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Cálculo II, exercícios

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Capítulo V
Integral dupla, tripla
5. 1 Integral dupla.
5.11 Soma de Riemann e integração dupla
5.12 Teorema de Fubini
5.13 Integração dupla em regiões planas
arbitrarias.
5.14 Mudança de coordenadas na
integração dupla.
5.15 Exercícios
5.16 Respostas
5.2 Integral tripla.
5.21 Definição de integral tripla
5.22 Mudança de coordenadas na integração
tripla.
5.3 Integração dupla em superfícies
arbitrarias.
5.31 Exercicios
5.32 Respostas

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5.4 Aplicações
5.41 Volume de sólidos.
5.42 Cálculo da massa de sólidos com
densidade arbitrária.
5.43 Centro de massa.
5.44 Momento de inércia.
5.45 Carga total de um condutor com
distribuição arbitrária de carga elétrica.
5.46 Variados.
5.47 Exercícios
5.48 Respostas

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5.1 Integração dupla


Motivação.
A integral simples de uma função real de variável real, foi
introduzida no calculo I, com intuito de calcular, por exemplo, a
área limitada por uma função 𝑓(𝑥) no intervalo 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏. Uma
abordagem mas detalhada esta no apêndice A5 deste capitulo.

A integral dupla foi introduzida na matemática entre outras, por um


necessidade, a de poder calcular o volume limitado por cima por
uma superfície arbitrária “S” no espaço R3, as 4 paredes laterais e
por baixo por uma superfície plana horizontal retangular
[𝑎. 𝑏] 𝑥[𝑐, 𝑑] (ver figura 5.1). È claro que,precisamos conhecer com
antecedência a função f(x,y) que define a superfície “S”.

Imaginemos que temos um deposito de arroz, e precisamos saber


qual é o volume total de arroz que podemos armazenar?. Qual seria
o procedimento experimental que nos permite calcular pelo menos
aproximadamente o volume deste deposito?. Um método fácil seria
empilhar tijolos do mesmo tamanho (com volume previamente
determinado) até preencher todo o deposito. Logo, bastaria contar o
número total de tijolos e multiplicar pelo volume de um tijolo. Neste
procedimento, haveria um pequeno erro, relativo aos espaços na
vizinhança do teto que não foram preenchidos totalmente.

Entre tanto, é natural pensar que se tivermos tijolos menores,


teríamos que preencher maior número de tijolos no armazém,
porém os espaços vazios que não conseguirmos preencher com os
tijolos agora seriam menores. Logo comparado com o caso anterior,
o volume calculado do armazém utilizando tijolos menores daria
um valor mais real, mais próximo ao valor real do volume do
armazém.

Do ponto de vista teórico, este procedimento para calcular o volume


de um sólido, podemos generalizar utilizando blocos
(paralelepípedos) cada vez menores. Ou seja, o número total de
blocos que ocupam o volume do solido vai aumentando conforme o
tamanho ou dimensão do bloco vai diminuindo. É de se esperar que

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quando o tamanho de cada bloco fundamental vai ficando cada vez


menor, o número de blocos fundamentais pra preencher o volume
do solido vai aumentando indefinidamente, os espaços vazios perto
do teto de forma arbitraria vão se reduzindo e tendendo como limite
a zero. Finalmente é de se esperar que o volume exato do sólido,
será igual ao limite da soma dos volumes dos blocos fundamentais,
quando o número deles vai a infinito.

𝑣𝑜𝑙(𝑊) = lim𝑛→∞ (∑𝑛𝑖=1 𝑑𝑣𝑖 ), sendo 𝑑𝑣𝑖 o volume diferencial ou


volume fundamental. O índice i é para indicar que em geral os
volumes dos “tijolos fundamentais em principio podem ser
diferentes. De qualquer forma temos que ter o controle entre o
volume de cada unidade fundamental e o número deles para
preencher o volume total do solido W.

A ideia anterior é a base teórica da chamada soma de Riemann que


define formalmente uma integral dupla numa região de integração.

As aplicações da integração dupla são muitas, cálculo de massa de


objetos tridimensionais com densidade variável; calculo do centro
de massa de laminas, de sólidos tridimensionais; o calculo do
momento de inércia, seja em coordenadas cartesianas, esféricas o
cilíndricas, isto dependendo da simetria do objeto em estudo.
Calculo da carga total de objetos metálicos (sólidos tridimensionais
ou superfícies bidimensionais) com uma distribuição de carga de
densidade arbitraria.

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5.11 Soma de Riemann e integração dupla

Seja F uma função real de variável vetorial,

𝐹∶ 𝐷 ⊂ 𝑅2 → 𝑅
(𝑥, 𝑦) → 𝐹(𝑥, 𝑦)
Consideremos o domínio 𝐷 = [𝑎, 𝑏] × [𝑐, 𝑑], ou seja: 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏,
𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑.
Vamos supor que 𝑓(𝑥, 𝑦) ≥ 0, logo a gráfica da superfície
“S”definida pela função z=f(x,y) está completamente na parte
superior ao plano 𝑥𝑦 no espaço R3.

Logo, o sólido W que está acima do retângulo D e debaixo da


superfície “S” e limitada lateralmente pelas quatro paredes verticais
(planos verticais: 𝑥 = 𝑎, 𝑥 = 𝑏, 𝑦 = 𝑐, 𝑦 = 𝑑), e está definido como
segue :
𝑊 = { (𝑥, 𝑦, 𝑧) ⊂ 𝑅3 / (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷, 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝑓(𝑥, 𝑦)}

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ou
𝑊 = { 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏 , 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑 , 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝑓(𝑥, 𝑦) }.
Para calcular o volume do sólido W, precisamos subdividir a região
de integração D em sub-retângulos, chamaremos isto de partição.

Ao retângulo D iremos dividir da seguinte maneira:

O intervalo [a,b] iremos dividir em n partes iguais, logo cada parte


𝑏−𝑎
tem ∆𝑥 = como comprimento. O intervalo [c,d] iremos dividir
𝑛
𝑑−𝑐
em m partes iguais, logo cada parte tem ∆𝑦 = como
𝑚
comprimento. Desta maneira temos 𝑛𝑚 sub-retângulos iguais da
mesma área ∆𝐴 = ∆𝑥 ∆𝑦, como podemos ver na figura a seguir:

Na figura anterior, 𝑥1 = 𝑎, 𝑥𝑛+1 = 𝑏, 𝑦1 = 𝑐, 𝑦𝑚+1 = 𝑑

O ponto 𝑟⃗ ∗ = (𝑥 ∗ 𝑖 , 𝑦 ∗ 𝑗 ) está localizado num ponto arbitrário dentro


do retângulo 𝐷𝑖𝑗 (verde), ou seja 𝑥𝑖 ≤ 𝑥 ∗ 𝑖 ≤ 𝑥𝑖+1 , 𝑦𝑗 ≤ 𝑦 ∗ 𝑗 ≤ 𝑦𝑗+1 .

Adicionalmente:

𝑥𝑖 = 𝑥1 + (𝑖 − 1)∆𝑥 = 𝑎 + (𝑖 − 1) ∆ x ........ (5.1)


𝑦𝑗 = 𝑦1 + (𝑗 − 1)∆𝑦 = 𝑐 + (𝑗 − 1) ∆𝑦 .......(5.2)

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Onde 𝑖 = 1,2, … , 𝑛 + 1; 𝑗 = 1,2, … , 𝑚 + 1.

A seguir iremos colocar um paralelepípedo sobre o retângulo 𝐷𝑖𝑗

com altura igual a 𝑓(𝑟⃗ ∗ ) = 𝑓(𝑥 ∗ 𝑖 , 𝑦 ∗ 𝑗 ), isto significa que a parte


superior deste paralelepípedo bate a superfície S: z=f(x,y), pelo
menos parcialmente, desde que a superfície é arbitraria, e o topo do
paralelepípedo é retangular, logo o encaixe não será perfeito. O
volume desta caixa retangular é dado pelo produto da área da base
pela altura da caixa, logo:

∆𝑉𝑖𝑗 = 𝑓 (𝑥 ∗ 𝑖 , 𝑦 ∗ 𝑗 ) ∆𝐴 = 𝑓(𝑥 ∗ 𝑖 , 𝑦 ∗ 𝑗 )∆𝑥∆𝑦

S : z=f(x,y)


f (r  )
∆Vij W

yj

xi
∆x

∆y

Podemos dizer também que o volume desta caixa retangular é


aproximadamente igual ao volume do sólido limitado por baixo

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pelo retângulo 𝐷𝑖𝑗 e superiormente pela superfície S, a pesar que o


volume da caixa retangular será um pouco menor. De qualquer
forma, quanto menor for as dimensões do retângulo 𝐷𝑖𝑗 tanto
melhor será a aproximação.

Se repetirmos este processo pra todas as caixas retangulares no


domínio 𝐷, e somar os volumes de cada paralelepípedo, então
iremos obter um valor aproximado do volume total do solido 𝑊.

Logo:
𝑖=𝑛,𝑗=𝑚 𝑖=𝑛,𝑗=𝑚

𝑣𝑜𝑙(𝑊) ≈ ∑ ∆𝑉𝑖𝑗 = ∑ 𝑓(𝑥 ∗ 𝑖 , 𝑦 ∗ 𝑗 )∆𝑥∆𝑦


𝑖=1,𝑗=1 𝑖=1,𝑗=1

Esta forma de calcular o volume do solido W será tanto melhor,


quanto maior for a partição do domínio retangular D. Isto podemos
perceber das seguintes relações:
𝑏−𝑎 𝑑−𝑐
∆𝑥 = , ∆𝑦 =
𝑛 𝑚

Quanto maior for n e m, tanto menor será ∆𝑥 e ∆𝑦, já que a,b,c,d são
números fixos.

E quanto menor for as dimensões laterais ∆𝑥 e ∆𝑦 então tanto


melhor vai encaixar os paralelepípedos no topo do sólidos W(no
contato com a superfícies S).

Por tanto é natural realizar o processo de limite e finalmente:


𝑖=𝑛,𝑗=𝑚

𝑣𝑜𝑙(𝑊) = lim ∑ 𝑓(𝑥 ∗ 𝑖 , 𝑦 ∗ 𝑗 )∆𝑥∆𝑦


𝑛→∞,𝑚→∞
𝑖=1,𝑗=1

Observe que: quando 𝑛 → ∞, 𝑚 → ∞; a localização do ponto


𝑟⃗ ∗ = (𝑥 ∗ 𝑖 , 𝑦 ∗ 𝑗 ) dentro do retângulo 𝐷𝑖𝑗 pouco importa, já que a
dimensão do retângulo 𝐷𝑖𝑗 vai ficando cada vez menor então as
coordenadas
dos pontos (𝑥 ∗ 𝑖 , 𝑦 ∗ 𝑗 ), (𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 ), (𝑥𝑖−1 , 𝑦𝑗−1 ) irão coincidir no limite.

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Logo, sem perda de generalidade, podemos reescrever a equação


anterior assim :
𝑖=𝑛,𝑗=𝑚

𝑣𝑜𝑙(𝑊) = lim ∑ 𝑓(𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 )∆𝑥∆𝑦


𝑛→∞,𝑚→∞
𝑖=1,𝑗=1

Definição.- Seja uma função real de duas variáveis 𝑓 ∶ 𝐷 ⊂ 𝑅 2 →


𝑅, e limitada no domínio 𝐷 = {𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏, 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑. }. A
integral dupla da função 𝑓 sobre o retângulo D é :

𝐼(𝑓) = ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 = lim 𝑆𝑛𝑚


𝑛→∞,𝑚→∞
𝐷

......(5.3)

se o limite existir.

Sendo
𝑖=𝑛,𝑗=𝑚

𝑆𝑛𝑚 = ∑ 𝑓(𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 )∆𝑥∆𝑦


𝑖=1,𝑗=1

A chamada soma de Riemann.

Se o limite da soma de Riemann existir a função f(x,y) é integrável


no domínio D, caso o limite não existir então a função f(x,y) não é
integrável.

Observação 1. A pesar que no processo anterior temos escolhido


uma partição uniforme, isto é, que todas as células fundamentais
tem as mesmas dimensões retangulares; na verdade no processo
poderíamos ter escolhido outro tipo de partições; entretanto o
resultado não vai depender do tipo de partição escolhido.

Observação 2.- A altura do paralelepípedo fundamental, dado por

𝑓(𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 ), pode ser avaliado em qualquer ponto interno a célula


fundamental Ξ𝑖𝑗 = [𝑥𝑖 , 𝑥𝑖+1 ] × [𝑦𝑗 , 𝑦𝑗+1 ]; já que ao calcular o processo
de limite da soma de Riemann, o resultado deve ser o mesmo.

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Observação 3.- A condição inicial de que a função 𝒇(𝒙, 𝒚) é limitada


no domínio D (conjunto fechado), quer dizer que a função tem um
mínimo e um máximo definido no retângulo 𝐷. Consequentemente
em cada unidade fundamental, Ξ𝑖𝑗 = [𝑥𝑖 , 𝑥𝑖+1 ] × [𝑦𝑗 , 𝑦𝑗+1 ] a função
vai ter um mínimo e um máximo relativo. Isto indica uma maneira
controlada de calcular a integral dupla no retângulo D, por
aproximação inferior e superior, deste modo:

Seja:

𝑖=𝑛,𝑗=𝑚

𝐼𝑖𝑛𝑓 = ∑ 𝑓𝑚 (𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 )∆𝑥∆𝑦


𝑖=1,𝑗=1

o valor aproximado de ∬𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 por soma inferior. Onde


𝑓𝑚 (𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 ) é o mínimo da função na unidade fundamental Ξ𝑖𝑗 .

De forma similar, podemos definir


𝑖=𝑛,𝑗=𝑚

𝐼𝑠𝑢𝑝 = ∑ 𝑓𝑀 (𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 )∆𝑥∆𝑦


𝑖=1,𝑗=1

Como o valor aproximado de ∬𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 por soma superior.


Onde 𝑓𝑀 (𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 ) é o máximo da função na unidade fundamental Ξ𝑖𝑗 .
Logo vale a desigualdade a seguir:
𝑰𝒊𝒏𝒇 ≤ 𝑰(𝒇) ≤ 𝑰𝒔𝒖𝒑

Teorema. A função 𝑓(𝑥, 𝑦) limitada no retângulo D; é integrável se

e somente se os limites a seguir existem e são iguais.


lim 𝐼𝑖𝑛𝑓 = 𝐼(𝑓) = lim 𝐼𝑠𝑢𝑝
𝑛→∞,𝑚→∞ 𝑛→∞,𝑚→∞

O número real 𝐼(𝑓) é o valor da integral dupla ∬𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 no


retângulo 𝐷.

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Exemplo 1.- Determinar ∬𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴, para 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥𝑦 + 2 e


𝐷 = {0 ≤ 𝑥 ≤ 4,2 ≤ 𝑦 ≤ 4}, utilizando o conceito da soma de
Riemannn.

Solução.-

Consideremos a partição regular


𝑃 = {𝑎 = 𝑥1 = 0, 𝑥2 , … . 𝑥𝑖 , 𝑥𝑖+1 , … 𝑥𝑛+1 = 𝑏 = 4;
𝑐 = 𝑦1 = 2, 𝑦2 , … . 𝑦𝑗 , 𝑦𝑗+1 , … 𝑦𝑚+1 = 𝑑 = 4}

Logo:

𝑏−𝑎 4−0 4
∆𝑥 = 𝑥𝑖+1 − 𝑥𝑖 = = =
𝑛 𝑛 𝑛

𝑐−𝑑 4−2 2
∆𝑦 = 𝑦𝑗+1 − 𝑦𝑗 = = =
𝑚 𝑚 𝑚

Pela definição de integral dupla, temos:

𝑖=𝑛,𝑗=𝑚

∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 = lim ∑ 𝑓(𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 )∆𝑥∆𝑦


𝑛→∞,𝑚→∞
𝐷 𝑖=1,𝑗=1

.......(5.4)

Se 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥𝑦 + 2, logo 𝑓(𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 ) = 𝑥𝑖 𝑦𝑗 + 2; dai a somatória

de Riemann fica:
𝑖=𝑛 𝑗=𝑚 𝑖=𝑛 𝑗=𝑚
4 2
𝑆𝑛𝑚 = ∑ ∑ 𝑓(𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 )∆𝑥∆𝑦 = ∑ ∑ (𝑥𝑖 𝑦𝑗 + 2)
𝑛 𝑚
𝑖=1 𝑗=1 𝑖=1 𝑗=1

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De (5.1) e (5.2) :
4
𝑥𝑖 = 𝑥1 + (𝑖 − 1)∆𝑥 = 0 + (𝑖 − 1)
𝑛
2
𝑦𝑗 = 𝑦1 + (𝑗 − 1)∆𝑦 = 2 + (𝑗 − 1)
𝑚
Substituindo na somatória de Riemann
𝑖=𝑛 𝑗=𝑚
4𝑖 4 2𝑗 2 4 2
𝑆𝑛𝑚 = ∑ ∑ {( − ) (2 + − ) + 2}
𝑛 𝑛 𝑚 𝑚 𝑛 𝑚
𝑖=1 𝑗=1

𝑖=𝑛 𝑗=𝑚
2 4𝑖 4 2𝑗 4𝑖 4 8
𝑆𝑛𝑚 = ∑ ∑ {(2 − ) ( − ) + ( − ) + 2}
𝑚 𝑛 𝑛 𝑚 𝑛 𝑛 𝑛𝑚
𝑖=1 𝑗=1

𝑖=𝑛 𝑗=𝑚 𝑖=𝑛 𝑗=𝑚


2 4𝑖 4 8 2𝑗 4𝑖 4 8
𝑆𝑛𝑚 = ∑ ∑ {(2 − ) ( − ) + 2} +∑∑ ( − )
𝑚 𝑛 𝑛 𝑛𝑚 𝑚 𝑛 𝑛 𝑛𝑚
𝑖=1 𝑗=1 𝑖=1 𝑗=1

Inicialmente iremos somar no índice j, para isto vamos utilizar


algumas propriedades de somatória.

