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História e Geografia de

Portugal
5º ano
A conquista romana e a resistência dos povos ibéricos
1. A conquista
Os romanos eram um povo proveniente da Península Itálica que conquistaram vários
territórios à volta do mar Mediterrâneo graças ao seu poderoso e organizado exército.
Atraídos pelas riquezas das Península Ibérica conquistaram-na no séc. III a.C. Desta
forma conseguiram o domínio do comércio do Mediterrâneo.

2. A resistência
As populações do litoral sul não ofereceram grande resistência. O mesmo não
aconteceu com os povos do Centro e Norte que lutaram contra os romanos durante
quase 200 anos. Um dos povos que se distinguiu na luta contra os romanos foram
os Lusitanos, chefiados por Viriato. Estes
montavam armadilhas e emboscadas aproveitando as montanhas e desfiladeiros.
3. O império romano
Entretanto não foi só conquistada a Península Ibérica mas sim um conjunto de
territórios à volta do Mediterrâneo que fez com que os romanos construíssem um
grande Império. A sua capital era a cidade de Roma e possuíam territórios na Europa,
Ásia e África. O chefe supremo do Império era o imperador.

A Península Ibérica romanizada


Herança romana
Os romanos permaneceram quase 700 anos na Península Ibérica e durante este tempo
os costumes das pessoas alteraram-se e foram construídos edifícios e estruturas que
influenciaram bastante o modo de vida da população. A todas as alterações provocadas
pela presença dos romanos na Península Ibérica chama-se romanização.

As transformações mais significativas foram:


 construção de estradas, aquedutos, pontes, teatros, balneários
públicos, templos, monumentos;
 casas cobertas com telha, com jardins exteriores e com mosaicos a decorar o
pavimento;
 intensificação da produção agrícola (vinho, azeite e trigo) e da exploração
agrícola;
 criação de indústrias: salga do peixe, olaria, tecelagem;
 desenvolvimento do comércio;
 maior uso da moeda;
 a língua falada passa a ser o latim.

Era cristã
Este período também ficou marcado pelo surgimento de uma nova religião:
o Cristianismo. Esta nova religião expandiu-se por todo o Império e a contagem do
tempo passou-se a fazer pela era cristã, ou seja, a partir do nascimento de Jesus
Cristo (quem começou a pregar esta religião e que afirmava ser filho de Deus).
Na contagem do tempo podemos utilizar o ano, a década (10 anos), o século (100
anos) e o milénio (1000 anos).
Para fazer corresponder os anos aos séculos há duas regras bastante simples:
 quando o ano termina em dois zeros o número de centenas indica o século. Ex: ano
1500, séc. XV;
 quando o ano não termina em dois zeros, acrescenta-se uma unidade ao número
das centenas. Ex: 1548, séc. XVI.

A ocupação muçulmana
O profeta Maomet e o Islamismo
No séc. VI a Arábia (península da Ásia) era bastante pobre. Foi neste local
que Maomet, nascido na cidade de Meca, anunciou-se em 612 como profeta
(enviado de Deus para revelar verdades sagradas aos homens) e começou a pregar
uma nova religião – o Islamismo.
Os seguidores desta religião são os Muçulmanos e acreditam num único deus – Alá.
Os princípios desta religião estão reunidos num livro sagrado chamado Corão.
Obrigações dos Muçulmanos:
 reconhecer Alá como Deus único e Maomet como seu profeta;
 rezar cinco vezes por dia virados para Meca;
 jejuar no mês do Ramadão;
 dar esmola aos mais pobres;
 ir a Meca pelo menos uma vez na vida.

Conquista da Península Ibérica


Os Muçulmanos começaram a conquistar novos territórios de forma a:
 expandir o Islamismo, procurando converter outros povos à sua religião;
 melhorar as suas condições de vida dado que a Arábia era um território
bastante pobre.

Foram conquistados territórios na Ásia, no Norte de África e em 711 iniciou-se a


conquista da Península Ibérica. Os Mouros (designação para os Muçulmanos oriundos
do Norte de África) entraram pelo estreito de Gibraltar e venceram os cristãos visigodos
na batalha de Guadalete.
Muito rapidamente (em cerca de dois anos) os Muçulmanos ocuparam praticamente
toda a Península Ibérica, com exceção das Astúrias e parte dos Pirenéus devido às suas
condições adversas. Esta ocupação foi realizada através do uso de armas mas, em
muitos casos, faziam-se acordos com os visigodos que lhes permitiam viver em paz e
confraternizar, desde que se submetessem aos novos conquistadores.

Influência muçulmana nos povos peninsulares


Os povos que sofreram maior influência da presença dos Muçulmanos na Península
Ibérica foram os do sul pois foi aí que permaneceram mais tempo.
As principais marcas muçulmanas foram:
 construção de mesquitas e palácios decorados com azulejos;
 casas com terraços e pátios interiores e eram caiadas de branco;
 desenvolvimento de indústrias artesanais como armas, carros e tapetes;
 desenvolvimento da agricultura com novos processos de rega, a nora, a picota e o
açude;
 introdução de novas plantas como a laranjeira, o limoeiro, a amendoeira, a
figueira e da oliveira;
 novos conhecimentos de medicina, navegação, astronomia e matemática;
 cerca de 600 palavras, a maior parte começadas por al.

