Portugal
5º ano
A conquista romana e a resistência dos povos ibéricos
1. A conquista
Os romanos eram um povo proveniente da Península Itálica que conquistaram vários
territórios à volta do mar Mediterrâneo graças ao seu poderoso e organizado exército.
Atraídos pelas riquezas das Península Ibérica conquistaram-na no séc. III a.C. Desta
forma conseguiram o domínio do comércio do Mediterrâneo.
2. A resistência
As populações do litoral sul não ofereceram grande resistência. O mesmo não
aconteceu com os povos do Centro e Norte que lutaram contra os romanos durante
quase 200 anos. Um dos povos que se distinguiu na luta contra os romanos foram
os Lusitanos, chefiados por Viriato. Estes
montavam armadilhas e emboscadas aproveitando as montanhas e desfiladeiros.
3. O império romano
Entretanto não foi só conquistada a Península Ibérica mas sim um conjunto de
territórios à volta do Mediterrâneo que fez com que os romanos construíssem um
grande Império. A sua capital era a cidade de Roma e possuíam territórios na Europa,
Ásia e África. O chefe supremo do Império era o imperador.
Era cristã
Este período também ficou marcado pelo surgimento de uma nova religião:
o Cristianismo. Esta nova religião expandiu-se por todo o Império e a contagem do
tempo passou-se a fazer pela era cristã, ou seja, a partir do nascimento de Jesus
Cristo (quem começou a pregar esta religião e que afirmava ser filho de Deus).
Na contagem do tempo podemos utilizar o ano, a década (10 anos), o século (100
anos) e o milénio (1000 anos).
Para fazer corresponder os anos aos séculos há duas regras bastante simples:
quando o ano termina em dois zeros o número de centenas indica o século. Ex: ano
1500, séc. XV;
quando o ano não termina em dois zeros, acrescenta-se uma unidade ao número
das centenas. Ex: 1548, séc. XVI.
A ocupação muçulmana
O profeta Maomet e o Islamismo
No séc. VI a Arábia (península da Ásia) era bastante pobre. Foi neste local
que Maomet, nascido na cidade de Meca, anunciou-se em 612 como profeta
(enviado de Deus para revelar verdades sagradas aos homens) e começou a pregar
uma nova religião – o Islamismo.
Os seguidores desta religião são os Muçulmanos e acreditam num único deus – Alá.
Os princípios desta religião estão reunidos num livro sagrado chamado Corão.
Obrigações dos Muçulmanos:
reconhecer Alá como Deus único e Maomet como seu profeta;
rezar cinco vezes por dia virados para Meca;
jejuar no mês do Ramadão;
dar esmola aos mais pobres;
ir a Meca pelo menos uma vez na vida.
Condado Portucalense
Durante a Reconquista Cristã os reis cristãos da Península Ibérica pediram auxílio a
outros reinos cristãos da Europa para reconquistar os territórios aos Muçulmanos. Os
cavaleiros que vieram ajudar na luta contra os Muçulmanos chamavam-se cruzados.
A pedido de D. Afonso VI, rei de Leão e Castela, vieram de França os cruzados D.
Raimundo e D. Henrique. Em troca pelos seus serviços os cruzados receberam:
D. Raimundo: a mão da filha legítima do rei, D. Urraca, e o Condado de Galiza;
D. Henrique: a mão da filha ilegítima do rei, D. Teresa, e o Condado de
Portucale.
Estes condados pertenciam ao reino de Leão, por isso D. Henrique tinha que prestar
obediência, lealdade e auxílio militar ao rei D. Afonso VI. Em 1112 morre e como o seu
filho, D. Afonso Henriques, apenas tinha 4 anos de idade, ficou D. Teresa a governar o
Condado Portucalense.
O reconhecimento do reino
Apesar de o rei Afonso VII ter reconhecido em 1143 D. Afonso Henriques como rei de
Portugal, o mesmo não aconteceu com o Papa.