1)
𝑚

∑ 𝑎 = 𝑚𝑎
𝑗=1

Sendo 𝑎 uma constante numérica (não depende do índice 𝑗).

2) Somatória dos primeiros 𝑛 números naturais :


𝑚
𝑚(𝑚 + 1)
∑𝑗 =
2
𝑗=1

Logo,

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𝑚
2 4𝑖 4 8 2 4𝑖 4 8
∑[(2 − ) ( − ) + 2] = [(2 − ) ( − ) + 2] 𝑚
𝑚 𝑛 𝑛 𝑛𝑚 𝑚 𝑛 𝑛 𝑛𝑚
𝑗=1

𝑚 𝑚
2𝑗 4𝑖 4 8 4𝑖 4 16
∑ ( − ) =( − ) ∑𝑗
𝑚 𝑛 𝑛 𝑛𝑚 𝑛 𝑛 𝑛𝑚2
𝑗=1 𝑗=1

4𝑖 4 16 𝒎(𝒎 + 𝟏)
=( − )
𝑛 𝑛 𝑛𝑚2 𝟐

Logo,
𝑖=𝑛 𝑖=𝑛
2 4𝑖 4 8 4𝑖 4 8 (𝒎 + 𝟏)
𝑆𝑛𝑚 = ∑ [(2 − ) ( − ) + 2] + ∑ ( − )
𝑚 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛𝑚 𝟏
𝑖=1 𝑖=1

𝑛 𝑛
64 1 16 64 64
𝑆𝑛𝑚 = 2 (1 − ) ∑ 𝑖 + ( − 2 + )∑1 +
𝑛 𝑚 𝑛 𝑛 𝑚𝑛2
𝑖=1 𝑖=1
𝑛 𝑛
32 1 32 1
2
(1 + ) ∑ 𝑖 − 2 (1 + ) ∑ 1
𝑛 𝑚 𝑛 𝑚
𝑖=1 𝑖=1

64 1 𝑛(𝑛 + 1) 16 64 64
𝑆𝑛𝑚 = (1 − ) + ( − + )𝑛 +
𝑛2 𝑚 2 𝑛 𝑛2 𝑚𝑛2

32 1 𝑛(𝑛 + 1) 32 1
(1 + ) − (1 + )𝑛
𝑛2 𝑚 2 𝑛2 𝑚

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1 1 64 64
𝑆𝑛𝑚 = 32 (1 − ) (1 + ) + 16 − + +
𝑚 𝑛 𝑛 𝑚𝑛
1 1 32 1
16 (1 + ) (1 + ) − (1 + )
𝑚 𝑛 𝑛 𝑚
A seguir tomamos o limite 𝑛 → ∞, 𝑚 → ∞

∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 = lim 𝑆𝑛𝑚 = 64


𝑛→∞,𝑚→∞
𝐷

Interpretação geométrica da integral dupla.


Se f é contínua e 𝑓(𝑥, 𝑦) ≥ 0, ∀ (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷, o fato que a função f seja
integrável no domínio D, tem um significado direto. Consideremos
o sólido 𝑊 = { 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏 , 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑 , 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝑓(𝑥, 𝑦) }.

Logo o volume do solido W é definido como a integral dupla da


função f(x,y) no domínio de integração D.
𝑏 𝑑

𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦


𝐷 𝑎 𝑐

Uma maneira de justificar a definição anterior é seguir o raciocínio a


seguir:

Volume de sólidos .
Para calcular o volume do sólido W, o procedimento é como segue:
no ponto (x,y) interior ao retângulo D, localizamos o elemento de
área dA= dx dy, logo construímos um paralelepípedo infinitesimal
dV, utilizando como base o elemento dA e levantando as 4 paredes
verticais até o topo que corresponde à posição da superfície “S”.
Desta maneira a altura do paralelepípedo será 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦), e o
volume do paralelepípedo infinitesimal será
𝑑𝑉 = 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴

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Finalmente o volume do sólido W é


𝑏 𝑑

𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∬ 𝑑 𝑉 = ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦


𝐷 𝐷 𝑎 𝑐

Onde: a ≤ x≤ b, c ≤ y ≤ d, definem os limites de integração em x e y.

Propriedades da integra dupla


1.- Propriedade de Linearidade. Sejam as funções 𝑔(𝑥, 𝑦) e 𝑓(𝑥, 𝑦)
integráveis no domínio D. Logo para qualquer par de números reais
𝑎 e 𝑏 existe a integral ∬𝐷 (𝑎 𝑓(𝑥, 𝑦) + 𝑏 𝑔(𝑥, 𝑦))𝑑𝑥 𝑑𝑦

E se verifica :

∬(𝑎 𝑓(𝑥, 𝑦) + 𝑏 𝑔(𝑥, 𝑦))𝑑𝑥 𝑑𝑦


𝐷

= 𝑎 ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑑𝑦 + 𝑏 ∬ 𝑔(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥𝑑𝑦


𝐷 𝐷

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2.- Propriedade de aditividade. Seja a função 𝑓(𝑥, 𝑦) integrável e


limitada no domínio D. Sejam 𝐷1 , 𝐷2 , … 𝐷𝑘 subconjuntos do domínio
D, tal que 𝐷 = 𝐷1 ∪ 𝐷2 ∪ … ∪ 𝐷𝑘
e 𝐷𝑖 ∩ 𝐷𝑗 = {∅}, ∀ 𝑖 ≠ 𝑗, 𝑖 = 1,2, … , 𝑘, 𝑗 = 1,2, … , 𝑘. Logo as integrais
∬𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑑𝑦 existem, ∀ 𝑖, é ∶
𝑖

∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∑ ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑑𝑦


𝐷 𝑖=1 𝐷𝑖

3.- Integração de desigualdades.- Sejam as funções 𝑓(𝑥, 𝑦) e 𝑔(𝑥, 𝑦)


integráveis no domínio D, e que ∀ (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷 𝑔(𝑥, 𝑦) ≥ 𝑓(𝑥, 𝑦), então

∬ 𝑔(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 ≥ ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝐷 𝐷

4.- Se a função 𝑓(𝑥, 𝑦) é integrável e limitado no domínio 𝐷, então o


valor absoluto |𝑓(𝑥, 𝑦)| é também integrável e se cumpre :

|∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦| ≤ ∬ |𝑓(𝑥, 𝑦)| 𝑑𝑥 𝑑𝑦


𝐷 𝐷

5.- Se a função 𝑓(𝑥, 𝑦) é separável: 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑔(𝑥)ℎ(𝑦) então, no


domínio retangular 𝐷 = [𝑎, 𝑏] × [𝑐, 𝑑], vale
𝑏 𝑑

∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∫ 𝑔(𝑥) ∫ ℎ(𝑦)


𝐷 𝑎 𝑐

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5.12 Teorema de Fubini.


Se a função é contínua num retângulo 𝐷 = [𝑎, 𝑏] × [𝑐, 𝑑], então a
integral dupla de f sobre D existe e pode ser obtida através de
integrais interadas, ou seja.
𝑑 𝑏
∬𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 = ∫𝑐 [∫𝑎 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 ]𝑑𝑦 ..........(tipo I)

Ou
𝑏 𝑑
∬𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 = ∫𝑎 [∫𝑐 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦 ]𝑑𝑥 ... (tipo II).

Se a função é continua no dominio D, então é limitada em D. Logo o

processo de calculo da integral dupla por soma inferior e superior


esta bem definida em D, Logo a função é integravel em D.
𝑏
No teorema anterior se admite que ∫𝑎 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 esta bem definido
𝑑
pra 𝑦 fixo; e similarmente, ∫𝑐 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦 esta bem definido para 𝑥
fixo.

Para demonstrar que a integral dupla da função 𝑓 sobre 𝐷 é do tipo


𝐼, iremos proceder da seguinte maneira.

Vamos contruir uma lamina infinitesimal de espesura 𝑑𝑦 localizada


no ponto 𝑦, paraleo ao eixo 𝑥, limitada superiormente pela
superficie 𝑆: 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦)

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Logo iremos calcular a área lateral Al da lamina infinitsimal


delimitada pelos planos 𝑥 = 𝑎, 𝑥 = 𝑏, 𝑧 = 0 e superiormente pela
curva C : 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦0 ), sendo 𝑦=𝑦0 fixo1 .

𝐴𝑙 = ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥
𝑎

𝑦 = 𝑦0 é fixo.

dx

1 A curva C é a interseção do plano vertical, com equação 𝑦 = 𝑦0 e a superfície S.

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A lâmina infinitesimal de espessura 𝑑𝑦 define um volume


infinitesimal 𝑑𝑉 = 𝐴𝑙 𝑑𝑦 (ver figura anterior). Logo,
𝑑 𝑑 𝑑 𝑏
𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∫𝑐 𝑑𝑉 = ∫𝑐 𝐴𝑙 𝑑𝑦 = ∫𝑐 [∫𝑎 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥] 𝑑𝑦, que é a integra
iterativa do tipo I.

O procedimento anterior, podemos repetir com uma lamina


infinitesimal de espessura dx, paralelo ao eixo y. e iremos chegar à
integral iterativa do tipo II.

Exemplo 1.- Determinar a seguinte integral dupla

𝐼 = ∬𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴, sendo 𝐷 = {−2 ≤ 𝑥 ≤ 3,0 ≤ 𝑦 ≤ 1} e 𝑓(𝑥, 𝑦) =


𝑥 2 ey
Solução. A ordem de integração não importa, desde que, a região de
integração é um retângulo.
3 1

𝐼 = ∫ ∫ 𝑥 2 ey 𝑑𝑦 𝑑𝑥
−2 0
3 1 3

𝐼 = ∫ 𝑥 2 [∫ ey 𝑑𝑦 ]𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 2 [𝑒 𝑦 ]1 0 𝑑𝑥
−2 0 −2
3 3

𝐼 = ∫ 𝑥 2 (𝑒 − 1)𝑑𝑥 = (𝑒 − 1) ∫ 𝑥 2 𝑑𝑥
−2 −2

𝑥3 3 27 −8
𝐼 = (𝑒 − 1)[ ] = (𝑒 − 1) ( − )
3 −2 3 3
35
𝐼 = (𝑒 − 1)
3
Exemplo 2.- Seja a região volumétrica W limitada inferiormente
pelo retângulo 𝐷 = [−1,1] × [−1,4], superiormente pela superfície z
= f(x,y) = 4-x2 e pelas paredes laterais x=-1, x=1, y=-1, y=4 (4 planos
verticais). Determine o volume de W.

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Solução.

Podemos começar tentando realizar um esboço da região


volumétrica W. Para isto, podemos utilizar alguns programas com o
Maple, o Mathematica ou Wolfram alpha. De qualquer forma, no
capitulo 2 temos aprendido a construir gráficos de funções de duas
variáveis, então a tarefa não é difícil.

-1 ≤ x ≤ 1, -1 ≤ y ≤ 4

f (x,y) = 4 - x2

1 4

𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∬ 𝑑 𝑉 = ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 = ∫[ ∫(4 − 𝑥 2 ) 𝑑𝑦 ]𝑑𝑥


𝐷 𝐷 −1 −1
1 4 1

= ∫(4 − 𝑥 2 )[ ∫ 𝑑𝑦] 𝑑𝑥 = ∫(4 − 𝑥 2 ) [𝑦 |4 (−1) ]𝑑𝑥


−1 −1 −1
1 1

= ∫(4 − 𝑥 2 ) (4 − (−1)) 𝑑𝑥 = 5 ∫(4 − 𝑥 2 ) 𝑑𝑥


−1 −1

𝑥3 1 1
5 (4𝑥 −
3
) |1 (−1) = 5 ((4 − 3) − (−4 + 3)) =110/3.

Observe que, de acordo com o teorema de Fubini, para desenvolver


a integração dupla, temos escolhido a integração interativa do tipo
II.

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ect/ufrn

Observação 1. Podemos também escolher o método iterativo tipo I,


assim
4 1

𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∬ 𝑑 𝑉 = ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 = ∫[ ∫(4 − 𝑥 2 ) 𝑑𝑥 ]𝑑𝑦


𝐷 𝐷 −1 −1

O resultado da integração dupla no final será o mesmo.

Observação 2.- o fato de que podemos integrar primeiro em y e


depois em relação a x, ou vice-versa e que dá o mesmo resultado
para a integral dupla, se deve a que estamos integrando num
retângulo, ou seja, os limites de integração são constantes
numéricas.

Observação 3.- Em domínios de integração mas geral, que não seja


mais um retângulo, é importante reconhece a variável em relação a
qual será integrada por último.

Exemplo 3.- Calcular ∬𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴, se 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑦 cos(2𝑥) − 𝑥 𝑒 2𝑦

No retângulo [0, 𝜋/2] × [−1,1].

Solução:

Seja :
𝜋
1
𝐼 = ∫0 [∫−1(𝑦 cos(2𝑥) − 𝑥 𝑒 2𝑦 ) 𝑑𝑦]𝑑𝑥 =? , observamos que
2

1
∫−1 𝑦 𝑑𝑦𝑑𝑥 = 0, y é uma função impar, logo automaticamente,
𝜋 𝜋
2 1 2 1

𝐼 = ∫[ ∫(−𝑥 𝑒 2𝑦 ) 𝑑𝑦]𝑑𝑥 = ∫(−𝑥)[ ∫ 𝑒 2𝑦 ) 𝑑𝑦]𝑑𝑥 =


0 −1 0 −1
𝜋
1 𝑑𝑢
𝐼 = ∫02 (−𝑥)[∫−1 𝑒 𝑢 ] 𝑑𝑥, sendo u= 2y.
2
1
𝑥2 𝜋
𝑒𝑢 1 𝜋2 𝑒 2𝑦 𝜋2 𝑒 2 𝑒 −2
I =− ( ) |2 0 [ ] = −( − 0) [ ] =− ( − )
2 2 −1 8 2 −1 8 2 2

𝜋2 𝑒 2 𝑒 −2
𝐼=− (2 − ). Resposta.
8 2

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Exemplo 4.- Considere a função 𝑓(𝑥, 𝑦) = x cosh(𝑥 2 + 𝑦) no


intervalo 𝐷 = [−2,2] × [1,4]. Determine ∬𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴

Solução
2 2
4 4
𝐼 = ∫ ∫ x cosh(𝑥 + 𝑦) 𝑑𝑦𝑑𝑥 = ∫ 𝑥[∫ cosh(𝑥 2 + 𝑦) 𝑑𝑦]𝑑𝑥
2
1 1
−2 −2

Integrando em y, pelo método de substituição 𝑢 = 𝑥 2 + 𝑦, logo


𝑑𝑢 = 𝑑𝑦
4 ∗∗
4
∫ cosh(𝑥 + 𝑦) 𝑑𝑦 = ∫ cosh(𝑢) 𝑑𝑢 = sinh(𝑢) |∗∗
2 2
∗ = sinh(𝑥 + 𝑦) |1
1 ∗

4
∫ cosh(𝑥 2 + 𝑦) 𝑑𝑦 = sinh(𝑥 2 + 4) − sinh(𝑥 2 + 1)
1
2

𝐼 = ∫ 𝑥[sinh(𝑥 2 + 4) − sinh(𝑥 2 + 1)] 𝑑𝑥


−2

A função integrando da integral anterior, é ímpar, logo

I é zero.

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5.13 Integrais duplas em regiões planas arbitrárias.


