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Os primeiros instrumentos usados para conhecer um solo são os cinco sentidos: tato,

visão, audição,
olfato e paladar. Fornecem informações qualitativas e quantitativas, e acionam o mais
perfeito computador
que existe: a mente. Infelizmente sua precisão varia conforme o indivíduo, e exige extenso
treinamento para
que esses dados sejam confiáveis. O treinamento tem base na observação de erros
cometidos e no exercício
contínuo e repetitivo dos procedimentos para a identificação de características do solo.
Os instrumentos de medida citados a seguir fornecem principalmente dados quantitativos,
mas é
necessário estar consciente de que TODO ATO DE MEDIR TEM IMPLÍCITO UM OU
MAIS ERROS,
CAUSADO PELO INSTRUMENTO, PELO OPERADOR, OU AMBOS. Um erro só
pode ser corrigido
se for identificado. Todos os processos e cuidados prescritos em normas técnicos têm por
finalidade
minimizar tais erros.
Leitura errada, braço de balança tocando lateral do suporte, pesagem próxima à fonte de calor, pesagem
de material quente,
anotação ilegível de dados, erro de cópia, audição imperfeita causam erros grosseiros, evitados por
treinamento.
BALANÇAS são os equipamentos mais utilizados, no dia a dia do laboratorista.
Caracterizam-se
por sua capacidade (maior massa que podem medir) e por sua precisão ou sensibilidade.
As balanças mais comuns, atualmente, são mecânicas ou eletrônicas

As balanças mecânicas mais precisas têm sua sensibilidade restrita a uma ordem de
grandeza de
0,01g. As eletrônicas podem ter precisão de 0,0001g. Em ambos os casos, a capacidade
máxima de uma
balança não ultrapassa muito o limite de 10000 ou 20000 vezes o valor da sensibilidade.
Em todas as
balanças, pesagens próximas da capacidade máxima acarretam erros de tendência, além
da redução da vida
útil do instrumento. Para boa utilização, devem estar niveladas e ter manutenção e
calibração periódica.
Os DEFEITOS ou VÍCIOS que uma balança pode apresentar são de dois tipos: erros de
tendência e
defeitos localizados. Balanças mecânicas costumam apresentar erros localizados: por
exemplo, uma balança
tríplice escala pode apresentar um erro positivo ou negativo sempre que for utilizada a
marca de 9 gramas
de sua segunda escala.
Provavelmente o vício localizado no exemplo é devido ao desgaste causado na ranhura
(9g) pelo
peso cursor, que está a apoiar-se em local diferente do correto. A correção do defeito só
pode ser feita em
oficinas especializadas, retificando-se a ranhura. Mas a balança, mesmo estando
defeituosa, pode ser
utilizada com precisão, se for feita sua calibração.
Igual procedimento será tomado com a terceira escala, ainda usando a primeira (já
calibrada) para
medir os erros.
O resultado da calibração pode ser apresentado, por exemplo, como uma matriz – onde
cada célula
fornece a soma dos erros observados nas segunda e terceira escalas – que será a
correção a ser somada ou
subtraída da leitura da balança, obtendo-se assim uma pesagem “quase correta”.
Classificação granulométrica de um solo:
Apenas nos solos grossos a distribuição granulométrica dita o comportamento. Apesar
disto,
classificações baseadas na granulometria tornaram-se universalmente empregadas,
ainda que sua
utilidade geotécnica seja pequena.A classificação granulométrica de solos (pela
textura) pode ser
auxiliada pelo diagrama triangular de Feret, desde que mencionada a versão (ou
origem) do diagrama.
Existem outras classificações: geológicas, geotécnicas, pedológicas.
Embora hoje seja usada quase exclusivamente na agronomia, comentamos a seguir uma
das versões do
triangulo de Feret:
Em um solo constituído apenas por areia, silte e argila, a soma das porcentagens destas
três frações
é 100%. Entrando no gráfico com a porcentagem com que cada uma destas frações
compõe o solo, obtém se a localização de um ponto em uma das áreas demarcadas,
obtendo assim a classificação conforme esta
versão do triângulo de Feret.
Em solos com pedregulhos, geralmente se soma a porcentagem deste à da areia.
Solo orgânico: Solo formado pela mistura homogênea de matéria orgânica decomposta
e de elementos de
origem mineral, apresentando geralmente cor preta ou cinza-escuro. Quando houver um teor
apreciável de matéria
orgânica, deve ser indicada sua presença, pelo acréscimo da expressão “com matéria orgânica” à
designação dada ao solo. Se
forem muito moles, pode ser adicionado, entre parênteses, o termo “lodo”.
Exemplos:
Areia grossa, fofa, com matéria orgânica.
Argila siltosa, com matéria orgânica (lodo).
Turfa: Solo com grande porcentagem de partículas fibrosas e matéria orgânica no estado
coloidal, com
coloração marrom escura a preta. É um material mole, altamente compressível, não
plástico,
combustível, e com cheiro característico.
Alteração de rocha ou solo de alteração: Material proveniente da alteração de rochas “in
situ”, que se
encontra em estágio avançado de desintegração. Possui a estrutura original da rocha e a
ela se
assemelha em todos os aspectos visuais perceptíveis, salvo na coloração. Sua
constituição é
variável, mostrando o conjunto em geral, anisotropia ou heterogeneidade acentuada,
decorrente da
presença de núcleos de material consistente entremeados a uma massa com
características de solo.
É descrita pela textura, plasticidade e consistência ou compacidade, com indicação do
grau de
alteração e, se possível, rocha de origem. Também é denominada saprolito ou
saprólito.
Solo Superficial: Zona abaixo da superfície do terreno natural, geralmente mistura de
areias, argilas e
matéria orgânica, exposta à ação dos fatores climáticos e agentes vegetais e animais.
Aterro: Depósito artificial de qualquer tipo de solo ou outro material. Descrito pelo tipo
de material e, se
possível, o processo de execução.
Sugere-se consultar a NBR 6502/85 original, com mais de 300 verbetes sobre a
terminologia de
rochas e solos.
Outras consultas:
Glossário de termos de geologia, Universidade Federal de Brasília:

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