE, com 43% para o
Tipo I, seguido de 37% para o Tipo III e de 34% para o Tipo II. Tanto
a construção civil como as instalações elétricas apresentam um
elevado peso no custo total de construção, variando entre 24 e 31%
e 17 e 29%, respetivamente. As restantes rubricas de custo
apresentam medianas mais baixas, com a seguinte variação: 3 a 4%
na rubrica de estaleiro e 6 a 10% na rubrica de arranjos exteriores.
Não foram identificados trabalhos especiais nos mapas orçamentais
analisados.
4%
Estaleiro 3% Tipo I (n=60)
3% Tipo II (n=243)

Tipo III (n=57)


6%
Arranjos
exteriores 10%
9%

24%
Construção
civil 26%
31%

43%
Equipamento
eletromecânico 34%
37%

29%
Instalações
elétricas 24%
17%
Mediana das percentagens das rubricas de custo (%)

Figura 11.6– Distribuição da amostra final de estações elevatórias de águas


residuais por rubricas de custo

Na Figura 11.7 apresenta-se a distribuição da amostra final de EE


convencionais dividida por tipo, considerando alguns dos
parâmetros caraterísticos: caudal e altura de elevação. Os valores
mais elevados de altura de elevação correspondem aos sistemas do
Tipo III (sendo o valor máximo de altura de elevação dos sistemas
do Tipo II de 83 m c.a.). No entanto, este facto é mais notório no
caudal, correspondendo os valores mais elevados de caudal aos
sistemas do Tipo III com maior número de grupos eletrobomba
instalados, sendo o valor máximo de caudal em sistemas do Tipo III
de 1 329 l/s.
Note-se que uma grande parte das EE são projetadas para um
caudal de 5 – 6 l/s (cerca de 40% da amostra) correspondente ao
diâmetro nominal mínimo de 100 mm e à velocidade mínima de
0,7 m/s.

|
202 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
100
(a) (b)

100
Tipo I Tipo I
Tipo II Tipo II
Altura de elevação (m c.a.)

Altura de elevação (m c.a.)


80

80
Tipo III Tipo III

60
60

40
40

20
20

0
0

0 500 1000 1500 0 10 20 30 40 50


Caudal (l/s) Caudal (l/s)

Figura 11.7 – Distribuição da amostra final das estações elevatórias convencionais:


(a) amostra total; (b) detalhe para Q ≤ 50 l/s

11.3. Custo de construção de estações elevatórias de


águas residuais
11.3.1. Nota introdutória
Os custos de construção de estações elevatórias de águas residuais
são definidos em função do tipo e da potência hidráulica do
escoamento da estação elevatória. Os custos das estações
elevatórias são calculados através da soma do custo de construção
civil e do custo de equipamento eletromecânico e instalações
elétricas, em função da potência do escoamento.
A estimativa dos custos de construção de estações elevatórias de
águas residuais pode ser efetuada com base nas funções associadas
aos custos unitários parciais, procedendo-se à soma do custo de
construção civil e de equipamento e instalações elétricas, ou através
dos custos unitários totais. A diferença dos custos obtidos pelas
diferentes funções é resultante do ajustamento da função de custo
aos elementos de cada uma das amostras, apresentando um erro
sem significado. Sempre que possível, recomenda-se o cálculo
através dos custos unitários parciais.

11.3.2. Tipo I
A amostra final de estações elevatórias de águas residuais do Tipo I
é constituída por 60 elementos. As funções de custo de construção
civil (Figura 11.8a) e de equipamento eletromecânico e instalações
elétricas (Figura 11.8b) de estações elevatórias deste tipo foram
obtidas para a amostra final em função da potência do escoamento
da instalação.
As duas curvas de regressão diminuem com o aumento da potência
do escoamento da instalação, sendo esta tendência descrita por
uma regressão de potência. As curvas de regressão de construção
civil e de equipamento eletromecânico e instalações elétricas
apresentam coeficientes de determinação, R2, iguais a 0,81 e a 0,91,
respetivamente. Foram também determinadas as curvas de
predição associadas aos percentis 5 e 95%, representadas a
tracejado na Figura 11.8.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende potências
do escoamento entre 0,17 e 14 kW. A utilização das funções de
custo fora do domínio de aplicação deve ser efetuada com
parcimónia e apenas dentro do domínio de extrapolação alargado
até valores de potência do escoamento de 20 kW, mantendo o
limite inferior do domínio de aplicação. Os intervalos de
extrapolação são representados a sombreado cinzento na
Figura 11.8.
A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de
extrapolação, recomenda-se que sejam efetuadas da seguinte
forma:
• para valores de potência do escoamento inferiores a
0,17 kW, adotar o custo total correspondente ao limite
inferior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo total, em
euros, associado à potência do escoamento de 0,17 kW);
• para valores de potência do escoamento superiores a
20 kW, adotar o custo unitário correspondente ao limite
superior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo unitário,
em €/kW, associado à potência do escoamento de 20 kW).
Saliente-se que estas extrapolações contemplam erros de avaliação,
por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão, só
devendo ser adotadas em casos excecionais.
Na Figura 11.9(a) apresenta-se o custo total unitário e na Figura
11.9(b) o custo total de construção de EE de águas residuais do

|
204 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Tipo I, em função da potência hidráulica do escoamento. O custo
associado ao equipamento e instalações elétricas é cerca do dobro
do custo de construção civil para este tipo de EE.
(a)
Custo unitário de construção civil, C cc (10 €/kW)
50
3

Elementos da amostra (n=60)


Curva de regressão (Ccc )
40

Curvas de predição (5-95%)


30

-0,848
Ccc= 14422 Pe
2
20

R = 0,81
10
0

0 5 10 15 20
Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico

250
e instalações elétricas, C e (10 €/kW)

Elementos da amostra (n=60)


Curva de regressão (Ce)
200
3

Curvas de predição (5-95%)


150
100

-0,929
Ce= 36289 Pe
2
R = 0,91
50
0

0 5 10 15 20
Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

Figura 11.8 – Custo unitário de construção de estações elevatórias de águas


residuais do Tipo I: (a) construção civil sem arranjos exteriores; (b) equipamento
eletromecânico e instalações elétricas
(a)

300
estações elevatórias do Tipo I (10 €/kW)
Total (Ctu)

Custo unitário de construção de


Construção civil

250
3
Equipamento e instalações elétricas

200
150 -0,897
Ctu = 52414 Pe
2
R = 0,96
100
50
0

0 5 10 15 20

Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

(b)
€)
3
Custo de estações elevatórias do Tipo I (10
140

Total (Ct)
Construção civil
120

Equipamento e instalações elétricas


100

0.103
Ct = 52414 Pe
80
60
40
20
0

0 5 10 15 20

Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

Figura 11.9 – Estações elevatórias de águas residuais do Tipo I:


(a) custo unitário; (b) custo de construção

11.3.3. Tipo II
A amostra final de estações elevatórias de águas residuais do Tipo II
é constituída por 243 elementos. As funções de custo de construção
civil (Figura 11.10a) e de equipamento eletromecânico e instalações
elétricas (Figura 11.10b) de estações elevatórias deste tipo foram
obtidas para a amostra final em função da potência hidráulica do
escoamento.

|
206 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
As duas curvas de regressão diminuem com o aumento da potência
do escoamento da instalação, sendo esta tendência descrita por
uma regressão de potência. As curvas de regressão de construção
civil e de equipamento eletromecânico e instalações elétricas
apresentam coeficientes de determinação, R2, iguais a 0,50 e a 0,57,
respetivamente. Foram também determinadas as curvas de
predição associadas aos percentis 5 e 95%, representadas a
tracejado na Figura 11.10.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende potências
do escoamento entre 0,40 e 78 kW. A utilização das funções de
custo fora do domínio de aplicação deve ser efetuada com
parcimónia e apenas dentro do domínio de extrapolação alargado
até valores de potência do escoamento de 100 kW, mantendo o
limite inferior do domínio de aplicação. Os intervalos de
extrapolação são representados a sombreado cinzento na Figura
11.10.
A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de
extrapolação, recomenda-se que sejam efetuadas da seguinte
forma:
• para valores de potência do escoamento inferiores a
0,40 kW, adotar o custo total correspondente ao limite
inferior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo total, em
euros, associado à potência do escoamento de 0,40 kW);
• para valores de potência do escoamento superiores a
100 kW, adotar o custo unitário correspondente ao limite
superior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo unitário,
em €/kW, associado à potência do escoamento de 100 kW).
Saliente-se que estas extrapolações contemplam erros de avaliação,
por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão, só
devendo ser adotadas em casos excecionais.
(a)

Custo unitário de construção civil, C cc (10 €/kW)


200
3
Elementos da amostra (n=243)
Curva de regressão (Ccc )

150
Curvas de predição (5-95%)

100
-0,619
Ccc = 25320 Pe
2
R = 0,50
50
0

0 20 40 60 80 100
Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico

500
e instalações elétricas, C e (10 €/kW)

Elementos da amostra (n=243)


Curva de regressão (Ce)
400
3

Curvas de predição (5-95%)


300

-0,506
Ce = 46873 Pe
200

2
R = 0,57
100
0

0 20 40 60 80 100
Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

Figura 11.10 – Custo unitário de construção de estações elevatórias de águas


residuais do Tipo II: (a) construção civil sem arranjos exteriores; (b) equipamento
eletromecânico e instalações elétricas

Na Figura 11.11(a) apresenta-se o custo total unitário e na


Figura 11.11(b) o custo total de construção de estações elevatórias
de águas residuais do Tipo II, ambas em função da potência do
escoamento da instalação. Neste tipo de EE, o custo de
equipamento e instalações elétricas é da ordem de duas a três vezes
o custo de construção civil.

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208 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

700
estações elevatórias do Tipo II (10 €/kW)
Total (Ctu)
Custo unitário de construção de

600
3

Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
500
400
300

-0,541
Ctu = 74468 Pe
2
R = 0,61
200
100
0

0 20 40 60 80 100

Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

(b)
€)
700
3
Custo de estações elevatórias do Tipo II (10

Total (Ct)
600

Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
500
400
300
200

0,459
Ct = 74468 Pe
100
0

0 20 40 60 80 100

Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

Figura 11.11 – Estações elevatórias de águas residuais do Tipo II:


(a) custo unitário; (b) custo de construção

11.3.4. Tipo III


A amostra final de estações elevatórias de águas residuais do Tipo III
é constituída por 57 elementos. As funções de custo de construção
civil (Figura 11.12a) e de equipamento eletromecânico e instalações
elétricas (Figura 11.12b) de estações elevatórias deste tipo foram
obtidas para a amostra final em função da potência hidráulica do
escoamento.
As duas curvas de regressão diminuem com o aumento da potência
do escoamento da instalação, sendo esta tendência descrita por
uma regressão de potência. As curvas de regressão de construção
civil e de equipamento eletromecânico e instalações elétricas
apresentam coeficientes de determinação, R2, iguais a 0,59 e a 0,79,
respetivamente. Foram também determinadas as curvas de
predição associadas aos percentis 5 e 95%, representadas a
tracejado na Figura 11.12.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende potências
do escoamento entre 3,4 e 358 kW. A utilização das funções de
custo fora do domínio de aplicação deve ser efetuada com
parcimónia e apenas dentro do domínio de extrapolação alargado
até valores de potência do escoamento de 450 kW, mantendo o
limite inferior do domínio de aplicação. Os intervalos de
extrapolação são representados a sombreado cinzento na
Figura 11.12.
A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de
extrapolação, recomenda-se que sejam efetuadas da seguinte
forma:
• para valores de potência do escoamento inferiores a
3,4 kW, adotar o custo total correspondente ao limite
inferior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo total, em
euros, associado à potência do escoamento de 3,4 kW);
• para valores de potência do escoamento superiores a
450 kW, adotar o custo unitário correspondente ao limite
superior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo unitário,
em €/kW, associado à potência do escoamento de 450 kW).
Saliente-se que estas extrapolações contemplam erros de avaliação,
por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão, só
devendo ser adotadas em casos excecionais.

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210 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
Custo unitário de construção civil, C cc (10 €/kW)
35
3

Elementos da amostra (n=57)


30

Curva de regressão (Ccc )


Curvas de predição (5-95%)
25
20

-0,481
Ccc = 32681 Pe
2
15

R = 0,59
10
5
0

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450


Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico

60
e instalações elétricas, C e (10 €/kW)

Elementos da amostra (n=57)


Curva de regressão (Ce)
50
3

Curvas de predição (5-95%)


40
30

-0,484
Ce = 58724 Pe
20

2
R = 0,79
10
0

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450


Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

Figura 11.12 – Custo unitário de construção de estações elevatórias de águas


residuais do Tipo III: (a) construção civil sem arranjos exteriores; (b) equipamento
eletromecânico e instalações elétricas

Na Figura 11.13(a) apresenta-se o custo total unitário de construção


e na Figura 11.13(b) o custo total de construção de estações
elevatórias de águas residuais do Tipo III, ambas em função da
potência hidráulica do escoamento. Saliente-se que o custo
associado ao equipamento e instalações elétricas é cerca do dobro
do custo de construção civil para este tipo de EE.
(a)

100
estações elevatórias do Tipo III (10 €/kW)
Total (Ctu)

Custo unitário de construção de


3
Construção civil

80
Equipamento e instalações elétricas

60

-0,481
40

Ctu = 92619 Pe
2
R = 0,80
20
0

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450

Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

(b)
€)
2500
3
Custo de estações elevatórias do Tipo III (10

Total (Ct)
Construção civil
2000

Equipamento e instalações elétricas


1500

0,520
Ct = 92619 Pe
1000
500
0

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450

Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

Figura 11.13 – Estações elevatórias de águas residuais do Tipo III:


(a) custo unitário; (b) custo de construção

11.3.5. Análise geral do custo de estações elevatórias de águas


residuais
Na Figura 11.14 apresenta-se a comparação do custo total dos três
tipos de estações elevatórias de águas residuais. As estações
elevatórias de Tipo I são representadas pela função de custo de
potências do escoamento entre 0,17 e 14 kW, enquanto que as
estações elevatórias do Tipo II são representadas pela função de

|
212 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
custo de potências entre 0,4 e 78 kW e, por último, as estações
elevatórias do Tipo III são representadas pela função de custo de
potências entre 3,4 e 358 kW.
700

200
Custo unitário de construção de estação
elevatória de águas residuais (k€/kw)

600

Tipo I (n=60)

150
Tipo II (n=243)
500

Tipo III (n=57)

100
400

50
300

0
200

0 1 2 3 4 5
100
0

0 50 100 150 200 250 300 350 400


Potência de escoamento, kW

Figura 11.14 – Comparação do custo unitário de construção dos três tipos de


estações elevatórias de águas residuais

Observa-se um aumento do custo total de construção das estações


elevatórias do Tipo I para o Tipo II, e do Tipo II para o Tipo III. Este
aumento é explicado, no primeiro caso, pelo acréscimo de custo de
construção civil decorrente da construção de edifício em EE do
Tipo II e, no segundo caso, pelo acréscimo de custo de equipamento
eletromecânico e de construção civil decorrente do aumento do
número de grupos eletrobomba instalados.
Os custos de referência de construção obtidos são também
apresentados, em anexo, para os três tipos de estações elevatórias
em fichas técnicas. Também em anexo encontram-se alguns
exemplos de aplicação dos custos de construção obtidos.
|
214 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
12. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS
RESIDUAIS

12.1. Tipos de tratamento


12.1.1. Tipos de ETAR
As Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) têm como
finalidade promover o tratamento adequado das águas residuais
recolhidas, de modo a garantir que a descarga do efluente tratado
não compromete os objetivos de qualidade definidos para o meio
recetor.
Às descargas de águas residuais urbanas aplica-se o Decreto-Lei n.º
152/97, de 19 de junho, que estabelece requisitos de qualidade para
o efluente tratado em função da sensibilidade do meio recetor, os
quais são eventualmente complementados com outros requisitos
exigíveis em função dos objetivos de qualidade definidos para a
massa de água recetora atendendo à sua classificação ou usos, de
acordo com o Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de agosto.
O nível e sistema de tratamento a implementar é fortemente
condicionado por um conjunto de fatores, nomeadamente, as
caraterísticas quantitativas e qualitativas das águas residuais, a
localização e a área disponível para a construção da infraestrutura e
os objetivos de qualidade a atingir.
O tipo de tratamento de águas residuais pode ser classificado em
quatro níveis: tratamento preliminar, tratamento primário,
tratamento secundário e tratamento terciário. Existem diversas
formas e tecnologias que permitem realizar estes níveis de
tratamento. Não sendo possível estudar individualmente todos eles,
no presente estudo serão analisadas apenas as soluções de
tratamento mais utilizadas para águas residuais domésticas e, por
isso, com maior representatividade.
O tratamento preliminar compreende a primeira fase da depuração
de águas residuais, sendo realizada através de processos físicos.
Normalmente, o tratamento preliminar inclui as operações unitárias
de gradagem (remoção de sólidos grosseiros), desarenação
(remoção de areias) e desengorduramento (remoção de óleos e
gorduras). Nesta fase, é ainda realizada a medição do caudal
afluente (geralmente, em descarregador tipo Parshall ou medidor
eletromagnético) e poderá ser necessária a instalação de uma
estação elevatória inicial para assegurar o transporte do fluido ao
longo da restante linha líquida de tratamento.
Após o tratamento preliminar, poderá realizar-se um tratamento
primário, onde os poluentes são separados da fração líquida por
sedimentação. Este nível de tratamento, em sistemas
convencionais, apresenta eficiências de remoção da ordem de 50 a
60%, em termos de sólidos suspensos, e de 20 a 30%, em termos de
carga orgânica, e poderá ser suficiente para garantir os objetivos de
qualidade do meio recetor, quando aplicado em instalações de
muito pequena dimensão ou quando o meio recetor é considerado
menos sensível. Em algumas situações, este processo físico pode ser
coadjuvado com a adição de químicos para promover a formação de
flocos de matéria poluente de maiores dimensões e aumentar a
eficiência desta etapa.
O tratamento secundário consiste num processo de tratamento
biológico, onde a matéria orgânica é degradada por
microrganismos, correspondendo ao nível de tratamento mais
comummente implementado em Portugal para o tratamento de
efluentes domésticos. O tratamento secundário pode ser realizado
em sistemas extensivos, baseados em processo naturais, com pouco
ou nenhum consumo energético e que exigem grandes áreas para a
implantação da infraestrutura, como por exemplo sistemas
lagunares e leitos de macrófitas. Pode, ainda, recorrer-se a sistemas
intensivos que ocupam reduzidas áreas de implantação, realizando
o processo com consumos energéticos consideráveis, mas com
eficiências de remoção muito superiores, em reatores biológicos de
biomassa suspensa ou biomassa fixa, seguidos de uma etapa de
separação da biomassa da fração líquida (geralmente por
sedimentação, mas também por filtração – por exemplo, em MBR).
Após o tratamento secundário, o efluente tratado apresenta um
reduzido nível de matéria orgânica poluente, em particular quando
realizados em sistemas intensivos, cuja eficiência de remoção é da
ordem de 80 a 98%, podendo geralmente ser devolvidos ao meio
recetor sem qualquer tipo de tratamento adicional.

|
216 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
No entanto, se a descarga de efluente tratado for realizada em meio
recetor classificado como sensível (por exemplo, por risco de
eutrofização), ou ao qual se apliquem objetivos de qualidade
específicos em função dos usos previstos (por exemplo, águas
balneares, águas piscícolas, entre outras), poderá ser necessário
complementar o tratamento com um nível terciário, por exemplo
com etapas de remoção de nutrientes (azoto e fósforo) e/ou
desinfeção do efluente final.
As lamas (primárias, biológicas e químicas) resultantes dos
processos de tratamento desenvolvidos nas ETAR são também
sujeitas a várias etapas de tratamento. Na maior parte das
instalações, as lamas são submetidas apenas a processos de redução
da humidade e aumento de concentração – espessamento e
desidratação – de modo a apresentar uma qualidade compatível
com o seu destino final (aterro sanitário, compostagem, deposição
em solos agrícolas). Nas ETAR de maior dimensão, podem ser
também sujeitas a digestão anaeróbia antes da desidratação para a
sua estabilização e redução da matéria sólida volátil (com eventual
aproveitamento energético do biogás produzido no processo). No
caso das ETAR de muito reduzida dimensão, pode optar-se por
realizar apenas o espessamento gravítico das lamas produzidas e
transportar as lamas espessadas para uma ETAR de maior dimensão,
onde são submetidas a um tratamento complementar (geralmente,
desidratação).
Atendendo às grandes diferenças em termos do tipo de intervenção
de construção civil, equipamentos e tecnologias inerentes a cada
tipo de ETAR, foram definidos tipos de ETAR com caraterísticas
comuns e, de acordo com o nível de tratamento implementado,
tecnologia utilizada e pelo tipo de sistema (intensivo ou extensivo),
e calculados os custos para cada tipo.
No Quadro 12.1 apresenta-se uma síntese dos tipos de tratamento
de águas residuais. No presente estudo, foram calculados os custos
de construção apenas para os tipos de ETAR mais comuns em
Portugal, nomeadamente: leitos de macrófitas, ETAR compactas,
ETAR de leitos percoladores (ETAR convencionais – Biomassa fixa),
lamas ativadas em arejamento convencional/média carga (LAAC) e
lamas ativadas em arejamento prolongado (LAAP) sem e com
desinfeção.
Quadro 12.1 – Síntese dos tipos de tratamento de águas residuais

Lagunagem
Tratamento extensivo
Leitos de macrófitas*
Nível de
tratamento Fossas sépticas com tratamento complementar
Apropriado
ETAR compactas*

Leitos percoladores*
(ETAR convencionais – Biomassa fixa)
Nível de
tratamento Lamas ativadas em arejamento convencional e
Tratamento
Secundário digestão anaeróbia mesofílica (LAAC)*
intensivo

Lamas ativadas em arejamento prolongado (LAAP)


sem desinfeção*,**
Nível de
tratamento
Terciário Lamas ativadas em arejamento prolongado (LAAP)
com desinfeção*
Notas: * Sistema de tratamento incluído na análise de custos de construção.
** Sistema de tratamento pode ser do tipo terciário se incluir remoção de nutrientes.

No caso das lamas ativadas em arejamento prolongado, face à


elevada idade de lamas e para garantir o adequado controlo do
processo biológico, é comum optar-se pela remoção de azoto,
mesmo que não seja uma exigência de descarga. Por essa razão, no
que diz respeito ao azoto, não se diferenciaram os custos de
construção entre um sistema LAAP para nível secundário ou um
sistema LAAP para nível terciário com remoção de azoto. Por outro
lado, a remoção do fósforo é realizada, na maioria das vezes, por
precipitação química, operação unitária com um custo de
construção muito baixo e com impacto muito reduzido no custo
total da ETAR. Pelas razões expostas, optou-se por não definir
funções de custo diferentes para LAAP tratamento secundário e
para LAAP tratamento terciário com remoção de azoto e fósforo,
por não ser percetível a sua diferenciação. A distinção foi realizada
apenas para LAAP com ou sem desinfeção, por se verificar que esta
etapa de tratamento tem expressão nos custos totais da
infraestrutura.

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218 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
12.1.2. Tratamento extensivo
Lagunagem
Os sistemas de lagunagem são compostos por várias lagoas
dispostas em série, nas quais a água é sucessivamente decantada e
depurada (Figura 12.1). Estes sistemas, geralmente, são precedidos
por uma etapa de tratamento preliminar com o recurso a gradagem
e desarenadores para remover resíduos sólidos de maiores
dimensões.
O tipo de lagoas e esquema de lagoas a considerar depende dos
parâmetros de qualidade das águas residuais a tratar, bem como
dos parâmetros meteorológicos locais e dos dados geológicos e de
permeabilidade dos solos. A maioria dos sistemas de lagunagem é
composta por uma sequência de lagoa anaeróbia, seguida de lagoa
facultativa e, por fim, de uma lagoa de maturação, cujo
funcionamento não implica qualquer consumo energético. Nas
lagoas anaeróbias é realizada uma primeira etapa de decantação e
remoção parcial da matéria orgânica em condições de ausência de
oxigénio. Nas lagoas facultativas, a depuração biológica ocorre
através da simbiose de algas e bactérias que têm capacidade de
estabilizar a matéria orgânica em condições aeróbias. Na lagoa de
maturação é feita uma afinação final do tratamento com desinfeção
do efluente através da luz solar.
A lagunagem apresenta-se como um método de tratamento de
águas residuais com tecnologia de baixo custo energético. Uma vez
que é uma tecnologia extensiva, com uma eficiência de tratamento
limitada, este sistema é mais adequado para pequenos aglomerados
populacionais. No entanto, existem alguns exemplos de sistemas de
lagoas arejadas, seguidas de lagoas de sedimentação e de
maturação, que no fundo se baseiam em processos biológicos de
lamas ativadas.
Figura 12.1 – Sistema de lagunagem

Leitos de macrófitas
Os sistemas de leitos de macrófitas são uma tecnologia extensiva
adequada ao tratamento sustentável de águas residuais domésticas
em pequenos aglomerados populacionais, não tanto em termos de
custos de construção (componente de construção civil tem
encargos de investimento significativos), mas essencialmente em
termos de operação, com consumos energéticos mínimos, reduzida
produção de lamas, pouca necessidade de manutenção e com
poucos requisitos de qualificação técnica dos operadores, aliados à
obtenção de boas eficiências de tratamento (Figura 12.2).

Figura 12.2 – ETAR de leitos de macrófitas (Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.)

De um modo geral, os sistemas de tratamento secundário que


utilizam leitos de macrófitas são compostos por etapas de
tratamento preliminar (gradagem), tratamento primário (fossa

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220 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
sética ou tanque Imhoff) e tratamento secundário (leitos de
macrófitas).
O tratamento secundário é assegurado por um ou mais leitos de
macrófitas, constituídos pelo material de enchimento que, além do
seu funcionamento como filtro, serve também de suporte às plantas
(macrófitas) e a microrganismos (aeróbios e anaeróbios) também
responsáveis pelo processo de biodegradação da matéria orgânica.
Para aumentar a eficiência global de tratamento, recomenda-se
geralmente a instalação de uma etapa de recirculação do efluente
tratado.

12.1.3. Tratamento intensivo: nível de tratamento apropriado


Fossas séticas com tratamento complementar
As fossas sépticas são sistemas de tratamento de nível primário
destinados a tratar águas residuais de utilizadores individuais (e.g.,
residências domésticas, hotéis, restaurantes), tipicamente isolados,
ou de reduzidos aglomerados populacionais (Figura 12.3).
A fossa séptica é, basicamente, composta por um tanque,
geralmente com mais do que um compartimento, onde a água
residual doméstica é decantada por ação da gravidade, dividindo-se
em camada inferior constituída por lamas, zona de clarificado e
camada superficial de óleos e gorduras. As lamas acumuladas no
fundo do tanque são parcialmente digeridas anaerobiamente. Com
esta separação, reduz-se o teor em sólidos e carga orgânica no
efluente em cerca de 50% e 20%, respetivamente.
Sempre que não seja necessário um nível de tratamento secundário,
face à reduzida dimensão do aglomerado populacional servido e às
caraterísticas do meio recetor, a fossa sética é seguida, apenas, de
uma etapa complementar simples (e.g., trincheiras de filtração,
trincheiras de infiltração ou filtros percoladores) antes da descarga
do efluente tratado. (Figura 12.4).
Figura 12.3 – Fossas sépticas

Figura 12.4 – Exemplo de um tratamento complementar de fossa séptica

12.1.4. Tratamento intensivo: nível de tratamento secundário


Para implementação de um tratamento secundário, podem ser
adotadas diferentes tecnologias que funcionam sobre princípios
semelhantes, destacando-se os sistemas aeróbios intensivos, quer
por biomassa suspensa (lamas ativadas), quer por biomassa fixa
(leitos percoladores e biodiscos ou discos biológicos).
ETAR compactas
As ETAR compactas são sistemas de tratamento intensivo
normalmente concebidos para o tratamento secundário de águas
residuais domésticas de pequenos aglomerados populacionais,
sendo possível a instalação de um ou vários módulos em paralelo
(Figura 12.5).
Geralmente, o módulo compacto de tratamento biológico
corresponde a um sistema de lamas ativadas em arejamento
prolongado, constituído por uma zona de arejamento (reator

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222 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
biológico) e uma zona de decantação (decantador secundário). No
entanto, existem opções no mercado do tipo SBR (Sequencing Batch
Reactors) e de biomassa fixa.
Atendendo à sua estrutura modular e compacta, construída em
materiais compósitos ou metálicos, disponíveis no mercado com
conceções e dimensões pré-definidas, optou-se por analisar as ETAR
de módulos compactos de tratamento biológico separadamente das
respetivas soluções convencionais de tratamento (sejam elas lamas
ativadas ou biomassa fixa), dimensionadas caso a caso e baseadas
em estruturas de betão.

Figura 12.5 – ETAR baseada em sistema de tratamento biológico modular compacto


(Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.)