O Papa era o chefe supremo da Igreja Católica e tinha muitos poderes. Os reis cristãos
lhe deviam total obediência e fidelidade. Para a independência de um reino ser
respeitada pelos outros reinos cristãos teria de ser reconhecida por ele. Para obter este
reconhecimento D. Afonso Henriques mandou construir sés e igrejas e
deu privilégios e regalias aos mosteiros.
Só em 1179 é que houve o reconhecimento por parte do papa Alexandre III através
de uma bula(documento escrito pelo papa).
Atribuição de terras
Ao serem reconquistadas terras os reis tinham a necessidade de
as povoar, defender e explorar para não voltarem a ser ocupadas pelos mouros.
Os reis reservavam uma parte dessas terras para si e a grande parte era dada aos
nobres e às ordens religiosas militares como recompensa pela sua ajuda prestada na
guerra, bem como às ordens religiosas não militares para que fossem povoadas mais
rapidamente.
Sendo assim, as terras pertenciam ao rei, à Nobreza e ao Clero. O povo trabalhava
nessas terras e em troca recebiam proteção.
Produção artesanal:
O vestuário, calçado, instrumentos e todos os objetos necessários para o dia-a-
dia dos pastores, agricultores e pescadores eram feitos por eles mesmos à mão e
através da utilização de produtos retirados diretamente da Natureza ou pelos
materiais fornecidos pela agricultura e pela pastorícia.
Ordens sociais
A população portuguesa no séc. XIII era constituída por três grupos sociais:
nobreza: grupo privilegiado que possuía terras, não pagava impostos, recebia
impostos e aplicava a justiça nas suas terras. A sua principal atividade
era combater;
clero: grupo privilegiado que possuía terras, não pagava impostos, recebia
impostos e aplicava a justiça nas suas terras. A sua principal atividade era
prestar serviço religioso;
povo: grupo não privilegiado que trabalhava nas terras do rei, da nobreza e do
clero e que ainda tinham que pagar impostos.
Todos os grupos sociais deviam ao rei fidelidade, obediência e auxílio.
Crise de 1383-1385
Problema de sucessão
Em 1383, D. Fernando assina um tratado de paz com Castela para salvaguardar a
independência do reino de Portugal – o Tratado de Salvaterra de Magos.
Neste tratado D. Fernando deu a mão da sua única filha, D. Beatriz, a D. João I, rei de
Castela, e ficou estabelecido que o futuro rei de Portugal seria o seu neto, filho de D.
Beatriz, quando atingisse os 14 anos.
Consolidação da independência
O caminho do mar
No início do séc. XV, a Europa vivia isolada do resto do mundo. Apenas se conhecia,
além da Europa, a Ásia e o norte de África.
Nesta altura, Portugal era um reino pobre. No entanto, encontrava-se num período de
paz e sentiu a necessidade de alargar os seus territórios. Os portugueses não podiam
alargar as suas fronteiras para território castelhano, de forma a evitar entrar em guerra
com Castela, por isso decidiram encontrar novos territórios pelo mar.
A procura de novas terras interessou todos os grupos sociais:
- a burguesia procurava riquezas e novos mercados
- a nobreza queria novos títulos e terras
- o clero pretendia converter outros povos ao cristianismo
- o povo desejava melhores condições de vida
Técnicas de navegação
Quando navegavam no mar alto orientavam-se pelos astros (estrela polar e sol),
utilizando para isso o quadrante, o astrolábio e a balestilha.
Passou-se a utilizar a caravela que era um navio inovador pois possuía velas
triangulares que permitiam bolinar, ou seja, navegar com ventos contrários.
Começaram a ser desenhadas as cartas náuticas com as novas terras descobertas e
com informações sobre os ventos para facilitar as viagens futuras.
Sendo assim, as viagens marítimas feitas pelos portugueses contribuíram para o
desenvolvimento das técnicas de navegação, da cartografia, da astronomia e
da matemática.