I caso
Consideremos uma região de integração do tipo

D={ (x,y,z) ⊂ R3 / a ≤ x ≤ b, 𝞥1(x) ≤ y ≤ 𝞥2(x)}

x=a x x=b x=a x=b

De acordo à figura anterior, na posição arbitrária x, vamos localizar


uma barra vertical.
Nesta barra vertical, iremos variar a coordenada y, que adota seu
valor mínimo na curva inferior logo ymin=𝞥(x) e adota seu valor
máximo na curva superior, logo ymax=𝞥(x). Por tanto,

𝞥1(x) ≤ y ≤ 𝞥2(x).

Essa barra vertical (azul) pode se deslizar tentando cobrir toda a


região de integração, isto é de esquerda a direita, logo a coordenada
x varia entre seu valor mínimo em a, ate seu valor máximo em b.

a ≤ x ≤ b.

As duas desigualdades anteriores definem bem a região de


integração D.

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Seja 𝑓: 𝐷 → 𝑅 uma função integrável em D, logo a integral dupla de f


na região D fica assim:
𝑏 ∅2 (𝑥)

∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦 𝑑𝑥
𝐷 𝑎 ∅1 (𝑥)

Exemplo 1.- Determinar a seguinte integral dupla 𝐼 = ∬𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴,


sendo 𝐷 = {0 ≤ 𝑥 ≤ 1,2𝑥 ≤ 𝑦 ≤ 𝑥 2 + 2} e 𝑓(𝑥, 𝑦) = xy − 𝑦

Solução

1 𝑥 2 +2

𝐼 = ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 = ∫ ∫ (xy − 𝑦) 𝑑𝑦 𝑑𝑥
𝐷 0 2𝑥

1 𝑥 2 +2 𝑥 2 +2

𝐼 = ∫ [𝑥 ∫ y𝑑𝑦 − ∫ y 𝑑𝑦 ] 𝑑𝑥
0 2𝑥 2𝑥

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1 𝑥 2 +2
𝑦2 𝑦2
𝐼 = ∫ [𝑥 − ] 𝑑𝑥
2 2 2𝑥
0
1
1
𝐼 = ∫(𝑥 5 + 4𝑥 − 𝑥 4 − 4) 𝑑𝑥
2
0

𝑥6 2
𝑥5 −122
𝐼 =[ +𝑥 − − 2𝑥]1 =
12 10 0 120

II caso
Consideremos uma região de integração do tipo

D={ (x,y,z) ⊂ R3 / c ≤ y ≤ d, 𝞥1(y) ≤ x ≤ 𝞥2(y)}


Como podemos ver na figura a seguir, se fixamos a coordenada y e
construímos uma barra horizontal na região D. Nesta barra a
coordenada x varia de um valor mínimo na curva mas a esquerda,
ou seja, xmin=𝞥1(y); até um valor máximo na curva mas a direita da
regiao D, logo xmax=𝞥2(y). logo : 𝞥1(y) ≤ x ≤ 𝞥2(y).

x x
y
y

A barra horizontal pode se deslizar verticalmente ate cobrir toda a


região D de integração, logo: c ≤ y ≤ d.

Seja 𝑓: 𝐷 → 𝑅 uma função integrável em D, logo a integral dupla de f


na região D fica assim:

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𝑑 ∅2 (𝑦)

∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝐷 𝑐 ∅1 (𝑦)

Exemplo 2.- Determinar a seguinte integral dupla


𝐼 = ∬𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴, sendo 𝐷 = {0 ≤ 𝑦 ≤ 1, y + 1 ≤ 𝑥 ≤ 2y} e 𝑓(𝑥, 𝑦) =
𝑦2
Solução
1 2y

𝐼 = ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 = ∫ 𝑦 2 [ ∫ 𝑑𝑥 ]𝑑𝑦
𝐷 0 y+1

1 1 1
2[ 2𝑦 2
𝑦4 𝑦3
𝐼=∫ 𝑦 𝑥] 𝑦+1 𝑑𝑦 = ∫ 𝑦 (𝑦 − 1) 𝑑𝑦 = [ − ]
4 3 0
0 0

−1
𝐼=
12
Outros exemplos variados:

Exemplo 3.- Determine a integral dupla ∬𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 na região


planar D limitada pelas curvas y= 4 e y = x2 (ver figura). Sendo
f(x,y) = yx.

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y=x
2

D
y=4

Solução. A integral dupla na região D, que não é mais retangular


pode ser calculada de duas maneiras, de acordo ao método
apresentado anteriormente.

I método. Podemos colocar barras verticais na região D para desta


forma encontrar os limites de integração em x e y.

Quando deslocamos a barra para cobrir a região de integração, de


esquerda a direita; a coordenada x varia do seu valor mínimo 𝑥 = 0,
ate seu valor máximo em 𝑥 = 2.
0≤𝑥≤2
Fixando a variável x, então iremos analisar a variação da
coordenada y dentro da barra(no domínio D). Da figura o valor
mínimo de y será na curva y=x2 , e o valor máximo será na curva
y=4, logo:

𝑥2 ≤ 𝑦 ≤ 4

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Do raciocínio anterior e da figura podemos concluir que:


𝐷 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅2 𝑥 2 ≤ 𝑦 ≤ 4, 0 ≤ 𝑥 ≤ 2}
Em consequência temos:
2 4
𝐼 = ∬𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 = ∫0 ∫𝑥 2 𝑥𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑥.

Observe que devemos integrar primeiro na variável y, porque um


dos limites de integração é função de x.
2 4 2 2
𝑦2 4 𝑥4
𝐼 = ∫ 𝑥 ∫ 𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 [ ]| 𝑥 2 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥[8 − ] 𝑑𝑥
2 2
0 𝑥2 0 0

2 𝑥5 𝑥6 16 32
𝐼 = ∫0 (8𝑥 − ) 𝑑𝑥 = (4𝑥 2 − ) |2 0 = 16 − = . Resposta.
2 12 3 3

II método. Para definir os limites na variáveis x e y no domínio de


integração podemos também utilizar barra horizontais.

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Quando deslocamos verticalmente a barra para cobrir a região de


integração, de baixo pra cima; a coordenada y varia do seu menor
valor y= 0, ate seu maior valor em 𝑦 = 4.
0≤𝑦≤4
Fixando a variável y, então iremos analisar a variação da
coordenada x dentro da barra (no domínio D). Da figura o valor
mínimo de x será na reta x=0 , e o valor máximo será na
parábola(𝑥 = √𝑦), logo:

0 ≤ 𝑥 ≤ √𝑦

Por tanto:
𝐷 = {0 ≤ 𝑥 ≤ √𝑦, 0 ≤ 𝑦 ≤ 4}

4 √𝑦 4 √𝑦

𝐼 = ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 = ∫ ∫ 𝑥𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∫ 𝑦[∫ 𝑥 𝑑𝑥] 𝑑𝑦 =


𝐷 0 0 0 0

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4 4 4
𝑥2 𝑦 𝑦 𝑦2
𝐼 = ∫ 𝑦[ ]| 0 𝑑𝑦 = ∫ 𝑦( )𝑑𝑦 = ∫ 𝑑𝑦

2 2 2
0 0 0

𝑦3 4 32
𝐼 = [ ]| 0 =
6 3

Exemplo 4.- Considere o sólido formado na base pelo retângulo

D ={0 ≤ x≤ 3 , 0 ≤ y ≤ 2}, os planos verticais, x=0, y=0, y=2,x=3 e


superiormente limitado pelo plano 2y+z=10. Determine o volume
do solido por integrada dupla.

Solução.

Devemos realizar o gráfico do solido em questão. Na figura, as


paredes laterais em x= 0 e em x =3 não foram desenhadas para não
atrapalhar a visão tridimensional da solido.

Definindo o elemento diferencial de volume

dV= dA f(x,y), sendo f(x,y) a altura da superfície superior (plano


inclinado), por cima do elemento de área dA. O que significa que
f(x,y) =z= 10-2y.

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𝑣𝑜𝑙(𝑠𝑜𝑙𝑖𝑑𝑜) = ∬ 𝑑𝑉 = ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 = ∬(10 − 2𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦


𝐷 𝐷 𝐷
3 2 3

𝑣𝑜𝑙(𝑠𝑜𝑙𝑖𝑑𝑜) = ∫[∫(10 − 2𝑦) 𝑑𝑦] 𝑑𝑥 = ∫[10𝑦 − 𝑦 2 ]|2 0 𝑑𝑥


0 0 0
3

𝑣𝑜𝑙(𝑠𝑜𝑙𝑖𝑑𝑜) = ∫ 16 𝑑𝑥 = 48.
0

Exemplo 5.- Determine a área limitada pelas retas y=-x+2, y=x-2 e


x=0, utilizando integral dupla.

Solução.

No ponto arbitrário (x,y) interior a região D de interesse,


localizamos um elemento de área dA=dx dy.

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X=0
dA
Resolvendo o sistema
y=-x+2, y=x-2 simultaneamente,
obtemos as coordenadas do
vértice do triangulo, sendo o
y resultado B=(2,0).
x
B

Logo, 𝐴 = ∬𝐷 𝑑𝐴 = ∬𝐷 𝑑𝑥 𝑑𝑦. A seguir iremos determinar os


limites de integração.

I método.

Na posição x, localizamos uma barra vertical para determinar os


limites de integração em y. Observando a figura a seguir, a
coordenada y varia de um valor mínimo na reta y=x-2, até o valor
máximo na reta superior y=-x+2. Logo, x-2 ≤ y ≤ -x+2. A
coordenada x varia entre 0 e 2. Em resumo, o triangulo é:
𝐷 = { 𝑥 − 2 ≤ 𝑦 ≤ 𝑥 − 2, 0 ≤ 𝑥 ≤ 2}.

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y
x

2 −𝑥+2 2

𝐴 = ∫[ ∫ 𝑑𝑦] 𝑑𝑥 = ∫(−𝑥 + 2 − (𝑥 − 2))𝑑𝑥 =


0 𝑥−2 0
2
𝐴 = ∫0 (−2𝑥 + 4)𝑑𝑥 = (−𝑥 2 + 4𝑥)|2 0 = 4.

II método.

A seguir apresentamos outra possibilidade para calcular a área


triangulo. Para montar a integral dupla, precisamos conhecer os
vértices do triangulo, os quais são N=(0,2), M=(0,-2), B=(2,0).
𝐴1 = { 0 ≤ 𝑥 ≤ 2 − 𝑦, 0 ≤ 𝑦 ≤ 2}
𝐴2 = { 0 ≤ 𝑥 ≤ 2 + 𝑦, −2 ≤ 𝑦 ≤ 0}

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y A1

B
A2

2 𝑥=2−𝑦 0 𝑥=0

𝐴 = 𝐴1 + 𝐴2 = ∫[ ∫ 𝑑𝑥] 𝑑𝑦 + ∫[ ∫ 𝑑𝑥] 𝑑𝑦+= 4


0 𝑥=0 −2 𝑥=𝑦−2

Exemplo 6.- calcular a integral ∬𝐷 𝑦𝑥 , sendo D limitado pelas


curvas :

a) 𝑦 = −1 e 𝑦 = −√4 − 𝑥 2
b) 𝑥 = 1 − 𝑦 e 𝑥 = √4 − 𝑦 2

Solução.-

Exemplo 7.- Considere a função 𝑓(𝑥, 𝑦) definido no retângulo


𝐷 = [−2,2] × [0,2]. Determine ∬𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑑𝑦, sendo:

2, 𝑦 = 𝑥 2
𝑓(𝑥, 𝑦) = {
0, 𝑦 ≠ 𝑦 2

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5.14 Mudança de coordenadas na integração


dupla.
5.141 Regiões arbitrarias
Quando tempos uma integral dupla em coordenadas cartesianas,
eventualmente pode acontecer que a integral fica inviável pela
dificuldade em realizar as integrais iterativas, então existe a
possibilidade de ser resolvida realizando uma mudança de
coordenadas.

Mudança de coordenadas de uma região D.

Considere uma região plana D, limitada por uma curva fechada nas
coordenadas x e y, iremos propor uma transformação de
coordenadas 𝑇: 𝑅2 → 𝑅2 / 𝑥 = 𝑥(𝑢, 𝑣) 𝑒 𝑦 = 𝑦(𝑢, 𝑣).

v y
T
D
D*

u x
A superfície fechada D é a imagem da superfície fechada D* via a
transformação T, D= T(D*).

Teorema: Sejam D e D* superfícies fechadas elementares no plano R2.


Seja T uma transformação de classe C1 e injetora em D*. Então para toda
função f(x,y) integráveis sobre D temos

∬𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∬𝐷∗ 𝑓(𝑥(𝑢, 𝑣), 𝑦(𝑢, 𝑣))|𝐽(𝑢, 𝑣)|𝑑𝑢 𝑑𝑣,

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Sendo |𝐽(𝑢, 𝑣)| o valor absoluto do jacobiano 𝐽(𝑢, 𝑣).

A transformação injetiva T garante que para dois pontos diferentes do


conjunto D* lhe corresponde dois pontos diferentes no conjunto D.

𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦
𝐽(𝑢, 𝑣) = 𝑑𝑒𝑡 [𝜕𝑢 𝜕𝑣] = −
𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑢
𝜕𝑢 𝜕𝑣
Observação 1.- Vamos assumir que o det(𝐽) ≠ 0
Observação 2.- O fato que a transformação de coordenadas 𝑇 seja de
classe 𝐶 1 , quer dizer que todas as derivadas parciais existem e são
continuas, isto vai garantir que T seja diferenciável.

Importante: Se o sistema de equações


𝑥 = 𝑥(𝑢, 𝑣); 𝑦 = 𝑦(𝑢, 𝑣)
Pode ser resolvido de modo único com

𝑢 = 𝑢(𝑥, 𝑦); 𝑣 = 𝑣(𝑥, 𝑦),


sendo (𝑥, 𝑦) ∈ R. A aplicação 𝑇 possui inversa 𝑇 −1 definida em 𝑅 e as
funções 𝑢(𝑥, 𝑦) e 𝑣(𝑥, 𝑦) tem derivadas parciais continuas em 𝑅. Logo

𝜕𝑢 𝜕𝑢
𝜕𝑥 𝜕𝑦 1
𝐽∗ = 𝑑𝑒𝑡 =
𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝐽
[𝜕𝑥 𝜕𝑦]

Exemplo 5.21.- Consideremos a transformação de coordenadas


cartesianas a coordenadas polares :
𝑥 = 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃)
𝑦 = 𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃)

Considere o circulo de raio R e centralizada na origem de coordenadas no


sistema de coordenadas xy, sendo assim; 0 ≤ r ≤ R, 0 ≤θ≤2π, em
coordenadas polares.
O que quer dizer que o retângulo 𝐷∗ = {0 ≤ 𝑟 ≤ 𝑅, 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋} em
coordenadas polares, representa um disco de raio R e centralizado na
origem, em coordenadas cartesianas.

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r y
T

D* D

θ x

O jacobiano da transformação de coordenadas cartesianas a polares se


calcula assim:

𝜕𝑥 𝜕𝑥
−𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃) 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃)
𝐽(𝑟, 𝜃) = 𝑑𝑒𝑡 [𝜕𝜃 𝜕𝑟
] = 𝑑𝑒𝑡 [ ] = 𝑟,
𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃) 𝑟𝑠𝑖(𝜃)
𝜕𝜃 𝜕𝑟
Sendo r positivo então |J|=r.

Logo, qualquer integral dupla em coordenadas cartesianas, pode ser


trocada por uma integral dupla em coordenadas polares da seguinte
forma.

∬𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∬𝑅 𝑓(𝑥(𝑟, 𝜃), 𝑦(𝑟, 𝜃)) 𝒓 𝑑𝑟 𝑑𝜃,

Toda vês que temos uma integral dupla em coordenadas cartesianas num
domínio de integração com simetria circular, podemos desenvolver em
coordenadas polares. Logo, os limites de integração serão mais fáceis de
determinar e o calculo da integral dupla é mais fácil.