ETAR convencionais - Biomassa fixa


Os leitos percoladores são os sistemas de tratamento de águas
residuais por biomassa fixa mais utlizados em Portugal. Neste
sistema, após o tratamento preliminar, o efluente aflui ao
decantador primário ou tanque Imhoff, seguindo para o leito
percolador, de enchimento de pedra ou de plástico, através de um
distribuidor rotativo, e percolam através do meio de enchimento
onde se desenvolve o biofilme. Uma parte do efluente é recirculada
para montante do leito percolador para melhorar a eficiência de
tratamento e o restante é decantado antes da sua descarga no meio
recetor (Figura 12.6).
Figura 12.6 – Leito percolador

Este sistema garante um nível de tratamento secundário, embora


com uma eficiência de tratamento inferior à obtida em sistemas de
biomassa suspensa, da ordem de 80 a 85%.
Neste sistema de tratamento são produzidos dois tipos de lamas:
primárias – com elevado teor de matéria orgânica biodegradável –
e biológicas – com menor teor de matéria orgânica. Atendendo ao
elevado teor orgânico das lamas, é necessário garantir a sua
estabilização antes da sua desidratação e evacuação a destino final.
Assim, a linha de tratamento da fase sólida é geralmente constituída
por uma etapa de espessamento, seguida pela etapa de
estabilização das lamas e da desidratação das lamas digeridas.
A estabilização das lamas geralmente é realizada por digestão
anaeróbia. Sendo os sistemas de leitos percoladores normalmente
aplicáveis a ETAR de pequena ou média dimensão, não é
economicamente vantajosa a realização de digestão anaeróbia
mesofílica (aquecida), realizando-se habitualmente apenas uma
digestão a frio (menos eficiente), em órgão dedicado (digestor), ou
em zona integrada no órgão que realiza a decantação primária (por
exemplo, tanque Imhoff).
ETAR convencionais - Biomassa suspensa
O sistema de tratamento de biomassa suspensa, mais
concretamente lamas ativadas, é o processo de tratamento mais
difundido em todo o Mundo para o tratamento de águas residuais
domésticas, não sendo Portugal exceção. O tratamento por lamas
ativadas realiza-se misturando, agitando e arejando as águas
residuais brutas com a biomassa suspensa, bacteriologicamente

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224 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
muito ativa. A degradação aeróbia dos poluentes realiza-se pela
mistura dos microrganismos depuradores e dos efluentes a tratar, o
que resulta em duas fases – líquida e sólida – que terão que ser
separadas antes da descarga da fase líquida no meio recetor,
geralmente através de decantação secundária.
Dependendo do regime de funcionamento (e.g., cargas mássicas
aplicadas, idades de lamas, tempos de retenção), este tipo de
tratamento pode dividir-se em lamas ativadas em arejamento
convencional (LAAC) ou lamas ativadas em arejamento prolongado
(LAAP).
Estes sistemas de tratamento são mais eficientes do que os
processos de biomassa fixa, atingindo eficiências de remoção da
ordem de 90 a 98%, embora impliquem consumos energéticos mais
elevados.
Os processos de lamas ativadas têm ainda a vantagem de permitir
não só o nível de tratamento secundário, como serem
dimensionados para permitirem o nível de tratamento terciário de
remoção biológica de nutrientes (azoto e fósforo).
Os sistemas de lamas ativadas podem ainda ser distinguidos pela
tecnologia de separação das fases líquida e sólida. Nos sistemas
clássicos (contínuos ou SBR), a separação é realizada graviticamente
por decantação, enquanto nos sistemas MBR (Membrane Bioreator)
é realizada por filtração em membranas.
Em Portugal, existem muito poucos exemplos da tecnologia MBR,
pelo que serão apresentadas funções de custo apenas para os
sistemas convencionais de biomassa suspensa.
Lamas ativadas em arejamento convencional e digestão anaeróbia
mesofílica
Geralmente, o sistema de lamas ativadas operadas em regime de
arejamento convencional (média carga) é aplicado a ETAR de
grandes dimensões (i.e., para populações superiores a 40 000 ou
50 000 habitantes equivalentes), uma vez que implicam um custo
de construção superior e uma operação mais complexa, quando
comparado com o sistema de lamas ativadas operadas em regime
de arejamento prolongado. No entanto, em ETAR de maiores
dimensões, o maior custo de construção pode ser compensado, no
período de exploração, pela redução dos custos de operação,
principalmente através do aproveitamento energético do biogás
produzido no processo de tratamento. A Figura 12.7 ilustra dois
exemplos de ETAR de lamas ativadas operadas em regime de
arejamento convencional com digestão anaeróbia das lamas e
cogeração.
Este tipo de instalação envolve um tratamento preliminar, seguido
de uma etapa de decantação primária, onde é realizada uma
redução parcial da carga poluente particulada das águas residuais
que afluem ao tratamento biológico. As lamas primárias
sedimentadas são extraídas para a linha de tratamento da fase
sólida.
O tratamento biológico é, em seguida, realizado em reatores de
lamas ativadas e decantação secundária, a partir do qual o efluente
decantado é descarregado. Uma parte das lamas biológicas
decantadas é recirculada para os reatores e as lamas biológicas em
excesso são encaminhadas para a fase sólida, onde são tratadas
juntamente com as lamas primárias.
A existência de uma etapa de decantação primária a montante
permite reduzir o volume do reator biológico necessário, face a um
sistema de lamas ativadas em arejamento prolongado. Este tipo de
esquema de tratamento implica a produção de dois tipos de lamas:
primárias – com elevado teor de matéria orgânica biodegradável –
e biológicas – com menor teor de matéria orgânica, mas que, devido
à menor idade de lamas com que é operado o reator biológico, não
se encontram estabilizadas.
Assim sendo, as lamas produzidas devem ser submetidas a um
processo de tratamento mais complexo do que as lamas biológicas
produzidas no regime de arejamento prolongado, de modo a
garantir a redução do teor em matéria orgânica e a sua
estabilização.
A linha de tratamento da fase sólida é geralmente constituída por
etapa(s) de espessamento, gravítico e/ou mecânico, seguida da
etapa de digestão anaeróbia e desidratação das lamas digeridas.
Sendo o sistema LAAC geralmente aplicado a ETAR de grande
dimensão, afigura-se técnico-economicamente vantajosa a
realização da digestão em regime mesofílico (aquecida), de modo a

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226 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
melhorar a eficiência do processo e a aumentar a produção de
biogás para produção de energia.
Por essa razão, este tipo de ETAR inclui, adicionalmente, etapas de
tratamento da fase gasosa (biogás), incluindo armazenamento,
tratamento e aproveitamento do biogás em sistema de cogeração,
para produção de energia elétrica para consumo interno na ETAR ou
venda à rede pública.

Figura 12.7 – Duas ETAR de lamas ativadas operadas em regime de arejamento


convencional com digestão anaeróbia das lamas e cogeração (Fonte: AdP – Águas
de Portugal, S.A.)

Lamas ativadas em arejamento prolongado


O sistema de lamas ativadas operadas em regime de arejamento
prolongado (LAAP) é o sistema de tratamento mais utilizado para
águas residuais domésticas, sendo aplicável a uma gama muito
alargada de população equivalente. Trata-se de um sistema robusto
e muito eficiente, com menores custos de construção, menos
etapas de tratamento e operação menos complexa do que o sistema
de lamas ativadas em arejamento convencional (Figura 12.8).
Este tipo de instalação envolve um tratamento preliminar, seguido
da etapa de tratamento biológico, realizado em reatores de lamas
ativadas e decantadores secundários, a partir dos quais o efluente
decantado é descarregado. Uma parte das lamas biológicas
sedimentadas é recirculada para os reatores e as lamas biológicas
em excesso são encaminhadas para a fase sólida. O tempo de
retenção da biomassa no reator biológico (idade de lamas) operado
em arejamento prolongado é muito superior ao verificado num
sistema de arejamento convencional (média carga), para que a
estabilização das lamas biológicas ocorra no reator em simultâneo
com a depuração do efluente. Esta situação, associada ao facto do
tratamento biológico não ser precedido de uma etapa de
decantação primária, obriga a que os volumes de reator biológico
sejam muito superiores aos necessários num sistema de arejamento
convencional.
Pelo facto de só ser produzido um tipo de lamas, que já se
encontram estabilizadas aerobiamente, a linha de tratamento da
fase sólida é muito mais simples, sem fase gasosa associada, sendo
geralmente constituída por uma etapa de espessamento e uma
etapa de desidratação.
As ETAR baseadas no processo de lamas ativadas em regime de
arejamento prolongado podem ser concebidas e dimensionadas
para garantir apenas o nível de tratamento secundário, ou para
garantir um nível de tratamento mais avançado incluindo remoção
de nutrientes ou ser complementadas com etapa de desinfeção.
Conforme referido, por razões de controlo adequado do processo
biológico, os sistemas de lamas ativadas em arejamento prolongado
são, muitas vezes, concebidos para remover azoto, pelo que o nível
de tratamento terciário para remoção deste parâmetro não
determina uma diferença de custos de construção, tal como não
justifica a remoção de fósforo por ser uma etapa de tratamento com
custos de construção muito baixos. Assim, no presente estudo serão
analisadas separadamente as ETAR de lamas ativadas em
arejamento prolongado sem desinfeção e com desinfeção,
independentemente de terem ou não remoção de azoto e fósforo.

|
228 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Figura 12.8 – ETAR de lamas ativadas operadas em regime de arejamento
prolongado (Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.)

12.1.5. Tratamento intensivo: nível de tratamento terciário


Quando o meio recetor está classificado como zona sensível ou tem
outros objetivos de qualidade estabelecidos no quadro legal
nacional ou europeu, poderá ser necessário implementar um nível
de tratamento superior ao secundário. O esquema de tratamento
terciário é estabelecido de acordo com os requisitos de qualidade
aplicáveis ao efluente tratado.
Os níveis de tratamento terciários aplicados a águas residuais
domésticas contemplam, para além da remoção da matéria
carbonácea, a remoção de nutrientes (e.g., descarga em zona
sensível por risco de eutrofização) e/ou a desinfeção do efluente
(e.g., descarga em zona balnear, em zona conquícola). Geralmente,
são realizados em sistemas de lamas ativadas, devido à sua elevada
eficiência de tratamento e grande flexibilidade de funcionamento.
A remoção de azoto é realizada por via biológica, em condições de
anoxia, podendo implicar a construção de um tanque anóxico a
montante dos reatores aeróbios (que garantem o tratamento
secundário) e de uma estação elevatória de recirculação do licor
misto do reator arejado para o anóxico, ou a conceção do reator
biológico que permita a alternância entre zonas/períodos arejados
e zonas/períodos de anoxia dentro do mesmo órgão.
A remoção de fósforo é habitualmente realizada por via química,
através da adição de um sal metálico (Fe ou Al) para precipitação
dos fosfatos, podendo também ser realizada por via biológica, sendo
necessário um reator anaeróbio adicional.
A desinfeção do efluente tratado é realizada após o tratamento
secundário, geralmente através de radiação UV.

12.2. Caraterização dos componentes


Os contratos analisados incluem a seguinte distribuição por tipo de
tratamento:
• lamas ativadas em arejamento prolongado (LAAP) – 56%
(dos quais 12% complementadas com etapa de desinfeção);
• leitos percoladores (LP) – 14%;
• leitos de macrófitas (LM) – 16%;
• compactas – 8%;
• lamas ativadas em arejamento convencional (LAAC) – 6%.
O número total de contratos analisados de ETAR foi de 76
permitindo obter o número total de elementos de 159, com
diferentes datas de adjudicação da obra (Quadro 12.2). O número
total de elementos foi dividido por tipo de ETAR. Em relação às
capacidades das instalações de tratamento correspondentes aos
contratos analisados, as populações equivalentes servidas em
horizonte de projeto variam entre 130 e 272 000 habitantes
equivalentes.

Quadro 12.2 – Caraterísticas dos contratos analisados de estações de tratamento


de águas residuais

Total: 76
Número total de contratos (Norte: 21; Centro: 25; AM Lisboa: 10;
Alentejo: 14; Algarve: 6)
Data de adjudicação [1998; 2014]
Amostra inicial (n.º de elementos) 159
População equivalente (Hab.) [130; 272 000]
Percentagem de valores anómalos 1,3%
Amostra final (n.º de elementos) 157

Os contratos analisados provêm de diversas regiões do país


verificando-se a seguinte distribuição: região Norte com 21
contratos (44% da amostra total), região Centro com 25 contratos
(29% da amostra total), região Área Metropolitana de Lisboa com 10
contratos (6% da amostra total), região Alentejo com 14 contratos
(13% da amostra total) e a região Algarve com 6 contratos (8% da
amostra total), de acordo com a divisão de NUTS II (Figura 12.9a).
Relativamente aos anos de adjudicação dos contratos, estes variam
entre 1998 e 2014, sendo o período de 2006 a 2008 um período de
construção intensiva destas infraestruturas (Figura 12.9b).

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230 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a) (b)
75

40
35
60
Número de elementos

30
Número de elementos
25
45

20
30

15
10

2.5%

2.5%
15

1.3%
15.7%

24.5%

14.5%

16.4%

10.7%
1.3%

1.3%

1.3%

7.5%

0.6%
5
44%

29%

13%
6%

8%

0
0

1998

2002

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014
Norte

Algarve
Centro

Lisboa

Alentejo
AM

Limites territoriais NUTS II (2013) Ano de adjudicação

Figura 12.9 – Variação percentual da amostra inicial de ETAR:


(a) NUTS II; (b) anos de adjudicação dos contratos

Dos 159 elementos da amostra inicial foram identificados dois


valores anómalos, obtendo-se uma amostra final de 157 elementos.
Na Figura 12.10 apresentam-se os valores medianos dos custos de
construção civil e custos de equipamento eletromecânico e
instalações elétricas para cada tipo de ETAR. O custo associado à
construção civil tem maior expressão nas ETAR com menores
exigências em termos de equipamento, representando entre 70-
80% do custo total nos sistemas de leitos de macrófitas e 60-65% do
custo total nos leitos percoladores e LAAP sem desinfeção e sem
desidratação de lamas. As ETAR compactas apresentam os custos de
construção civil mais reduzidos, uma vez que correspondem,
essencialmente, a trabalhos de escavação para a sua instalação e
arruamentos, sendo da ordem de 40% do custo total. Os sistemas
LAAC, LAAP com desinfeção e LAAP sem desinfeção com
desidratação de lamas apresentam relações entre custos de
construção civil e custos de equipamento e instalações elétricas
muito semelhantes.
LM s/ recirculação 81%
de efluente (n=6) 19%

LM c/ recirculação 70%
de efluente (n=19) 30%

Compactas 41%
(n=12) 59%

LP 64%
(n=23) 36%

LAAP s/desinfeção 61%


s/desidratação de
lamas (n=37) 39%

LAAP s/desinfeção 50%


c/desidratação de Construção
lamas (n=32) 50%
civil

LAAP c/desinfeção 46%


(n=18) 54% Equipamento
eletromecânico e
instalações elétricas
LAAC 51%
(n=10) 49%

Mediana das percentagens das rubricas de custo (%)

Figura 12.10 – Distribuição da amostra final de ETAR por rubricas de custo

12.3. Custos de construção de estações de


tratamento de águas residuais
12.3.1. Nota introdutória
Os custos de construção de ETAR são definidos, por habitante
equivalente servido (capacidade de tratamento), em função do tipo
de tratamento. Atendendo às grandes diferenças em termos de
construção civil e equipamentos e tecnologias inerentes a cada tipo
de ETAR, foram calculados custos para cada tipo, não discriminados
por etapa de tratamento.
O custo total das ETAR é dividido em custo de construção civil,
incluindo o custo do estaleiro, arranjos exteriores e terraplenagens,
e em custo de equipamento eletromecânico e instalações elétricas,
em função da população servida no ano horizonte de projeto.
A estimativa dos custos de construção de ETAR pode ser efetuada
com base nas funções associadas aos custos unitários parciais,

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232 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
procedendo-se à soma do custo de construção civil e de
equipamento e instalações elétricas, ou através das funções
associadas aos custos unitários totais. A diferença dos custos
obtidos pelas diferentes funções é resultante do ajustamento da
função de custo aos elementos de cada uma das amostras,
apresentando um erro sem significado. Sempre que possível,
recomenda-se o cálculo através dos custos unitários parciais.
Embora a maior parte dos contratos de estações de tratamento de
águas residuais correspondam a empreitadas de conceção-
construção, na presente análise não foram contabilizados os custos
de conceção e elaboração do projeto de execução, nem os custos
do arranque da instalação para verificação das garantias de
funcionamento. Os custos de projeto representam entre 5 a 12%
dos custos de construção e os custos de arranque da infraestrutura
representam 3 a 10%, dependendo do tipo e dimensão da ETAR em
causa.

12.3.2. ETAR compactas


A amostra final de ETAR compactas é constituída por 12 elementos.
As funções de custo de construção são apresentadas na Figura 12.11
em termos de custo unitário de construção civil e de custo unitário
de equipamento eletromecânico e instalações elétricas, em função
da população equivalente. O custo de construção civil inclui os
custos de estaleiro, arranjos exteriores e terraplenagens.
Ambos os custos unitários de construção civil e de equipamento e
instalações elétricas diminuem com o aumento da capacidade de
tratamento da ETAR, observando-se uma tendência decrescente e
descrita por uma regressão de potência. As curvas de regressão de
construção civil e de equipamento eletromecânico mais instalações
elétricas apresentam coeficientes de determinação de 0,37 e 0,28,
respetivamente. Foram, também, calculadas as curvas de predição
associadas aos percentis 5 e 95%.

O domínio de aplicação das funções de custo compreende


populações equivalentes entre 356 e 1 000 Hab. A extrapolação
deste domínio de aplicação deve ser realizada com parcimónia e
apenas para valores de população equivalente entre 200 e
1 000 Hab.:
• para valores de população equivalente inferiores a
200 Hab., deve ser utilizado o custo total correspondente
ao limite inferior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo
total associado à população de 200 Hab.);
• para valores de população equivalente superiores a
1 000 Hab., deve ser utilizado o custo unitário
correspondente ao limite superior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo unitário, em €/Hab., associado à
população de 1 000 Hab.).
Os intervalos de extrapolação são representados nas figuras pelo
sombreado cinzento.
A Figura 12.12(a) apresenta o custo total unitário de construção de
estações de tratamento de águas residuais compactas e a
Figura 12.12(b) o custo total de construção, ambas em função da
população equivalente da instalação.

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234 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
Custo unitário de construção civil, C cc (€/Hab.)
500 Elementos da amostra (n=12)
Curva de regressão (Ccc )
400

Curvas de predição (5-95%)


-0,869
Ccc = 31070 P
300

2
R = 0,37
200
100
0

200 400 600 800 1000


População equivalente, P (Hab.)

(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico

600

Elementos da amostra (n=12)


e instalações elétricas, C e (€/Hab.)

Curva de regressão (Ce)


500

Curvas de predição (5-95%)


400

-0,480
Ce = 3814 P
2
R = 0,28
300
200
100
0

200 400 600 800 1000


População equivalente, P (Hab.)

Figura 12.11 – Custos unitários de construção de ETAR compactas:


(a) construção civil; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas
(a)

700
Total (Ctu)

600
Construção civil

Custo unitário de construção


de ETAR compactas (€/Hab.)
Equipamento e instalações elétricas

500
-0,670
Ctu = 21940 P
400
2
R = 0,53
300
200
100
0

200 400 600 800 1000

População equivalente, P (Hab.)

(b)
Custo de construção de ETAR compactas (10 €)
3

300

Total (Ct)
Construção civil
250

Equipamento e instalações elétricas


0,330
Ct = 21940 P
200
150
100
50
0

200 400 600 800 1000

População equivalente, P (Hab.)

Figura 12.12 – ETAR compactas: (a) custo unitário; (b) custo de construção

12.3.3. ETAR de leito de macrófitas


Atualmente, recomenda-se que as ETAR de leito de macrófitas
incluam recirculação de efluente no seu esquema de tratamento, de
forma a garabtir a eficiência do processo. Contudo, a amostra
analisada contém elementos sem essa etapa, o que pode explicar a
grande variabilidade verificada no custo de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas (Figura 12.13).

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236 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
500
Custo de equipamento eletromecânico e

400 Amostra sem recirculação de efluente (n=6)


instalações elétricas (€/Hab.)

Amostra com recirculação de efluente (n=19)


300
200
100
0

0 100 200 300 400 500 600 700 800


População equivalente (Hab.)

Figura 12.13 – Comparação entre o custo de equipamento eletromecânico e


instalações elétricas de ETAR de leito de macrófitas com e sem recirculação de
efluente

Este tipo de instalações não apresenta um custo de equipamento


muito significativo e a existência de recirculação de efluente pode
encarecer significativamente este componente. Em contrapartida, o
custo de construção civil não apresenta alterações significativas na
presença desta etapa. Deste modo, a função de custo de construção
civil é constituída por todos os elementos sem diferenciação da
etapa acima mencionada. No entanto, para a construção da função
de custo de equipamento eletromecânico e instalações elétricas, a
amostra foi dividida em dois clusters: sem e com recirculação de
efluente.
As amostras finais de ETAR de leito de macrófitas sem e com
recirculação de efluente são constituídas por 6 e 19 elementos,
respetivamente.
Na Figura 12.14 apresenta-se o custo unitário de construção civil em
função da população equivalente. O custo de construção civil inclui
também os custos de estaleiro, arranjos exteriores e
terraplenagens. O custo unitário de construção civil diminui com o
aumento da capacidade de tratamento da ETAR, observando-se
uma tendência decrescente e descrita por uma regressão de
potência. A curva de regressão de construção civil apresenta um
coeficiente de determinação de 0,56. Foram, ainda, obtidas as
curvas de predição associadas aos percentis 5 e 95%.
A função de custo para a construção civil apresenta um domínio de
que compreende populações equivalentes entre 130 e 698 Hab. A
extrapolação deste domínio de aplicação deve ser realizada com
parcimónia e apenas para valores de população equivalente entre
100 e 1 000 Hab. Os intervalos de extrapolação são representados
na figura pelo sombreado cinzento.
Custo unitário de construção civil, C cc (€/Hab.)
2500

Elementos da amostra (n=25)


Curva de regressão (Ccc )
2000

Curvas de predição (5-95%)


1500

-0,860
Ccc = 75470 P
2
1000

R = 0,56
500
0

100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

População equivalente, P (Hab.)

Figura 12.14 – Custo unitário de construção civil de ETAR de leito de macrófitas

Na Figura 12.15 apresenta-se o custo unitário de equipamento


eletromecânico e instalações elétricas em função da população
equivalente, sem e com recirculação do efluente. O custo unitário
de equipamento eletromecânico e instalações elétricas diminui com
o aumento da capacidade de tratamento da ETAR, observando-se
uma tendência decrescente e descrita por uma regressão de
potência. As curvas de regressão para as amostras sem e com
recirculação de efluentes apresentam coeficientes de determinação
de 0,81 e 0,74, respetivamente. Foram, ainda, obtidas as curvas de
predição associadas aos percentis 5 e 95%.
Os domínios de aplicação das funções de custo unitário de
equipamento eletromecânico e instalações elétricas com e sem
recirculação de efluentes são distintos. A amostra sem recirculação
de efluentes apresenta um domínio que compreende populações
equivalentes entre 130 e 392 Hab. A extrapolação deste domínio de
aplicação deve ser realizada com parcimónia e apenas para valores
de população equivalente entre 100 e 500 Hab.:

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238 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
• para valores de população equivalente inferiores a
100 Hab., deve ser utilizado o custo total correspondente
ao limite inferior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo
total, em euros, associado à população de 100 Hab.);
• para valores de população equivalente superiores a
500 Hab., deve ser utilizado o custo unitário
correspondente ao limite superior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo unitário, em €/Hab., associado à
população de 500 Hab.).
A amostra com recirculação de efluentes apresenta um domínio que
compreende populações equivalentes entre 140 e 698 Hab. A
extrapolação deste domínio de aplicação deve ser realizada com
parcimónia e apenas para valores de população equivalente entre
100 e 1 000 Hab.:
• para valores de população equivalente inferiores a
100 Hab., deve ser utilizado o custo total correspondente
ao limite inferior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo
total, em euros, associado à população de 100 Hab.);
• para valores de população equivalente superiores a
1 000 Hab., deve ser utilizado o custo unitário
correspondente ao limite superior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo unitário, em €/Hab., associado à
população de 1 000 Hab.).
Os intervalos de extrapolação são representados nas figuras pelo
sombreado cinzento.
(a)

Custo unitário de equipamento eletromecânico

500
Elementos da amostra (n=6)

e instalações elétricas, C e (€/Hab.)


Curva de regressão (Ce)

400
Curvas de predição (5-95%)

300 -0,580
Ce = 3299 P
2
R = 0,81
200
100
0

100 200 300 400 500

População equivalente, P (Hab.)

(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico

600

Elementos da amostra (n=19)


e instalações elétricas, C e (€/Hab.)

Curva de regressão (Ce)


500

Curvas de predição (5-95%)


400

-0,996
Ce = 69853 P
300

2
R = 0,74
200
100
0

100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

População equivalente, P (Hab.)

Figura 12.15 – Custo unitário de equipamento eletromecânico e instalações


elétricas de ETAR de leito de macrófitas: (a) sem recirculação de efluente; (b) com
recirculação de efluente

Para ETAR de leito de macrófitas sem recirculação de efluente, a


Figura 12.16(a) apresenta o custo total unitário de construção deste
tipo de estações de tratamento de águas residuais e a
Figura 12.16(b) o custo total de construção, ambos em função da
população equivalente da instalação. Os custos totais reais ajustam-
se muito bem à curva de regressão.

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240 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a) (b)

300
Custo unitário de construção de ETAR de leito

2000

de macrófitas sem recirculação (10 €)


Custo de construção de ETAR de leito
de macrófitas sem recirculação (€/Hab.)

250
1500

200
150
1000

100
500

50
0
0

100 200 300 400 500 100 200 300 400 500

População equivalente, P (Hab.) População equivalente, P (Hab.)

Figura 12.16 – ETAR de leito de macrófitas sem recirculação de efluente: (a) custo
unitário; (b) custo de construção

Para ETAR de leito de macrófitas com recirculação de efluentes, a


Figura 12.17(a) apresenta o custo total unitário de construção deste
tipo de estações de tratamento de águas residuais e a
Figura 12.17(b) o custo total de construção, ambas em função da
população equivalente da instalação. Regista-se uma elevada
dispersão dos elementos em torno da curva de regressão, o que se
traduz em alguma incerteza na utilização da curva de custos
construída.
(a) (b)
Custo unitário de construção de ETAR de leito

500
2000

de macrófitas com recirculação (10 €)


Custo de construção de ETAR de leito
de macrófitas com recirculação (€/Hab.)

400
1500

300
1000

200
500

100
0
0

100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

População equivalente, P (Hab.) População equivalente, P (Hab.)

Figura 12.17 – ETAR de leito de macrófitas com recirculação de efluente: (a) custo
unitário; (b) custo de construção

Tratando-se de um sistema de tratamento extensivo, com elevadas


necessidades de área para implantação, o tipo de solo e orografia
do terreno têm um especial impacto nos custos de construção de
construção civil, podendo ser responsáveis por variações
substanciais dos encargos globais de investimento.

12.3.4. ETAR de leito percolador


A amostra final de ETAR de leito percolador é constituída por 23
elementos. As funções de custo de construção deste tipo de ETAR
são apresentadas na Figura 12.18 em termos de custo unitário de
construção civil e de custo unitário de equipamento eletromecânico
e instalações elétricas, em função da população equivalente. O
custo de construção civil inclui, também, os custos de estaleiro,
arranjos exteriores e terraplenagens.
O custo unitário de construção diminui com o aumento da
capacidade de tratamento da ETAR, observando-se uma tendência
decrescente e descrita por uma regressão de potência. As curvas de
regressão de construção civil e de equipamento eletromecânico e
instalações elétricas apresentam um coeficiente de determinação
de 0,89 e 0,97, respetivamente. Foram, ainda, obtidas as curvas de
predição associadas aos percentis 5 e 95%.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende
populações equivalentes entre 250 e 1 000 Hab. A extrapolação
deste domínio de aplicação deve ser realizada com parcimónia e
apenas para valores de população equivalente entre 200 e
1 000 Hab.:
• Para valores de população equivalente inferiores a
200 Hab., deve ser utilizado o custo total correspondente
ao limite inferior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo
total, em euros, associado à população de 200 Hab.);
• Para valores de população equivalente superiores a
1 000 Hab., deve ser utilizado o custo unitário
correspondente ao limite superior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo unitário, em €/Hab., associado à
população de 1 000 Hab.).
Os intervalos de extrapolação são representados nas figuras pelo
sombreado cinzento.

|
242 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
Custo unitário de construção civil, C cc (€/Hab.)
800
Elementos da amostra (n=23)
Curva de regressão (Ccc)
600

Curvas de predição (5-95%)

-0,694
Ccc = 24565 P
400

2
R = 0,89
200
0

200 400 600 800 1000

População equivalente, P (Hab.)

(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico

500

Elementos da amostra (n=23)


e instalações elétricas, C e (€/Hab.)

Curva de regressão (Ce)


400

Curvas de predição (5-95%)


300

-0,9989
Ce = 96716 P
2
200

R = 0,97
100
0

200 400 600 800 1000


População equivalente, P (Hab.)

Figura 12.18 – Custo unitário de construção de ETAR de leito percolador:


(a) construção civil; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas

Na Figura 12.19(a) apresenta-se o custo total unitário de construção


de ETAR de leito percolador e na Figura 12.19(b) o custo total de
construção, ambos em função da população equivalente. O custo
total de construção civil apresenta uma tendência crescente com a
população. O custo total do equipamento e instalações elétricas
tende a ser constante e independente da população servida.
Atendendo à curta gama e reduzidas populações servidas incluídas
na amostra, as diferenças de capacidades e dimensões dos
equipamentos inerentes a esta solução serão muito pequenas, não
sendo suficientes para uma diferenciação do respetivo custo (e.g., o
braço distribuidor e pontes raspadoras). Em alguns casos analisados,
poderão mesmo ter sido usados modelos e equipamentos idênticos
independentemente da população a servir, dado corresponderem a
capacidades mínimas disponíveis no mercado (e.g., grupos
eletrobomba, equipamentos de tratamento preliminar).
(a)
1200

Total (Ctu)
de ETAR de leito percolador (€/Hab.)
1000

Construção civil
Custo unitário de construção

Equipamento e instalações elétricas


800
600

-0,800
Ctu = 76151 P
2
R = 0,95
400
200
0

200 400 600 800 1000

População equivalente, P (Hab.)

(b)
400

Total (Ct)
Construção civil
Custo de construção de ETAR
de leito percolador (10 €)

Equipamento e instalações elétricas


300
3

0,200
Ct = 76151 P
200
100
0

200 400 600 800 1000

População equivalente, P (Hab.)

Figura 12.19 – ETAR de leito percolador: (a) custo unitário; (b) custo de construção

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244 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
12.3.5. ETAR por lamas ativadas em arejamento convencional
A amostra final de ETAR por lamas ativadas em arejamento
convencional, com digestão mesófila e cogeração, é constituída por
10 elementos. As funções de custo de construção deste tipo são
apresentadas na Figura 12.20, em termos de custo unitário de
construção civil e de custo unitário de equipamento eletromecânico
e instalações elétricas, em função da população equivalente a servir.
O custo de construção civil inclui também os custos de estaleiro,
arranjos exteriores e terraplenagens.
(a)
Custo unitário de construção civil, C cc (€/Hab.)
120

Elementos da amostra (n=10)


Curva de regressão (Ccc)
100

Curvas de predição (5-95%)


-0,349
Ccc = 3038 P
80

2
R = 0,59
60
40
20
0

40000 96000 152000 208000 264000 320000

População equivalente, P (Hab.)

(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico

120

Elementos da amostra (n=10)


e instalações elétricas, C e (€/Hab.)

Curva de regressão (Ce)


100

Curvas de predição (5-95%)


80

-0,622
Ce = 63117 P
60

2
R = 0,84
40
20
0

40000 96000 152000 208000 264000 320000


População equivalente, P (Hab.)

Figura 12.20 – Custo unitário de construção de ETAR por LAAC: (a) construção civil;
(b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas
Os custos unitários de construção diminuem com o aumento da
capacidade de tratamento da ETAR, observando-se uma tendência
decrescente e descrita por uma regressão de potência. As curvas de
regressão de construção civil e de equipamento eletromecânico e
instalações elétricas apresentam um coeficiente de determinação
de 0,59 e 0,84, respetivamente. Foram, ainda, obtidas as curvas de
predição associadas aos percentis 5 e 95%.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende
populações equivalentes entre 40 666 e 272 000 Hab. A
extrapolação deste domínio de aplicação deve ser realizada com
parcimónia e apenas para valores de população equivalente entre
os 40 000 e 320 000 Hab.:
• para valores de população equivalente inferiores a
40 000 Hab., geralmente não se recomenda a utilização
deste tipo de tratamento; mas, a fazê-lo, deve ser utilizado
o custo total correspondente ao limite inferior do intervalo
de extrapolação (i.e., o custo total, em euros, associado à
população de 40 000 Hab.);
• para valores de população equivalente superiores a
320 000 Hab., deve ser utilizado o custo unitário
correspondente ao limite superior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo unitário, em €/Hab., associado à
população de 320 000 Hab.).
Os intervalos de extrapolação são representados nas figuras pelo
sombreado cinzento.
A Figura 12.21(a) apresenta o custo total unitário de construção de
estações de tratamento de águas residuais por lamas ativadas em
arejamento convencional e a Figura 12.21 (b) o custo total de
construção, ambos em função da população equivalente da
instalação.

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246 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

200 Total (Ctu)


Construção civil
Custo unitário de construção
de ETAR por LAAC (€/Hab.)

Equipamento e instalações elétricas


150

-0,473
Ctu = 24231 P
2
100

R = 0,80
50
0

40000 96000 152000 208000 264000 320000

População equivalente, P (Hab.)