Tratado de Tordesilhas
O grande desejo de D. João II era chegar à Índia por mar por causa do comércio das
especiarias. No entanto, também Castela tinha o mesmo desejo. Em 1492, Cristóvão
Colombo, ao serviço de Castela, chega à América quando procurava chegar à Índia
navegando para oeste. Esta descoberta criou um conflito entre Portugal e Castela
porque segundo o Tratado de Alcáçovas, assinado em 1480, as terras a sul das ilhas
Canárias pertenciam a Portugal. Sendo assim, as terras descobertas por Cristóvão
Colombo deveriam pertencer a Portugal.
Para resolver este conflito foi necessária a intervenção do papa que levou os dois
monarcas dos dois reinos a assinar um novo acordo – o Tratado de Tordesilhas.
Segundo este tratado o mundo ficava dividido em duas partes por um meridiano a
passar a 370 léguas a ocidente de Cabo Verde. As terras que fossem descobertas a
oriente pertenceriam aos portugueses e a ocidente seriam para Castela.
Relevo
O relevo das ilhas atlânticas é muito montanhoso e de origem vulcânica. É na ilha do
Pico que se encontra o pico mais alto de Portugal, com 2351 metros de altitude.
Os cursos de água existentes são pouco extensos por isso têm o nome de ribeiras. Nos
Açores são famosas algumas lagoas formadas nas crateras de vulcões extintos.
Clima e vegetação
A Madeira, situada mais a sul e próximo de África, tem um verão quente e seco e um
inverno ameno, com precipitações mais elevadas na montanha e vertente norte.
Estava coberta de densas matas onde predominavam os dragoeiros, loureiros, urzes,
giestas, zimbro e jasmim.
Por seu lado, nos Açores não se notam grandes diferenças de temperatura nas
diferentes estações do ano. É frequente o nevoeiro e as chuvas são abundantes,
sobretudo nos meses de Outubro a Janeiro.
Nas matas predominavam os cedros, loureiros, faias, urzes, giestas e fetos gigantes.
Colonização
Quando os portugueses descobriram a Madeira e os Açores encontravam-se
desabitadas. O clima ameno e as terras férteis levaram o infante D.Henrique a realizar
de imediato a sua colonização, ou seja, o povoamento e aproveitamento dos seus
recursos naturais.
As ilhas foram divididas em capitanias, cada uma com um capitão que tinha como
função povoá-las e cultivar as suas terras. As pessoas que saíram do continente para as
ilhas chamavam-se colonos.
Territórios na África
A vida dos povos africanos
Os portugueses avistaram povos de raça negra abaixo do deserto do Sara. Estes
povos viviam do aproveitamento dos recursos naturais existentes: caçavam, criavam
animais, pescavam, recolhiam frutos, cultivavam o inhame (batata-doce) e faziam o
aproveitamento de alguns minerais como o ouro e o cobre que trocavam por outros
produtos.
Os povos africanos estavam organizados em reinos que se guerreavam entre si.
Normalmente os vencidos eram feitos escravos.
Na maioria dos reinos praticava-se a poligamia, ou seja, um homem podia ter várias
mulheres. Andavam todos nus da cintura para cima e vivam em palhotas.
Territórios da América
A vida dos índios brasileiros
O Brasil era um território com imensas florestas, aves e frutos de grande beleza. Os
índios viviam de uma maneira bastante simples em estreita relação com a natureza.
Dedicavam-se à caça, à pesca e ao cultivo da mandioca. Eram pacíficos e acolhedores
e receberam os portugueses com simpatia.
Colonização
Inicialmente os portugueses deslocavam-se ao Brasil apenas para trazer o pau-
brasil e aves exóticas. Em 1530, iniciou-se a colonização. O rei dividiu as terras em
capitanias, tal como nos arquipélagos da Madeira e dos Açores. Os colonos portugueses
começaram a cultivar a cana-de-açúcar e a bananeira.