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Exemplo 5.22.- Determine a área de um circulo de raio R por integração


dupla.
Solução.
Como a região é circular então, podemos localizar a origem de
coordenadas no centro do circulo, como isto não iremos perder
generalidade, e faremos a integração em coordenadas polares.

y
dA O circulo em coordenadas polares

𝑜≤𝑟 ≤𝑅
r
𝞠 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋
D x
Jacobiano

2𝜋 𝑅

𝐴(𝐷) = ∬ 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∬ 𝒓 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = ∫ ∫ 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = 𝜋𝑅2
𝐷 𝐷 0 0

Exemplo 5.23.- Calcule a integral ∬𝐷 ln(𝑥 2 + 𝑦 2 )𝑑𝑥𝑑𝑦 , onde D é a


região do segundo quadrante situada entre as circunferências x2+y2=1 e
x2+y2=4.
Solução:
Primeiro vamos identificar a região de integração, pra isso vamos
reescrever a equação das circunferências em coordenadas polares, assim:
x2+y2=1 -> r =1
x2+y2=4 -> r=2

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ect/ufrn

dA
r
D
𝞠

A integral dupla na região D, vamos reescrever em coordenadas


polares,assim :
𝜋 2

𝐼 = ∬ ln(𝑥 2 + 𝑦 2 )𝑑𝑥𝑑𝑦 = ∬ ln(𝑟 2 ) 𝒓 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = ∫ ∫ ln(𝑟 2 ) 𝑟𝑑𝑟 𝑑𝜃


𝐷 𝐷 𝜋 1
2
Observamos que a integral se pode resolver facilmente com a mudança
u=r2, logo du = 2r dr.
𝜋 2 𝜋
1 1
𝐼 = ∫ ∫ ln(𝑢) 𝑑𝑢 𝑑𝜃 = ∫(𝑢 ln(𝑢) − 𝑢)|21 𝑑𝜃
2 2
𝜋 1 𝜋
2 2
1 𝜋 𝜋
𝐼 = ∫𝜋 (4 ln(4) − 3)𝑑𝜃 = (4 ln(4) − 3) Resposta.
2 2 4

Exemplo 5.24.- Determine a integral dupla ∬𝐷 𝑒 𝑥𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦 no domínio 𝐷


1 4
limitado pelas curvas 𝑦 = 2𝑥, 𝑦 = 𝑥, 𝑦 = , 𝑦 = do primeiro quadrante
𝑥 𝑥
no plano 𝑥𝑦.

Solução.-

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Para definir os limites de integração precisamos desenhar as curvas, são


duas retas e duas hipérboles, como segue

y  2x
xy  1
yx

D xy  4

De acordo a figura, para encontrar os limites de integração em 𝑥 e 𝑦


precisamos de dividir a região D em varias sub-regiões, o melhor seria
realizar uma mudança de coordenadas, baseado no fato que a equação
dos lados são similares dois a dois.
Logo, definimos a seguinte transformação de coordenadas

𝑢 = 𝑥𝑦
𝑦
𝑣= .
𝑥
Nas novas coordenadas (𝑢, 𝑣) , as fronteiras da região 𝐷, são as retas:

𝑢 = 1, 𝑢 = 4, 𝑣 = 2, 𝑣 = 1
Logo, a região arbitrária 𝐷 se transforma na região retangular 𝑅, cujo
elemento diferencial de área é 𝑑𝐴 = |𝐽|𝑑𝑢 𝑑𝑣.
Pelo teorema anterior sobre mudança de coordenadas

∬ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∬ 𝑓(𝑥(𝑢, 𝑣), 𝑦(𝑢, 𝑣))|𝐽(𝑢, 𝑣)|𝑑𝑢 𝑑𝑣


𝐷 𝑅

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𝜕𝑢 𝜕𝑢
𝑦 𝑥
𝜕𝑥 𝜕𝑦 2𝑦 1
𝐽∗ = 𝑑𝑒𝑡 = 𝑑𝑒𝑡 [−𝑦 1] = = 2𝑣 =
𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝑥 𝐽
𝑥2 𝑥
[𝜕𝑥 𝜕𝑦]

1
∬ 𝑒 𝑥𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∬ 𝑒 𝑢 𝑑𝑢 𝑑𝑣
2𝑣
𝑅 𝐷

Sendo: 𝑅 = {1 ≤ 𝑢 ≤ 4,1 ≤ 𝑣 ≤ 2}

4 2
1 1
∬ 𝑒𝑢 𝑑𝑢 𝑑𝑣 = ∫ ∫ 𝑒𝑢 𝑑𝑣 𝑑𝑢
2𝑣 2𝑣
𝐷 1 1

4 2
1 1 (𝑒 4 − 𝑒 1 )ln(2)
∬𝑒 𝑢
𝑑𝑢 𝑑𝑣 = ∫ 𝑒 𝑑𝑢 ∫
𝑢
𝑑𝑣 =
2𝑣 2𝑣 2
𝐷 1 1

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5.142 regiões planas em coordenadas polares

Nesta seção iremos discutir cálculo de áreas em regiões planas, sendo que
a curva que é a fronteira da região de interesse esta em coordenadas
polares 𝑟 = 𝑟(𝜃)

Considere a região limitada pela curva 𝑟 = 𝑟(𝜃) e os raios vetores 𝑟⃗1 e 𝑟⃗2 ,
que iremos denotar pela letra 𝐷 = {𝜃1 ≤ 𝜃 ≤ 𝜃1 , 0 ≤ 𝑟 ≤ 𝑟(𝜃)}. Para
calcular a área 𝐴 desta região procedemos assim

𝜃2 𝑟(𝜃)

𝐴(𝐷) = ∫ 𝑑𝐴 = ∫ 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = ∫ ∫ 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃
𝐷 𝐷 𝜃1 0

Integrando em 𝑟:

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𝜃2
1
𝐴(𝐷) = ∫ 𝑟(𝜃)2 𝑑𝜃
2
𝜃1

Esta é a formula que iremos utilizar para calcular a area da região D em


coordenadas polares.

Exemplo Determine a área da região plana limitada pela cardioide


𝑟 = 2(1 − sin(𝜃)) a seguir:

Solução.-

De acordo á formula anterior


𝜃2

𝐴(𝐷) = ∫ 2 (1 − sin(𝜃)) 2 𝑑𝜃
𝜃1

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ect/ufrn
𝜃2 𝜃2

𝐴(𝐷) = ∫ 2 (1 − sin(𝜃)) 2 𝑑𝜃 = ∫ (2 − 4 sin(𝜃) + sin(𝜃)2 )𝑑𝜃


𝜃1 𝜃1

𝜃2
(1 − cos(2𝜃))
𝐴(𝐷) = ∫ (2 − 4 sin(𝜃) + )𝑑𝜃
2
𝜃1

3 1 𝜃
𝐴(𝐷) = [ 𝜃 + 4 cos(𝜃) − sin(2𝜃)]𝜃21
2 4

Em relação aos limites de integração, podemos visualizar a variação do


ângulo polar 𝜃 quando realizamos uma volta completa ao construir a
região de interesse.

Da figura anterior, é evidente que o ângulo polar varia de 𝜃1 = 0, ate o


valor 𝜃1 = 2𝜋

3 1
𝐴(𝐷) = [ 𝜃 + 4 cos(𝜃) − sin(2𝜃)]2𝜋
0 = 5𝜋
2 4

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ect/ufrn

Exemplo 2. Determine a área da região 𝐷 limitada externamente pelo


circulo 𝑟 = 1, e internamente pela rosácea de duas pétalas
𝑟 = 2√sin(2𝜃) , 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋/2.

Solução.- Para determinar a área da região D (laranja) devemos em


primeiro lugar encontrar os pontos de interseção entre a circunferência
e uma das pétalas. De acordo a figura, devemos obter 4 pontos de
interseção, dois dos quais estão no primeiro quadrante.

𝑟 = 1 = 2√sin(2𝜃)
Logo
sin(2𝜃) = 1/4

No intervalo 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋/2 ou 0 ≤ 2𝜃 ≤ 𝜋, teremos unicamente dois


pontos de interseção (isto devido a que sin(2𝞠) é positivo unicamente no
primeiro e segundo quadrante) , como podemos ver no círculo
trigonométrico abaixo

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y
Círculo
trigonom

1
x

Considerando 𝜑 = 2𝜃, temos a equação trigonométrica a resolver

𝑠𝑖𝑛(𝜑) = 1/4

𝜑 = {𝜑0 , 𝜋 − 𝜑0 }
1
Sendo 𝜑0 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛( ) do primeiro quadrante.
4
Logo
𝜑0 𝝅 𝜑0
𝜽={ , − }
𝟐 𝟐 𝟐

Para calcular a área iremos proceder do seguindo modo:


a) Primeiro iremos calcular a área de uma pétala e
b) Iremos calcular a área da região fora da circunferência de radio 1 e
dentro da pétala
c) Finalmente faremos a subtração das áreas anteriores, para calcular
a área da região indicada.

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a) Calculando a área da pétala 𝑟 = 2√sin(2𝜃) do primeiro quadrante

𝜋
𝜃2 2
𝜋
1
𝐴(𝐷1 ) = ∫ 𝑟(𝜃) 𝑑𝜃 = ∫ 2 sin(2𝜃) 𝑑𝜃 = − cos(2𝜃) |02
2
2
𝜃1 0

Para determinar o limite de integração, é suficiente achar os valores de 𝞠


(dois valores no primeiro quadrante) para os quais 𝑟 = 2√sin(2𝜃) = 0
𝜋
Logo 𝜃 = {0, }.
2

𝜋
2
𝜋
𝐴(𝐷1 ) = ∫ 2 sin(2𝜃) 𝑑𝜃 = − cos(2𝜃) |02 =2
0

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b) Calculando a área da região limitada internamente pela


circunferência de rádio 1 e externamente pela pétala 𝑟 =
2√sin(2𝜃)

Iremos utilizar a formula :


𝜃2
1 2
𝐴 ( 𝐷2 ) = ∫ (𝑟1 (𝜃 ) − 𝑟2 2 (𝜃 ))𝑑𝜃,
2
𝜃1

que foi demonstrado no exercício 14 da lista correspondente à


seção. Sendo 𝑟1 = 2√sin(2𝜃) , e 𝑟2 = 1.

Os pontos: 𝑄 = (𝑅1 , 𝜃1 ), 𝑃 = (𝑅2 , 𝜃2 ) irão definir os limites


de integração anterior, os quais já foram determinados no
inicio da solução e são :

𝜑0 𝝅 𝜑0
𝜃1 = , 𝜃2 = −
𝟐 𝟐 𝟐

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𝜃2
1
𝐴(𝐷2 ) = ∫ (4 sin(2𝜃) − 1)𝑑𝜃
2
𝜃1

𝝅 𝜑0
𝜃 −
𝐴(𝐷2 ) = −(cos(2𝜃) + )|𝜑𝟐0 𝟐
2 𝟐

𝜋 𝜑0 2√15 − 𝜋 𝜑0
𝐴(𝐷2 ) = 2 cos(𝜑0 ) − + = +
4 𝟐 4 𝟐

Finalmente a região de interesse

1
8 − 2√15 + 𝜋 arcsin(4)
𝐴(𝐷) = 𝐴(𝐷1 ) − 𝐴(𝐷2 ) = −
4 𝟐

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5.15 Exercícios
1.- Calcular as seguintes somas
a) 1 +2 +3+4+....100.
b) 2+4+6+8+......200.

c) ∑𝑖=20
𝑖=1 (2𝑖 + 3)

d)∑𝑖=15 2
𝑖=1 (𝑖 )

2.- Considere a função 𝑓(𝑥, 𝑦) = −𝑥 + 2, definida no domínio


𝐷 = [0,2] × [0,3]. Determine o volume da região W, limitada
superiormente pela superfície 𝑓(𝑥, 𝑦), inferiormente pelo retângulo D
e
pelas paredes verticais : 𝑥 = 0, 𝑥 = 2, 𝑦 = 0, 𝑦 = 3. Utilize o conceito da
soma dupla de Riemann.
4 4
3. Considere a função 𝑓: [0,4] × [2,4] → 𝑅 . Calcular ∫0 ∫2 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑑𝑦
pelo método da soma de Riemann, nos seguintes casos:
a) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 + 2𝑦
b) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥𝑦 + 3𝑦
4.- calcule o valor as seguintes integrais
2 3 0 −𝑦 2
a) ∫0 ∫1 (𝑥 − 3𝑦𝑥)𝑑𝑥 𝑑𝑦, b) ∫−1 ∫𝑦 √𝑥𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑦,
2𝜋 cos(𝑥)
c) ∫0 ∫0 (𝑦 + 2) 𝑑𝑦 𝑑𝑥,

(**) identifique e desenhe as regiões de integração.

5.- calcular ∬𝑅 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑑𝑦 nos seguintes casos.

a) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 3 𝑦 2 , 𝑅 = {0 ≤ 𝑥 ≤ 4, −1 ≤ 𝑦 ≤ 1},
b) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑦 −1 𝑙𝑛(𝑥 + 1) , 𝑅 = {0 ≤ 𝑥 ≤ 𝑦 − 1, 1 ≤ 𝑦 ≤ 4},
c) f(𝑥, 𝑦) = 𝑒𝑥𝑝(𝑥 + 2𝑦), 𝑅 = {0 ≤ 𝑥 ≤ 2, 0 ≤ 𝑦 ≤ 2𝑥},

6) calcular ∬𝑅 (𝑦 + 2)𝑑𝐴, onde R é a região limitada pelas curvas

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a) y=7 e y= -1+ 2x2.

b) y=x e y= √𝑥
7.- Determine o volume do solido limitado pela função f(x,y) =3x+4y+4
no retângulo R=[1,2] X [3,6] (1 ≤ 𝑥 ≤ 2 , 3 ≤ 𝑦 ≤ 6) e pelas paredes
verticais localizadas nos lados do retângulo.
8.- Determine a massa total de uma lamina retangular definida pelas
desigualdades −1 ≤ 𝑥 ≤ 1 , −2 ≤ 𝑦 ≤ 2. A densidade da lamina
retangular é D(x,y) = |cos(x)| |y|.
9. - Determine a área limitada pelas curvas y = x2 e y = 4 x − x2 .
10. - Seja a região D limitada pelas seguintes curvas: y2 − x = 1 e y2 + x =
1. Determine a área da região D.
11. - Seja a região D limitada pela reta x + y = 2 e pelos eixos coordenados,
no primeiro quadrante. Determine o volume do sólido limitado pela base D,
às paredes laterais verticais sobre os limites da região D e por cima pela
função z = e (x+y).

12. -Determine a área definida por uma elipse de semi-eixo maior a e semi-
eixo menor b.
13.- Considere a região D limitada pelas curvas 𝑟 = 𝑟1 (𝜃) e 𝑟 = 𝑟2 (𝜃) e
os rádios vetores cujos ângulo polares são 𝜃1 e 𝜃2 respectivamente.
Demonstre que a formula para calcular a área da região D é :
𝜃2
1 2
𝐴(𝐷) = ∫ (𝑟1 (𝜃) − 𝑟2 2 (𝜃))𝑑𝜃
2
𝜃1

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14.- Considere a região D limitada pelas curvas 𝑟 = 2 e 𝑟 = 2 +


2 𝑐𝑜𝑠 (𝜃), no primeiro quadrante. Logo determine a integral dupla:

∬𝑫 𝒇(𝒓, 𝜽) 𝒅𝑨. Sendo dA o elemento de área infinitesimal no plano xy, e


𝒇(𝒓, 𝜽) = 𝒄𝒐𝒔(𝜽).
15. - Determine a área limitada pela rosácea r =12cos(3θ).

16. - Determine o volume do sólido limitado na base pelas retas: y = x, y =


−2x, y = x − 2 , y = 2 – 2x e z = 0, e na parte superior pela função z =
x2+y2.

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17. - Determine o volume do sólido limitado na base (plano z=0) pelas


retas: y = x, y = −x, y = x − 2 , y = 2 – x e na parte superior pela função z =
x-y (plano) e as paredes laterais por cima das 4 retas.
Plano x y:

18. - Calcule a integral ∬𝐷 ln(𝑥 2 + 𝑦 2 )𝑑𝑥𝑑𝑦 , onde D é a região do


primeiro quadrante situada entre as circunferências x2+y2=1 e x2+y2=4.
Sugestão: passar a coordenadas polares.
2 +𝑦 2 )
19. - Demonstre que a integral ∬𝐷 𝑒 −(𝑥 𝑑𝑥𝑑𝑦 = 𝜋, D é o plano R2= {-
∞ < x < ∞, -∞ < y < ∞}.

20.- calcular ∬𝐷 𝑥𝑑𝑥𝑑𝑦, sendo D a região planar no “xy” limitada pelas


curvas 𝑦 = 4 − (𝑥 − 2)2 e a curva 𝑦 = 𝑥 2 − 2𝑥
21. - Determine o volume do sólido limitado lateralmente pelo cilindro de
raio R=2, limitada na base pela superfície z=0 e limitada por cima pela
superfície z = 4 – y (ver figura). Sólido centrado na origem de coordenadas.

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Exercícios variados

22.- Determine a área da região verde limitada pela parábola y+6 = x 2, e a


reta y = x.