Condado Portucalense
Durante a Reconquista Cristã os reis cristãos da Península Ibérica pediram auxílio a
outros reinos cristãos da Europa para reconquistar os territórios aos Muçulmanos. Os
cavaleiros que vieram ajudar na luta contra os Muçulmanos chamavam-se cruzados.
A pedido de D. Afonso VI, rei de Leão e Castela, vieram de França os cruzados D.
Raimundo e D. Henrique. Em troca pelos seus serviços os cruzados receberam:
 D. Raimundo: a mão da filha legítima do rei, D. Urraca, e o Condado de Galiza;
 D. Henrique: a mão da filha ilegítima do rei, D. Teresa, e o Condado de
Portucale.
Estes condados pertenciam ao reino de Leão, por isso D. Henrique tinha que prestar
obediência, lealdade e auxílio militar ao rei D. Afonso VI. Em 1112 morre e como o seu
filho, D. Afonso Henriques, apenas tinha 4 anos de idade, ficou D. Teresa a governar o
Condado Portucalense.

A luta pela independência


Em 1125, aos 16 anos, D. Afonso Henriques armou-se a si próprio cavaleiro, como
só faziam os reis. D. Afonso Henriques tinha como ambição concretizar o desejo do seu
pai D. Henrique: tornar o Condado Portucalense independente do reino de Leão e
Castela.
Nesta altura, D. Teresa mantinha uma relação amorosa com um fidalgo galego, o conde
Fernão Peres de Trava. Esta relação prejudicava a ambição de tornar o Condado
Portucalense independente. Por isso, apoiado por alguns nobres portucalenses, D.
Afonso Henriques revoltou-se contra a sua mãe.
Em 1128, D. Teresa é derrotada na batalha de S. Mamede por D. Afonso Henriques,
que passa a governar o Condado Portucalense.
D. Afonso Henriques passa a ter duas lutas:
 luta contra D. Afonso VI para conseguir a independência do Condado
Portucalense;
 luta contra os Muçulmanos para aumentar o território para sul.
O reino de Portugal
Para a formação de Portugal foram bastante importantes as seguintes batalhas:
 1136: batalha de Cerneja onde D. Afonso Henriques vence os galegos.
 1139: batalha de Ourique onde D. Afonso Henriques derrota os exércitos de
cinco reis mouros.
 1140: batalha em Arcos de Valdevez, D. Afonso Henriques vence novamente
os exércitos de D. Afonso VII.
Com estas vitórias de D. Afonso Henriques, D. Afonso VII, seu primo agora rei de Leão e
Castela, viu-se obrigado a fazer um acordo de paz – o Tratado de Zamora. Neste
tratado, assinado em 1143, Afonso VII concede a independência ao Condado
Portucalense que passa a chamar-se reino de Portugal, e reconhece D. Afonso
Henriques como seu rei.

A conquista da linha do Tejo


Feita a paz com o rei de Leão e Castela, D. Afonso Henriques passou a preocupar-se
exclusivamente em conquistar territórios a sul aos mouros de forma a alargar o
território do reino de Portugal:
 1145: conquista definitiva de Leiria;
 1147: conquista de Santarém e Lisboa.
Na reconquista das terras aos mouros participou quase toda a população portuguesa
que podia pegar em armas:
 senhores nobres e monges guerreiros: combatiam a cavalo, comandavam
os guerreiros e recebiam terras como recompensa pelos seus serviços prestados ao
rei;
 homens do povo: combatiam a pé e eram a grande maioria dos combatentes.
Em algumas batalhas os portugueses foram ainda ajudados por cruzados bem
treinados e com armas próprias para atacar as muralhas, vindos do Norte da Europa.

O reconhecimento do reino
Apesar de o rei Afonso VII ter reconhecido em 1143 D. Afonso Henriques como rei de
Portugal, o mesmo não aconteceu com o Papa.
O Papa era o chefe supremo da Igreja Católica e tinha muitos poderes. Os reis cristãos
lhe deviam total obediência e fidelidade. Para a independência de um reino ser
respeitada pelos outros reinos cristãos teria de ser reconhecida por ele. Para obter este
reconhecimento D. Afonso Henriques mandou construir sés e igrejas e
deu privilégios e regalias aos mosteiros.
Só em 1179 é que houve o reconhecimento por parte do papa Alexandre III através
de uma bula(documento escrito pelo papa).

O reino de Portugal e do Algarve

Alargamento do território e definição de fronteiras


Portugal foi uma monarquia desde 1143 até 1910, ou seja, durante este período
Portugal foi sempre governado por um rei.
A monarquia portuguesa era hereditária. isto significa que quem sucede um rei é o seu
filho mais velho (o príncipe herdeiro).
Depois da morte de D. Afonso Henriques sucederam-lhe:
 D. Sancho I;
 D. Afonso II;
 D. Sancho II;
 D. Afonso III;
 etc…

Os primeiros 4 reis de Portugal, a seguir a D. Afonso Henriques, continuaram a


conquistar territórios aos mouros até que em 1249 D. Afonso III conquista
definitivamente o Algarve.
Entretanto, os limites do território não estavam totalmente definidos pois havia zonas a
norte e a este que ainda estavam em disputa com o reino de Leão e Castela.
Só em 1297, com o Tratado de Alcanises, entre D. Dinis, rei de Portugal, e D.
Fernando, rei de Leão e Castela, ficaram definidas as fronteiras do território português
que assim se mantiveram aproximadamente até os dias de hoje. Apenas em 1801
Espanha ocupou Olivença que já não faz parte de Portugal.

