Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
23
GUIAS TÉCNICOS
CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE
INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS
AO CICLO URBANO DA ÁGUA
Dídia Covas (Coordenação)
Em parceria com:
GUIAS TÉCNICOS
CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE
INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS
AO CICLO URBANO DA ÁGUA
Dídia Covas (Coordenação)
FICHA TÉCNICA
TÍTULO:
Custos de Construção de Infraestruturas Associadas ao Ciclo Urbano da Água
COORDENAÇÃO:
Dídia Covas (IST)
Paula Freixial, Maria José Bento Franco (ERSAR)
AUTORIA:
Dídia Covas, Marta Cabral, Alexandre Pinheiro, Valentina Marchionni, Sara Antunes,
Nuno Lopes, Luis Mamouros, Nuno Brôco
COMISSÃO TÉCNICA DE APRECIAÇÃO (ERSAR):
Paula Freixial, Maria José Bento Franco, Margarida Monte, Rute Rodrigues, Pedro
Gonçalves
AGRADECIMENTOS:
Agradece-se a colaboração das diversas organizações e entidades gestoras que
contribuíram para este guia, nomeadamente:
Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR):
Financiou a elaboração do estudo “Custos de referência de infraestruturas do ciclo
urbano da água, de valorização de resíduos sólidos urbanos e de proteção da orla
costeira” realizado em 2014/2015. Um agradecimento muito especial ao Eng.º Luís
Santos pela confiança, apoio e incentivo para o desenvolvimento deste estudo.
Instituto Superior Técnico (IST): A elaboração deste guia contou ainda com a
colaboração da Eng.ª Susana Lopes, do Eng.º David Figueiredo e do Eng.º Marco
Pereira (no tratamento e análise de dados), do Prof. José Saldanha Matos (com
contributos para a versão final do guia), do Prof. António Monteiro (no lançamento
do estudo e com contributos para a versão final do guia), da Prof. Maria da
Conceição Amado e Eng.ª Maria Silva (na análise estatística dos dados), Eng.ª Rita
Amaral (sugestões diversas) e do Prof. António Trigo Teixeira (no componente dos
emissários submarinos).
Grupo Águas de Portugal (AdP): A elaboração deste guia contou com a colaboração
da Eng.ª Joana Pena (na análise de dados de estações de tratamento de águas e
águas residuais), da Dr.ª Sandra Santos (com contributos para a versão final do
guia), do Eng.º Pedro Laginha e do Eng.º André Azevedo (na recolha e
disponibilização da informação utilizada).
Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC): Eng.ª Helena Alegre, Eng.ª Dália
Loureiro, Eng.ª Adriana Cardoso.
Outras colaborações: Eng.º João Feliciano (AGS), Eng.ª Rita Almeida (AGS), Eng.ª
Maria Santos Silva (AdCL), Eng.º Abel Luís (EPAL), Eng.º Alfredo Afonso (Etermar).
Entidades gestoras: Empresas do Grupo AdP, serviços municipalizados e câmaras
municipais que disponibilizaram os mapas orçamentais e informação
complementar, essencial para a realização desse estudo.
EDIÇÃO:
Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos
FINANCIAMENTO
A elaboração deste guia técnico foi financiada pela ERSAR e pelo POSEUR.
CONCEÇÃO GRÁFICA:
Brand Practice
COMPOSIÇÃO E PAGINAÇÃO:
-
IMPRESSÃO E ACABAMENTOS:
-
TIRAGEM:
-
LOCAL E DATA DA EDIÇÃO:
Lisboa, 11 de dezembro de 2018
ISBN (VERSÃO DIGITAL):
978-972-98996-4-5
DEPÓSITO LEGAL:
-
PREFÁCIO DA ERSAR
PREFÁCIO DA ERSAR |v
Sendo este documento um instrumento de apoio à decisão, é
expetativa da ERSAR que o presente Guia Técnico contribua para
apoiar o setor no planeamento de sistemas e que contribua para a
maior eficiência das entidades gestoras e dos parceiros do setor.
Orlando Borges
(Presidente do Conselho de Administração da ERSAR)
Ana Barreto Albuquerque
(Vogal do Conselho de Administração da ERSAR)
Paulo Lopes Marcelo
(Vogal do Conselho de Administração da ERSAR)
|
vi CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
PREFÁCIO DO IST
|vii
PREFÁCIO DO IST
alargado, nomeadamente no âmbito das iniciativas nacionais de GPI
(projeto iGPI 2015), contribuíram para a qualidade final do trabalho.
O Guia foi elaborado no âmbito de um acordo entre o Instituto
Superior Técnico, da Universidade de Lisboa, e a Entidade
Reguladora de Serviços de Águas e Resíduos. O estudo contou,
ainda, com o apoio do Programa Operacional para a
Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR), com o
apoio técnico e de fornecimento de dados de base da AdP – Águas
de Portugal, e com um leque muito alargado de outras
colaborações. É assim com muito gosto que o LNEC, que desta vez
apenas teve contribuições pontuais, vê confirmada a continuação
da produção de guias que possam contribuir para a melhoria da
qualidade dos serviços de abastecimento de água e de drenagem e
tratamento de águas residuais.
O IST tem como missão contribuir para o desenvolvimento da
sociedade, promovendo um ensino superior de qualidade e
dinamizando atividades de investigação e inovação essenciais para
o progresso do conhecimento. No âmbito do Saneamento, têm
assumido relevo as atividades nos domínios das infraestruturas e
serviços urbanos de abastecimento de água, de drenagem de águas
residuais e pluviais, e de tratamento de águas residuais e de gestão
dos seus subprodutos, designadamente no que respeita ao uso
eficiente da água, energia e nutrientes e à reabilitação e
beneficiação de sistemas. A colaboração do IST com a ERSAR tem-se
revelado nomeadamente ao nível do apoio a publicações,
recomendações e elaboração de pareceres técnicos. O IST
participou igualmente do projeto AWARE-P, em conjunto com o
LNEC e a ERSAR, e na elaboração do Guia Técnico 16.
A ERSAR tem como um dos seus objetivos estratégicos contribuir
para a maior eficiência das entidades gestoras e dos parceiros do
setor, através de parcerias com instituições técnicas e científicas,
razão pela qual a ERSAR tomou a iniciativa, em parceria com o
PO SEUR, de elaboração deste Guia com o IST.
O PO SEUR constitui-se, por sua vez, como um dos programas
criados para a operacionalização da Estratégia Portugal 2020,
pretendendo-se que contribua especialmente na prioridade de
crescimento sustentável, respondendo aos desafios de transição
|
viii CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
para uma economia de baixo carbono e que naturalmente também
interessam ao setor das águas. A informação relativa a estimativas
de custo de investimento dos vários componentes do ciclo urbano
da água será muito útil para o PO SEUR, nomeadamente no âmbito
da verificação e análise de Estudos de Viabilidade Económico-
Financeira (EVEF), para a proposta de decisão de atribuição de
fundos, dado o peso que esse componente assume nesse tipo de
estudo.
Tal como no caso dos anteriores Guias, pretende-se, igualmente,
proporcionar um instrumento de trabalho para as entidades
gestoras e consultoras desse tipo de serviços, contribuindo para a
criação de um ambiente favorável para uma evolução eficiente e
sustentável dos sistemas e serviços de águas em Portugal.
|ix
PREFÁCIO DO IST
ÍNDICE GERAL
1. INTRODUÇÃO ........................................................................... 3
2. METODOLOGIA ...................................................................... 15
3. UNIVERSO DA AMOSTRA........................................................ 35
4. CAPTAÇÕES DE ÁGUA ............................................................ 41
5. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA .................................. 65
6. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUA ........................................ 89
7. RESERVATÓRIOS..................................................................... 97
8. CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS ........ 117
9. CONDUTAS ELEVATÓRIAS, EMISSÁRIOS GRAVÍTICOS E
SUBMARINOS ............................................................................... 149
10. COLETORES DOMÉSTICOS E PLUVIAIS E RAMAIS ................. 175
11. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUAS RESIDUAIS ................... 197
12. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS ............ 215
13. CUSTO FINAL DE CONSTRUÇÃO ........................................... 263
14. VALOR DO INVESTIMENTO................................................... 283
15. VALOR ATUAL DA INFRAESTRUTURA ................................... 287
16. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...................................... 297
1. INTRODUÇÃO ........................................................................... 3
1.1. Enquadramento ............................................................... 3
1.2. Âmbito de aplicação......................................................... 5
1.3. Estrutura do documento ................................................ 10
1.4. Destinatários .................................................................. 12
1.5. Metodologia de consulta ............................................... 12
2. METODOLOGIA ...................................................................... 15
2.1. Abordagem adotada ...................................................... 15
2.2. Recolha, seleção e processamento de dados................. 15
2.3. Atualização dos custos à data de referência .................. 17
2.4. Estabelecimento das rubricas de custo e identificação
dos parâmetros caraterísticos ................................................... 19
2.5. Cálculo dos custos de construção .................................. 27
2.6. Validação dos custos e elaboração de recomendações
finais ....................................................................................... 31
3. UNIVERSO DA AMOSTRA........................................................ 35
PARTE II - SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
|
xiv CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
7.2.4. Reservatórios elevados ........................................ 101
7.2.5. Caraterização geral: rubricas de custo ................. 102
7.3. Custo de construção de reservatórios ......................... 103
7.3.1. Nota introdutória ................................................. 103
7.3.2. Reservatórios apoiados ........................................ 104
7.3.3. Reservatórios apoiados associados a estações
elevatórias............................................................................ 108
7.3.4. Reservatórios elevados ........................................ 111
7.3.5. Comparação do custo de reservatórios ............... 115
8. CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS ........ 117
8.1. Tipos de componentes ................................................. 117
8.2. Caraterização dos componentes .................................. 120
8.2.1. Caraterização geral .............................................. 120
8.2.2. Condutas de adução ............................................ 120
8.2.3. Condutas de distribuição ..................................... 122
8.2.4. Ramais de ligação domiciliários ........................... 123
8.3. Custo de construção de condutas adutoras, de
distribuição e ramais ................................................................ 124
8.3.1. Nota introdutória ................................................. 124
8.3.2. Condutas de adução ............................................ 126
8.3.3. Condutas de distribuição ..................................... 133
8.3.4. Ramais de ligação domiciliários ........................... 142
PARTE III - SISTEMAS DE GESTÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS E PLUVIAIS
|
xvi CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
11.2. Caraterização dos componentes .................................. 200
11.3. Custo de construção de estações elevatórias de águas
residuais ................................................................................... 203
11.3.1. Nota introdutória ................................................. 203
11.3.2. Tipo I .................................................................... 203
11.3.3. Tipo II ................................................................... 206
11.3.4. Tipo III .................................................................. 209
11.3.5. Análise geral do custo de estações elevatórias de
águas residuais ..................................................................... 212
12. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS ............ 215
12.1. Tipos de tratamento .................................................... 215
12.1.1. Tipos de ETAR....................................................... 215
12.1.2. Tratamento extensivo .......................................... 219
12.1.3. Tratamento intensivo: nível de tratamento
apropriado ........................................................................... 221
12.1.4. Tratamento intensivo: nível de tratamento
secundário ........................................................................... 222
12.1.5. Tratamento intensivo: nível de tratamento terciário
............................................................................. 229
12.2. Caraterização dos componentes .................................. 229
12.3. Custos de construção de estações de tratamento de
águas residuais......................................................................... 232
12.3.1. Nota introdutória ................................................. 232
12.3.2. ETAR compactas................................................... 233
12.3.3. ETAR de leito de macrófitas ................................. 236
12.3.4. ETAR de leito percolador...................................... 242
|
xviii CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
14.2. Custo final da obra ....................................................... 283
14.3. Custo associado a outras atividades ............................ 284
14.4. Cálculo do valor do investimento................................. 286
15. VALOR ATUAL DA INFRAESTRUTURA ................................... 287
15.1. Nota introdutória ......................................................... 287
15.2. Valor atual de cada ativo e da infraestrutura............... 287
15.3. Custo de substituição ................................................... 288
15.4. Vida útil técnica............................................................ 289
15.5. Índice do valor da infraestrutura ................................. 293
PARTE V - NOTAS FINAIS
|
xxii CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Figura 5.2 – Remineralização: (a) depósito de armazenamento;
(b) sistema de preparação de água de cal; (c) adição de CO2;
(d) sistema de brita calcária (Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.)
68
Figura 5.3 – Etapas de tratamento: (a) coagulação; (b) floculação 69
Figura 5.4 – Decantadores ............................................................. 69
Figura 5.5 – Filtros de areia: (a) em operação; (b) em lavagem ..... 70
Figura 5.6 – Ozonizadores .............................................................. 70
Figura 5.7 – Filtro de carvão ativado granular ............................... 71
Figura 5.8 – Variação percentual da amostra inicial de ETA por: (a)
NUTS II; (b) anos de adjudicação dos contratos ............................. 73
Figura 5.9 – Distribuição da amostra final de ETA por rubricas de
custo .............................................................................................. 74
Figura 5.10 – ETA do Tipo I ............................................................ 76
Figura 5.11 – Esquema de tratamento de ETA do Tipo I (Fonte: AdP
– Águas de Portugal, S.A.) .............................................................. 76
Figura 5.13 – ETA do Tipo I: (a) custo unitário; (b) custo de
construção ..................................................................................... 79
Figura 5.14 – ETA do Tipo II (Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.)
80
Figura 5.15 – Esquema de tratamento de ETA do Tipo II ............... 80
Figura 5.16 – Amostra final (construção civil, equipamento e
instalações elétricas) de ETA do Tipo II com e sem a etapa de pré-
ozonização ..................................................................................... 81
Figura 5.17 – Custo unitário de construção de ETA do Tipo II sem
pré-ozonização: (a) construção civil; (b) equipamento
eletromecânico e instalações elétricas .......................................... 82
Figura 5.18 – ETA do Tipo II sem pré-ozonização: (a) custo unitário;
(b) custo de construção ................................................................. 83
|
xxiv CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Figura 7.4 – Distribuição dos valores de altura de elevação em
função do caudal das estações elevatórias associadas aos
reservatórios apoiados................................................................. 100
Figura 7.5 – Variação percentual da amostra inicial de reservatórios
apoiados associados a estação elevatória: (a) NUTS II; (b) anos de
adjudicação dos contratos ........................................................... 101
Figura 7.6 – Variação percentual da amostra inicial de reservatórios
elevados: (a) NUTS II; (b) anos de adjudicação dos contratos ..... 102
Figura 7.7 – Distribuição percentual das rubricas de custo da
amostra final de reservatórios (expressa em termos do custo total)
103
Figura 7.8 – Custo unitário de construção civil sem arranjos
exteriores para reservatórios apoiados com uma e duas células 105
Figura 7.10 – Reservatórios apoiados sem estação elevatória: (a)
custo unitário; (b) custo de construção ....................................... 107
Figura 7.11 – Custo unitário de construção de reservatórios
apoiados associados a estação elevatória: (a) construção civil sem
arranjos exteriores; (b) equipamento eletromecânico e instalações
elétricas........................................................................................ 109
Figura 7.12 – Custo de construção de reservatórios apoiados com
estação elevatória ........................................................................ 111
Figura 7.13 – Custo de construção de reservatórios elevados:
(a) construção civil sem arranjos exteriores; (b) equipamento
eletromecânico e instalações elétricas ........................................ 113
Figura 7.14 – Custo de construção de reservatórios elevados..... 115
Figura 7.15 – Comparação do custo de construção de reservatórios
apoiados com e sem estação elevatória associada ...................... 116
Figura 8.1 – Condutas adutoras: (a) conduta no interior do aqueduto
das águas livres (Lisboa); (b) Jovim, Nova Sintra (Gondomar) ..... 118
Figura 8.2 – Instalação de condutas: (a) PVC; (b) PEAD; (c) FFD .. 119
|
xxvi CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Figura 8.16 – Comparação do custo unitário de construção de
condutas de distribuição em PEAD para as duas zonas ............... 137
Figura 8.17 – Comparação do custo unitário de construção dos três
materiais de condutas de distribuição: (a) no domínio de aplicação;
(b) incluindo extrapolação até DN500 ......................................... 138
Figura 8.18 – Custo unitário de construção de condutas de
distribuição com trabalhos especiais e pavimentação: (a) FFD; (b)
PVC 140
Figura 8.19 – Custo unitário de construção de condutas de
distribuição com trabalhos especiais e pavimentação: (a) PEAD em
zona rural a medianamente urbana; (b) PEAD em zona urbana .. 141
Figura 8.20 – Custo unitário de construção de conduta de
distribuição genérica com trabalhos especiais e pavimentação .. 142
Figura 8.21 – Custo unitário de construção de ramais de ligação em
PEAD com intervalo de extrapolação: (a) zona rural a medianamente
urbana; (b) zona urbana............................................................... 143
Figura 8.22 – Comparação do custo unitário de construção de ramais
de ligação em PEAD para as duas zonas ...................................... 144
Figura 8.23 – Custo unitário de construção de ramais domiciliários
com trabalhos especiais e pavimentação em PEAD em zona urbana
145
Figura 9.1 – Emissários submarinos: (a) DN2500 (República
Dominicana); (b) DN1600 (Tunísia) (Fonte: Etermar).................. 150
Figura 9.2 – Distribuição da amostra final de condutas elevatórias
por rubricas de custo ................................................................... 152
Figura 9.3 – Distribuição da amostra final de emissários gravíticos
por rubricas de custo ................................................................... 154
Figura 9.4 – Variação do custo unitário de condutas elevatórias em
função da extensão de rede......................................................... 156
|
xxviii CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Figura 9.18 – Comparação do custo unitário de construção de
emissários gravíticos e submarinos em PEAD .............................. 173
Figura 10.1 – Caixas e ramais de ligação domiciliários ................. 176
Figura 10.2 – Coletores gravíticos pluviais: (a) Betão; (b) PPc ..... 177
Figura 10.3 – Distribuição da amostra final de coletores gravíticos
domésticos por rubricas de custo ................................................ 180
Figura 10.4 – Distribuição da amostra final de coletores gravíticos
pluviais por rubricas de custo ...................................................... 182
Figura 10.5 – Variação do custo unitário em função da profundidade
média de vala: (a) coletores domésticos; (b) coletores pluviais... 184
Figura 10.6 – Variação do custo unitário em função da extensão de
rede: (a) coletores domésticos; (b) coletores pluviais ................. 185
Figura 10.7 – Custo unitário de construção de coletores gravíticos
domésticos com intervalo de extrapolação: (a) PPc/PVC; (b) FFD
187
Figura 10.8 – Custo unitário de construção dos dois materiais de
coletores gravíticos domésticos ................................................... 188
Figura 10.9 – Custo unitário de construção de coletores domésticos
com trabalhos especiais e pavimentação: (a) FFD; (b) PPc/PVC .. 189
Figura 10.10 – Custo unitário de construção de coletor doméstico
genérico com trabalhos especiais e pavimentação...................... 190
Figura 10.11 – Custo unitário de construção de ramais de ligação em
PPc/PVC com intervalo de extrapolação ...................................... 191
Figura 10.12 – Custo unitário de construção de coletores pluviais
com intervalo de extrapolação: (a) betão; (b) PPc ....................... 193
Figura 10.13 – Custo unitário de construção dos dois materiais de
coletores pluviais com intervalo de extrapolação ........................ 194
Figura 10.14 – Custo unitário de construção de coletores pluviais
com pavimentação: (a) betão; (b) PPc ......................................... 195
|
xxx CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Figura 11.11 – Estações elevatórias de águas residuais do Tipo II: (a)
custo unitário; (b) custo de construção ....................................... 209
Figura 11.12 – Custo unitário de construção de estações elevatórias
de águas residuais do Tipo III: (a) construção civil sem arranjos
exteriores; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas
211
Figura 11.13 – Estações elevatórias de águas residuais do Tipo III: (a)
custo unitário; (b) custo de construção ....................................... 212
Figura 11.14 – Comparação do custo unitário de construção dos três
tipos de estações elevatórias de águas residuais ......................... 213
Figura 12.1 – Sistema de lagunagem ........................................... 220
Figura 12.2 – ETAR de leitos de macrófitas (Fonte: AdP – Águas de
Portugal, S.A.) .............................................................................. 220
Figura 12.3 – Fossas sépticas ....................................................... 222
Figura 12.4 – Exemplo de um tratamento complementar de fossa
séptica.......................................................................................... 222
Figura 12.5 – ETAR baseada em sistema de tratamento biológico
modular compacto (Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.) ......... 223
Figura 12.6 – Leito percolador ..................................................... 224
Figura 12.7 – Duas ETAR de lamas ativadas operadas em regime de
arejamento convencional com digestão anaeróbia das lamas e
cogeração (Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.) ....................... 227
Figura 12.8 – ETAR de lamas ativadas operadas em regime de
arejamento prolongado (Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.).. 229
Figura 12.9 – Variação percentual da amostra inicial de ETAR: (a)
NUTS II; (b) anos de adjudicação dos contratos ........................... 231
Figura 12.10 – Distribuição da amostra final de ETAR por rubricas de
custo ............................................................................................ 232
|
xxxii CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Figura 12.23 – Custo unitário de construção de ETAR por LAAP sem
desinfeção e sem desidratação de lamas no local: (a) construção
civil; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas .... 249
Figura 12.24 – ETAR por LAAP sem desinfeção e sem desidratação
de lamas no local: (a) custo unitário; (b) custo de construção .... 251
Figura 12.25 – Custo unitário de construção de ETAR por LAAP sem
desinfeção e com desidratação de lamas no local: (a) construção
civil; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas .... 252
Figura 12.26 – ETAR por LAAP sem desinfeção e com desidratação
de lamas no local: (a) custo unitário; (b) custo de construção .... 254
Figura 12.27 – Custo unitário de construção de ETAR por LAAP com
desinfeção: (a) construção civil; (b) equipamento eletromecânico e
instalações elétricas ..................................................................... 256
Figura 12.28 – ETAR por LAAP com desinfeção: (a) custo unitário; (b)
custo de construção..................................................................... 257
Figura 12.29 – Custo unitário de construção de ETAR de pequena
dimensão (≤ 2 000 Hab.) .............................................................. 259
Figura 12.30 – Custo unitário de construção de ETAR de média e
grande dimensão (> 2 000 Hab.) .................................................. 259
Figura 13.1 – Percentagem do custo de pavimentação em relação ao
custo total de construção: (a) por componente; (b) por material
utilizado em componentes do sistema de abastecimento; (c) por
material utilizado em componentes do sistema de gestão de águas
residuais e pluviais ....................................................................... 266
Figura 13.2 – Valas-tipo: vala simples e vala com proteção em betão
268
Figura 13.3 – Execução de vala aberta em zonas urbanas ........... 269
Figura 13.4 – Custos unitários de marcação e corte do pavimento
270
|
xxxiv CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 2.1 – IHPC, IPC e fator de atualização para o ano 2016 .... 18
Quadro 2.2 – Rubricas de custo de componentes verticais e
instalações ..................................................................................... 21
Quadro 2.3 – Rubricas de custo de construção de
condutas/coletores ........................................................................ 22
Quadro 2.4 – Componentes de sistemas de abastecimento de água:
custos e respetivos parâmetros caraterísticos............................... 25
Quadro 2.5 – Componentes de sistemas de gestão de águas
residuais: custos e respetivos parâmetros caraterísticos............... 26
Quadro 2.6 – Natureza das variáveis por cada componente e tipo de
análise utilizada.............................................................................. 28
Quadro 3.1 – Amostra de elementos dos sistemas de abastecimento
de água .......................................................................................... 35
Quadro 3.2 – Amostra de elementos dos sistemas de águas residuais
e pluviais ........................................................................................ 37
Quadro 4.1 – Caraterísticas dos contratos analisados de captações
superficiais ..................................................................................... 44
Quadro 4.2 – Caraterísticas dos contratos analisados de captações
subterrâneas .................................................................................. 47
Quadro 4.3 – Caraterização das instalações de captações superficiais
por torre e por poço ...................................................................... 55
Quadro 5.1 – Caraterísticas dos contratos analisados de ETA ....... 72
Quadro 6.1 – Caraterísticas dos contratos analisados de estações
elevatórias de água ........................................................................ 90
Quadro 7.1 – Caraterísticas dos contratos analisados de
reservatórios apoiados................................................................... 99
|
xxxvi CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Quadro 10.2 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de
coletores gravíticos domésticos ................................................... 179
Quadro 10.3 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de
ramais de ligação domiciliários de águas residuais ...................... 181
Quadro 10.4 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de
coletores gravíticos pluviais ......................................................... 181
Quadro 11.1 – Tipos de estações elevatórias de águas residuais 198
Quadro 11.2 – Caraterísticas dos contratos analisados de estações
elevatórias de águas residuais ..................................................... 201
Quadro 12.1 – Síntese dos tipos de tratamento de águas residuais
218
Quadro 12.2 – Caraterísticas dos contratos analisados de estações
de tratamento de águas residuais................................................ 230
Quadro 13.1 – Descrição geral dos tipos do pavimento .............. 271
Quadro 13.2 – Síntese dos custos de pavimentação ................... 274
Quadro 13.3 – Trabalhos especiais associados aos componentes
lineares em sistemas de abastecimento de água......................... 275
Quadro 13.4 – Trabalhos especiais associados aos componentes
verticais em sistemas de abastecimento de água ........................ 276
Quadro 13.5 – Trabalhos especiais associados aos componentes
lineares em sistemas de gestão de águas residuais e pluviais ..... 277
Quadro 13.6 – Arranjos exteriores associados aos componentes
verticais em sistemas de abastecimento de água ........................ 278
Quadro 13.7 – Arranjos exteriores associados aos componentes
verticais em sistemas de gestão de águas residuais e pluviais..... 278
Quadro 14.1 – Valor final da obra versus valor do contrato
adjudicado ................................................................................... 284
Quadro 14.2 – Peso relativo de custos diversos em relação ao custo
da obra (%)................................................................................... 285
|
xxxviii CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
SIMBOLOGIA
SIMBOLOGIA |xxxix
N Número total de ativos [-]
NR Número de ramais de ligação [unidade]
p Parâmetro caraterístico [unidade do parâmetro]
p* Profundidade acima do extradorso superior da tubagem [m]
P População equivalente [Hab.]
Pe Potência hidráulica do escoamento [kW]
pp Profundidade de perfuração [m]
P5 Percentil 5%
P95 Percentil 95%
Q Caudal [l/s]
R2 Coeficiente de determinação [-]
R2adj Coeficiente de determinação ajustado [-]
ti Taxa de inflação no ano de adjudicação i [-]
V Volume [m3]
Vi Valor atual do ativo i [€]
Vri Vida útil residual do ativo i [ano]
Vui Vida útil técnica total do ativo i [ano]
var Largura adicional de pavimentação para cada um dos lados
da vala [m]
Vp Volume de perfuração [m3]
Xi Variável independente [-]
ωi Peso relativo do elemento i [-]
Yi Variável dependente [-]
α Coeficiente estimado [-]
βi Coeficiente estimado [-]
Peso volúmico da água [N/m3]
|
xl CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
LISTA DE ACRÓNIMOS
INTRODUÇÃO |xli
PN Pressão Nominal
PP Polipropileno
PPc Polipropileno corrugado
PVC Polyvinyl Chloride (Policloreto de vinilo)
PVCc Policloreto de vinilo corrugado
SBR Sequential Batch Reactor (reatores biológicos sequenciais)
SIG Sistema de Informação Georreferenciada
US EPA United States Environmental Protection Agency (Agência de
Proteção Ambiental dos Estados Unidos)
|
xlii CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
PARTE I – ENQUADRAMENTO GERAL E METODOLOGIA
1. INTRODUÇÃO
1.1. Enquadramento
A gestão sustentável das infraestruturas de abastecimento de água
e de gestão de águas residuais e pluviais requer uma abordagem
integrada que envolva toda a organização e que vise assegurar o
equilíbrio entre as dimensões de custo, desempenho e risco numa
perspetiva de longo prazo. Incide sobre a gestão de infraestruturas
compostas por ativos fixos tangíveis que estão diretamente
associados à prestação do serviço público, como sejam as condutas
e coletores, os reservatórios, as estações elevatórias e as estações
de tratamento (Alegre e Covas, 2010).
A avaliação dos custos globais associados a infraestruturas deve
incluir os custos tangíveis (e.g., investimentos, custos de operação
e manutenção, indemnizações), os custos intangíveis para a
entidade gestora (e.g., degradação da imagem perante o exterior ou
perda de motivação dos funcionários) e as externalidades (i.e.,
perturbações causadas a consumidores ou terceiros, sem custos
para a entidade), durante o período de análise, e os custos de
desativação no final da vida útil dos seus componentes (Skipworth
et al., 2002). Se o período de análise for inferior à vida útil (técnica)
de algum dos componentes do investimento, deve ser descontado
o valor residual desse componente estimado com base nessa vida
útil.
Podem ser seguidas duas abordagens na avaliação económica
sistematizada do custo. A abordagem de custos no ciclo de vida (life
cycle costs), estabelecida na norma ISO 15686-5: 2008, contempla,
tipicamente, todos os custos ao longo do ciclo de vida de um
componente, sem incluir a fase de conceção e planeamento. A
abordagem de custos na vida completa (whole life costs) inclui todos
os custos e benefícios, tangíveis e intangíveis, na vida completa de
um componente ao longo de um período de análise (Alegre e Covas,
2010). Estas abordagens podem ser aplicadas como ferramentas de
gestão, para apoiar o processo de tomada de decisão, ou integradas
INTRODUÇÃO |3
no sistema de gestão, cuja operação contínua determina que
responsabilidade, pela gestão de ativos, deve ser mantida (Kishk et
al., 2003).
Têm sido desenvolvidos vários estudos a nível nacional e
internacional que incidem na construção de modelos de custos
tangíveis associados ao investimento em infraestruturas do ciclo
urbano da água, expressos em função de variáveis caraterísticas dos
seus componentes. A nível internacional, no âmbito das águas
residuais, foram desenvolvidas funções de custo de emissários,
coletores e condutas elevatórias em função do diâmetro da
tubagem e da profundidade de escavação (Gupta et al., 1976; Nzewi
et al., 1985; Li e Matthew, 1990; Ouyang, 2003) ou da capacidade
de transporte (Hanke et al., 1980), incluindo custos de caixas de
visita em função da profundidade (Mays e Yen, 1975; Shuang-Fu Yeh
et al., 2009). Outros autores obtiveram funções de custo de
estações elevatórias em função do caudal elevado (Bester et al.,
2010), do caudal e altura de elevação (OECD EAP, 2005) ou da
potência instalada (Shuang-Fu Yeh et al., 2009). Bester et al. (2010)
desenvolveram funções de custo para diferentes componentes dos
sistemas de águas residuais na África do Sul.