Figura: questão 22

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23- A figura a seguir é uma possível representação matemática do


diagrama de taiji que simboliza a dualidade ying/yang na filosofia oriental
chinesa. Sendo:

Curva azul: 𝑟 = 1.2√𝜃


Curva vermelha: 𝑟 = 2
Curva amarela: reflexão especular em relação à origem de coordenadas da
curva azul. Os dois círculos pequenos são idênticos.
a) Determine a área da região em preto da figura.
b) Determine também o perímetro externo da região em preto

24.- Considere uma superfície plana limita pela cardioide 𝑟 =


𝑎(1 − cos(𝜃)), 𝑎 > 0. Determine o volume do solido de revolução gerado
pela rotação da superfície interna a cardioide em relação ao eixo y.

25.- Considere a rosácea de duas pétalas 𝑟 = 2cos(2𝜃) e a cardioide


𝑟 = 1 + cos(𝜃). Determine a área da região planar limitada internamente
pela rosácea e externamente pela cardioide (ver figura).
Ajuda: È preciso analisar os pontos de intercepto das curvas pra definir
bem os limites de integração

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5.16.- Repostas aos exercícios


3 ) a) 64 3b) 96
4 a) -16
4b) -10/27
4c) π/2
5a) 128/3
5b) 10 ln(2)-6
5c) 2/5+ e10/10 –e2/2
6a) 1856/15
6 b) 5/12
7) 159/2
8) 8sen(1)
9) 8/3
10) 8/3
11) e2+1
12) πab
14) π+4/3
15) 36π
16) 88/81
17) 2
𝜋
18) (4 ln(4) − 3).
4

20 ) 27/2
21) 16 π
1
22 (22 + 12√6)
3

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23 a) 2𝜋

5.2 Integral tripla

5.21 Definição da integral tripla

Consideremos uma função f definida numa região espacial D ⊂ R3.


𝑓 ∶ 𝐷 ⊂ 𝑅3 → 𝑅
(𝑥, 𝑦, 𝑧) → 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)
Consideremos que D seja um paralelepípedo no primeiro oitante, ou
seja :
𝐷 = {0 ≤ 𝑥 ≤ 𝑎, 0 ≤ 𝑦 ≤ 𝑏, 𝑒 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝑐}.
Podemos particionar o domínio de f da seguinte maneira.
𝑎−0
- O intervalo [0,a] em n partes iguais, logo cada parte ∆𝑥 =
𝑛
𝑏−0
-O intervalo [0,b] em m partes iguais, logo cada parte ∆𝑦 =
𝑚
𝑐−0
-O intervalo [0,c] em l partes iguais, logo cada parte ∆𝑧 = .
𝑙

No eixo x temos: [x0,x1,x2,....xi,xi+1,...,xn] onde x0=0, xn=a .


No eixo y temos: [y0,y1,x2,....yi,yi+1,...,yn] onde y0=0, yn=b .
No eixo z temos: [z0,z1,z2,....zk,zk+1,...,zn] onde z0=0, zn=c .
Após realizar uma partição espacial no domínio D, na posição arbitrária
𝑟𝑖𝑗𝑘 = (𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 , 𝑧𝑘 ) ∈ 𝑊 , localizamos uma unidade fundamental
infinitésima de volume 𝑑𝑉 = 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧.
A escolha da localização da caixa com um vértice na origem de
coordenadas não limita a generalidade da discussão.

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z
z=c
dz
dx
dy

dV = elemento de
r volume diferencial

y
xi zk y=b

y
j
x=a

Para a função 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) definida no domínio 𝐷, a soma de Riemann tem a


seguinte forma
𝑛 𝑚 𝑙

𝑆(𝑛, 𝑚, 𝑙) = ∑ ∑ ∑ 𝑓 (𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 , 𝑧𝑘 ) 𝑑𝑥𝑖 𝑑𝑦𝑗 𝑑𝑧𝑘


𝑖=1 𝑗=1 𝑘=1

Sendo o ponto 𝑟𝑖𝑗𝑘 = (𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 , 𝑧𝑘 ) um ponto arbitrário da caixa


infinitesimal dV. No entanto, a sua localização precisa, não importa, desde
que quando realizemos o processo de limite, quando o numero de caixas
elementares ou diferenciais vai para o infinito, o ponto 𝑟𝑖𝑗𝑘 = (𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 , 𝑧𝑘 )
se confunde com o ponto central 𝑟 = (𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 , 𝑧𝑘 ) de dV.
Como temos particionado os 3 lados da caixa W em intervalos iguais,
então:

𝑎−0 𝑏−0 𝑐−0


𝑑𝑥𝑖 = 𝑑𝑥 = ; 𝑑𝑥𝑖 = 𝑑𝑦 = ; 𝑑𝑧𝑘 = 𝑑𝑧 = , ∀𝑖, ∀𝑗, ∀𝑘.
𝑛 𝑚 𝑙
Agora estamos em condição de apresentar a definição da integral tripla de
uma função 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) de 3 variáveis no domínio D.

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Definição:
A integral tripla da função f no domínio D é

∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉 = lim 𝑆(𝑛, 𝑚, 𝑙),


𝑛,𝑚,𝑙→∞
𝐷
Se o limite existir.
Se o limite da soma de Riemann existe, então dizemos que a função f é
integrável no domínio D.

Teorema: Uma função 𝑓 ∶ 𝐷 ⊂ 𝑅3 → 𝑅 é integrável em D, se o limite


da soma de Riemann em D existe.
Teorema: Uma função 𝑓 ∶ 𝐷 ⊂ 𝑅3 → 𝑅 continua no conjunto D, é
integrable em D.

As propriedades listadas na pagina 15-16, para integral dupla, também


são validas pra integrais triplas.

Teorema de Fubini
Se 𝐷 um paralelepípedo [𝑎, 𝑏] × [𝑐, 𝑑] × [𝑒, 𝑓] ⊂ 𝑅3 , e 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) um
função continua em D, então vale o método das integrais iteradas, do
mesmo modo que no caso de integrais duplas. Logo:
𝑏 𝑑 𝑓
∭𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 = ∫𝑎 [∫𝑐 [∫𝑒 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑧] 𝑑𝑦] 𝑑𝑥, ou
𝑏 𝑓 𝑑
∭𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 = ∫𝑎 [∫𝑒 [∫𝑐 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑦] 𝑑𝑧] 𝑑𝑥, ou
𝑓 𝑑 𝑏
∭𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 = ∫𝑒 [∫𝑐 [∫𝑎 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑥] 𝑑𝑦] 𝑑𝑧,....

E assim por diante, a integral tripla tem em total 6 possibilidades


distintas de se calcular em forma iterativa.

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Volume de um solido.
Considere um elemento de volume ΔV, dentro de um objeto volumétrico
𝐷, logo ao realizar a soma destes elementos de volume para toda região
𝐷, e logo realizarmos o limite desta soma quando o numero de partições
vá para infinito (ou que as dimensões do elemento de volume se torna
infinitesimal), então no limite o resultado deste processo da o volume da
região 𝐷.
𝑛 𝑚 𝑙

𝑣𝑜𝑙(𝐷) = lim ∑ ∑ ∑ 𝑑𝑥𝑖 𝑑𝑦𝑗 𝑑𝑧𝑘 , = ∭ 𝑑𝑉 = ∭ 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧


𝑛,𝑚,𝑙→∞
𝑖=1 𝑗=1 𝑘=1 𝐷 𝐷

Procedimento pra calcular uma integral tripla de uma


função 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) no domínio 𝐷 arbitrário.
Considere uma função 𝑓 ∶ 𝐷 ⊂ 𝑅3 → 𝑅 , sendo D um domínio
arbitrário no espaço R3, porem limitado dentro de um paralelepípedo.
Para determinar a integral tripla de f no domínio D, utilizamos o método
da projeção. Dependendo da forma ou complexidade da função f, iremos
realizar uma projeção do solido 𝐷 no plano xy ou no plano xz, ou no plano
zy. A projeção do solido 𝐷 vai definir num destes planos um domínio de
integração nas variáveis que define tal plano escolhido.

Na figura a seguir temos um solido D, limitada superiormente por uma


superfície S1, definida pela função 𝑧 = 𝑓1 (𝑥, 𝑦), e inferiormente pela
superfície S2 definida pela função 𝑧 = 𝑓2 (𝑥, 𝑦),
Logo 𝑓2 (𝑥, 𝑦) ≤ 𝑧 ≤ 𝑓1 (𝑥, 𝑦), ou seja

𝐷 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3 ⋰ (𝑥, 𝑦) ∈ 𝑹, 𝑓2 (𝑥, 𝑦) ≤ 𝑧 ≤ 𝑓1 (𝑥, 𝑦)}

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Ao projetar o solido 𝐷 no plano xy obtemos a superfície 𝑹, então a


integral tripla tem 𝐷 tem a seguinte forma:

𝑓1 (𝑥,𝑦)

∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉 = ∬ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑧 𝑑𝑥𝑑𝑦


𝐷 𝑹 𝑓2 (𝑥,𝑦)

Isto quer dizer, que devemos integrar primeiro na variável z, e logo nas
outras coordenadas xy onde temos feito a projeção.
Para determinar os limites de integração em x e y, precisamos estudar a
superfície 𝑹.

Formas gerais de domínios de integração de funções de 3 variáveis

Existem 6 maneiras diferentes de acomodar a integral tripla como


integrais iterativas, vamos listas algumas delas.
Caso I :
𝐷 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅 3 , 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏, ∅1 (𝑥) ≤ 𝑦 ≤ ∅2 (𝑥), 𝜑1 (𝑥, 𝑦) ≤ 𝑧 ≤ 𝜑2 (𝑥, 𝑦)

Logo a integral tripla tem a seguinte forma geral:


𝑏 ∅2 (𝑥) 𝜑2 (𝑥,𝑦)

∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑣 = ∫ ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑧 𝑑𝑦 𝑑𝑥


𝐷 𝑎 ∅1 (𝑥) 𝜑1 (𝑥,𝑦)

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Caso 2:

𝐷 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅 3 , 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑, 𝛽1 (𝑦) ≤ 𝑥 ≤ 𝛽2 (𝑦), 𝜑1 (𝑥, 𝑦) ≤ 𝑧 ≤ 𝜑2 (𝑥, 𝑦)

Logo a integral tripla tem a seguinte forma geral :

𝑑 𝛽2 (𝑦) 𝜑2 (𝑥,𝑦)

∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑣 = ∫ ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑧 𝑑𝑥 𝑑𝑦


𝐷 𝑐 𝛽1 (𝑦) 𝜑1 (𝑥,𝑦)

Caso 3 :

𝐷 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅 3 , 𝑚 ≤ 𝑦 ≤ 𝑛, 𝛼1 (𝑦) ≤ 𝑧 ≤ 𝛼2 (𝑦), 𝜎1 (𝑦, 𝑧) ≤ 𝑥 ≤ 𝜎2 (𝑦, 𝑧)

Logo a integral tripla tem a seguinte forma geral :

𝑛 𝛼2 (𝑦) 𝜎2 (𝑦,𝑧)

∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑣 = ∫ ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑥 𝑑𝑧 𝑑𝑦


𝐷 𝑚 𝛼1 (𝑦) 𝜎1 (𝑦,𝑧)

Tem mais 3 casos a listar, fica a cargo do leitor escrever tais casos.

Exercício 5.31 Determine a seguinte integral tripla

∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑣
𝐷
Sendo 𝑓 ∶ 𝐷 ⊂ 𝑅 3 → 𝑅 / 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 4 + 𝑧, e
D = {−2 ≤ x ≤ 2, x ≤ y ≤ 4, 0 ≤ z ≤ x + y}
Solução.- Os limites de integração já estão bem definidos (caso I ), é
evidente que, ao projetar a região D no plano xy, teremos como limite de
integração 𝑹 = {−2 ≤ x ≤ 2, x ≤ y ≤ 4}, logo:

𝑥+𝑦

𝐼 = ∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑣 = ∬ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑧 𝑑𝑥𝑑𝑦


𝐷 𝑹 0

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2 4 𝑥+𝑦

𝐼 = ∫ ∫[ ∫ ( 4 + 𝑧) 𝑑𝑧] 𝑑𝑦 𝑑𝑥
−2 𝑥 0
Temos escolhido integrar por ultimo na variável x, porque ela tem limites
de integração numérica.
2 4
𝑧 2 𝑥+𝑦
𝐼 = ∫ ∫[4𝑧 + ]|0 𝑑𝑦𝑑𝑥
2
−2 𝑥
2 4
(𝑥 + 𝑦)2
𝐼 = ∫[∫(4(𝑥 + 𝑦) + ) 𝑑𝑦 ]𝑑𝑥
2
−2 𝑥

2 4
1
𝐼 = ∫ [∫(8𝑥 + 8𝑦 + 𝑥 2 + 𝑦 2 + 2𝑥𝑦)𝑑𝑦] 𝑑𝑥
2
−2 𝑥

2
𝑥 2 𝑦 𝑦 3 𝑥𝑦 2 4
2
𝐼 = ∫(4𝑥𝑦 + 2𝑦 + + + ) | 𝑥 𝑑𝑥
2 6 2
−2
2
128 2
7𝑥 3
𝐼 = ∫( + 24𝑥 − 4𝑥 − ) 𝑑𝑥 = 448/3
3 6
−2

Exercício 5.32.- Encontrar o volume de um solido formado pelos planos


z=0, y=0, x=0, x=3 e z=4-2y.
Solução.

Primeiro devemos desenhar o solido W, construindo as faces uma a um.


O plano inclinado z+2y=4 com vetor normal n=(0,2,1) é paralelo ao eixo x e
corta ao plano xy (z=0) na reta y=2. Todas as outras faces do solido W são
planos verticais a exceção da base z=0 que é horizontal. Por tanto:

𝑊 = {0 ≤ 𝑥 ≤ 3, 0 ≤ 𝑦 ≤ 2, 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝑧 = 4 − 2𝑦}

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Z= 4-2y

O solido W em forma de uma cunha ao projetar no plano xy, gera o


domínio retangular de integração D em x e y.
𝐷 = {0 ≤ 𝑥 ≤ 3, 0 ≤ 𝑦 ≤ 2}

dV
z

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4−2𝑦

𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∭ 𝑑𝑉 = ∭ 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 = ∬ ∫ 𝑑𝑧 𝑑𝑦 𝑑𝑥
𝑊 𝑊 𝐷 0

3 2

𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∬(4 − 2𝑦)𝑑𝑦𝑑𝑥 = ∫ ∫(4 − 2𝑦) 𝑑𝑦 𝑑𝑥


𝐷 0 0

3 3
𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∫0 (4𝑦 − 𝑦 2 )|2 0 𝑑𝑥 = ∫0 4 𝑑𝑥 = 12. Resposta

Outro método para calcular volume de W


Podemos também projetar o solido W no plano zy. Neste caso temos uma
base triangular D com altura (relativa a base) constante x=3.

𝑊 = {0 ≤ 𝑦 ≤ 2, 0 ≤ 𝑧 ≤ 4 − 2𝑦, 0 ≤ 𝑥 ≤ 3}

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Logo o volume de W será :

3
𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∭𝑊 𝑑𝑉 = ∬𝐷 [∫0 𝑑𝑥] 𝑑𝑦 𝑑𝑧 = 3 ∬𝐷 𝑑𝑧 𝑑𝑦 = 3 𝐴𝑟𝑒𝑎𝐷 = 12.

sendo

𝐷 = {0 ≤ 𝑦 ≤ 2, 0 ≤ 𝑧 ≤ 4 − 2𝑦} a base triangular do solido.

Exercício 5.33.- Determine a integral ∭𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑣 no domínio D


limitado pela interseção do cilindro parabólico 𝑆 ≔ {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3 , 𝑧 =
5 − 𝑥 2 , y = [0,8]} e o plano horizontal 𝑃 ≔ {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3 , 𝑧 = 1, −2 ≤
𝑥 ≤ 2,0 ≤ 𝑦 ≤ 8} . Sendo 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥𝑦 2 𝑧.

Solução.- Para calcular a integral tripla da função 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) no domínio D,


é necessário saber descrever o domínio D, em forma de desigualdades.
A seguir vamos estabelecer as projeções do solido D, nos planos
cartesianos xy, xz e yz.