Características naturais de Portugal


O relevo de Portugal no séc. XIII apresentava características idênticas às de hoje. De
realçar os contrastes que ainda hoje existem:
 Norte/Sul: terras altas, planaltos e serras no norte enquanto que no sul
predominam terras de baixa altitude como as planícies;
 Litoral/Interior: no litoral temos pequenas planícies costeiras enquando que no
interior encontramos planaltos e serras.

Os rios correm para o Atlântico seguindo a inclinação do relevo e existem em maior


número no Norte.
Sobre o clima destacam-se três zonas climáticas:
 Norte Litoral: chuvas abundantes e temperaturas amenas tanto no Verão como
no Inverno;
 Norte Interior: poucas chuvas, muito frio no Inverno e quente no Verão:
 Sul: poucas chuvas, invernos suaves e temperaturas muito elevadas no verão,
sobretudo no interior.
No entanto, nem todas as características naturais permanecem exactamente iguais aos
dias de hoje. Ao longo dos tempos a paisagem do território português foi-se alterando
devido à influência humana e da própria Natureza. Um exemplo disso mesmo é o facto
de os rios serem antigamente mais navegáveis mas com a acumulação de areias
trazidas pelos próprios rios o litoral ficou mais alinhado tornando os rios menos
navegáveis ao longo dos tempos.
No séc. XIII abundava a vegetação natural, ou seja, que ainda não tinha sido
modificada pelo homem. No Norte abundavam bosques e florestas muito densas com
árvores de folha caduca e no Sul as florestas eram menos densas e predominavam as
folhas de folha persistente.

Atribuição de terras
Ao serem reconquistadas terras os reis tinham a necessidade de
as povoar, defender e explorar para não voltarem a ser ocupadas pelos mouros.
Os reis reservavam uma parte dessas terras para si e a grande parte era dada aos
nobres e às ordens religiosas militares como recompensa pela sua ajuda prestada na
guerra, bem como às ordens religiosas não militares para que fossem povoadas mais
rapidamente.
Sendo assim, as terras pertenciam ao rei, à Nobreza e ao Clero. O povo trabalhava
nessas terras e em troca recebiam proteção.

Aproveitamento dos recursos naturais


O aproveitamento dos recursos naturais das terras era realizado através da:
 terrenos bravios: pastorícia, criação de gado, caça e recolha de
produtos (como a lenha, a madeira, a cortiça, frutos silvestres, mel e cera).
 terrenos aráveis: agricultura onde se produzia cereais, vinho, azeite, legumes,
frutos e linho.
 mar e rios: pesca e salicultura.

Produção artesanal:
 O vestuário, calçado, instrumentos e todos os objetos necessários para o dia-a-
dia dos pastores, agricultores e pescadores eram feitos por eles mesmos à mão e
através da utilização de produtos retirados diretamente da Natureza ou pelos
materiais fornecidos pela agricultura e pela pastorícia.

Ordens sociais
A população portuguesa no séc. XIII era constituída por três grupos sociais:
 nobreza: grupo privilegiado que possuía terras, não pagava impostos, recebia
impostos e aplicava a justiça nas suas terras. A sua principal atividade
era combater;
 clero: grupo privilegiado que possuía terras, não pagava impostos, recebia
impostos e aplicava a justiça nas suas terras. A sua principal atividade era
prestar serviço religioso;
 povo: grupo não privilegiado que trabalhava nas terras do rei, da nobreza e do
clero e que ainda tinham que pagar impostos.
Todos os grupos sociais deviam ao rei fidelidade, obediência e auxílio.

Vida quotidiana nas terras senhoriais


As terras senhoriais, ou senhorios, pertenciam aos senhores nobres que viviam
numa casa acastelada situada na parte mais alta. À sua volta distribuíam-se campos
cultivados, a floresta, o moinho e as casas dos camponeses que trabalhavam as terras.
Nestas terras era o nobre que aplicava a justiça, recrutava homens para o seu exército
e recebia impostos de todos os que lá trabalhavam. Em troca, tinha como obrigação
proteger as pessoas que estavam na sua dependência.
Atividades dos nobres:
 em tempo de guerra: combatiam;
 em tempo de paz: praticavam a caça, a equitação e exercícios desportivos que
os preparavam para a guerra.
Distrações:
 À noite entretinham-se com jogos de sala, como o xadrez e dados, com
os saltimbancos, que faziam proezas, e com os jograis, que tocavam e cantavam.
Casa senhorial:
 o salão era o aposento mais importante e era onde o nobre dava as suas ordens,
recebia os hóspedes e onde serviam-se as refeições;
 o mobiliário existente na casa era uma mesa, arcas para guardar a roupa e
outros objetos domésticos, poucas cadeiras e bancos chamados escanos;
 para a iluminação durante a noite utilizavam-se lamparinas de azeite ou tochas e
velas de cera e sebo.
Alimentação dos nobres:
 faziam-se normalmente duas refeições, o jantar e a ceia, onde predominava a
carne, pão de trigo, vinho, queijo e um pouco de fruta.
Por outro lado, os camponeses tinham uma vida dura e difícil. Trabalhavam seis dias
por semana nos campos dos senhores nobres e ainda tinham que lhes pagar impostos
pois só assim garantiam proteção.
Atividades dos camponeses:
 trabalhar nos campos.
Distrações dos camponeses:
 ida à missa, procissões e romarias.
Casa do camponês:
 teto de colmo, paredes de madeira ou pedra, quase sem aberturas, e chão em
terra batida;
 tinha só uma divisão e havia pouca mobília;
 dormia-se num recanto coberto de molhos de palha.
Alimentação dos camponeses:
 baseava-se em pão negro, feito de mistura de cereais ou castanha,
acompanhado por cebolas, alhos ou toucinho. Apenas nos dias festivos havia queijo,
ovos e bocados de carne.