No âmbito das infraestruturas de abastecimento de água,
destacam-se os trabalhos de Lindsay e Walski (1982) e de
Walski (1980) que desenvolveram uma metodologia e
implementaram uma aplicação computacional para a estimativa do
custo de diferentes alternativas de intervenção. Clarke et al. (2002)
utilizaram uma base de dados de custos fornecida pela US EPA
(United States Environmental Protection Agency), para desenvolver
um modelo de regressão para estimar os custos de construção,
expansão, reabilitação e reparação de sistemas de distribuição de
água. Swamee e Sharma (2008) desenvolveram funções de custo
para vários componentes dos sistemas de abastecimento (i.e.,
estações elevatórias, condutas e reservatórios). Walski (2012)
apresentou uma síntese das funções de custo publicadas a nível
internacional para estações elevatórias de águas e de águas
residuais, incluindo recomendações de aplicação. NSW (2014)
publicou um guia técnico com custos de construção e vidas úteis de
|
4 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
referência para a avaliação dos componentes do ciclo urbano da
água no estado de Nova Gales do Sul (New South Wales), na
Austrália.
A nível nacional, saliente-se uma publicação de referência, pioneira
nesta temática, Lencastre et al. (1995), intitulada “Custos de
Construção e Exploração”, integrada na série guias técnicos de
“Gestão de Sistemas de Saneamento Básico”, promovida pela
Direção Geral do Ambiente. Esta publicação tem como âmbito os
custos médios de investimento e de exploração dos sistemas de
abastecimento e de saneamento e apresenta funções de custo de
construção de diferentes componentes dos sistemas urbanos de
águas e de águas residuais baseadas em mapas orçamentais
realizados a nível de projeto, assim como estimativas de custos de
exploração. Posteriormente, o Grupo AdP Serviços, S.A. – Direção
de Engenharia iniciou um estudo nesta temática, que resultou na
publicação de três relatórios internos de caráter confidencial (AdP,
2004; 2005; 2007). Tiveram como objetivo coligir e analisar os
preços unitários das obras adjudicadas nas diferentes empresas do
Grupo e obter funções de custo de construção para previsão de
valores de investimento associados a novas infraestruturas. Lopes
(2014) continuou o estudo realizado pela AdP e desenvolveu
funções de custo de construção de condutas de adução e de
distribuição, ramais, reservatórios e estações elevatórias.
INTRODUÇÃO |5
O conhecimento dos custos de construção permite a estimativa do
valor atual da infraestrutura, conhecidos os anos de construção ou
instalação e as vidas úteis (técnicas) dos seus componentes, caso
não exista registo histórico de custos na entidade gestora. Permite
também prever o custo de substituição dos seus componentes.
Pode igualmente ser utilizado na avaliação dos custos globais
associados a alternativas de intervenção em diferentes níveis de
planeamento. A nível estratégico, numa perspetiva de longo-prazo,
permite a estimativa de valores totais de investimentos para
elaboração de planos estratégicos nacionais e específicos das
entidades gestoras dos serviços de águas (NSW, 2014). A nível tático
e operacional, numa perspetiva de curto-médio prazo, é importante
para a valorização do património atual e futuro (para entidades sem
registo histórico de custos), a elaboração de planos táticos de
investimento e a validação de orçamentos de contratos de
construção.
Este guia técnico, promovido pela Entidade Reguladora dos Serviços
de Águas e Resíduos (ERSAR) com o apoio do Programa Operacional
Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR),
apresenta os resultados de um estudo detalhado sobre “Custos de
construção de infraestruturas associadas ao ciclo urbano da água”
realizado em Portugal, entre 2014 e 2017, pelo Instituto Superior
Técnico (IST), com a colaboração da empresa Águas de Portugal, S.A.
(AdP), com vista à obtenção de custos de construção de diferentes
componentes das infraestruturas dos serviços de águas. Durante o
seu desenvolvimento, este estudo deu origem a várias publicações
técnicas (Covas et al., 2015a,b, 2016) e científicas (Lopes et al.,
2013; Marchionni et al., 2014a,b, 2015, 2016) onde foram sendo
divulgados os resultados obtidos à data. Em 2017, a análise foi
estendida a um conjunto mais alargado de dados e as funções de
custo foram consolidadas e atualizadas ao ano de 2016, sendo o
resultado final o que se encontra publicado no presente
documento.
Este guia tem como âmbito, apenas, os sistemas associados ao ciclo
urbano da água, nomeadamente os sistemas de abastecimento de
água e os sistemas de gestão de águas residuais e pluviais, embora
|
6 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
os estudos anteriores incluíssem infraestruturas associadas à
valorização de resíduos sólidos urbanos e associadas à orla costeira
(Covas et al., 2015a,b). Estes sistemas são constituídos por um
conjunto de infraestruturas que asseguram a prestação de um
serviço público de primeira necessidade à saúde e bem-estar das
populações e à economia da sociedade, cuja continuidade é
necessário garantir, devendo cada componente manter-se
funcional enquanto se justificar o serviço a que se destina. Os
sistemas de abastecimento incluem infraestruturas de captação, de
tratamento, de transporte, de armazenamento e reserva e de
distribuição. Os sistemas de gestão de águas residuais e pluviais
incluem as infraestruturas de drenagem, de transporte, de
tratamento e de descarga final em meio recetor.
As infraestruturas são constituídas, por sua vez, por um conjunto de
ativos fixos que são tratados, neste estudo, de forma mais ou menos
agregada. São divididos em componentes verticais e instalações,
por exemplo, estações de tratamento, reservatórios e estações
elevatórias, que correspondem a um conjunto de ativos cuja
condição é suscetível de ser diretamente avaliada por inspeção, e
em componentes lineares ou horizontais, constituídos por ativos
enterrados, não facilmente inspecionáveis, como sejam condutas e
coletores, e cuja condição é, em geral, inferida através de
indicadores de desempenho (e.g., número de roturas por ano ou
volume de perdas de água). As infraestruturas, constituídas por
diferentes componentes, têm uma vida infinita, enquanto se
justificar a prestação do serviço para o qual foram construídas,
sendo os seus componentes, ou parte deles, substituídos quando
chegam ao fim da sua vida útil ou quando apresentam desempenho
inadequado.
Os custos de construção são, aqui, expressos em função de
parâmetros caraterísticos de natureza hidráulica (e.g., caudal,
potência do escoamento), sanitária (e.g., tipo de tratamento, carga
orgânica) e infraestrutural (e.g., volume, diâmetro, material,
profundidade, área), à luz do que foi efetuado em estudos
anteriores. Para as componentes verticais e instalações, são
INTRODUÇÃO |7
discriminados em custos de construção civil e custos de
equipamento eletromecânico e instalações elétricas.
Os custos de construção objeto do presente documento foram
obtidos com base em contratos de construção de obras adjudicadas
realizadas em Portugal continental entre 2005 e 2016 (data de
adjudicação), com exceção dos contratos relativos a Estações de
Tratamento de Água (ETA) e Estações de Tratamento de Águas
Residuais (ETAR), para os quais se alargou o período para 2004 e
para 1998, respetivamente. Também para os emissários gravíticos
em PEAD e emissários submarinos se alargou o período dos
contratos, com datas de construção entre 1998 e 2015 e entre 1985
e 2013, respetivamente. A razão deveu-se ao facto de uma grande
maioria das obras destes componentes datarem desses períodos.
Os custos de construção aqui apresentados não correspondem aos
valores dos custos dos componentes utilizados para definir o Preço
Base (PB) de uma empreitada. De acordo com o Código dos
Contratos Públicos (CCP) em vigor de 2008 até ao final de 2017
(aprovado pelo Decreto-Lei nº 18/2008, de 29 de janeiro), não
deviam ser admitidas propostas de empreitadas de obras públicas
com valores inferiores ao Preço Anormalmente Baixo (PAB),
geralmente estabelecido em 60% do PB de lançamento do
concurso, exceto se devidamente fundamentadas. A experiência
mostrou que o valor das propostas adjudicadas para a construção
de infraestruturas do ciclo urbano da água, com Projeto de
Execução da responsabilidade do Dono de Obra (à exceção das
infraestruturas de tratamento), era da ordem de 60 a 70% do PB
nesse período. O lançamento dos concursos de infraestruturas de
tratamento, tipicamente efetuado em regime de conceção-
construção, traduzia-se, nesse período, em valores de adjudicação
superiores, da ordem de 75 a 85% do PB. Estas considerações são
válidas apenas para os custos de infraestruturas analisados no
presente estudo com datas de adjudicação entre 2008 e 2016. A
legislação referente ao CCP foi alterada com a publicação do
Decreto Regulamentar n.º 111-B/2017 de 31 de agosto, tendo o
novo CCP entrado em vigor em 1 de janeiro de 2018 e mantendo-se
os conceitos de Preço Base e de Preço Anormalmente Baixo.
|
8 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Acresce ainda que as condições que determinaram os valores
adjudicados de cada uma das intervenções consideradas podem
hoje, e no futuro, não coincidir integralmente com as condições de
mercado vigentes à data dos contratos analisados, pelo que este
aspeto deve ser, também, considerado na análise dos resultados
decorrentes da utilização do presente guia técnico.
Os custos de construção retirados dos mapas orçamentais não
incluem IVA à taxa legal em vigor no ano de lançamento do
concurso, devendo este componente ser adicionado quando se
pretende efetuar uma análise ilíquida de IVA.
Para efeitos de padronização da avaliação dos investimentos das
infraestruturas, devem ser acrescidos aos custos de construção,
obtidos com base em mapas orçamentais de obras adjudicadas, os
custos associados a trabalhos a mais, conforme as restrições
impostas pela legislação em vigor, e outros custos associados a
estudos e projetos, à fiscalização, a assessorias diversas, à aquisição
de terrenos, a expropriações e servidões. O valor assim obtido
designa-se por valor do investimento. O presente documento
apresenta, também, valores recomendados para estes custos,
expressos em termos de percentagem do custo de construção (valor
de adjudicação) do componente. De notar que, sem a inclusão
destes custos, não se estará a efetuar uma análise suficiente dos
gastos de investimento, com as respetivas consequências de erro
em análises subsequentes de desempenho e benchmark. Acresce
que a inclusão destes custos não pode ser descontextualizada da
intervenção específica em análise.
Este guia técnico pretende constituir um instrumento de apoio à
gestão dos serviços de águas, e, assentando em bases técnicas
sólidas e atuais, tem um carácter essencialmente prático, sendo os
custos de construção materializados sob a forma de quadros e de
funções matemáticas de fácil utilização.
INTRODUÇÃO |9
1.3. Estrutura do documento
O documento está organizado em cinco partes e três anexos
(Figura 1.1):
Parte I – Enquadramento geral e metodologia;
Parte II – Sistemas de abastecimento de água;
Parte III – Sistemas de gestão de águas residuais e pluviais;
Parte IV – Custo de construção, valor do investimento e valor
atual;
Parte V – Notas finais.
Na Parte I, constituída por três capítulos (Capítulos 1 – 3), define-se
o âmbito e justifica-se a relevância da determinação de custos de
construção de diferentes componentes dos serviços de águas e de
águas residuais, descreve-se a metodologia adotada para o cálculo
dos custos de construção e apresenta-se a caraterização geral da
amostra de elementos analisados.
A Parte II, constituída por cinco capítulos, incide nos custos de
construção de diferentes componentes do sistema de
abastecimento de água. Inclui captações de água (Capítulo 4),
estações de tratamento de água (Capítulo 5), estações elevatórias
(Capítulo 6), reservatórios apoiados com e sem estação elevatória e
reservatórios elevados (Capítulo 7) e condutas de adução e de
distribuição e ramais de ligação domiciliários (Capítulo 8).
A Parte III, constituída por quatro capítulos, incide no estudo de
diferentes componentes do sistema de gestão de águas residuais e
pluviais. Inclui as infraestruturas de transporte, como condutas
elevatórias, emissários gravíticos e emissários submarinos
(Capítulo 9), redes separativas de drenagem constituídas por
coletores domésticos e pluviais e os ramais de ligação domiciliários
(Capítulo 10), estações elevatórias (Capítulo 11) e estações de
tratamento de águas residuais (Capítulo 12).
|
10 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Para cada um dos componentes referidos dos sistemas inclui-se a
caraterização da amostra utilizada para a obtenção dos custos de
construção e a apresentação dos custos de construção obtidos.
A Parte IV inclui custos associados a outros trabalhos, como sejam
levantamento e reposição de diferentes tipos de pavimento em
condutas e coletores, trabalhos especiais, arranjos exteriores e
perfurações horizontais (Capítulo 13). Aos valores obtidos devem
ser acrescidos os custos associados a trabalhos a mais e os custos
associados a estudos e projetos, fiscalização, entre outros, por
forma a estimar o valor do investimento (Capítulo 14). Caso se
pretenda estimar o valor atual das infraestruturas, o custo de
substituição deverá ser sujeito a depreciação em função dos valores
de vidas úteis técnicas dos componentes da infraestrutura
(Capítulo 15).
INTRODUÇÃO |11
A Parte V inclui a síntese dos custos obtidos e um conjunto de
recomendações de aplicação (Capítulo 16).
O documento inclui três anexos: um quadro síntese das funções de
custo obtidas (Anexo 1), a síntese dos custos de construção na
forma de quadros e de gráficos (Anexo 2) e exemplos de aplicação
para diferentes componentes (Anexo 3).
1.4. Destinatários
Este guia técnico tem como principais destinatários os técnicos das
entidades gestoras das infraestruturas do ciclo urbano da água e os
técnicos da entidade reguladora. Pode, também, ser utilizado por
todos os intervenientes no processo de planeamento, conceção e
gestão dos sistemas (e.g., políticos, entidades financiadoras,
projetistas).
Constitui um contributo não só ao nível de planeamento e projeto,
para prever o custo de construção de infraestruturas novas, como
também a nível da gestão técnica de sistemas de águas e de águas
residuais, para avaliar o valor atual das infraestruturas existentes,
contribuindo para uma gestão mais sustentável a curto, médio e
longo prazo.
|
12 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
um conjunto de fichas técnicas com gráficos e quadros para cada
componente. Não deverão ser esquecidos os custos adicionais a
acrescer às funções constantes nestes anexos, conforme explicado
nos Capítulos 13 e 14.
INTRODUÇÃO |13
2. METODOLOGIA
METODOLOGIA |15
2016 para praticamente todos os componentes. Os emissários
submarinos referem-se a contratos realizados entre 1985 e 2013 e
os emissários gravíticos em PEAD referem-se a contratos realizados
entre 1998 e 2014.
Os contratos a analisar foram selecionados por forma a serem
representativos da realidade nacional, nomeadamente estarem, na
medida do possível, uniformemente distribuídos pelas diferentes
regiões do país, serem preferencialmente de obras realizadas na
última década, e cobrirem, de modo equilibrado, todos os
componentes dos sistemas.
Uma vez selecionados os contratos, procedeu-se à análise dos
mapas orçamentais, por forma a recolher informação relativa aos
custos de construção de cada componente, e ao desenvolvimento
de uma base de dados por tipo de componente onde foi incluída a
identificação do componente, a origem da informação, as suas
principais caraterísticas físicas e hidráulicas, a data do contrato e os
respetivos custos discriminados por rubricas ou de forma agregada.
Os contratos analisados foram associados à região do país onde
foram realizados, utilizando a Nomenclatura das Unidades
Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS), que corresponde ao
sistema hierárquico de divisão do território em regiões. Este
subdivide-se em três níveis (NUTS I, NUTS II e NUTS III), definidos de
acordo com critérios populacionais, administrativos e geográficos.
No presente documento foram utilizados os NUTS II referentes ao
ano de 2013 (Figura 2.2): Norte, Centro, Área Metropolitana de
Lisboa, Alentejo e Algarve.
Uma vez recolhida e tratada a informação disponível por
componente e construídas as bases de dados, procedeu-se à
caraterização e análise da amostra, identificando a distribuição da
mesma pelo país, a distribuição temporal no período de análise e a
distribuição pelas diversas rubricas de custo.
Os custos de construção assim obtidos, atualizados de acordo com
a metodologia que seguidamente se explica, discriminados por
rubricas ou de forma agregada (custos totais), constituem uma
amostra de dados representativa das obras realizadas em território
nacional no período em análise.
|
16 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Figura 2.2 – Representação geográfica NUTS II 2013 (Fonte: Pordata)
ERRO! NÃO EXISTE NENHUM TEXTO COM O ESTILO ESPECIFICADO NO DOCUMENTO. |xvii
1 A adoção do IHPC (M12, 12) como indicador de inflação decorre do facto de este
ser o indicador utilizado pela ERSAR para a atualização de preços; IHPC M12, 12
significa o valor do índice anual calculado no mês 12.
METODOLOGIA |17
Quadro 2.1 – IHPC, IPC e fator de atualização para o ano 2016
|
18 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Ca = Cn ×Fan (2.1)
METODOLOGIA |19
As principais rubricas de custo de construção das infraestruturas
resultaram da estrutura dos mapas orçamentais de obras
adjudicadas. Foram organizadas em dois grupos, componentes
verticais e instalações (e.g., reservatórios, estações elevatórias,
estações de tratamento) e componentes lineares (e.g., condutas e
coletores).
As rubricas de custo associadas aos componentes verticais e
instalações são estaleiro, construção civil, equipamento
eletromecânico, instalações elétricas, arranjos exteriores e
trabalhos especiais, cuja descrição se apresenta no Quadro 2.2 nos
aspetos transversais a todos os componentes dos sistemas.
Os custos de construção associados aos componentes verticais e
instalações são, por sua vez, desagregados em: custos de
construção civil, Ccc, incluindo movimento de terras, fundações,
estruturas, arquitetura e outros trabalhos de construção civil; custos
de equipamento eletromecânico e instalações elétricas, Ce,
incluindo os custos com os circuitos hidráulicos e componentes
eletromecânicos e instalações elétricas; custos de arranjos
exteriores (apenas para reservatórios e para estações elevatórias);
e custos associados a trabalhos especiais (caso existam).
Os custos de construção de componentes lineares (condutas e
coletores) são organizados nas rubricas de custo que se apresentam
no Quadro 2.3, nomeadamente em estaleiro (idêntico a
infraestruturas verticais e instalações), pavimentação, movimento
de terras, tubagem, órgãos e acessórios, construção civil, ramais e
trabalhos especiais.
|
20 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Quadro 2.2 – Rubricas de custo de componentes verticais e instalações
Rubrica Descrição
METODOLOGIA |21
vala ou a largura total do arruamento), não podendo ser expresso
apenas em função dos parâmetros caraterísticos (e.g., em função do
material ou do diâmetro nominal).
|
22 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Quadro 2.3 – Rubricas de custo de construção de condutas/coletores (continuação)
Rubrica Descrição
METODOLOGIA |23
Os custos unitários das condutas são expressos em função do
diâmetro nominal, DN, que corresponde à designação do diâmetro
em termos comerciais. Apesar das diversas rubricas de custo
dependerem, em rigor, do diâmetro exterior da conduta/coletor,
por uma questão de simplificação são expressos em função do
diâmetro nominal. Em condutas constituídas por materiais plásticos,
como por exemplo, por polietileno (PE), policloreto de vinilo simples
ou corrugado (PVC ou PVCc) ou polipropileno (PP), os diâmetros
nominais correspondem aos diâmetros exteriores, diminuindo o
diâmetro interior com o aumento da classe de pressão. Em condutas
de fibrocimento, ferro fundido ou betão, o diâmetro nominal
corresponde ao diâmetro interno (útil) da conduta. Alguns
materiais, como o aço, regem-se por normas próprias (e.g.,
EN 10220: 2002) que estabelecem as relações normalizadas entre
os diâmetros exteriores e as espessuras das condutas, não sendo os
DN coincidentes com os diâmetros internos ou externos.
Analisou-se estatisticamente a introdução do parâmetro
caraterístico “profundidade da vala” nos modelos de regressão de
coletores e emissários de águas residuais em simultâneo com o
parâmetro “diâmetro nominal”. A análise mostrou que os modelos
daí resultantes apresentavam igual ajustamento (i.e., iguais
coeficientes de determinação R2) aos modelos obtidos apenas com
o parâmetro “diâmetro nominal”. Estes resultados poderão ser
explicados pela dependência inerente entre os dois parâmetros
caraterísticos, sendo o “diâmetro nominal” o parâmetro mais
explicativo do custo unitário de construção de coletores e
emissários. Refira-se, a título de exemplo, o caso dos emissários
gravíticos em FFD instalados em vala, em que o coeficiente de
correlação parcial do custo de construção com o diâmetro nominal
(i.e., o coeficiente de correlação entre as duas variáveis retirando o
efeito da “profundidade de vala”) é de 85% e o coeficiente de
correlação parcial do custo de construção com a profundidade de
vala é de 32%. Consideram-se correlações razoáveis entre duas
variáveis quando superiores a 50%.
|
24 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Quadro 2.4 – Componentes de sistemas de abastecimento de água: custos e
respetivos parâmetros caraterísticos
METODOLOGIA |25
Quadro 2.5 – Componentes de sistemas de gestão de águas residuais: custos e
respetivos parâmetros caraterísticos
Parâmetros
Infraestrutura Componente Custo
caraterísticos
− Material
Emissários Custo unitário sem
− Diâmetro nominal,
gravíticos pavimentação (€/m)
DN (mm)
Emissários − Diâmetro nominal,
Custo unitário (€/m)
submarinos DN (mm)
Infraestruturas
de transporte − Material
Condutas Custo unitário sem
− Diâmetro nominal,
elevatórias pavimentação (€/m)
DN (mm)
Custos unitários
Estações − Potência hidráulica,
parciais* e total
elevatórias Pe (kW)
(€/kW)
− Material
Coletores Custo unitário sem
− Diâmetro nominal,
domésticos pavimentação (€/m)
DN (mm)
− Material
Coletores Custo unitário sem
− Diâmetro nominal,
pluviais pavimentação (€/m)
DN (mm)
Redes de − Diâmetro nominal, Custo unitário
Ramais
drenagem DN (mm) (€/unidade)
− Material
Condutas Custo unitário sem
− Diâmetro nominal,
elevatórias pavimentação (€/m)
DN (mm)
Custos unitários
Estações − Potência hidráulica,
parciais* e total
elevatórias Pe (kW)
(€/kW)
Estações de
− Tipo de tratamento Custos unitários
tratamento de Estações de
− População parciais* e total
águas residuais tratamento
equivalente, P (hab) (€/hab)
(ETAR)
Notas: * Dividido em custos de construção civil e custos de equipamento eletromecânico e
instalações elétricas.
|
26 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Os custos unitários das estações elevatórias são expressos em
função do parâmetro caraterístico “potência hidráulica do
escoamento”, Pe (kW):
Pe = γ Q H (2.3)
METODOLOGIA |27
potência), mas que podem ser linearizadas após uma transformação
matemática.
Quadro 2.6 – Natureza das variáveis por cada componente e tipo de análise
utilizada
Ferramenta
Sistema Componente Equação do modelo Variáveis Xi
estatística
Captações,
ETA,
reservatórios Yi = α ⋅ Xi β pp, Vp, Pe,
Não linear*
apoiados e ln Yi = ln α + β ln X i
Q, V
estações
elevatórias
Abastecimento Linear
de água simples/
Tubagens Polinomial de Yi = β 1 + β 2 X i DN
segundo 2
grau** Yi = β1 + β2Xi + β3Xi
Reservatórios
elevados e Não linear Yi =α⋅ X1β ⋅ X2γ
apoiados V, h, Pe
associados a Múltipla*** ln Yi = ln α + β ln X 1 + γ ln X 2
EE
Estações Yi = α⋅ Xiβ
elevatórias e Não linear* Pe, P
ETAR ln Yi = ln α + β ln X i
Gestão de
águas residuais Linear
e pluviais simples/
Tubagens Polinomial de Yi = β 1 + β 2 X i DN
segundo
grau** Yi = β1 + β2Xi + β3Xi 2
|
28 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Para as condutas de adução e de distribuição, considerou-se uma
profundidade mínima de 1,0 m e obteve-se o valor da constante
igual a 15 €/m, à exceção das condutas de distribuição de PEAD em
zona urbana, para as quais este valor foi superior.
Para os emissários gravíticos e coletores domésticos, considerou-se
uma vala com profundidade de 1,2 m, obtendo-se o valor da
constante β1 igual a 25 €/m. Nos coletores pluviais, assumiu-se a
influência de uma maior profundidade de vala (1,4 m), obtendo-se
a constante β1 igual a 30 €/m.
Estas funções polinomiais têm coeficientes βi positivos, uma vez que
correspondem à soma de rubricas de custo que são função do
diâmetro e da seção da conduta. Registou-se uma única exceção, o
custo associado aos coletores pluviais em betão, em que o valor
estimado de β2 é negativo, por forma a garantir o melhor
ajustamento do modelo aos elementos da amostra.
Os custos de construção dos componentes lineares são,
inicialmente, calculados sem considerar o custo de pavimentação e
trabalhos especiais e, posteriormente, os custos destas rubricas são
adicionados ao custo de construção. De igual modo, assumiram-se
pressupostos para o coeficiente β1 destas funções. O custo de
trabalhos especiais foi calculado através do valor mediano para cada
material, considerando todos os elementos da amostra, enquanto
que no custo de pavimentação foi considerado um valor de 15 €/m,
correspondente ao custo de uma vala mínima para um pavimento
genérico. Estes valores foram somados ao coeficiente β1 das
funções inicialmente calculadas sem as rubricas de trabalhos
especiais e pavimentação.
Os custos associados ao levantamento e reposição do pavimento
são reportados em intervalos descritivos recorrendo a quartis; estes
são representados através de gráficos em forma de diagramas de
caixa indicando os percentis 5 e 95, os valores máximo e mínimo e
o valor mediano da amostra.
A análise estatística foi efetuada utilizando o Software R
disponibilizado gratuitamente pela “The R Foundation for Statistical
Computing” (http://www.r-project.org), que dispõe de um conjunto
integrado de ferramentas estatísticas computacionais para análise
de dados.
METODOLOGIA |29
Sempre que possível, a estimativa das funções de custo inclui a
definição de bandas de predição de 90% para a previsão de dados
futuros. Em geral, um intervalo de predição está associado a uma
probabilidade de ocorrência de um valor. Assim, um intervalo de
predição de 90% significa que a estimativa de um valor da variável
resposta Y para um determinado valor da variável explicativa X
estará nesse intervalo com um grau de confiança de previsão de
90%. A este intervalo de predição estão associadas as curvas de
predição de 5 e 95%, Cp5 e Cp95.
As funções de custo unitário expressas em termos do parâmetro
caraterístico são determinadas para cada componente; estas
funções são apenas válidas dentro do domínio de valores do
parâmetro caraterístico da amostra, designado por domínio de
aplicação.
A utilização das funções de custo obtidas fora do domínio de
aplicação deve ser efetuada com parcimónia dentro do domínio de
extrapolação, correspondente a acréscimos de cerca de 20% do
limite superior do domínio da amostra. Os intervalos de
extrapolação são representados a sombreado cinzento-claro.
Efetuam-se, também, recomendações para a realização de
estimativas de custo fora do domínio de extrapolação, representado
nas figuras pelo sombreado cinzento-escuro.
Saliente-se que as extrapolações fora do domínio de aplicação
contemplam erros de avaliação, por defeito ou por excesso, que
podem ter alguma expressão, só devendo ser efetuadas em casos
excecionais.
Na Figura 2.4 apresenta-se a título ilustrativo a representação das
funções de custo nos domínios de aplicação (a branco) e de
extrapolação (cinzento-claro) e fora do domínio de extrapolação
para dois componentes (cinzento-escuro).
|
30 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
2000
1000
1500
Equipamento e instalações elétricas
600
1000
2
C PEAD = 0,00041 DN + 0,1185 DN + 15
400
2
-0,426 R = 0,81
Ctu = 5958 V
500
200
2
R = 0,62
0
0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000 50 160 280 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Volume, V (m
3
) Diâmetro nominal, DN (mm)
METODOLOGIA |31
Devido à diversidade de modelos construídos para os vários
componentes, o cálculo do coeficiente de determinação pode variar
de acordo com o modelo escolhido. No caso dos componentes
verticais e instalações é necessário proceder a transformações
logarítmicas de forma a obter modelos lineares. Assim, o coeficiente
de determinação apresentado corresponde ao do modelo
logarítmico e não ao do modelo da amostra original de elementos.
No caso dos componentes lineares ou horizontais, foram assumidos
pressupostos para o valor da constante β1, permitindo construir
modelos lineares restritos. Nestes modelos, o coeficiente de
determinação calculado corresponde ao coeficiente não centrado,
que, geralmente, é superior ao coeficiente de determinação usual.
Uma análise estatística de regressões lineares simples ou múltiplas
implica também o estudo dos resíduos e a realização de outros
diagnósticos. Todas as ferramentas de diagnóstico visam investigar
a qualidade do modelo, a conformidade com as hipóteses
consideradas e a adequação do modelo aos dados da amostra.
Visam também identificar observações que merecem maior atenção
e consideração, como sejam observações atípicas ou valores
anómalos (outliers). Esta análise é realizada através das ferramentas
de análise estatística disponibilizadas no Software R.
Com o Software R é possível obter representações gráficas para
validar os pressupostos e identificar os valores atípicos. A Figura 2.5
ilustra alguns exemplos de identificação de elementos atípicos. O
gráfico dos resíduos versus valores ajustados (Figura 2.5a) é utilizado
para verificar a homocedasticidade do modelo, podendo indicar que
não existe uma relação linear entre as variáveis explicativas com a
variável resposta por meio de alguma tendência nos pontos. Assim,
três elementos (representados pelos números 32, 33 e 55) não
seguem a tendência da maioria dos pontos, apresentando valores
de resíduos muito superiores, sendo por isso considerados atípicos.
A Figura 2.5(b) consiste no gráfico Q-Q plot utilizado para verificar a
normalidade de distribuição de erros através da comparação dos
quartis das distribuições, na medida em que quanto mais próximo
os pontos estiverem da bissetriz do primeiro quadrante, mais
próximo os dados observados estão da distribuição considerada.
|
32 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Verifica-se, de igual modo, que os mesmos elementos são
considerados atípicos por não estarem próximos da bissetriz.