(b)
Custo de construção de ETAR por LAAC (10 €)
20000
3

Total (Ct)
Construção civil
15000

Equipamento e instalações elétricas

0,527
Ct = 24231 P
10000
5000
0

40000 96000 152000 208000 264000 320000

População equivalente, P (Hab.)

Figura 12.21 – ETAR por LAAC: (a) custo unitário; (b) custo de construção

12.3.6. ETAR por lamas ativadas em arejamento prolongado


sem desinfeção
As ETAR por LAAP sem desinfeção apresentam um grande domínio
de aplicação, desde infraestruturas de pequena dimensão
(≤ 2 000 Hab.) até infraestruturas de média e grande dimensão
(> 2 000 Hab.). Para ETAR deste tipo e de pequena dimensão, é
frequente existirem casos em que não é aplicável a etapa de
desidratação de lamas no recinto da instalação, sendo
economicamente mais vantajoso proceder a um espessamento das
lamas e ao seu transporte para ETAR de maior dimensão, onde são
sujeitas a desidratação conjunta com as lamas produzidas nessa
ETAR recetora. A ausência desta etapa em alguns elementos da
amostra total deste tipo de ETAR pode explicar a grande
variabilidade verificada no custo (Figura 12.22). Deste modo, foram
obtidas funções de custo tendo em consideração a utilização e a não
utilização da etapa de desidratação de lamas no local para ETAR por
LAAP sem desinfeção de pequena dimensão.
1200
1000

LAAP sem desinfeção e sem


desidratação de lamas (n=37)
Custo unitário total (€/Hab.)

LAAP sem desinfeção e com


800

desidratação de lamas (n=33)


600
400
200
0

0 10000 20000 30000 40000 50000 60000


População equivalente (Hab.)

Figura 12.22 – Amostra total de ETAR por LAAP sem desinfeção com e sem a etapa
de desidratação de lamas no local

LAAP sem desidratação de lamas


Para instalações sem desinfeção e sem desidratação de lamas no
local, a amostra final é constituída por 37 elementos, sendo que na
Figura 12.23(a) apresenta-se o custo unitário de construção civil e
na Figura 12.23(b) o custo unitário de equipamento eletromecânico
e instalações elétricas em função da população equivalente. O custo
de construção civil inclui também os custos de estaleiro, arranjos
exteriores e terraplenagens. Os custos unitários de construção
diminuem com o aumento da capacidade de tratamento da ETAR,
observando-se uma tendência decrescente e descrita por uma
regressão de potência. As curvas de regressão de construção civil e
de equipamento eletromecânico e instalações elétricas apresentam
um coeficiente de determinação de 0,72 e 0,64, respetivamente.
Foram, ainda, obtidas as curvas de predição associadas aos
percentis 5 e 95%.

|
248 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
Custo unitário de construção civil, C cc (€/Hab.)
600
Elementos da amostra (n=37)
Curva de regressão (Ccc)
500

Curvas de predição (5-95%)


400

-0,781
Ccc = 45160 P
300

2
R = 0,72
200
100
0

400 800 1200 1600 2000

População equivalente, P (Hab.)

(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico

600

Elementos da amostra (n=37)


e instalações elétricas, C e (€/Hab.)

Curva de regressão (Ce)


500

Curvas de predição (5-95%)


400
300

-0,895
Ce = 62324 P
2
R = 0,64
200
100
0

400 800 1200 1600 2000


População equivalente, P (Hab.)

Figura 12.23 – Custo unitário de construção de ETAR por LAAP sem desinfeção e
sem desidratação de lamas no local: (a) construção civil; (b) equipamento
eletromecânico e instalações elétricas

O domínio de aplicação das funções de custo compreende


populações equivalentes entre 448 e 2 000 Hab. A extrapolação
deste domínio de aplicação deve ser realizada com parcimónia e
apenas para valores de população equivalente entre os 400 e
2 000 Hab.:
• para valores de população equivalente inferiores a
400 Hab., deve ser utilizado o custo total correspondente
ao limite inferior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo
total, em euros, associado à população de 400 Hab.);
• acima dos 2000 Hab., assume-se que não é viável existirem
ETAR por LAAP sem a etapa de desidratação de lamas.
Os intervalos de extrapolação são representados nas figuras pelo
sombreado cinzento.
A Figura 12.24(a) apresenta o custo total unitário de construção de
estações de tratamento de águas residuais por lamas ativadas em
arejamento prolongado sem desinfeção e sem desidratação de
lamas no local e a Figura 12.24(b) o custo total de construção,
ambos em função da população equivalente da instalação.

|
250 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Custo unitário de construção de ETAR por LAAP (a)
sem desinfeção e sem desidratação (€/Hab.)
800

Total (Ctu)
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
600

-0,819
Ctu = 95881 P
400

2
R = 0,73
200
0

400 800 1200 1600 2000

População equivalente, P (Hab.)

(b)
sem desinfeção e sem desidratação (10 €)
700
Custo de construção de ETAR por LAAP
3

Total (Ct)
600

Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
500

0,181
Ct = 95881 P
400
300
200
100
0

400 800 1200 1600 2000

População equivalente, P (Hab.)

Figura 12.24 – ETAR por LAAP sem desinfeção e sem desidratação de lamas no
local: (a) custo unitário; (b) custo de construção

LAAP com desidratação de lamas


Para instalações sem desinfeção e com desidratação de lamas no
local, a amostra final é constituída por 32 elementos, sendo que na
Figura 12.25(a) apresenta-se o custo unitário de construção civil e
na Figura 12.25(b) o custo unitário de equipamento eletromecânico
e instalações elétricas em função da população equivalente. As
curvas de regressão de construção civil e de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas apresentam um coeficiente
de determinação de 0,92 e 0,79, respetivamente. Foram, ainda,
obtidas as curvas de predição associadas aos percentis 5 e 95%.
(a)

Custo unitário de construção civil, C cc (€/Hab.)


600
Elementos da amostra (n=32)
500 Curva de regressão (Ccc )
Curvas de predição (5-95%)
400
300
200

-0,532
Ccc = 11731 P
2
R = 0,92
100
0

0 13000 26000 39000 52000 65000


População equivalente, P (Hab.)

(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico

600

Elementos da amostra (n=32)


e instalações elétricas, C e (€/Hab.)

Curva de regressão (Ce)


500

Curvas de predição (5-95%)


400
300

-0,509
Ce = 9733 P
200

2
R = 0,79
100
0

0 13000 26000 39000 52000 65000


População equivalente, P (Hab.)

Figura 12.25 – Custo unitário de construção de ETAR por LAAP sem desinfeção e
com desidratação de lamas no local: (a) construção civil; (b) equipamento
eletromecânico e instalações elétricas

O domínio de aplicação das funções de custo compreende


populações equivalentes entre 440 e 57 748 Hab. A extrapolação
deste domínio de aplicação deve ser realizada com parcimónia e

|
252 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
apenas para valores de população equivalente entre os 400 e
65 000 Hab.:
• para valores de população equivalente inferiores a
400 Hab., deve ser utilizado o custo total correspondente
ao limite inferior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo
total, em euros, associado à população de 400 Hab.);
• para valores de população equivalente superiores a
65 000 Hab., deve ser utilizado o custo unitário
correspondente ao limite superior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo unitário, em €/Hab., associado à
população de 65 000 Hab.).
Os intervalos de extrapolação são representados nas figuras pelo
sombreado cinzento.
Na Figura 12.26(a) apresenta-se o custo total unitário de construção
de ETAR por lamas ativadas em arejamento prolongado sem
desinfeção e com desidratação de lamas no local e a Figura 12.26(b)
o custo total de construção, ambos em função da população
equivalente da instalação. Neste tipo de ETAR, os custos de
construção civil tendem a igualar os do equipamento e instalações
elétricas para todo o domínio da população equivalente a tratar.
(a)

Custo unitário de construção de ETAR por LAAP


sem desinfeção e com desidratação (€/Hab.)
1000
Total (Ctu)
Construção civil

800
Equipamento e instalações elétricas

600
400

-0,522
Ctu = 21952 P
200

2
R = 0,89
0

0 13000 26000 39000 52000 65000

População equivalente, P (Hab.)

(b)
6000
sem desinfeção e com desidratação (10 €)
Custo de construção de ETAR por LAAP
3

Total (Ct)
5000

Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
4000

0,478
Ct = 21952 P
3000
2000
1000
0

0 13000 26000 39000 52000 65000

População equivalente, P (Hab.)

Figura 12.26 – ETAR por LAAP sem desinfeção e com desidratação de lamas no
local: (a) custo unitário; (b) custo de construção

12.3.7. ETAR por lamas ativadas em arejamento prolongado


com desinfeção
A amostra final de ETAR por lamas ativadas em arejamento
prolongado com desinfeção é constituída por 18 elementos. A
função de custo de construção de ETAR deste tipo foi obtida para a
amostra final. Na Figura 12.27(a) apresenta-se o custo unitário de

|
254 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
construção civil e na Figura 12.27(b) o custo unitário de
equipamento eletromecânico e instalações elétricas em função da
população equivalente. O custo de construção civil inclui também os
custos de estaleiro, arranjos exteriores e terraplenagens.
O custo unitário de construção diminui com o aumento da
capacidade de tratamento da ETAR, observando-se uma tendência
decrescente e descrita por uma regressão de potência. As curvas de
regressão de construção civil e equipamento eletromecânico mais
instalações elétricas apresentam um coeficiente de determinação
de 0,89 e 0,92, respetivamente. Foram, ainda, obtidas as curvas de
predição associadas aos percentis 5 e 95%.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende
populações equivalentes entre 1 500 e 140 092 Hab. A extrapolação
deste domínio de aplicação deve ser realizada com parcimónia e
apenas para valores de população equivalente entre os 1 500
e 160 000 Hab.:
• para valores de população equivalente inferiores a
1 500 Hab., deve ser utilizado o custo total correspondente
ao limite inferior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo
total, em euros, associado à população de 1 500 Hab.);
• para valores de população equivalente superiores
a 160 000 Hab., deve ser utilizado o custo unitário
correspondente ao limite superior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo unitário, em €/Hab., associado à
população de 160 000 Hab.).
Os intervalos de extrapolação são representados nas figuras pelo
sombreado cinzento.
(a)

Custo unitário de construção civil, C cc (€/Hab.)


250
Elementos da amostra (n=18)
Curva de regressão (Ccc)

200
Curvas de predição (5-95%)

150

-0,415
Ccc = 4895 P
100

2
R = 0,89
50
0

0 40000 80000 120000 160000

População equivalente, P (Hab.)

(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico

500

Elementos da amostra (n=18)


e instalações elétricas, C e (€/Hab.)

Curva de regressão (Ce)


400

Curvas de predição (5-95%)


300
200

-0,552
Ce = 19063 P
2
R = 0,92
100
0

0 40000 80000 120000 160000

População equivalente, P (Hab.)

Figura 12.27 – Custo unitário de construção de ETAR por LAAP com desinfeção: (a)
construção civil; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas

Na Figura 12.28(a) apresenta-se o custo total unitário de construção


de estações de tratamento de águas residuais por lamas ativadas
em arejamento prolongado com desinfeção e na Figura 12.28(b) o
custo total de construção, ambos em função da população
equivalente da instalação.

|
256 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

700
ETAR por LAAP com desinfeção (€/Hab.)
Total (Ctu)
Custo unitário de construção de

600
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
500
400
300

-0,487
Ctu = 20113 P
200

2
R = 0,94
100
0

0 40000 80000 120000 160000

População equivalente, P (Hab.)

(b)
10000
ETAR por LAAP com desinfeção (10 €)

Total (Ct)
3

Construção civil
8000

Equipamento e instalações elétricas


Custo de construção de

0,513
6000

Ct = 20113 P
4000
2000
0

0 44000 88000 132000

População equivalente, P (Hab.)

Figura 12.28 – ETAR por LAAP com desinfeção: (a) custo unitário;
(b) custo de construção

12.3.8. Análise geral do custo de ETAR


Uma vez que a gama de aplicabilidade, em termos de dimensão, de
cada um dos tipos de tratamento é variável, a distribuição de custos
só pode ser comparada dentro da gama de dimensão comum a
todas elas.
• Os sistemas de leitos de macrófitas e ETAR compactas são
aplicáveis apenas a instalações de pequena dimensão
(geralmente, ETAR < 2 000 Hab.).
• Atualmente, os sistemas de leitos percoladores (LP) são
aplicáveis em instalações de pequena e média dimensão
(ETAR < 5000 Hab.); registam-se exceções de ETAR mais
antigas.
• O sistema de lamas ativadas em arejamento convencional
(LAAC) com digestão mesofílica e cogeração só é aplicável
em grandes instalações (ETAR > 40 000/50 000 Hab.).
• As ETAR de lamas ativadas em arejamento prolongado
(LAAP) são os sistemas com uma gama de aplicabilidade
mais alargada comparativamente às restantes, desde ETAR
de pequenas dimensões até infraestruturas de grande
dimensão. Este tipo de sistemas pode estar associado a
níveis de tratamento terciário com o recurso a desinfeção e
remoção de nutrientes.
Assim, para as ETAR de pequena dimensão (≤ 2 000 Hab.),
comparam-se os custos per capita dos sistemas de LM, LP,
compactas e LAAP (Figura 12.29). Para ETAR de média e grande
dimensão, a partir de 2 000 Hab., comparam-se os sistemas LAAP
(com e sem desinfeção) e os sistemas LAAC (Figura 12.30).
As ETAR de leitos de macrófitas (LM) apresentam custos per capita
mais elevados do que os restantes sistemas, visto corresponderem
a um sistema de tratamento extensivo (único analisado), com pouco
equipamento associado, aplicável a instalações de reduzida
dimensão populacional. Por outro lado, as ETAR compactas
apresentam os menores custos. No entanto, os custos de operação
e manutenção das ETAR de LM são muito inferiores aos custos
associados aos sistemas compactos.
A maioria das ETAR por lamas ativadas em arejamento convencional
(LAAC) apresentam sistemas de aproveitamento de biogás
associados à fase de digestão anaeróbia das lamas. São instalações
que tendem a ter custos de construção civil e equipamento
eletromecânico mais elevados (observável na Figura 12.30). No
entanto, a produção de biogás possui um elevado potencial de
valorização energética e compensação nos custos de operação e
manutenção da instalação.

|
258 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
A escolha do esquema de tratamento técnico-economicamente
mais adequado deve ter em conta não só os objetivos de qualidade
para o efluente tratado e os custos de construção, mas também os
custos de operação ao longo do período de vida útil da instalação.
1700

LM s/ recirculação de efluente (n=6)


LM c/ recirculação de efluente (n=19)
1360
Custo unitário (€/Hab.)

Compactas (n=12)
LP (n=23)
LAAP s/ desinfeção s/ desidratação de lamas (n=37)
1020

LAAP s/ desinfeção c/ desidratação de lamas (n=32)


LAAP c/ desinfeção (n=18)
680
340
0

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
População equivalente (Hab.)

Figura 12.29 – Custo unitário de construção de ETAR de pequena dimensão


(≤ 2 000 Hab.)
600

LAAP s/ desinfeção c/ desidratação de lamas (n=32)


500

LAAC (n=10)
LAAP c/ desinfeção (n=18)
Custo unitário (€/Hab.)

400
300
200
100
0

2000 56400 110800 165200 219600 274000


População equivalente (Hab.)

Figura 12.30 – Custo unitário de construção de ETAR de média e grande dimensão


(> 2 000 Hab.)

Importa ainda alertar que, atendendo ao reduzido número de


elementos disponíveis para cada tipo de tratamento, não é possível
detalhar e discriminar outras rubricas de custos que poderão
implicar e explicar a dispersão e o desvio dos valores da amostra que
se verificam nos gráficos anteriormente apresentados para os
diversos tipos de ETAR (veja-se como exemplo a Figura 12.23 e R2
de algumas funções representadas). Para esta variação podem
concorrer aspetos como sejam a necessidade ou não de estação
elevatória inicial, de confinamento e desodorização da ETAR, as
condições específicas de fundações (e.g., necessidade de recurso a
fundações especiais), a orografia do terreno (que implique
movimentações de terra e aterros significativos) ou a infraestrutura
corresponder a um centro operacional (implicando uma maior
dimensão e complexidade do edifício de exploração), entre outros.

|
260 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
PARTE IV – CUSTO DE CONSTRUÇÃO, VALOR DO
INVESTIMENTO E VALOR ATUAL
13. CUSTO FINAL DE CONSTRUÇÃO

13.1. Nota introdutória


O custo final de construção dos componentes dos sistemas de
abastecimento e de gestão de águas residuais deve incluir não só o
custo-base de construção estimado através das funções de custo,
como também os custos associados a outros trabalhos
complementares de construção civil que não foram incluídos no
custo-base.
São trabalhos complementares: o arranque e reposição do
pavimento e a marcação e corte do mesmo (apenas em condutas e
coletores que não se desenvolvam em terreno natural); trabalhos
especiais de diferente natureza que existem em diversos
componentes (e.g., demolições de infraestruturas existentes,
instalação de sistemas de telegestão); arranjos exteriores existentes
apenas em alguns componentes verticais, como sejam
reservatórios, estações elevatórias, ETA e ETAR; e perfurações
horizontais, típicas de condutas adutoras, podendo estar também
associadas a outros componentes lineares (e.g., condutas de
distribuição e emissários).
O custo associado a estes trabalhos é calculado em separado dos
custos-base de construção de cada componente, uma vez que são
trabalhos muito diversos e que não existem em todos os elementos
analisados. A sua desagregação permite obter estimativas do custo
de construção com menos incerteza associada, na medida em que
estes custos podem ser acrescentados apenas caso existam, e as
funções de custo sem os incorporar são mais robustas, traduzidas
por coeficientes de determinação mais elevados.
Devido ao elevado número de funções de custo e de custos
complementares associados a cada componente, o processo de
cálculo dos custos finais de construção pode revestir-se de alguma
complexidade pelo que se apresentam nos parágrafos seguintes os
custos associados aos diversos trabalhos complementares (13.2 a
13.5) e a formulação geral para o cálculo do custo final de
construção de componentes (13.6 e 13.7).

CUSTO FINAL DE CONSTRUÇÃO |263


13.2. Custo de pavimentação
13.2.1. Peso relativo dos custos de pavimentação
A pavimentação é um dos trabalhos complementares associados à
construção de infraestruturas de transporte, recolha ou distribuição
de água ou de águas residuais e pluviais, nomeadamente, as
condutas de adução e de distribuição de água e os coletores
gravíticos, condutas elevatórias e emissários de águas residuais. O
custo de pavimentação compreende os custos de marcação, de
corte e de arranque do pavimento para abertura de vala e os custos
de reposição do pavimento.
O custo de pavimentação apresenta, em geral, uma grande
variabilidade, podendo corresponder a uma elevada percentagem
do custo de construção de condutas e coletores. Depende
fortemente do tipo de pavimento (e.g., betume, calçada ou terra
batida) e da largura da área a pavimentar (e.g., largura da vala ou a
largura total do arruamento). Por esta razão, e à luz de estudos
anteriores (Lencastre et al., 1995; Samra and Abood, 2014), esta
rubrica foi analisada em separado do custo-base de condutas e
coletores, devendo ser acrescida a este, de acordo com o tipo de
pavimento e a área a pavimentar.
A análise dos custos de pavimentação que se apresenta teve por
base contratos de construção de condutas de adução e de
distribuição, emissários e coletores. Na Figura 13.1 apresenta-se o
custo de pavimentação expresso em termos de percentagem do
custo total de construção para cada tipo de componente
(Figura 13.1a) e para os diferentes materiais de condutas
(Figura 13.1b) e de coletores (Figura 13.1c). Na mesma figura é
indicado o número de elementos da amostra, n, analisados para
cada componente e material, sendo os limites dos diagramas de
caixa os percentis 5 e 95% e os extremos os valores mínimo e
máximo, respetivamente.
A Figura 13.1 evidencia a grande variabilidade do custo de
pavimentação, variável entre 0 e 70% do custo total, dependendo
do componente. Esta variabilidade poderá ser explicada por fatores
diretamente associados ao componente, como sejam o local onde é

|
264 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
realizada a empreitada (e.g., estrada nacional ou municipal, berma,
zona de terra batida) e o tipo de pavimento, bem como por fatores
externos, tais como a realização de benfeitorias em simultâneo com
as intervenções em curso (e.g., a substituição total do pavimento do
arruamento/estrada, a reparação de passeios e muros, entre outros
trabalhos).
Nas condutas de adução e de distribuição de água, a percentagem
do custo de pavimentação apresenta um valor mediano entre 9 e
14% do custo total, embora os valores mínimo e máximo possam
variar entre 0 (ausência de pavimentação) e 67% do custo total,
respetivamente (Figura 13.1a). O valor mediano mais baixo deve-se,
por um lado, ao custo das condutas tender a ser elevado e a
pavimentação a ter menos expressão e, por outro lado, ao facto de
muitas obras serem efetuadas na berma da estrada ou no passeio,
com menores (se não mesmo ausência) custos de pavimentação
associados.
Nos componentes dos sistemas de gestão de águas residuais e
pluviais, exceto em emissários gravíticos, a pavimentação
representa entre 22 e 30% do custo total (valores medianos),
também com uma variação significativa de contrato para contrato,
entre 0 e 70% (Figura 13.1a). Estes sistemas tendem a ser
construídos no eixo da via, pelo que têm tendencialmente um custo
de pavimentação mais elevado, para além de a construção dos
coletores incluir também a pavimentação associada aos ramais.
Adicionalmente, o custo dos coletores (tubagem) tende a ser
inferior ao das condutas, sendo em termos relativos o peso da
pavimentação superior.
Os emissários gravíticos apresentam as percentagens de custos de
pavimentação mais baixas, verificando-se um valor (mediano) de
custo de pavimentação de 5%, sendo os valores mínimo e máximo
0 e 57%, respetivamente (Figura 13.1a). As baixas percentagens do
custo de pavimentação são explicadas pelo facto de muitas
empreitadas serem realizadas em zonas rurais, muitas vezes ao
longo de linhas de água, onde os trabalhos de pavimentação são
pouco significativos ou inexistentes.
Nas condutas adutoras, os diferentes materiais (FFD, aço, PEAD)
apresentam os seguintes valores (medianos) de percentagem do

CUSTO FINAL DE CONSTRUÇÃO |265


custo de pavimentação: 10% para o FFD, 4% para o aço, 9% para o
PEAD, sendo as percentagens associadas ao FFD e ao PEAD as que
apresentam maior variabilidade (i.e., 0 e 58%) (Figura 13.1b).
(a)

(b)

(c)

Figura 13.1 – Percentagem do custo de pavimentação em relação ao custo total de


construção: (a) por componente; (b) por material utilizado em componentes do
sistema de abastecimento; (c) por material utilizado em componentes do sistema
de gestão de águas residuais e pluviais

|
266 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Nas condutas de redes de distribuição, o FFD é o material que
apresenta a menor percentagem do custo de pavimentação (valor
mediano de 7%), enquanto nos restantes materiais o valor mediano
varia entre 14 e 27% do custo total, respetivamente para PEAD e
PVC. Uma vez que o custo da tubagem de FFD é superior ao dos
materiais plásticos, o peso da pavimentação torna-se menos
relevante no custo total.
Nos coletores domésticos, os dois materiais analisados (PPc/PVC,
FFD) apresentam valores (medianos) de percentagem do custo de
pavimentação de: 24% para o PPc/PVC e 12% para o FFD, sendo a
percentagem associada ao material PPc/PVC a que apresenta maior
variabilidade (i.e., entre 0 e 69%).
Nos coletores pluviais (betão e PPc), o betão apresenta a maior
percentagem do custo de pavimentação com um valor mediano de
35%, variando entre 0 e 68%, enquanto no PPc a percentagem do
custo de pavimentação é de 17%, variando entre 2 e 23%.
Relativamente às condutas elevatórias de águas residuais, foram
estudados três materiais, FFD, PVC e PEAD, sendo o custo de
pavimentação bastante variável entre eles, apresentando um valor
mediano da percentagem do custo de pavimentação de 12%, 30% e
22%, respetivamente. O PEAD é o material com maior dispersão dos
valores (i.e., entre 0 e 68%).
Os emissários gravíticos (PPc/PVC, FFD e PEAD) apresentam custos
de pavimentação mais baixos em relação aos restantes
componentes do sistema de gestão de águas residuais, com valores
medianos da percentagem do custo de pavimentação de 5% para o
PPc/PVC, 3% para o FFD e 7% para o PEAD, uma vez que tendem a
ser construídos em zonas rurais e junto a linhas de água sem
pavimentação associada. O PPc/PVC apresenta a maior variabilidade
do custo de pavimentação em relação aos restantes materiais dos
emissários (i.e., entre 0 e 57%).

13.2.2. Largura de vala


Na análise do custo de pavimentação constante nos mapas
orçamentais foi necessário assumir uma largura de vala-tipo e de
pavimentação. Na Figura 13.2 estão representadas duas valas-tipo,
sendo as suas principais dimensões indicadas na figura,

CUSTO FINAL DE CONSTRUÇÃO |267


nomeadamente: a largura da vala, Lv; a largura de pavimento, Lp; a
largura adicional de pavimentação, var; a profundidade da vala, H; a
profundidade acima do topo da tubagem, p*; e o diâmetro nominal,
DN.

Figura 13.2 – Valas-tipo: vala simples e vala com proteção em betão

De acordo com o Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de agosto,


a largura mínima da vala, Lv, para profundidades até 3 m, é dada por:

De
Lv = +0,5 para condutas com DN ≤ 500 mm
1000
(13.1)
D
Lv = e +0,7
1000
para condutas com DN > 500 mm

sendo De o diâmetro exterior da conduta (mm). Para profundidades


H superiores a 3,0 m, a largura mínima das valas pode ter de ser

|
268 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
aumentada em função do tipo de terreno, processo de escavação e
nível freático.
Para a estimativa da largura de pavimentação (nos mapas
orçamentais), admitiu-se que esta seria igual à largura mínima da
vala acrescida de 0,20 m para cada lado:
Lp = Lv + 2 var (13.2)

sendo var a largura de pavimentação para cada um dos lados. Na


Figura 13.3 apresentam-se obras com execução de vala para
instalação de conduta de distribuição em meio urbano.

Figura 13.3 – Execução de vala aberta em zonas urbanas

O custo de pavimentação inclui não só o arranque e reposição do


pavimento, como também a marcação (com tinta apropriada) e o
corte do mesmo (e.g., com uma serra de disco). A área de
pavimentação compreende não só a relativa às condutas e
coletores, como também às caixas de visita e aos ramais
domiciliários.
A largura de pavimentação referida (largura de vala mais 0,20 m
para cada lado) pode ser diferente da praticada em algumas
entidades gestoras cujas intervenções em infraestruturas devem
respeitar regulamentos municipais que exijam a repavimentação,
por exemplo, de metade ou mesmo da totalidade da faixa de
rodagem. Nestas situações, o custo de pavimentação deve ter em

CUSTO FINAL DE CONSTRUÇÃO |269


conta a largura real, razão pela qual é um custo discriminado
separadamente do custo da tubagem.

13.2.3. Custos de marcação e corte


Na Figura 13.4 apresenta-se o diagrama de caixa dos custos
unitários (por metro de tubagem) para a marcação e corte do
pavimento, observando-se uma grande variabilidade dos custos
associados aos respetivos trabalhos. A amostra analisada é
constituída apenas por 20 elementos para a marcação e 14
elementos para o corte do pavimento, uma vez que nem todos os
mapas orçamentais incluem ou apresentam de forma discriminada
este custo. De forma a obter um custo unitário de referência mais
robusto, optou-se pelo estudo da mediana e pelos percentis 5 e 95.
A marcação do pavimento apresenta um custo unitário (mediano)
de 0,2 €/m, sendo os percentis 5 e 95 de 0,1 e 0,4 €/m,
respetivamente. O corte do pavimento apresenta um custo unitário
superior com um valor mediano de 0,8 €/m e os percentis 5 e 95
correspondem aos valores 0,3 e 1,2 €/m, respetivamente.
2.0
Custo de marcação e corte
do pavimento (€ m)
1.5
1.0

0.8
0.5

0.2
0.0

Marcação Corte
(n=20) (n=14)

Marcação e corte do pavimento

Figura 13.4 – Custos unitários de marcação e corte do pavimento

13.2.4. Custos de levantamento e reposição de pavimento


A análise de contratos permitiu definir diferentes tipos de
pavimentação, tendo em conta os custos associados ao
levantamento e reposição do pavimento constituído por diversas

|
270 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
camadas na vala. Foram definidos seis tipos de pavimento, descritos
no Quadro 13.1. A cada tipo de pavimento foi associado um código
(LR1 a LR6) de forma a facilitar a análise dos custos de
pavimentação.

Quadro 13.1 – Descrição geral dos tipos do pavimento

LR1 Betume asfáltico em estradas municipais


Levantamento e reposição do pavimento em betume asfáltico e semipenetração
betuminosa em estradas municipais, agregando três tipos diferentes:
• camada de binder (espessura de 5 cm) e camada de desgaste em betão (espessura
de 5 cm);
• camada de agregado britado ou tout-venant (espessura de 20 cm), camada de
binder (espessura de 5 cm) e camada de desgaste em betão (espessura de 5 cm);
• camada de agregado britado (espessura de 15 cm), camada de binder (espessura
de 6 cm), rega de impregnação e colagem, camada de agregado britado (espessura
de 15 cm) e camada de desgaste em betão (espessura de 5 cm).

LR2 Betume asfáltico em estradas nacionais


Levantamento e reposição do pavimento em betume asfáltico em estradas nacionais,
agregando dois tipos diferentes:
• camada de agregado de granulometria extensa (espessura de 30 cm), macadame
betuminoso (espessura de 10 cm), camada de regularização betuminosa do tipo
binder (espessura de 3 cm) e camada de desgaste em betão betuminoso
(espessura de 5 cm);
• camada de agregado britado ou tout-venant (espessura de 20 a 30 cm), camada de
binder (espessura de 5 cm), camada de binder de pré-regularização (espessura de
3 cm) e camada de desgaste em betão (espessura de 5 cm).

LR3 Cubos de granito, calçada, blocos, paralelos


Levantamento e reposição do pavimento em cubos de granito, calçada à portuguesa,
blocos de encaixe, paralelos e pedra de chão; a reposição inclui também uma camada
de
tout-venant (espessura de 20 a 30 cm).

LR4 Saibro, terra batida e brita

Levantamento e reposição do pavimento em saibro, terra batida e brita; a reposição


inclui também uma camada de tout-venant (espessura de 20 a 30 cm).

LR5 Macadame

Levantamento e reposição do pavimento em macadame; a reposição inclui também


uma camada de tout-venant (espessura de 20 a 30 cm).

LR6 Betonilha esquartelada

Levantamento e reposição do pavimento em betonilha esquartelada; a reposição


inclui também uma camada de tout-venant (espessura de 20 a 30 cm).