Vida quotidiana nos mosteiros


O clero, cuja principal função era o serviço religioso, dividia-se em dois:
 clero secular: padres, bispos e cónegos que viviam junto da população nas
aldeias ou cidades;
 clero regular: frades (ou monges) e freiras que viviam nos mosteiros ou
conventos.
A vida no mosteiro era dirigida pelo abade ou abadessa. Os monges dedicavam a sua
vida a Deus e ao serviço religioso, meditavam, rezavam e cantavam cânticos religiosos.
Para além do serviço religioso, os monges também se dedicavam
ao ensino. Durante muito tempo, o clero foi a única ordem social a saber ler e
escrever. Fundaram-se algumas escolas junto aos mosteiros, os monges eram os
professores e os alunos eram os futuros monges. Existiam ainda os monges
copistas que dedicavam-se a copiar os livros mais importantes e ilustravam o texto
com pinturas chamadas iluminuras.
Todos os mosteiros tinham enfermarias onde os doentes eram recolhidos e tratados
pelos monges. Era também dada assistência aos peregrinos que se dirigiam aos
santuários para cumprir promessas ou para rezar.
O clero praticava também a agricultura. Produzia tudo o que precisava.
Alimentação dos clérigos:
 a refeição principal era tomada em comum e em silêncio, no refeitório: sopa,
pão, um pouco de carne ou peixe nos dias de abstinência.

Vida quotidiana nos concelhos


Um concelho era uma povoação que tinha recebido foral ou carta de foral. A carta de
foral era um documento onde estavam descritos os direitos e os deveres dos
moradores do concelho para com o senhor (dono) da terra.
Os moradores de um concelho tinham mais regalias que os que não lá viviam:
 eram donos de algumas terras;
 só pagavam os impostos exigidos no foral.
Existia ainda uma assembleia de homens-bons, formada pelos homens mais ricos e
respeitados do concelho, que resolvia os principais problemas do concelho.
Elegiam juízes entre si para aplicar a justiça e os mordomos que cobravam os
impostos.
Os concelhos eram formados por uma povoação mais desenvolvida (a vila) e por
localidades rurais à sua volta (o termo).
Muitos dos concelhos foram criados pelo rei mas houve alguns também criados por
grandes senhores da nobreza e pelo clero nos seus senhorios e surgiram da
necessidade de garantir o povoamento e a defesa das terras conquistadas aos mouros
e para desenvolver as atividades económicas.
Principais atividades:
 agricultura, pastorícia, pesca: camponeses e pescadores;
 artesanato: havia pequenas oficinas onde os artesãos executavam trabalhos à
mão (manufatura), utilizando técnicas e instrumentos muito rudimentares;
 comércio: os camponeses e os artesãos reuniam-se para vender os seus
produtos dando origem aos mercados e mais tarde às feiras (maiores que os
mercados e com maior abundância e variedade de produtos).
A criação de feiras contribuíu para o desenvolvimento do comércio interno, isto é,
troca e venda de produtos dentro do país. No entanto, nesta altura Portugal também
comerciava com outros países – comércio externo.
O comércio externo contribuiu para o desenvolvimento das cidades situadas no litoral e
contribuiu também para o surgimento de um novo grupo social: a burguesia. Os
burgueses eram homens do povo, mercadores e artesãos, que enriqueceram com o
comércio externo.

Vida quotidiana na corte


A corte era constituída pela família do rei, pelos conselheiros e funcionários. A corte
seguia sempre o rei.
Distrações:
 Banquetes e saraus (festas à noite) onde havia espetáculos de jograis (os
jograis cantavam e tocavam instrumentos musicais).

Crise de 1383-1385

Portugal na segunda metade do séc. XIV


Neste período viveram-se tempos difíceis:
 Fome: deveu-se aos maus anos agrícolas por causa das chuvas intensas;
 Epidemias – deveu-se à falta de higiene e à falta de alimentação;
 Guerras – devido ao conflito com Castela.
A pior calamidade foi a Peste Negra que em menos de três meses matou cerca de um
terço da população.

Problema de sucessão
Em 1383, D. Fernando assina um tratado de paz com Castela para salvaguardar a
independência do reino de Portugal – o Tratado de Salvaterra de Magos.
Neste tratado D. Fernando deu a mão da sua única filha, D. Beatriz, a D. João I, rei de
Castela, e ficou estabelecido que o futuro rei de Portugal seria o seu neto, filho de D.
Beatriz, quando atingisse os 14 anos.