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De acordo as regiões R1,R2,R3, resultados das projeções do sólido D, nos


planos cartesianos xy, xz e yz, respetivamente; temos:
𝑅1 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅2 , −2 ≤ 𝑥 ≤ 2, 0 ≤ 𝑦 ≤ 8}
𝑅2 = {(𝑥, 𝑧) ∈ 𝑅2 , −2 ≤ 𝑥 ≤ 2, 1 ≤ 𝑧 ≤ 5 − 𝑥 2}
𝑅3 = {(𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅2 , 0 ≤ 𝑦 ≤ 8, 1 ≤ 𝑧 ≤ 5}
Com isto o sólido D, pode ser representado assim :

𝐷 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3 / (𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅1 , 0 ≤ 𝑧 ≤ 5 − 𝑥 2 }, ou
𝐷 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3 / (𝑥, 𝑧) ∈ 𝑅2 , 0 ≤ 𝑦 ≤ 8}, ou

𝐷 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3 / (𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3 , −√5 − 𝑧 ≤ 𝑥 ≤ √5 − 𝑧}


Logo, a integral tripla fica assim:
5−𝑥 2

∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑣 = ∬[ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑧] 𝑑𝑦 𝑑𝑥


𝐷 𝑅1 0

ou

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69
ect/ufrn

∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑣 = ∬[∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑦] 𝑑𝑧 𝑑𝑥


𝐷 𝑅2 0

Ou
√5−𝑧

∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑣 = ∬[ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑥] 𝑑𝑦 𝑑𝑧


𝐷 𝑅3 −√5−𝑧

Vamos desenvolver esta última integral

√5−𝑧

𝐼 = ∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑣 = ∬[ ∫ 𝑥𝑦 2 𝑧 𝑑𝑥] 𝑑𝑦 𝑑𝑧
𝐷 𝑅3 −√5−𝑧

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ect/ufrn

√𝟓−𝒛

𝐼 = ∬ 𝑦2𝑧 ∫ 𝒙 𝒅𝒙 𝑑𝑦 𝑑𝑧 = 0
𝑅3 −√𝟓−𝒛

Isto porque a integral em azul é zero, por propriedade de funções


impares.
Observação: quando projetamos o sólido ao plano yz, a altura “x” do
solido se pode medir diretamente a partir do plano x=0, logo a altura do
mesmo, varia de um 𝑥𝑚𝑖𝑛 = −√5 − 𝑧 até 𝑥𝑚á𝑥 = √5 − 𝑧

5.22 Mudança de coordenadas na integração


tripla.
Definição

Integração tripla em coordenadas cilíndricas


Mudança de coordenadas de Coord. Cartesianas a cilíndricas:

𝑥 = 𝑥(𝑟, 𝜃, 𝑧) = 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃)
𝑦 = 𝑦(𝑟, 𝜃, 𝑧) = 𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃)
𝑧=𝑧
Elemento de volume em coordenadas cilíndricas

𝑑𝑉 = |𝐽|𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝑧
Sendo J o Jacobiano da transformação de coordenadas cartesianas a
cilíndricas.
𝐽 = det(𝐽̃)

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𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑟 𝜕𝜃 𝜕𝑧
| |
𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝐽̃ =
| 𝜕𝑟 𝜕𝜃 𝜕𝑧 |
𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑧
𝜕𝑟 𝜕𝜃 𝜕𝑧

Especificando as derivadas parciais

𝑐𝑜𝑠(𝜃) 𝑟 𝑠𝑖𝑛(𝜃) 0
̃𝐽 = | 𝑠𝑖𝑛(𝜃) 𝑟 𝑐𝑜𝑠(𝜃) 0|
0 0 1
Finalmente, calculando a determinante da matriz anterior
𝐽 = det(𝐽̃) = 𝑟

Por tanto na mudança de coordenadas de cartesianas a cilíndricas o


elemento de volume muda da seguinte forma:

𝑑𝑉 = 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 → 𝑑𝑉 = 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝑧

De outra forma, podemos também chegar ao resultado anterior por


considerações geométricas.

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ect/ufrn

Isto significa que uma integral tripla em coordenadas cartesianas vai se


modificar em coordenadas cilíndricas da seguinte forma:

𝑏 ℎ(𝑥) 𝑠(𝑥,𝑦) 2𝜃 𝑝(𝜃) 𝑛(𝑟,𝜃)


∫𝑎 ∫𝑔(𝑥) ∫𝑟(𝑥,𝑦) 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 = ∫𝜃 ∫𝑞(𝜃) ∫𝑙(𝑟,𝜃) 𝑓(𝑟, 𝜃, 𝑧) 𝒓 𝑑𝑧 𝑑𝑟 𝑑𝜃
1

Exemplo 5.411.- Determine a integral ∭𝑊 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑉, sendo


𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑧, e 𝑊 = {(𝑟, 𝜃, 𝑧) ∈ 𝑅3 / 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋/2, 4cos(𝜃) ≤ 𝑟 ≤
4,0 ≤ 𝑧 ≤ 5.
Solução.

Pelos dados do domínio de integração, é melhor integrar em coordenadas


cilíndricas logo :

𝜋/2 4 5

𝐼 = ∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑉 = ∫ ∫ ∫ 𝑧 𝒓 𝑑𝑧 𝑑𝑟 𝑑𝜃
𝑊 0 4cos(𝜃) 0

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𝜋/2 4 𝜋/2 4
𝑧2 5 25
𝐼=∫ ∫ 𝑟 [ ]0 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = ∫ ∫ 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃
2 2
0 4cos(𝜃) 0 4cos(𝜃)

Integrando em r e avaliando nos limites de integração


𝜋/2 𝜋/2
25
𝐼= ∫ (16 − 16 (cos(𝜃))2 ) 𝑑𝜃 = 100 ∫ ((sin(𝜃))2 ) 𝑑𝜃
4
0 0

𝐼 = 25𝜋

Exemplo 5.412.- Determine a formula do volume de um cilindro de raio R


e altura H.
Solução.-
Para calcular o volume do cilindro vamos localizar a origem de
coordenadas no centro da base circular do cilindro, como o eixo coaxial
do cilindro sendo o eixo Z.

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O sólido cilíndrico em coordenadas cilíndricas fica assim:

𝑊 = {(𝑟, 𝜃, 𝑧) ∈ 𝑅3 / 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋, 0 ≤ 𝑟 ≤ 𝑅, 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝐻}

2𝜋 𝑅 𝐻

𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∭ 𝑑𝑉 = ∭ 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝑧 = ∫ ∫ ∫ 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝑧
𝑊 𝑊 0 0 0

𝑣𝑜𝑙(𝑊) = 𝜋𝑅2 𝐻

Exemplo 5.413.- Determine a área lateral de um cilindro de altura H e


raio R, em coordenadas cilíndricas
Solução.-

Solução.- Vamos colocar o sistema de coordenadas cartesianas


centralizada na base do cilindro. Logo a superfície cilíndrica S tem os
seguintes limites :

𝑆 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3 / 𝑥 2 + 𝑦 2 = 𝑅2 , 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝐻}

ou

𝑆 = {(𝑟, 𝜃, 𝑧) ∈ 𝑅3 / 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋, 𝑟 = 𝑅, 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝐻}

De acordo com a figura construída, vamos identificar um elemento de


área infinitesimal na posição arbitrária 𝑟⃗ = (𝑅, 𝜃, 𝑧) da superfície lateral
do cilindro.

O elemento de área 𝑑𝐴 tem como dimensões 𝑑𝑧 e 𝑅𝑑𝜃 logo:

𝑑𝐴 = 𝑅𝑑𝜃 𝑑𝑧

𝐻 2𝜋 𝐻 2𝜋

𝐴𝐿 = ∬ 𝑑𝐴 = ∫ ∫ 𝑑𝐴 = ∫ ∫ 𝑅𝑑𝜃 𝑑𝑧 = 𝑅 (2𝜋)(𝐻) = 2𝜋𝑅 𝐻


0 0 0 0

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Podemos cortar o cilindro por uma linha vertical lateral e ao esticar temos
um retângulo de dimensões H e 2𝜋𝑅, logo trivialmente a área total será

𝐴𝐿 = 2𝜋𝑅 𝐻

Exemplo 5.414.- Considere a seguinte a seguinte transformação de


coordenadas 𝑇: (𝑢, 𝑣, 𝑧) → (𝑥, 𝑦, 𝑧), definido assim
𝑥 = 𝑎 𝑣 cos(𝑢) , 𝑦 = 𝑏 𝑣 sin(𝑢) , 𝑧 = 𝑧
a) Seja a região
𝐷 ∗ = {(𝑢, 𝑣, 𝑧) ∈ 𝑅3 / 0 ≤ 𝑢 ≤ 2𝜋, 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝐻, 0 ≤ 𝑣 ≤ 1}
nas coordenadas (𝑟, 𝜃, 𝑧). Determine a imagem de 𝐷∗ via a
transformação 𝑇.
b) Determine o jacobiano da transformação T.
c) Determine o volume do cilindro elíptico de altura H, definido assim
𝑥2 𝑦2
𝑉 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3 / 0 ≤ 2
+ ≤ 1, 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝐻}
𝑎 𝑏2

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Solução.-
a) Observe que 𝐷 ∗ nas coordenadas : 𝑢, 𝑣, 𝑧 é um paralelepípedo, já
que cada variável é um segmento de reta.

Para determinar a forma da região 𝐷 = 𝑇(𝐷∗ ) no espaço 𝑅3


procedemos assim:

Da definição de T:

𝑥 𝑦
= 𝑣 cos(𝑢) , = 𝑣 sin(𝑢) , 𝑧 = 𝑧
𝑎 𝑏

Logo,

𝑥 2 𝑦 2
( ) = 𝑣 cos(𝑢) , ( ) = 𝑣 2 sin(𝑢)2
2 2
𝑎 𝑏
Dai que:

𝑥 2 𝑦 2
( ) + ( ) = 𝑣2
𝑎 𝑏
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E como, por dado do problema: 0 ≤ 𝑣 ≤ 1

Temos:
3
𝑥 2 𝑦 2
𝐷 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝜖𝑅 / 0 ≤ ( ) + ( ) ≤ 1, 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝐻}
𝑎 𝑏

O conjunto D anterior nada mais é um cilindro elíptico finito, ou seja, um


cilindro vertical ao longo do eixo z de altura H, por cima do plano 𝑥𝑦; com
seção transversal elíptica.

b) O jacobiano da transformação de coordenadas T é 𝐽 = |𝐽∗ |

𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑣 𝜕𝑢 𝜕𝑧
𝑎cos(𝑢) −𝑎𝑣sin(𝑢) 0
𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝐽∗ = 𝑑𝑒𝑡 = 𝑑𝑒𝑡 (𝑏𝑠𝑖𝑛(𝑢) 𝑏𝑣𝑐𝑜𝑠(𝑢) 0)
𝜕𝑣 𝜕𝑢 𝜕𝑧
0 0 1
𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑧
(𝜕𝑣 𝜕𝑢 𝜕𝑧 )
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𝐽∗ = 𝑎𝑏𝑣
Dai que,
𝐽 = |𝑎𝑏|𝑣

Observe que 𝑢 é uma coordenada angular.

c) Pelo item a e b, a região 𝑉, dado no enunciado da questão c, é o


mesmo que o cilindro elíptico 𝐷.

Pra calcular o volume da região 𝐷, procedemos assim:

𝑣𝑜𝑙(𝐷) = ∭ 1 𝒅𝒙 𝒅𝒚 𝒅𝒛 = ∭ 1 𝑱 𝒅𝒖 𝒅𝒗 𝒅𝒛
𝐷 𝐷∗

2𝜋 1 𝐻

𝑣𝑜𝑙(𝐷) = ∫ ∫ ∫ 𝑑𝑢 𝑑𝑣 𝑑𝑧
0 0 0

𝑣𝑜𝑙(𝐷) = 2𝜋 |𝑎𝑏|𝐻
Ou seja, o volume de um cilindro elíptico é 2𝜋 |𝑎𝑏|𝐻.

Integração tripla em coordenadas esféricas

Já sabemos da transformação de coordenadas de Coord. Cartesianas a


esféricas :

𝑥 = 𝑥(𝑟, 𝜃, 𝑧) = 𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃)cos(𝜙)
𝑦 = 𝑦(𝑟, 𝜃, 𝑧) = 𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃)sin(𝜙)
𝑧 = 𝑧(𝑟, 𝜃) = 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃)

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O elemento de volume em coordenadas cilíndricas será

𝑑𝑉 = |𝐽|𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑 𝜙

De acordo a regra geral da transformação de coordenadas dado na seção


5.2, o Jacobiano da transformação de coordenadas cartesianas a esféricas
é:
𝐽 = det(𝐽̃)

𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑟 𝜕𝜃 𝜕𝜙
| |
𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝐽̃ =
𝜕𝑟 𝜕𝜃 𝜕𝜙
| 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑧 |
𝜕𝑟 𝜕𝜃 𝜕𝜙

Especificando as derivadas parciais

𝑠𝑖𝑛(𝜃)cos(𝜙) 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃)cos(𝜙) −𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃)sin(𝜙)


𝐽̃ = | 𝑠𝑖𝑛(𝜃)sin(𝜙) 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃)sin(𝜙) 𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃)cos(𝜙) |
cos(𝜙) −𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃) 0
Finalmente, calculando a determinante da matriz anterior
𝐽 = |det(𝐽̃)| = |𝑟 2 sin(𝜃) |
Como 𝜃 𝜖 [0, 𝜋] e 𝑟 > 0, então : |𝑟 2 sin(𝜃)| = r 2 sin(𝜃)

Por tanto na mudança de coordenadas de cartesianas a esféricas o


elemento de volume muda da seguinte forma:

𝑑𝑉 = 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 → 𝑑𝑉 = 𝑟 2 sin(𝜃) 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝜙

Isto significa que uma integral tripla em coordenadas cartesianas vai se


modificar em coordenadas esféricas da seguinte forma:

𝑏 ℎ(𝑥) 𝑠(𝑥,𝑦) 𝜙 𝑝(𝜙) 𝑛(𝜙,𝜃)


∫𝑎 ∫𝑔(𝑥) ∫𝑟(𝑥,𝑦) 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 = ∫𝜙 ∫𝑞(𝜙) ∫𝑙(𝜙,𝜃) 𝑓(𝑟, 𝜃, 𝜙) 𝑟 2 sin(𝜃) 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝜙
2
1

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ect/ufrn

Uma maneira geométrica de obter a formula do elemento do elemento


𝑑𝑉 é utilizando a figura anterior.
Na figura, no ponto final do vetor posição 𝑟⃗ localizamos um elemento de
volume 𝑑𝑉 infinitesimal cujos lados são 𝑑𝑟, 𝑟𝑑𝜃, 𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃)𝑑𝜙,
respectivamente.
Dai, que o volume 𝑑𝑉 = 𝑑𝑟 𝑟𝑑𝜃 𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃)𝑑𝜙 = 𝑟 2 𝑠𝑖𝑛(𝜃)𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝜙,
que coincide com o resultado anterior via construção do jacobiano.

Observamos também, da figura que o elemento de área 𝑑𝐴𝑟 para 𝑟 fixo é


dado por :

𝑑𝐴𝑟 = 𝑟 2 𝑠𝑖𝑛(𝜃) 𝑑𝜃 𝑑𝜙

Isto será útil, por exemplo, pra calcular a área total da superfície esférica
de raio fixo (ver exemplo 5.315).

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Exemplo 5.421.- Considere uma esfera de raio R=4 centralizada na origem


de coordenadas, determine o volume da esfera.

Solução.-

Para calcular o volume da esfera solida 𝑊, iremos localizar o elemento de


volume 𝑑𝑉 no ponto 𝑃 = (𝑟, 𝜃, 𝜙) interior a esfera 𝑊 (ver figura). A
seguir devemos delimitar a esfera em coordenadas esféricas, logo:

𝑊 = {(𝑟, 𝜃, 𝜙) ∈ 𝑅3 / 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋, 0 ≤ 𝑟 ≤ 𝑅, 0 ≤ 𝜙 ≤ 2𝜋}

𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∭ 𝑑𝑉 = ∭ 𝑟 2 sin(𝜃) 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝜙
𝑊 𝑊
logo :

𝜋 𝑅 2𝜋
4
𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∫ sin(𝜃) 𝑑𝜃 ∫ 𝑟 2 𝑑𝑟 ∫ 𝑑𝜙 = 𝜋𝑅3
3
0 0 0

dV
R
𝞠� r
y
𝞥�
x

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Exemplo 5.423.- Determine a área total da superfície esférica (𝑆 2 ) de


raio R=4 e centralizada na origem de coordenadas.
solução

De acordo ao ultimo resultado nesta seção, temos que numa superfície


esférica, o elemento de área é

𝑑𝐴𝑟 = 𝑟 2 𝑠𝑖𝑛(𝜃) 𝑑𝜃 𝑑𝜙

Logo, a área total é

𝐴𝑠 = ∬ 𝑑𝐴𝑟 = ∬ 𝑟 2 𝑠𝑖𝑛(𝜃) 𝑑𝜃 𝑑𝜙

2𝜋 𝜋

𝐴𝑠 = ∫ ∫ 𝑅2 𝑠𝑖𝑛(𝜃) 𝑑𝜃 𝑑𝜙 = 4𝜋𝑅2
0 0

Exemplo 5.424 Resolva a seguinte integral ∭𝑊 𝑓(𝑟, 𝜃, ∅) 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝜙


𝜋
Sendo 𝑊 = {(𝑟, 𝜃, ∅) ∈ 𝑅3 , 0 ≤ 𝑟 ≤ 𝑅, 0 ≤ ∅ < 2𝜋, 0 ≤ 𝜃 ≤ } e
2
𝑓(𝑟, 𝜃, ∅) = 𝑟 4 sin(𝜃)3

Solução.-

A região indicada por W, é basicamente o hemisfério norte de uma esfera


maçisa de raio R. A função 𝑓(𝑟, 𝜃, ∅) esta inicialmente definida em todo
espaço 𝑅3 inclusive claro W.
𝜋
2𝜋 2 𝑅

𝐼 = ∭ 𝑟 4 sin(𝜃)3 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝜙 = ∫ ∫ ∫ 𝑟 4 sin(𝜃)3 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑∅
𝑊 0 0 0

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ect/ufrn

Como a função 𝑓(𝑟, 𝜃, ∅) é separável e os limites de integração são


constantes numéricas então

𝜋 𝜋
2𝜋 2 𝑅 2𝜋 2 𝑅

𝐼 = ∫ ∫ ∫ 𝑟 4 sin(𝜃)3 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑∅ = ∫ 𝑑∅ . ∫ sin(𝜃)3 𝑑𝜃 ∫ 𝑟 4 𝑑𝑟
0 0 0 0 0 𝑜

2 𝑅5 4𝜋𝑅5
𝐼 = 2𝜋. . =
3 5 15

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5.3 Integração dupla em superfícies


arbitrarias

Consideremos uma superfície arbitraria 𝑆 no espaço 𝑅3 cuja equação é


𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦), com derivadas parciais continuas no domínio 𝑅2
Consideremos um elemento de área infinitesimal 𝑑𝐴 no ponto 𝑃, sobre a
superfície 𝑆. Para calcular o vetor unitário normal 𝑛̂ a S em P, procedemos
assim:
d
A S  R3
n

D  R2

dAxy

O conjunto D é a projeção da superfície S no plano xy .