CUSTO FINAL DE CONSTRUÇÃO |271


A análise adotada para obter os custos da marcação e corte do
pavimento também foi utilizada para obter os custos unitários dos
diferentes tipos de pavimento. Caso não seja conhecido o tipo de
pavimento, deverá ser utilizado o tipo LR7, que corresponde ao
custo mediano dos elementos dos diferentes tipos definidos.
A Figura 13.5 apresenta os diagramas de caixa dos custos unitários
por metro quadrado associados ao levantamento e reposição dos
diferentes tipos de pavimento definidos. A amostra considerada
para obter os custos é constituída por 136 elementos para o tipo
LR1, 18 elementos para LR2, 56 elementos para LR3, 19 elementos
para LR4, 20 elementos para LR5 e 7 elementos para LR6.
50
Custo de levantamento e reposição

40
de pavimentos (€ m )
2

30

22.7
20

18.2
15.4
13.4
10

7.8
4.0
0

LR1 LR2 LR3 LR4 LR5 LR6


(n=136) (n=18) (n=56) (n=19) (n=20) (n=7)

Código de tipologia de pavimentação

Figura 13.5 – Diagrama de caixa dos custos unitários de levantamento e reposição


de pavimentos em função do tipo de pavimento

Os pavimentos em betume asfáltico (LR1 e LR2) têm um custo


unitário bastante elevado e superior ao dos restantes tipos (à
exceção do LR6), sendo o valor mediano de 15,4 e 22,7 €/m2,
respetivamente para os tipos LR1 e LR2. No entanto, o valor mais
elevado corresponde aos pavimentos em betume asfáltico em
estradas nacionais (LR2), uma vez que, neste tipo de estradas, o
número de camadas na vala é superior, sendo normalmente
utilizadas quatro camadas (adicionando uma nova camada de

|
272 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
regularização do tipo binder) em comparação às três camadas de
pavimento em estradas municipais (LR1).
Os pavimentos em cubos de granito, calçada à portuguesa, blocos
de encaixe, paralelos e pedra de chão (LR3) apresentam um custo
unitário mediano de 13,4 €/m2 e os percentis 5 e 95 são 8,3 e
24,2 €/m2, respetivamente.
Os pavimentos em saibro, terra batida e brita (LR4) apresentam os
custos mais baixos, com um valor mediano de 4,0 €/m2 e com
percentis 5 e 95 de 1,2 e 7,9 €/m2, respetivamente.
Os pavimentos em macadame (LR5) apresentam um custo unitário
mediano de 7,8 €/m2, enquanto o custo unitário mediano dos
pavimentos em betonilha esquartelada (LR6) é de 18,2 €/m2.
Relativamente à variabilidade dos custos dos pavimentos em
macadame (LR5), os percentis 5 e 95 são 2,7 e 18,9 €/m2,
respetivamente, enquanto que para os pavimentos em betonilha
esquartelada (LR6), os percentis 5 e 95 apresentam os valores de
13,4 e 25,8 €/m2, respetivamente.
Ao contrário dos custos unitários da marcação e corte do
pavimento, os custos unitários dos diferentes tipos de pavimentos
são expressos em €/m2. Assim, para obter os custos de
levantamento e reposição de pavimentos em €/m é necessário
multiplicar estes valores pela largura de pavimentação pretendida
para a empreitada.
Os custos de pavimentação são também apresentados, em anexo, e
deverão ser acrescidos ao custo de construção das condutas,
emissários e coletores. Também, em anexo, encontram-se
exemplos de aplicação dos custos de pavimentação obtidos.

13.2.5. Síntese dos custos de pavimentação


No Quadro 13.2 apresenta-se a síntese das funções de custo de
pavimentação, para vários tipos de pavimento, associadas às
condutas e coletores, e expressas em função do diâmetro nominal
assumindo uma largura de vala dada pela Equação (13.1) e a
existência de marcação e corte do pavimento.

CUSTO FINAL DE CONSTRUÇÃO |273


Quadro 13.2 – Síntese dos custos de pavimentação

LR1 Betume asfáltico em estradas municipais


CLR1 =15,4 DN + 14,9 DN ≤ 0,5 (m)
(€/m)
CLR1 =15,4 DN + 17,9 DN > 0,5 (m)

LR2 Betume asfáltico em estradas nacionais


CLR 2 = 22,7 DN + 21,4 DN ≤ 0,5 (m)
(€/m)
CLR 2 = 22,7 DN+ 26,0 DN > 0,5 (m)

LR3 Cubos de granito, calçada, blocos, paralelos


CLR 3 =13,4 DN + 13,1 DN ≤ 0,5 (m)
(€/m)
CLR 3 =13,4 DN +15,7 DN > 0,5 (m)

LR4 Saibro, terra batida e brita


CLR 4 = 4 DN + 4,6 DN ≤ 0,5 (m)
(€/m)
C LR 4 = 4 D N + 5,4 DN > 0,5 (m )

LR5 Macadame
CLR 5 = 7,8 DN + 8,0 DN ≤ 0,5 (m)
(€/m)
C LR 5 = 7,8 DN + 9,6 DN > 0,5 (m )

LR6 Betonilha esquartelada


CLR 6 =18,2 DN +17,4 DN ≤ 0,5 (m)
(€/m)
CLR 6 = 18,2 DN + 21,0 DN > 0,5 (m)

LR7 Pavimento genérico


CLR7 =14,3 DN +13,9 DN ≤ 0,5 (m)
(€/m)
CLR7 =14,3 DN +16,7 DN > 0,5 (m)

13.3. Custo associado a trabalhos especiais


Os custos associados a trabalhos especiais são traduzidos por um
fator multiplicativo que deverá ser aplicado ao custo obtido para a
construção do componente. Em componentes lineares de sistemas
de abastecimento de água (condutas adutoras e de distribuição),
este fator multiplicativo deverá ser aplicado ao custo obtido após a
inclusão do custo de pavimentação. No Quadro 13.3 apresentam-se
os valores medianos e extremos dos fatores a utilizar para condutas

|
274 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
de abastecimento de água e uma descrição dos trabalhos especiais
incluídos.

Quadro 13.3 – Trabalhos especiais associados aos componentes lineares em


sistemas de abastecimento de água

Componente Fator multiplicativo Variação (%) Descrição

Condutas de adução

− levantamento da conduta existente;


− proteção catódica no caso de
Aço 1,07 (7%) [5; 14] condutas metálicas;
− desvio das infraestruturas existentes;
− sondagens para localização das
condutas existentes;
− reposição dos serviços afetados;
− piquetagem;
FFD 1,10 (10%) [5; 26]
− instalações elétricas;
− telegestão;
− trabalhos de entivação e contenção;
− instalação de cabos de fibra ótica;
− demolições;
PEAD 1,21 (21%) [5; 50] − travessias de linhas férreas, de obras
de arte e de condutas de gás.

Condutas de distribuição
− levantamento da conduta existente;
FFD 1,10 (10%) [5; 17]
− desvio das infraestruturas existentes;
− sondagens para localização das
condutas existentes;
PEAD* 1,16 (16%) [5; 65]
− reposição dos serviços afetados;
− piquetagem;
PEAD** 1,11 (11%) [5; 37] − instalações elétricas;
− telegestão;
− trabalhos de entivação e contenção;
PVC 1,23 (23%) [13; 23] − instalação de cabos de fibra ótica;
− demolições.

Ramais de ligação domiciliários

PEAD* *** - − levantamento de ramais existentes;


− construção de ramais provisórios;
− lavagem/desinfeção de ramais
PEAD** 1,50 (50%) [6; 93] existentes;
− desvio das infraestruturas existentes;
− reposição dos serviços afetados;
PVC *** - − piquetagem.
Notas: * Conduta de distribuição em PEAD em zona rural a medianamente urbana.
** Conduta de distribuição em PEAD em zona urbana, ou seja, localizada em grande centro
urbanos (e.g., Lisboa, Porto, Vila Nova de Gaia).
*** Trabalhos especiais < 5%; incluídos no custo do componente.

CUSTO FINAL DE CONSTRUÇÃO |275


Os custos associados a trabalhos especiais de componentes verticais
e instalações de sistemas de abastecimento de água são igualmente
materializados num fator multiplicativo. No Quadro 13.4
apresentam-se os valores medianos e extremos do fator
multiplicativo associados aos trabalhos de componentes verticais e
instalações, assim como uma descrição geral dos trabalhos especiais
considerados.

Quadro 13.4 – Trabalhos especiais associados aos componentes verticais em


sistemas de abastecimento de água

Fator
Componente Variação (%) Descrição
multiplicativo

Captações
1,07 (7%) [5; 7] − telemetria.
subterrâneas
Captações
- - -
superficiais*
Estações elevatórias
1,12 (12%) [11; 20]
de água
− sistemas de cloragem;
Reservatórios − telemetria;
1,04 (4%) [1; 23]
apoiados − desvios e ligações
provisórias;
Reservatórios
− demolições.
apoiados com 1,02 (2%) [1; 6]
estação elevatória
Reservatórios
- - -
elevados*
Estações de
- - -
tratamento de água*

Nos componentes lineares em sistemas de gestão de águas


residuais e pluviais, o fator multiplicativo deverá ser aplicado ao
custo obtido após a inclusão do custo de pavimentação. No
Quadro 13.5 apresentam-se os valores medianos e extremos dos
fatores multiplicativos a utilizar para emissários e coletores, assim
como uma descrição dos trabalhos especiais incluídos.

|
276 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Quadro 13.5 – Trabalhos especiais associados aos componentes lineares em
sistemas de gestão de águas residuais e pluviais

Fator
Componente Variação (%) Descrição
multiplicativo

Condutas elevatórias

FFD 1,15 (15%) [5; 22] − desvio das infraestruturas


existentes;
− reposição dos serviços afetados;
PEAD 1,13 (13%) [5; 47]
− piquetagem;
− instalações elétricas;
PVC 1,11 (11%) [9; 11] − demolições.

Emissários gravíticos

FFD vala 1,14 (14%) [5; 55] − desvio das infraestruturas


existentes;
− reposição dos serviços afetados;
PEAD 1,15 (15%) [5; 77]
− piquetagem;
− instalações elétricas;
PPc/PVC 1,12 (12%) [5; 38] − demolições

Emissários submarinos

PEAD * - -

Coletores gravíticos domésticos


− desvio das infraestruturas
FFD * - existentes;
− reposição dos serviços afetados;
− piquetagem;
PPc/PVC 1,06 (6%) [5; 23] − instalações elétricas;
− demolições.
Ramais de ligação domiciliários

PPc/PVC * - -

Coletores gravíticos pluviais

Betão * - -

PPc * - -
Notas: * Trabalhos especiais < 5%; incluídos no custo do componente.

13.4. Custo associado a arranjos exteriores


Apenas alguns componentes verticais e instalações têm arranjos
exteriores associados, nomeadamente os reservatórios, as estações

CUSTO FINAL DE CONSTRUÇÃO |277


elevatórias, ETA e ETAR. De forma similar aos trabalhos especiais, os
custos associados a arranjos exteriores são materializados num
fator multiplicativo a aplicar aos custos de construção obtidos pelas
funções-base. No Quadro 13.6 apresentam-se os valores medianos
e intervalos de variação (percentagem do custo de arranjos
exteriores em relação ao custo de construção civil) dos fatores
multiplicativos associados aos componentes dos sistemas de
abastecimento de água e no Quadro 13.7 aos componentes dos
sistemas de gestão de águas residuais e pluviais.

Quadro 13.6 – Arranjos exteriores associados aos componentes verticais em


sistemas de abastecimento de água

Fator
Componente Variação (%)
multiplicativo
Captações subterrâneas* - -
Captações superficiais* - -
Estações elevatórias
1,24 (24%) [1; 99]
de águas
Reservatórios apoiados 1,19 (19%) [1; 100]
Reservatórios apoiados com estações elevatórias
1,12 (12%) [1; 54]
associadas
Reservatórios elevados 1,09 (9%) [2; 10]
Estações de tratamento de água** - -
Notas: *As captações subterrâneas e superficiais analisadas não apresentam arranjos
exteriores nos mapas orçamentais analisados.
** O custo de arranjos exteriores já se encontra incluído no custo de construção civil.

Quadro 13.7 – Arranjos exteriores associados aos componentes verticais em


sistemas de gestão de águas residuais e pluviais

Fator
Componente Variação (%)
multiplicativo
Tipo I 1,21 (21%) [2; 41]
Estações elevatórias de águas residuais Tipo II 1,33 (33%) [2; 116]
Tipo III 1,28 (28%) [1; 132]
Estações de tratamento de águas
- - -
residuais*
Notas: *As estações de tratamento de águas residuais analisadas não apresentam arranjos
exteriores nos mapas orçamentais analisados.

|
278 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
13.5. Custo de perfurações horizontais
A técnica de perfuração horizontal com cravação de tubagem de
encamisamento, em atravessamentos de estradas e de linhas
férreas, constitui uma intervenção especial que nem sempre é
realizada numa empreitada de infraestruturas de adução e que
pode apresentar custos significativos. As perfurações horizontais
com encamisamento em aço foram analisadas e calculadas em
separado dos restantes trabalhos especiais.
Os custos unitários associados a esta intervenção, expressos em
unidades monetárias por metro de perfuração, incluem os seguintes
trabalhos: fornecimento da tubagem de encamisamento,
tratamento anticorrosivo, execução de poços de ataque e receção,
muros de reação, contenções, acessórios e equipamentos, remoção
dos produtos, embaraços de água, injeção de areia sob pressão e
trabalhos complementares associados.
O custo total de uma perfuração horizontal é calculado através da
multiplicação do custo unitário da tubagem de encamisamento em
aço, para o diâmetro nominal pretendido (Figura 13.6), pela
extensão da perfuração. A este custo deverá ser acrescido o custo
da tubagem da conduta adutora a inserir na perfuração
(Figura 13.7).
O domínio de aplicação da função de custo, perfuração horizontal
com tubagem de encamisamento em aço, compreende diâmetros
nominais entre 400 e 1 600 mm. A extrapolação para outros
diâmetros nominais não considerados no intervalo deve ser
realizada com parcimónia.
Quando se desconhece o diâmetro nominal da tubagem de
encamisamento, este pode ser estimado através do rácio entre o
diâmetro da tubagem de encamisamento e o diâmetro da tubagem
a inserir, DNe/DN (Figura 13.8). Caso se pretenda efetuar uma
perfuração que inclua mais do que uma tubagem, este rácio deverá
ser calculado considerando o somatório dos diâmetros nominais das
tubagens a inserir, DNe/DNt. Refira-se, por exemplo, a inserção de
tubagem de adução e de tubagem para proteção de cabos de
telegestão.

CUSTO FINAL DE CONSTRUÇÃO |279


Figura 13.6 – Custo unitário de perfuração horizontal com cravação simultânea de
tubagem de encamisamento em aço

Figura 13.7 – Custo unitário de tubagem de condutas

Figura 13.8 – Rácio entre o diâmetro da tubagem de encamisamento e o diâmetro


da tubagem a proteger

|
280 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
13.6. Custo de construção de condutas, coletores e
emissários
Nas condutas, emissários e coletores, o custo-base obtido pela
função de custo ou quadro deve ser somado ao custo de
pavimentação, selecionado em função da largura e tipo do
pavimento, e o resultado deve ser multiplicado pelo fator associado
aos trabalhos especiais, caso existam. Para condutas de distribuição
e coletores deve, ainda, ser somado o custo de ramais de ligação
domésticos selecionado em função do material, diâmetro nominal e
densidade.
Nas condutas de adução, no caso de se verificarem perfurações
horizontais relevantes, o custo destas deve ser calculado em
separado e deve ser somado ao custo da conduta. O custo da
perfuração é determinado em função do diâmetro nominal da
tubagem de encamisamento e não da conduta inserida no seu
interior.
O custo de construção de condutas e coletores, Ctotal (€), é dado por:

Ctotal = ( Cu + CPav ) × fTE × L+ Cperf × Lperf + CuR × NR (13.3)

sendo
Cu : custo unitário de construção de conduta ou coletor (€/m);
CPav : custo unitário associado à pavimentação (€/m);
Cperf : custo unitário da perfuração horizontal (€/m);
fTE : fator multiplicativo associado aos trabalhos especiais (-);
L : comprimento de tubagem a construir, excluindo o trecho de
perfuração (m);
Lperf : comprimento de tubagem com perfuração horizontal (m);
CuR : custo unitário dos ramais (€/unidade);
NR : número de ramais de ligação (unidade).

CUSTO FINAL DE CONSTRUÇÃO |281


13.7. Custo de construção de infraestruturas verticais
e instalações
Nas infraestruturas verticais e instalações, o custo total é obtido
pela multiplicação do custo de construção civil pelo fator associado
a arranjos exteriores (caso existam), seguido da soma com o custo
de equipamento eletromecânico e instalações elétricas, o qual
deverá ser multiplicado, posteriormente, pelo fator associado a
trabalhos especiais, caso existam.
O custo unitário de construção de infraestruturas verticais e
instalações, Cu (€/unidade do parâmetro), é dado por:

Cu = ( (Ccc × fAE ) + Ce ) × fTE (13.4)

sendo
Ccc : custo unitário de construção civil (€/unidade do parâmetro);
Ce : custo unitário de equipamento eletromecânico e instalações
elétricas (€/unidade do parâmetro);
fAE : fator multiplicativo dos arranjos exteriores (-);
fTE : fator multiplicativo dos trabalhos especiais (-).
O custo unitário obtido deve ser multiplicado pelo parâmetro
caraterístico considerado nas funções de custo (e.g., volume,
potência do escoamento, população equivalente, caudal), de modo
obter o custo de construção do componente, Ctotal (€):

Ctotal = Cu×p (13.5)

sendo p, o parâmetro caraterístico (unidade do parâmetro).

|
282 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
14. VALOR DO INVESTIMENTO

14.1. Nota introdutória


O valor do investimento de uma infraestrutura deve incluir o custo
final de construção dos seus componentes e um conjunto de outros
custos associados a trabalhos a mais e a outras atividades
necessárias para a execução da obra (por exemplo, a conceção e
projeto e a fiscalização).
No presente capítulo apresentam-se estimativas desses custos,
expressas em termos de custo de construção da infraestrutura, e
apresenta-se a formalização do valor do investimento que deverá
ser utilizado para a estimativa do custo de substituição e para a
avaliação de investimentos.

14.2. Custo final da obra


Os custos de construção obtidos neste estudo têm por base os
mapas orçamentais de contratos adjudicados, não incluindo os
erros e omissões identificados e quantificados ao longo da execução
da obra e incluídos no seu valor final.
Num universo de 1 700 contratos adjudicados entre 1998 e 2016 de
diferentes entidades gestoras, verificou-se que (Quadro 14.1): 818
obras apresentam um valor final superior ao valor do contrato
adjudicado; 634 obras apresentam um valor final inferior ao valor
do contrato adjudicado; e 248 obras apresentam um valor final igual
ao valor do contrato adjudicado.
Para as obras com valor final superior ao do contrato adjudicado, a
diferença entre os valores final e inicial da obra varia entre 1 e 150%,
com valor mediano igual a 6%. Para os contratos com valor final
inferior ao do contrato adjudicado, a diferença (negativa) entre os
valores final e inicial da obra varia entre 1 e 96%, com valor mediano
de 3%.

VALOR DO INVESTIMENTO |283


Quadro 14.1 – Valor final da obra versus valor do contrato adjudicado

Diferença entre o
Relação entre Número de Mediana da
valor final e o inicial
Vcf e Vca contratos diferença (%)
(%)

Vf > Vca 818 [1; 150] 6,0

Vf < Vca 634 [-96; -1] - 3,0

Vf = Vca 248 – –

Total 1700 – 2,0* ou 0,0**

Notas: Vf – Valor final da obra; Vca – Valor do contrato adjudicado.


* Média aritmética.
** Média ponderada com o valor de adjudicação dos contratos.

A média aritmética das diferenças associadas às três situações


referidas corresponde a um erro por excesso igual a 2%. A média
das diferenças, ponderada com o valor de adjudicação de cada
contrato, corresponde a um valor nulo. Verifica-se, assim, que nos
contratos analisados, os erros e omissões incluídos nos contratos
finais não têm significado, uma vez que apresentam um erro global
ponderado nulo.
Tomando como referência este conjunto de contratos adjudicados,
considera-se que o custo final da obra é igual ao custo de construção
determinado pelas funções de custo, acrescido dos custos
complementares, como sejam a pavimentação, arranjos exteriores
e trabalhos especiais. Admitem-se situações excecionais
devidamente identificadas e documentadas.

14.3. Custo associado a outras atividades


A construção das diferentes infraestruturas pressupõe, para além da
execução da empreitada, cujo custo consta do mapa orçamental, a
realização de um conjunto de outras atividades, como sejam
estudos e projetos, fiscalização, assessorias diversas e arranque
(infraestruturas de tratamento), para além da aquisição de terrenos
e o pagamento de indemnizações relativas a expropriações e a
servidões. Os custos associados a estas atividades e serviços variam

|
284 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
com o tipo de componente e com a complexidade, dimensão e
tecnologia utilizada e devem ser tidos em consideração no valor de
avaliação da infraestrutura.
Foi efetuado um levantamento do peso relativo de cada um destes
componentes no custo global de obras em infraestruturas do ciclo
urbano da água, apresentando-se no Quadro 14.2 a síntese dos
valores obtidos. Para a generalidade das infraestruturas do ciclo
urbano da água, excluindo os sistemas de tratamento de água e
águas residuais, o peso relativo destes custos varia entre 10 e 30%
do custo de construção. No caso das infraestruturas de tratamento
de água e águas residuais, a variação destes custos apresenta um
intervalo de 15 a 40%. No caso de se desconhecer os valores
parcelares, recomenda-se a utilização de valores médios nestes
intervalos.

Quadro 14.2 – Peso relativo de custos diversos em relação ao custo da obra (%)

Infraestruturas associadas Infraestruturas associadas


Custos ao ciclo urbano da água ao tratamento de água e
(excluindo tratamento) de águas residuais

Estudos e projetos 4–8 5 – 10

Fiscalização 6 – 10 6 – 10

Assessorias várias 0–3 0–3

Gestão de projeto 1–2 1–2

Aquisição de terrenos,
0–5 0–5
expropriações, servidões

2 – 5 (ETA)
Fase de arranque -
3 – 10 (ETAR)

Total [intervalo] [10 – 30] (20*) [15 – 40] (25*)

Notas: * Valores adotados na ferramenta informática desenvolvida.

VALOR DO INVESTIMENTO |285


Salienta-se que os valores mais elevados das percentagens
correspondem tipicamente a obras de pequena dimensão, podendo
eventualmente assumir valores significativamente superiores face
aos reduzidos valores de adjudicação.
O custo associado à aquisição de terrenos, expropriações e
servidões apresenta uma grande variabilidade, não sendo, muitas
vezes, adequadamente descrito por uma percentagem do valor da
obra. No entanto, por uma questão de coerência com as restantes
rubricas e de forma a facilitar o cálculo do valor do investimento,
apresenta-se o intervalo de variação espectável.

14.4. Cálculo do valor do investimento


O custo de construção obtido em 13.6 e 13.7 deve ser multiplicado
pelo fator associado aos custos diversos, como sejam custos de
conceção e projeto, de gestão de processo, de fiscalização, de
expropriação ou de aquisição de terrenos (ver Quadro 14.2), por
forma a obter o valor do investimento, Cv:

Cv = Ctotal×fCd (14.1)

sendo
Ctotal: custo final de construção do componente (€/m);
fCd: fator multiplicativo associado aos custos diversos (i.e.,
conceção e projeto, gestão de processo, fiscalização, expropriação
ou aquisição de terrenos e arranque, quando aplicável).
O valor do investimento corresponde ao custo total dos
componentes que constituem a infraestrutura.

|
286 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
15. VALOR ATUAL DA INFRAESTRUTURA

15.1. Nota introdutória


Neste capítulo, apresenta-se, de forma sintética, uma metodologia
para a valorização de infraestruturas utilizando registos históricos
de custos e investimentos da entidade gestora ou, na sua ausência,
as funções de custo obtidas. Recomendam-se, também,
metodologias para a estimativa do custo de substituição e de vidas
úteis a adotar para diferentes componentes das infraestruturas.
Apresenta-se a formulação de cálculo do índice do valor da
infraestrutura.

15.2. Valor atual de cada ativo e da infraestrutura


O valor atual de um ativo deverá ter em conta a depreciação ao
longo da sua vida útil, sendo o valor de cada ativo o correspondente
ao valor de substituição deduzido da amortização acumulada. Esta
diferença equivale ao valor residual.
A estimativa do valor atual (ou valor residual) de uma infraestrutura
deverá ter por base o valor de substituição, a vida útil técnica e o
ano de instalação de cada um dos seus ativos. Recomenda-se que,
de um ponto de vista prático, o valor atual de cada ativo seja
calculado do seguinte modo (Alegre e Covas, 2010):
(i) atribuir uma vida útil técnica média a cada tipo de ativo;
(ii) calcular o valor da amortização anual dado pela razão entre
o custo de substituição e a vida útil técnica média;
(iii) calcular a vida útil residual em função da idade;
(iv) corrigir a vida útil residual (majorada ou minorada) em
função do estado de conservação ou de intervenções de
reabilitação efetuadas (caso se justifique e haja informação
credível);
(v) calcular o valor atual do ativo pelo produto do valor da
amortização anual pela vida útil residual corrigida.

|287
MODELO DE PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA PAYT
O valor atual da infraestrutura, Va, é dado pela soma dos valores
residuais do conjunto dos seus ativos:

N N  v ri  (15.1)
Va =  V =   C
i Si × 
vui 
i =1 i=1 

sendo
Vi : valor atual do ativo i (€);
CSi : custo de substituição do ativo i (€);
N : número total de ativos [-];
vri : vida útil residual do ativo i (ano);
vui : vida útil técnica total do ativo i (ano).
O cálculo do valor atual de um ativo pressupõe a estimativa do seu
custo de substituição e da sua vida útil técnica, tratados nas secções
seguintes.

15.3. Custo de substituição


O custo de substituição é o custo de substituir um ativo por outro
com as mesmas caraterísticas. Embora o custo de substituição possa
ser calculado de diferentes formas, USEPA (2005) refere que a
forma mais adequada é através da metodologia Modern Equivalent
Engineering Replacement Asset, que se baseia na análise
pormenorizada de custos in situ (Alegre e Covas, 2010). Nas
situações de rápida evolução tecnológica, em que o ativo a valorizar
pode já não se encontrar no mercado (como é o caso das condutas
em fibrocimento), os ativos são valorizados com base no preço que
a empresa teria que pagar para os trocar por um ativo equivalente
que utilize uma tecnologia de mercado mais moderna (e.g., a
substituição de condutas de fibrocimento por condutas de PE ou
PVC). Se o ativo equivalente engloba uma funcionalidade não
existente no ativo da entidade gestora, o valor desta funcionalidade
deverá ser deduzido. O custo de substituição pode incluir também
custos de desativação do componente.

|
288 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Por outro lado, o ativo equivalente poderá ter uma vida útil
diferente, bem como custos de manutenção, de reparação e de
operação também diferentes, o que implica ajustamentos no
cálculo das depreciações anuais que lhes correspondem. Estes
ajustamentos revestem-se de alguma subjetividade, o que confere
a este método alguma complexidade e torna necessário justificar e
documentar todo o processo de valorização de ativos.
Podem ser adotadas duas abordagens para a estimativa do valor de
substituição. A primeira é a adoção de valores de substituição de
referência estabelecidos em termos de custos unitários, como
sejam as funções de custo de construção obtidas neste estudo.
Outra forma de estimar os custos de substituição é a conversão a
preços constantes do valor de aquisição dos diversos componentes,
se existir histórico credível com os valores de aquisição registados
do património. Mesmo quando existe registo do valor de aquisição
nem sempre corresponde aos ativos efetivamente em
funcionamento, por não incorporar adequadamente os custos de
instalação ou que permitiram colocá-los na condição necessária ao
funcionamento pretendido, ou por não se poder assegurar que os
abates foram efetuados adequadamente quando ocorreram
intervenções de substituição.
No caso de a substituição do componente não incluir as demolições
das infraestruturas existentes ou das mesmas envolverem trabalhos
de pequena dimensão, poder-á-se considerar que o custo de
substituição corresponde ao valor do investimento, embora não
inclua expropriação ou aquisição de terrenos. Caso contrário, o
custo de substituição deverá incluir também os custos de
desativação da infraestrutura existente. O valor final obtido deverá
ser tido em consideração na determinação do valor atual da
infraestrutura.

15.4. Vida útil técnica


As vidas úteis dos componentes de uma infraestrutura são difíceis
de avaliar, havendo diversos conceitos associados, que importa
clarificar: vida total, vida útil técnica e vida útil contabilística.
A vida total é o período que medeia desde a instalação e entrada em
funcionamento até à desativação final.

|289
MODELO DE PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA PAYT
A vida útil técnica corresponde ao período após a instalação durante
o qual o componente cumpre a função a que se destina.
A vida útil contabilística é definida pelo período de amortização
fiscal, em geral fixo para cada classe de componente. O Decreto
Regulamentar n.º 2/90, de 12 de janeiro, atualizado pelo Decreto
Regulamentar n.º 25/2009, de 14 de setembro, estabelece taxas
específicas de amortização para diferentes tipos de ativos, entre os
quais os principais componentes dos sistemas de abastecimento de
água.
As vidas úteis dependem do tipo e da natureza do componente.
Apresentam-se no Quadro 15.1 os valores indicativos médios de
vidas úteis contabilísticas e técnicas para diferentes componentes
dos sistemas de abastecimento de água e de águas residuais,
pressupondo boas práticas de construção, operação e manutenção
e a utilização de materiais adequados.
Note-se que as vidas úteis técnicas geralmente aceites nos EUA, na
Europa Central e do Norte e na Austrália tendem a ser superiores às
consideradas em Portugal, uma vez que estão generalizadas as boas
práticas de operação e manutenção das suas infraestruturas e a
maior maturidade dos sistemas permite definir com maior exatidão
as suas vidas úteis. Este quadro reproduz, a título exemplificativo, os
valores recomendados pela United States Environmental Protection
Agency (USEPA, 2005) e pela New South Wales Government (NSW,
2014).

|
290 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Quadro 15.1 – Vidas úteis médias

Vida útil
contabilística
Tipo de componente Vida útil técnica
(DR 25/2009,
Art. 3.º)
Valor mínimo Recomendada
GT 16* USEPA** NSW***
(tabelado) neste guia****
Construção civil

Edifícios (geral) 25 40-50 60-75 - 60

Reservatórios 100
Apoiados ou elevados 25 (edifício)
50 60-75 60
Subterrâneos 40 40
(cobertura)
Estações elevatórias
Águas abastecimento - - - 50 60
Águas residuais 70 40
Condutas (geral) - 40 60 80 (novas); 50
50 (entub.)
Ferro fundido dúctil e aço 20 60 - 40 60
Betão 20 50 - 45 50
Policloreto de vinilo (PVC) - 45 - 70 40
Polietileno (PE) - 45 - 70 50
Fibrocimento (FC) 16 30 - 45 40
Grés 20 50-60 - 70 60
Entubamento Rígido (AA) - - - 50 50
Entubamento Tela (AR) - - - - 40
Instalações de tratamento
Águas abastecimento - - - 70 60
Águas residuais - - - 50 40
Equipamento
Equipamento
8 20 35-40 25 20-25 (AA)
eletromecânico
10-15 (AR)
Válvulas 8 20 30 30
Instalações elétricas 8 15 35 30
15-20 (AA)
Equipamento de medida e
8 15 25 30 10-15 (AR)
de controlo
Equipamento de tratamento 9 15-20 25 20-30 10-15
Notas:
AA : Sistemas de abastecimento de água
AR : Sistemas de gestão de águas residuais e pluviais
* Fonte: Alegre e Covas, 2010, Guia técnico nº 16 ERSAR, www.ersar.pt
** Fonte: USEPA GHD Asset Management Training Workshops 2006, www.epa.gov
*** Fonte NSW Reference Rates Manual - Valuation of Water Supply, Sewerage and Stormwater
Assets, 2014, www.water.nsw.gov.au.
**** Valores adotados na ferramenta informática desenvolvida.