População dividida e revolta popular


Quando D. Fernando morre, D. Leonor de Teles, sua esposa, assume a regência do
reino e aclama D. Beatriz como rainha de Portugal.O povo ficou descontente porque
não queria ser governado por um rei estrangeiro e temia que Portugal perdesse a
independência.
 Apoiantes de D. Beatriz – alto Clero e alta Nobreza porque temiam perder os
seus privilégios;
 Apoiantes de D. João, Mestre de Avis – povo, burguesia, parte do Clero e
parte da Nobreza porque não queriam ser governados por um rei estrangeiro e
temiam que Portugal perdesse a independência.
Álvaro Pais planeou uma conspiração para matar o conselheiro galego de D. Leonor de
Teles, o conde Andeiro. D. João, Mestre de Avis, filho ilegítimo de D. Pedro, é escolhido
para o matar. Após a morte do conde Andeiro, D. Leonor de Teles foge para Santarém e
pede ajuda a D. João I, rei de Castela. Mestre de Avis passa a Regente e Defensor do
reino com o apoio do povo.

Resistência à invasão castelhana


D. João I, rei de Castela, invade Portugal:
 ocupa Santarém;
 é vencido na batalha de Atoleiros;
 cerca Lisboa em 1384.
Lisboa esteve cercada 3 meses e só se libertou quando a peste negra atacou os
soldados castelhanos.
Nas Cortes em Coimbra (1385) João das Regras provou que D. João, Mestre de Avis,
era quem tinha mais direito a ser o rei de Portugal que passa a intitular-se D. João I.
Ao saber da aclamação de Mestre de Avis como rei de Portugal, D. João I, rei de
Castela, invade novamente Portugal mas é derrotado na batalha de
Aljubarrota (1385) pelos portugueses chefiados por D. Nuno Álvares Pereira.

Consolidação da independência

D. João I, Mestre de Avis, recompensou com terras, cargos e títulos os nobres e


burgueses que o apoiaram e retirou privilégios à alta Nobreza que apoiou D. Beatriz e
que fugiu para Castela.
Portugal fez ainda um tratado de amizade com Inglaterra onde os dois países se
comprometeram a ajudar-se mutuamente. esta aliança foi reforçada com o casamento
de D. João I com D. Filipa de Lencastre em 1387.
Entretanto, só em 1411 o problema com Castela ficou resolvido com um tratado de
paz.
Muito do que sabemos sobre o que aconteceu neste período deve-se a Fernão
Lopes através das suas crónicas sobre o que se passava no reino da época.

De Portugal às ilhas atlânticas e ao cabo da Boa Esperança

O caminho do mar
No início do séc. XV, a Europa vivia isolada do resto do mundo. Apenas se conhecia,
além da Europa, a Ásia e o norte de África.
Nesta altura, Portugal era um reino pobre. No entanto, encontrava-se num período de
paz e sentiu a necessidade de alargar os seus territórios. Os portugueses não podiam
alargar as suas fronteiras para território castelhano, de forma a evitar entrar em guerra
com Castela, por isso decidiram encontrar novos territórios pelo mar.
A procura de novas terras interessou todos os grupos sociais:
- a burguesia procurava riquezas e novos mercados
- a nobreza queria novos títulos e terras
- o clero pretendia converter outros povos ao cristianismo
- o povo desejava melhores condições de vida

Início da expansão portuguesa


Em 1415, Portugal conquistou Ceuta, no norte de África, com o desejo de obter ouro e
dominar o comércio do mar Mediterrâneo. Contudo, os mouros, ao perderem Ceuta,
desviaram as rotas do ouro e das especiarias para outras cidades.
Para obterem as riquezas que tanto ambicionavam os portugueses tinham então que
descobrir a origem dos produtos que os mouros comerciavam mas, para isso, tinham
que ir para terras desconhecidas.
Mercadores e aventureiros tinham criados várias lendas sobre o mundo desconhecido.
Pensava-se que os navios que navegassem para sul ao longo da costa africana seriam
atacados por monstros marinhos e que o calor era tanto que os homens brancos se
tornavam negros. Imaginava-se também que nas terras desconhecidas existiam seres
maravilhosos e fantásticos: animais estranhos e homens sem cabeça, só com uma
perna e só com um olho.
Os portugueses, aventureiros e corajosos, decidiram enfrentar os medos sobre o
mundo desconhecido e navegaram para sul ao longo da costa africana para áreas
totalmente desconhecidas pelos europeus. O infante D. Henrique foi quem planeou e
organizou estas viagens e foi ele o responsável pelos Descobrimentos até à chegada
a Serra Leoa, em 1460.

Acontecimentos mais importantes na época de D. Henrique:


1415 – Conquista de Ceuta – D. João I com os seus filhos D. Duarte, D. Pedro e D.
Henrique
1419 – Redescoberta do arquipélago da Madeira – João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz
Teixeira
1424 – Descoberta do arquipélago dos Açores – Diogo de Silves
1434 – Passagem do cabo Bojador – Gil Eanes
1460 – Chegada a Serra Leoa – Pedro de Cintra

Técnicas de navegação

Quando navegavam no mar alto orientavam-se pelos astros (estrela polar e sol),
utilizando para isso o quadrante, o astrolábio e a balestilha.
Passou-se a utilizar a caravela que era um navio inovador pois possuía velas
triangulares que permitiam bolinar, ou seja, navegar com ventos contrários.
Começaram a ser desenhadas as cartas náuticas com as novas terras descobertas e
com informações sobre os ventos para facilitar as viagens futuras.
Sendo assim, as viagens marítimas feitas pelos portugueses contribuíram para o
desenvolvimento das técnicas de navegação, da cartografia, da astronomia e
da matemática.