Consideremos a hiper- superfície S:

𝑤 = 𝑤(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥 − 𝑓(𝑥, 𝑦) = 0,

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ect/ufrn

Logo
∇𝑤 (−𝑓𝑥 , −𝑓𝑦 , 1)
𝑛̂ = =
|∇𝑤|
√1 + 𝑓𝑥 2 + 𝑓𝑦 2

dAxy
dA
K

Da figura anterior, a projeção do elemento diferencial de área 𝑑𝐴 no


plano horizontal 𝑥𝑦 é :

𝑑𝐴𝑥𝑦 = 𝑑𝐴 cos(𝛾)

Sendo 𝛾 o ângulo formado pelo vetor unitário 𝑛̂ (perpendicular a 𝑑𝐴) e o


vetor unitário 𝑘̂ = (0,0,1) (perpendicular a 𝑑𝐴𝑥𝑦 ).

Sendo
𝑛̂. 𝑘̂ = |𝑛̂||𝑘̂|cos(𝛾),
daí,
1
cos(𝛾) =
√1 + 𝑓𝑥 2 + 𝑓𝑦 2

Por tanto,
1
𝑑𝐴𝑥𝑦 = 𝑑𝐴
√1 + 𝑓𝑥 2 + 𝑓𝑦 2

Finalmente:

HLCS
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ect/ufrn

𝐴(𝑆) = ∬ 𝑑𝐴 = ∬ √1 + 𝑓𝑥 2 + 𝑓𝑦 2 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝑆 𝐷
É a área da superfícies S.

Definição. (integral dupla de uma função de variável vetorial sobre uma


superfície arbitraria).
Seja 𝑆 uma superfície definida pela função real de variável vetorial
𝑓: 𝐷 ⊂ 𝑅2 → 𝑅, 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦), suave (continua e com derivadas parciais
bem definidas e continuas em D) e 𝑔 é outra função real continua de
variável vetorial (tal que 𝑤 = 𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑧)) esta bem definida na superfície
𝑆. Definimos a integral dupla de 𝑔 sobre 𝑆 por

∬ 𝒈 𝒅𝑨 = ∬ 𝒈(𝒙, 𝒚, 𝒛) 𝒅𝑨 = ∬ 𝒈(𝒙, 𝒚, 𝒇(𝒙, 𝒚))√𝟏 + 𝒇𝒙 𝟐 + 𝒇𝒚 𝟐 𝒅𝒙 𝒅𝒚


𝑺 𝑺 𝑫

𝜕𝑓 𝜕𝑓
Sendo 𝑓𝑥 = 𝜕𝑥 , 𝑓𝑦 = 𝜕𝑦.

Exemplo 5.50 Determine a seguinte integral ∬𝑆 𝑔 𝑑𝐴


Sendo 𝑆 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3 / 𝑧 = 4 − 𝑦, 0 ≤ 𝑥 ≤ 2} e
𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥 + 𝑦 + 𝑧.

solução

A superfície 𝑆 é um plano inclinado com vetor normal 𝑛⃗⃗ = (0,1,1), cuja


equação podemos adequar como uma função de duas variáveis
𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) = 4 − 𝑦 (ver figura).

∬ 𝑔 𝑑𝐴 = ∬ 𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑧) √1 + 𝑓𝑥 2 + 𝑓𝑦 2 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝑆 𝐷
Sendo 𝐷 a projeção da superfície 𝑆 no plano 𝑥𝑦.
Da equação do plano 𝑆 temos:

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ect/ufrn

𝑑𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑓(𝑥, 𝑦)
𝑓𝑥 = = 0, 𝑓𝑦 = = −1
𝑑𝑥 𝑑𝑦

S: z = f(x,y) = 4-y

∬ 𝑔 𝑑𝐴 = ∬ 𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑧) √2 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝑆 𝐷

Observe que para calcular a integral, importa o valor da função 𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑧)


na superfície S, logo 𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑓(𝑥, 𝑦)) = 𝑥 + 𝑦 + 4 − 𝑦 = 𝑥 + 4

∬ 𝑔 𝑑𝐴 = ∬(𝑥 + 4) √2 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝑆 𝐷

Sendo 𝐷 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅2 / 0 ≤ 𝑥 ≤ 2, 0 ≤ 𝑦 ≤ 4}

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4 2

∬ 𝑔 𝑑𝐴 = ∫ ∫(𝑥 + 4) √2 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = 40√2
𝑆 0 0

Exemplo 5.51 Determine a área da superfície cônica 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) =


√𝑥 2 + 𝑦 2 tal que |(𝑥, 𝑦)| ≤ 4.

Solução.-

Primeiro método
O domínio da função |(𝑥, 𝑦)| ≤ 4 , pode ser escrita assim:

0 ≤ |(𝑥, 𝑦)| = √𝑥 2 + 𝑦 2 ≤ 4
Que representa um disco de raio R=2.

A superfície cônica, cuja projeção no plano 𝑥 𝑦 é o disco 𝐷 de raio 𝑅 = 2


é apresentado a seguir :

𝐷 = {0 ≤ 𝑟 ≤ 2,0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋}

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ect/ufrn

𝐴(𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓. 𝑐ô𝑛𝑖𝑐𝑎) = ∬ 1. 𝑑𝐴 = ∬ √1 + 𝑓𝑥 2 + 𝑓𝑦 2 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝑆 𝐷

Da equação da superfície 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) = √𝑥 2 + 𝑦 2 , temos:

𝑥 𝑦
𝑓𝑥 = ; 𝑓𝑦 =
√𝑥 2 + 𝑦 2 √𝑥 2 + 𝑦 2

Substituindo

𝐴(𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓. 𝑐ô𝑛𝑖𝑐𝑎) = ∬ √2 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝐷

Pelo formato circular do domínio de integração D, escolhemos por calcular


a integral dupla em coordenadas polares

2𝜋 2

𝐴(𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓. 𝑐ô𝑛𝑖𝑐𝑎) = ∫ ∫ √2 𝑟𝑑𝑟 𝑑𝜃 = 4𝜋√2


0 0

Segundo método:
Observamos que para resolver a questão podíamos ter aplicado outro
método, baseado no fato que a superfície S é de revolução, que se obtém
girando em torno ao eixo z, a reta {𝑧 = 𝑦, 0 ≤ 𝑦 ≤ 2} do plano zy.
Logo,

𝐴(𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓. 𝑐ô𝑛𝑖𝑐𝑎) = ∫ 2𝜋𝑦𝒅𝒔


0

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ect/ufrn

Sendo 𝑑𝑠 o elemento de arco ao longo da curva (reta) 𝑧 = 𝑦 que realiza


a rotação
2 2
𝑑𝑧 2
𝐴(𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓. 𝑐ô𝑛𝑖𝑐𝑎) = ∫ 2𝜋𝑦𝑑𝑠 = ∫ 2𝜋𝑦 √1 + ( ) 𝑑𝑦
𝑑𝑦
0 0

2
𝐴(𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓. 𝑐ô𝑛𝑖𝑐𝑎) = ∫0 2𝜋𝑦 √2 𝑑𝑦 = 4𝜋 √2 .

A facilidade do calculo no segundo método, se deve ao fato que estamos


lidando com uma superfície de rotação.
A pesar que o primeiro método deu mais trabalho na questão, vale a pena
aprender a utilizar, já que este procedimento se pode aplicar para
qualquer tipo de superfície do tipo 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦). O segundo método
somente vale para superfícies de revolução.

Exemplo 5.52 determine a área da superfície de um octaedro regular,


definido pela equação
|𝑥| + |𝑦| + |𝑧| ≤ 𝑎, 𝑎>0
Solução.-

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ect/ufrn

Para entender a equação que define o octaedro, iremos dividir o espaço


𝑅3 em 8 oitantes, assim em cada oitante temos um solido (cunha)
limitado por um plano inclinado e os planos cartesianos.
I Oct : 𝑥 > 0, 𝑦 > 0, 𝑧 > 0, logo
𝑥+𝑦+𝑧 ≤𝑎
2 Oct : 𝑥 < 0, 𝑦 > 0, 𝑧 > 0, logo
−𝑥 + 𝑦 + 𝑧 ≤ 𝑎

3 Oct : 𝑥 < 0, 𝑦 < 0, 𝑧 > 0, logo


−𝑥 − 𝑦 + 𝑧 ≤ 𝑎
4 Oct : 𝑥 > 0, 𝑦 < 0, 𝑧 > 0, logo
𝑥+𝑦−𝑧 ≤𝑎

5 Oct : 𝑥 > 0, 𝑦 > 0, 𝑧 < 0, logo


𝑥+𝑦−𝑧 ≤𝑎
6 Oct : 𝑥 < 0, 𝑦 > 0, 𝑧 < 0, logo
−𝑥 + 𝑦 − 𝑧 ≤ 𝑎
7 Oct : 𝑥 < 0, 𝑦 < 0, 𝑧 < 0, logo
−𝑥 + 𝑦 − 𝑧 ≤ 𝑎

8 Oct : 𝑥 > 0, 𝑦 < 0, 𝑧 < 0, logo


𝑥+𝑦−𝑧 ≤𝑎
As 8 faces do octaedro, são triângulos equiláteros, o que significa que
basta determinar a área de uma das faces.

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92
ect/ufrn

A seguir iremos determinar a área da face que esta no primeiro oitante,

S
P
dA

dAxy

𝐴(𝑠) = ∬ 𝑑𝐴 = ∬ √1 + 𝑓𝑥 2 + 𝑓𝑦 2 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝑆 𝐷

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93
ect/ufrn

Sendo D o triangulo retângulo do primeiro quadrante(projeção do da


superfície triangular S) e z=f(x,y) é a equação em coordenadas cartesianas
da superfície S.
Se o octaedro tem como equação |𝑥| + |𝑦| + |𝑧| ≤ 𝑎 (sólido) então a
superfície do octaedro será

|𝑥| + |𝑦| + |𝑧| = 𝑎


Em particular, a superfície S do primeiro oitante é :

𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 𝑎, ou 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑎 − 𝑥 − 𝑦
Logo,

𝑓𝑥 = −1, 𝑓𝑦 = −1

𝐴(𝑠) = ∬ √3 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝐷
Sendo
𝐷 = { 0 ≤ 𝑥 ≤ 𝑎, 0 ≤ 𝑦 ≤ 𝑎 − 𝑥}

𝑎 𝑎−𝑥

𝐴(𝑠) = ∫ ∫ √3 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 0
Logo,

√3 2
𝐴(𝑠) = 𝑎
2
Finalmente,

𝐴(𝑜𝑐𝑡𝑎𝑒𝑑𝑟𝑜) = 4√3 𝑎2
Obs: na realidade a área do triangulo equilátero de lado 𝑙 = 𝑎√2 é
1 1
imediato pois é 𝑙 2 √3 = √3𝑎2 logo a área da superfície do octaedro é
2 2
1
𝐴(𝑜𝑐𝑡𝑎𝑒𝑑𝑟𝑜) = 8. √3𝑎 = 4√3 𝑎2 . O objetivo do exemplo, foi fornecer
2
2

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94
ect/ufrn

um exemplo simples para aplicar o formalismo de integração dupla em


superfícies arbitrarias; neste exemplo a verdadeira dificuldade é
reconhecer o sólido a partir da sua equação algébrica. O cálculo da área
do triangulo inclinado é simples seja utilizando o formalismo apresentado
nesta seção ou por simples geometria elementar.

5.4 Integral dupla em superfícies


paramétricas
As superfícies no espaço 𝑅3 podem ter varias representações

a) Representação explicita.- 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦)


Exemplo: 𝑧 = 4𝑥 2 + 2𝑦 2 (paraboloide elíptico)

b) Representação implícita.- 𝐹(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 0

Exemplo: 𝑥 2 + 𝑦 2 = 4, 2 ≤ 𝑧 ≤ 6 (cilindro de altura finita)

Neste tipo de representação ne sempre é possível e necessário isolar a


coordenada 𝑧 em função das variáveis 𝑥 e 𝑦.
c) Representação paramétrica.- Podemos representar uma superfície
por um vetor tridimensional com dois parâmetros livres, que
estudaremos a seguir.

5.41.- Superfície paramétrica

Definiçao.- Consideremos uma função vetorial 𝜑 tal que


𝜑: 𝐷 ⊂ 𝑅2 → 𝑅 3

(𝑢, 𝑣) ↦ 𝜑
⃗⃗(𝑢, 𝑣) = (𝑥(𝑢, 𝑣), 𝑦(𝑢, 𝑣), 𝑧(𝑢, 𝑣))

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95
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𝐷 é uma região arbitraria em 𝑅2 , entre tanto podemos assumir que é um


retângulo, 𝐷 = [𝑎, 𝑏] × [𝑐, 𝑑].
𝜑(𝐷) que é a imagem da região D via a função 𝜑, é denominada de
superfície parametrizada (𝑆).

Exemplo 1.- Encontre uma função vetorial de duas variáveis que descreva
a) Um cilindro (superfície aberta)
b) Uma superfície esférica (superfície fechada)
c) O cone (superfície aberta)
𝑥2 𝑦2 𝑧2
+ − = 1, 𝑧 ≥ 0, 𝑎 > 0, 𝑏 > 0, 𝑐 > 0
𝑎2 𝑏 2 𝑐 2

d) Um toro

Solução. –

a) Cilindro na sua forma paramétrica. A ideia principal é localizar um


ponto arbitrário sobre a superfície do cilindro, e encontrar as
coordenadas deste ponto em relação à origem de coordenadas, e
descrever cada componente deste vetor em termos de dois
parâmetros livres, já que estamos descrevendo um objeto
bidimensional imerso (superfície) num espaço tridimensional.

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Suponha uma superfície cilíndrica (𝑆) de altura H, de raio R,


localizada acima do plano 𝑥𝑦. Logo 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝐻, e 𝑟 = 𝑅 (em
coordenadas cilíndricas).
O ponto 𝑃 ∈ 𝑆 tem coordenadas (𝑥, 𝑦, 𝑧) , e como (𝑥, 𝑦, 0)
pertence a circunferência base do cilindro, então

𝑥 = 𝑅𝑐𝑜𝑠(𝜃), 𝑦 = 𝑅𝑠𝑖𝑛(𝜃), 𝑧 = 𝑡

𝑟⃗(𝜃, 𝑡) = (𝑅𝑐𝑜𝑠(𝜃), 𝑅𝑠𝑖𝑛(𝜃), 𝑡)


Sendo que:0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋, 0 ≤ 𝑡 ≤ 𝐻
Ou seja, a função vetorial 𝑟⃗ que descreve o cilindro está definido assim:
𝜑: 𝐷 ⊂ 𝑅2 → 𝑅 3

(𝜃, 𝑡) ↦ 𝜑
⃗⃗(𝜃, 𝑡) = (𝑅𝑐𝑜𝑠(𝜃), 𝑅𝑠𝑖𝑛(𝜃), 𝑡)

Cujo domínio é o retângulo 𝐷 = [0,2𝜋] × [0, 𝐻].