O gráfico dos resíduos padronizados versus valores ajustados
(Figura 2.5c) é usado para verificar se existem outliers no eixo dos
YY. Os mesmos elementos apresentam valores dos resíduos
padronizados elevados, não se ajustando à tendência de pontos. Por
fim, a Figura 2.5(d) apresenta o valor da distância de Cook para
todos os elementos da amostra. Consideram-se valores atípicos
todos os elementos com distâncias de Cook superiores a 1.
(a) (b)
(c) (d)
METODOLOGIA |33
3. UNIVERSO DA AMOSTRA
2% 2% 2% Captações 3%
10%
Condutas adutoras 15%
34% 32% Norte
Condutas de
distribuição Centro
Ramais domiciliários
AM Lisboa
23%
Reservatórios Alentejo
Estações de
27% tratamento de água 21%
(c)
1%
7% 1% 2%
13% 2004 2005
2006 2007
|
36 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
No Quadro 3.2 apresenta-se o resumo da amostra estudada
(número total de elementos e número de contratos analisados)
associada aos componentes do sistema de gestão de águas residuais
e pluviais. Foram analisados 379 contratos relativos a 1404
componentes do sistema de gestão de águas residuais e pluviais,
uma vez que o mesmo contrato inclui, tipicamente, diversos
componentes.
|
38 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
PARTE II – SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
4. CAPTAÇÕES DE ÁGUA
Figura 4.1 – Captação superficial: (a) em albufeira por torre (Beliche); (b) em rio
(Captação de Valada Tejo, Cartaxo)
|
42 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a) (b)
Total: 8
Número total de contratos (Norte: 5; Centro: 1; AM Lisboa: 0;
Alentejo: 2; Algarve: 0)
Data de lançamento do concurso [2004; 2011]
Amostra inicial (n.º de elementos) 9
Caudal (l/s) [7; 500]
Altura de elevação (m c.a.) [26; 420]
Potência do escoamento (kW) [3; 858]
Percentagem de valores anómalos 0%
Amostra final (n.º de elementos) 9
|
44 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Os contratos analisados provêm de diversas regiões do país,
nomeadamente cinco contratos da região Norte (correspondendo a
67% da amostra inicial), um da região Centro (11% da amostra
inicial) e dois contratos da região Alentejo (22% da amostra inicial),
de acordo com a divisão de NUTS II (Figura 4.3a). Os anos de
adjudicação dos contratos variam entre 2004 e 2011, com maior
incidência para os anos de 2004 e 2006, com três elementos cada
(Figura 4.3b).
(a) (b)
6
3
Número de elementos
Número de elementos
4
2
2
1
67%
11%
22%
33%
33%
11%
11%
11%
0%
0%
0
0
Norte
Algarve
Centro
Lisboa
Alentejo
2004
2006
2007
2010
2011
AM
34%
Construção 53%
civil 43%
41%
35%
Equipamento 22%
eletromecânico 28%
29%
26%
Instalações 19%
elétricas 25%
20%
|
46 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
na Fase I. A utilização de materiais de maior resistência, tipicamente
necessários para maiores profundidades de furos, pode representar
um acréscimo do custo total. Para profundidades superiores a
500 m ou volumes de perfuração superiores a 80 m3, este acréscimo
encontra-se implicitamente representado pelos custos unitários
fixos deste componente (ver 4.3.3).
Relativamente à Fase II, os três parâmetros analisados são: o caudal
(variável entre 10 e 125 l/s), a altura de elevação (variável entre 59
e 160 m c.a.) e a potência hidráulica do escoamento (variável entre
16 e 135 kW).
Os contratos analisados provêm de diversas regiões do país,
verificando-se a seguinte distribuição: região Centro com três
contratos (correspondendo a 20% da amostra inicial), região
Alentejo com cinco contratos (55% da amostra inicial) e região
Algarve com um contrato (25% da amostra inicial), de acordo com a
divisão de NUTS II (Figura 4.5a). Os anos de adjudicação dos
contratos variam entre 2005 e 2013, com maior número de
elementos relativos ao ano de 2011, com 9 elementos (Figura 4.5b).
Total: 9
Número total de contratos (Norte: 0; Centro: 3; AM Lisboa: 0;
Alentejo: 5; Algarve:1)
Data de lançamento do concurso [2005; 2013]
Amostra inicial (n.º de elementos) 20 (Fase I: 11; Fase II: 9)
Diâmetro de perfuração (mm) [440; 557]
Profundidade de perfuração (m) [60; 400]
Volume de perfuração (m3) [12; 69]
Caudal (l/s) [10; 125]
Altura de elevação (m c.a.) [59; 160]
Potência do escoamento (kW) [16; 135]
Percentagem de valores anómalos 0%
Amostra final (n.º de elementos) 20
12
10
10
8
Número de elementos
Número de elementos
8
6
6
4
4
5%
5%
5%
2
20%
55%
25%
25%
15%
45%
0%
0%
0
0
Algarve
Norte
Centro
Lisboa
Alentejo
2005
2007
2008
2011
2012
2013
AM
|
48 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
4.3.2. Captações superficiais
Apesar da amostra relativa a captações superficiais em rio ser
constituída apenas por 3 elementos, estimaram-se as funções de
custo em função da potência hidráulica do escoamento (Figura 4.6).
Estas funções têm coeficientes de determinação R2 iguais a 0,997 e
a 0,991, para o custo de construção civil e para o custo de
equipamento eletromecânico e instalações elétricas,
respetivamente. Os elevados valores dos coeficientes de
determinação são explicados pela reduzida dimensão da amostra.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende potências
do escoamento entre 3 e 27 kW. A utilização das funções de custo
fora do domínio de aplicação deve ser efetuada com parcimónia e
apenas para valores de potência entre 2 e 30 kW (domínio de
extrapolação). Os intervalos de extrapolação são representados na
Figura 4.6 pelo sombreado cinzento.
A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de
extrapolação, recomenda-se que sejam efetuadas da seguinte
forma:
• para valores de potência do escoamento inferiores a 2 kW,
adotar o custo total correspondente ao limite inferior do
intervalo de extrapolação (i.e., o custo total, em euros,
associado à potência de 2 kW);
• para valores de potência do escoamento superiores a
30 kW, adotar o custo unitário correspondente ao limite
superior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo unitário,
em €/kW, associado à potência de 30 kW).
Saliente-se que estas extrapolações contemplam erros de avaliação,
por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão, só
devendo ser adotadas em casos excecionais.
3
Curva de regressão (Ccc )
25
20
15
-0,735
Ccc= 49750 Pe
10
2
R = 0,997
5
0
2 6 10 14 18 22 26 30
Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)
(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico
30
20
15
-0,738
Ce= 46290 Pe
10
2
R = 0,991
5
0
2 6 10 14 18 22 26 30
|
50 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a)
60
captações superficiais em rio (10 €/kW)
Total (Ctu)
Custo unitário de construção de
Construção civil
3
50
-0,737
Ctu= 96240 Pe
20
2
R = 0,9998
10
0
2 6 10 14 18 22 26 30
(b)
Custo de captações superficiais em rio (10 €)
250
3
200
0,263
Ct= 96240 Pe
150
100
50
Total (Ct)
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
0
2 6 10 14 18 22 26 30
Figura 4.7 – Captações superficiais em rio: (a) custo unitário; (b) custo de
construção
|
52 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a)
3500
Custo unitário de construção civil, C cc (€/kW)
3000 Elementos da amostra (n=4)
Curva de regressão (Ccc )
2500
-0,629
2000
Ccc = 30850 Pe
2
R = 0,64
1500
1000
500
(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico
4000
-0,172
3000
Ce= 5828 Pe
2
R = 0,18
2500
2000
1500
Figura 4.8 – Custo unitário de construção de captações superficiais por jangada: (a)
construção civil; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas
7000
captações superficiais por jangada (€/kW)
Total (Ctu)
6000
Custo unitário de construção de
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
5000
-0,351
Ctu= 22010 Pe
2
4000
R = 0,44
3000
2000
1000
0
(b)
Custo de captações superficiais por jangada (10 €)
3
1000
Total (Ct)
Construção civil
800
|
54 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Quadro 4.3 – Caraterização das instalações de captações superficiais por torre e por
poço
25
Captação por poço (construção civil)
20
Captação por poço (equipamento)
(k€/kW)
Captação em rio (construção civil)
15
Captação em rio (equipamento)
10
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Potência de escoamento (kW)
Ce = 29672 Pe-0,519
R² = 0,94
10
5
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Potência de escoamento, Pe (kW)
|
56 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
custos de equipamento, sendo tratados como um custo unitário
total expresso por metro de profundidade ou por m3 de escavação.
Os custos associados à Fase II dependem do caudal e da altura de
elevação traduzidos pela potência hidráulica do escoamento.
Apesar da amostra inicial associada à Fase II ser constituída por 12
elementos, as funções de custo são construídas apenas por nove
elementos, dado os mapas orçamentais analisados não conterem a
informação necessária relativa aos parâmetros caraterísticos.
Na Figura 4.12 e na Figura 4.13 sintetizam-se os resultados da
análise dos custos associados à Fase I de construção de captações
de água subterrânea em função do diâmetro, profundidade e
volume de perfuração. O custo unitário por metro de profundidade
apresenta uma relação crescente com o diâmetro de perfuração, Dp,
com um coeficiente de determinação muito baixo, R2 = 0,088
(Figura 4.12a) e uma relação decrescente com a profundidade de
perfuração, Pp, com um coeficiente de determinação elevado,
R2 = 0,79 (Figura 4.12b). O custo unitário por m3 de volume de
perfuração, Vp, apresenta igualmente uma relação decrescente com
este parâmetro e com um coeficiente de determinação elevado
(R2 = 0,81) (Figura 4.13).
Ambos os parâmetros caraterísticos, profundidade e volume de
perfuração, explicam os custos unitários da Fase I, uma vez que têm
coeficientes de determinação elevados, pelo que são utilizados para
a estimativa dos custos unitários de captações subterrâneas.
Quando a informação necessária para o cálculo do volume de
perfuração não constar dos mapas orçamentais, recomenda-se a
utilização dos custos unitários em função da profundidade de
perfuração.
O domínio de aplicação das funções de custo em função da
profundidade de perfuração está compreendido entre 60 e 400 m.
A utilização das funções de custo fora deste domínio deve ser
efetuada com parcimónia e apenas para valores de profundidade
entre 50 e 500 m. O domínio de extrapolação é representado a
cinzento na Figura 4.12b.
A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de
extrapolação, recomenda-se que sejam efetuadas da seguinte
forma:
|
58 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a)
800
Custo unitário de construção de captações
1,093
Cu= 0,29 Dp
2
R = 0,088
200
0
(b)
600
Custo unitário de construção de captações
-0,456
Cu= 3000 Pp
100
2
R = 0,79
0
2500
subterrâneas - Fase I, C u (€/m )
Curva de regressão (Cu)
3
Curvas de predição (5-95%)
2000
1500
1000
-0,557
Cu= 11000 Vp
500
2
R = 0,81
0
10 20 30 40 50 60 70 80
Volume de perfuração, Vp (m )
3
|
60 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a)
120
Custo de construção de captações Elementos da amostra (n=9)
subterrâneas - Fase I, C (10 €) Curva de regressão (C)
100
3
80
60
0,544
40
C = 2956 Pp
20
0
(b)
100
60
0,444
40
C = 10493 Vp
20
0
10 20 30 40 50 60 70 80
Volume de perfuração, Vp (m )
3
-0,599
Ccc = 5547 Pe
2
R = 0,63
0
(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico
3000
-0,265
Ce= 4637 Pe
2
R = 0,56
500
|
62 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Na Figura 4.16 são apresentadas as funções de custo total e de custo
total unitário de construção da Fase II de captações subterrâneas.
Verifica-se que o custo de equipamento eletromecânico e
instalações elétricas apresenta maior peso no custo de construção
deste tipo de instalações.
(a)
4000
captações subterrâneas - Fase II (€/kW)
Total (Ctu)
Custo unitário de construção de
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
3000
-0,34
Ctu= 8282 Pe
2000
2
R = 0,69
1000
0
(b)
Custo de captações subterrâneas - Fase II (10 €)
250
3
Total (Ct)
Construção civil
200
0,66
Ct= 8282 Pe
100
50
0
|65
ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA
Tipo A1
Uma água do Tipo A1 terá um esquema de tratamento que compreende
tratamento físico e desinfeção.
Tipo A2
Uma água do Tipo A2 terá um esquema de tratamento que compreende
tratamento físico e químico e desinfeção.
Tipo A3
Uma água do Tipo A3 terá um esquema de tratamento que compreende
tratamento físico, químico de afinação e desinfeção.
|
66 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Tipo II
Uma ETA do Tipo II inclui correção de pH, coagulação/floculação, decantação
ou flotação, filtração e desinfeção final, podendo incluir as etapas de pré-
oxidação (por exemplo, por ozonização) e/ou carvão ativado em pó (CAP).
Tipo III
Uma ETA do Tipo III inclui uma pré-oxidação, correção pH,
coagulação/floculação, decantação ou flotação, filtração, ozonização
intermédia, filtração com carvão ativado granulado (CAG) e desinfeção final.
(c) (d)
|
68 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a) (b)
|
70 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
A adsorção por Carvão Ativado (CA) consiste na transferência de
compostos solúveis na água para uma fase sólida. É utilizada para a
remoção de compostos orgânicos, incluindo os que dão origem a
sabor, cheiro e cor, os subprodutos da ozonização e da desinfeção
com cloro e dióxido de cloro, os solventes, os pesticidas, os fenóis,
os hidrocarbonetos, algumas toxinas e outros compostos
inorgânicos (e.g., cloro, arsénio, mercúrio, crómio). O CA pode ser
utilizado por doseamento em pó (CAP), para utilizações
descontínuas, ou em filtros granulares (carvão ativado granular,
CAG) mais comum em instalações com necessidades contínuas
(Figura 5.7). Consoante o tipo de utilização, o CA pode envolver
processos físicos (filtração), químicos (adsorção e reações redox) e
biológicos.
|71
ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA
Tipo I; 84% (26 instalações) correspondem a ETA Tipo II; e 6% (duas
instalações) correspondem a ETA Tipo III.
O número total de contratos analisados de ETA foi de 23, permitindo
obter o número total de elementos de 31, com diferentes datas de
lançamento de concurso (Quadro 5.1). O número total de
elementos foi dividido por tipo de ETA: para o Tipo I e Tipo III foram
considerados apenas três e dois elementos, respetivamente. Para o
Tipo II, a amostra inicial tem 26 elementos com uma percentagem
de valores anómalos de 12%. Relativamente à capacidade das
instalações de tratamento, verifica-se que os caudais de projeto
variam entre 20 e 556 l/s nos contratos analisados.
Total: 23
Número total de contratos (Norte: 11; Centro: 4; AM Lisboa:0;
Alentejo: 8; Algarve:0)
Data de lançamento do concurso [2004; 2013]
Amostra (n.º de elementos) 31 (Tipo I: 3; Tipo II: 26; Tipo III: 2)
Caudal (l/s) [20; 556]
Percentagem de valores anómalos 12%
Amostra final (n.º de elementos) 28
|
72 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a) (b)
16
10
8
12
Número de elementos
Número de elementos
6
8
4
4
3.2%
3.2%
2
32.3%
6.5%
6.5%
6.5%
6.5%
52%
22%
26%
0%
0%
0
0
Norte
Centro
Lisboa
Alentejo
Algarve
2004
2006
2008
2010
2011
2012
2013
AM
26%
Construção
civil
41%
32%
63%
Equipamento
eletromecânico
34%
47%
7%
Instalações
elétricas
14%
15%
Mediana das percentagens das rubricas de custo (%)
|
74 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
da função de custo aos elementos de cada uma das amostras,
apresentando um erro sem significado. Sempre que possível,
recomenda-se o cálculo através dos custos unitários parciais.
Embora a maior parte dos contratos de estações de tratamento de
água correspondam a empreitadas de conceção-construção, na
presente análise não foram contabilizados os custos de conceção e
elaboração do projeto de execução, nem os custos do arranque da
instalação para verificação das garantias de funcionamento. Estes
custos de projeto e de arranque da infraestrutura representam
entre 5 a 12% e 2 a 5% dos custos de construção, respetivamente,
dependendo do tipo e dimensão da ETA em causa.
Existem, ainda, sistemas de tratamento de pequena dimensão,
constituídos por sistemas de injeção de reagentes (e.g., hipoclorito
de sódio, carbonato de sódio, hidróxido de sódio), instalados em
edifícios ou recintos de outros componentes (e.g., captações,
reservatórios). Estes sistemas são compostos por bomba doseadora
de reagente, depósito de armazenamento de reagente e bacia de
retenção, sendo todos estes componentes associados à rubrica de
custos de equipamento eletromecânico. Não requerem, em geral, a
realização de trabalhos de construção civil e a instalação de
componentes elétricos próprios, uma vez que se encontram
associados a outros componentes. Estes sistemas não são
considerados ETA no presente guia técnico, sendo designados por
sistemas autónomos de injeção.
Analisaram-se mapas orçamentais que incluíam a instalação de um
a sete sistemas autónomos de injeção, para caudais de água a tratar
variáveis entre 3,4 e 60 l/s, e com custos totais de equipamento
variáveis entre 500 e 2 300 €. Caso se pretenda incluir este
componente, recomenda-se a utilização de um valor mediano igual
a 1 150 € por sistema de injeção. De salientar que para os
reservatórios apoiados, este componente já se encontra incluído
nos custos associados a trabalhos especiais (13.3).
|75
ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA
uma ETA do Tipo I, sendo composta apenas por uma etapa de
correção de pH (e.g., remineralização e/ou arejamento) e uma etapa
de desinfeção final, incluindo eventualmente uma etapa de
filtração. Uma vez que este tipo apresenta uma amostra muito
reduzida, apenas três elementos, não é possível realizar uma análise
estatística para a determinação de valores anómalos.
Na Figura 5.10 apresenta-se uma vista geral de uma ETA do Tipo I e
na Figura 5.11 o respetivo esquema de tratamento.
|
76 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
dentro do domínio de extrapolação alargado até valores de caudal
entre 15 l/s e 600 l/s, representando este valor um acréscimo de
cerca de 20% do limite superior do domínio da amostra. Os
intervalos de extrapolação são representados a sombreado na
Figura 5.12.
A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de
extrapolação, recomenda-se que sejam efetuadas da seguinte
forma:
• para valores de caudal inferiores a 15 l/s, adotar o custo
total correspondente ao limite inferior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo total, em euros, associado ao
caudal de 15 l/s);
• para valores de caudal superiores a 600 l/s, adotar o custo
unitário correspondente ao limite superior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo unitário, em €/(l/s), associado ao
caudal de 600 l/s).
Saliente-se que estas extrapolações contemplam erros de avaliação,
por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão, só
devendo ser adotadas em casos excecionais.
A Figura 5.13(a) apresenta o custo total unitário de construção de
estações de tratamento de água do Tipo I e a Figura 5.13(b) o custo
total de construção, ambas em função do caudal a tratar.
|77
ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA
(a)
3
Curva de regressão (Ccc)
3
2
-0,45
Ccc = 11217 Q
2
R =1
1
0
Caudal, Q (l/s)
(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico
3
2
-0,766
Ce = 60540 Q
2
R = 0,95
1
0
Caudal, Q (l/s)
Figura 5.12 – Custo unitário de construção de ETA do Tipo I: (a) construção civil; (b)
equipamento eletromecânico e instalações elétricas
|
78 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a)
10
Total (Ctu)
Construção civil
Custo unitário de construção
6
4
-0,612
Ctu = 54700 Q
2
R = 0,98
2
0
Caudal, Q (l/s)
(b)
700
Custo de construção de ETA Tipo I (10 €)
Total (Ct)
3
600
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
500
0,504
Ct = 28047 Q
400
300
200
100
0
Caudal, Q (l/s)
Figura 5.13 – ETA do Tipo I: (a) custo unitário; (b) custo de construção
|
80 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
80
Tipo II com pré-ozonização (n=8)
Tipo II sem pré-ozonização (n=18)
Custo unitário total [k€/(l/s)]
60
40
20
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550
Caudal (l/s)
-0,51
Ccc = 114664 Q
2
R = 0,43
20
10
0
Caudal, Q (l/s)
(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico
40
30
-0,902
20
Ce = 560455 Q
2
R = 0,84
10
0
|
82 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a)
70
Total (Ctu)
60 Construção civil
sem pré-ozonização [10 €/(l/s)]
Custo unitário de ETA Tipo II
40
-0,7
Ctu = 505204 Q
30
2
R = 0,72
20
10
0
Caudal, Q (l/s)
(b)
Custo de ETA Tipo II sem pré-ozonização (10 €)
4000
3
Total (Ct)
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
3000
0,3
Ct = 505204 Q
2000
1000
0
Caudal, Q (l/s)
3
Curva de regressão (Ccc )
80
Curvas de predição (5-95%)
60
-0,828
Ccc = 843640 Q
40
2
R = 0,45
20
0
(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico
40
-0,568
Ce = 206790 Q
20
2
R = 0,57
10
0
|
84 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
(a)
100
Total (Ctu)
com pré-ozonização [10 €/(l/s)]
Construção civil
Custo unitário de ETA Tipo II
80
60
40
-0,713
Ctu = 919360 Q
2
20
R = 0,55
0
Caudal, Q (l/s)
(b)
Custo de ETA Tipo II com pré-ozonização (10 €)
8000
3
Total (Ct)
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
6000
0,287
Ct = 919360 Q
4000
2000
0
Caudal, Q (l/s)
Figura 5.21 – ETA do Tipo III (Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.)
|
86 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Embora os valores não possam ser considerados representativos,
apresentam-se no Quadro 5.2 os dados relativos às duas ETA do
Tipo III analisadas no horizonte temporal do estudo.
Quadro 5.2 – Caraterização de duas instalações de tratamento de água do Tipo III
60
ETA Tipo II com pré-ozonização
50
ETA Tipo III
40
30
20
10
0
Caudal, Q (l/s)
|
88 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
6. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUA
Total: 29
Número total de contratos (Norte: 8; Centro: 12; AM Lisboa: 0;
Alentejo: 7; Algarve: 2)
Data de lançamento do concurso [2005; 2015]
Amostra inicial (n.º de elementos) 37
Caudal (l/s) [0,59; 496]
Altura de elevação (m) [3; 180]
Potência do escoamento (kW) [0,13; 430]
Percentagem de valores anómalos 11%
Amostra final (n.º de elementos) 32
(a) (b)
200
200
Altura de elevação (m c.a.)
150
100
100
50
50
0
|
90 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Os contratos analisados provêm de diversas regiões do país,
verificando-se a seguinte distribuição: região Norte com oito
contratos (correspondendo a 41% da amostra inicial), região Centro
com 12 contratos (35% da amostra inicial), região Alentejo com sete
contratos (19% da amostra inicial) e a região Algarve com dois
contratos (5% da amostra inicial), de acordo com a divisão de
NUTS II (Figura 6.3a). Relativamente aos anos de adjudicação dos
contratos, estes variam entre 2005 e 2015, com maior número de
elementos para o ano de 2005 e 2006, com 11 e 8 elementos,
respetivamente (Figura 6.3b).
(a) (b)
12
15
10
12
Número de elementos
Número de elementos
8
9
6
6
4
5%
2.7%
2.7%
3
29.7%
21.6%
10.8%
10.8%
2
5.4%
5.4%
5.4%
5.4%
41%
35%
19%
0%
0
0
Norte
Lisboa
Alentejo
Algarve
Centro
2005
2006
2007
2008
2009
2011
2012
2013
2014
2015
AM
Arranjos
5%
exteriores
Construção
22%
civil
Equipamento
28%
eletromecânico
Instalações
30%
elétricas
Trabalhos
11%
especiais
|
92 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
instalações elétricas apresentam coeficientes de determinação, R2,
iguais a 0,83 e a 0,86, respetivamente. Foram também
determinadas as curvas de predição associadas aos percentis 5 e
95%, representadas a tracejado na Figura 6.5.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende potências
do escoamento entre 0,19 e 430 kW. A utilização das funções de
custo fora do domínio de aplicação deve ser efetuada com
parcimónia e apenas dentro do domínio de extrapolação alargado
até valores de potência de 500 kW, representando um acréscimo de
cerca de 20% do limite superior do domínio da amostra (430 para
500 kW). Os intervalos de extrapolação são representados a
sombreado cinzento na Figura 6.5.
A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de
extrapolação, recomenda-se que sejam efetuadas da seguinte
forma:
• para valores de potência do escoamento inferiores a
0,19 kW, adotar o custo total correspondente ao limite
inferior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo total, em
euros, associado à potência de 0,19 kW);
• para valores de potência do escoamento superiores a
500 kW, adotar o custo unitário correspondente ao limite
superior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo unitário,
em €/kW, associado à potência de 500 kW).
Saliente-se que estas extrapolações contemplam erros de avaliação,
por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão, só
devendo ser adotadas em casos excecionais.
Na Figura 6.6 são apresentadas as funções de (a) custo total unitário
e (b) custo total de construção de estações elevatórias de água,
incluindo o custo de construção civil e de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas. A função de custo de
construção foi dividida em duas funções de forma a garantir o
melhor ajustamento aos elementos com potência do escoamento
até 10 kW e elementos com potência superior a este valor.
3
Curva de regressão (Ccc )
100
Curvas de predição (5-95%)
80
60
40
-0,689
Ccc = 21846 Pe
20
2
R = 0,83
0
(b)
Custo unitáriode equipamento eletromecânico
120
80
60
40
-0,559
Ce = 37655 Pe
20
2
R = 0,86
0
|
94 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
significado. Sempre que possível, recomenda-se o cálculo através
dos custos unitários parciais.
(a)
Total (Ctu)
250
de estações elevatórias (10 €/kW)
Construção civil
Custo unitário de construção
3
-0,606
Ctu = 63190 Pe
50
2
R = 0,89
0
(b)
€)
3
Total (Ct)
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
800
600
0,272
Ct (Pe<10) = 66650 Pe
400
0,56
Ct (Pe>10) = 35470 Pe
200
0
Figura 6.6 – Estações elevatórias de água: (a) custo unitário; (b) custo de
construção
RESERVATÓRIOS |97
Figura 7.2 – Reservatórios elevados: um e dois reservatórios
|
98 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO DA
ÁGUA
Dos 126 elementos da amostra inicial foram identificados dois
valores anómalos, obtendo-se uma amostra final de 124 elementos.
Total: 79
Número total de contratos (Norte: 41; Centro: 18; AM Lisboa: 0;
Alentejo: 18; Algarve: 2)
Data de lançamento do concurso [2004; 2015]
Amostra inicial (n.º de elementos) 126 (1 célula: 30; 2 células 96)
Volume (m3) [40; 15 000]
Número de células [1; 2]
Percentagem de valores anómalos 2%
Amostra final (n.º de elementos) 124
(a) (b)
70
40
60
35
Número de elementos
Número de elementos
10 15 20 25 30
20 30 40 50
4.0%
2.4%
2.4%
10
0.8%
2005 14.3%
2006 29.4%
2009 11.9%
2%
Norte 53%
Centro 28%
Alentejo 17%
2004 9.5%
2007 4.8%
2008 8.7%
2013 5.6%
2014 6.3%
5
0%
0
0
Lisboa
Algarve
2010
2011
2012
2015
AM
RESERVATÓRIOS |99
inicial, 21 elementos correspondem a reservatórios de duas células
e os restantes 11 elementos a reservatórios de uma célula.
Relativamente às caraterísticas das estações elevatórias associadas,
o caudal pode variar entre 1,2 e 722 l/s, a altura de elevação entre
12,5 e 307 m c.a. e a potência hidráulica do escoamento entre 0,7 e
819 kW. Na Figura 7.4 apresenta-se a distribuição dos valores de
altura de elevação em função do caudal da estação elevatória
associada.
Total: 22
Número total de contratos (Norte: 6; Centro: 10; AM Lisboa: 0;
Alentejo: 6; Algarve: 0)
Data de lançamento do concurso [2005; 2014]
Amostra inicial (n.º de elementos) 32 (1 célula: 11; 2 células: 21)
Volume (m3) [75; 6 000]
Número de células [1; 2]
Caudal (l/s) [1,2; 722]
Altura de elevação (m c.a.) [12,5; 307]
Potência do escoamento (kW) [0,7; 819]
Percentagem de valores anómalos 3%
Amostra final (n.º de elementos) 31
400
Altura de elevação (m c.a.)
300
200
100
0
Figura 7.4 – Distribuição dos valores de altura de elevação em função do caudal das
estações elevatórias associadas aos reservatórios apoiados
|
100 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Os contratos analisados provêm de diversas regiões do país: região
Norte com seis contratos (28% da amostra inicial), região Centro
com 10 contratos (44% da amostra inicial) e região Alentejo com seis
contratos (28% da amostra inicial), de acordo com a divisão de NUTS
II (Figura 7.5a). Relativamente aos anos de adjudicação, estes variam
entre 2005 e 2014, com maior incidência para estes anos, ambos
constituídos por oito elementos cada (Figura 7.5b).
(a) (b)
14
8
12
7
Número de elementos
Número de elementos
6
10
5
8
4
6
3
4
3.1%
2
2005 25.0%
2009 12.5%
2013 18.8%
2014 25.0%
2
2006 9.4%
2008 6.3%
1
Norte 28%
Centro 44%
Alentejo 28%
0%
Algarve 0%
0
0
Lisboa
2012
AM
RESERVATÓRIOS |101
entre 2005 e 2014, com dois elementos para os anos de 2005, 2008,
2011 e um elemento para os anos de 2013 e 2014 (Figura 7.6b).
Total: 8
Número total de contratos (Norte: 0; Centro: 3; AM Lisboa: 0;
Alentejo: 5; Algarve: 0)
Data de lançamento do concurso [2005; 2014]
Amostra inicial (n.º de elementos) 8
Volume (m3) [100; 500]
Altura do fuste (m) [15; 30]
Percentagem de valores anómalos 0%
Amostra final (n.º de elementos) 8
(a) (b)
5
2
4
Número de elementos
Número de elementos
3
1
2 1
37.5%
62.5%
12.5%
12.5%
25%
25%
25%
0%
0%
0%
0
0
Norte
Lisboa
Alentejo
Algarve
Centro
2005
2008
2011
2013
2014
AM
|
102 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
percentagem de custo para os três tipos de reservatórios, com 70%
para os reservatórios elevados, seguido de 57% para os
reservatórios apoiados sem estação elevatória e de 49% para os
reservatórios apoiados com estação elevatória associada. A segunda
rubrica com maior peso no custo total de construção dos
reservatórios corresponde aos equipamentos eletromecânicos,
sendo os reservatórios com estação elevatória associada os que
apresentam o maior valor da mediana da percentagem (24%).