Da Serra Leoa ao cabo da Boa Esperança


Depois da morte do infante D. Henrique, D. Afonso V encarregou ao burguês Fernão
Gomes de continuar as descobertas na costa africana. Em troca, tinha o direito de
comerciar nas terras descobertas por ele.

Acontecimentos mais importantes na época de Fernão Gomes:


1471 – descoberta das ilhas de S. Tomé e Príncipe
1474 – chegada ao cabo de Santa Catarina
Em 1474, o infante D. João passa a dirigir do descobrimentos porque as terras
descobertas tinham muitas riquezas como o ouro, marfim e escravos. Em 1488 subiu
ao trono e ordenou que nas terras descobertas se colocassem padrões (um pilar de
pedra gravado com uma cruz, as armas reais e a data de implantação). Mandou
também afundar os navios de outros reinos que se encontrassem a sul das ilhas
Canárias. foi na sua época que se descobriu o limite a sul do continente africano e a
passagem para o oceano Índico.

Acontecimentos mais importantes na época de D. João II:


1480 - Tratado de Alcáçovas
1482 – Chegada à foz do rio Zaire
1488 – Passagem do cabo da Boa Esperança – Bartolomeu Dias

Tratado de Tordesilhas
O grande desejo de D. João II era chegar à Índia por mar por causa do comércio das
especiarias. No entanto, também Castela tinha o mesmo desejo. Em 1492, Cristóvão
Colombo, ao serviço de Castela, chega à América quando procurava chegar à Índia
navegando para oeste. Esta descoberta criou um conflito entre Portugal e Castela
porque segundo o Tratado de Alcáçovas, assinado em 1480, as terras a sul das ilhas
Canárias pertenciam a Portugal. Sendo assim, as terras descobertas por Cristóvão
Colombo deveriam pertencer a Portugal.
Para resolver este conflito foi necessária a intervenção do papa que levou os dois
monarcas dos dois reinos a assinar um novo acordo – o Tratado de Tordesilhas.
Segundo este tratado o mundo ficava dividido em duas partes por um meridiano a
passar a 370 léguas a ocidente de Cabo Verde. As terras que fossem descobertas a
oriente pertenceriam aos portugueses e a ocidente seriam para Castela.

Chegada à Índia e ao Brasil


D. João II acabou por não ver o seu sonho realizado. Após a sua morte, sucedeu-lhe o
seu primo D. Manuel I que decidiu continuar os descobrimentos.
Em 1497 nomeou Vasco da Gama capitão-mor de uma armada constituída por quatro
navios: as naus S. Gabriel, S. Rafael e Bérrio, mais uma embarcação com mantimentos.
O objetivo desta armada era chegar à Índia por mar. A viagem durou um ano e em
maio de 1498 os portugueses chegam a Calecut.
Quando Vasco da Gama chega à Índia, os portugueses foram no início bem recebidos.
No entanto, começaram a sentir algumas hostilidades e para garantir o domínio
português partiu de Portugal uma armada em Março de 1500. Esta nova armada,
chefiada por Pedro Álvares Cabral, era constituída por treze navios. Um desvio feito
a ocidente levou os portugueses a descobrirem o Brasil.

O Império português no século XVI


No fim do século XVI, Portugal tinha um império de grande extensão. Possuía territórios
na África,Ásia e na América mais as ilhas atlânticas.

Os arquipélagos da Madeira e dos Açores


Os arquipélagos da Madeira e dos Açores foram bastante importantes porque as
embarcações que se dirigiam para África e para a Índia iam-se abastecer de alimentos
frescos nestas ilhas.
Na Madeira predominavam as árvores, por isso o seu nome.
Nos Açores, encontraram muitas aves de nome açores e outras.

Relevo
O relevo das ilhas atlânticas é muito montanhoso e de origem vulcânica. É na ilha do
Pico que se encontra o pico mais alto de Portugal, com 2351 metros de altitude.
Os cursos de água existentes são pouco extensos por isso têm o nome de ribeiras. Nos
Açores são famosas algumas lagoas formadas nas crateras de vulcões extintos.

Clima e vegetação
A Madeira, situada mais a sul e próximo de África, tem um verão quente e seco e um
inverno ameno, com precipitações mais elevadas na montanha e vertente norte.
Estava coberta de densas matas onde predominavam os dragoeiros, loureiros, urzes,
giestas, zimbro e jasmim.

Por seu lado, nos Açores não se notam grandes diferenças de temperatura nas
diferentes estações do ano. É frequente o nevoeiro e as chuvas são abundantes,
sobretudo nos meses de Outubro a Janeiro.
Nas matas predominavam os cedros, loureiros, faias, urzes, giestas e fetos gigantes.

Colonização
Quando os portugueses descobriram a Madeira e os Açores encontravam-se
desabitadas. O clima ameno e as terras férteis levaram o infante D.Henrique a realizar
de imediato a sua colonização, ou seja, o povoamento e aproveitamento dos seus
recursos naturais.
As ilhas foram divididas em capitanias, cada uma com um capitão que tinha como
função povoá-las e cultivar as suas terras. As pessoas que saíram do continente para as
ilhas chamavam-se colonos.