MODELO DE PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA PAYT |291


As vidas úteis apresentadas são apenas indicativas, podendo ser
muito afetadas pela qualidade de produção dos materiais,
condições de transporte e armazenamento, forma de instalação,
adequação às condições locais e ao uso e forma de operação e
manutenção. Acresce que a capacidade de regeneração difere entre
tipos de componente.
Por exemplo, os reservatórios podem ter, teoricamente, vidas úteis
infinitas desde que sujeitos a manutenção sistemática, que inclui em
geral reparações de fissuras e juntas, impermeabilização, pintura e
manutenção e substituição dos equipamentos associados. Por
oposição, a vida útil das condutas tende a ser limitada no tempo,
embora possa ser prolongada se as reparações forem efetuadas de
modo cuidado e com o devido controlo de qualidade. Nos
equipamentos eletromecânicos, uma adequada manutenção
também pode prolongar indefinidamente a vida útil destes
componentes, já que envolve a substituição de elementos sujeitos a
desgaste ou avaria. No entanto, a vida útil acaba frequentemente
por ser limitada por questões de obsolescência.
Assim, a vida útil técnica dos ativos poderá ser corrigida sempre que
se verifique que o seu estado de conservação o justifique ou que
sejam efetuadas intervenções de reabilitação na infraestrutura ou
substituição de componentes. Não existem, no entanto, registos
com histórico de intervenções e de vida de componentes que
permita sustentar uma metodologia sólida para efetuar a majoração
ou depreciação da vida útil.
Considere-se, por exemplo, uma intervenção de reabilitação num
reservatório. Numa abordagem simplificada e de caráter
contabilístico, a vida útil poderia ser corrigida numa proporção dada
pelo rácio entre o valor da intervenção de reabilitação e o valor de
substituição do componente. Se o custo da intervenção
corresponder a 50% do seu valor em novo, traduzir-se-á num
aumento de vida útil em 50%. Esta formulação tem elevados níveis
de incerteza associados e pode, em muitas situações, não
corresponder à realidade. Refira-se, por exemplo, que pequenas
intervenções de reabilitação em reservatórios podem melhorar
significativamente o estado de conservação dos mesmos,
aumentando significativamente a sua vida útil técnica.

|
292 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Uma alternativa seria corrigir a vida útil de um componente em
função do seu estado de conservação (se inspecionável) ou com
base no seu desempenho funcional através de métricas de
desempenho quantificáveis, como sejam o número de roturas de
tubagens ou o volume de perdas de água (Feliciano et al., 2017).
Esta matéria é suscetível de investigação futura que suporte
recomendações para a melhoria do desempenho funcional.

15.5. Índice do valor da infraestrutura


O índice de valor da infraestrutura é uma medida que traduz o grau
de juventude, de maturidade ou de envelhecimento de uma
infraestrutura. É dado pela razão entre o valor atual da
infraestrutura e o respetivo valor de substituição. É uma medida
adequada para definir metas relativas a critérios de sustentabilidade
infraestrutural.
O índice de valor da infraestrutura, IVI, define-se como o rácio entre
o valor atual dos ativos e correspondente valor de substituição:

N N  v ri 
 Vi   C Si × 
v ui 
IVI = i =1
=
i =1  (15.2)
N N

C
i =1
Si C i =1
Si

sendo
Vi : valor atual do ativo i (€);
CSi : custo de substituição do ativo i (€);
N : número total de ativos [-];
vri : vida útil residual do ativo i (ano);
vui : vida útil técnica total do ativo i (ano).
Quando aplicado a um componente único, o índice de valor da
infraestrutura representa a razão entre a vida residual e a vida útil,
ou seja, a percentagem de vida útil que o componente ainda tem.

|293
MODELO DE PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA PAYT
O IVI apresenta valores entre 0,40 e 0,60 para infraestruturas
estabilizadas, em que o investimento em reabilitação iguala, em
média, a depreciação da infraestrutura. Valores muito acima dos
0,60 traduzem infraestruturas jovens, ainda não estabilizadas,
infraestruturas antigas, mas em fase de expansão, ou ainda
infraestruturas com sobreinvestimento em reabilitação. Valores
baixos deste índice apontam para infraestruturas envelhecidas e
com grande necessidade de investimentos em reabilitação.

|
294 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
PARTE V – NOTAS FINAIS
16. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

16.1. Nota introdutória


O presente capítulo tem como finalidade apresentar a síntese do
estudo desenvolvido e revisitar o conjunto de pressupostos que
estiveram subjacentes à análise e que condicionou os resultados
obtidos. Apresenta-se, ainda, um conjunto de recomendações finais
a adotar no estabelecimento do custo final de construção, do valor
do investimento e do custo de substituição.

16.2. Principais resultados


As funções de custo-base de construção foram obtidas para os
diferentes componentes do sistema de abastecimento de água e de
gestão de águas residuais. Nos componentes verticais e instalações
recorreu-se a transformações logarítmicas de forma a obter
modelos lineares expressos em função de parâmetros caraterísticos
de natureza hidráulica (e.g., caudal, potência do escoamento),
sanitária (e.g., tipo de tratamento) e infraestrutural (e.g., volume,
profundidade ou volume de perfuração). Nos componentes
lineares, recorreu-se a modelos restritos (e.g., fixando o valor da
constante independente nos modelos lineares) expressos em
função do parâmetro caraterístico de natureza infraestrutural, o
diâmetro nominal, para diferentes materiais dos componentes.
Captações
As captações de água foram divididas em dois tipos: subterrâneas e
superficiais. As segundas (em albufeira ou em rio) estão,
geralmente, associadas a maiores caudais, tendendo a extrair águas
de pior qualidade em termos microbiológicos. Os tipos mais
frequentes de captações em albufeira são por torre, poço e
flutuante (ou jangada), e as captações em rio por torre ou poço. As
captações de água subterrâneas são, tipicamente, construídas em
duas fases, consistindo na execução do furo e ensaio da capacidade
de extração (Fase I) e na construção da estação elevatória (Fase II).
Relativamente às captações superficiais, foi apenas possível obter
funções de custo para as captações por jangada e em rio, devido ao

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES|297
reduzido número de elementos da amostra. As captações em rio
tendem a ser utilizadas para potências do escoamento mais baixas,
seguidas das captações em albufeira por jangada (50 e 200 kW) e,
por último, das captações por poço. Verificou-se, ainda, que as
captações por torre apresentam custos mais elevados, devido aos
trabalhos de construção civil (Figura 4.10). No que respeita às
captações subterrâneas, os parâmetros que expressam o custo de
construção de cada fase são diferentes: na Fase I os custos podem
ser expressos em função do diâmetro ou profundidade de
perfuração (traduzido no volume de perfuração) e na Fase II os
custos são expressos em função da potência do escoamento.
Estações de tratamento de água
As estações de tratamento de água foram divididas em três níveis
de tratamento, de acordo com a complexidade das operações e dos
processos unitários envolvidos. As ETA do Tipo I incluem apenas
correção de pH e desinfeção final, podendo eventualmente incluir
filtração. As ETA do Tipo II incluem correção de pH,
coagulação/floculação, decantação ou flotação, filtração e
desinfeção final, podendo incluir as etapas de pré-oxidação e/ou
carvão ativado em pó. Por último, as ETA Tipo III incluem uma pré-
oxidação, correção pH, coagulação/floculação, decantação ou
flotação, filtração, ozonização intermédia, filtração com carvão
ativado granulado e desinfeção final. No caso das ETA do Tipo II, os
elementos foram divididos em função da existência da etapa de pré-
ozonização, verificando-se que ETA do Tipo II sem esta etapa são,
essencialmente, utilizadas para menores caudais. Em termos de
custos de construção, as ETA do Tipo I apresentam os custos mais
reduzidos, com valores de caudal compreendidos entre 26 l/s
e 556 l/s (Figura 5.23). As ETA de Tipo II sem a etapa de pré-
ozonização apresentam custos mais baixos do que as ETA de Tipo II
com a respetiva etapa, corroborando com a necessidade de
determinar custos distintos para os dois tipos de ETA. A amostra de
elementos de ETA do Tipo III é constituída apenas por dois
elementos, pelo que não foram determinadas funções de custo;
recomenda-se, assim, a utilização das funções de custo do Tipo II
com pré-ozonização para determinação dos custos deste tipo,

|
298 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
tendo em consideração que podem ser um pouco mais elevados
devido à implementação da etapa de filtração CAG.
Importa ainda alertar que, atendendo ao relativamente reduzido
número de elementos disponíveis para cada tipo de tratamento,
não é possível detalhar e discriminar outras rubricas de custos que
poderão implicar e explicar a dispersão e o desvio dos valores da
amostra que se verificam para os diversos tipos de ETA. Para esta
variação podem concorrer aspetos como a maior ou menor área
coberta em edifício, a dimensão/autonomia necessária para o
reservatório de água tratada, as condições específicas de fundações
(e.g., necessidade de recurso a fundações especiais), a orografia do
terreno (que implique movimentações de terra e aterros
significativos) ou a infraestrutura corresponder a um centro
operacional (implicando uma maior dimensão e complexidade do
edifício de exploração e laboratório), entre outros.
Estações elevatórias de água
As estações elevatórias de água não foram divididas em diferentes
tipos de acordo com o número de grupos eletrobomba instalados,
devido ao reduzido número de elementos da amostra. Os custos
foram expressos em função do caudal e da altura de elevação, que
foram agregados num único parâmetro, a potência hidráulica do
escoamento (variando entre 0,13 e 430 kW). Verificou-se que o
custo do equipamento eletromecânico e instalações elétricas
apresenta um peso superior no custo de construção da estação
elevatória, comparativamente com a rubrica de construção civil.
Reservatórios
Os reservatórios de água foram divididos em: reservatórios
apoiados com ou sem estação elevatória associada e reservatórios
elevados. No caso dos reservatórios apoiados sem estação
elevatória, os custos foram expressos apenas em função do volume;
caso exista uma estação elevatória associada ao reservatório, os
custos foram expressos em função de dois parâmetros
caraterísticos, o volume e a potência hidráulica do escoamento. Por
último, nos reservatórios elevados, os custos foram definidos em
função do volume e da altura do fuste. Nos reservatórios apoiados,
os volumes variam entre 40 e 15 000 m3 e nos casos em que existe
estação elevatória, o volume varia entre 75 e 6 000 m3. Verificou-se

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES|299
que, para potências do escoamento mais baixas (inferiores a 10 kW),
o custo de reservatórios com estação elevatória é, em algumas
situações, inferior ao custo de reservatórios sem estação elevatória
(Figura 7.15). Este resultado traduz o comportamento dos
elementos da amostra analisados. Recomenda-se que o custo de
reservatórios com estação elevatória seja comparado com o custo
obtido para reservatórios simples; quando a diferença se torne
relevante e se observe que o primeiro é inferior, recomenda-se a
utilização do máximo dos custos obtidos para os reservatórios
simples e reservatórios associados a EE.
Condutas de água e ramais
As condutas adutoras estudadas são constituídas por aço, FFD e
PEAD com diâmetros nominais que variam desde 50 e 1 800 mm.
Verificou-se que o aço é utilizado para maiores diâmetros (a partir
de 500 mm), o PEAD é utilizado para condutas mais pequenas (até
710 mm) e o FFD abrange uma maior gama de diâmetros nominais.
Em termos de custos de construção, o FFD apresenta custos mais
elevados, seguido do aço e, por último o PEAD (Figura 8.10).
As condutas de distribuição incluem os materiais PVC, PEAD e FFD
com diâmetros nominais que variam de 50 a 400 mm. No caso do
PEAD, devido à elevada variabilidade de custos, os elementos foram
divididos em dois grupos consoante a localização de obra: zona rural
a medianamente urbana e zona urbana (i.e., zona localizada em
grandes centros). O FFD apresenta o custo mais elevado, para
diâmetros superiores a 150 mm, seguido do PEAD e, por último, do
PVC (Figura 8.17). No caso do PEAD, o custo é mais elevado para a
zona urbana. Na Figura 16.1 apresenta-se a comparação do custo de
condutas adutoras e de distribuição em FFD e PEAD. Para ambos os
materiais, o custo de condutas de distribuição é superior ao custo
das adutoras; este facto poderá ser explicado pela localização das
condutas de distribuição, geralmente em zonas mais urbanas, e pelo
maior número de acessórios inerentes à distribuição.

|
300 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

1000
Conduta adutora em FFD

800
Conduta de distribuição em FFD
Custo unitário (€/m)
600
400
200
0

0 200 400 600 800 1000

Diâmetro nominal (mm)

(b)
400

Conduta adutora em PEAD


Conduta de distribuição em PEAD (Zona urbana)
Conduta de distribuição em PEAD (Zona rural a medianamente urbana)
300
Custo unitário (€/m)
200
100
0

0 200 400 600 800

Diâmetro nominal (mm)

Figura 16.1 – Comparação do custo-base de construção de condutas adutoras e de


distribuição: (a) em FFD; (b) em PEAD

Os ramais de ligação domiciliários de águas estudados


correspondem aos materiais de PVC e PEAD com diâmetros
nominais entre 20 e 200 mm. À semelhança das condutas de
distribuição em PEAD, também os ramais em PEAD foram divididos
em dois grupos (zona rural a medianamente urbana e zona urbana).
No caso do PVC não foi possível obter um modelo de regressão com
capacidade explicativa estatisticamente significativa, tendo-se
optado por não apresentar a curva de regressão associada ao
modelo. Sugere-se que se adotem para o PVC os custos unitários
obtidos para os ramais de PEAD.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES |301


Condutas elevatórias de águas residuais
As condutas elevatórias de águas residuais incluem os materiais FFD,
PEAD e PVC com diâmetros nominais entre 80 e 1 000 mm. O FFD
apresenta a maior gama de diâmetros nominais (entre 80 e
1 000 mm), seguido do PEAD (entre 90 e 800 mm) e, por último, o
PVC (entre 90 e 200 mm). Em termos de custos de construção, o FFD
apresenta o custo-base mais elevado comparativamente com os
restantes materiais (Figura 9.7). O PEAD e o PVC apresentam custos
semelhantes.
Emissários
Os emissários gravíticos incluem os materiais FFD, PEAD, PPc e PVC.
O FFD foi dividido em dois tipos: em vala ou em travessia. No caso
do PPc e PVC, estes materiais apresentam custos muito semelhantes
nas diversas rubricas, pelo que os elementos foram agrupados para
obter um único custo de construção. O PEAD apresenta a maior
gama de diâmetros nominais (entre 200 e 1 600 mm)
comparativamente com os restantes materiais. Em termos de
custos, o FFD apresenta o maior custo de construção até diâmetros
de 700 mm, valor a partir do qual o PEAD torna-se o material de
emissário mais caro (Figura 9.13). Os elevados custos para os
maiores diâmetros de PEAD são justificados pelas caraterísticas das
empreitadas, localizadas junto a ETAR e com significativos trabalhos
de entivação. No FFD, o custo é superior para emissários instalados
em vala, uma vez que FFD instalado em travessia não inclui os custos
associados ao movimento de terras.
O custo dos emissários submarinos depende de diferentes
parâmetros caraterísticos, nomeadamente, o diâmetro nominal, o
material, a extensão a construir, o volume e a natureza dos
movimentos de terras (troço terrestre), o tipo de instalação e
condições de instalação (em rio ou mar), mão-de-obra local e os
órgãos e acessórios a instalar. Neste estudo apenas foram
estudados emissários submarinos em PEAD com diâmetros
nominais entre 315 e 1 800 mm, sendo o custo expresso em função
do diâmetro nominal. Verificou-se que, para o mesmo diâmetro, o
custo dos emissários submarinos é duas a oito vezes superior ao
custo dos gravíticos, e que esta diferença tende a aumentar com o

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302 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
diâmetro. Apesar dos emissários submarinos não terem custos
associados ao movimento de terras e à construção de caixas de
visita, os custos de mobilização de equipamento, máquinas e
recursos humanos para o local da obra são muito superiores às
outras rubricas de custo. Por outro lado, os custos dos emissários
submarinos são bastante dependentes do tipo de emissário que se
pretende implementar (enterrado ou não), devido aos custos de
dragagem associados e ao tipo de solo (varia com a percentagem de
areia e rocha do solo e com o diâmetro nominal, uma vez que
pequenos diâmetros são usualmente instalados através de
perfuração dirigida, enquanto os maiores diâmetros são instalados
por túneis, devido às falésias e embarcações).
Redes de coletores e ramais
Os coletores domésticos incluem os materiais PPc, PVC e FFD com
diâmetros nominais entre 200 e 400 mm. No caso do PPc e PVC,
estes materiais apresentam custos muito semelhantes nas diversas
rubricas, pelo que foram agrupados. Apesar de o FFD apresentar
uma gama menor de diâmetros (entre 200 e 250 mm), os custos de
construção são significativamente superiores, comparativamente
com o PPc/PVC. Na Figura 16.2 apresenta-se a comparação do custo
de emissários gravíticos e de coletores domésticos em FFD e
PPc/PVC. Para ambos os materiais, o custo de emissários gravíticos
é superior ao custo de coletores; este aspeto poderá ser explicado
pelo facto de a instalação de emissários gravíticos ser, geralmente,
efetuada a maior profundidade do que a dos coletores, contribuindo
para um aumento dos custos associados ao movimento de terras e
à construção de caixas de visita.
Os ramais de ligação domiciliários de águas residuais estudados
incluem os materiais PPc e PVC, os quais, à semelhança dos
coletores domésticos, foram agrupados de modo a obter um custo
único. Os diâmetros nominais variam entre 125 e 200 mm.
Os coletores pluviais analisados incluem os materiais betão e PPc
com diâmetros nominais que variam entre 300 e 800 mm. O betão
abrange a maior gama de diâmetros, enquanto o PPc é utilizado
para coletores com diâmetro até 630 mm. Em termos de custos de
construção, o PPc apresenta um custo mais elevado
comparativamente ao betão.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES|303
(a)

700
600
Emissário gravítico em FFD
Coletor doméstico em FFD

Custo unitário (€/m)


500
400
300
200
100
0

200 300 400 500 600 700 800 900 1000

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
300

Emissário gravítico em PPc/PVC


250

Coletor doméstico em PPc/PVC


Custo unitário (€/m)
200
150
100
50
0

200 315 400 500 630 800 1000

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 16.2 – Comparação do custo-base de construção de emissários gravíticos e


de coletores domésticos: (a) em FFD; (b) em PPc/PVC

Estações elevatórias de águas residuais


As estações elevatórias de águas residuais foram divididas em três
tipos, de acordo com o número de grupos eletrobomba e tipo de
edifício. As estações elevatórias de Tipo I apresentam valores de
potências do escoamento entre 0,17 e 14 kW; as estações
elevatórias do Tipo II apresentam valores de potências entre 0,4 e
78 kW; por último, as estações elevatórias do Tipo III entre 3,4 e
358 kW. Observa-se um aumento do custo de construção das

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304 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
estações elevatórias do Tipo I para o Tipo II e do Tipo II para o Tipo
III. Este aumento é explicado, no primeiro caso, pelo acréscimo de
custo de construção civil decorrente da construção do edifício e, no
segundo caso, pelo acréscimo de custo de equipamento
eletromecânico e de construção civil, decorrente do aumento do
número de grupos eletrobomba instalados.
Estações de tratamento de águas residuais
As estações de tratamento de águas residuais foram divididas em:
leitos de macrófitas (LM), ETAR compactas, ETAR de leitos
percoladores, lamas ativadas em arejamento convencional/média
carga (LAAC) e lamas ativadas em arejamento prolongado (LAAP)
sem e com desinfeção.
As ETAR de leitos de macrófitas apresentam custos per capita mais
elevados do que os restantes sistemas, visto corresponderem a um
sistema de tratamento extensivo (único analisado), aplicável a
instalações de reduzida dimensão populacional e em locais com
área disponível. Por outro lado, as ETAR compactas apresentam os
menores custos. No entanto, os custos de operação e manutenção
das ETAR de LM são muito inferiores aos custos associados aos
sistemas compactos. A maioria das ETAR de LAAC apresentam
sistemas de aproveitamento do biogás associados à fase de digestão
anaeróbia das lamas, pelo que as instalações tendem a ter custos
em construção civil e equipamento eletromecânico mais elevados.
No entanto, a produção de biogás possui um elevado potencial de
valorização energética, reduzindos custos de operação da
instalação.
Importa ainda alertar que, atendendo ao relativamente reduzido
número de elementos disponíveis para cada tipo de tratamento,
não é possível detalhar e discriminar outras rubricas de custos que
poderão implicar e explicar a dispersão e o desvio dos valores da
amostra que se verificam para os diversos tipos de ETAR. Para esta
variação podem concorrer aspetos como a eventual necessidade de
prever estação elevatória inicial, de confinamento e desodorização
da ETAR, as condições específicas de fundações (e.g., recurso a
fundações especiais), a orografia do terreno (que implique
movimentações de terra e aterros significativos) ou a infraestrutura

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES |305


corresponder a um centro operacional (implicando uma maior
dimensão e complexidade do edifício de exploração), entre outros.
Custo de condutas vs. custo de coletores
Apresenta-se na Figura 16.3 a comparação dos custos-base de
construção dos componentes horizontais, agregando, para cada
componente, os diferentes materiais. As condutas de distribuição e
os coletores domésticos apresentam menores domínios de
aplicação, até diâmetros nominais de 400 mm. Nas condutas
adutoras e nos emissários gravíticos, as funções de custo são
representadas até diâmetros nominais de 1 600 mm. Em geral, para
diâmetros homólogos, as condutas de distribuição apresentam
custos superiores, seguidos das condutas adutoras e dos emissários
gravíticos e, por último, dos coletores domésticos. Para alguns
diâmetros nominais (150 e 200 mm), o custo de condutas adutoras
e de distribuição e emissários gravíticos é muito semelhante.

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306 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)

1600
Conduta adutora
1200 Conduta de distribuição
Emissário gravítico
Custo unitátio (€/m)

Coletor doméstico
800
400
0

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

Diâmetro nominal, DN (mm)

(b)
200

Conduta adutora
Conduta de distribuição
Emissário gravítico
150
Custo unitátio (€/m)

Coletor doméstico
100
50
0

0 100 200 300 400

Diâmetro nominal, DN (mm)

Figura 16.3 – Comparação do custo-base de construção de condutas e coletores:


(a) em todo o domínio de aplicação; (b) até DN400

16.3. Recomendações finais


16.3.1. Pressupostos subjacentes
A obtenção dos custos de construção de infraestruturas de sistemas
de abastecimento de água e de sistemas de gestão de águas
residuais e pluviais teve subjacente um conjunto de pressupostos
que deverão ser atendidos aquando da utilização dos custos-base
de construção. Nos parágrafos seguintes, revisitam-se esses
pressupostos e apresenta-se um conjunto de recomendações de
aplicação.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES |307


Todos os custos obtidos referem-se a empreitadas realizadas em
Portugal continental. Qualquer extrapolação dos custos para fora
desta área geográfica deverá ser efetuada com parcimónia.
Os custos de construção retirados dos mapas orçamentais não
incluem IVA à taxa legal em vigor no ano de lançamento do
concurso. Para efetuar uma análise ilíquida de IVA, este imposto
deverá ser incluído à taxa legal em vigor no ano pretendido.
Os custos de construção obtidos referem-se ao ano 2016. Caso os
custos de construção sejam utilizados para estimativa de valores
relativos a outros anos, os mesmos deverão ser atualizados tendo
por base os valores da inflação anual baseados nos índices IHPC a
partir do ano de 1996, e IPC para anos anteriores a 1996,
disponibilizados pelo Banco de Portugal.
Os custos de referência tiveram por base contratos de construção
tipicamente associados a grandes obras (com vários componentes);
no entanto, não se consideraram valores mínimos dos contratos de
construção, tendo também sido incluídas obras de baixo valor. Este
aspeto é particularmente relevante em obras de pequena
dimensão, típicas de intervenções de reabilitação de redes de
distribuição ou de drenagem, que envolvem a construção de
pequenas extensões de condutas ou de pequenas estações
elevatórias, onde será de esperar que o seu custo unitário seja
superior ao obtido pela curva de regressão e se aproxime da curva
de predição associada ao percentil 95.
Os custos obtidos referem-se aos componentes novos a construir,
não incluindo obras de reabilitação, remodelação ou beneficiação.
Os custos deste tipo de obras deverão sempre ter em conta o valor
de construção do componente em novo, podendo exceder o mesmo
em face de especificidades de contexto local devidamente
justificadas.
As funções de custo-base obtidas têm um domínio de aplicação e
são rigorosamente válidas no âmbito deste domínio. Para todos os
componentes são efetuadas recomendações para a extrapolação
fora do domínio de aplicação, definidas em dois níveis. Sempre que
o parâmetro caraterístico não exceda uma variação de cerca de 20%
dos limites do domínio de aplicação, podem utilizar-se as funções de

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308 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
custo obtidas com alguma confiança e incerteza moderada; sempre
que o parâmetro caraterístico exceda uma variação de 20% dos
limites do domínio de aplicação, fazem-se recomendações para a
estimativa de custos de construção especificas para cada
componente; estas estimativas devem ser interpretadas como
meramente indicativas, dado terem uma elevada incerteza
associada. Qualquer extrapolação para fora do domínio de aplicação
deverá ser efetuada com parcimónia, uma vez que contemplam
erros, por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão,
só devendo ser adotadas em casos excecionais e bem identificados
pelo utilizador.
A utilização das funções de custo apresentadas para estimativa dos
custos de construção não pode deixar de ser acompanhada de uma
análise e ponderação de todas as condições específicas das
infraestruturas que possam implicar eventuais desvios aos valores
obtidos, recomendando-se a definição de um intervalo de variação
expectável e não de um valor absoluto.
Para cada infraestrutura ou componente, apresenta-se nos quadros
que se seguem o conjunto de pressupostos considerados e as
respetivas recomendações de aplicação.

Quadro 16.1 – Recomendações relativas a captações


Os custos de construção de captações subterrâneas correspondem a duas fases de
execução, Fase I, execução do furo e ensaio de capacidade de extração e Fase II,
construção da estação elevatória.

Os custos das duas fases deverão ser calculados em separado e somados no final.

Os custos de construção de captações subterrâneas – Fase I – foram estimados em


função da profundidade e do volume de perfuração.

O parâmetro que melhor explica os custos unitários da Fase I é o volume de


perfuração, pelo que se recomenda a estimativa do custo unitário em função desse
parâmetro. Caso não exista informação relativa ao diâmetro de perfuração para o
cálculo do volume, poder-se-á estimar o referido custo unitário em função da
profundidade de perfuração.

O projeto deverá ter em conta as caraterísticas hidrogeológicas do local.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES |309


Quadro 16.2 – Recomendações relativas a condutas e coletores
Os custos unitários de construção de condutas e coletores não incluem os custos de
pavimentação e os custos associados a trabalhos especiais.

Para obter o custo unitário total de construção de condutas e coletores deverá ser
adicionado o custo de pavimentação de acordo com o tipo de pavimento e a
largura a pavimentar.

Caso se pretenda incluir os custos associados a trabalhos especiais, estes deverão


ser adicionados aos custos unitários de construção de condutas e coletores
(incluindo pavimentação), através dos fatores multiplicativos propostos.

Os custos unitários de construção de ramais de ligação domiciliários de redes de


distribuição de água e de coletores de águas residuais foram analisados em separado
das respetivas redes.

O custo de construção de ramais, definido em função do material, DN e número de


ramais, deverá ser adicionado ao custo de construção de condutas e coletores. A
única exceção é o custo dos coletores pluviais que inclui o custo de ramais de
ligação aos sumidouros, sarjetas e caixas.

Os custos unitários de construção de condutas e coletores foram obtidos para


diferentes materiais e diâmetros nominais.

Em situações em que não exista o custo de construção associado a um determinado


material de uma conduta ou coletor, deverá ser utilizado o custo de construção do
material tecnologicamente semelhante.

Os coletores e emissários de águas residuais são frequentemente constituídos por PVC


ou PEAD de baixa resistência (e.g., PN4 ou PN6), sendo estes materiais instalados,
muitas vezes, sem disposições construtivas adequadas para resistir a cargas exteriores,
não só decorrentes do peso do solo dadas as elevadas profundidades, como também
das cargas rolantes.

Dada a disponibilização nos últimos anos no mercado de tubagens de parede dupla


corrugada com capacidade adequada à resistência à compressão diametral, e
sendo estas tubagens tendencialmente de menor custo do que as tubagens
maciças, recomenda-se a não utilização do PVC simples em sistemas de águas
residuais e o recurso a policloreto de vinilo corrugado (PVCc) ou a polipropileno
corrugado (PPc). Estes últimos materiais correspondem a opções de menor custo e
maior resistência.

|
310 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Quadro 16.3 – Recomendações relativas a estações elevatórias

O custo das estações elevatórias foi determinado assumindo que todos os grupos
eletrobomba eram iguais e estavam instalados em paralelo e que existia sempre um
grupo de reserva, uma vez que não se encontraram na amostra outras configurações.

Marginalmente, se existirem grupos em série ou grupos em paralelo que não sejam


iguais, dever-se-á determinar a potência do escoamento correspondente ao
respetivo ponto de funcionamento. No entanto, as funções de custo obtidas
deverão ser utilizadas com parcimónia.

O custo das estações elevatórias foi estabelecido em função da potência hidráulica do


escoamento (e não da potência instalada) obtida com base na soma de caudais
nominais dos grupos eletrobomba instalados em paralelo (excluindo o grupo de reserva)
e na altura nominal de elevação de cada grupo.

Caso seja conhecida a potência de cada grupo, esse valor deverá ser multiplicado
pelo rendimento por forma a obter a potência do escoamento e a utilizar as
funções propostas.

Quadro 16.4 – Recomendações relativas a ETAR

Os custos unitários de estações de tratamento de águas residuais foram obtidos em


função da população equivalente, considerando diferentes tecnologias de tratamento.

A escolha do esquema de tratamento técnica e economicamente mais adequado


deve ter em conta não só os objetivos de qualidade para o efluente tratado e os
custos de investimento, como também os custos de operação ao longo da sua vida
útil. Não deve incidir apenas no custo de construção.

Por exemplo, para ETAR de pequena dimensão com tratamento secundário, a


solução de custo de construção mais elevado é o leito de macrófitas (LM) e a de
menor custo as ETAR compactas. No entanto, os custos de operação e manutenção
dos LM são muito inferiores. Este balanço deve ser tido em conta na decisão.