Os índios não eram fáceis de escravizar por isso os portugueses levaram para o Brasil
muitos escravos africanos.
Crescimento da cidade
Nos reinados de D. João II e de D. Manuel I Lisboa teve um desenvolvimento tão grande
que as suas construções começaram a ocupar espaços fora das muralhas construídas
por D. Fernando (Cerca Nova ou Cerca Fernandina).
O rei D. Manuel deixou o Paço de Alcáçova, junto ao Castelo, para ir viver mais junto ao
Tejo, no Paço da Ribeira, para melhor vigiar o movimento marítimo.
Locais importantes da cidade
- Paço da Ribeira: onde se encontravam os aposentos do rei e a Casa da Índia (local
abastecido de produtos vindos do Oriente)
- Rossio: onde os camponeses vendiam os seus produtos
- Rua Nova dos Mercadores: onde havia mercadores de toda a parte do mundo
- Ribeira das Naus: onde se construíam navios
- Hospital Todos-os-Santos: recebia doentes, pobres e órfãos
- Misericórdia: recebia pobres e crianças abandonadas
- Feira da Ladra: onde se vendiam produtos usados
Movimento de pessoas
- Emigração: muitas pessoas partiram para as ilhas atlânticas, Brasil e Oriente, à
procura de melhores condições de vida.
- Imigração: chegaram a Lisboa muitas pessoas vindas de todo o mundo:
comerciantes, artesãos, artistas, escravos…
- Migração interna: muitos camponeses abandonaram os campos e foram para a
cidade à procura de melhor condições de vida.
Distribuição da riqueza
- Nobreza:
recebia riquezas
gastava dinheiro em luxos, vestuário e na habitação
as famílias mais ricas tinham todas escravos
- Clero:
foi beneficiado com a construção e adornação de igrejas e mosteiros
- Corte:
das mais ricas e luxuosas da Europa
eram frequentes os banquetes e saraus com músicos, poetas e escritores
o rei realizava ainda cortejos para exibir a sua riqueza, onde desfilavam músicos
ricamente vestidos e animais raros
Cultura
- Literatura
Luís de Camões: “Os Lusíadas”
Fernão Mendes: “A Peregrinação”
Pêro Vaz de Caminha: “Carta do Achamento do Brasil”
Damião de Góis e Rui de Pina: crónicas de reis
Bernardim Ribeiro, Sá de Miranda e Garcia de Resende
- Matemática
Pedro Nunes
- Medicina
Garcia de Orta e Amato Lusitano
- Geografia e Astronomia:
Duarte Pacheco Pereira
- Zoologia e Botânica:
Garcia da Orta
- Arte
Arte Manuelina na arquitetura: decoração com elementos alusivos às viagens
marítimas (cordas, redes, conchas, naus, caravelas, esferas armilares) como no
Mosteiro dos Jerónimos e Convento de Cristo.
Arte Manuelina na escultura, pintura, ourivesaria, cerâmica e mobiliário: revelam
também influências dos Descobrimentos
Pretendentes ao trono
- D. Filipe II, rei de Espanha, apoiado por:
grande parte do clero e da nobreza: porque temiam perder privilégios e
aspiravam novos cargos e terras
alta burguesia: porque pretendia novos mercados
1 de Dezembro de 1640
Um conjunto de nobres aproveitou o enfraquecimento da Espanha e a ausência do rei
em Portugal para organizar uma conspiração para matar a vice-rei de Portugal, a
duquesa de Mântua. Bem sucedidos, aclamaram a Restauração da Independência.
Cortes em Lisboa
D. João, duque de Bragança, é aclamado rei de Portugal com o título de D. João IV.
Guerra da Restauração
D. João IV procurou organizar o exército, fabricou armas e fortalezas junto às fronteiras
com Espanha. Durante 28 anos Portugal esteve em guerra com Espanha, que só
terminou com o Tratado de Madrid, assinado em 1668.