As restantes rubricas de custo apresentam medianas mais baixas,
com a seguinte variação: 3 a 7% de estaleiro, 6 a 11% de arranjos
exteriores, 9 a 13% de instalações elétricas e 0 a 4% de trabalhos
especiais.
3%
Estaleiro 3%
7%
11%
Arranjos
6%
exteriores
7%
57%
Construção
49%
civil
70%
15%
Equipamento
24%
eletromecânico
12%
12%
Instalações
13%
elétricas Reservatório Apoiado (n=124)
9%
Reservatório Apoiado com EE (n=31)
4%
Trabalhos Reservatório Elevado (n=8)
2%
especiais
0%
Mediana das percentagens das rubricas de custo (%)
RESERVATÓRIOS |103
reservatórios associados a estação elevatória) e existência de
arranjos exteriores e/ou de trabalhos especiais.
O custo de reservatórios foi dividido em custo de construção civil e
custo de equipamento eletromecânico, instalações elétricas e
circuitos hidráulicos (e.g., ligações à rede de distribuição existente).
Considerou-se que o custo de construção civil incluía também os
custos de estaleiro, mas não o custo de arranjos exteriores, nem o
custo de trabalhos especiais.
A estimativa dos custos de construção de reservatórios pode ser
efetuada com base nas funções associadas aos custos unitários
parciais, procedendo-se à soma do custo de construção civil e do
equipamento e instalações elétricas, ou através dos custos unitários
totais. A diferença dos custos obtidos pelas diferentes funções é
resultante do ajustamento da função de custo aos elementos de
cada uma das amostras, apresentando um erro sem significado.
Sempre que possível, recomenda-se o cálculo através dos custos
unitários parciais.
|
104 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
coeficientes de determinação, R2, iguais a 0,62 e a 0,46 para o custo
de construção civil sem arranjos exteriores e o custo de
equipamento eletromecânico e instalações elétricas,
respetivamente.
1 000
800
Figura 7.8 – Custo unitário de construção civil sem arranjos exteriores para
reservatórios apoiados com uma e duas células
RESERVATÓRIOS |105
Saliente-se que estas extrapolações contemplam erros de avaliação,
por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão, só
devendo ser adotadas em casos excecionais.
(a)
Custo unitário de construção civil, C cc (€/m )
1000
3
- 0,366
Ccc = 2718 V
2
R = 0,62
200
0
Volume, V (m )
3
(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico
1700
- 0,533
Ce = 3479 V
340
2
R = 0,46
0
Volume, V (m )
3
|
106 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
eletromecânico e instalações elétricas. Verifica-se que o custo total
unitário (Figura 7.10a) é representado, essencialmente, pelo custo
de construção civil, existindo uma pequena contribuição do custo
de equipamento e instalações elétricas. O custo total de construção
de reservatórios (Figura 7.10b) aumenta com o volume,
apresentando um elevado número de elementos para reservatórios
de pequena e média capacidade (até 5 000 m3).
(a)
1000
Total (Ctu)
de reservatórios apoiados (€/m )
3
Construção civil
Custo unitário de construção
800
- 0,426
Ctu = 5958 V
200
2
R = 0,62
0
Volume, V (m )
3
(b)
2000
Total (Ct)
de reservatórios apoiados (10 €)
Construção civil
3
1600
0,574
Ct = 5958 V
1200
800
400
0
Volume, V (m )
3
Figura 7.10 – Reservatórios apoiados sem estação elevatória: (a) custo unitário; (b)
custo de construção
RESERVATÓRIOS |107
7.3.3. Reservatórios apoiados associados a estações
elevatórias
A amostra final de reservatórios apoiados associados a estações
elevatórias é constituída por 31 elementos. As funções de custo de
construção civil e de equipamento eletromecânico e instalações
elétricas são apresentadas na Figura 7.11.
Os custos de construção civil são influenciados maioritariamente
pelo volume do reservatório. No entanto, quando as estações
elevatórias associadas são de maior dimensão (para potências do
escoamento iguais ou superiores a 10 kW), a potência do
escoamento também influencia o custo de construção civil. O custo
de equipamento eletromecânico e instalações elétricas está
fortemente correlacionado com a potência do escoamento; no
entanto, quando os reservatórios são de elevada dimensão, o
volume também influencia o custo de equipamento e instalações
elétricas. Assim, para ambos os custos, foram construídas funções
de custo com os dois parâmetros caraterísticos: o volume total, V, e
a potência do escoamento, Pe.
Os custos unitários [€/(m3.kW)] são representados em função do
volume e definidos diferentes valores de potência do escoamento
desde 1 até 1 000 kW, apresentando coeficientes de determinação
bastante elevados e superiores a 0,90. Foram ainda calculados os
coeficientes de determinação ajustados, uma vez que as funções de
custo são construídas com mais do que um parâmetro caraterístico,
observando-se valores de R2 iguais a 0,96 e a 0,92 para o custo de
construção civil e para o custo de equipamento eletromecânico e
instalações elétricas, respetivamente.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende volumes
entre 75 e 6000 m3 e potências do escoamento entre 0,7 e 819 kW.
A utilização das funções de custo fora do domínio de aplicação deve
ser efetuada com parcimónia e apenas dentro do domínio de
extrapolação alargado a valores de volumes entre 40 e 7 000 m3 e
de potências do escoamento entre 0,7 e 1 000 kW. Os intervalos de
extrapolação são representados a sombreado cinzento na
Figura 7.11.
|
108 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
Custo unitário de construção civil, C cc [€/(m .kW)]
500
3
Pe=10 kW
Pe=50 kW
300
Pe=300 kW
Pe=1000 kW
200
- 0,487 - 0,842
Ccc = 4685 V Pe
2 2
R = 0,96 R adj = 0,96
100
0
Volume, V (m )
3
(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico
400
e instalações elétricas, C e [€/(m .kW)]
Pe=10 kW
300
Pe=50 kW
Pe=300 kW
Pe=1000 kW
200
- 0,783 - 0,631
Ce = 13450 V Pe
100
2 2
R = 0,93 R adj = 0,92
0
Volume, V (m )
3
RESERVATÓRIOS |109
extrapolação do volume (V = 7 000 m3) e da potência do escoamento
(Pe = 1 000 kW), o custo unitário a considerar deverá corresponder
ao custo unitário de um reservatório com V = 7 000 m3 e
Pe = 1 000 kW.
Potência do
Volume,
escoamento, Custo unitário (€/(m3. kW)) ou custo total (k€)
V (m3)
Pe (kW)
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce ou a função
Pe < 0,7 de custo total considerando V = 40 m3 e Pe = 0,7 kW,
para o cálculo dos custos unitários e totais.
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce, com
3
0,7 ≤ Pe ≤ 1 000 V = 40 m e potência pretendida. O custo total 3é obtido
V < 40 multiplicando os custos unitários por V = 40 m e pela
potência do escoamento instalada.
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce, com
Pe > 1 000 volume igual a 40 m3 e potência igual a 1 000 kW. O
custo total é obtido multiplicando os custos unitários
por V = 40 m3 e pela potência do escoamento instalada.
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce
considerando
Pe < 0,7 V = 7 000 m3 e Pe = 0,7 kW. O custo total é obtido
multiplicando os custos unitários por Pe = 0,7 kW e pelo
volume do reservatório.
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce, com
3
V > 7 000 0,7 ≤ Pe ≤ 1 000 volume igual a 7 000 m e potência pretendida. O custo
total é obtido multiplicando os custos unitários pelo
volume e pela potência do escoamento pretendidos.
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce, V = 7 000
m3 e
Pe > 1 000 Pe = 1 000 kW. O custo total é obtido multiplicando os
custos unitários pelo volume e pela potência do
escoamento pretendidos.
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce,
Pe < 0,7 Pe = 0,7 kW e volume pretendido. O custo total é
obtido multiplicando os custos unitários pelo volume
pretendido e por Pe = 0,7 kW.
40 ≤ V ≤ 7 000
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce,
Pe > 1 000 Pe = 1 000 kW e volume pretendido. O custo total é
obtido multiplicando os custos unitários pelo volume e
pela potência do escoamento pretendidos.
|
110 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Estas extrapolações contemplam erros de avaliação, por defeito ou
por excesso, que podem ter alguma expressão, só devendo ser
adotadas em casos excecionais.
Na Figura 7.12 apresenta-se o custo total de construção de
reservatórios apoiados associados a estações elevatórias em função
do volume e da potência hidráulica do escoamento. Verifica-se que
o custo total aumenta com o volume e com a potência do
escoamento.
3000
associados a estações elevatórias (10 €)
3
Pe=1000 kW
Pe=500 kW 0,393 0,25
Pe=100 kW Ct = 14373 V Pe
2000
Pe=50 kW
Pe=1 kW
1000
0
Volume, V (m )
3
RESERVATÓRIOS|111
Verifica-se um aumento dos custos com o aumento do valor dos
parâmetros caraterísticos (volume e altura de fuste), com
coeficientes de determinação, R2, iguais a 0,86 para o custo de
construção civil sem arranjos exteriores e a 0,71 para o custo de
equipamento eletromecânico e instalações elétricas. Os
coeficientes de determinação ajustados, R2adj, também foram
calculados, obtendo-se valores iguais a 0,80 e a 0,60,
respetivamente para os custos de construção civil e de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas. A altura do fuste apresenta
maior influência no custo de construção civil do que no custo do
equipamento eletromecânico e instalações elétricas.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende volumes
entre 100 e 500 m3 e alturas de fuste entre 15 e 30 m. Neste caso,
não se estabelece domínio de extrapolação.
A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de aplicação,
recomenda-se que sejam seguidas as recomendações apresentadas
no Quadro 7.5. Salientam-se dois casos extremos. Sempre que
forem utilizados valores menores que o limite inferior do domínio
de aplicação do volume (V = 100 m3) e da altura de fuste (h = 15 m),
os custos parciais e total do reservatório devem corresponder aos
custos de um reservatório com estas dimensões. No caso de serem
utilizados valores maiores que o limite superior de aplicação do
volume (V = 500 m3) e da altura de fuste (h = 30 m), o custo total
parcial deverá ser calculado utilizando estes valores e, depois,
multiplicado pelas razões entre o volume pretendido e o volume do
limite superior e entre a altura de fuste pretendida e a altura de
fuste do limite superior.
Estas extrapolações contemplam erros de avaliação, por defeito ou
por excesso, que podem ter alguma expressão, só devendo ser
adotadas em casos excecionais.
|
112 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
600
Custo de construção civil, C cc (10 €) Elementos da amostra (n=8)
3
h=30 m
500
h=25 m
h=20 m
400
h=15 m
300
200
0,487 1,102
Ccc = 566,7 V h
100
2 2
R = 0,86 R adj = 0,8
0
Volume, V (m )
3
(b)
150
Custo de equipamento eletromecânico
h=30 m
3
h=25 m
h=20 m
h=15 m
100
0,84 0,348
Ce = 240,3 V h
2 2
50
Volume, V (m )
3
RESERVATÓRIOS |113
Quadro 7.5 – Recomendações para a estimativa do custo de reservatórios elevados
fora do domínio de aplicação
Altura
Volume,
do fuste, Custo total (k€)
V (m3)
h (m)
Utilizar as funções de custo Ccc e Ce com V = 100 m3 e h = 15 m.
h < 15
Ccc =105,5 (103 €) e Ce =29,5 (103 €)
|
114 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Na Figura 7.14 apresenta-se o custo total de construção de
reservatórios elevados, representando o somatório dos custos de
construção civil e de equipamento eletromecânico e instalações
elétricas.
600
€)
h=30 m
500
h=25 m
h=20 m
400
h=15 m
300
200
0,534 0,944
Ct = 924,2 V h
100
0
Volume, V (m )
3
RESERVATÓRIOS |115
reservatórios apoiados sem estação elevatória associada. Assim,
recomenda-se que o custo total de reservatórios com estação
elevatória seja comparado com o custo total obtido para
reservatórios simples. Quando a diferença se torne relevante e se
observe que o custo do reservatório com EE associada seja inferior
(o que poderá ocorrer para potências do escoamento, Pe, inferiores
a 15 kW), recomenda-se a utilização do máximo dos custos totais
obtidos para os reservatórios simples e reservatórios associados a
EE.
2 500
Custo de construção de reservatórios apoiados com e sem
2 000
estação elevatória associada (k€)
1 000 1 500
Reserv. Apoiado
0 1 500 3 000 4 500 6 000 7 500 9 000 10 500 12 000 13 500 15 000
Volume (m3)
|
116 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
8. CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO
E RAMAIS
|cxvii
ERRO! NÃO EXISTE NENHUM TEXTO COM O ESTILO ESPECIFICADO NO DOCUMENTO.
|
118 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a) (b) (c)
Figura 8.2 – Instalação de condutas: (a) PVC; (b) PEAD; (c) FFD
Figura 8.3 – Ramais de ligação domiciliários: (a) instalação de ramais; (b) ramais
provisórios
|
120 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Quadro 8.1 – Caraterísticas dos contratos analisados de condutas de adução, de
distribuição e ramais de ligação
Data de
Número total de Número total de
Componente adjudicação de
contratos elementos
obra
Total: 172
Norte: 74 535
Condutas de Centro: 45 Aço: 12
[2004; 2015]
adução AM Lisboa: 5 FFD: 252
Alentejo: 42 PEAD: 271
Algarve: 6
Total: 142
Norte: 31 424
Condutas de Centro: 19 PVC: 45
[2004; 2016]
distribuição AM Lisboa: 71 PEAD: 348
Alentejo: 17 FFD: 31
Algarve: 4
Total: 112
Norte: 24
349
Centro: 17
Ramais de ligação PVC: 22 [2005; 2016]
AM Lisboa: 55
PEAD: 327
Alentejo: 9
Algarve: 7
Quadro 8.2 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de condutas de adução
Percentagem de Diâmetros
Material Amostra final Extensão (m)
valores anómalos nominais (mm)
FFD 0% 252 [60; 1 000] [10; 16 046]
4%
Pavimentação 10%
9%
10%
Movimento
14%
de terras
21%
61%
Tubagens 43%
21%
11%
Acessórios
17%
e câmaras
17%
5%
Construção Adutora em Aço (n=12)
3%
civil e diversos
5% Adutora em FFD (n=252)
|
122 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Quadro 8.3 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de condutas de
distribuição
Percentagem de Amostra Diâmetros
Material Extensão (m)
valores anómalos final nominais (mm)
PVC 11% 40 [63; 400] [18; 8 682]
7%
Pavimentação 14%
23%
13%
Movimento
26%
de terras
18%
31%
Tubagens 14%
18%
16%
Acessórios
21%
e Câmaras Distribuição em FFD
17% (n=31)
18%
Construção Distribuição em PEAD
6%
civil e diversos (n=317)
7%
Quadro 8.4 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de ramais de ligação de
água
Percentagem de valores Diâmetro nominal
Material Amostra final
anómalos (mm)
PVC 0% 22 [20; 50]
|
124 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
de determinação não tem significado estatístico para suportar esta
observação (Figura 8.6). Por outro lado, os custos tendem a
aumentar com a percentagem de rocha na vala, dado esta
incrementar os custos associados aos movimentos de terra. No
entanto, a maioria dos mapas orçamentais analisados não indica a
distribuição dos tipos de material que compõe a vala, nem a
percentagem de rocha, pelo que este fator não pode ser
considerado na análise.
(a)
1000
2
CPEAD = - 0,00085 L + 45,17 R = 0,0039
2
CAço = - 0,03 L + 739,4 R = 0,13
400
200
0
Extensão, L (m)
(b)
400
2
CFFD = 0,089 L + 132,2 R = 0,024
2
200
Extensão, L (m)
|
126 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
2500
Custo unitário de construção de condutas
2
CAço = 0,00054 DN + 0,0743 DN + 15
1000
2
R = 0,97
500
0
(b)
3000
Custo unitário de construção de condutas
2
CAço = 0,00054 DN + 0,0743 DN + 15
1500
2
R = 0,97
1000
500
0
60 200 350 500 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
2
CPEAD = 0,00041 DN + 0,1185 DN + 15
200
2
R = 0,81
100
0
(b)
2000
Custo unitário de construção de condutas
2
CPEAD = 0,00041 DN + 0,1185 DN + 15
2
R = 0,81
500
0
50 160 280 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
|
128 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
1200
Custo unitário de construção de condutas
2
CFFD = 0,00081 DN + 0,1658 DN + 15
600
2
R = 0,92
400
200
0
60 125 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
(b)
4000
Custo unitário de construção de condutas
2
CFFD = 0,00081 DN + 0,1658 DN + 15
2
R = 0,92
1000
0
60 200 350 500 700 900 1200 1400 1600 1800 2000
2000
2 2
CFFD = 0,00081 DN + 0,1658 DN + 15 R = 0,92
2 2
1000
FFD
PEAD
Aço
500
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
(b)
4000
FFD
Custo unitário de construção
de condutas adutoras (€/m)
PEAD
3000
Aço
2000
1000
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
|
130 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
de pavimentação (Curva de regressão com TE e Pav), assim como os
elementos da amostra correspondentes ao custo de construção sem
incluir trabalhos especiais e pavimentação.
Nas condutas adutoras de aço, o custo de trabalhos especiais tem
pouco significado, uma vez que as curvas de regressão da amostra
de elementos e da curva de regressão incluindo os trabalhos
especiais estão sobrepostas. Apenas o custo de levantamento e
reposição de pavimento contribui para o aumento do custo de
condutas adutoras em aço, verificando-se um aumento do custo de
pavimentação com o diâmetro nominal. Nas condutas adutoras em
PEAD, as três curvas de regressão estão muito próximas, sendo os
custos de trabalhos especiais e de pavimentação pouco
significativos no custo de construção da conduta adutora.
Por último, nas condutas adutoras em FFD, os custos de trabalhos
especiais e de pavimentação contribuem para o aumento do custo
da conduta, especialmente para maiores diâmetros nominais.
Observa-se que para os três materiais de condutas adutoras a
inclusão dos custos de trabalhos especiais e de pavimentação
aumenta a dispersão da amostra de elementos, contribuindo para
um coeficiente de determinação mais baixo comparativamente com
o coeficiente da curva de regressão da amostra de elementos inicial.
No caso de o material de tubagem ser desconhecido, poder-se-á
utilizar a função de custo para uma conduta adutora genérica
(independente do material), construída com base nos elementos
dos três materiais (Figura 8.12). À semelhança da análise anterior,
foram, também, representadas as funções com os custos de
trabalhos especiais e de pavimentação. Verifica-se que o custo de
pavimentação apresenta um peso superior no custo de construção
de adutoras comparativamente com o custo de trabalhos especiais,
essencialmente para maiores diâmetros nominais.
|131
CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS
(a)
2500
Custo unitário de construção de condutas
Elementos da amostra (n=12)
Curva de regressão (CAço)
1500
1000
2 2
500
(b)
500
Custo unitário de construção de condutas
2 2
CPEAD = 0,00041 DN + 0,1185 DN + 15 R = 0,81
2 2
CPEAD_TE = 0,00045 DN + 0,0912 DN + 24 R = 0,73
200
2 2
CPEAD_TE_Pav = 0,0006 DN + 0,016 DN + 39 R = 0,63
100
0
(c)
1000 1200 1400
Custo unitário de construção de condutas
2 2
CFFD_TE = 0,001 DN + 0,0797 DN + 27 R = 0,87
2 2
CFFD_TE_Pav = 0,001 DN + 0,0447 DN + 42 R = 0,87
600
400
200
0
60 125 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
|
132 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
2500
2 2
CAdutora = 0,00048 DN + 0,2313 DN + 15 R = 0,9
2 2
Custo unitário de construção
2 2
CAdutora_TE_Pav = 0,00065 DN + 0,1374 DN + 45 R = 0,84
Adutora (CAdutora)
1500
0 50 160 280 400 500 600 800 1000 1200 1500 1800 2000
2
CFFD = 0,00081 DN + 0,3245 DN + 15
2
R = 0,95
200
100
0
|
134 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Para estimar custos associados a diâmetros nominais fora do
domínio de aplicação deve ser utilizada a função de custo obtida.
Extrapolações acima do diâmetro máximo até diâmetros
correspondentes a acréscimos de 20% acima destes podem ser
efetuadas com alguma confiança, sendo esta zona de extrapolação
representada a sombreado cinzento mais claro nas figuras. Acima
destes valores, intervalo representado pelo sombreado cinzento
mais escuro na Figura 8.15, podem igualmente usar-se as curvas de
regressão, mas com muito menos confiança pelo que a sua
utilização deve ser efetuada com parcimónia e em situações
excecionais.
150
Custo unitário de construção de condutas
2
CPVC = 0,00024 DN + 0,1068 DN + 15
2
R = 0,91
50
0
|135
CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS
(a)
150
Custo unitário de construção de condutas
de distribuição em PEAD, CPEAD (€/m)
Elementos da amostra (n=139)
Curva de regressão (CPEAD)
Curvas de predição (5-95%)
100
50
CPEAD = 0,2096 DN + 16
2
R = 0,83
0
(b)
Custo unitário de construção de condutas de
250
CPEAD = 0,2331 DN + 46
2
R = 0,87
0
|
136 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
200
Custo unitário de construção de condutas
de distribuição em PEAD, CPEAD (€/m) Zona urbana
150
100
50
0 Zona rural a medianamente urbana
300
2 2
CFFD = 0,00081 DN + 0,3245 DN + 15 R = 0,95
250
CPVC = 0,00024 DN + 0,1068 DN + 15 R = 0,91
200
CPEAD* = 0,2096 DN + 16 R = 0,83
PEAD** (Zona urbana)
150 PEAD* (Zona rural a medianamente urbana)
FFD
PVC
100
50
0
(b)
400
FFD
300
PVC
200
100
0
|
138 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
e Pav), assim como os elementos da amostra correspondentes ao
custo de construção sem incluir trabalhos especiais e pavimentação.
Nas condutas de distribuição em FFD, o custo de trabalhos especiais
apresenta um valor mediano de 11 €/m, sendo possível distinguir as
três curvas de regressão (Figura 8.18a). Nas condutas de distribuição
em PVC o custo de trabalhos especiais apresenta um valor mediano
inferior e igual a 8 €/m (Figura 8.18b). Devido ao baixo custo de
trabalhos especiais e ao ajustamento da curva de regressão aos
elementos da amostra, para diâmetros nominais entre 160 e
315 mm, a curva de regressão com trabalhos especiais apresenta
custos inferiores à curva inicial estimada (sem os custos de trabalhos
especiais e pavimentação), pelo que se recomenda a utilização
desta curva de regressão nos referidos diâmetros.
As condutas de distribuição em PEAD para a zona rural a
medianamente urbana apresentam, também, custos inferiores para
a curva de regressão com trabalhos especiais para diâmetros
nominais superiores a 200 mm, comparativamente com a curva
inicial estimada, pelo que, à semelhança das condutas de
distribuição em PVC, recomenda-se a utilização da curva de
regressão inicial. Na zona urbana é possível distinguir as três curvas
de regressão. No caso do PEAD, para a zona rural a medianamente
urbana, o custo de trabalhos especiais apresenta um valor mediano
de 10 €/m, enquanto para a zona urbana o valor mediano é de
11 €/m.
Observa-se que, para todos os materiais de condutas de
distribuição, a inclusão dos custos de trabalhos especiais e de
pavimentação aumenta a dispersão da amostra de elementos,
contribuindo para um coeficiente de determinação mais baixo
comparativamente com o coeficiente da curva de regressão da
amostra de elementos inicial, à exceção das condutas de
distribuição em FFD.
No caso de o material de tubagem ser desconhecido, deverá utilizar-
se a função de custo para uma conduta genérica (independente do
material), construída com os elementos dos três materiais
(Figura 8.20). Esta curva pode ser usada para estimar
genericamente os custos de redes de distribuição, uma vez
especificado um diâmetro médio, devendo estes serem acrescidos
|139
CONDUTAS DE ADUÇÃO, DE DISTRIBUIÇÃO E RAMAIS
dos custos de pavimentação, de trabalhos especiais e dos ramais. À
semelhança da análise anterior, foram também representadas as
funções com os custos de trabalhos especiais e de pavimentação.
Verifica-se que o custo de pavimentação apresenta um peso
ligeiramente superior no custo de construção de condutas de
distribuição comparativamente com o custo de trabalhos especiais,
essencialmente para menores diâmetros nominais.
(a)
500
Custo unitário de construção de condutas
2 2
CFFD = 0,00081 DN + 0,3245 DN + 15 R = 0,95
2 2
CFFD_TE = 0,00077 DN + 0,3231 DN + 26 R = 0,95
2 2
CFFD_TE_Pav = 0,00091 DN + 0,2636 DN + 41 R = 0,95
200
100
0
(b)
150
Custo unitário de construção de condutas
2 2
CPVC = 0,00024 DN + 0,1068 DN + 15 R = 0,91
2 2
CPVC_TE = 0,00041 DN + 0,02259 DN + 23 R = 0,86
2
C PVC_TE_Pav = 0,00043 DN - 0,029 DN + 38 R 2 = 0,39
0
|
140 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
120
Custo unitário de construção de condutas
de distribuição em PEAD, CPEAD (€/m)
Elementos da amostra (n=139)
Curva de regressão (CPEAD)
100
2
CPEAD = 0,2096 DN + 16 R = 0,83
20
2
CPEAD_TE = 0,1585 DN + 26 R = 0,66
2
CPEAD_TE_Pav = 0,1389 DN + 41 R = 0,43
0
(b)
Custo unitário de construção de condutas de
250
2
CPEAD = 0,2331 DN + 46 R = 0,87
50
2
CPEAD_TE = 0,2203 DN + 57 R = 0,76
2
CPEAD_TE_Pav = 0,2018 DN + 72 R = 0,68
0
200
Distribuição com TE e Pav (CDist_TE_Pav)
150
100
2 2
CDist = 0,001 DN + 0,0534 DN + 32 R = 0,78
50
2 2
CDist_TE = 0,0011 DN + 0,0104 DN + 42 R = 0,7
2 2
CDist_TE_Pav = 0,0011 DN - 0,0174 DN + 57 R = 0,63
0
0 50 75 100
110 140 180 200 225 300 355 400 500
|
142 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
500
Custo unitário de construção de ramais
2
R = 0,44
0
(b)
700
Custo unitário de construção de ramais
2
R = 0,36
0
Zona urbana
600
|
144 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
TE – CPEAD_TE), assim como os elementos da amostra sem incluir o
custo de trabalhos especiais. O custo de levantamento e reposição
de pavimento está incluído no custo da amostra inicial de ramais.
1000
Custo unitário de construção de ramais
2
CPEAD = 0,7872 DN + 244 R = 0,36
2
CPEAD_TE = 2,156 DN + 352 R = 0,12
0
|149
CONDUTAS ELEVATÓRIAS, EMISSÁRIOS GRAVÍTICOS E SUBMARINOS
Um emissário ou exutor submarino consiste numa conduta terminal
que assegura o transporte do efluente (em geral, tratado) até uma
certa distância da costa, promovendo os processos naturais de
diluição, dispersão e assimilação em meio marinho. Visa a redução
das concentrações de poluentes a níveis admissíveis pela legislação
e minimiza o impacto no meio ambiente. No presente estudo foram
apenas identificados e analisados emissários submarinos em PEAD
(Figura 9.1).
(a) (b)
|
150 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Os emissários submarinos correspondem a um total de 14
elementos provenientes de 14 contratos analisados (Quadro 9.1).
Quadro 9.2 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de condutas elevatórias
Percentagem de Diâmetros
Material Amostra final Extensão (m)
valores anómalos nominais (mm)
FFD 0% 23 [80; 1 000] [10, 3 169]
3%
Estaleiro 4%
6%
12%
Pavimentação 22%
28%
12%
Movimento
de terras 26%
23%
44%
Tubagens 20%
11%
|
152 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
9.2.3. Emissários gravíticos
A amostra inicial relativa a emissários gravíticos construídos em vala
aberta, constituídos pelos diferentes materiais (PPc, PEAD, PVC e
FFD) é composta por 205 elementos.
O FFD é um material comummente utilizado em emissários
gravíticos em travessias de linhas de águas (enterrado), de estradas
nacionais (em passagens hidráulicas) ou de pontes, em condutas
suspensas ou apoiadas no tabuleiro. Nos emissários gravíticos
registou-se apenas a utilização deste material em vala e em
travessias (sem abertura de vala). Devido às diferenças de custo de
emissários de FFD em vala e em travessia, optou-se por separar
estes dois tipos de condutas. Por outro lado, o PPc e o PVC
apresentam custos nas diversas rubricas muito semelhantes, sendo
por isso, apresentado um custo de construção único para os dois
materiais.
A percentagem de valores anómalos registada é 3% para o PPc/PVC
e 21% para o PEAD. As amostras finais dos materiais dos emissários
gravíticos são constituídas por 50 elementos relativos ao FFD em
vala, 14 elementos para o FFD em travessia, 68 elementos para o
PEAD e 204 elementos para emissários em PPc/PVC (Quadro 9.3).
O PPc/PVC e o FFD em vala são usados, nas amostras analisadas, em
coletores com diâmetros até 1 000 mm, enquanto o PEAD é usado
para diâmetros até 1 600 mm. O FFD em travessia apresenta a
menor gama de diâmetros nominais, entre 200 e 900 mm. Em
termos de extensão, o FFD em travessia é utilizado para menores
extensões de rede, sendo o comprimento máximo de 2 699 m. O
PPc/PVC é utilizado para maiores extensões, com um comprimento
máximo de 22 076 m. A profundidade média de vala varia entre 1,2
m para emissários em PEAD e 4,9 m para emissários em FFD.
Na Figura 9.3 apresenta-se a distribuição de emissários por rubricas
de custo. O custo da tubagem de FFD varia, em termos médios, de
52 a 80% em vala e em travessia, respetivamente; para emissários
em PPc/PVC e PEAD, o valor da tubagem varia entre 14 e 26%,
respetivamente. Cada uma das rubricas de custo tem um peso
relativo muito similar para as tubagens de PEAD e PPc/PVC, sendo
as componentes de movimento de terras e câmaras de visita as mais
|153
CONDUTAS ELEVATÓRIAS, EMISSÁRIOS GRAVÍTICOS E SUBMARINOS
significativas, com valores (medianos) variáveis entre 23 e 33% e
entre 14 e 20%, respetivamente.