16.3.2. Obtenção de custo final de construção, valorização de


infraestruturas e estabelecimento de preços base
O custo final de construção é obtido pela soma dos custos-base de
construção obtido através das funções com o custo de outros
trabalhos complementares, como sejam a pavimentação para
condutas e coletores, os custos de arranjos exteriores para

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES |311


componentes verticais e instalações e os custos de trabalhos
especiais para todas as infraestruturas, seguindo a metodologia
estabelecida em 13.6 e 13.7.
O valor do investimento de uma infraestrutura deve incluir não só o
custo final de construção, como também os custos associados a
estudos e projetos, à fiscalização, a assessorias diversas, à aquisição
de terrenos, a expropriações, a servidões e arranque (estações de
tratamento), seguindo a metodologia estabelecida em 14.4.
O custo de substituição pode ser considerado igual ao valor do
investimento desde que os custos associados a aquisição de
terrenos, a expropriações e a servidões e os custos de desativação
sejam reduzidos ou globalmente se compensem. Caso contrário
deverão ser deduzidos do valor do investimento os primeiros
valores e acrescentados os últimos (custos de desativação).
O valor atual da infraestrutura deverá ter por base o custo de
substituição com a correspondente depreciação associada à vida útil
dos seus componentes, conforme metodologia sugerida em 15.2. As
vidas úteis técnicas recomendadas no Quadro 15.1 podem ser
corrigidas de acordo com o estado de conservação da
infraestrutura, benfeitorias efetuadas, intervenções de reabilitação
ou o desempenho funcional da mesma.
O Preço Base de concurso de empreitadas de obras públicas pode
ser definido com base no custo final de construção obtido, afetado
de um fator de correção. Este preço e o Preço Anormalmente Baixo
devem ser estabelecidos com razoabilidade, por forma a ser possível
realizar obras com qualidade similar ou superior às analisadas para
custos equivalentes.
Os custos apresentados no presente guia técnico referem-se ao ano
2016 e não incluem IVA, devendo este componente ser adicionado
quando se pretende efetuar uma análise ilíquida de IVA.

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312 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
BIBLIOGRAFIA

BIBLIOGRAFIA CITADA
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Abastecimento de Água e de Saneamento”.
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Operacional para a Sustentabilidade e Eficiência no Uso de
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[11] Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de Janeiro. “Código dos
Contratos Públicos”.
[12] “Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de
Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais”.
[13] Decreto Regulamentar n.º 25/2009 de 14 de Setembro.
“Regime regulamentar das depreciações e amortizações”.
[14] Decreto Regulamentar n.º 2/90, de 12 de Janeiro. “Regime
das reintegrações e amortizações para efeitos do imposto
sobre o rendimento das pessoas colectivas”.
[15] Decreto Regulamentar n.º 306/2007 de 27 de Agosto.
“Regime da qualidade da água destinada ao consumo
humano”.
[16] Decreto Regulamentar n.º 236/98 de 1 de Agosto.
“Estabelece normas, critérios e objectivos de qualidade com
a finalidade de proteger o meio aquático e melhorar a
qualidade das águas em função dos seus principais usos”.

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314 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
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316 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
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Sistemas Multimunicipais de Baixa de Abastecimento de
Água e de Saneamento de Águas Residuais do Norte, Centro
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Relatório desenvolvido no âmbito da atividade da AdP
Serviços, confidencial.

|
318 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
ANEXO 1 – SÍNTESE DAS FUNÇÕES DE CUSTO
SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Fichas
Descrição Funções
técnicas

Captações de água Ccc = 49750 Pe − 0,735 R 2 = 0,997


FT1 (103 €/kW)
superficial em rio Ce = 46290 Pe − 0,738 R 2 = 0,991

Captações de água Ccc = 30850 Pe − 0,629 R 2 = 0,64


FT2 superficial em albufeira (€/kW)
Ce = 5828 Pe − 0,172 R 2 = 0,18
por jangada

Furo e ensaio de
capacidade de extração Cu = 3000 pp − 0,456 R 2 = 0,79 (€/m)
FT3 Cu = 11000 Vp − 0,557
em captações de água R 2 = 0,81 (€/m3)
subterrânea (Fase I)

Estação elevatória em Ccc = 5547 Pe − 0,599 R 2 = 0,63


FT4 captações de água (€/kW)
Ce = 4637 Pe − 0,265 R 2 = 0,56
subterrânea (Fase II)

Estações de tratamento Ccc = 11217 Q − 0,450 R 2 = 1,00


FT5 (103 €/(l/s))
de água do Tipo I Ce = 60540 Q − 0,766 R 2 = 0,95

Sem pré-ozonização
− 0,510
C cc = 114664 Q R 2 = 0,43 (103 €/(l/s))
C e = 560455 Q − 0,902 R 2 = 0,84
Estações de tratamento
FT6
de água do Tipo II Com pré-ozonização
− 0,828
C cc = 843640 Q R 2 = 0,45 (103 €/(l/s))
C e = 206790 Q − 0,568 R 2 = 0,87

− 0,828
Estações de tratamento C cc = 843640 Q R 2 = 0,45
FT7 − 0,568 (103 €/(l/s))
de água do Tipo III C e = 206790 Q R 2 = 0,57

Ccc = 21846 Pe − 0,689 R 2 = 0,83


FT8 Estações elevatórias (103 €/kW)
Ce = 37655 Pe − 0,559 R 2 = 0,86

Ccc = 2718 V − 0,366 R 2 = 0,62


FT9 Reservatórios apoiados (€/m3)
C e = 3479 V − 0,533 R 2 = 0,46

R 2 = 0,96
Reservatórios apoiados C cc = 4685 V − 0,487
Pe − 0,842 2
Radj = 0,96
FT10 com estação elevatória (€/(m3.kW))
− 0,783
R 2 = 0,93
associada C e = 13450 V Pe − 0,631
R 2
adj = 0,92

R 2 = 0,86
C cc = 566,7 V 0,487
h 1,102 2
Radj = 0,80
FT11 Reservatórios elevados (103 €)
R 2 = 0,71
C e = 240,3 V 0,840
h 0,348
R 2
adj = 0,60

ANEXO 1 – SÍNTESE DAS FUNÇÕES DE CUSTO |321


Fichas
Descrição Funções
técnicas

CAço = 0,00054 DN2 + 0,0743 DN + 15 R 2 = 0,97


Condutas de
FT12 CFFD = 0,00081DN2 + 0,1658 DN + 15 R 2 = 0,92 (€/m)
adução
CPEAD = 0,00041DN2 + 0,1185 DN + 15 R 2 = 0,81

C F FD = 0,0 0 0 8 1 D N 2 + 0,3 2 4 5 D N + 1 5 R 2 = 0,95


Condutas de C P EAD * = 0, 2 09 6 D N + 1 6 R 2 = 0,83
FT13 C P EAD * * = 0, 2 3 3 1 D N + 4 6
(€/m)
distribuição R 2 = 0,87
C P VC = 0,0 0 0 2 4 D N 2 + 0,1 0 6 8 D N + 1 5 R 2 = 0,91

Ramais de
C PE AD * = 0,89 97 DN + 166 R 2 = 0,44
FT14 ligação C PE AD ** = 0,7872 DN + 244
(€/unidade)
R 2 = 0,36
domiciliários
Notas: PEAD* – conduta em zona rural a medianamente urbana; PEAD** – conduta em zona urbana.

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322 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
SISTEMA DE GESTÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS E PLUVIAIS

Fichas
Descrição Funções
técnicas

CFFD = 0,6732 DN + 15 R 2 = 0,92


Condutas
FT15 CPEAD = 0,00059 DN2 + 0,1043 DN + 15 R 2 = 0,90 (€/m)
elevatórias
CPVC = 0,1933 DN + 15 R 2 = 0,85

CFFD_vala = 0,000033 DN2 + 0,4622 DN + 25 R 2 = 0,95


Emissários CFFD_travessia = 0,000067 DN2 + 0,421DN + 10 R 2 = 0,99
FT16 (€/m)
gravíticos CPEAD = 0,00041DN2 + 0,1997 DN + 25 R 2 = 0,92
CPPc/PVC = 0,000028 DN2 + 0,2021DN + 25 R 2 = 0,79

Emissários CPEAD = 2,766 DN + 253


FT17 R 2 = 0,74 (€/m)
submarinos

Coletores CFFD = 0,3543 DN + 25 R 2 = 0,68


FT18 gravíticos (€/m)
CPPc/PVC = 0,06946 DN + 25 R 2 = 0,96
domésticos

Ramais de
FT19 ligação CPPc/PVC = 1,397 DN + 38 R 2 = 0,91 (€/unidade)
domiciliários

Coletores CBetão = 0,00023 DN2 − 0,03429 DN + 30 R 2 = 0,84


FT20 gravíticos (€/m)
CPPc = 0,00012 DN2 + 0,06843 DN + 30 R 2 = 0,91
pluviais

Fichas
Descrição Funções
técnicas

Estações elevatórias Ccc = 14422 Pe− 0,848 R 2 = 0,81


FT21 (103 €/kW)
do Tipo I Ce = 36289Pe− 0,929 R 2 = 0,91

Estações elevatórias Ccc = 25320 Pe− 0,619 R 2 = 0,50


FT22 (103 €/kW)
do Tipo II Ce = 46873 Pe− 0,506 R 2 = 0,57

Estações elevatórias Ccc = 32681Pe − 0,481 R 2 = 0,59


FT23 (103 €/kW)
do Tipo III Ce = 58724 Pe− 0,484 R 2 = 0,79

Estações de Ccc = 31070 P − 0,869 R 2 = 0,37


FT24 tratamento de águas (€/Hab.)
Ce = 3814 P − 0,480 R 2 = 0,28
residuais compactas

ANEXO 1 – SÍNTESE DAS FUNÇÕES DE CUSTO |323


Fichas
Descrição Funções
técnicas

Sem recirculação de
efluente R 2 = 0,56 (€/Hab.)
Estações de Ccc = 75470 P − 0,860 R 2 = 0,81
tratamento de águas Ce = 3299 P − 0,580
FT25
residuais de leito de
macrófitas (LM) Com recirculação de
efluente R 2 = 0,56 (€/Hab.)
Ccc = 75470 P − 0,860 R 2 = 0,74
− 0,996
Ce = 69853 P

Estações de
tratamento de águas Ccc = 24565 P − 0,694 R 2 = 0,89
FT26 (€/Hab.)
residuais de leito Ce = 96716 P − 0,9989 R 2 = 0,97
percolador (LP)

Estações de
tratamento de águas
residuais por lamas Ccc = 3038 P − 0,349 R 2 = 0,59
FT27 (€/Hab.)
ativadas em Ce = 63117 P − 0,622 R 2 = 0,84
arejamento
convencional (LAAC)

Sem desidratação de
lamas no local
Estações de
Ccc = 45160 P − 0,781
R 2 = 0,72 (€/Hab.)
tratamento de águas
R 2 = 0,64
residuais por lamas Ce = 62324 P − 0,895

FT28 ativadas em
Com desidratação de
arejamento
lamas no local
prolongado (LAAP)
Ccc = 11731P − 0,532
R 2 = 0,92 (€/Hab.)
sem desinfeção
− 0,509
R 2 = 0,79
Ce = 9733 P

Estações de
tratamento de águas
residuais por lamas Ccc = 4895 P − 0,415 R 2 = 0,89
FT29 ativadas em (€/Hab.)
Ce = 19063 P − 0,552 R 2 = 0,92
arejamento
prolongado (LAAP)
com desinfeção

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324 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
LEVANTAMENTO E REPOSIÇÃO DE PAVIMENTO

Fichas
Descrição Funções
técnicas

CLR_i × DN + 0,9 CLR_i DN ≤ 0,5 ( m )


Ci =  (€/m)
CLR_i × DN + 1,1 CLR_i DN > 0,5 ( m )
Levantamento e
FT30 reposição de CLR1 = 15,43 €/m2 CLR2 = 22,68 €/m2 CLR3 = 13,44 €/m2
pavimento CLR4 = 3,99 €/m2 CLR5 = 7,78 €/m2 CLR6 = 18,22 €/m2
CLR7 = 14,28 €/m2

ANEXO 1 – SÍNTESE DAS FUNÇÕES DE CUSTO |325


ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS
FT 1. CAPTAÇÕES DE ÁGUA SUPERFICIAL EM RIO

Custo de construção de captações de água superficial em rio


Custo unitário (103 €/kW)
Pe (kW) Custo total (103 €)
CCC Ce
<2 29,9 27,8 115,3
2 29,9 27,8 115,3
6 13,3 12,3 154,0
10 9,2 8,5 176,2
14 7,2 6,6 192,5
18 5,9 5,5 205,7
22 5,1 4,7 216,9
26 4,5 4,2 226,7
30 4,1 3,8 235,4
> 30 4,1 3,8 7,9 Pe
30

Construção civil (Ccc )


-0,735 2
Ccc= 49750 Pe R = 0,997
25
Custo unitário (10 €/kW)

Equipamento e instalações elétricas (Ce)


20

-0,738 2
Ce= 46290 Pe R = 0,991
3

15
10
5
0

2 6 10 14 18 22 26 30

Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

NOTAS:

1 Potência hidráulica do escoamento, Pe (kW):


Domínio de aplicação, [3; 27]
Domínio de extrapolação, [2; 3[ e ]27; 30].
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS |329


FT 2. CAPTAÇÕES DE ÁGUA SUPERFICIAL EM ALBUFEIRA

Captações de água superficial em albufeira por jangada


Custo de construção de captações de água superficial em albufeira por jangada
Custo unitário (€/kW)
Pe (kW) Custo total (103 €)
CCC Ce
< 20 4 687 3 481 163,4
20 4 687 3 481 163,4
50 2 634 2 974 280,4
80 1 960 2 743 376,2
110 1 604 2 597 462,1
140 1 378 2 491 541,7
170 1 220 2 409 616,9
200 1 101 2 343 688,8
230 1 009 2 287 758,0
> 230 1 009 2 287 3,296 Pe
5000

Construção civil (Ccc)


-0,629 2
Ccc= 30850 Pe R = 0,64
4000

Equipamento e instalações elétricas (Ce)


Custo unitário (€/kW)

-0,172 2
Ce= 5828 Pe R = 0,18
3000
2000
1000
0

20 62 104 146 188 230

Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

NOTAS:

1 Potência hidráulica do escoamento, Pe (kW):


Domínio de aplicação, [53; 200]
Domínio de extrapolação, [20; 53[ e ]200; 230].
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.

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330 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Captação de água superficial em albufeira por torre
Custo de construção de captação de água superficial em albufeira por torre
Custo unitário (103 €/kW)
Pe (kW) Custo total (103 €)
CCC Ce
94,5 8,0 5,6 1 285,2

Captação de água superficial em albufeira por poço


Custo de construção de captação de água superficial em albufeira por poço
Custo unitário (€/kW)
Pe (kW) Custo total (103 €)
CCC Ce
858,4 841 971 1 555,4

NOTAS:

1 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento


eletromecânico e instalações elétricas.

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS |331


FT 3. FURO E ENSAIO DE CAPACIDADE DE EXTRAÇÃO EM CAPTAÇÕES DE ÁGUA
SUBTERRÂNEA (FASE I)

Custo de execução de furo e ensaio de capacidade de extração em captações de água


subterrânea (Fase I): Profundidade de perfuração
Custo unitário (€/m)
pp (m) Custo total (103 €)
Cp5 Cu Cp95
< 50 - 504 - 25,2
50 348 504 730 25,2
100 269 367 502 36,7
150 228 305 410 45,8
200 200 268 358 53,6
250 180 242 325 60,5
300 165 223 301 66,8
350 152 208 282 72,6
400 142 195 268 78,1
450 134 185 256 83,3
500 126 176 246 88,2
> 500 - 176 - 0,176 pP
600
Custo unitário de construção de captações

Curva de regressão (Cu)


subterrâneas - Fase I, C u (€/m)
500

-0,456 2
Cu= 3000 Pp R = 0,79
400
300
200
100
0

50 100 150 200 250 300 350 400 450 500


Profundidade de perfuração, pp (m)

NOTAS:

1 Profundidade de perfuração, pp (m):


Domínio de aplicação, [60; 400]
Domínio de extrapolação, [50; 60[ e ]400; 500].
2 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cu: Custo unitário; Cp95: Custo unitário de
predição 95%.

|
332 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Custo de execução de furo e ensaio de capacidade de extração em captações de água
subterrânea (Fase I): Volume de perfuração
Custo unitário (€/m3)
Vp (m3) Custo total (103 €)
Cp5 Cu Cp95
< 10 - 3 051 - 30,5
10 2 025 3 051 4 596 30,5
15 1 683 2 434 3 519 36,5
20 1 465 2 074 2 935 41,5
25 1 308 1 831 2 564 45,8
30 1 187 1 654 2 305 49,6
35 1 091 1 518 2 113 53,1
40 1 012 1 409 1 964 56,4
45 945 1 320 1 844 59,4
50 888 1 245 1 745 62,2
55 838 1 180 1 662 64,9
60 795 1 125 1 591 67,5
65 756 1 075 1 530 69,9
70 722 1 032 1 475 72,2
75 691 993 1 427 74,5
80 663 958 1 384 76,6
> 80 - 958 - 0,958 Vp
3000
Custo unitário de construção de captações

2500
subterrâneas - Fase I, C u (€/m )

Curva de regressão (Cu)


3

-0,557 2
Cu= 11000 Vp R = 0,81
2000
1500
1000
500
0

10 20 30 40 50 60 70 80
Volume de perfuração, Vp (m )
3

NOTAS:
1 Volume de perfuração, Vp (m3):
Domínio de aplicação, [12; 69]
Domínio de extrapolação, [10; 12[ e ]69; 80].

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS |333


FT 4. ESTAÇÃO ELEVATÓRIA EM CAPTAÇÕES DE ÁGUA SUBTERRÂNEA (FASE II)

Custo de construção de estação elevatória em captações de água subterrânea (Fase II)


Pe Custo unitário (€/kW) Custo total
(kW) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
< 10 - 1 397 - - 2 519 - 39,2
10 597 1 397 3 267 1 623 2 519 3 911 39,2
20 452 922 1 880 1 450 2 096 3 031 60,4
30 375 723 1 393 1 341 1 883 2 643 78,2
40 325 609 1 142 1 260 1 745 2 416 94,1
50 287 533 987 1 195 1 644 2 263 108,8
70 235 435 806 1 094 1 504 2 069 135,8
90 200 375 701 1 017 1 407 1 947 160,4
110 174 332 632 956 1 334 1 862 183,3
130 155 300 583 906 1 277 1 799 205,0
150 140 276 545 864 1 229 1 749 225,7
> 150 - 276 - - 1 229 - 1,505 Pe
3000

Construção civil (Ccc )


2500

-0,599 2
Ccc = 5547 Pe R = 0,63
Custo unitário (€/kW)

Equipamento e instalações elétricas (Ce)


2000

-0,265 2
Ce= 4637 Pe R = 0,56
1500
1000
500
0

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150


Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

NOTAS:

1 Potência hidráulica do escoamento, Pe (kW):


Domínio de aplicação, [16; 135]
Domínio de extrapolação, [10; 16[ e ]135; 150].
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 Caso se pretenda incluir os custos de trabalhos especiais dever-se-á aplicar o fator
multiplicativo de 1,07 sobre o custo total obtido.

|
334 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 5. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA DO TIPO I

Inclui: correção de pH (e.g., remineralização, arejamento) e desinfeção


final, podendo eventualmente incluir uma filtração. Este tipo de ETA
encontra-se, tipicamente, instalada em recinto próprio com infraestruturas
de construção civil, equipamentos e instalações elétricas autónomas.
Custo de construção de estações de tratamento de água com nível de tratamento do Tipo
I
Custo unitário (€/(l/s))
Q (l/s) Custo total (103 €)
CCC Ce
< 15 3 316 7 606 163,8
15 3 316 7 606 163,8
25 2 635 5 143 194,5
50 1 929 3 024 247,7
100 1 412 1 778 319,1
200 1 034 1 046 415,9
300 861 767 488,4
400 757 615 548,7
500 684 518 601,4
600 631 451 648,8
> 600 631 451 1 082 Q
20

Construção civil (Ccc )


Equipamento e instalações elétricas (Ce)
Custo unitário [10 €/(l/s)]
15
3

-0,45
10

2
Ccc = 11217 Q R =1

-0,766 2
Ce = 60540 Q R = 0,95
5
0

0 100 200 300 400 500 600

Caudal, Q (l/s)

NOTAS:
1 Caudal, Q (l/s):
Domínio de aplicação, Ccc [80; 556] e Ce [26; 556]
Domínio de extrapolação, [15; 26[ e ]556; 600].
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 O custo unitário de construção civil inclui o custo de estaleiro, de terraplanagens e
arranjos exteriores.

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS |335


FT 6. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA DO TIPO II

Inclui: correção de pH, coagulação/floculação, decantação, filtração e


desinfeção final, podendo incluir as etapas de pré-oxidação (e.g., por
ozonização) e/ou carvão ativado em pó (CAP).
Tipo II sem pré-ozonização
Custo de construção de estações de tratamento de água com nível de tratamento do
Tipo II sem pré-ozonização
Q Custo unitário (103 €/(l/s)) Custo total
(l/s) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
< 20 - 24,9 - - 37,6 - 1 249,4
20 11,0 24,9 56,5 21,7 37,6 65,0 1 249,4
50 7,1 15,6 34,4 9,7 16,4 27,9 1 602,0
100 4,8 11,0 25,1 5,1 8,8 15,3 1 975,2
150 3,7 8,9 21,3 3,4 6,1 10,9 2 251,5
200 3,1 7,7 19,1 2,6 4,7 8,6 2 479,9
250 2,7 6,9 17,6 2,1 3,9 7,2 2 678,4
> 250 - 6,9 - - 3,9 - 10,8 Q
40

Construção civil (Ccc)


-0,51 2
Ccc = 114664 Q R = 0,43
Custo unitário [10 €/(l/s)]
30

Equipamento e instalações elétricas (Ce)


-0,902 2
3

Ce = 560455 Q R = 0,84
20
10
0

0 50 100 150 200 250


Caudal, Q (l/s)
NOTAS:

1 Caudal, Q (l/s):
Domínio de aplicação, [20; 222]
Domínio de extrapolação, ]222; 500].
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro, de terraplanagens e arranjos
exteriores.

|
336 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Tipo II com pré-ozonização
Custo de construção de estações de tratamento de água com nível de tratamento do
Tipo II com pré-ozonização
Q Custo unitário (103 €/(l/s)) Custo total
(l/s) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
< 20 - 70,6 - - 37,7 - 2 166,7
20 10,3 70,6 485,8 13,5 37,7 105,1 2 166,7
50 7,6 33,1 144,0 10,3 22,4 49,0 2 774,1
100 5,3 18,6 65,6 7,7 15,1 29,5 3 374,7
150 3,9 13,3 45,1 6,3 12,0 22,9 3 798,7
200 3,1 10,5 36,0 5,3 10,2 19,6 4 138,4
250 2,5 8,7 31,0 4,6 9,0 17,6 4 426,9
300 2,0 7,5 27,9 4,0 8,1 16,3 4 680,4
350 1,7 6,6 25,7 3,6 7,4 15,3 4 908,2
400 1,5 5,9 24,1 3,3 6,9 14,5 5 116,2
450 1,3 5,4 22,8 3,0 6,4 13,9 5 308,2
500 1,1 4,9 21,8 2,7 6,1 13,4 5 487,2
> 500 - 4,9 - - 6,1 - 11,0 Q
50

Construção civil (Ccc )


-0,828 2
Ccc = 843640 Q R = 0,45
40
Custo unitário [10 €/(l/s)]

Equipamento e instalações elétricas (Ce)


-0,568 2
3

Ce = 206790 Q R = 0,57
30
20
10
0

0 100 200 300 400 500


Caudal, Q (l/s)
NOTAS:
1 Caudal, Q (l/s):
Domínio de aplicação, [63; 500]
Domínio de extrapolação, [20; 63[.
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro, de terraplanagens e arranjos
exteriores.

|337
ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS
FT 7. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA DO TIPO III

Inclui: pré-oxidação, correção de pH, coagulação/floculação, decantação,


filtração, ozonização intermédia, filtração com carvão ativado granulado
(CAG) e desinfeção final.

Custo de construção de estações de tratamento de água com nível de tratamento do Tipo


III
Custo unitário (103 €/(l/s))
Q (l/s) Custo total (103 €)
CCC Ce
111 9,9 20,6 3 385,5
204 8,1 10,4 3 774,0

NOTAS:

1 É aconselhado o uso das funções e quadros associados a ETA com o nível de


tratamento do Tipo II com pré-ozonização.
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro, de terraplanagens e arranjos
exteriores.

|
338 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 8. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Custo de construção de estações elevatórias de abastecimento de água


Pe Custo unitário (103 €/kW) Custo total
(kW) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
< 0,19 - 68,6 - - 95,3 - 31,1
1 7,1 21,8 67,0 16,4 37,7 86,7 59,5
3 3,4 10,2 31,2 8,9 20,4 46,7 91,9
5 2,4 7,2 21,9 6,7 15,3 35,1 112,6
10 1,5 4,5 13,7 4,5 10,4 23,9 148,7
30 0,7 2,1 6,5 2,4 5,6 13,0 231,7
50 0,5 1,5 4,6 1,8 4,2 9,9 285,1
100 0,3 0,9 2,9 1,2 2,9 6,8 378,5
300 0,1 0,4 1,4 0,6 1,6 3,8 594,6
500 0,1 0,3 1,0 0,5 1,2 2,9 734,5
> 500 - 0,3 - - 1,2 - 1,5 Pe
80

Construção civil (Ccc )


-0,689 2
Ccc = 21846 Pe R = 0,83
Custo unitário (10 €/kW)
60

Equipamento e instalações elétricas (Ce)


3

-0,559 2
Ce = 37655 Pe R = 0,86
40
20
0

0 100 200 300 400 500


Potênia de escoamento, Pe (kW)
NOTAS:

1 Potência hidráulica do escoamento, Pe (kW):


Domínio de aplicação, [0,19; 430]
Domínio de extrapolação, ]430; 500].
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro.
5 Caso se pretenda incluir apenas os custos de arranjos exteriores dever-se-á aplicar o
fator multiplicativo de 1,24 sobre o custo de construção civil obtido.
6 Caso se pretenda incluir apenas os custos de trabalhos especiais dever-se-á aplicar o
fator multiplicativo de 1,12 sobre o custo total obtido.

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS|339


FT 9. RESERVATÓRIOS APOIADOS

Custo de construção de reservatórios apoiados


V Custo unitário (€/m3) Custo total
(m3) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
< 40 - 705 - - 487 - 47,7
40 401 705 1 238 153 487 1 549 47,7
100 288 504 880 95 299 938 80,3
500 161 280 486 41 127 394 203,1
1 000 125 217 377 28 88 272 304,5
3 000 83 145 253 16 49 153 581,6
5 000 69 120 211 12 37 117 787,4
8 000 58 101 178 9 29 92 1 041,9
10 000 53 93 164 8 26 82 1 190,5
15 000 46 81 142 6 21 67 1 517,7
18 000 43 75 133 6 19 61 1 693,3
> 18 000 - 75 - - 19 - 0,094 V
700

Construção civil (Ccc )


600

-0,366 2
Ccc = 2718 V R = 0,62
Custo unitário (€/m )
500

Equipamento e instalações elétricas (Ce)


3

-0,533 2
Ce = 3479 V R = 0,46
400
300
200
100
0

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000

Volume, V (m )
3

NOTAS:
1 Volume, V (m3):
Domínio de aplicação, [40; 15 000]
Domínio de extrapolação, ]15 000; 18 000].
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro.
5 Caso se pretenda incluir apenas os custos de arranjos exteriores dever-se-á aplicar o
fator multiplicativo de 1,19 sobre o custo de construção civil obtido.
6 Caso se pretenda incluir apenas os custos de trabalhos especiais dever-se-á aplicar o
fator multiplicativo de 1,04 sobre o custo total obtido.

|
340 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 10. RESERVATÓRIOS APOIADOS COM ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS ASSOCIADAS

Custo de construção de reservatórios apoiados com estações elevatórias associadas


V Pe Custo unitário (€/(m3.kW)) Custo total
(m3) (kW) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
100 1 267 497 931 159 365 843 86,3
1 000 1 88 162 302 27 60 138 222,3
3 000 1 50 95 181 11 26 60 361,2
5 000 1 39 74 143 7,1 17 41 455,5
100 10 39 72 133 38 86 195 157,0
1 000 10 13 23 43 6,4 14 31 374,0
3 000 10 7,4 14 25 2,6 6,0 14 588,5
5 000 10 5,7 11 20 1,7 4,0 9,3 732,2
100 50 10 19 35 13 31 72 247,0
1 000 50 3,3 6,0 11 2,3 5,1 11 555,8
3 000 50 1,9 3,5 6,5 1,0 2,2 4,9 852,1
5 000 50 1,5 2,7 5,2 0,6 1,4 3,4 1 048,3
100 300 2,1 4,1 7,9 4,2 10 24 422,3
1 000 300 0,7 1,3 2,5 0,7 1,6 3,8 893,2
3 000 300 0,4 0,8 1,5 0,3 0,7 1,6 1 328,3
5 000 300 0,3 0,6 1,2 0,2 0,5 1,1 1 611,9

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS |341


Recomendações para a estimativa dos custos de reservatórios com
estações elevatórias associadas fora do domínio de extrapolação

Potência do
Volume,
escoamento, Custo unitário (€/(m3. kW)) ou custo total (k€)
V (m3)
Pe (kW)
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce ou a função de
Pe < 0,7 custo total considerando V = 40 m3 e Pe = 0,7 kW, para o
cálculo dos custos unitários e totais.
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce, com
V = 40 m3 e potência pretendida. O custo total é obtido
0,7 ≤ Pe ≤ 1 000
V < 40 multiplicando os custos unitários por V = 40 m3 e pela
potência do escoamento instalada.
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce, com volume
igual a 40 m3 e potência igual a 1 000 kW. O custo total é
Pe > 1 000
obtido multiplicando os custos unitários por V = 40 m3 e pela
potência do escoamento instalada.

Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce considerando


V = 7 000 m3 e Pe = 0,7 kW. O custo total é obtido
Pe < 0,7
multiplicando os custos unitários por Pe = 0,7 kW e pelo
volume do reservatório.

Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce, com volume


igual a 7 000 m3 e potência pretendida. O custo total é obtido
V > 7 000 0,7 ≤ Pe ≤ 1 000
multiplicando os custos unitários pelo volume e pela potência
do escoamento pretendidos.

Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce, V = 7 000 m3 e


Pe = 1 000 kW. O custo total é obtido multiplicando os custos
Pe > 1 000
unitários pelo volume e pela potência do escoamento
pretendidos.
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce,
Pe = 0,7 kW e volume pretendido. O custo total é obtido
Pe < 0,7
multiplicando os custos unitários pelo volume pretendido e
40 ≤ V ≤ por Pe = 0,7 kW.
7 000 Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce,
Pe = 1 000 kW e volume pretendido. O custo total é obtido
Pe > 1 000
multiplicando os custos unitários pelo volume e pela potência
do escoamento pretendidos.

|
342 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
120
Construção civil (Ccc )
Pe=300 kW 2

100
-0,487 -0,842
Ccc = 4685 V Pe R adj = 0,96
Custo unitário [€/(m .kW)]
Pe=10 kW
3

80
Equipamento e instalações elétricas (Ce)
Pe=300 kW -0,783 -0,631 2
Ce = 13450 V Pe R adj = 0,92
60

Pe=10 kW
40
20
0

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000

Volume, V (m )
3

NOTAS:

1 Volume, V (m3):
Domínio de aplicação, [75; 6 000]
Domínio de extrapolação, [40; 75[ e ]6 000; 7 000].
2 Potência hidráulica do escoamento, Pe (kW):
Domínio de aplicação, [0,7; 819]
Domínio de extrapolação, ]819; 1 000].
3 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
4 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
5 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro.
6 Caso se pretenda incluir apenas os custos de arranjos exteriores dever-se-á aplicar o
fator multiplicativo de 1,12 sobre o custo de construção civil obtido.
7 Caso se pretenda incluir apenas os custos de trabalhos especiais dever-se-á aplicar o
fator multiplicativo de 1,02 sobre o custo total obtido.