Principais atividades e produtos


Os colonos dedicaram-se sobretudo à agricultura e à criação de gado. Na Madeira
introduziram-se as culturas da vinha, cana de açúcar, árvores de fruto e cereais.
Nos Açores o trigo, a criação de gado e as plantas tintureiras foram as principais
riquezas.

Territórios na África
A vida dos povos africanos
Os portugueses avistaram povos de raça negra abaixo do deserto do Sara. Estes
povos viviam do aproveitamento dos recursos naturais existentes: caçavam, criavam
animais, pescavam, recolhiam frutos, cultivavam o inhame (batata-doce) e faziam o
aproveitamento de alguns minerais como o ouro e o cobre que trocavam por outros
produtos.
Os povos africanos estavam organizados em reinos que se guerreavam entre si.
Normalmente os vencidos eram feitos escravos.
Na maioria dos reinos praticava-se a poligamia, ou seja, um homem podia ter várias
mulheres. Andavam todos nus da cintura para cima e vivam em palhotas.

Contatos entre portugueses e africanos


Os portugueses faziam comércio com os africanos. Ofereciam sal, trigo, objetos de
cobre e latão e tecidos coloridos de pouco valor. Em troca
recebiam ouro, escravos, marfim e malagueta. Nos locais com bons portos naturais
e onde o comércio era mais intenso os portugueses estabeleceram feitorias.
Além dos contatos comerciais, os portugueses realizaram expedições, da costa
africana para o interior, para dominar alguns reis, desenvolver relações de paz e
amizade e também para cristianizar os povos africanos. Os missionários fundaram
escolas, foram-se construindo igrejas, fortalezas e criaram-se alguns povoados
comerciais onde viviam africanos e colonos portugueses.
Territórios da Ásia
A vida dos povos asiáticos
Na Ásia os portugueses conquistaram Goa, Malaca e Ormuz, na Índia, e no Extremo
Oriente chegaram às Molucas, ao litoral da China, a Cantão, Timor, Japão e
a Macau.
Em todos estes locais os portugueses encontraram povos de cor de pele, costumes,
religião e formas de vida diferentes. Os chineses e os japoneses foram os que
causaram maior admiração.

Contatos entre portugueses e asiáticos


Os portugueses comercializavam com os asiáticos. Goa, Malaca e Macau eram as
principais feitorias. Os portugueses levavam para o Oriente vermelhão, cobre, prata e
ouro (por amoedar) e em troca recebiam especiarias, pedras
preciosas, porcelanas, perfumes, sedas e madeiras.
Goa era a capital portuguesa na Índia e lá viviam aí muitos portugueses. No entanto,
milhares de colonos portugueses instalaram-se por todo o Oriente, sendo frequente os
casamentos com mulheres indianas.
Também se construíram igrejas, escolas e seminários nas terras asiáticas.

Territórios da América
A vida dos índios brasileiros
O Brasil era um território com imensas florestas, aves e frutos de grande beleza. Os
índios viviam de uma maneira bastante simples em estreita relação com a natureza.
Dedicavam-se à caça, à pesca e ao cultivo da mandioca. Eram pacíficos e acolhedores
e receberam os portugueses com simpatia.

Colonização
Inicialmente os portugueses deslocavam-se ao Brasil apenas para trazer o pau-
brasil e aves exóticas. Em 1530, iniciou-se a colonização. O rei dividiu as terras em
capitanias, tal como nos arquipélagos da Madeira e dos Açores. Os colonos portugueses
começaram a cultivar a cana-de-açúcar e a bananeira.
Os índios não eram fáceis de escravizar por isso os portugueses levaram para o Brasil
muitos escravos africanos.

A vida urbana no século XVI – Lisboa quinhentista


Importância da cidade de Lisboa no séc. XVI
No séc. XVI Lisboa era uma das cidades mais importantes da Europa devido à chegada
de mercadorias oriundas do Oriente, África e Brasil, que depois eram distribuídas
pelo centro e norte da Europa.

Produtos que chegavam a Lisboa


- Oriente: especiarias, sedas, porcelanas, pedras preciosas
- África: ouro, malagueta, marfim, escravos
- Brasil: açucar, pau-brasil, animais exóticos

Crescimento da cidade
Nos reinados de D. João II e de D. Manuel I Lisboa teve um desenvolvimento tão grande
que as suas construções começaram a ocupar espaços fora das muralhas construídas
por D. Fernando (Cerca Nova ou Cerca Fernandina).
O rei D. Manuel deixou o Paço de Alcáçova, junto ao Castelo, para ir viver mais junto ao
Tejo, no Paço da Ribeira, para melhor vigiar o movimento marítimo.
Locais importantes da cidade
- Paço da Ribeira: onde se encontravam os aposentos do rei e a Casa da Índia (local
abastecido de produtos vindos do Oriente)
- Rossio: onde os camponeses vendiam os seus produtos
- Rua Nova dos Mercadores: onde havia mercadores de toda a parte do mundo
- Ribeira das Naus: onde se construíam navios
- Hospital Todos-os-Santos: recebia doentes, pobres e órfãos
- Misericórdia: recebia pobres e crianças abandonadas
- Feira da Ladra: onde se vendiam produtos usados

Movimento de pessoas
- Emigração: muitas pessoas partiram para as ilhas atlânticas, Brasil e Oriente, à
procura de melhores condições de vida.
- Imigração: chegaram a Lisboa muitas pessoas vindas de todo o mundo:
comerciantes, artesãos, artistas, escravos…
- Migração interna: muitos camponeses abandonaram os campos e foram para a
cidade à procura de melhor condições de vida.