O custo da pavimentação apresenta menor variabilidade entre os
contratos analisados deste componente em relação aos restantes
componentes (coletores gravíticos e condutas elevatórias).
Quadro 9.3 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de emissários gravíticos
Percentagem
Amostra Diâmetro Profundidade
Material de valores Extensão (m)
final nominal (mm) média (m)
anómalos
FFD em
9% 50 [200; 1 000] [10; 3 268] [1,2; 4,9]
vala
FFD em
18% 14 [200; 900] [18; 2 699] –
travessia
3%
Estaleiro 1%
4%
5%
3%
Pavimentação 0%
9%
5%
19%
Movimento 0%
de terras 23%
33%
52%
Tubagens 80%
26%
14%
3% Emissário de FFD em
Construção 9% vala (n=50)
civil 5%
7% Emissário de FFD em
travessia (n=14)
10%
Câmaras 6%
Emissário de PEAD
14% (n=81)
20%
Emissário de PPc/PVC
14%
Trabalhos (n=204)
2%
especiais 18%
12%
Mediana das percentagens das rubricas de custo (%)
|
154 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
9.2.4. Emissários submarinos
A amostra inicial relativa a emissários submarinos é constituída por
14 elementos, sendo o único material utilizado nos contratos
analisados o PEAD (Quadro 9.4). Não se registaram valores
anómalos, sendo a amostra final igual à amostra inicial. Em termos
de diâmetros nominais, os emissários submarinos analisados têm
diâmetros entre 315 e 1 800 mm e extensões entre 390 e 3 000 m.
FFD (CFFD)
600
PEAD (CPEAD)
Custo unitátio de construção
de condutas elevatórias (€/m)
PVC (CPVC)
500
400
2
300
Extensão, L (m)
|
156 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
800
PEAD (CPEAD)
PPc/PVC (CPPc/PVC)
600
2
CFFD_vala = 0,038 L + 180 R = 0,061
2
400
Extensão, L (m)
(b)
1000
800
PPc/PVC (CPPc/PVC)
2
CFFD_vala = 60 H + 35 R = 0,37
600
2
CPEAD = 77 H - 14 R = 0,18
2
CPPc/PVC = 26 H + 26 R = 0,19
400
200
0
0 1 2 3 4 5
|
158 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
900
Custo unitário de construção de condutas
Elementos da amostra (n=23)
elevatórias em FFD, C FFD (€/m)
Curva de regressão (CFFD)
Curvas de predição (5-95%)
600
300
CFFD = 0,6732 DN + 15
2
R = 0,92
0
(b)
800
Custo unitário de construção de condutas
2
CPEAD = 0,00059 DN + 0,1043 DN + 15
2
R = 0,90
200
0
90 140 200 280 355 500 560 700 800 900 1000
(c)
100
Custo unitário de construção de condutas
elevatórias em PVC, C PVC (€/m)
80
60
CPVC = 0,1933 DN + 15
20
2
R = 0,85
0
|
160 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
800
FFD
Custo unitátio de construção
de condutas elevatórias (€/m)
PEAD
600
PVC
400
2
200
(b)
1000
FFD
de condutas elevatórias (€/m)
Custo unitátio de construção
800
PEAD
PVC
600
400
200
0
900
Custo unitário de construção de condutas
Elementos da amostra (n=23)
600
300
2
CFFD = 0,6732 DN + 15 R = 0,92
2
CFFD_TE = 0,7442 DN + 43 R = 0,94
2
CFFD_TE_Pav = 0,7904 DN + 58 R = 0,92
0
(b)
800
Custo unitário de construção de condutas
2 2
CPEAD_TE_Pav = 0,00086 DN + 0,013 DN + 47 R = 0,63
200
0
(c)
100
Custo unitário de construção de condutas
2
CPVC = 0,1933 DN + 15 R = 0,85
20
2
C PVC_TE = 0,1964 DN + 23 R = 0,42
2
CPVC_TE_Pav = 0,2063 DN + 38 R = 0,45
0
|
162 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
No caso de o material de tubagem ser desconhecido, deverá utilizar-
se a função de custo para uma conduta elevatória genérica
(independente do material), construída com todos os elementos da
amostra (Figura 9.9). Esta curva pode ser usada para estimar
genericamente os custos de condutas elevatórias uma vez
especificado um diâmetro médio, devendo ser acrescidos dos
custos de pavimentação e de trabalhos especiais. À semelhança da
análise anterior, foram, também, representadas as funções com os
custos de trabalhos especiais e de pavimentação. Verifica-se que o
custo de trabalhos especiais apresenta um peso significativo,
principalmente para os maiores diâmetros nominais.
1000
2 2
200
|
164 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
1200
Custo unitário de construção de emissários
2
CFFD = 0,000033 DN + 0,4622 DN + 25
2
200
R = 0,95
0
200 350 500 700 900 1200 1400 1600 1800 2000
(b)
Custo unitário de construção de emissários
500
2
CFFD = 0,000067 DN + 0,421 DN + 10
100
2
R = 0,99
0
200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
|
166 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
2
CPEAD = 0,00041 DN + 0,1997 DN + 25
2
1000
R = 0,92
500
0
200 315 450 560 710 900 1200 1400 1600 1800 2000
(b)
600
emissários em PPc/PVC, CPPc/PVC (€/m)
2
CPPc/PVC = 0,000028 DN + 0,2021 DN + 25
100
2
R = 0,79
0
200 315 500 630 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Figura 9.12 – Custo unitário de construção de emissários gravíticos em: (a) PEAD;
(b) PPc/PVC
1500
2 2
CFFD_vala = 0.000033 DN + 0,4622 DN + 25 R = 0,95
1000
2 2
CPPc/PVC = 0,000028 DN + 0,2021 DN + 25 R = 0,79
500
FFD em vala
FFD em travessia
PEAD
PPc/PVC
0
(b)
500
FFD em vala
FFD em travessia
de emissários gravíticos (€/m)
Custo unitátio de construção
400
PEAD
PPc/PVC
300
200
100
0
|
168 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
2000 FFD em vala
de emissários gravíticos (€/m)
Custo unitátio de construção
FFD em travessia
1500
PEAD
PPc/PVC
1000
500
0
200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
700
Elementos da amostra (n=50)
600
Curva de regressão (CFFD)
500
Curva de regressão com TE e Pav (CFFD_TE_Pav )
400
300
200
2 2
CFFD = 0,000033 DN + 0,4622 DN + 25 R = 0,95
100
2 2
CFFD_TE = 0,00006 DN + 0,4166 DN + 46 R = 0,93
2 2
CFFD_TE_Pav = 0,000079 DN + 0,3966 DN + 61 R = 0,91
0
(b)
1600
2 2
CPEAD = 0.00041 ⋅ DN + 0.1997 ⋅ DN+ 25, R = 0.92
2 2
CPEAD_TE = 0.00042 ⋅ DN + 0.2125 ⋅ DN+ 77, R = 0.72
2 2
CPEAD_TE_Pav = 0.00041 ⋅ DN + 0.2415 ⋅ DN+ 92, R = 0.68
0
200 315 450 560 710 800 900 1000 1200 1400 1600
(c)
400
emissários em PPc/PVC, CPPc/PVC (€/m)
2 2
CPPc/PVC = 0,000028 DN + 0,2021 DN + 25 R = 0,79
2
CPPc/PVC_TE = 0,000065 DN + 0,1855 DN + 36 R 2 = 0,65
2 2
CPPc/PVC_TE_Pav = 0,00014 DN + 0,1386 DN + 51 R = 0,60
0
|
170 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
No caso de o material de tubagem ser desconhecido, deverá utilizar-
se a função de custo para um emissário gravítico genérico
(independente do material), construído com todos os elementos
dos três materiais (Figura 9.16). Esta curva pode ser usada para
estimar os custos de emissários gravíticos desconhecendo o
material, uma vez especificado o diâmetro médio, devendo ser
acrescidos dos custos de pavimentação e de trabalhos especiais. À
semelhança da análise anterior, foram, também, representadas as
funções com os custos de trabalhos especiais e de pavimentação,
verificando-se que ambas as rubricas de custo aumentam com o
diâmetro.
1600
2 2
CEmissários = 0.00035 DN + 0,2163 DN + 25 R = 0,85
2 2
CEmissários_TE = 0,11 DN + 0,1084 DN + 43 R = 0,69
2 2
CEmissários_TE_Pav = 0,092 DN + 0,0916 DN + 58 R = 0,64
800
400
0
|
172 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
emissários submarinos não terem custos associados ao movimento
de terras e às caixas de visita, os custos de mobilização de
equipamento, máquinas e recursos humanos para o local da obra
são muito superiores às rubricas de custo anteriores. Por outro lado,
os custos de emissários submarinos dependem fortemente do tipo
de emissário que se pretende construir, enterrado ou não, dos
custos de dragagem associados, da percentagem de areia e rocha
no solo e do diâmetro nominal.
6000
200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
|175
COLETORES DOMÉSTICOS E PLUVIAIS E RAMAIS
200 mm (Decreto Regulamentar n.º 23/95), e o diâmetro de
400 mm.
Os ramais de ligação domiciliários (ou domésticos) têm por
finalidade assegurar a condução das águas residuais domésticas
prediais, desde as câmaras de ramal de ligação até à rede pública. O
diâmetro nominal mínimo admitido nos ramais de ligação é
de 125 mm (Decreto Regulamentar n.º 23/95). O material de
tubagem dos ramais de ligação domiciliários é usualmente PPc ou
PVC. No entanto, não foi realizada a distinção dos materiais
utilizados nos ramais dos contratos analisados (Figura 10.1).
|
176 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a) (b)
|
178 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
têm 131 elementos relativos a PPc/PVC e 9 elementos relativos a
FFD (Quadro 10.2). O FFD é usado apenas para os menores
diâmetros nominais (200 e 250 mm) e o PPc/PVC é usado em toda
a gama de diâmetros (200 – 400 mm). Em termos de extensão, o
FFD é usualmente mais utilizado para menores extensões, enquanto
o PPc/PVC pode atingir grandes extensões, sendo a maior
encontrada nos contratos analisados de 69 320 m. A variação da
profundidade média de vala é de 1,2 a 4,55 m no PPc/PVC e de 1,57
a 3,70 m no FFD.
Quadro 10.2 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de coletores gravíticos
domésticos
Percentagem Diâmetros Profundidade
Amostra
Material de valores nominais Extensão (m) média da vala
final
anómalos (mm) (m)
11%
Pavimentação
25%
Movimento 14%
de terras 28%
60%
Tubagens
15%
Construção 1%
Civil 2%
|
180 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Quadro 10.3 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de ramais de ligação
domiciliários de águas residuais
Percentagem de valores Diâmetros nominais
Material Amostra final
anómalos (mm)
PPc/PVC 16% 83 [125; 200]
Quadro 10.4 – Resumo das caraterísticas das amostras finais de coletores gravíticos
pluviais
Percentagem Diâmetros Profundidade
Amostra Extensão
Material de valores nominais média de vala
final (m)
anómalos (mm) (m)
Betão 10% 26 [300; 800] [58; 6 657] [1,23; 2,58]
37%
Pavimentação
18%
Movimento 17%
de terras 16%
18%
Tubagens
28%
Construção 3%
Civil 5%
6%
Câmaras
9%
Coletor pluvial em betão (n=261)
4%
Ramais
0%
Coletor pluvial em PPc (n=12)
Sumidouros 13%
e sarjetas 18%
|
182 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
parâmetros não foram considerados por não ter sido possível obter
informação que os permitisse caraterizar nos mapas orçamentais.
Os custos unitários tendem a aumentar com a profundidade média
da rede, o que é explicado por um maior volume de movimento de
terras e respetivo custo associado (Figura 10.5). A profundidade
média é um parâmetro que tende a não ser conhecido para redes
existentes ou em fase de planeamento de obras novas, e a ser de
difícil estimativa (com grande incerteza associada) em mapas
orçamentais de obras em concurso (exigindo um tratamento
exaustivo e moroso de dados). Assim, a profundidade média não
será utilizada para exprimir os custos de referência dos coletores,
uma vez que, na maioria das situações, não é um parâmetro
conhecido, apesar de se reconhecer que se trata de um parâmetro
relevante.
Os custos unitários tendem a diminuir com a extensão de rede
incluída no contrato, o que se justifica pela economia de escala
(Figura 10.6). Apesar desta tendência ser observada em todos os
materiais de coletores domésticos e pluviais, o coeficiente de
determinação não tem significado estatístico para suportar esta
observação, exceto no caso dos coletores doméstico em FFD, cujo
R2 = 0,6 (Figura 10.6a). No entanto, a amostra é de reduzida
dimensão para permitir extrapolar esta tendência para os outros
materiais utilizados nos coletores domésticos e pluviais.
Por outro lado, os custos tendem a aumentar com a percentagem
de rocha na vala, dado esta incrementar os custos associados aos
movimentos de terra. No entanto, a maioria dos mapas orçamentais
analisados não indicam a distribuição dos tipos de material que
compõem a vala, nem a percentagem de rocha, pelo que este fator
não foi considerado.
Os custos unitários aumentam com o diâmetro nominal, o que é
explicado por uma maior largura da vala (com custos de movimento
de terras e de pavimentação mais elevados) e uma tubagem com
custo também mais elevado. Esta tendência é mais evidente quando
existem muitos elementos e diferentes diâmetros na amostra. O
diâmetro nominal é claramente uma caraterística conhecida dos
coletores e em função da qual se devem exprimir os custos
unitários.
|183
COLETORES DOMÉSTICOS E PLUVIAIS E RAMAIS
(a)
200
FFD (CFFD)
150
2
CPPc/PVC = 3 H + 33 R = 0,02
100
50
0
0 1 2 3 4 5
(b)
200
Betão (CBetão)
Custo unitátio de construção
PPc (CPPc ) 2
de coletores pluviais (€/m)
CBetão = 14 H + 51 R = 0,014
150
2
CPPc = 18 H + 45 R = 0,105
100
50
0
|
184 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
140
de coletores domésticos (€/m) FFD (CFFD)
Custo unitátio de construção
120
PPc/PVC (CPPc/PVC)
100
2
CFFD = -0,055 L + 110 R = 0,60
2
80
Extensão, L (m)
(b)
250
Betão (CBetão)
Custo unitátio de construção
PPc (CPPc)
200
de coletores pluviais (€/m)
2
CBetão = -0,0062 L + 88 R = 0,09
150
2
CPPc = -0,014 L + 91 R = 0,10
100
50
0
Extensão, L (m)
|
186 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
100
Custo unitário de construção de coletores
domésticos em PPc/PVC, CPPc/PVC (€/m)
CPPc/PVC = 0,06946 DN + 25
2
R = 0,68
50
(b)
250
Custo unitário de construção de coletores
CFFD = 0,3543 DN + 25
2
R = 0,96
50
0
250
FFD
de coletores domésticos (€/m)
Custo unitátio de construção
200
PPc/PVC
2
CFFD = 0,3543 DN + 25 R = 0,96
150
2
CPPc/PVC = 0,06946 DN + 25 R = 0,68
100
50
0
|
188 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
200
Custo unitário de construção de coletores
2
CFFD = 0,3543 DN + 25 R = 0,96
2
CFFD_Pav = 0,3739 DN + 40 R = 0,92
0
200 250
(b)
120
Custo unitário de construção de coletores
domésticos em PPc/PVC, CPPc/PVC (€/m)
2
CPPc/PVC = 0,06946 DN + 25 R = 0,68
2
CPPc/PVC_TE = 0,0689 DN + 28 R = 0,51
100
2
CPPc/PVC_TE_Pav = 0,0733 DN + 43 R = 0,37
80
60
40
120
Coletores domésticos (CColetores )
Coletores domésticos com TE (CColetores_TE)
de coletores domésticos (€/m)
100
Custo unitátio de construção
Coletores domésticos com TE e Pav (CColetores_TE_Pav )
80
60
40
2
CColetores = 0,08595 DN + 25 R = 0,52
2
20
|
190 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
600
Custo unitário de construção de ramais
em PPc/PVC, CPPc/PVC (€/unidade) Elementos da amostra (n=83)
500 Curva de regressão (CPPc/PVC)
Curvas de predição (5-95%)
400
300
200
CPPc/PVC = 1,397 DN + 38
100
2
R = 0,91
0
|
192 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
400
Custo unitário de construção de coletores
2
CBetão = 0,00023 DN - 0,03429 DN + 30
2
R = 0,84
100
0
(b)
300
Custo unitário de construção de coletores
2
CPPc = 0,00012 DN + 0,06843 DN + 30
50
2
R = 0,91
0
100
50
2 2
CBetão = 0,00023 DN - 0,03429 DN + 30 R = 0,84
2 2
CPPc = 0,00012 DN + 0,0684 DN + 30 R = 0,91
0
Figura 10.13 – Custo unitário de construção dos dois materiais de coletores pluviais
com intervalo de extrapolação
|
194 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
200
Custo unitário de construção de coletores
2 2
CBetão = 0,00023 DN - 0,03429 DN + 30 R = 0,84
2 2
CBetão_Pav = 0,000068 DN + 0,1206 DN + 45 R = 0,93
0
(b)
200
Custo unitário de construção de coletores
2 2
CPPc = 0,00012 DN + 0,0684 DN + 30 R = 0,91
2 2
CPPc_Pav = 0,00018 DN + 0,0451 DN + 45 R = 0,92
0
2 2
CPluviais = 0,00017 DN + 0,0139 DN + 30 R = 0,84
2 2
CPluviais_Pav = 0,00011 DN + 0,0929 DN + 45 R = 0,93
0
|
196 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
11. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUAS
RESIDUAIS
Número de
ID Tipos de EE Grupos eletrobombas Pe (kW)
grupos
Compactas ou
Tipo I convencionais sem 2 (1+1) Submersíveis 0,1 – 14
edifício exterior
Submersíveis ou
Convencionais
Tipo II 2 (1+1) instalados em poço 0,3 – 79
com edifício exterior
seco
Submersíveis ou
Convencionais
Tipo III ≥3 (≥2+1) instalados em poço 3 – 360
com edifício exterior
seco
(a) (b)
Figura 11.1 – Estação elevatória de águas residuais compacta (Tipo I): (a) vista
exterior; (b) vista interior do poço
|
198 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a) (b)
(a) (b)
Figura 11.3 – Estação elevatória de águas residuais convencional com edifício e com
grupos instalados em poço seco (Tipo II): (a) vista exterior; (b) vista interior (1+1)
(a) (b)
|
200 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Quadro 11.2 – Caraterísticas dos contratos analisados de estações elevatórias de
águas residuais
Total: 149
Número total de contratos (Norte: 42; Centro: 39;
AM Lisboa: 40; Alentejo: 13; Algarve: 15)
Amostra inicial (n.º elementos) 360 (Tipo I: 60; Tipo II: 243; Tipo III: 57)
(a) (b)
40 60 80 100 120 140
105
90
Número de elementos
Número de elementos
75
60
45
30
3.3%
2.8%
2.2%
0.8%
11.7%
28.1%
12.5%
13.6%
16.7%
20
0.6%
15
7.8%
39%
25%
20%
8%
8%
0
0
Norte
Algarve
Centro
Lisboa
Alentejo
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
AM
24%
Construção
civil 26%
31%
43%
Equipamento
eletromecânico 34%
37%
29%
Instalações
elétricas 24%
17%
Mediana das percentagens das rubricas de custo (%)
|
202 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
100
(a) (b)
100
Tipo I Tipo I
Tipo II Tipo II
Altura de elevação (m c.a.)
80
Tipo III Tipo III
60
60
40
40
20
20
0
0
11.3.2. Tipo I
A amostra final de estações elevatórias de águas residuais do Tipo I
é constituída por 60 elementos. As funções de custo de construção
civil (Figura 11.8a) e de equipamento eletromecânico e instalações
elétricas (Figura 11.8b) de estações elevatórias deste tipo foram
obtidas para a amostra final em função da potência do escoamento
da instalação.
As duas curvas de regressão diminuem com o aumento da potência
do escoamento da instalação, sendo esta tendência descrita por
uma regressão de potência. As curvas de regressão de construção
civil e de equipamento eletromecânico e instalações elétricas
apresentam coeficientes de determinação, R2, iguais a 0,81 e a 0,91,
respetivamente. Foram também determinadas as curvas de
predição associadas aos percentis 5 e 95%, representadas a
tracejado na Figura 11.8.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende potências
do escoamento entre 0,17 e 14 kW. A utilização das funções de
custo fora do domínio de aplicação deve ser efetuada com
parcimónia e apenas dentro do domínio de extrapolação alargado
até valores de potência do escoamento de 20 kW, mantendo o
limite inferior do domínio de aplicação. Os intervalos de
extrapolação são representados a sombreado cinzento na
Figura 11.8.
A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de
extrapolação, recomenda-se que sejam efetuadas da seguinte
forma:
• para valores de potência do escoamento inferiores a
0,17 kW, adotar o custo total correspondente ao limite
inferior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo total, em
euros, associado à potência do escoamento de 0,17 kW);
• para valores de potência do escoamento superiores a
20 kW, adotar o custo unitário correspondente ao limite
superior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo unitário,
em €/kW, associado à potência do escoamento de 20 kW).
Saliente-se que estas extrapolações contemplam erros de avaliação,
por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão, só
devendo ser adotadas em casos excecionais.
Na Figura 11.9(a) apresenta-se o custo total unitário e na Figura
11.9(b) o custo total de construção de EE de águas residuais do
|
204 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Tipo I, em função da potência hidráulica do escoamento. O custo
associado ao equipamento e instalações elétricas é cerca do dobro
do custo de construção civil para este tipo de EE.
(a)
Custo unitário de construção civil, C cc (10 €/kW)
50
3
-0,848
Ccc= 14422 Pe
2
20
R = 0,81
10
0
0 5 10 15 20
Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)
(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico
250
e instalações elétricas, C e (10 €/kW)
-0,929
Ce= 36289 Pe
2
R = 0,91
50
0
0 5 10 15 20
Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)
300
estações elevatórias do Tipo I (10 €/kW)
Total (Ctu)
250
3
Equipamento e instalações elétricas
200
150 -0,897
Ctu = 52414 Pe
2
R = 0,96
100
50
0
0 5 10 15 20
(b)
€)
3
Custo de estações elevatórias do Tipo I (10
140
Total (Ct)
Construção civil
120
0.103
Ct = 52414 Pe
80
60
40
20
0
0 5 10 15 20
11.3.3. Tipo II
A amostra final de estações elevatórias de águas residuais do Tipo II
é constituída por 243 elementos. As funções de custo de construção
civil (Figura 11.10a) e de equipamento eletromecânico e instalações
elétricas (Figura 11.10b) de estações elevatórias deste tipo foram
obtidas para a amostra final em função da potência hidráulica do
escoamento.
|
206 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
As duas curvas de regressão diminuem com o aumento da potência
do escoamento da instalação, sendo esta tendência descrita por
uma regressão de potência. As curvas de regressão de construção
civil e de equipamento eletromecânico e instalações elétricas
apresentam coeficientes de determinação, R2, iguais a 0,50 e a 0,57,
respetivamente. Foram também determinadas as curvas de
predição associadas aos percentis 5 e 95%, representadas a
tracejado na Figura 11.10.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende potências
do escoamento entre 0,40 e 78 kW. A utilização das funções de
custo fora do domínio de aplicação deve ser efetuada com
parcimónia e apenas dentro do domínio de extrapolação alargado
até valores de potência do escoamento de 100 kW, mantendo o
limite inferior do domínio de aplicação. Os intervalos de
extrapolação são representados a sombreado cinzento na Figura
11.10.
A realizarem-se estimativas de custo fora do domínio de
extrapolação, recomenda-se que sejam efetuadas da seguinte
forma:
• para valores de potência do escoamento inferiores a
0,40 kW, adotar o custo total correspondente ao limite
inferior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo total, em
euros, associado à potência do escoamento de 0,40 kW);
• para valores de potência do escoamento superiores a
100 kW, adotar o custo unitário correspondente ao limite
superior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo unitário,
em €/kW, associado à potência do escoamento de 100 kW).
Saliente-se que estas extrapolações contemplam erros de avaliação,
por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão, só
devendo ser adotadas em casos excecionais.
(a)
150
Curvas de predição (5-95%)
100
-0,619
Ccc = 25320 Pe
2
R = 0,50
50
0
0 20 40 60 80 100
Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)
(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico
500
e instalações elétricas, C e (10 €/kW)
-0,506
Ce = 46873 Pe
200
2
R = 0,57
100
0
0 20 40 60 80 100
Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)
|
208 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
700
estações elevatórias do Tipo II (10 €/kW)
Total (Ctu)
Custo unitário de construção de
600
3
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
500
400
300
-0,541
Ctu = 74468 Pe
2
R = 0,61
200
100
0
0 20 40 60 80 100
(b)
€)
700
3
Custo de estações elevatórias do Tipo II (10
Total (Ct)
600
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
500
400
300
200
0,459
Ct = 74468 Pe
100
0
0 20 40 60 80 100
|
210 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
Custo unitário de construção civil, C cc (10 €/kW)
35
3
-0,481
Ccc = 32681 Pe
2
15
R = 0,59
10
5
0
(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico
60
e instalações elétricas, C e (10 €/kW)
-0,484
Ce = 58724 Pe
20
2
R = 0,79
10
0
100
estações elevatórias do Tipo III (10 €/kW)
Total (Ctu)
80
Equipamento e instalações elétricas
60
-0,481
40
Ctu = 92619 Pe
2
R = 0,80
20
0
(b)
€)
2500
3
Custo de estações elevatórias do Tipo III (10
Total (Ct)
Construção civil
2000
0,520
Ct = 92619 Pe
1000
500
0
|
212 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
custo de potências entre 0,4 e 78 kW e, por último, as estações
elevatórias do Tipo III são representadas pela função de custo de
potências entre 3,4 e 358 kW.
700
200
Custo unitário de construção de estação
elevatória de águas residuais (k€/kw)
600
Tipo I (n=60)
150
Tipo II (n=243)
500
100
400
50
300
0
200
0 1 2 3 4 5
100
0
|
216 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
No entanto, se a descarga de efluente tratado for realizada em meio
recetor classificado como sensível (por exemplo, por risco de
eutrofização), ou ao qual se apliquem objetivos de qualidade
específicos em função dos usos previstos (por exemplo, águas
balneares, águas piscícolas, entre outras), poderá ser necessário
complementar o tratamento com um nível terciário, por exemplo
com etapas de remoção de nutrientes (azoto e fósforo) e/ou
desinfeção do efluente final.
As lamas (primárias, biológicas e químicas) resultantes dos
processos de tratamento desenvolvidos nas ETAR são também
sujeitas a várias etapas de tratamento. Na maior parte das
instalações, as lamas são submetidas apenas a processos de redução
da humidade e aumento de concentração – espessamento e
desidratação – de modo a apresentar uma qualidade compatível
com o seu destino final (aterro sanitário, compostagem, deposição
em solos agrícolas). Nas ETAR de maior dimensão, podem ser
também sujeitas a digestão anaeróbia antes da desidratação para a
sua estabilização e redução da matéria sólida volátil (com eventual
aproveitamento energético do biogás produzido no processo). No
caso das ETAR de muito reduzida dimensão, pode optar-se por
realizar apenas o espessamento gravítico das lamas produzidas e
transportar as lamas espessadas para uma ETAR de maior dimensão,
onde são submetidas a um tratamento complementar (geralmente,
desidratação).
Atendendo às grandes diferenças em termos do tipo de intervenção
de construção civil, equipamentos e tecnologias inerentes a cada
tipo de ETAR, foram definidos tipos de ETAR com caraterísticas
comuns e, de acordo com o nível de tratamento implementado,
tecnologia utilizada e pelo tipo de sistema (intensivo ou extensivo),
e calculados os custos para cada tipo.
No Quadro 12.1 apresenta-se uma síntese dos tipos de tratamento
de águas residuais. No presente estudo, foram calculados os custos
de construção apenas para os tipos de ETAR mais comuns em
Portugal, nomeadamente: leitos de macrófitas, ETAR compactas,
ETAR de leitos percoladores (ETAR convencionais – Biomassa fixa),
lamas ativadas em arejamento convencional/média carga (LAAC) e
lamas ativadas em arejamento prolongado (LAAP) sem e com
desinfeção.
Quadro 12.1 – Síntese dos tipos de tratamento de águas residuais
Lagunagem
Tratamento extensivo
Leitos de macrófitas*
Nível de
tratamento Fossas sépticas com tratamento complementar
Apropriado
ETAR compactas*
Leitos percoladores*
(ETAR convencionais – Biomassa fixa)
Nível de
tratamento Lamas ativadas em arejamento convencional e
Tratamento
Secundário digestão anaeróbia mesofílica (LAAC)*
intensivo
|
218 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
12.1.2. Tratamento extensivo
Lagunagem
Os sistemas de lagunagem são compostos por várias lagoas
dispostas em série, nas quais a água é sucessivamente decantada e
depurada (Figura 12.1). Estes sistemas, geralmente, são precedidos
por uma etapa de tratamento preliminar com o recurso a gradagem
e desarenadores para remover resíduos sólidos de maiores
dimensões.
O tipo de lagoas e esquema de lagoas a considerar depende dos
parâmetros de qualidade das águas residuais a tratar, bem como
dos parâmetros meteorológicos locais e dos dados geológicos e de
permeabilidade dos solos. A maioria dos sistemas de lagunagem é
composta por uma sequência de lagoa anaeróbia, seguida de lagoa
facultativa e, por fim, de uma lagoa de maturação, cujo
funcionamento não implica qualquer consumo energético. Nas
lagoas anaeróbias é realizada uma primeira etapa de decantação e
remoção parcial da matéria orgânica em condições de ausência de
oxigénio. Nas lagoas facultativas, a depuração biológica ocorre
através da simbiose de algas e bactérias que têm capacidade de
estabilizar a matéria orgânica em condições aeróbias. Na lagoa de
maturação é feita uma afinação final do tratamento com desinfeção
do efluente através da luz solar.
A lagunagem apresenta-se como um método de tratamento de
águas residuais com tecnologia de baixo custo energético. Uma vez
que é uma tecnologia extensiva, com uma eficiência de tratamento
limitada, este sistema é mais adequado para pequenos aglomerados
populacionais. No entanto, existem alguns exemplos de sistemas de
lagoas arejadas, seguidas de lagoas de sedimentação e de
maturação, que no fundo se baseiam em processos biológicos de
lamas ativadas.