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS |343


FT 11. RESERVATÓRIOS ELEVADOS

Custo de construção de reservatórios elevados


V h Custo total
Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95
(m3) (m) (103 €)
100 15 58,6 105,5 189,6 11,6 29,5 74,7 135,1
200 15 77,4 147,9 282,2 18,9 52,8 147,0 200,7
300 15 84,8 180,2 382,3 22,5 74,2 244,4 254,5
400 15 88,7 207,3 483,7 24,6 94,5 361,8 301,9
500 15 91,1 231,1 585,0 26,1 113,9 496,6 345,2
100 20 78,2 144,9 267,7 12,3 32,6 86,3 177,5
200 20 114,5 203,1 359,3 23,6 58,3 144,1 261,5
300 20 131,1 247,4 465,7 30,0 82,0 223,6 329,5
400 20 140,0 284,6 577,3 34,0 104,4 320,4 389,2
500 20 145,5 317,3 690,5 36,7 125,9 431,9 443,4
100 25 90,9 185,3 377,0 11,4 35,2 108,6 220,6
200 25 142,7 259,7 471,4 24,4 63,0 162,3 322,8
300 25 171,4 316,4 582,8 33,6 88,6 233,5 405,1
400 25 188,1 364,0 702,6 39,7 112,8 320,2 477,0
500 25 198,8 405,8 826,2 44,0 136,1 420,2 542,0
100 30 99,4 226,5 514,9 10,2 37,5 138,0 264,1
200 30 162,4 317,5 618,9 23,3 67,2 193,6 384,7
300 30 202,3 386,8 737,6 33,9 94,4 262,8 481,3
400 30 228,1 445,0 865,9 41,8 120,2 345,5 565,4
500 30 245,6 496,1 999,3 47,7 145,0 440,3 641,3

|
344 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Recomendações para a estimativa do custo de reservatórios
elevados fora do domínio de aplicação

Altura
Volume,
do fuste, Custo total (k€)
V (m3)
h (m)
Utilizar as funções de custo Ccc e Ce com V = 100 m3 e h = 15 m.
h < 15
Ccc =105,5 (103 €) e Ce =29,5 (103 €)

Utilizar as funções de custo Ccc e Ce com V = 100 m3 e h pretendida.


15 ≤ h ≤ 30
V < 100 Ccc =556,7×100 0,487×h 1,102 e Ce =240,3×100 0,840×h 0,348

Utilizar as funções de custo Ccc e Ce com V = 100 m3 e h = 30 m,


corrigidas pelo rácio h/30.
h > 30
h h
Ccc =226,5
30
e Ce =37,6 30

Utilizar as funções de custo Ccc e Ce com V pretendido e


h = 15 m.
h < 15
Ccc =556,7×V 0,487×15 1,102
0,840×15 0,348
e Ce =240,3 ×V

Utilizar as funções de custo Ccc e Ce com V = 500 m3 e h pretendido,


corrigidas pelo rácio V/500.
V > 500 15 ≤ h ≤ 30
V V
C cc = 566,7 × 500 0, 487 × h 1,102 × e C e = 240,3 × 5000,840 × h 0,348 ×
500 500

Utilizar as funções de custo Ccc e Ce com V = 500 m3 e h = 30 m


corrigidas pelos rácio V/500 e h/30.
h > 30
C cc = 496,1 × V
500
× h
30
e Ce = 145,2 × 500
V
× 30
h

Utilizar as funções de custo Ccc e Ce com V pretendido e


h = 15 m.
h < 15
Ccc =566,7×V 0,487×15 1,102
0,840×15 0,348
e Ce =240,3×V
100 ≤ V ≤
500 Utilizar as funções de custo Ccc e Ce com V pretendido e
h = 30 m corrigidas pelo rácio h/30.
h > 30
0,487 1,102 h h
C = 566,7 × V
cc
× 30 × e C e = 2 4 0 ,3 × V 0 , 8 4 0 × 3 0 0 , 3 4 8 ×
30 30

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS |345


700
Construção civil (Ccc )
h=30 m

600
0,487 1,102 2
Ccc = 566,7 V h R adj = 0,8
h=15 m

500
Equipamento e instalações elétricas (Ce)

Custo total (10 €)


0,84 0,348
h=30 m
3
Ce = 240,3 V h

400
h=15 m 2
R adj = 0,6

300
200
100
0

100 200 300 400 500

Volume, V (m )
3

NOTAS:

1 Volume, V (m3):
Domínio de aplicação, [100; 500].
2 Altura de fuste, h (m):
Domínio de aplicação, [15; 30].
3 CCC: Custo de construção civil; Ce: Custo de equipamento eletromecânico e
instalações elétricas.
4 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
5 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro.
6 Caso se pretenda incluir apenas os custos de arranjos exteriores dever-se-á aplicar o
fator multiplicativo de 1,09 sobre o custo de construção civil obtido.

|
346 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 12. CONDUTAS DE ADUÇÃO

Custo de construção de condutas de adução


DN Custo unitário (€/m)
(mm) Cp5 CFFD Cp95 Cp5 CAço Cp95 Cp5 CPEAD Cp95
60 - 28 109 - 21 - - - -
63 - - - - - - - 24 57
75 - - - - - - - 26 59
80 - 33 114 - 24 - - - -
90 - - - - - - - 29 62
100 - 40 121 - 28 - - - -
110 - - - - - - - 33 66
125 - 48 129 - 33 - - 36 69
140 - - - - - - - 40 72
150 - 58 139 - 38 - - - -
160 - - - - - - - 44 77
180 - - - - - - 17 50 82
200 - 81 162 - 51 - 22 55 88
225 - - - - - - 30 62 95
250 26 107 188 - 67 317 38 70 103
280 - - - - - - 48 80 113
300 57 138 219 - 86 337 - - -
315 - - - - - - 60 93 126
350 92 172 254 - 107 359 - - -
355 - - - - - - 76 109 142
400 131 211 293 - 131 384 95 128 161
450 173 254 335 - 158 411 118 151 184
500 220 300 383 - 187 442 143 177 210
600 326 406 489 - 254 509 - - -
630 - - - - - - 219 252 285
700 447 528 612 72 332 587 - - -
710 - - - - - - 267 306 343
800 585 666 752 160 420 676 329 372 413
900 737 820 910 258 519 774 405 454 501
1 000 904 991 1 085 368 629 884 - 544 -
1 200 1 282 1 380 1 489 616 882 1 137 - 748 -
1 400 - 1 835 - 898 1 177 1 442 - 985 -
1 600 - 2 354 - 1 210 1 516 1 804 - 1 254 -
1 800 - 2 938 - 1 545 1 898 2 228 - 1 557 -
2 000 - 3 587 - 1 903 2 324 2 715 - 1 892 -

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS|347


2000
2 2
CFFD = 0,00081 DN + 0,1658 DN + 15 R = 0,92
2 2
CPEAD = 0,00041 DN + 0,1185 DN + 15 R = 0,81

1500
Custo unitário (€/m)
2 2
CAço = 0,00054 DN + 0,07435 DN + 15 R = 0,97

1000
500

FFD
PEAD
Aço
0

0 500 1000 1500 2000

Diâmetro nominal, DN (mm)

NOTAS:

1 Diâmetro nominal, DN (mm):


Domínio de aplicação, FFD [60; 1 000], Aço [500; 1 800] e PEAD [63; 710]
Domínio de extrapolação, FFD ]1 000; 1 200], Aço [250; 500[ e ]1 800; 2 000], e
PEAD ]710; 900].
2 CMaterial: Custo unitário.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo não inclui pavimentação e trabalhos especiais, os quais devem ser calculados
posteriormente.
5 Caso se pretenda incluir os custos de pavimentação dever-se-á utilizar a ficha técnica
FT 30.
6 Caso se pretenda incluir os custos de trabalhos especiais dever-se-á aplicar os
seguintes fatores multiplicativos sobre o custo total obtido após inclusão do custo de
pavimentação: 1,10 para o FFD; 1,07 para o Aço; 1,21 para o PEAD.

|
348 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 13. CONDUTAS DE DISTRIBUIÇÃO

Custo de construção de condutas de distribuição


Custo unitário (€/m)
DN (mm)

CPEAD**
CPEAD*
Cp95

Cp95

Cp95

Cp95
Cp5

Cp5

Cp5

Cp5
CPVC
CFFD

60 - 37 98 - - - - - - - - -
63 - - - - 23 36 - 29 49 32 61 89
75 - - - - 24 37 - 32 52 35 64 92
80 - 46 107 - - - - - - - - -
90 - - - - 27 39 15 35 55 38 67 95
100 - 56 116 - - - - - - - - -
110 - - - 17 30 42 19 39 59 43 72 100
125 - 68 129 19 32 45 22 42 62 47 75 104
140 - - - 22 35 47 25 45 65 50 79 107
150 21 82 143 - - - - - - - - -
160 - - - 25 38 51 30 49 69 55 84 112
180 - - - 29 42 55 34 54 74 60 88 116
200 51 112 174 33 46 59 38 58 78 64 93 121
225 - - - - - - 43 63 83 70 99 127
250 86 147 208 43 57 70 48 68 89 76 105 133
280 - - - - - - 54 74 95 83 112 140
300 124 185 246 - - - - - - - - -
315 - - - 59 72 86 61 82 103 91 120 148
350 166 228 289 - - - - - - - - -
355 - - - 68 83 98 - 90 - 100 129 158
400 210 274 338 79 96 113 - 100 - 110 140 169
450 257 325 393 - - - - 110 - - 151 -
500 304 380 455 101 128 155 - 120 - - 163 -

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS |349


400
2 2
CFFD = 0,00081 DN + 0,3245 DN + 15 R = 0,95
2 2
CPVC = 0,00024 DN + 0,1068 DN + 15 R = 0,91
2
CPEAD** = 0,2331 DN + 46 R = 0,87

300
2
CPEAD* = 0,2096 DN + 16 R = 0,83

Custo unitátio (€/m)


FFD
PEAD** (Zona urbana)
200
PEAD* (Zona rural a medianamente urbana)
PVC
100
0

0 100 200 300 400 500

Diâmetro nominal, DN (mm)

NOTAS:

1 PEAD* - conduta em zona rural a medianamente urbana; PEAD** - conduta em zona


urbana.
2 Diâmetro nominal, DN (mm):
Domínio de aplicação, FFD [60; 400], PVC [63; 400], PEAD* [63; 250] e PEAD** [63;
355]
Domínio de extrapolação, FFD ]400; 500], PVC ]400; 500], PEAD* ]250; 315] e
PEAD** ]355; 400].
3 CMaterial: Custo unitário.
4 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
5 O custo não inclui pavimentação, ramais de ligação domiciliários e trabalhos especiais,
os quais devem ser calculados posteriormente.
6 Caso se pretenda incluir os custos de pavimentação dever-se-á utilizar a ficha técnica
FT 30.
7 Caso se pretenda incluir os custos de trabalhos especiais dever-se-á aplicar os
seguintes fatores multiplicativos sobre o custo total obtido após a inclusão do custo
de pavimentação: 1,10 para o FFD; 1,16 para o PEAD*; 1,11 para o PEAD**; e 1,23
para o PVC.
8 Caso se pretenda incluir os custos de ramais de ligação domiciliários dever-se-á
utilizar a ficha técnica FT 14.

|
350 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 14. RAMAIS DE LIGAÇÃO DOMICILIÁRIOS DE ÁGUA

Custo de construção de ramais de ligação domiciliários de água


Custo unitário (€/unidade)
DN (mm)
Cp5 CPEAD* Cp95 Cp5 CPEAD** Cp95
20 113 184 256 122 260 397
25 117 188 260 126 264 401
32 124 195 266 132 269 407
40 131 202 273 138 275 413
50 140 211 282 146 283 420
63 150 222 295 157 294 431
75 159 233 307 166 303 440
90 170 246 323 178 315 452
110 183 264 346 193 330 468
125 192 278 364 205 342 480
160 - 309 - 231 370 509
200 - 345 - 261 401 542
250 - 389 - 297 441 584
600

PEAD** (Zona urbana)


Custo unitátio (€/unidade)

PEAD* (Zona rural a medianamente urbana)


400
200

2
CPEAD** = 0,7872 DN + 244 R = 0,36
2
CPEAD* = 0,8997 DN + 166 R = 0,44
0

0 50 100 150 200 250

Diâmetro nominal, DN (mm)


NOTAS:

1 PEAD* - conduta em zona rural a medianamente urbana; PEAD** - conduta em zona


urbana.
2 Diâmetro nominal, DN (mm):
Domínio de aplicação, PEAD* [20; 110] e PEAD** [20; 200]
Domínio de extrapolação, PEAD* ]110; 125] e PEAD** ]200; 250].
3 CPEAD: Custo unitário.
4 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
5 Caso se pretenda incluir os custos de trabalhos especiais dever-se-á aplicar um fator
multiplicativo sobre o custo total obtido. Para condutas em PEAD** é aplicado um
fator multiplicativo de 1,50. Para o PEAD*, os custos de trabalhos especiais, sendo
pouco relevantes e representativos, foram incluídos no custo do ramal.

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS |351


FT 15. CONDUTAS ELEVATÓRIAS

Custo de construção de condutas elevatórias


DN Custo unitário (€/m)
(mm) Cp5 CFFD Cp95 Cp5 CPEAD Cp95 Cp5 CPVC Cp95
80 - 69 189 - - - - - -
90 - - - - 29 66 15 32 50
100 - 82 202 - - - - - -
110 - - - - 34 70 18 36 54
125 - 99 219 - 37 74 21 39 57
140 - - - - 41 78 24 42 60
150 - 116 236 - - - - - -
160 - - - - 47 83 28 46 64
180 - - - 16 53 90 31 50 68
200 29 150 270 23 59 96 35 54 72
225 - - - 31 68 105 - - -
250 62 183 304 41 78 115 44 63 82
280 - - - 53 90 127 - - -
300 95 217 339 - - - - - -
315 - - - 69 106 143 - 76 -
350 128 251 373 - - - - - -
355 - - - 89 126 163 - 84 -
400 161 284 407 114 151 188 - 92 -
450 194 318 442 144 181 218 - - -
500 227 352 476 176 215 252 - 112 -
560 - - - 219 258 296
600 292 419 546 - - -
630 - - - 274 315 354
700 357 486 616 - - -
710 - - - 343 386 428
800 421 554 686 428 476 522
900 485 621 757 532 587 639
1 000 549 688 827 645 709 769
1 200 676 823 970 - 990 -

|
352 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
800
2
CFFD = 0,6732 DN + 15 R = 0,92
2 2
CPEAD = 0,00059 DN + 0,1043 DN + 15 R = 0,90
2 2
600
CPVC = 0,016 DN + 0,1933 DN + 15 R = 0,85
Custo unitátio (€/m)

400
200

FFD
PEAD
PVC
0

0 200 400 600 800 1000 1200

Diâmetro nominal, DN (mm)

NOTAS:

1 Diâmetro nominal, DN (mm):


Domínio de aplicação, FFD [80; 1 000], PEAD [90; 800] e PVC [90; 200]
Domínio de extrapolação, FFD ]1 000; 1 200], PEAD ]800; 1 000] e PVC ]200; 250].
2 CMaterial: Custo unitário.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo não inclui pavimentação e trabalhos especiais, os quais devem ser calculados
posteriormente.
5 Caso se pretenda incluir os custos de pavimentação dever-se-á utilizar a ficha técnica
FT 30.
6 Caso se pretenda incluir os custos de trabalhos especiais dever-se-á aplicar os
seguintes fatores multiplicativos sobre o custo total obtido após inclusão do custo de
pavimentação: 1,15 para o FFD; 1,13 para o PEAD; 1,11 para o PVC.

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS|353


FT 16. EMISSÁRIOS GRAVÍTICOS

Custo de construção de emissários gravíticos


Custo unitário (€/m)
(mm)
DN

CPPc/PVC

CFFD**
Cp95

Cp95

Cp95

Cp95
CPEAD

CFFD*
Cp5

Cp5

Cp5

Cp5
200 - 67 129 - 81 220 42 119 196 41 97 153
225 - - - - 91 229 - - - - - -
250 15 77 140 - 101 239 65 143 220 63 119 176
280 - - - - 113 252 - - - - - -
300 - - - - - - 89 167 244 85 142 199
315 29 91 154 - 129 268 - - - - - -
350 - - - - - - 113 191 268 108 166 223
355 38 100 163 - 149 288 - - - - - -
400 48 110 173 33 172 312 137 215 293 132 189 246
450 - - - 61 201 340 162 240 317 156 213 270
500 70 133 196 91 231 371 186 264 342 180 237 294
560 - - - 131 271 411 - - - - - -
600 - - - - - - 236 314 392 229 287 344
630 100 163 227 181 321 461 - - - - - -
700 - - - - - - 285 365 444 279 338 396
710 119 183 247 243 383 524 - - - - - -
800 139 205 271 320 461 601 334 416 497 328 390 451
900 161 230 299 413 555 696 382 468 553 375 443 511
1 000 182 255 329 515 657 800 428 520 612 - 473 -
1 200 221 308 395 742 889 1 037 514 627 740 - 571 -
1 400 - 363 - 1 000 1 157 1 313 - 737 - - 670 -
1 600 - 420 - 1 287 1 459 1 631 - 849 - - 773 -
1 800 - 480 - 1 602 1 797 1 992 - 964 - - 877 -
2 000 - 541 - - 2 170 - - 1 081 - - 984 -

|
354 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
1500
2 2
CFFD_vala = 0.000033 DN + 0,4622 DN + 25 R = 0,95
2 2
CFFD_travessia = 0,000067 DN + 0,421 DN + 25 R = 0,99
2 2
Custo unitátio (€/m)

CPEAD = 0,00041 DN + 0,1997 DN + 25 R = 0,92


1000

2 2
CPPc/PVC = 0,000028 DN + 0,2021 DN + 25 R = 0,79
500

FFD em vala
FFD em travessia
PEAD
PPc/PVC
0

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

Diâmetro nominal, DN (mm)

NOTAS:

1 FFD* - conduta em vala; FFD** - conduta em travessia.


2 Diâmetro nominal, DN (mm):
Domínio de aplicação, PPc/PVC [200; 1 000], PEAD [200; 1 600], FFD* [200; 1 000] e
FFD** [200; 900]
Domínio de extrapolação, PPc/PVC ]1 000; 1 200], PEAD ]1 600; 1 800],
FFD* ]1 000; 1 200].
3 CMaterial: Custo unitário.
4 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
5 O custo não inclui pavimentação e trabalhos especiais, os quais devem ser calculados
posteriormente.
6 Caso se pretenda incluir os custos de pavimentação dever-se-á utilizar a ficha técnica
FT 30.
7 Caso se pretenda incluir os custos de trabalhos especiais dever-se-á aplicar os
seguintes fatores multiplicativos sobre o custo total obtido após a inclusão do custo
de pavimentação: 1,14 para o FFD*; 1,18 para o PEAD; 1,12 para o PPc/PVC. Para o
FFD**, os custos de trabalhos especiais, sendo pouco relevantes e representativos,
foram incluídos no custo do emissário.
8 A extrapolação para condutas de FFD em travessia é determinada pela aplicação de
um fator corretivo de 0,91 no custo de condutas em FFD em vala, para o mesmo
diâmetro.

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS |355


FT 17. EMISSÁRIOS SUBMARINOS

Custo de construção de
emissários submarinos em PEAD
DN Custo unitário (€/m)
(mm) Cp5 C Cp95
315 - 1 124 2 750
355 - 1 235 2 852
400 - 1 359 2 967
450 - 1 498 3 097
500 - 1 636 3 227
560 219 1 802 3 385
630 420 1 996 3 571
710 647 2 217 3 787
800 899 2 466 4 033
900 1 174 2 742 4 311
1 000 1 445 3 019 4 593
1 200 1 973 3 572 5 172
1 400 2 483 4 125 5 768
1 600 2 978 4 679 6 379
1 800 3 459 5 232 7 005
2 000 3 926 5 785 7 644
6000

PEAD
5000
Custo unitário (€/m)

4000
3000
2000

CPEAD = 2,766 DN + 253


1000

2
R = 0,74
0

0 500 1000 1500 2000

Diâmetro nominal, DN (mm)

NOTAS:
1 Diâmetro nominal, DN (mm):
Domínio de aplicação, [315; 1 800]
Domínio de extrapolação, ]1 800; 2 000].
2 CMaterial: Custo unitário.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 Os custos de trabalhos especiais, sendo pouco relevantes e representativos, foram
incluídos no custo do emissário submarino.

|
356 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 18. COLETORES DOMÉSTICOS

Custo de construção de coletores domésticos


DN Custo unitário (€/m)
(mm) Cp5 CPPc/PVC Cp95 Cp5 CFFD Cp95
200 21 39 57 63 96 128
250 25 42 60 81 114 146
300 - - - 98 131 165
315 29 47 65 - - -
350 - - - - 149 -
355 32 50 68 - - -
400 35 53 71 - 167 -
450 - - - - 184 -
500 42 60 78 - 202 -
100

FFD

PPc/PVC
80
Custo unitátio (€/m)

2
60

CFFD = 0,3543 DN + 25 R = 0,96

2
CPPc/PVC = 0,06946 DN + 25 R = 0,68
40
20
0

200 250 300 350 400

Diâmetro nominal, DN (mm)


NOTAS:
1 Diâmetro nominal, DN (mm):
Domínio de aplicação, PPc/PVC [200; 400] e FFD [200; 250]
Domínio de extrapolação, PPc/PVC ]400; 500] e FFD ]250; 300].
2 CMaterial: Custo unitário.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo não inclui pavimentação, ramais de ligação domiciliários e trabalhos
especiais, os quais devem ser calculados posteriormente.
5 Caso se pretenda incluir os custos de pavimentação dever-se-á utilizar a ficha técnica
FT 30.
6 Caso se pretenda incluir os custos de trabalhos especiais dever-se-á aplicar um fator
multiplicativo sobre o custo total obtido após a inclusão do custo de pavimentação.
Para condutas em PPc/PVC é aplicado um fator multiplicativo de 1,06. Para o FFD, os
custos de trabalhos especiais, sendo pouco relevantes e representativos, foram
incluídos no custo do coletor.
7 Caso se pretenda incluir os custos de ramais de ligação domiciliários dever-se-á
utilizar a ficha técnica FT 19.

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS |357


FT 19. RAMAIS DE LIGAÇÃO DOMICILIÁRIOS DE ÁGUAS RESIDUAIS

Custo de construção de ramais de ligação domiciliários de águas residuais em PPc


ou PVC
DN Custo unitário (€/unidade)
(mm) Cp5 CPPc/PVC Cp95
125 102 213 324
160 151 262 372
180 178 289 401
200 204 317 431
250 265 387 509
Custo unitário de construção de ramais (€/unidade)

400

PPc/PVC
300
200

CPPc/PVC = 1,397 DN + 38
100

2
R = 0,91
0

125 160 180 200

Diâmetro nominal, DN (mm)

NOTAS:

1 Diâmetro nominal, DN (mm):


Domínio de aplicação, [125; 200]
Domínio de extrapolação, ]200; 250].
2 CMaterial: Custo unitário.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 Os custos de trabalhos especiais, sendo pouco relevantes e representativos, foram
incluídos no custo do ramal.

|
358 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 20. COLETORES PLUVIAIS

Custo de construção de coletores pluviais


Custo unitário (€/m)
DN (mm)
Cp5 CBetão Cp95 Cp5 CPPc Cp95
300 - 40 88 - - -
315 - - - 27 63 100
400 - 53 101 40 77 113
500 24 70 118 58 94 130
600 47 92 140 - - -
630 - - - 80 121 162
700 72 119 168 89 137 184
800 100 150 203 - 162 -
900 130 185 245 - 189 -
1 000 161 226 296 - 218 -
200

Betão
PPc
150
Custo unitátio (€/m)

100
50

2 2
CBetão = 0,00023 DN - 0,03429 DN + 30 R = 0,84
2 2
CPPc = 0,00012 DN + 0,0684 DN + 30 R = 0,91
0

300 400 500 600 700 800

Diâmetro nominal, DN (mm)

NOTAS:
1 Diâmetro nominal, DN (mm):
Domínio de aplicação, Betão [300; 800] e PPc [315; 630]
Domínio de extrapolação, Betão ]800; 1 000] e PPc ]630; 700].
2 CMaterial: Custo unitário.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de um coletor pluvial inclui o custo de ramais e sumidouros e sarjetas. No
entanto, não inclui pavimentação e trabalhos especiais, os quais devem ser
calculados posteriormente.
5 Caso se pretenda incluir os custos de pavimentação dever-se-á utilizar a ficha técnica
FT 30.
6 Os custos de trabalhos especiais, sendo pouco relevantes e representativos, foram
incluídos no custo do coletor pluvial.

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS |359


FT 21. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUAS RESIDUAIS – TIPO I

Custo de construção de estações elevatórias de águas residuais do Tipo I


Pe Custo unitário (103 €/kW) Custo total
(kW) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
< 0,17 - 64,8 - - 188,2 - 43,0
0,5 12,6 26,0 53,5 40,9 69,1 116,8 47,5
1 7,0 14,4 29,5 21,6 36,3 61,1 50,7
2 3,9 8,0 16,4 11,3 19,1 32,1 54,1
4 2,2 4,5 9,2 5,9 10,0 16,9 57,8
6 1,5 3,2 6,5 4,0 6,9 11,7 60,1
8 1,2 2,5 5,1 3,1 5,3 9,0 61,8
10 1,0 2,0 4,3 2,5 4,3 7,3 63,2
12 0,8 1,8 3,7 2,1 3,6 6,2 64,3
14 0,7 1,5 3,2 1,8 3,1 5,4 65,3
16 0,6 1,4 2,9 1,6 2,8 4,8 66,2
18 0,6 1,2 2,6 1,4 2,5 4,3 66,9
20 0,5 1,1 2,4 1,3 2,2 3,9 67,6
> 20 - 1,1 - - 2,2 - 3,3 Pe
200

Construção civil (Ccc )


-0,848 2
Ccc = 14422 Pe R = 0,81
Custo unitário (10 €/kW)
150

Equipamento e instalações elétricas (Ce)


-0,929 2
3

Ce= 36289 Pe R = 0,91


100
50
0

0 5 10 15 20
Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)

NOTAS:
1 Potência hidráulica do escoamento, Pe (kW):
Domínio de aplicação, [0,17; 14]
Domínio de extrapolação, ]14; 20].
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro.
5 Caso se pretenda incluir os custos de arranjos exteriores dever-se-á aplicar o fator
multiplicativo de 1,21 sobre o custo de construção civil obtido.

|
360 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 22. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUAS RESIDUAIS – TIPO II

Custo de construção de estações elevatórias de águas residuais do Tipo II


Pe Custo unitário (103 €/kW) Custo total
(kW) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
< 0,31 - 52,3 - - 84,8 - 42,5
0,5 14,1 38,9 107,0 32,3 66,6 137,0 52,7
1 9,2 25,3 69,5 22,8 46,9 96,3 72,2
5 3,4 9,3 25,7 10,1 20,8 42,7 150,6
10 2,2 6,1 16,8 7,1 14,6 30,1 207,1
20 1,4 4,0 11,0 5,0 10,3 21,3 285,2
30 1,1 3,1 8,6 4,0 8,4 17,4 344,1
40 0,9 2,6 7,2 3,5 7,2 15,1 393,2
50 0,8 2,2 6,3 3,1 6,5 13,5 436,2
60 0,7 2,0 5,6 2,8 5,9 12,3 474,8
70 0,6 1,8 5,1 2,6 5,5 11,4 510,1
80 0,6 1,7 4,7 2,4 5,1 10,7 542,8
100 0,5 1,5 4,1 2,2 4,6 9,6 602,3
> 100 - 1,5 - - 4,6 - 6,1 Pe
100

Construção civil (Ccc )


-0,619 2
Ccc = 25320 Pe R = 0,50
80
Custo unitário (10 €/kW)

Equipamento e instalações elétricas (Ce)


3

-0,506 2
60

Ce = 46873 Pe R = 0,57
40
20
0

0 20 40 60 80 100

Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)


NOTAS:

1 Potência hidráulica do escoamento, Pe (kW):


Domínio de aplicação, [0,31; 78]
Domínio de extrapolação, ]78; 100].
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro.
5 Caso se pretenda incluir os custos de arranjos exteriores dever-se-á aplicar o fator
multiplicativo de 1,33 sobre o custo de construção civil obtido.

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS |361


FT 23. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUAS RESIDUAIS – TIPO III

Custo de construção de estações elevatórias de águas residuais do Tipo III


Pe Custo unitário (103 €/kW) Custo total
(kW) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
< 3,4 - 18,1 - - 32,5 - 172,1
5 7,2 15,1 31,6 17,1 26,9 42,6 210,1
10 5,2 10,8 22,5 12,3 19,3 30,3 300,6
30 3,1 6,4 13,2 7,2 11,3 17,8 530,6
50 2,4 5,0 10,4 5,6 8,8 13,9 691,0
100 1,7 3,6 7,5 4,0 6,3 10,0 988,8
150 1,4 2,9 6,2 3,3 5,2 8,3 1 219,5
200 1,2 2,6 5,4 2,8 4,5 7,2 1 415,1
250 1,1 2,3 4,9 2,5 4,1 6,5 1 588,2
300 1,0 2,1 4,5 2,3 3,7 6,0 1 745,2
350 0,9 2,0 4,2 2,1 3,4 5,5 1 890,0
400 0,8 1,8 4,0 2,0 3,2 5,2 2 025,1
450 0,8 1,7 3,8 1,9 3,1 4,9 2 152,2
> 450 - 1,7 - - 3,1 - 4,8 Pe
40

Construção civil (Ccc )


-0,481 2
Ccc = 32681 Pe R = 0,59
Custo unitário (10 €/kW)
30

Equipamento e instalações elétricas (Ce)


-0,484 2
3

Ce = 58724 Pe R = 0,79
20
10
0

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450

Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)


NOTAS:
1 Potência hidráulica do escoamento, Pe (kW):
Domínio de aplicação, [3,4; 358]
Domínio de extrapolação, ]358; 450].
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro.
5 Caso se pretenda incluir os custos de arranjos exteriores dever-se-á aplicar o fator
multiplicativo de 1,28 sobre o custo de construção civil obtido.

|
362 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 24. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS COMPACTAS

Custo de construção de ETAR compactas


P Custo unitário (€/Hab.) Custo total
(Hab.) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
< 200 - 311 - - 300 - 122,2
200 115 311 840 154 300 585 122,2
300 94 219 508 140 247 435 139,6
400 79 170 369 128 215 362 154,1
500 66 140 296 117 193 319 166,7
600 57 120 253 107 173 293 178,0
700 49 105 224 99 164 274 188,3
800 43 93 204 91 154 261 197,9
900 37 84 190 84 146 251 206,8
1 000 33 77 178 79 139 244 215,3
>1 000 - 77 - - 139 - 0,216 P
400

Construção civil (Ccc )


-0,869 2
Ccc = 31070 P R = 0,37
300
Custo unitário (€/Hab.)

Equipamento e instalações elétricas (Ce)


-0,480 2
Ce = 3814 P R = 0,28
200
100
0

200 400 600 800 1000


População equivalente, P (Hab.)
NOTAS:

1 População equivalente, P (Hab.):


Domínio de aplicação, [356; 1 000]
Domínio de extrapolação, [200; 356[.
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro, de terraplanagens e arranjos
exteriores.