Distribuição da riqueza
- Nobreza:
 recebia riquezas
 gastava dinheiro em luxos, vestuário e na habitação
 as famílias mais ricas tinham todas escravos

- Clero:
 foi beneficiado com a construção e adornação de igrejas e mosteiros

- Grande parte do povo:


 vivia em extrema pobreza
 muitos eram vagabundos, mendigos, miseráveis

- Corte:
 das mais ricas e luxuosas da Europa
 eram frequentes os banquetes e saraus com músicos, poetas e escritores
 o rei realizava ainda cortejos para exibir a sua riqueza, onde desfilavam músicos
ricamente vestidos e animais raros

Cultura
- Literatura
 Luís de Camões: “Os Lusíadas”
 Fernão Mendes: “A Peregrinação”
 Pêro Vaz de Caminha: “Carta do Achamento do Brasil”
 Damião de Góis e Rui de Pina: crónicas de reis
 Bernardim Ribeiro, Sá de Miranda e Garcia de Resende
- Matemática
 Pedro Nunes
- Medicina
 Garcia de Orta e Amato Lusitano
- Geografia e Astronomia:
 Duarte Pacheco Pereira
- Zoologia e Botânica:
 Garcia da Orta
- Arte
 Arte Manuelina na arquitetura: decoração com elementos alusivos às viagens
marítimas (cordas, redes, conchas, naus, caravelas, esferas armilares) como no
Mosteiro dos Jerónimos e Convento de Cristo.
 Arte Manuelina na escultura, pintura, ourivesaria, cerâmica e mobiliário: revelam
também influências dos Descobrimentos

A morte de D. Sebastião e a sucessão ao trono


Perda da independência
Quando D. João III morreu, sucedeu-lhe o seu neto D. Sebastião. Como tinha apenas 3
anos, D. Catarina assume a regência do reino, seguindo-lhe o cardeal D. Henrique.
Aos 14 anos, D. Sebastião assume ele próprio o governo do reino e decide conquistar o
norte de África. No entanto, não foi bem sucedido e morreu na batalha de Alcácer
Quibir sem deixar descendentes. D. Henrique passa a ser o rei de Portugal mas o
problema de sucessão não estava resolvido pois também ele não tinha filhos.
Surgiram então vários pretendentes ao trono:

Pretendentes ao trono
- D. Filipe II, rei de Espanha, apoiado por:
 grande parte do clero e da nobreza: porque temiam perder privilégios e
aspiravam novos cargos e terras
 alta burguesia: porque pretendia novos mercados

- D. António, prior do Crato, apoiado por:


 povo e parte da nobreza: não queriam ser governados por um rei estrangeiro e
temiam que Portugal perdesse a independência

- D. Catarina, duquesa de Bragança, apoiada por:


 muitos nobres e elementos do clero, mas desistiu e apoiou a candidatura filipina

O domínio filipino e os levantamentos populares


União Ibérica (1580)

Cortes em Almeirim: D. Filipe II é aclamado rei de Portugal


Batalha de Alcântara: D. António, apoiado pelo povo, enfrenta o exército de D. Filipe
II mas é derrotado e foge, primeiro para os Açores e depois para Inglaterra
Cortes de Tomar: D. Filipe II, rei de Espanha, prestou juramento como rei de Portugal,
foi intitulado como D. Filipe I, rei de Portugal, e fez várias promessas entre as quais:
 manter a moeda, língua e costumes portugueses
 cargos de governo de Portugal apenas para portugueses
D. Filipe I cumpriu a maioria das promessas que fez mas os seus sucessores, D. Filipe II
e D.Filipe III, não respeitaram as promessas feitas aos portugueses. A situação piorou
quando Espanha entrou em guerras contra a Holanda, França e Inglaterra, e surgiram
revoltas dentro do próprio país. Tudo isto teve consequências para Portugal:
 aumento dos impostos
 soldados portugueses no exército espanhol
 espanhóis nomeados para cargos em Portugal
 ataque dos inimigos de Espanha às colonias portuguesas
Surgiu a revolta popular rapidamente reprimida violentamente pelo exército
espanhol.

A revolta de 1º de Dezembro e a Guerra da Restauração


A União Ibérica, que durou 60 anos, acabou por trazer vários prejuízos a Portugal. À
revolta popular juntou-se o descontentamento da nobreza em muito prejudicada neste
período.

1 de Dezembro de 1640
Um conjunto de nobres aproveitou o enfraquecimento da Espanha e a ausência do rei
em Portugal para organizar uma conspiração para matar a vice-rei de Portugal, a
duquesa de Mântua. Bem sucedidos, aclamaram a Restauração da Independência.

Cortes em Lisboa
D. João, duque de Bragança, é aclamado rei de Portugal com o título de D. João IV.

Guerra da Restauração
D. João IV procurou organizar o exército, fabricou armas e fortalezas junto às fronteiras
com Espanha. Durante 28 anos Portugal esteve em guerra com Espanha, que só
terminou com o Tratado de Madrid, assinado em 1668.

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