Figura 12.1 – Sistema de lagunagem
Leitos de macrófitas
Os sistemas de leitos de macrófitas são uma tecnologia extensiva
adequada ao tratamento sustentável de águas residuais domésticas
em pequenos aglomerados populacionais, não tanto em termos de
custos de construção (componente de construção civil tem
encargos de investimento significativos), mas essencialmente em
termos de operação, com consumos energéticos mínimos, reduzida
produção de lamas, pouca necessidade de manutenção e com
poucos requisitos de qualificação técnica dos operadores, aliados à
obtenção de boas eficiências de tratamento (Figura 12.2).
Figura 12.2 – ETAR de leitos de macrófitas (Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.)
|
220 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
sética ou tanque Imhoff) e tratamento secundário (leitos de
macrófitas).
O tratamento secundário é assegurado por um ou mais leitos de
macrófitas, constituídos pelo material de enchimento que, além do
seu funcionamento como filtro, serve também de suporte às plantas
(macrófitas) e a microrganismos (aeróbios e anaeróbios) também
responsáveis pelo processo de biodegradação da matéria orgânica.
Para aumentar a eficiência global de tratamento, recomenda-se
geralmente a instalação de uma etapa de recirculação do efluente
tratado.
|
222 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
biológico) e uma zona de decantação (decantador secundário). No
entanto, existem opções no mercado do tipo SBR (Sequencing Batch
Reactors) e de biomassa fixa.
Atendendo à sua estrutura modular e compacta, construída em
materiais compósitos ou metálicos, disponíveis no mercado com
conceções e dimensões pré-definidas, optou-se por analisar as ETAR
de módulos compactos de tratamento biológico separadamente das
respetivas soluções convencionais de tratamento (sejam elas lamas
ativadas ou biomassa fixa), dimensionadas caso a caso e baseadas
em estruturas de betão.
|
224 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
muito ativa. A degradação aeróbia dos poluentes realiza-se pela
mistura dos microrganismos depuradores e dos efluentes a tratar, o
que resulta em duas fases – líquida e sólida – que terão que ser
separadas antes da descarga da fase líquida no meio recetor,
geralmente através de decantação secundária.
Dependendo do regime de funcionamento (e.g., cargas mássicas
aplicadas, idades de lamas, tempos de retenção), este tipo de
tratamento pode dividir-se em lamas ativadas em arejamento
convencional (LAAC) ou lamas ativadas em arejamento prolongado
(LAAP).
Estes sistemas de tratamento são mais eficientes do que os
processos de biomassa fixa, atingindo eficiências de remoção da
ordem de 90 a 98%, embora impliquem consumos energéticos mais
elevados.
Os processos de lamas ativadas têm ainda a vantagem de permitir
não só o nível de tratamento secundário, como serem
dimensionados para permitirem o nível de tratamento terciário de
remoção biológica de nutrientes (azoto e fósforo).
Os sistemas de lamas ativadas podem ainda ser distinguidos pela
tecnologia de separação das fases líquida e sólida. Nos sistemas
clássicos (contínuos ou SBR), a separação é realizada graviticamente
por decantação, enquanto nos sistemas MBR (Membrane Bioreator)
é realizada por filtração em membranas.
Em Portugal, existem muito poucos exemplos da tecnologia MBR,
pelo que serão apresentadas funções de custo apenas para os
sistemas convencionais de biomassa suspensa.
Lamas ativadas em arejamento convencional e digestão anaeróbia
mesofílica
Geralmente, o sistema de lamas ativadas operadas em regime de
arejamento convencional (média carga) é aplicado a ETAR de
grandes dimensões (i.e., para populações superiores a 40 000 ou
50 000 habitantes equivalentes), uma vez que implicam um custo
de construção superior e uma operação mais complexa, quando
comparado com o sistema de lamas ativadas operadas em regime
de arejamento prolongado. No entanto, em ETAR de maiores
dimensões, o maior custo de construção pode ser compensado, no
período de exploração, pela redução dos custos de operação,
principalmente através do aproveitamento energético do biogás
produzido no processo de tratamento. A Figura 12.7 ilustra dois
exemplos de ETAR de lamas ativadas operadas em regime de
arejamento convencional com digestão anaeróbia das lamas e
cogeração.
Este tipo de instalação envolve um tratamento preliminar, seguido
de uma etapa de decantação primária, onde é realizada uma
redução parcial da carga poluente particulada das águas residuais
que afluem ao tratamento biológico. As lamas primárias
sedimentadas são extraídas para a linha de tratamento da fase
sólida.
O tratamento biológico é, em seguida, realizado em reatores de
lamas ativadas e decantação secundária, a partir do qual o efluente
decantado é descarregado. Uma parte das lamas biológicas
decantadas é recirculada para os reatores e as lamas biológicas em
excesso são encaminhadas para a fase sólida, onde são tratadas
juntamente com as lamas primárias.
A existência de uma etapa de decantação primária a montante
permite reduzir o volume do reator biológico necessário, face a um
sistema de lamas ativadas em arejamento prolongado. Este tipo de
esquema de tratamento implica a produção de dois tipos de lamas:
primárias – com elevado teor de matéria orgânica biodegradável –
e biológicas – com menor teor de matéria orgânica, mas que, devido
à menor idade de lamas com que é operado o reator biológico, não
se encontram estabilizadas.
Assim sendo, as lamas produzidas devem ser submetidas a um
processo de tratamento mais complexo do que as lamas biológicas
produzidas no regime de arejamento prolongado, de modo a
garantir a redução do teor em matéria orgânica e a sua
estabilização.
A linha de tratamento da fase sólida é geralmente constituída por
etapa(s) de espessamento, gravítico e/ou mecânico, seguida da
etapa de digestão anaeróbia e desidratação das lamas digeridas.
Sendo o sistema LAAC geralmente aplicado a ETAR de grande
dimensão, afigura-se técnico-economicamente vantajosa a
realização da digestão em regime mesofílico (aquecida), de modo a
|
226 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
melhorar a eficiência do processo e a aumentar a produção de
biogás para produção de energia.
Por essa razão, este tipo de ETAR inclui, adicionalmente, etapas de
tratamento da fase gasosa (biogás), incluindo armazenamento,
tratamento e aproveitamento do biogás em sistema de cogeração,
para produção de energia elétrica para consumo interno na ETAR ou
venda à rede pública.
|
228 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Figura 12.8 – ETAR de lamas ativadas operadas em regime de arejamento
prolongado (Fonte: AdP – Águas de Portugal, S.A.)
Total: 76
Número total de contratos (Norte: 21; Centro: 25; AM Lisboa: 10;
Alentejo: 14; Algarve: 6)
Data de adjudicação [1998; 2014]
Amostra inicial (n.º de elementos) 159
População equivalente (Hab.) [130; 272 000]
Percentagem de valores anómalos 1,3%
Amostra final (n.º de elementos) 157
|
230 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a) (b)
75
40
35
60
Número de elementos
30
Número de elementos
25
45
20
30
15
10
2.5%
2.5%
15
1.3%
15.7%
24.5%
14.5%
16.4%
10.7%
1.3%
1.3%
1.3%
7.5%
0.6%
5
44%
29%
13%
6%
8%
0
0
1998
2002
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Norte
Algarve
Centro
Lisboa
Alentejo
AM
LM c/ recirculação 70%
de efluente (n=19) 30%
Compactas 41%
(n=12) 59%
LP 64%
(n=23) 36%
|
232 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
procedendo-se à soma do custo de construção civil e de
equipamento e instalações elétricas, ou através das funções
associadas aos custos unitários totais. A diferença dos custos
obtidos pelas diferentes funções é resultante do ajustamento da
função de custo aos elementos de cada uma das amostras,
apresentando um erro sem significado. Sempre que possível,
recomenda-se o cálculo através dos custos unitários parciais.
Embora a maior parte dos contratos de estações de tratamento de
águas residuais correspondam a empreitadas de conceção-
construção, na presente análise não foram contabilizados os custos
de conceção e elaboração do projeto de execução, nem os custos
do arranque da instalação para verificação das garantias de
funcionamento. Os custos de projeto representam entre 5 a 12%
dos custos de construção e os custos de arranque da infraestrutura
representam 3 a 10%, dependendo do tipo e dimensão da ETAR em
causa.
|
234 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
Custo unitário de construção civil, C cc (€/Hab.)
500 Elementos da amostra (n=12)
Curva de regressão (Ccc )
400
2
R = 0,37
200
100
0
(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico
600
-0,480
Ce = 3814 P
2
R = 0,28
300
200
100
0
700
Total (Ctu)
600
Construção civil
500
-0,670
Ctu = 21940 P
400
2
R = 0,53
300
200
100
0
(b)
Custo de construção de ETAR compactas (10 €)
3
300
Total (Ct)
Construção civil
250
Figura 12.12 – ETAR compactas: (a) custo unitário; (b) custo de construção
|
236 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
500
Custo de equipamento eletromecânico e
-0,860
Ccc = 75470 P
2
1000
R = 0,56
500
0
100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
|
238 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
• para valores de população equivalente inferiores a
100 Hab., deve ser utilizado o custo total correspondente
ao limite inferior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo
total, em euros, associado à população de 100 Hab.);
• para valores de população equivalente superiores a
500 Hab., deve ser utilizado o custo unitário
correspondente ao limite superior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo unitário, em €/Hab., associado à
população de 500 Hab.).
A amostra com recirculação de efluentes apresenta um domínio que
compreende populações equivalentes entre 140 e 698 Hab. A
extrapolação deste domínio de aplicação deve ser realizada com
parcimónia e apenas para valores de população equivalente entre
100 e 1 000 Hab.:
• para valores de população equivalente inferiores a
100 Hab., deve ser utilizado o custo total correspondente
ao limite inferior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo
total, em euros, associado à população de 100 Hab.);
• para valores de população equivalente superiores a
1 000 Hab., deve ser utilizado o custo unitário
correspondente ao limite superior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo unitário, em €/Hab., associado à
população de 1 000 Hab.).
Os intervalos de extrapolação são representados nas figuras pelo
sombreado cinzento.
(a)
500
Elementos da amostra (n=6)
400
Curvas de predição (5-95%)
300 -0,580
Ce = 3299 P
2
R = 0,81
200
100
0
(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico
600
-0,996
Ce = 69853 P
300
2
R = 0,74
200
100
0
100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
|
240 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a) (b)
300
Custo unitário de construção de ETAR de leito
2000
250
1500
200
150
1000
100
500
50
0
0
100 200 300 400 500 100 200 300 400 500
Figura 12.16 – ETAR de leito de macrófitas sem recirculação de efluente: (a) custo
unitário; (b) custo de construção
500
2000
400
1500
300
1000
200
500
100
0
0
100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Figura 12.17 – ETAR de leito de macrófitas com recirculação de efluente: (a) custo
unitário; (b) custo de construção
|
242 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
Custo unitário de construção civil, C cc (€/Hab.)
800
Elementos da amostra (n=23)
Curva de regressão (Ccc)
600
-0,694
Ccc = 24565 P
400
2
R = 0,89
200
0
(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico
500
-0,9989
Ce = 96716 P
2
200
R = 0,97
100
0
Total (Ctu)
de ETAR de leito percolador (€/Hab.)
1000
Construção civil
Custo unitário de construção
-0,800
Ctu = 76151 P
2
R = 0,95
400
200
0
(b)
400
Total (Ct)
Construção civil
Custo de construção de ETAR
de leito percolador (10 €)
0,200
Ct = 76151 P
200
100
0
Figura 12.19 – ETAR de leito percolador: (a) custo unitário; (b) custo de construção
|
244 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
12.3.5. ETAR por lamas ativadas em arejamento convencional
A amostra final de ETAR por lamas ativadas em arejamento
convencional, com digestão mesófila e cogeração, é constituída por
10 elementos. As funções de custo de construção deste tipo são
apresentadas na Figura 12.20, em termos de custo unitário de
construção civil e de custo unitário de equipamento eletromecânico
e instalações elétricas, em função da população equivalente a servir.
O custo de construção civil inclui também os custos de estaleiro,
arranjos exteriores e terraplenagens.
(a)
Custo unitário de construção civil, C cc (€/Hab.)
120
2
R = 0,59
60
40
20
0
(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico
120
-0,622
Ce = 63117 P
60
2
R = 0,84
40
20
0
Figura 12.20 – Custo unitário de construção de ETAR por LAAC: (a) construção civil;
(b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas
Os custos unitários de construção diminuem com o aumento da
capacidade de tratamento da ETAR, observando-se uma tendência
decrescente e descrita por uma regressão de potência. As curvas de
regressão de construção civil e de equipamento eletromecânico e
instalações elétricas apresentam um coeficiente de determinação
de 0,59 e 0,84, respetivamente. Foram, ainda, obtidas as curvas de
predição associadas aos percentis 5 e 95%.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende
populações equivalentes entre 40 666 e 272 000 Hab. A
extrapolação deste domínio de aplicação deve ser realizada com
parcimónia e apenas para valores de população equivalente entre
os 40 000 e 320 000 Hab.:
• para valores de população equivalente inferiores a
40 000 Hab., geralmente não se recomenda a utilização
deste tipo de tratamento; mas, a fazê-lo, deve ser utilizado
o custo total correspondente ao limite inferior do intervalo
de extrapolação (i.e., o custo total, em euros, associado à
população de 40 000 Hab.);
• para valores de população equivalente superiores a
320 000 Hab., deve ser utilizado o custo unitário
correspondente ao limite superior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo unitário, em €/Hab., associado à
população de 320 000 Hab.).
Os intervalos de extrapolação são representados nas figuras pelo
sombreado cinzento.
A Figura 12.21(a) apresenta o custo total unitário de construção de
estações de tratamento de águas residuais por lamas ativadas em
arejamento convencional e a Figura 12.21 (b) o custo total de
construção, ambos em função da população equivalente da
instalação.
|
246 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
-0,473
Ctu = 24231 P
2
100
R = 0,80
50
0
(b)
Custo de construção de ETAR por LAAC (10 €)
20000
3
Total (Ct)
Construção civil
15000
0,527
Ct = 24231 P
10000
5000
0
Figura 12.21 – ETAR por LAAC: (a) custo unitário; (b) custo de construção
Figura 12.22 – Amostra total de ETAR por LAAP sem desinfeção com e sem a etapa
de desidratação de lamas no local
|
248 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
Custo unitário de construção civil, C cc (€/Hab.)
600
Elementos da amostra (n=37)
Curva de regressão (Ccc)
500
-0,781
Ccc = 45160 P
300
2
R = 0,72
200
100
0
(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico
600
-0,895
Ce = 62324 P
2
R = 0,64
200
100
0
Figura 12.23 – Custo unitário de construção de ETAR por LAAP sem desinfeção e
sem desidratação de lamas no local: (a) construção civil; (b) equipamento
eletromecânico e instalações elétricas
|
250 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Custo unitário de construção de ETAR por LAAP (a)
sem desinfeção e sem desidratação (€/Hab.)
800
Total (Ctu)
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
600
-0,819
Ctu = 95881 P
400
2
R = 0,73
200
0
(b)
sem desinfeção e sem desidratação (10 €)
700
Custo de construção de ETAR por LAAP
3
Total (Ct)
600
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
500
0,181
Ct = 95881 P
400
300
200
100
0
Figura 12.24 – ETAR por LAAP sem desinfeção e sem desidratação de lamas no
local: (a) custo unitário; (b) custo de construção
-0,532
Ccc = 11731 P
2
R = 0,92
100
0
(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico
600
-0,509
Ce = 9733 P
200
2
R = 0,79
100
0
Figura 12.25 – Custo unitário de construção de ETAR por LAAP sem desinfeção e
com desidratação de lamas no local: (a) construção civil; (b) equipamento
eletromecânico e instalações elétricas
|
252 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
apenas para valores de população equivalente entre os 400 e
65 000 Hab.:
• para valores de população equivalente inferiores a
400 Hab., deve ser utilizado o custo total correspondente
ao limite inferior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo
total, em euros, associado à população de 400 Hab.);
• para valores de população equivalente superiores a
65 000 Hab., deve ser utilizado o custo unitário
correspondente ao limite superior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo unitário, em €/Hab., associado à
população de 65 000 Hab.).
Os intervalos de extrapolação são representados nas figuras pelo
sombreado cinzento.
Na Figura 12.26(a) apresenta-se o custo total unitário de construção
de ETAR por lamas ativadas em arejamento prolongado sem
desinfeção e com desidratação de lamas no local e a Figura 12.26(b)
o custo total de construção, ambos em função da população
equivalente da instalação. Neste tipo de ETAR, os custos de
construção civil tendem a igualar os do equipamento e instalações
elétricas para todo o domínio da população equivalente a tratar.
(a)
800
Equipamento e instalações elétricas
600
400
-0,522
Ctu = 21952 P
200
2
R = 0,89
0
(b)
6000
sem desinfeção e com desidratação (10 €)
Custo de construção de ETAR por LAAP
3
Total (Ct)
5000
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
4000
0,478
Ct = 21952 P
3000
2000
1000
0
Figura 12.26 – ETAR por LAAP sem desinfeção e com desidratação de lamas no
local: (a) custo unitário; (b) custo de construção
|
254 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
construção civil e na Figura 12.27(b) o custo unitário de
equipamento eletromecânico e instalações elétricas em função da
população equivalente. O custo de construção civil inclui também os
custos de estaleiro, arranjos exteriores e terraplenagens.
O custo unitário de construção diminui com o aumento da
capacidade de tratamento da ETAR, observando-se uma tendência
decrescente e descrita por uma regressão de potência. As curvas de
regressão de construção civil e equipamento eletromecânico mais
instalações elétricas apresentam um coeficiente de determinação
de 0,89 e 0,92, respetivamente. Foram, ainda, obtidas as curvas de
predição associadas aos percentis 5 e 95%.
O domínio de aplicação das funções de custo compreende
populações equivalentes entre 1 500 e 140 092 Hab. A extrapolação
deste domínio de aplicação deve ser realizada com parcimónia e
apenas para valores de população equivalente entre os 1 500
e 160 000 Hab.:
• para valores de população equivalente inferiores a
1 500 Hab., deve ser utilizado o custo total correspondente
ao limite inferior do intervalo de extrapolação (i.e., o custo
total, em euros, associado à população de 1 500 Hab.);
• para valores de população equivalente superiores
a 160 000 Hab., deve ser utilizado o custo unitário
correspondente ao limite superior do intervalo de
extrapolação (i.e., o custo unitário, em €/Hab., associado à
população de 160 000 Hab.).
Os intervalos de extrapolação são representados nas figuras pelo
sombreado cinzento.
(a)
200
Curvas de predição (5-95%)
150
-0,415
Ccc = 4895 P
100
2
R = 0,89
50
0
(b)
Custo unitário de equipamento eletromecânico
500
-0,552
Ce = 19063 P
2
R = 0,92
100
0
Figura 12.27 – Custo unitário de construção de ETAR por LAAP com desinfeção: (a)
construção civil; (b) equipamento eletromecânico e instalações elétricas
|
256 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
700
ETAR por LAAP com desinfeção (€/Hab.)
Total (Ctu)
Custo unitário de construção de
600
Construção civil
Equipamento e instalações elétricas
500
400
300
-0,487
Ctu = 20113 P
200
2
R = 0,94
100
0
(b)
10000
ETAR por LAAP com desinfeção (10 €)
Total (Ct)
3
Construção civil
8000
0,513
6000
Ct = 20113 P
4000
2000
0
Figura 12.28 – ETAR por LAAP com desinfeção: (a) custo unitário;
(b) custo de construção
|
258 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
A escolha do esquema de tratamento técnico-economicamente
mais adequado deve ter em conta não só os objetivos de qualidade
para o efluente tratado e os custos de construção, mas também os
custos de operação ao longo do período de vida útil da instalação.
1700
Compactas (n=12)
LP (n=23)
LAAP s/ desinfeção s/ desidratação de lamas (n=37)
1020
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
População equivalente (Hab.)
LAAC (n=10)
LAAP c/ desinfeção (n=18)
Custo unitário (€/Hab.)
400
300
200
100
0
|
260 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
PARTE IV – CUSTO DE CONSTRUÇÃO, VALOR DO
INVESTIMENTO E VALOR ATUAL
13. CUSTO FINAL DE CONSTRUÇÃO
|
264 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
realizada a empreitada (e.g., estrada nacional ou municipal, berma,
zona de terra batida) e o tipo de pavimento, bem como por fatores
externos, tais como a realização de benfeitorias em simultâneo com
as intervenções em curso (e.g., a substituição total do pavimento do
arruamento/estrada, a reparação de passeios e muros, entre outros
trabalhos).
Nas condutas de adução e de distribuição de água, a percentagem
do custo de pavimentação apresenta um valor mediano entre 9 e
14% do custo total, embora os valores mínimo e máximo possam
variar entre 0 (ausência de pavimentação) e 67% do custo total,
respetivamente (Figura 13.1a). O valor mediano mais baixo deve-se,
por um lado, ao custo das condutas tender a ser elevado e a
pavimentação a ter menos expressão e, por outro lado, ao facto de
muitas obras serem efetuadas na berma da estrada ou no passeio,
com menores (se não mesmo ausência) custos de pavimentação
associados.
Nos componentes dos sistemas de gestão de águas residuais e
pluviais, exceto em emissários gravíticos, a pavimentação
representa entre 22 e 30% do custo total (valores medianos),
também com uma variação significativa de contrato para contrato,
entre 0 e 70% (Figura 13.1a). Estes sistemas tendem a ser
construídos no eixo da via, pelo que têm tendencialmente um custo
de pavimentação mais elevado, para além de a construção dos
coletores incluir também a pavimentação associada aos ramais.
Adicionalmente, o custo dos coletores (tubagem) tende a ser
inferior ao das condutas, sendo em termos relativos o peso da
pavimentação superior.
Os emissários gravíticos apresentam as percentagens de custos de
pavimentação mais baixas, verificando-se um valor (mediano) de
custo de pavimentação de 5%, sendo os valores mínimo e máximo
0 e 57%, respetivamente (Figura 13.1a). As baixas percentagens do
custo de pavimentação são explicadas pelo facto de muitas
empreitadas serem realizadas em zonas rurais, muitas vezes ao
longo de linhas de água, onde os trabalhos de pavimentação são
pouco significativos ou inexistentes.
Nas condutas adutoras, os diferentes materiais (FFD, aço, PEAD)
apresentam os seguintes valores (medianos) de percentagem do
(b)
(c)
|
266 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Nas condutas de redes de distribuição, o FFD é o material que
apresenta a menor percentagem do custo de pavimentação (valor
mediano de 7%), enquanto nos restantes materiais o valor mediano
varia entre 14 e 27% do custo total, respetivamente para PEAD e
PVC. Uma vez que o custo da tubagem de FFD é superior ao dos
materiais plásticos, o peso da pavimentação torna-se menos
relevante no custo total.
Nos coletores domésticos, os dois materiais analisados (PPc/PVC,
FFD) apresentam valores (medianos) de percentagem do custo de
pavimentação de: 24% para o PPc/PVC e 12% para o FFD, sendo a
percentagem associada ao material PPc/PVC a que apresenta maior
variabilidade (i.e., entre 0 e 69%).
Nos coletores pluviais (betão e PPc), o betão apresenta a maior
percentagem do custo de pavimentação com um valor mediano de
35%, variando entre 0 e 68%, enquanto no PPc a percentagem do
custo de pavimentação é de 17%, variando entre 2 e 23%.
Relativamente às condutas elevatórias de águas residuais, foram
estudados três materiais, FFD, PVC e PEAD, sendo o custo de
pavimentação bastante variável entre eles, apresentando um valor
mediano da percentagem do custo de pavimentação de 12%, 30% e
22%, respetivamente. O PEAD é o material com maior dispersão dos
valores (i.e., entre 0 e 68%).
Os emissários gravíticos (PPc/PVC, FFD e PEAD) apresentam custos
de pavimentação mais baixos em relação aos restantes
componentes do sistema de gestão de águas residuais, com valores
medianos da percentagem do custo de pavimentação de 5% para o
PPc/PVC, 3% para o FFD e 7% para o PEAD, uma vez que tendem a
ser construídos em zonas rurais e junto a linhas de água sem
pavimentação associada. O PPc/PVC apresenta a maior variabilidade
do custo de pavimentação em relação aos restantes materiais dos
emissários (i.e., entre 0 e 57%).
De
Lv = +0,5 para condutas com DN ≤ 500 mm
1000
(13.1)
D
Lv = e +0,7
1000
para condutas com DN > 500 mm
|
268 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
aumentada em função do tipo de terreno, processo de escavação e
nível freático.
Para a estimativa da largura de pavimentação (nos mapas
orçamentais), admitiu-se que esta seria igual à largura mínima da
vala acrescida de 0,20 m para cada lado:
Lp = Lv + 2 var (13.2)
0.8
0.5
0.2
0.0
Marcação Corte
(n=20) (n=14)
|
270 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
camadas na vala. Foram definidos seis tipos de pavimento, descritos
no Quadro 13.1. A cada tipo de pavimento foi associado um código
(LR1 a LR6) de forma a facilitar a análise dos custos de
pavimentação.
LR5 Macadame
40
de pavimentos (€ m )
2
30
22.7
20
18.2
15.4
13.4
10
7.8
4.0
0
|
272 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
regularização do tipo binder) em comparação às três camadas de
pavimento em estradas municipais (LR1).
Os pavimentos em cubos de granito, calçada à portuguesa, blocos
de encaixe, paralelos e pedra de chão (LR3) apresentam um custo
unitário mediano de 13,4 €/m2 e os percentis 5 e 95 são 8,3 e
24,2 €/m2, respetivamente.
Os pavimentos em saibro, terra batida e brita (LR4) apresentam os
custos mais baixos, com um valor mediano de 4,0 €/m2 e com
percentis 5 e 95 de 1,2 e 7,9 €/m2, respetivamente.
Os pavimentos em macadame (LR5) apresentam um custo unitário
mediano de 7,8 €/m2, enquanto o custo unitário mediano dos
pavimentos em betonilha esquartelada (LR6) é de 18,2 €/m2.
Relativamente à variabilidade dos custos dos pavimentos em
macadame (LR5), os percentis 5 e 95 são 2,7 e 18,9 €/m2,
respetivamente, enquanto que para os pavimentos em betonilha
esquartelada (LR6), os percentis 5 e 95 apresentam os valores de
13,4 e 25,8 €/m2, respetivamente.
Ao contrário dos custos unitários da marcação e corte do
pavimento, os custos unitários dos diferentes tipos de pavimentos
são expressos em €/m2. Assim, para obter os custos de
levantamento e reposição de pavimentos em €/m é necessário
multiplicar estes valores pela largura de pavimentação pretendida
para a empreitada.
Os custos de pavimentação são também apresentados, em anexo, e
deverão ser acrescidos ao custo de construção das condutas,
emissários e coletores. Também, em anexo, encontram-se
exemplos de aplicação dos custos de pavimentação obtidos.
LR5 Macadame
CLR 5 = 7,8 DN + 8,0 DN ≤ 0,5 (m)
(€/m)
C LR 5 = 7,8 DN + 9,6 DN > 0,5 (m )
|
274 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
de abastecimento de água e uma descrição dos trabalhos especiais
incluídos.
Condutas de adução
Condutas de distribuição
− levantamento da conduta existente;
FFD 1,10 (10%) [5; 17]
− desvio das infraestruturas existentes;
− sondagens para localização das
condutas existentes;
PEAD* 1,16 (16%) [5; 65]
− reposição dos serviços afetados;
− piquetagem;
PEAD** 1,11 (11%) [5; 37] − instalações elétricas;
− telegestão;
− trabalhos de entivação e contenção;
PVC 1,23 (23%) [13; 23] − instalação de cabos de fibra ótica;
− demolições.
Fator
Componente Variação (%) Descrição
multiplicativo
Captações
1,07 (7%) [5; 7] − telemetria.
subterrâneas
Captações
- - -
superficiais*
Estações elevatórias
1,12 (12%) [11; 20]
de água
− sistemas de cloragem;
Reservatórios − telemetria;
1,04 (4%) [1; 23]
apoiados − desvios e ligações
provisórias;
Reservatórios
− demolições.
apoiados com 1,02 (2%) [1; 6]
estação elevatória
Reservatórios
- - -
elevados*
Estações de
- - -
tratamento de água*
|
276 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Quadro 13.5 – Trabalhos especiais associados aos componentes lineares em
sistemas de gestão de águas residuais e pluviais
Fator
Componente Variação (%) Descrição
multiplicativo
Condutas elevatórias
Emissários gravíticos
Emissários submarinos
PEAD * - -
PPc/PVC * - -
Betão * - -
PPc * - -
Notas: * Trabalhos especiais < 5%; incluídos no custo do componente.
Fator
Componente Variação (%)
multiplicativo
Captações subterrâneas* - -
Captações superficiais* - -
Estações elevatórias
1,24 (24%) [1; 99]
de águas
Reservatórios apoiados 1,19 (19%) [1; 100]
Reservatórios apoiados com estações elevatórias
1,12 (12%) [1; 54]
associadas
Reservatórios elevados 1,09 (9%) [2; 10]
Estações de tratamento de água** - -
Notas: *As captações subterrâneas e superficiais analisadas não apresentam arranjos
exteriores nos mapas orçamentais analisados.
** O custo de arranjos exteriores já se encontra incluído no custo de construção civil.
Fator
Componente Variação (%)
multiplicativo
Tipo I 1,21 (21%) [2; 41]
Estações elevatórias de águas residuais Tipo II 1,33 (33%) [2; 116]
Tipo III 1,28 (28%) [1; 132]
Estações de tratamento de águas
- - -
residuais*
Notas: *As estações de tratamento de águas residuais analisadas não apresentam arranjos
exteriores nos mapas orçamentais analisados.
|
278 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
13.5. Custo de perfurações horizontais
A técnica de perfuração horizontal com cravação de tubagem de
encamisamento, em atravessamentos de estradas e de linhas
férreas, constitui uma intervenção especial que nem sempre é
realizada numa empreitada de infraestruturas de adução e que
pode apresentar custos significativos. As perfurações horizontais
com encamisamento em aço foram analisadas e calculadas em
separado dos restantes trabalhos especiais.
Os custos unitários associados a esta intervenção, expressos em
unidades monetárias por metro de perfuração, incluem os seguintes
trabalhos: fornecimento da tubagem de encamisamento,
tratamento anticorrosivo, execução de poços de ataque e receção,
muros de reação, contenções, acessórios e equipamentos, remoção
dos produtos, embaraços de água, injeção de areia sob pressão e
trabalhos complementares associados.