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS |363


FT 25. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS DE LEITO DE MACRÓFITAS
(LM)

Sem recirculação de efluente


Custo de construção de ETAR LM sem recirculação de efluente
P Custo unitário (€/Hab.) Custo total
(Hab.) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
< 100 - 1 438 - - 228 - 166,6
100 753 1 438 2 746 146 228 356 166,6
150 556 1 015 1 852 123 180 265 179,3
200 443 792 1 416 107 153 219 189,0
250 369 654 1 158 94 134 191 197,0
300 317 559 987 84 121 173 203,9
350 277 490 865 76 110 160 210,0
400 246 437 774 70 102 150 215,5
450 222 395 703 64 95 142 220,4
500 201 360 645 59 90 136 225,0
> 500 - 360 - - 90 - 0,450 P

NOTAS:

1 População equivalente, P (Hab.):


Domínio de aplicação, [130; 392]
Domínio de extrapolação, [100; 130[ e ]392; 500].
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro, de terraplanagens e arranjos
exteriores.

|
364 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Com recirculação de efluente
Custo de construção de ETAR LM com recirculação de efluente
P Custo unitário (€/Hab.) Custo total
(Hab.) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
< 100 - 1 438 - - 712 - 215,0
100 753 1 438 2 746 426 712 1 189 215,0
200 443 792 1 416 231 357 551 229,8
300 317 559 987 157 238 361 239,2
400 246 437 774 118 179 271 246,2
500 201 360 645 94 143 219 251,8
600 170 308 559 77 119 185 256,5
700 147 270 497 65 102 161 260,5
800 129 241 449 56 90 143 264,1
900 115 217 411 49 80 129 267,4
1 000 104 199 381 44 72 118 270,3
>1 000 - 199 - - 72 - 0,271 P

NOTAS:

1 População equivalente, P (Hab.):


Domínio de aplicação, [140; 698]
Domínio de extrapolação, [100; 140[ e ]698; 1 000].
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro, de terraplanagens e arranjos
exteriores.
2000

Construção civil (Ccc )


-0,860 2
Ccc = 75470 P R = 0,56
1500

Equipamento e instalações elétricas


Custo unitário (€/Hab.)

sem recirculação de efluente (Ce1)


-0,580 2
Ce1 = 3299 P R = 0,81
Equipamento e instalações elétricas
1000

com recirculação de efluente (Ce2)


-0,996 2
Ce2 = 69853 P R = 0,74
500
0

100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
População equivalente, P (Hab.)

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS |365


FT 26. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS DE LEITO PERCOLADOR
(LP)

Custo de construção de ETAR LP


P Custo unitário (€/Hab.) Custo total
(Hab.) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
< 200 - 621 - - 486 - 221,6
200 491 621 787 412 486 575 221,6
300 376 469 585 277 324 380 238,0
400 310 384 476 209 243 283 251,0
500 266 329 406 168 195 226 261,9
600 235 290 358 140 162 189 271,4
700 211 261 322 120 139 162 279,8
800 192 238 293 105 122 142 287,4
900 177 219 271 93 108 126 294,4
1 000 164 203 252 84 98 114 300,8
>1 000 - 203 - - 98 - 0,301 P
700

Construção civil (Ccc )


600

-0,694 2
Ccc = 24565 P R = 0,89
Custo unitário (€/Hab.)

Equipamento e instalações elétricas (Ce)


500

-0,9989 2
Ce = 96716 P R = 0,97
400
300
200
100
0

200 400 600 800 1000

População equivalente, P (Hab.)

NOTAS:

1 População equivalente, P (Hab.):


Domínio de aplicação, [250; 1 000]
Domínio de extrapolação, [200; 250[.
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro, de terraplanagens e arranjos
exteriores.

|
366 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 27. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS POR LAMAS ATIVADAS
EM AREJAMENTO CONVENCIONAL (LAAC)

Custo de construção de ETAR LAAC


P Custo unitário (€/Hab.) Custo total
(Hab.) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
< 40 000 - 75 - - 87 - 6 474,9
40 000 49 75 115 58 87 129 6 474,9
60 000 44 65 97 46 67 98 7 958,0
80 000 40 59 87 39 56 81 9 229,2
100 000 37 55 80 34 49 70 10 364,4
120 000 35 51 76 30 44 63 11 402,7
140 000 33 49 72 28 40 57 12 367,2
160 000 31 46 69 25 37 53 13 273,1
180 000 30 45 66 23 34 49 14 131,0
200 000 29 43 64 22 32 47 14 948,4
250 000 26 40 60 19 28 41 16 850,4
300 000 24 37 58 16 25 37 18 595,2
320 000 23 36 57 16 24 36 19 258,0
> 320 000 - 36 - - 24 - 0,060 P
120

Construção civil (Ccc)


-0,349 2
100

Ccc = 3038 P R = 0,59


Custo unitário (€/Hab.)

Equipamento e instalações elétricas (Ce)


80

-0,622 2
Ce = 63117 P R = 0,84
60
40
20
0

40000 96000 152000 208000 264000 320000

População equivalente, P (Hab.)


NOTAS:

1 População equivalente, P (Hab.):


Domínio de aplicação, [40 666; 272 000]
Domínio de extrapolação, [40 000; 40 666[ e ]272 000; 320 000].
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro, de terraplanagens e arranjos
exteriores.

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS|367


FT 28. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS POR LAMAS ATIVADAS
EM AREJAMENTO PROLONGADO (LAAP) SEM DESINFEÇÃO

Sem desidratação de lamas no local


Custo de construção de ETAR LAAP
sem desinfeção e sem desidratação de lamas no local
P Custo unitário (€/Hab.) Custo total
(Hab.) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
< 400 - 419 - - 292 - 284,6
400 286 419 614 172 292 497 284,6
600 212 306 441 122 203 339 305,3
800 170 244 351 95 157 260 321,0
1 000 143 205 295 78 129 213 333,7
1 200 124 178 256 66 109 181 344,6
1 400 109 158 227 57 95 159 354,0
1 600 98 142 205 51 85 141 362,5
1 800 89 130 188 45 76 128 370,1
2 000 82 119 174 41 69 117 377,0
>2 000 - 119 - - 69 - 0,188 P
500

Construção civil (Ccc )


-0,781 2
Ccc = 45160 P R = 0,72
400
Custo unitário (€/Hab.)

Equipamento e instalações elétricas (Ce)


-0,895 2
300

Ce = 62324 P R = 0,64
200
100
0

400 800 1200 1600 2000


População equivalente, P (Hab.)
NOTAS:
1 População equivalente, P (Hab.):
Domínio de aplicação, [448; 2 000]
Domínio de extrapolação, [400; 448[.
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro, de terraplanagens e arranjos
exteriores.

|
368 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Com desidratação de lamas no local
Custo de construção de ETAR LAAP
sem desinfeção e com desidratação de lamas no local
P Custo unitário (€/Hab.) Custo total
(Hab.) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
< 400 - 484 - - 461 - 378,1
400 340 484 691 259 461 822 378,1
1 000 211 297 419 166 289 505 586,6
3 000 119 166 232 96 165 285 993,3
5 000 90 126 177 74 128 220 1 269,1
10 000 62 87 122 52 90 155 1 769,5
15 000 50 70 99 42 73 127 2 149,4
20 000 43 60 85 36 63 110 2 467,5
25 000 38 54 76 32 56 99 2 746,3
30 000 34 49 69 29 51 90 2 997,4
35 000 32 45 64 27 47 84 3 227,4
40 000 29 42 59 25 44 79 3 441,0
45 000 28 39 56 23 42 74 3 641,1
50 000 26 37 53 22 40 71 3 829,9
55 000 25 35 50 21 38 67 4 009,1
60 000 24 34 48 20 36 65 4 180,1
65 000 23 32 46 19 35 62 4 343,8
>65 000 - 32 - - 35 - 0,067 P
500

Construção civil (Ccc)


-0,532 2
Ccc = 11731 P R = 0,92
400
Custo unitário (€/Hab.)

Equipamento e instalações elétricas (Ce)


-0,509 2
300

Ce = 9733 P R = 0,79
200
100
0

0 13000 26000 39000 52000 65000

População equivalente, P (Hab.)


NOTAS:
1 População equivalente, P (Hab.):
Domínio de aplicação, [440; 57 748]
Domínio de extrapolação, ]57 748; 65 000].
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro, de terraplanagens e arranjos
exteriores.

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS|369


FT 29. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS POR LAMAS ATIVADAS
EM AREJAMENTO PROLONGADO (LAAP) COM DESINFEÇÃO

Custo de construção de ETAR LAAP com desinfeção


P Custo unitário (€/Hab.) Custo total
(Hab.) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
< 1 500 - 235 - - 337 - 857,7
1 500 161 235 343 224 337 507 857,7
5 000 100 143 205 117 173 256 1 579,5
10 000 75 107 153 80 118 174 2 251,7
20 000 56 80 115 55 81 119 3 217,2
40 000 42 60 87 37 55 82 4 607,1
60 000 35 51 74 29 44 66 5 689,9
80 000 31 45 66 25 38 57 6 612,2
100 000 28 41 61 22 33 50 7 431,4
120 000 26 38 57 20 30 46 8 176,9
140 000 24 36 53 18 28 42 8 866,4
160 000 23 34 51 17 26 40 9 511,2
>160 000 - 34 - - 26 - 0,060 P
400

Construção civil (Ccc )


-0,415 2
Ccc = 4895 P R = 0,89
300
Custo unitário (€/Hab.)

Equipamento e instalações elétricas (Ce)


-0,552 2
Ce = 19063 P R = 0,92
200
100
0

0 40000 80000 120000 160000


População equivalente, P (Hab.)
NOTAS:
1 População equivalente, P (Hab.):
Domínio de aplicação, [1 500; 140 092]
Domínio de extrapolação, ]140 092; 160 000].
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro, de terraplanagens e arranjos
exteriores.

|
370 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 30. LEVANTAMENTO E REPOSIÇÃO DE PAVIMENTO

Custo base de levantamento e reposição de pavimento (€/m2)


Tipo P5 M (P50) P95
LR1 Betume asfáltico em estradas municipais (E.M.) 9,48 15,43 34,09
LR2 Betume asfáltico em estradas nacionais (E.N.) 13,08 22,68 38,13
Cubos de granito, calçada à portuguesa, blocos
LR3 6,85 13,44 27,87
de encaixe, paralelos e pedra de chão
LR4 Saibro, terra batida e brita 0,52 3,99 8,11
LR5 Macadame 2,39 7,78 19,92
LR6 Betonilha esquartelada 11,10 18,22 26,53
LR7 Pavimento genérico 3,92 14,28 32,41

DN LV Custo de levantamento e reposição de pavimento (€/m**)


(mm) (m)* LR1 LR2 LR3 LR4 LR5 LR6 LR7
50 - 150 0,65 16,20 23,81 14,12 4,19 8,17 19,13 14,99
160 0,66 16,36 24,04 14,25 4,23 8,25 19,31 15,13
180 0,68 16,66 24,49 14,52 4,31 8,40 19,67 15,42
200 0,70 16,97 24,94 14,79 4,39 8,56 20,04 15,70
250 0,75 17,74 26,08 15,46 4,59 8,95 20,95 16,42
280 0,78 18,21 26,76 15,86 4,71 9,18 21,50 16,85
300 0,80 18,52 27,21 16,13 4,79 9,34 21,86 17,13
315 0,82 18,82 27,67 16,40 4,87 9,49 22,23 17,42
350 0,85 19,29 28,35 16,80 4,99 9,73 22,77 17,84
355 0,86 19,44 28,57 16,94 5,03 9,80 22,95 17,99
400 0,90 20,06 29,48 17,48 5,19 10,11 23,68 18,56
450 0,95 20,83 30,61 18,15 5,39 10,50 24,59 19,27
500 1,00 21,60 31,75 18,82 5,59 10,89 25,50 19,99
550 1,25 25,46 37,42 22,18 6,59 12,84 30,06 23,55
600 1,30 26,23 38,55 22,85 6,79 13,23 30,97 24,27
630 1,33 26,69 39,23 23,26 6,91 13,46 31,52 24,70
700 1,40 27,77 40,82 24,20 7,19 14,00 32,79 25,70
800 1,50 29,32 43,09 25,54 7,59 14,78 34,61 27,12
900 1,60 30,86 45,35 26,89 7,98 15,56 36,44 28,55
1 000 1,70 32,40 47,62 28,23 8,38 16,34 38,26 29,98
1 100 1,80 33,95 49,89 29,58 8,78 17,12 40,08 31,41
1 200 1,90 35,49 52,16 30,92 9,18 17,89 41,90 32,83
NOTAS:
1 LR: Levantamento e reposição do pavimento; DN: Diâmetro nominal; Lv: Largura de vala.
2 P5: Percentil 5; M (P50): Mediana (Percentil 50); P95: Percentil 95.
3 * Largura de vala, L V (m ) = DN (m ) + 0, 5 , DN ≤ 500 (mm ) ; L V (m ) = DN (m ) + 0, 7 , DN > 500 (mm )
4 ** Calculado considerando que a largura de área pavimentada excede em 0.40 m a largura de
vala necessária para a instalação da conduta.
5 Custo de marcação e corte de pavimento: 1,00 €/m.

ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS |371


ANEXO 3 – EXEMPLOS DE APLICAÇÃO
EXEMPLO 1. CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUPERFICIAL

A empreitada prevê a construção de uma captação superficial em albufeira por jangada


para um caudal de 500 l/s e uma altura de elevação de 30 m c.a..
O custo total é calculado da seguinte forma, sendo a potência do escoamento* de 147 kW:

Custo de construção civil = 1 337 €/kW (FT2)


Custo de equipamento e instalações (FT2)
= 2 470 €/kW
elétricas
Total = (1 337 + 2 470) €/kW × 147 kW = 559 629 €
Outros custos associados à obra = 20% (1,20) (Quadro 14.2)
Custo total + Outros custos = 559 629 × 1,20 = 671 555 €

EXEMPLO 2. CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA

A empreitada prevê a construção de uma captação subterrânea incluindo a execução de


um furo de 155 m de profundidade e um diâmetro de 500 mm e ensaio de capacidade de
extração (Fase I), assim como a construção de uma estação elevatória para um caudal de
100 l/s e uma altura de elevação de 92 m c.a. (Fase II). Inclui trabalhos especiais do tipo
sistemas de telegestão na Fase II.
O custo total é calculado da seguinte forma, sendo o volume de perfuração** 30 m3 e a
potência do escoamento* de 90 kW:

Fase I: Custo de execução dos furos


= 1 654 €/m3 (FT3)
e ensaio de capacidade de extração
Total Fase I = 1 654 €/m3 × 30 m3 = 49 620 €
Fase II: Custo de construção civil = 375 €/kW (FT4)
Fase II: Custo de equipamento e (FT4)
= 1 407 €/kW
instalações elétricas
Trabalhos especiais = 7% (1,07) (FT4)
Total Fase II = (375 + 1 407) €/kW × 90 kW × 1,07 = 171 607 €

Custo total = 49 620 + 171 607 = 221 227 €

Outros custos associados à obra = 20% (1,20) (Quadro 14.2)


Custo total + Outros custos = 221 227 × 1,20 = 265 472 €
* Pe = γ QH sendo, γ, o peso volumétrico da água (9,81 N/m3), Q , o caudal nominal total
correspondente à soma de caudais nominais dos grupos eletrobomba instalados em paralelo
(m3/s) e H, a altura nominal de elevação de cada grupo em paralelo (m c.a.).
( )
2
** Vp = p Dp / 2 pp sendo, Dp , o diâmetro de perfuração (m) e pp , a profundidade de
perfuração (m).

ANEXO 3 – EXEMPLOS DE APLICAÇÃO |375


EXEMPLO 3. ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

A empreitada prevê a construção de uma estação de tratamento de água do Tipo II


(correção pH + coagulação/floculação + decantação + filtração + pré-ozonização + carvão
ativado em pó + desinfeção final) para um caudal de 200 l/s.
O custo total é calculado da seguinte forma:

Custo de construção civil = 10 493 €/(l/s) (FT6)


Custo de equipamento e instalações (FT6)
= 10 199 €/(l/s)
elétricas
Total = (10 493 + 10 199) €/(l/s) × 200 l/s = 4 138 400 €

Outros custos associados à obra = 25% (1,25) (Quadro 14.2)


Custo total + Outros custos = 4 138 400 € × 1,25 = 5 173 000 €

EXEMPLO 4. ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA

A empreitada prevê a construção de uma estação elevatória de água com um grupo


eletrobomba com duas bombas, sendo uma de reserva, para uma caudal de 160 l/s e uma
altura de elevação de 64 m c.a.. Inclui arranjos exteriores e trabalhos especiais, tais como
desvios e ligações provisórias.
O custo total é calculado da seguinte forma, sendo a potência do escoamento* de 100 kW:

Custo de construção civil = 915 €/kW (FT8)


Custo de equipamento (FT8)
eletromecânico e instalações = 2 869 €/kW
elétricas
Arranjos exteriores = 24% (1,24) (FT8)
Trabalhos especiais = 12% (1,12) (FT8)
= [(915 €/kW × 1,24) + 2 869 €/kW] × 1,12 × 100 kW
Total
= 448 403 €

Outros custos associados à obra = 20% (1,20) (Quadro 14.2)


Custo total + Outros custos = 448 403 € × 1,20 = 538 084 €
* Pe = γ QH sendo, γ, o peso volumétrico da água (9,81 N/m3), Q , o caudal nominal total
correspondente à soma de caudais nominais dos grupos eletrobomba instalados em
paralelo (m3/s) e H, a altura nominal de elevação de cada grupo em paralelo (m c.a.).

|
376 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
EXEMPLO 5. RESERVATÓRIO APOIADO

A empreitada prevê a construção de um reservatório apoiado com 500 m3. Inclui arranjos
exteriores e trabalhos especiais, tal como sistema de cloragem.
O custo total é calculado da seguinte forma:

Custo de construção civil = 280 €/m3 (FT9)

Custo de equipamento eletromecânico (FT9)


= 127 €/m3
e instalações elétricas

Arranjos exteriores = 19% (1,19) (FT9)

Trabalhos especiais = 4% (1,04) (FT9)

= [(280 €/m3 × 1,19) + 127 €/m3] × 1,04 × 500


Total m3
= 239 304 €

Outros custos associados à obra = 20% (1,20) (Quadro 14.2)


Custo total + Outros custos = 239 304 € × 1,20 = 287 165 €

ANEXO 3 – EXEMPLOS DE APLICAÇÃO |377


EXEMPLO 6. RESERVATÓRIO APOIADO COM ESTAÇÃO ELEVATÓRIA ASSOCIADA

A empreitada prevê a construção de um reservatório apoiado com uma capacidade de


1000 m3 e uma estação elevatória associada com um caudal de 40 l/s e uma altura de
elevação de
135 m c.a.. Inclui arranjos exteriores e trabalhos especiais, tal como telemetria.
O custo total é calculado da seguinte forma, sendo a potência do escoamento* de 53 kW:

Custo de
= 5,7 €/(m3.kW) (FT10)
construção civil
Custo de (FT10)
equipamento
eletromecânico e = 4,9 €/(m3.kW)
instalações
elétricas
Arranjos (FT10)
= 12% (1,12)
exteriores
Trabalhos (FT10)
= 2% (1,02)
especiais
= [(5,7 €/(m3.kW) ×1,12) + 4,9 €/(m3.kW)] × 1,02 × 1 000 m3 × 53
Total kW
= 610 013 €

Outros custos
= 20% (1,20) (Quadro 14.2)
associados à obra
Custo total +
= 610 013 € × 1,20 = 732 016 €
Outros custos
* Pe = γ QH sendo, γ, o peso volumétrico da água (9,81 N/m3), Q , o caudal nominal total
correspondente à soma de caudais nominais dos grupos eletrobomba instalados em
paralelo (m3/s) e H, a altura nominal de elevação de cada grupo em paralelo (m c.a.).

|
378 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
EXEMPLO 7. RESERVATÓRIO ELEVADO

A empreitada prevê a construção de um reservatório elevado com uma capacidade de 350


m3 e altura do fuste de 15 m. Inclui arranjos exteriores.
O custo total é calculado da seguinte forma:

Custo de construção civil = 194 355 € (FT11)


Custo de equipamento eletromecânico (FT11)
= 84 432 €
e instalações elétricas
Arranjos exteriores = 9% (1,09) (FT11)
= (194 355 € × 1,09) + 84 432 €
Total
= 296 279 €
Outros custos associados à obra = 20% (1,20) (Quadro 14.2)
Custo total + Outros custos = 296 279 € × 1,20 = 355 534 €

EXEMPLO 8. CONDUTA DE ADUÇÃO

A empreitada prevê a construção de uma conduta adutora em PEAD com um diâmetro


nominal de 250 mm e uma extensão total de 2 km numa estrada municipal em betume
asfáltico. Inclui trabalhos especiais como a reposição dos serviços afetados.
O custo total é calculado da seguinte forma:

Custo de marcação e corte de pavimento = 1 €/m (FT30)

Custo de levantamento e reposição de (FT30)


pavimentação em betume asfáltico em estrada
municipal (LR1) (considerando uma largura de
= 17,74 €/m
área pavimentada que excede de 0,40 m a
largura de vala necessária à implementação da
conduta)
Custo de conduta adutora em PEAD de (FT12)
= 70 €/m
DN 250 mm
Trabalhos especiais = 21% (1,21) (FT12)
= (1 + 17,74 + 70) €/m × 2 000 m × 1,21
Total
= 214 751 €

Outros custos associados à obra = 20% (1,20) (Quadro 14.2)


Custo total + Outros custos = 214 751 € × 1,20 = 257 701 €

ANEXO 3 – EXEMPLOS DE APLICAÇÃO |379


EXEMPLO 9. CONDUTA DE DISTRIBUIÇÃO

A empreitada prevê a construção de uma conduta de distribuição em PEAD, em zona


medianamente urbana, com um diâmetro nominal de 200 mm e uma extensão total de 1
km numa estrada municipal em betume asfáltico. A conduta inclui 15 ramais de ligação
domiciliários em PEAD com diâmetro nominal de 20 mm. Inclui trabalhos especiais como
telegestão.
O custo total é calculado da seguinte forma:

Custo de marcação e corte de pavimento = 1 €/m (FT30)


Custo de levantamento e reposição de (FT30)
pavimentação em betume asfáltico em estrada 2
= 15,43 €/m × 4 m
municipal (LR1) (considerando uma largura de
área pavimentada igual a área de arruamento,4 = 62 €/m
m)
Custo de conduta de distribuição em PEAD de (FT13)
= 58 €/m
DN 200 mm
Trabalhos especiais para conduta de distribuição (FT13)
= 16% (1,16)
em PEAD
Custo de ramal de ligação domiciliário em PEAD (FT14)
= 184 €/unidade
de DN 20 mm
= (1 + 62 + 58) €/m × 1000 m × 1,16
Total + 15 unidade × 184 €/unidade
= 143 120 €

Outros custos associados à obra = 20% (1,20) (Quadro 14.2)


Custo total + Outros custos = 143 120 € × 1,20 = 171 744 €

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380 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
EXEMPLO 10. CONDUTA ELEVATÓRIA

A empreitada prevê a construção de uma conduta elevatória em FFD com um diâmetro


nominal de 250 mm e uma extensão total de 2 km numa estrada municipal em betume
asfáltico. Inclui trabalhos especiais como a reposição de serviços afetados.
O custo total é calculado da seguinte forma:

Custo de marcação e corte de pavimento = 1 €/m (FT30)


Custo de levantamento e reposição de (FT30)
pavimentação em betume asfáltico em estrada
municipal (LR1) (considerando uma largura de
= 17,74 €/m
área pavimentada que excede de 0,40 m a
largura de vala necessária à implementação da
conduta)
Custo de conduta elevatória em FFD de (FT15)
= 183 €/m
DN 250 mm
Trabalhos especiais para condutas elevatórias em (FT15)
= 15% (1,15)
FFD
= (1 + 17,74 + 183) €/m × 2 000 m ×
Total
1,15 = 464 002 €

Outros custos associados à obra = 20% (1,20) (Quadro 14.2)


Custo total + Outros custos = 464 002 € × 1,20 = 556 802 €

ANEXO 3 – EXEMPLOS DE APLICAÇÃO |381


EXEMPLO 11. EMISSÁRIO GRAVÍTICO

A empreitada prevê a construção de um emissário gravítico em PEAD com um diâmetro


nominal de 500 mm e uma extensão total de 4 km numa estrada municipal em betume
asfáltico. Inclui trabalhos especiais como a reposição de serviços afetados.
O custo total é calculado da seguinte forma:

Custo de marcação e corte de pavimento = 1 €/m (FT30)


Custo de levantamento e reposição de (FT30)
pavimentação em betume asfáltico em estrada
municipal (LR1) (considerando uma largura de
= 21,60 €/m
área pavimentada que excede de 0,40 m a
largura de vala necessária à implementação da
conduta)
Custo de emissário gravítico em PEAD de
= 231 €/m (FT16)
DN 500 mm
Trabalhos especiais para emissários gravíticos em
= 15% (1,15) (FT16)
PEAD
= (1 + 21,60 + 231) €/m × 4 000 m ×
Total 1,15
= 1 166 560 €

Outros custos associados à obra = 20% (1,20) (Quadro 14.2)


Custo total + Outros custos = 1 166 560 € × 1,20 = 1 399 872 €

EXEMPLO 12. EMISSÁRIO SUBMARINO

A empreitada prevê a construção de um emissário submarino em PEAD com um diâmetro


nominal de 1 000 mm e uma extensão total de 2 km.
O custo total é calculado da seguinte forma:

Custo de emissário submarino em PEAD de


= 3 019 €/m (FT17)
DN 1 000 mm
= 3 019 €/m × 2 000 m
Total
= 6 038 000 €
Outros custos associados à obra (Quadro 14.2)
Custo total + Outros custos = 6 038 000 € × 1,20 = 7 245 600 €

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382 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
EXEMPLO 13. COLETOR DOMÉSTICO

A empreitada prevê a construção de um coletor gravítico de águas residuais domésticas


em PPc com um diâmetro nominal de 200 mm e uma extensão total de 3 km numa estrada
municipal em betume asfáltico, considerando também a construção de 100 ramais em PPc
de diâmetro nominal 125 mm. Inclui trabalhos especiais como a reposição dos serviços
afetados.
O custo total é calculado da seguinte forma:

Custo de marcação e corte de pavimento = 1 €/m (FT30)


Custo de levantamento e reposição de
pavimentação em betume asfáltico em estrada
municipal (LR1) (considerando uma largura de
= 16,97 €/m (FT30)
área pavimentada que excede de 0,40 m a
largura de vala necessária à implementação da
conduta)
Custo de coletor gravítico de águas residuais
= 39 €/m (FT18)
domésticas em PPc de DN 200 mm
Trabalhos especiais para coletores domésticos
= 6% (1,06) (FT18)
em PPc
Custo de ramal de ligação domiciliário em PPc de
= 213 €/unidade (FT19)
DN 160 mm
= (1 + 16,97 + 39) €/m × 3 000 m ×
Total 1,06 + 100 unidade × 262 €/unidade
= 202 465 €

Outros custos associados à obra = 20% (1,20) (Quadro 14.2)


Custo total + Outros custos = 202 465 € × 1,20 = 242 958 €

ANEXO 3 – EXEMPLOS DE APLICAÇÃO |383


EXEMPLO 14. COLETOR PLUVIAL

A empreitada prevê a construção de um coletor pluvial em betão com um diâmetro


nominal de 500 mm e uma extensão total de 2 km numa estrada municipal em betume
asfáltico.
O custo total é calculado da seguinte forma:

Custo de marcação e corte de pavimento = 1 €/m (FT30)


Custo de levantamento e reposição de
pavimentação em betume asfáltico em estrada
municipal (LR1) (considerando uma largura de
= 21,60 €/m (FT30)
área pavimentada que excede de 0,40 m a
largura de vala necessária à implementação da
conduta)
Custo de coletor pluvial em betão de DN 500 mm = 70 €/m (FT20)
= (1 + 21,60 + 70) €/m × 2 000 m
Total
= 185 200 €

Outros custos associados à obra = 20% (1,20) (Quadro 14.2)


Custo total + Outros custos = 185 200 € × 1,20 = 222 240 €

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384 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
EXEMPLO 15. ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUAS RESIDUAIS

A empreitada prevê a construção de uma estação elevatória de água residuais


convencional com edifício exterior (Tipo II) e com um grupo eletrobomba com duas
bombas, sendo uma de reserva, para uma caudal de 130 l/s e uma altura de elevação de
60 m c.a.. Inclui arranjos exteriores.
O custo total é calculado da seguinte forma, sendo a potência do escoamento* de 77 kW:

Custo de construção civil = 1 721 €/kW (FT22)


Custo de equipamento eletromecânico
= 5 204 €/kW (FT22)
e instalações elétricas
Arranjos exteriores = 33% (1,33) (FT22)
= [(1 721 €/kW × 1,33) + 5 204 €/kW] × 77 kW
Total
= 576 956 €

Outros custos associados à obra = 20% (1,20) (Quadro 14.2)


Custo total + Outros custos = 576 956 € × 1,20 = 692 347 €

EXEMPLO 16. ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS

A empreitada prevê a construção de um sistema de tratamento de águas residuais


(domésticas) por lamas ativadas em arejamento convencional (LAAC) para uma população
equivalente de
200 000 Hab.. O custo total é calculado da seguinte forma:

Custo de construção civil = 43 €/Hab. (FT27)


Custo de equipamento eletromecânico
= 32 €/Hab. (FT27)
e instalações elétricas
= (43 + 32) €/Hab. × 200 000 Hab.
Total
= 15 000 000 €
Outros custos associados à obra = 25% (1,25) (Quadro 14.2)
Custo total + Outros custos = 15 000 000 € × 1,25 = 18 750 000 €
* Pe = γ QH sendo, γ, o peso volumétrico da água (9,81 N/m3), Q , o caudal nominal total
correspondente à soma de caudais nominais dos grupos eletrobomba instalados em
paralelo (m3/s) e H, a altura nominal de elevação de cada grupo em paralelo (m c.a.).

ANEXO 3 – EXEMPLOS DE APLICAÇÃO |385


CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE
INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO
CICLO URBANO DA ÁGUA

A presente publicação enquadra-se nas atribuições da ERSAR de


melhoria da qualidade geral nos serviços de águas e resíduos e de
promoção da investigação e desenvolvimento neste setor.
Pretende-se que este Guia Técnico constitua um documento que
apoie a estimativa de custos de construção e de investimento de
infraestruturas do ciclo urbano da água (incluindo os serviços de
abastecimento público de água, saneamento de águas residuais
urbanas e de águas pluviais) na fase de planeamento de sistemas.
Nesse sentido, reúne funções de custo de construção de vários tipos
de infraestruturas do ciclo urbano da água, tendo-se procurado que
fossem representativas do panorama nacional.
O Guia Técnico deverá ser utilizado em complementaridade com a
aplicação informática que lhe está associada e que é disponibilizada
pela ERSAR no seu sítio de internet.
Sendo este documento um instrumento de apoio à decisão, é
expetativa da ERSAR que o presente Guia Técnico contribua para
apoiar o setor no planeamento de sistemas e que contribua para a
maior eficiência das entidades gestoras e dos parceiros do setor.

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ANEXO 3 – EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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