O custo total de uma perfuração horizontal é calculado através da
multiplicação do custo unitário da tubagem de encamisamento em
aço, para o diâmetro nominal pretendido (Figura 13.6), pela
extensão da perfuração. A este custo deverá ser acrescido o custo
da tubagem da conduta adutora a inserir na perfuração
(Figura 13.7).
O domínio de aplicação da função de custo, perfuração horizontal
com tubagem de encamisamento em aço, compreende diâmetros
nominais entre 400 e 1 600 mm. A extrapolação para outros
diâmetros nominais não considerados no intervalo deve ser
realizada com parcimónia.
Quando se desconhece o diâmetro nominal da tubagem de
encamisamento, este pode ser estimado através do rácio entre o
diâmetro da tubagem de encamisamento e o diâmetro da tubagem
a inserir, DNe/DN (Figura 13.8). Caso se pretenda efetuar uma
perfuração que inclua mais do que uma tubagem, este rácio deverá
ser calculado considerando o somatório dos diâmetros nominais das
tubagens a inserir, DNe/DNt. Refira-se, por exemplo, a inserção de
tubagem de adução e de tubagem para proteção de cabos de
telegestão.
|
280 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
13.6. Custo de construção de condutas, coletores e
emissários
Nas condutas, emissários e coletores, o custo-base obtido pela
função de custo ou quadro deve ser somado ao custo de
pavimentação, selecionado em função da largura e tipo do
pavimento, e o resultado deve ser multiplicado pelo fator associado
aos trabalhos especiais, caso existam. Para condutas de distribuição
e coletores deve, ainda, ser somado o custo de ramais de ligação
domésticos selecionado em função do material, diâmetro nominal e
densidade.
Nas condutas de adução, no caso de se verificarem perfurações
horizontais relevantes, o custo destas deve ser calculado em
separado e deve ser somado ao custo da conduta. O custo da
perfuração é determinado em função do diâmetro nominal da
tubagem de encamisamento e não da conduta inserida no seu
interior.
O custo de construção de condutas e coletores, Ctotal (€), é dado por:
sendo
Cu : custo unitário de construção de conduta ou coletor (€/m);
CPav : custo unitário associado à pavimentação (€/m);
Cperf : custo unitário da perfuração horizontal (€/m);
fTE : fator multiplicativo associado aos trabalhos especiais (-);
L : comprimento de tubagem a construir, excluindo o trecho de
perfuração (m);
Lperf : comprimento de tubagem com perfuração horizontal (m);
CuR : custo unitário dos ramais (€/unidade);
NR : número de ramais de ligação (unidade).
sendo
Ccc : custo unitário de construção civil (€/unidade do parâmetro);
Ce : custo unitário de equipamento eletromecânico e instalações
elétricas (€/unidade do parâmetro);
fAE : fator multiplicativo dos arranjos exteriores (-);
fTE : fator multiplicativo dos trabalhos especiais (-).
O custo unitário obtido deve ser multiplicado pelo parâmetro
caraterístico considerado nas funções de custo (e.g., volume,
potência do escoamento, população equivalente, caudal), de modo
obter o custo de construção do componente, Ctotal (€):
|
282 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
14. VALOR DO INVESTIMENTO
Diferença entre o
Relação entre Número de Mediana da
valor final e o inicial
Vcf e Vca contratos diferença (%)
(%)
Vf = Vca 248 – –
|
284 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
com o tipo de componente e com a complexidade, dimensão e
tecnologia utilizada e devem ser tidos em consideração no valor de
avaliação da infraestrutura.
Foi efetuado um levantamento do peso relativo de cada um destes
componentes no custo global de obras em infraestruturas do ciclo
urbano da água, apresentando-se no Quadro 14.2 a síntese dos
valores obtidos. Para a generalidade das infraestruturas do ciclo
urbano da água, excluindo os sistemas de tratamento de água e
águas residuais, o peso relativo destes custos varia entre 10 e 30%
do custo de construção. No caso das infraestruturas de tratamento
de água e águas residuais, a variação destes custos apresenta um
intervalo de 15 a 40%. No caso de se desconhecer os valores
parcelares, recomenda-se a utilização de valores médios nestes
intervalos.
Quadro 14.2 – Peso relativo de custos diversos em relação ao custo da obra (%)
Fiscalização 6 – 10 6 – 10
Aquisição de terrenos,
0–5 0–5
expropriações, servidões
2 – 5 (ETA)
Fase de arranque -
3 – 10 (ETAR)
Cv = Ctotal×fCd (14.1)
sendo
Ctotal: custo final de construção do componente (€/m);
fCd: fator multiplicativo associado aos custos diversos (i.e.,
conceção e projeto, gestão de processo, fiscalização, expropriação
ou aquisição de terrenos e arranque, quando aplicável).
O valor do investimento corresponde ao custo total dos
componentes que constituem a infraestrutura.
|
286 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
15. VALOR ATUAL DA INFRAESTRUTURA
|287
MODELO DE PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA PAYT
O valor atual da infraestrutura, Va, é dado pela soma dos valores
residuais do conjunto dos seus ativos:
N N v ri (15.1)
Va = V = C
i Si ×
vui
i =1 i=1
sendo
Vi : valor atual do ativo i (€);
CSi : custo de substituição do ativo i (€);
N : número total de ativos [-];
vri : vida útil residual do ativo i (ano);
vui : vida útil técnica total do ativo i (ano).
O cálculo do valor atual de um ativo pressupõe a estimativa do seu
custo de substituição e da sua vida útil técnica, tratados nas secções
seguintes.
|
288 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Por outro lado, o ativo equivalente poderá ter uma vida útil
diferente, bem como custos de manutenção, de reparação e de
operação também diferentes, o que implica ajustamentos no
cálculo das depreciações anuais que lhes correspondem. Estes
ajustamentos revestem-se de alguma subjetividade, o que confere
a este método alguma complexidade e torna necessário justificar e
documentar todo o processo de valorização de ativos.
Podem ser adotadas duas abordagens para a estimativa do valor de
substituição. A primeira é a adoção de valores de substituição de
referência estabelecidos em termos de custos unitários, como
sejam as funções de custo de construção obtidas neste estudo.
Outra forma de estimar os custos de substituição é a conversão a
preços constantes do valor de aquisição dos diversos componentes,
se existir histórico credível com os valores de aquisição registados
do património. Mesmo quando existe registo do valor de aquisição
nem sempre corresponde aos ativos efetivamente em
funcionamento, por não incorporar adequadamente os custos de
instalação ou que permitiram colocá-los na condição necessária ao
funcionamento pretendido, ou por não se poder assegurar que os
abates foram efetuados adequadamente quando ocorreram
intervenções de substituição.
No caso de a substituição do componente não incluir as demolições
das infraestruturas existentes ou das mesmas envolverem trabalhos
de pequena dimensão, poder-á-se considerar que o custo de
substituição corresponde ao valor do investimento, embora não
inclua expropriação ou aquisição de terrenos. Caso contrário, o
custo de substituição deverá incluir também os custos de
desativação da infraestrutura existente. O valor final obtido deverá
ser tido em consideração na determinação do valor atual da
infraestrutura.
|289
MODELO DE PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA PAYT
A vida útil técnica corresponde ao período após a instalação durante
o qual o componente cumpre a função a que se destina.
A vida útil contabilística é definida pelo período de amortização
fiscal, em geral fixo para cada classe de componente. O Decreto
Regulamentar n.º 2/90, de 12 de janeiro, atualizado pelo Decreto
Regulamentar n.º 25/2009, de 14 de setembro, estabelece taxas
específicas de amortização para diferentes tipos de ativos, entre os
quais os principais componentes dos sistemas de abastecimento de
água.
As vidas úteis dependem do tipo e da natureza do componente.
Apresentam-se no Quadro 15.1 os valores indicativos médios de
vidas úteis contabilísticas e técnicas para diferentes componentes
dos sistemas de abastecimento de água e de águas residuais,
pressupondo boas práticas de construção, operação e manutenção
e a utilização de materiais adequados.
Note-se que as vidas úteis técnicas geralmente aceites nos EUA, na
Europa Central e do Norte e na Austrália tendem a ser superiores às
consideradas em Portugal, uma vez que estão generalizadas as boas
práticas de operação e manutenção das suas infraestruturas e a
maior maturidade dos sistemas permite definir com maior exatidão
as suas vidas úteis. Este quadro reproduz, a título exemplificativo, os
valores recomendados pela United States Environmental Protection
Agency (USEPA, 2005) e pela New South Wales Government (NSW,
2014).
|
290 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Quadro 15.1 – Vidas úteis médias
Vida útil
contabilística
Tipo de componente Vida útil técnica
(DR 25/2009,
Art. 3.º)
Valor mínimo Recomendada
GT 16* USEPA** NSW***
(tabelado) neste guia****
Construção civil
Reservatórios 100
Apoiados ou elevados 25 (edifício)
50 60-75 60
Subterrâneos 40 40
(cobertura)
Estações elevatórias
Águas abastecimento - - - 50 60
Águas residuais 70 40
Condutas (geral) - 40 60 80 (novas); 50
50 (entub.)
Ferro fundido dúctil e aço 20 60 - 40 60
Betão 20 50 - 45 50
Policloreto de vinilo (PVC) - 45 - 70 40
Polietileno (PE) - 45 - 70 50
Fibrocimento (FC) 16 30 - 45 40
Grés 20 50-60 - 70 60
Entubamento Rígido (AA) - - - 50 50
Entubamento Tela (AR) - - - - 40
Instalações de tratamento
Águas abastecimento - - - 70 60
Águas residuais - - - 50 40
Equipamento
Equipamento
8 20 35-40 25 20-25 (AA)
eletromecânico
10-15 (AR)
Válvulas 8 20 30 30
Instalações elétricas 8 15 35 30
15-20 (AA)
Equipamento de medida e
8 15 25 30 10-15 (AR)
de controlo
Equipamento de tratamento 9 15-20 25 20-30 10-15
Notas:
AA : Sistemas de abastecimento de água
AR : Sistemas de gestão de águas residuais e pluviais
* Fonte: Alegre e Covas, 2010, Guia técnico nº 16 ERSAR, www.ersar.pt
** Fonte: USEPA GHD Asset Management Training Workshops 2006, www.epa.gov
*** Fonte NSW Reference Rates Manual - Valuation of Water Supply, Sewerage and Stormwater
Assets, 2014, www.water.nsw.gov.au.
**** Valores adotados na ferramenta informática desenvolvida.
|
292 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Uma alternativa seria corrigir a vida útil de um componente em
função do seu estado de conservação (se inspecionável) ou com
base no seu desempenho funcional através de métricas de
desempenho quantificáveis, como sejam o número de roturas de
tubagens ou o volume de perdas de água (Feliciano et al., 2017).
Esta matéria é suscetível de investigação futura que suporte
recomendações para a melhoria do desempenho funcional.
N N v ri
Vi C Si ×
v ui
IVI = i =1
=
i =1 (15.2)
N N
C
i =1
Si C i =1
Si
sendo
Vi : valor atual do ativo i (€);
CSi : custo de substituição do ativo i (€);
N : número total de ativos [-];
vri : vida útil residual do ativo i (ano);
vui : vida útil técnica total do ativo i (ano).
Quando aplicado a um componente único, o índice de valor da
infraestrutura representa a razão entre a vida residual e a vida útil,
ou seja, a percentagem de vida útil que o componente ainda tem.
|293
MODELO DE PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA PAYT
O IVI apresenta valores entre 0,40 e 0,60 para infraestruturas
estabilizadas, em que o investimento em reabilitação iguala, em
média, a depreciação da infraestrutura. Valores muito acima dos
0,60 traduzem infraestruturas jovens, ainda não estabilizadas,
infraestruturas antigas, mas em fase de expansão, ou ainda
infraestruturas com sobreinvestimento em reabilitação. Valores
baixos deste índice apontam para infraestruturas envelhecidas e
com grande necessidade de investimentos em reabilitação.
|
294 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
PARTE V – NOTAS FINAIS
16. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES|297
reduzido número de elementos da amostra. As captações em rio
tendem a ser utilizadas para potências do escoamento mais baixas,
seguidas das captações em albufeira por jangada (50 e 200 kW) e,
por último, das captações por poço. Verificou-se, ainda, que as
captações por torre apresentam custos mais elevados, devido aos
trabalhos de construção civil (Figura 4.10). No que respeita às
captações subterrâneas, os parâmetros que expressam o custo de
construção de cada fase são diferentes: na Fase I os custos podem
ser expressos em função do diâmetro ou profundidade de
perfuração (traduzido no volume de perfuração) e na Fase II os
custos são expressos em função da potência do escoamento.
Estações de tratamento de água
As estações de tratamento de água foram divididas em três níveis
de tratamento, de acordo com a complexidade das operações e dos
processos unitários envolvidos. As ETA do Tipo I incluem apenas
correção de pH e desinfeção final, podendo eventualmente incluir
filtração. As ETA do Tipo II incluem correção de pH,
coagulação/floculação, decantação ou flotação, filtração e
desinfeção final, podendo incluir as etapas de pré-oxidação e/ou
carvão ativado em pó. Por último, as ETA Tipo III incluem uma pré-
oxidação, correção pH, coagulação/floculação, decantação ou
flotação, filtração, ozonização intermédia, filtração com carvão
ativado granulado e desinfeção final. No caso das ETA do Tipo II, os
elementos foram divididos em função da existência da etapa de pré-
ozonização, verificando-se que ETA do Tipo II sem esta etapa são,
essencialmente, utilizadas para menores caudais. Em termos de
custos de construção, as ETA do Tipo I apresentam os custos mais
reduzidos, com valores de caudal compreendidos entre 26 l/s
e 556 l/s (Figura 5.23). As ETA de Tipo II sem a etapa de pré-
ozonização apresentam custos mais baixos do que as ETA de Tipo II
com a respetiva etapa, corroborando com a necessidade de
determinar custos distintos para os dois tipos de ETA. A amostra de
elementos de ETA do Tipo III é constituída apenas por dois
elementos, pelo que não foram determinadas funções de custo;
recomenda-se, assim, a utilização das funções de custo do Tipo II
com pré-ozonização para determinação dos custos deste tipo,
|
298 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
tendo em consideração que podem ser um pouco mais elevados
devido à implementação da etapa de filtração CAG.
Importa ainda alertar que, atendendo ao relativamente reduzido
número de elementos disponíveis para cada tipo de tratamento,
não é possível detalhar e discriminar outras rubricas de custos que
poderão implicar e explicar a dispersão e o desvio dos valores da
amostra que se verificam para os diversos tipos de ETA. Para esta
variação podem concorrer aspetos como a maior ou menor área
coberta em edifício, a dimensão/autonomia necessária para o
reservatório de água tratada, as condições específicas de fundações
(e.g., necessidade de recurso a fundações especiais), a orografia do
terreno (que implique movimentações de terra e aterros
significativos) ou a infraestrutura corresponder a um centro
operacional (implicando uma maior dimensão e complexidade do
edifício de exploração e laboratório), entre outros.
Estações elevatórias de água
As estações elevatórias de água não foram divididas em diferentes
tipos de acordo com o número de grupos eletrobomba instalados,
devido ao reduzido número de elementos da amostra. Os custos
foram expressos em função do caudal e da altura de elevação, que
foram agregados num único parâmetro, a potência hidráulica do
escoamento (variando entre 0,13 e 430 kW). Verificou-se que o
custo do equipamento eletromecânico e instalações elétricas
apresenta um peso superior no custo de construção da estação
elevatória, comparativamente com a rubrica de construção civil.
Reservatórios
Os reservatórios de água foram divididos em: reservatórios
apoiados com ou sem estação elevatória associada e reservatórios
elevados. No caso dos reservatórios apoiados sem estação
elevatória, os custos foram expressos apenas em função do volume;
caso exista uma estação elevatória associada ao reservatório, os
custos foram expressos em função de dois parâmetros
caraterísticos, o volume e a potência hidráulica do escoamento. Por
último, nos reservatórios elevados, os custos foram definidos em
função do volume e da altura do fuste. Nos reservatórios apoiados,
os volumes variam entre 40 e 15 000 m3 e nos casos em que existe
estação elevatória, o volume varia entre 75 e 6 000 m3. Verificou-se
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES|299
que, para potências do escoamento mais baixas (inferiores a 10 kW),
o custo de reservatórios com estação elevatória é, em algumas
situações, inferior ao custo de reservatórios sem estação elevatória
(Figura 7.15). Este resultado traduz o comportamento dos
elementos da amostra analisados. Recomenda-se que o custo de
reservatórios com estação elevatória seja comparado com o custo
obtido para reservatórios simples; quando a diferença se torne
relevante e se observe que o primeiro é inferior, recomenda-se a
utilização do máximo dos custos obtidos para os reservatórios
simples e reservatórios associados a EE.
Condutas de água e ramais
As condutas adutoras estudadas são constituídas por aço, FFD e
PEAD com diâmetros nominais que variam desde 50 e 1 800 mm.
Verificou-se que o aço é utilizado para maiores diâmetros (a partir
de 500 mm), o PEAD é utilizado para condutas mais pequenas (até
710 mm) e o FFD abrange uma maior gama de diâmetros nominais.
Em termos de custos de construção, o FFD apresenta custos mais
elevados, seguido do aço e, por último o PEAD (Figura 8.10).
As condutas de distribuição incluem os materiais PVC, PEAD e FFD
com diâmetros nominais que variam de 50 a 400 mm. No caso do
PEAD, devido à elevada variabilidade de custos, os elementos foram
divididos em dois grupos consoante a localização de obra: zona rural
a medianamente urbana e zona urbana (i.e., zona localizada em
grandes centros). O FFD apresenta o custo mais elevado, para
diâmetros superiores a 150 mm, seguido do PEAD e, por último, do
PVC (Figura 8.17). No caso do PEAD, o custo é mais elevado para a
zona urbana. Na Figura 16.1 apresenta-se a comparação do custo de
condutas adutoras e de distribuição em FFD e PEAD. Para ambos os
materiais, o custo de condutas de distribuição é superior ao custo
das adutoras; este facto poderá ser explicado pela localização das
condutas de distribuição, geralmente em zonas mais urbanas, e pelo
maior número de acessórios inerentes à distribuição.
|
300 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
1000
Conduta adutora em FFD
800
Conduta de distribuição em FFD
Custo unitário (€/m)
600
400
200
0
(b)
400
|
302 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
diâmetro. Apesar dos emissários submarinos não terem custos
associados ao movimento de terras e à construção de caixas de
visita, os custos de mobilização de equipamento, máquinas e
recursos humanos para o local da obra são muito superiores às
outras rubricas de custo. Por outro lado, os custos dos emissários
submarinos são bastante dependentes do tipo de emissário que se
pretende implementar (enterrado ou não), devido aos custos de
dragagem associados e ao tipo de solo (varia com a percentagem de
areia e rocha do solo e com o diâmetro nominal, uma vez que
pequenos diâmetros são usualmente instalados através de
perfuração dirigida, enquanto os maiores diâmetros são instalados
por túneis, devido às falésias e embarcações).
Redes de coletores e ramais
Os coletores domésticos incluem os materiais PPc, PVC e FFD com
diâmetros nominais entre 200 e 400 mm. No caso do PPc e PVC,
estes materiais apresentam custos muito semelhantes nas diversas
rubricas, pelo que foram agrupados. Apesar de o FFD apresentar
uma gama menor de diâmetros (entre 200 e 250 mm), os custos de
construção são significativamente superiores, comparativamente
com o PPc/PVC. Na Figura 16.2 apresenta-se a comparação do custo
de emissários gravíticos e de coletores domésticos em FFD e
PPc/PVC. Para ambos os materiais, o custo de emissários gravíticos
é superior ao custo de coletores; este aspeto poderá ser explicado
pelo facto de a instalação de emissários gravíticos ser, geralmente,
efetuada a maior profundidade do que a dos coletores, contribuindo
para um aumento dos custos associados ao movimento de terras e
à construção de caixas de visita.
Os ramais de ligação domiciliários de águas residuais estudados
incluem os materiais PPc e PVC, os quais, à semelhança dos
coletores domésticos, foram agrupados de modo a obter um custo
único. Os diâmetros nominais variam entre 125 e 200 mm.
Os coletores pluviais analisados incluem os materiais betão e PPc
com diâmetros nominais que variam entre 300 e 800 mm. O betão
abrange a maior gama de diâmetros, enquanto o PPc é utilizado
para coletores com diâmetro até 630 mm. Em termos de custos de
construção, o PPc apresenta um custo mais elevado
comparativamente ao betão.
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES|303
(a)
700
600
Emissário gravítico em FFD
Coletor doméstico em FFD
(b)
300
|
304 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
estações elevatórias do Tipo I para o Tipo II e do Tipo II para o Tipo
III. Este aumento é explicado, no primeiro caso, pelo acréscimo de
custo de construção civil decorrente da construção do edifício e, no
segundo caso, pelo acréscimo de custo de equipamento
eletromecânico e de construção civil, decorrente do aumento do
número de grupos eletrobomba instalados.
Estações de tratamento de águas residuais
As estações de tratamento de águas residuais foram divididas em:
leitos de macrófitas (LM), ETAR compactas, ETAR de leitos
percoladores, lamas ativadas em arejamento convencional/média
carga (LAAC) e lamas ativadas em arejamento prolongado (LAAP)
sem e com desinfeção.
As ETAR de leitos de macrófitas apresentam custos per capita mais
elevados do que os restantes sistemas, visto corresponderem a um
sistema de tratamento extensivo (único analisado), aplicável a
instalações de reduzida dimensão populacional e em locais com
área disponível. Por outro lado, as ETAR compactas apresentam os
menores custos. No entanto, os custos de operação e manutenção
das ETAR de LM são muito inferiores aos custos associados aos
sistemas compactos. A maioria das ETAR de LAAC apresentam
sistemas de aproveitamento do biogás associados à fase de digestão
anaeróbia das lamas, pelo que as instalações tendem a ter custos
em construção civil e equipamento eletromecânico mais elevados.
No entanto, a produção de biogás possui um elevado potencial de
valorização energética, reduzindos custos de operação da
instalação.
Importa ainda alertar que, atendendo ao relativamente reduzido
número de elementos disponíveis para cada tipo de tratamento,
não é possível detalhar e discriminar outras rubricas de custos que
poderão implicar e explicar a dispersão e o desvio dos valores da
amostra que se verificam para os diversos tipos de ETAR. Para esta
variação podem concorrer aspetos como a eventual necessidade de
prever estação elevatória inicial, de confinamento e desodorização
da ETAR, as condições específicas de fundações (e.g., recurso a
fundações especiais), a orografia do terreno (que implique
movimentações de terra e aterros significativos) ou a infraestrutura
|
306 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
(a)
1600
Conduta adutora
1200 Conduta de distribuição
Emissário gravítico
Custo unitátio (€/m)
Coletor doméstico
800
400
0
(b)
200
Conduta adutora
Conduta de distribuição
Emissário gravítico
150
Custo unitátio (€/m)
Coletor doméstico
100
50
0
|
308 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
custo obtidas com alguma confiança e incerteza moderada; sempre
que o parâmetro caraterístico exceda uma variação de 20% dos
limites do domínio de aplicação, fazem-se recomendações para a
estimativa de custos de construção especificas para cada
componente; estas estimativas devem ser interpretadas como
meramente indicativas, dado terem uma elevada incerteza
associada. Qualquer extrapolação para fora do domínio de aplicação
deverá ser efetuada com parcimónia, uma vez que contemplam
erros, por defeito ou por excesso, que podem ter alguma expressão,
só devendo ser adotadas em casos excecionais e bem identificados
pelo utilizador.
A utilização das funções de custo apresentadas para estimativa dos
custos de construção não pode deixar de ser acompanhada de uma
análise e ponderação de todas as condições específicas das
infraestruturas que possam implicar eventuais desvios aos valores
obtidos, recomendando-se a definição de um intervalo de variação
expectável e não de um valor absoluto.
Para cada infraestrutura ou componente, apresenta-se nos quadros
que se seguem o conjunto de pressupostos considerados e as
respetivas recomendações de aplicação.
Os custos das duas fases deverão ser calculados em separado e somados no final.
Para obter o custo unitário total de construção de condutas e coletores deverá ser
adicionado o custo de pavimentação de acordo com o tipo de pavimento e a
largura a pavimentar.
|
310 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Quadro 16.3 – Recomendações relativas a estações elevatórias
O custo das estações elevatórias foi determinado assumindo que todos os grupos
eletrobomba eram iguais e estavam instalados em paralelo e que existia sempre um
grupo de reserva, uma vez que não se encontraram na amostra outras configurações.
Caso seja conhecida a potência de cada grupo, esse valor deverá ser multiplicado
pelo rendimento por forma a obter a potência do escoamento e a utilizar as
funções propostas.
|
312 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA CITADA
[1] AdP Serviços, S.A. – Direção de Engenharia (2004). “Análise
de Custos de investimento de Instalações de Tratamento de
Águas Residuais”.
[2] AdP Serviços, S.A. – Direção de Engenharia (2005). “Análise
de Preços Unitários em Sistemas Multimunicipais de
Abastecimento de Água e de Saneamento”.
[3] AdP Serviços, S.A. – Direção de Engenharia (2007). “Análise
de Preços Unitários em Sistemas Multimunicipais de
Abastecimento de Água e de Saneamento (Regional)”.
[4] Alegre, H. e Covas, C. (2010). “Gestão patrimonial de
Infraestruturas de abastecimento de água. Uma abordagem
centrada na reabilitação”. Série Guias Técnicos n.º 16,
ERSAR, LNEC, IST, Lisboa, 472 pp. (ISBN: 978-989-8360-04-
5).
[5] Bester, A. J., Jacobs, H. E., Van Der Merwe, J., Fuamba, M.
(2010). “Unit cost functions for value estimation of
waterborne sewer infrastructure”. Discussion paper, Water
Institute of Southern Africa (WISA) Biennial Conference &
Exhibition.
[6] BS EN 10220:2002. “Seamless and welded steel tubes.
Dimensions and masses per unit length”.
[7] Clark, R. M., Sivaganesan, M., Selvakumar, A. e Sethi, V.
(2002). “Cost models for water supply distribution systems.”
Journal of Water Resources Planning and Management,
10.1061/(ASCE)0733-9496(2002)128:5(312), 312–321.
[8] Covas, D., Marchionni, V., Cabral, M., Mamouros, L., Lopes,
N., Antunes, S. e Brôco, N. (2016). “Custos de construção de
infraestruturas associadas ao ciclo urbano da água e aos
resíduos sólidos urbanos”. In: 13º Congresso da Água,
Lisboa, entre os dias 7 e 9 de março de 2016.
BIBLIOGRAFIA |313
[9] Covas, D., Monteiro, A. J., Teixeira, A. T., Cabeças, A., Barros,
C., Figueiredo, D., Pena, J., Mamouros, L., Amado, M. C.,
Cabral, M., Brôco, N., Lopes, N., Antunes, S. e Marchionni,
V. (2015a). “Custos de referência de infraestruturas do ciclo
urbano da água, de valorização de resíduos urbanos sólidos
e de proteção da orla costeira”. Relatório Final – Volume I,
Instituto Superior Técnico (IST), Financiado pelo Programa
Operacional para a Sustentabilidade e Eficiência no Uso de
Recursos (POSEUR).
[10] Covas, D., Monteiro, A. J., Teixeira, A. T., Cabeças, A., Barros,
C., Figueiredo, D., Pena, J., Mamouros, L., Amado, M. C.,
Cabral, M., Brôco, N., Lopes, N., Antunes, S. e Marchionni,
V. (2015b). “Custos de referência de infraestruturas do ciclo
urbano da água, de valorização de resíduos urbanos sólidos
e de proteção da orla costeira”. Relatório Final – Volume II,
Instituto Superior Técnico (IST), Financiado pelo Programa
Operacional para a Sustentabilidade e Eficiência no Uso de
Recursos (POSEUR).
[11] Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de Janeiro. “Código dos
Contratos Públicos”.
[12] “Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de
Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais”.
[13] Decreto Regulamentar n.º 25/2009 de 14 de Setembro.
“Regime regulamentar das depreciações e amortizações”.
[14] Decreto Regulamentar n.º 2/90, de 12 de Janeiro. “Regime
das reintegrações e amortizações para efeitos do imposto
sobre o rendimento das pessoas colectivas”.
[15] Decreto Regulamentar n.º 306/2007 de 27 de Agosto.
“Regime da qualidade da água destinada ao consumo
humano”.
[16] Decreto Regulamentar n.º 236/98 de 1 de Agosto.
“Estabelece normas, critérios e objectivos de qualidade com
a finalidade de proteger o meio aquático e melhorar a
qualidade das águas em função dos seus principais usos”.
|
314 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
[17] EN 10220.2002. “Seamless and welded steel tubes –
General tables of dimensions and masses per unit length”.
[18] Feliciano, J., Almeida, R., Ramalho, P., Ganhão, A., Santos,
A., Covas, D., Alegre, H. (2017). “Rehabilitation needs in
water utilities – asset useful life adjustment and
infrastructure value index assessment. In: LESAM 2017 –
Proceedings of the Leading-Edge Strategic Asset
Management Conference, Trondheim, Norway, entre os
dias 20 e 22 de junho de 2017.
[19] Gupta, J. M., Agrawal, S. K. e Khanna P. (1976). “Optimal
design of wastewater collection systems”. Journal of the
Environmental Engineering Division (ASCE) 102(EE5):1029–
1041.
[20] Hanke, S. H. e Wentworth, R. W. (1980). “Statistical cost
function developed for sewer lines”. Water and Sewage
Works 127(12).
[21] ISO 15686-5: 2008. “Buildings and Constructed Assets –
Service Life Planning” – Part 5: Life Cycle Costing.
[22] Kishk, M., Al-Hajj, A., Pollock, R., Aouad, A., Bakis, N., Sun,
M. (2003). “Whole life costing in construction – a state of
the art review”. The RICS Research Paper Series, 4(18).
[23] Lencastre, A., Carvalho, J., Gonçalves, J. e Piedade, M.
(1995). Gestão de Sistemas de Saneamento Básico. Volume
9. “Custos de Construção e Exploração”. Direção Geral do
Ambiente do Ministério do Ambiente e Recursos Naturais.
Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Lisboa.
[24] Li, G., Matthew, R. G. S. (1990). “New approach for
optimization of urban drainage system”. Journal of
Environmental Engineering (ASCE) 116(5):927–944.
[25] Lindsay, A. K. e Walski, T. M. (1982). “Verification of cost
estimating procedures for MAPS computer program”. Tech.
Rep. EL-82-3, Engineer Research and Development Center
Library, Vicksburg, MS.
[26] Lopes, S., Covas, D., Lopes, N., Mamouros, L. e Brôco, N.
(2013). “Cost functions for different water supply systems
BIBLIOGRAFIA |315
assets: the Portuguese case study”. In: LESAM 2013 –
Proceedings of the Leading-Edge Strategic Asset
Management Conference, Sydney, Australia, entre os dias
10 e 12 de setembro de 2013.
[27] Lopes, S. (2014). “Análise de funções de custo de
componentes de construção civil e de equipamentos de
serviços públicos de água”. Tese de Mestrado Integrado em
Engenharia Civil. Instituto Superior Técnico, Universidade
de Lisboa.
[28] Marchionni, V., Lopes, N., Mamouros, L. e Covas, D. (2014a).
“Modelling Sewer Systems Costs with Multiple Linear
Regression”. Water Resources Management 28, 4415–
4431 (DOI: 10.1007/s11269-014-0759-z).
[29] Marchionni, V., Lopes, S., Lopes, N., Mamouros, L., Brôco, N.
e Covas, D. (2014b). “Cost functions for different water
supply and wastewater systems assets”. In: IWA World
Water Congress, Lisboa, entre os dias 21 e 25 de setembro.
[30] Marchionni, V., Cabral, M, Amado, C. e Covas, D. (2015).
“Water Supply Infrastructure Cost Modelling”. Procedia
Engineering Volume 119, Pages 168–173. In: Computing
and Control for the Water Industry (CCWI2015);
doi:10.1016/j.proeng.2015.08.868.
[31] Cabral, M., Amado, C. e Covas, D. (2016). "Estimating Water
Supply Infrastructure Cost Using Regression Techniques".
Journal of Water Resources Planning and Management
Volume 142 (4) (April 2016) (DOI: 10.1061/(ASCE)WR.1943-
5452.0000627).
[32] Mays, L. W. e Yen, B. H. (1975). “Optimal cost design of
branched sewer system”. Water Resources Research
11(1):37–47.
[33] NSW Government, Department of Primary Industries, Office
of Water. (2014). “NSW reference rates manual - Valuation
of water supply, sewerage and stormwater assets”. Sydney,
NSW, Australia.
|
316 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
[34] Nzewi, E. U., Gray, D. D. e Houck, M. H. (1985). “Optimal
design program for gravity sanitary sewer”. Civil Engineering
Systems 2:132–141.
[35] OECD EAP Task Force Secretariat (2005). “The Rural cost
functions for water supply and sanitation”.
(EXD/PCM/EN/NMC/04/125). Appendix 3: Documentation
of Expenditure Functions – Wastewater.
[36] Ouyang, C. F. (2003). “Sanitation engineer”. Chang Sung
Book Company, Taiwan (ROC), Ch. 3, pp. 61–74.
[37] Samra, S., Abood, M. (2014). “NSW Reference Rates Manual
– Valuation of Water Supply, Sewerage and Stormwater
Assets”, NSW Office of Water, Sydney, ISBN
9781742566467.
[38] Yeh, S., Lin, M., Tsai, K. (2009). “Development of cost
functions for open-cut and jacking methods for sanitary
sewer system construction in Central Taiwan”, Practice
Periodical of Hazardous, Toxic and Radioactive Waste
Management, Vol. 12 (4). DOI: 10.1061/(ASCE)1090-
025X(2008)12:4(282).
[39] Skipworth, P., Engelhardt, M., Cashman, A., Savic, D., Saul,
A. e Walters, G. (2002). “Whole life costing for water
distribution network management”, Thomas Telford,
London, ISBN 9780727731661.
[40] Swamee, P. K. e Sharma, A. K. (2008). “Design of water
supply pipe networks”. Wiley, Hoboken, NJ, 79–95.
[41] USEPA (2005). USEPA Advanced Asset Management
Workshop. US Environmental Protection Agency,
http://www.epa.gov/owm/assetmanage/assets_training.ht
m.
[42] Walski, T. M. (1980). “MAPS. A planning tool for corps of
engineer regional water supply studies.” JAWRA Journal of
the American Water Resources Association, 16(2), 215–219.
[43] Walski, T. M. (2012). “Planning-level capital cost estimates
for pumping.” Journal of Water Resources Planning and
BIBLIOGRAFIA |317
Management, 10.1061/(ASCE)WR.1943-5452.0000167,
307–310.
[44] Yeh, S. F., Min-Der, L. e Kang-Ting, T. (2009). "Cost analysis
for sewer systems constructed by open cut and jacking
techniques". Industrial Engineering and Engineering
Management (IEEM). IEEE International Conference on.
IEEE, 2009.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR CONSULTADA
[1] AdP, SGPS, S.A. (2008). “Planos Diretores para a Criação dos
Sistemas Multimunicipais de Baixa de Abastecimento de
Água e de Saneamento de Águas Residuais do Norte, Centro
e Sul”. Critérios de Concepção de Soluções e Estimativa de
Investimentos e Custos Operacionais.
[2] Ambrose, M., Burn, S., Desilva, D. e Rahilly, M. (2008). “Life
Cycle Analysis of Water Networks”. Plastics Pipe XIV: Plastics
Pipes Conferences Association, Budapest.
[3] GAO – United States General Accounting Office (2004).
“Water Infrastructure. Comprehensive Asset Management
Has Potential to Help Utilities Better Identify Needs and Plan
Future Investments”. Report to the Ranking Minority
Member, Committee on Environment and Public Works,
U.S. Senate.
[4] Geem, Z. W. (2006). “Optimal Cost Design of Water
Distribution Networks Using Harmony Search”. Engineering
Optimization, 38: 3, 259-280.
[5] Green, C. H. (2003). “Handbook of Water Economics:
Principles and Pratice”. John Wiley & Sons Ltd.
[6] Grigg, N. S. (2003). “Water, Wastewater, and Stormwater
Infrastructure Management”. Lewis Publishers.
[7] Lopes, N., Pena, J., Mamouros, L. e Mendes, D. (2014).
“Funções de custo para sistemas de
abastecimento/distribuição de água, em ambiente urbano”.
Relatório desenvolvido no âmbito da atividade da AdP
Serviços, confidencial.
|
318 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
ANEXO 1 – SÍNTESE DAS FUNÇÕES DE CUSTO
SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Fichas
Descrição Funções
técnicas
Furo e ensaio de
capacidade de extração Cu = 3000 pp − 0,456 R 2 = 0,79 (€/m)
FT3 Cu = 11000 Vp − 0,557
em captações de água R 2 = 0,81 (€/m3)
subterrânea (Fase I)
Sem pré-ozonização
− 0,510
C cc = 114664 Q R 2 = 0,43 (103 €/(l/s))
C e = 560455 Q − 0,902 R 2 = 0,84
Estações de tratamento
FT6
de água do Tipo II Com pré-ozonização
− 0,828
C cc = 843640 Q R 2 = 0,45 (103 €/(l/s))
C e = 206790 Q − 0,568 R 2 = 0,87
− 0,828
Estações de tratamento C cc = 843640 Q R 2 = 0,45
FT7 − 0,568 (103 €/(l/s))
de água do Tipo III C e = 206790 Q R 2 = 0,57
R 2 = 0,96
Reservatórios apoiados C cc = 4685 V − 0,487
Pe − 0,842 2
Radj = 0,96
FT10 com estação elevatória (€/(m3.kW))
− 0,783
R 2 = 0,93
associada C e = 13450 V Pe − 0,631
R 2
adj = 0,92
R 2 = 0,86
C cc = 566,7 V 0,487
h 1,102 2
Radj = 0,80
FT11 Reservatórios elevados (103 €)
R 2 = 0,71
C e = 240,3 V 0,840
h 0,348
R 2
adj = 0,60
Ramais de
C PE AD * = 0,89 97 DN + 166 R 2 = 0,44
FT14 ligação C PE AD ** = 0,7872 DN + 244
(€/unidade)
R 2 = 0,36
domiciliários
Notas: PEAD* – conduta em zona rural a medianamente urbana; PEAD** – conduta em zona urbana.
|
322 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
SISTEMA DE GESTÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS E PLUVIAIS
Fichas
Descrição Funções
técnicas
Ramais de
FT19 ligação CPPc/PVC = 1,397 DN + 38 R 2 = 0,91 (€/unidade)
domiciliários
Fichas
Descrição Funções
técnicas
Sem recirculação de
efluente R 2 = 0,56 (€/Hab.)
Estações de Ccc = 75470 P − 0,860 R 2 = 0,81
tratamento de águas Ce = 3299 P − 0,580
FT25
residuais de leito de
macrófitas (LM) Com recirculação de
efluente R 2 = 0,56 (€/Hab.)
Ccc = 75470 P − 0,860 R 2 = 0,74
− 0,996
Ce = 69853 P
Estações de
tratamento de águas Ccc = 24565 P − 0,694 R 2 = 0,89
FT26 (€/Hab.)
residuais de leito Ce = 96716 P − 0,9989 R 2 = 0,97
percolador (LP)
Estações de
tratamento de águas
residuais por lamas Ccc = 3038 P − 0,349 R 2 = 0,59
FT27 (€/Hab.)
ativadas em Ce = 63117 P − 0,622 R 2 = 0,84
arejamento
convencional (LAAC)
Sem desidratação de
lamas no local
Estações de
Ccc = 45160 P − 0,781
R 2 = 0,72 (€/Hab.)
tratamento de águas
R 2 = 0,64
residuais por lamas Ce = 62324 P − 0,895
FT28 ativadas em
Com desidratação de
arejamento
lamas no local
prolongado (LAAP)
Ccc = 11731P − 0,532
R 2 = 0,92 (€/Hab.)
sem desinfeção
− 0,509
R 2 = 0,79
Ce = 9733 P
Estações de
tratamento de águas
residuais por lamas Ccc = 4895 P − 0,415 R 2 = 0,89
FT29 ativadas em (€/Hab.)
Ce = 19063 P − 0,552 R 2 = 0,92
arejamento
prolongado (LAAP)
com desinfeção
|
324 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
LEVANTAMENTO E REPOSIÇÃO DE PAVIMENTO
Fichas
Descrição Funções
técnicas
-0,738 2
Ce= 46290 Pe R = 0,991
3
15
10
5
0
2 6 10 14 18 22 26 30
NOTAS:
-0,172 2
Ce= 5828 Pe R = 0,18
3000
2000
1000
0
NOTAS:
|
330 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Captação de água superficial em albufeira por torre
Custo de construção de captação de água superficial em albufeira por torre
Custo unitário (103 €/kW)
Pe (kW) Custo total (103 €)
CCC Ce
94,5 8,0 5,6 1 285,2
NOTAS:
-0,456 2
Cu= 3000 Pp R = 0,79
400
300
200
100
0
NOTAS:
|
332 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Custo de execução de furo e ensaio de capacidade de extração em captações de água
subterrânea (Fase I): Volume de perfuração
Custo unitário (€/m3)
Vp (m3) Custo total (103 €)
Cp5 Cu Cp95
< 10 - 3 051 - 30,5
10 2 025 3 051 4 596 30,5
15 1 683 2 434 3 519 36,5
20 1 465 2 074 2 935 41,5
25 1 308 1 831 2 564 45,8
30 1 187 1 654 2 305 49,6
35 1 091 1 518 2 113 53,1
40 1 012 1 409 1 964 56,4
45 945 1 320 1 844 59,4
50 888 1 245 1 745 62,2
55 838 1 180 1 662 64,9
60 795 1 125 1 591 67,5
65 756 1 075 1 530 69,9
70 722 1 032 1 475 72,2
75 691 993 1 427 74,5
80 663 958 1 384 76,6
> 80 - 958 - 0,958 Vp
3000
Custo unitário de construção de captações
2500
subterrâneas - Fase I, C u (€/m )
-0,557 2
Cu= 11000 Vp R = 0,81
2000
1500
1000
500
0
10 20 30 40 50 60 70 80
Volume de perfuração, Vp (m )
3
NOTAS:
1 Volume de perfuração, Vp (m3):
Domínio de aplicação, [12; 69]
Domínio de extrapolação, [10; 12[ e ]69; 80].
-0,599 2
Ccc = 5547 Pe R = 0,63
Custo unitário (€/kW)
-0,265 2
Ce= 4637 Pe R = 0,56
1500
1000
500
0
NOTAS:
|
334 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 5. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA DO TIPO I
-0,45
10
2
Ccc = 11217 Q R =1
-0,766 2
Ce = 60540 Q R = 0,95
5
0
Caudal, Q (l/s)
NOTAS:
1 Caudal, Q (l/s):
Domínio de aplicação, Ccc [80; 556] e Ce [26; 556]
Domínio de extrapolação, [15; 26[ e ]556; 600].
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 O custo unitário de construção civil inclui o custo de estaleiro, de terraplanagens e
arranjos exteriores.
Ce = 560455 Q R = 0,84
20
10
0
1 Caudal, Q (l/s):
Domínio de aplicação, [20; 222]
Domínio de extrapolação, ]222; 500].
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro, de terraplanagens e arranjos
exteriores.
|
336 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Tipo II com pré-ozonização
Custo de construção de estações de tratamento de água com nível de tratamento do
Tipo II com pré-ozonização
Q Custo unitário (103 €/(l/s)) Custo total
(l/s) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
< 20 - 70,6 - - 37,7 - 2 166,7
20 10,3 70,6 485,8 13,5 37,7 105,1 2 166,7
50 7,6 33,1 144,0 10,3 22,4 49,0 2 774,1
100 5,3 18,6 65,6 7,7 15,1 29,5 3 374,7
150 3,9 13,3 45,1 6,3 12,0 22,9 3 798,7
200 3,1 10,5 36,0 5,3 10,2 19,6 4 138,4
250 2,5 8,7 31,0 4,6 9,0 17,6 4 426,9
300 2,0 7,5 27,9 4,0 8,1 16,3 4 680,4
350 1,7 6,6 25,7 3,6 7,4 15,3 4 908,2
400 1,5 5,9 24,1 3,3 6,9 14,5 5 116,2
450 1,3 5,4 22,8 3,0 6,4 13,9 5 308,2
500 1,1 4,9 21,8 2,7 6,1 13,4 5 487,2
> 500 - 4,9 - - 6,1 - 11,0 Q
50
Ce = 206790 Q R = 0,57
30
20
10
0
|337
ANEXO 2 – FICHAS TÉCNICAS
FT 7. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA DO TIPO III
NOTAS:
|
338 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 8. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
-0,559 2
Ce = 37655 Pe R = 0,86
40
20
0
-0,366 2
Ccc = 2718 V R = 0,62
Custo unitário (€/m )
500
-0,533 2
Ce = 3479 V R = 0,46
400
300
200
100
0
Volume, V (m )
3
NOTAS:
1 Volume, V (m3):
Domínio de aplicação, [40; 15 000]
Domínio de extrapolação, ]15 000; 18 000].
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro.
5 Caso se pretenda incluir apenas os custos de arranjos exteriores dever-se-á aplicar o
fator multiplicativo de 1,19 sobre o custo de construção civil obtido.
6 Caso se pretenda incluir apenas os custos de trabalhos especiais dever-se-á aplicar o
fator multiplicativo de 1,04 sobre o custo total obtido.
|
340 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 10. RESERVATÓRIOS APOIADOS COM ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS ASSOCIADAS
Potência do
Volume,
escoamento, Custo unitário (€/(m3. kW)) ou custo total (k€)
V (m3)
Pe (kW)
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce ou a função de
Pe < 0,7 custo total considerando V = 40 m3 e Pe = 0,7 kW, para o
cálculo dos custos unitários e totais.
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce, com
V = 40 m3 e potência pretendida. O custo total é obtido
0,7 ≤ Pe ≤ 1 000
V < 40 multiplicando os custos unitários por V = 40 m3 e pela
potência do escoamento instalada.
Utilizar as funções de custo unitário Ccc e Ce, com volume
igual a 40 m3 e potência igual a 1 000 kW. O custo total é
Pe > 1 000
obtido multiplicando os custos unitários por V = 40 m3 e pela
potência do escoamento instalada.
|
342 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
120
Construção civil (Ccc )
Pe=300 kW 2
100
-0,487 -0,842
Ccc = 4685 V Pe R adj = 0,96
Custo unitário [€/(m .kW)]
Pe=10 kW
3
80
Equipamento e instalações elétricas (Ce)
Pe=300 kW -0,783 -0,631 2
Ce = 13450 V Pe R adj = 0,92
60
Pe=10 kW
40
20
0
Volume, V (m )
3
NOTAS:
1 Volume, V (m3):
Domínio de aplicação, [75; 6 000]
Domínio de extrapolação, [40; 75[ e ]6 000; 7 000].
2 Potência hidráulica do escoamento, Pe (kW):
Domínio de aplicação, [0,7; 819]
Domínio de extrapolação, ]819; 1 000].
3 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
4 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
5 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro.
6 Caso se pretenda incluir apenas os custos de arranjos exteriores dever-se-á aplicar o
fator multiplicativo de 1,12 sobre o custo de construção civil obtido.
7 Caso se pretenda incluir apenas os custos de trabalhos especiais dever-se-á aplicar o
fator multiplicativo de 1,02 sobre o custo total obtido.
|
344 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Recomendações para a estimativa do custo de reservatórios
elevados fora do domínio de aplicação
Altura
Volume,
do fuste, Custo total (k€)
V (m3)
h (m)
Utilizar as funções de custo Ccc e Ce com V = 100 m3 e h = 15 m.
h < 15
Ccc =105,5 (103 €) e Ce =29,5 (103 €)
600
0,487 1,102 2
Ccc = 566,7 V h R adj = 0,8
h=15 m
500
Equipamento e instalações elétricas (Ce)
400
h=15 m 2
R adj = 0,6
300
200
100
0
Volume, V (m )
3
NOTAS:
1 Volume, V (m3):
Domínio de aplicação, [100; 500].
2 Altura de fuste, h (m):
Domínio de aplicação, [15; 30].
3 CCC: Custo de construção civil; Ce: Custo de equipamento eletromecânico e
instalações elétricas.
4 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
5 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro.
6 Caso se pretenda incluir apenas os custos de arranjos exteriores dever-se-á aplicar o
fator multiplicativo de 1,09 sobre o custo de construção civil obtido.
|
346 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 12. CONDUTAS DE ADUÇÃO
1500
Custo unitário (€/m)
2 2
CAço = 0,00054 DN + 0,07435 DN + 15 R = 0,97
1000
500
FFD
PEAD
Aço
0
NOTAS:
|
348 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 13. CONDUTAS DE DISTRIBUIÇÃO
CPEAD**
CPEAD*
Cp95
Cp95
Cp95
Cp95
Cp5
Cp5
Cp5
Cp5
CPVC
CFFD
60 - 37 98 - - - - - - - - -
63 - - - - 23 36 - 29 49 32 61 89
75 - - - - 24 37 - 32 52 35 64 92
80 - 46 107 - - - - - - - - -
90 - - - - 27 39 15 35 55 38 67 95
100 - 56 116 - - - - - - - - -
110 - - - 17 30 42 19 39 59 43 72 100
125 - 68 129 19 32 45 22 42 62 47 75 104
140 - - - 22 35 47 25 45 65 50 79 107
150 21 82 143 - - - - - - - - -
160 - - - 25 38 51 30 49 69 55 84 112
180 - - - 29 42 55 34 54 74 60 88 116
200 51 112 174 33 46 59 38 58 78 64 93 121
225 - - - - - - 43 63 83 70 99 127
250 86 147 208 43 57 70 48 68 89 76 105 133
280 - - - - - - 54 74 95 83 112 140
300 124 185 246 - - - - - - - - -
315 - - - 59 72 86 61 82 103 91 120 148
350 166 228 289 - - - - - - - - -
355 - - - 68 83 98 - 90 - 100 129 158
400 210 274 338 79 96 113 - 100 - 110 140 169
450 257 325 393 - - - - 110 - - 151 -
500 304 380 455 101 128 155 - 120 - - 163 -
300
2
CPEAD* = 0,2096 DN + 16 R = 0,83
NOTAS:
|
350 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 14. RAMAIS DE LIGAÇÃO DOMICILIÁRIOS DE ÁGUA
2
CPEAD** = 0,7872 DN + 244 R = 0,36
2
CPEAD* = 0,8997 DN + 166 R = 0,44
0
|
352 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
800
2
CFFD = 0,6732 DN + 15 R = 0,92
2 2
CPEAD = 0,00059 DN + 0,1043 DN + 15 R = 0,90
2 2
600
CPVC = 0,016 DN + 0,1933 DN + 15 R = 0,85
Custo unitátio (€/m)
400
200
FFD
PEAD
PVC
0
NOTAS:
CPPc/PVC
CFFD**
Cp95
Cp95
Cp95
Cp95
CPEAD
CFFD*
Cp5
Cp5
Cp5
Cp5
200 - 67 129 - 81 220 42 119 196 41 97 153
225 - - - - 91 229 - - - - - -
250 15 77 140 - 101 239 65 143 220 63 119 176
280 - - - - 113 252 - - - - - -
300 - - - - - - 89 167 244 85 142 199
315 29 91 154 - 129 268 - - - - - -
350 - - - - - - 113 191 268 108 166 223
355 38 100 163 - 149 288 - - - - - -
400 48 110 173 33 172 312 137 215 293 132 189 246
450 - - - 61 201 340 162 240 317 156 213 270
500 70 133 196 91 231 371 186 264 342 180 237 294
560 - - - 131 271 411 - - - - - -
600 - - - - - - 236 314 392 229 287 344
630 100 163 227 181 321 461 - - - - - -
700 - - - - - - 285 365 444 279 338 396
710 119 183 247 243 383 524 - - - - - -
800 139 205 271 320 461 601 334 416 497 328 390 451
900 161 230 299 413 555 696 382 468 553 375 443 511
1 000 182 255 329 515 657 800 428 520 612 - 473 -
1 200 221 308 395 742 889 1 037 514 627 740 - 571 -
1 400 - 363 - 1 000 1 157 1 313 - 737 - - 670 -
1 600 - 420 - 1 287 1 459 1 631 - 849 - - 773 -
1 800 - 480 - 1 602 1 797 1 992 - 964 - - 877 -
2 000 - 541 - - 2 170 - - 1 081 - - 984 -
|
354 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
1500
2 2
CFFD_vala = 0.000033 DN + 0,4622 DN + 25 R = 0,95
2 2
CFFD_travessia = 0,000067 DN + 0,421 DN + 25 R = 0,99
2 2
Custo unitátio (€/m)
2 2
CPPc/PVC = 0,000028 DN + 0,2021 DN + 25 R = 0,79
500
FFD em vala
FFD em travessia
PEAD
PPc/PVC
0
NOTAS:
Custo de construção de
emissários submarinos em PEAD
DN Custo unitário (€/m)
(mm) Cp5 C Cp95
315 - 1 124 2 750
355 - 1 235 2 852
400 - 1 359 2 967
450 - 1 498 3 097
500 - 1 636 3 227
560 219 1 802 3 385
630 420 1 996 3 571
710 647 2 217 3 787
800 899 2 466 4 033
900 1 174 2 742 4 311
1 000 1 445 3 019 4 593
1 200 1 973 3 572 5 172
1 400 2 483 4 125 5 768
1 600 2 978 4 679 6 379
1 800 3 459 5 232 7 005
2 000 3 926 5 785 7 644
6000
PEAD
5000
Custo unitário (€/m)
4000
3000
2000
2
R = 0,74
0
NOTAS:
1 Diâmetro nominal, DN (mm):
Domínio de aplicação, [315; 1 800]
Domínio de extrapolação, ]1 800; 2 000].
2 CMaterial: Custo unitário.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 Os custos de trabalhos especiais, sendo pouco relevantes e representativos, foram
incluídos no custo do emissário submarino.
|
356 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 18. COLETORES DOMÉSTICOS
FFD
PPc/PVC
80
Custo unitátio (€/m)
2
60
2
CPPc/PVC = 0,06946 DN + 25 R = 0,68
40
20
0
400
PPc/PVC
300
200
CPPc/PVC = 1,397 DN + 38
100
2
R = 0,91
0
NOTAS:
|
358 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 20. COLETORES PLUVIAIS
Betão
PPc
150
Custo unitátio (€/m)
100
50
2 2
CBetão = 0,00023 DN - 0,03429 DN + 30 R = 0,84
2 2
CPPc = 0,00012 DN + 0,0684 DN + 30 R = 0,91
0
NOTAS:
1 Diâmetro nominal, DN (mm):
Domínio de aplicação, Betão [300; 800] e PPc [315; 630]
Domínio de extrapolação, Betão ]800; 1 000] e PPc ]630; 700].
2 CMaterial: Custo unitário.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de um coletor pluvial inclui o custo de ramais e sumidouros e sarjetas. No
entanto, não inclui pavimentação e trabalhos especiais, os quais devem ser
calculados posteriormente.
5 Caso se pretenda incluir os custos de pavimentação dever-se-á utilizar a ficha técnica
FT 30.
6 Os custos de trabalhos especiais, sendo pouco relevantes e representativos, foram
incluídos no custo do coletor pluvial.
0 5 10 15 20
Potência hidráulica de escoamento, Pe (kW)
NOTAS:
1 Potência hidráulica do escoamento, Pe (kW):
Domínio de aplicação, [0,17; 14]
Domínio de extrapolação, ]14; 20].
2 CCC: Custo unitário de construção civil; Ce: Custo unitário de equipamento
eletromecânico e instalações elétricas.
3 Cp5: Custo unitário de predição 5%; Cp95: Custo unitário de predição 95%.
4 O custo de construção civil inclui o custo de estaleiro.
5 Caso se pretenda incluir os custos de arranjos exteriores dever-se-á aplicar o fator
multiplicativo de 1,21 sobre o custo de construção civil obtido.
|
360 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 22. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUAS RESIDUAIS – TIPO II
-0,506 2
60
Ce = 46873 Pe R = 0,57
40
20
0
0 20 40 60 80 100
Ce = 58724 Pe R = 0,79
20
10
0
|
362 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 24. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS COMPACTAS
NOTAS:
|
364 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Com recirculação de efluente
Custo de construção de ETAR LM com recirculação de efluente
P Custo unitário (€/Hab.) Custo total
(Hab.) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
< 100 - 1 438 - - 712 - 215,0
100 753 1 438 2 746 426 712 1 189 215,0
200 443 792 1 416 231 357 551 229,8
300 317 559 987 157 238 361 239,2
400 246 437 774 118 179 271 246,2
500 201 360 645 94 143 219 251,8
600 170 308 559 77 119 185 256,5
700 147 270 497 65 102 161 260,5
800 129 241 449 56 90 143 264,1
900 115 217 411 49 80 129 267,4
1 000 104 199 381 44 72 118 270,3
>1 000 - 199 - - 72 - 0,271 P
NOTAS:
100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
População equivalente, P (Hab.)
-0,694 2
Ccc = 24565 P R = 0,89
Custo unitário (€/Hab.)
-0,9989 2
Ce = 96716 P R = 0,97
400
300
200
100
0
NOTAS:
|
366 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 27. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS POR LAMAS ATIVADAS
EM AREJAMENTO CONVENCIONAL (LAAC)
-0,622 2
Ce = 63117 P R = 0,84
60
40
20
0
Ce = 62324 P R = 0,64
200
100
0
|
368 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
Com desidratação de lamas no local
Custo de construção de ETAR LAAP
sem desinfeção e com desidratação de lamas no local
P Custo unitário (€/Hab.) Custo total
(Hab.) Cp5 CCC Cp95 Cp5 Ce Cp95 (103 €)
< 400 - 484 - - 461 - 378,1
400 340 484 691 259 461 822 378,1
1 000 211 297 419 166 289 505 586,6
3 000 119 166 232 96 165 285 993,3
5 000 90 126 177 74 128 220 1 269,1
10 000 62 87 122 52 90 155 1 769,5
15 000 50 70 99 42 73 127 2 149,4
20 000 43 60 85 36 63 110 2 467,5
25 000 38 54 76 32 56 99 2 746,3
30 000 34 49 69 29 51 90 2 997,4
35 000 32 45 64 27 47 84 3 227,4
40 000 29 42 59 25 44 79 3 441,0
45 000 28 39 56 23 42 74 3 641,1
50 000 26 37 53 22 40 71 3 829,9
55 000 25 35 50 21 38 67 4 009,1
60 000 24 34 48 20 36 65 4 180,1
65 000 23 32 46 19 35 62 4 343,8
>65 000 - 32 - - 35 - 0,067 P
500
Ce = 9733 P R = 0,79
200
100
0
|
370 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
FT 30. LEVANTAMENTO E REPOSIÇÃO DE PAVIMENTO
|
376 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
EXEMPLO 5. RESERVATÓRIO APOIADO
A empreitada prevê a construção de um reservatório apoiado com 500 m3. Inclui arranjos
exteriores e trabalhos especiais, tal como sistema de cloragem.
O custo total é calculado da seguinte forma:
Custo de
= 5,7 €/(m3.kW) (FT10)
construção civil
Custo de (FT10)
equipamento
eletromecânico e = 4,9 €/(m3.kW)
instalações
elétricas
Arranjos (FT10)
= 12% (1,12)
exteriores
Trabalhos (FT10)
= 2% (1,02)
especiais
= [(5,7 €/(m3.kW) ×1,12) + 4,9 €/(m3.kW)] × 1,02 × 1 000 m3 × 53
Total kW
= 610 013 €
Outros custos
= 20% (1,20) (Quadro 14.2)
associados à obra
Custo total +
= 610 013 € × 1,20 = 732 016 €
Outros custos
* Pe = γ QH sendo, γ, o peso volumétrico da água (9,81 N/m3), Q , o caudal nominal total
correspondente à soma de caudais nominais dos grupos eletrobomba instalados em
paralelo (m3/s) e H, a altura nominal de elevação de cada grupo em paralelo (m c.a.).
|
378 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
EXEMPLO 7. RESERVATÓRIO ELEVADO
|
380 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
EXEMPLO 10. CONDUTA ELEVATÓRIA
|
382 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
EXEMPLO 13. COLETOR DOMÉSTICO
|
384 CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS ASSOCIADAS AO CICLO URBANO
DA ÁGUA
EXEMPLO 15. ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUAS RESIDUAIS
|387
ANEXO 3 – EXEMPLOS DE APLICAÇÃO