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b) Superfície esférica

A função vetorial 𝜑
⃗⃗ que descreve a superfície esférica, se pode
determinar naturalmente das relações de transformação de coordenadas
esféricas para coordenadas cartesianas, desta maneira a função vetorial 𝜑
⃗⃗
está definida assim:
𝜑: 𝐷 ⊂ 𝑅2 → 𝑅 3

𝜑
⃗⃗(𝜃, ∅) = (𝑅𝑠𝑖𝑛(𝜃)cos(∅), 𝑅𝑠𝑖𝑛(𝜃)sin(∅), Rcos(𝜃))

Cujo domínio é o retângulo 𝐷 = [0, 𝜋] × [0,2𝜋], ((𝜃, ∅) ∈ 𝐷)

c) Parametrizando a superfície cônica.

𝑥2 𝑦2 𝑧2
+ − = 1, 𝑧 ≥ 0, 𝑎 > 0, 𝑏 > 0, 𝑐 > 0
𝑎2 𝑏 2 𝑐 2

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Dada a equação cartesiana anterior, podemos propor para as coordenas

𝑥 = 𝑡 a cos(𝜃) , 𝑦 = 𝑡 𝑏 𝑠𝑖𝑛(𝜃)

Substituindo na equação anterior

𝑡 2 𝑎2 (cos(𝜃))2 𝑡 2 𝑏 2 (sin(𝜃))2 𝑧 2
+ − 2=0
𝑎2 𝑏2 𝑐
logo,
𝑧 = 𝑐𝑡

A função vetorial 𝜑
⃗⃗ que descreve o cilindro está definido assim:
𝜑: 𝐷 ⊂ 𝑅2 → 𝑅 3

𝜑
⃗⃗(𝜃, 𝑡) = (𝑡 a cos(𝜃) , 𝑡 𝑏 𝑠𝑖𝑛(𝜃), ct)

Cujo domínio é o retângulo 𝐷 = [0,2𝜋] × [0, 𝑙], ((𝜃, 𝑡) ∈ 𝐷)

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e) Toro (𝑇 2 )

a função vetorial 𝜑
⃗⃗ que descreve o Toro está definido assim:
𝜑: 𝐷 ⊂ 𝑅2 → 𝑅 3

⃗⃗(𝜃, 𝛽) = ((𝑏 + acos(𝛽))𝑐𝑜𝑠(𝜃), (𝑏 + acos(𝛽))𝑠𝑖𝑛(𝜃), a sin(𝛽))


𝜑

Cujo domínio é o retângulo 𝐷 = [0,2𝜋] × [0,2𝜋], ((𝜃, 𝛽) ∈ 𝐷)

Área de uma superfície paramétrica

Consideremos uma superfície 𝑆 parametrizada definida pela função


vetorial

𝜑
⃗⃗(𝑢, 𝑣) = (𝑥(𝑢, 𝑣), 𝑦(𝑢, 𝑣), 𝑧(𝑢, 𝑣))

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A função 𝜑 é dita de diferenciável se suas componentes


𝑥(𝑢, 𝑣), 𝑦(𝑢, 𝑣), 𝑧(𝑢, 𝑣) são diferenciáveis em relação a 𝑢 e 𝑣. Sendo
assim é possível definir as derivadas parciais em relação aos parâmetros 𝑢
e 𝑣.

Suponhamos fixo a coordenada 𝑢: 𝒖 = 𝒖𝟎 , logo temos a função vetorial


𝜑((𝑢0 , 𝑣)): 𝐼 ⊂ 𝐷 → 𝑅3 tal que:

𝜑
⃗⃗(𝑢0 , 𝑣) = (𝑥(𝑢0 , 𝑣), 𝑦(𝑢0 , 𝑣), 𝑧(𝑢0 , 𝑣))

cuja imagem é uma curva em 𝑅3 contida na superfície paramétrica 𝑆,


como a função 𝜑 é diferenciável em D, então podemos determinar o
vetor tangente ao vetor 𝜑
⃗⃗(𝑢0 , 𝑣) num ponto arbitrário da curva.

𝜑
⃗⃗((𝑢0 , 𝑣)𝑣 = (𝑥𝑣 (𝑢0 , 𝑣), 𝑦𝑣 (𝑢0 , 𝑣), 𝑧𝑣 (𝑢0 , 𝑣)) = 𝑉1

De forma similar

Suponhamos fixo a coordenada 𝑣: 𝒗 = 𝒗𝟎 , logo temos a função vetorial


𝜑((𝑢, 𝑣0 )): 𝐼 ⊂ 𝐷 → 𝑅3 tal que:

⃗⃗(𝑢, 𝑣0 ) = (𝑥(𝑢, 𝑣0 ), 𝑦(𝑢, 𝑣0 ), 𝑧(𝑢, 𝑣0 ))


𝜑

cuja imagem é uma curva em 𝑅3 contida na superfície paramétrica 𝑆,


como a função 𝜑 é diferenciável em D, então podemos determinar o
⃗⃗(𝑢, 𝑣0 ) num ponto arbitrário da curva.
vetor tangente ao vetor 𝜑

⃗⃗(𝑢, 𝑣0 )𝑢
𝜑 = (𝑥𝑢 (𝑢, 𝑣0 ), 𝑦𝑢 (𝑢, 𝑣0 ), 𝑧𝑢 (𝑢, 𝑣0 )) = 𝑉2

No ponto de interseção destas duas curvas (𝑃 = (𝑢0 , 𝑣0 )) temos os dois


vetores tangentes 𝑉1 e 𝑉2 formando um plano tangente à superfície
paramétrica S.
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101
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𝑉1 (𝑃) = 𝜑
⃗⃗(𝑢0 , 𝑣0 )𝑣 , 𝑉2 (𝑃) = 𝜑
⃗⃗(𝑢0 , 𝑣0 )𝑢

⃗⃗(𝑢, 𝑣0 )𝑢
Notação: 𝜑 = 𝜕𝜑⃗⃗⃗(𝑢,𝑣
𝜕𝑢
0)
, ⃗⃗(𝑢0 , 𝑣)𝑣 =
𝜑
𝜕𝜑
⃗⃗⃗(𝑢0 ,𝑣)
𝜕𝑣

Observação importante:

Se a função 𝜑 é diferenciável em 𝑆, então os vetores 𝑉1 , 𝑉2 estão bem


definidos e se 𝑉1 ≠ 0⃗⃗, 𝑉2 ≠ 0
⃗⃗ (para todo ponto da superfície 𝑆.) então
𝑉1 × 𝑉2 ≠ 0 ⃗⃗, então dizemos que a superfície é regular, neste caso os
vetores tangentes a superfície 𝑉1 𝑒 𝑉2 são linearmente independentes.
A continuidade de 𝜑 ⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑣 = 𝑉1 e 𝜑 ⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑢 = 𝑉2 implica a
continuidade do produto vetorial 𝑉1 × 𝑉2 , e por tanto o plano tangente
varia continuamente numa superfície regular.

Os pontos de 𝑺 em que falha a condição de suavidade para qualquer


parametrização são chamados pontos singulares.
No exemplo 1c, no vértice do cone, a derivadas parciais não existem,
portanto este ponto é um ponto singular da superfície cônica.

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102
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Definição.- Uma superfície regular é orientável se podemos definir um


vetor unitário normal 𝑛⃗⃗ sobre a superfície de uma forma continua. As
superfícies abertas orientáveis tem duas faces (bilateral)

Definicao.- Uma superfície regular é não-rientável se não podemos definir


um vetor unitário normal 𝑛⃗⃗ sobre a superfície de uma forma continua. As
superfícies abertas não-orientáveis tem uma única face (unilateral)

Fita de Möbious

http://mathworld.wolfram.com/MoebiusSt
rip.html
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103
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Sabemos que:

𝐴(𝑆) = ∬ 𝑑𝐴
𝑆

Onde, 𝑑𝐴 é o elemento de área diferencial da superfície S.


Podemos determinar dA, considerando aproximadamente igual a área do
retângulo delimitado pelos vetores tangentes 𝑑𝜑 ⃗⃗(𝑢, 𝑣0 ) e 𝑑𝜑
⃗⃗(𝑢0 , 𝑣) no
seguinte modo
𝑑𝐴 = |𝑑𝜑 ⃗⃗(𝑢, 𝑣0 ) × 𝑑𝜑
⃗⃗(𝑢0 , 𝑣)|

Porem

⃗⃗(𝑢, 𝑣0 ) = 𝜑
𝑑𝜑 ⃗⃗(𝑢, 𝑣0 )𝑢 𝑑𝑢; 𝑑𝜑
⃗⃗(𝑢0 , 𝑣) = 𝜑
⃗⃗(𝑢0 , 𝑣)𝑣 𝑑𝑣

Logo :
𝑑𝐴 = |𝜑 ⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑣 |𝑑𝑢 𝑑𝑣
⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑢 × 𝜑

Para qualquer ponto arbitrário da superfície 𝑆

Finalmente

⃗⃗⃗(𝒖, 𝒗)𝒗 |𝒅𝒖 𝒅𝒗


⃗⃗⃗(𝒖, 𝒗)𝒖 × 𝝋
𝑨(𝑺) = ∬|𝝋
𝑺

(𝑢, 𝑣) ∈ 𝐷 = [𝑎, 𝑏] × [𝑐, 𝑑]

Exemplos 1. Descrevendo o cilindro como uma superfície paramétrica

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Cálculo II, exercícios
104
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𝜑: 𝐷 ⊂ 𝑅2 → 𝑅 3

(𝑢, 𝑣) ↦ 𝜑
⃗⃗(𝑢, 𝑣) = (𝑅𝑐𝑜𝑠(𝑢), 𝑅𝑠𝑖𝑛(𝑢), 𝑣)

Onde 0 ≤ 𝑢 ≤ 2𝜋, 0 ≤ 𝑣 ≤ 𝐻

𝐷 = [0,2𝜋] × [0, 𝐻]

Observe que

⃗⃗(𝑢, 𝑣0 ) = (𝑅𝑐𝑜𝑠(𝑢), 𝑅𝑠𝑖𝑛(𝑢), 𝑣0 )


𝜑

Representa uma circunferência localizada a altura 𝑣0 da superfície


cilíndrica.
De forma similar
𝜑
⃗⃗(𝑢0 , 𝑣) = (𝑅𝑐𝑜𝑠(𝑢0 ), 𝑅𝑠𝑖𝑛(𝑢0 ), 𝑣)

Representa uma linha vertical (geratriz) da superfície cilíndrica.

Calculo da área do cilindro. Determinando as derivadas parciais a partir


da equação paramétrica da superfície S: 𝜑
⃗⃗(𝑢, 𝑣) = (𝑅𝑐𝑜𝑠(𝑢), 𝑅𝑠𝑖𝑛(𝑢), 𝑣)

𝜑
⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑢 = (−𝑅𝑠𝑖𝑛(𝑢), 𝑅𝑐𝑜𝑠(𝑢)

𝜑
⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑣 = (0,0,1)

𝜑
⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑢 × 𝜑
⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑣 = (𝑅𝑐𝑜𝑠(𝑢), 𝑅𝑠𝑖𝑛(𝑢), 0)
Dai que

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105
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|𝜑
⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑢 × 𝜑
⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑣 | = 𝑅

𝐴(𝑆) = ∬|𝜑 ⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑣 |𝑑𝑢 𝑑𝑣


⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑢 × 𝜑
𝑆

2𝜋 𝐻

𝐴(𝑆) = ∬ 𝑅 𝑑𝑢 𝑑𝑣 = 𝑅 ∫ 𝑑𝑢 ∫ 𝑑𝑣 = 2𝜋𝑅𝐻
𝑆 0 0

Exemplo 2. Determine a área da superfície paramétrica 𝑆 definida pela


função vetorial
𝜑: 𝐷 ⊂ 𝑅2 → 𝑅 3

(𝑢, 𝑣) ↦ 𝜑
⃗⃗(𝑢, 𝑣) = (𝑅𝑐𝑜𝑠(𝑢), 𝑅𝑠𝑖𝑛(𝑢), 𝑣 + 𝑢)

Onde 0 ≤ 𝑢 ≤ 2𝜋, 0 ≤ 𝑣 ≤ 𝐻; ou seja:

𝐷 = [0,2𝜋] × [0, 𝐻]

Solucão.-

Observe que

⃗⃗(𝑢, 𝑣0 ) = (𝑅𝑐𝑜𝑠(𝑢), 𝑅𝑠𝑖𝑛(𝑢), 𝑢 + 𝑣0 )


𝜑
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Representa uma hélice.


De forma similar
𝜑⃗⃗(𝑢0 , 𝑣) = (𝑅𝑐𝑜𝑠(𝑢0 ), 𝑅𝑠𝑖𝑛(𝑢0 ), 𝑢0 + 𝑣)

Representa uma reta vertical na superfície paramétrica

Calculo da área da superfície S. Determinando as derivadas parciais a


partir da equação paramétrica da superfície S:
𝜑
⃗⃗(𝑢, 𝑣) = (𝑅𝑐𝑜𝑠(𝑢), 𝑅𝑠𝑖𝑛(𝑢), 𝑣 + 𝑢)

𝜑
⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑢 = (−𝑅𝑠𝑖𝑛(𝑢), 𝑅𝑐𝑜𝑠(𝑢), 1)

𝜑
⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑣 = (0,0,1)

𝜑
⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑢 × 𝜑
⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑣 = (𝑅𝑐𝑜𝑠(𝑢), 𝑅𝑠𝑖𝑛(𝑢), 0)
Dai que

|𝜑
⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑢 × 𝜑
⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑣 | = 𝑅

𝐴(𝑆) = ∬|𝜑 ⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑣 |𝑑𝑢 𝑑𝑣


⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑢 × 𝜑
𝑆

2𝜋 𝐻

𝐴(𝑆) = ∬ 𝑅 𝑑𝑢 𝑑𝑣 = 𝑅 ∫ 𝑑𝑢 ∫ 𝑑𝑣 = 2𝜋𝑅𝐻
𝑆 0 0

Integração dupla sobre uma superfície regular

A integral de uma função 𝑔 real de variável vetorial, sobre uma superfície


regular 𝑆 pode ser definida assim

∬ 𝑔 𝑑𝐴 = ∬ 𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝐴 = ∬ 𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑓(𝑥, 𝑦))√1 + 𝑓𝑥 2 + 𝑓𝑦 2 𝑑𝑥 𝑑𝑦


𝑆 𝑆 𝐷

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Cálculo II, exercícios
107
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Ou, assim:

∬ 𝑔 𝑑𝐴 = ∬ 𝑔(𝑥(𝑢, 𝑣), 𝑦(𝑢, 𝑣), 𝑧(𝑢, 𝑣)) |𝜑 ⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑣 |𝑑𝑢 𝑑𝑣


⃗⃗(𝑢, 𝑣)𝑢 × 𝜑
𝑆 𝐷

No primeiro, a superfície está na sua forma explicita e D é o domínio do


gráfico da função 𝑓(𝑥, 𝑦); e no segundo caso, a superfície S está na sua
forma paramétrica e 𝐷 é o retângulo onde (𝑢, 𝑣) está definido.

Miscelanena

helicoide: equação vetorial

𝜑
⃗⃗(𝑢, 𝑣) = (𝑅𝑠𝑖𝑛ℎ(𝑢)𝑐𝑜𝑠(𝑣), 𝑅𝑠𝑖𝑛ℎ(𝑢)sin(𝑣), 𝑣)

Com 𝐷 = [−2,2] × [0,2𝜋]

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Cálculo II, exercícios
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5.5 Exercícios

1.- Determine as seguintes integrais

∭𝐷 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑣 e desenhe os domínios de integração em cada caso.

a) 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥𝑦𝑧, 𝐷 = { 0 ≤ 𝑥 ≤ 2, 0 ≤ 𝑦 ≤ 4, 0 ≤ 𝑧 ≤ 6}.


b) 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥 2 + 𝑦 2 + 𝑧, 𝐷 = { −2 ≤ 𝑥 ≤ 2, 𝑥 2 ≤ 𝑦 ≤ 4,
0 ≤ 𝑧 ≤ 𝑥 + 𝑦}.
c) 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥 + 𝑦)𝑧, 𝐷 = { −1 ≤ 𝑦 ≤ 1, 𝑦 − 1 ≤ 𝑥 ≤ 1 − 𝑦,
0 ≤ 𝑧 ≤ 3}.

2.- Calcular ∭𝐷 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 sendo D uma região volumétrica definida


assim:

a) 0 ≤ 𝑧 ≤ √4 − 𝑥 2 − 𝑦 2

b) 0 ≤ 𝑧 ≤ ℎ, 4 ≤ 𝑥 2 + 𝑦 2 ≤9, h é constante.

c) O sólido limitado pelo cilindro parabólico {𝑥 = −1 + 𝑦 2 , −4 ≤ 𝑧 ≤


4} e o plano {𝑥 = 8, 𝑦 ∈ 𝑅, 𝑧 ∈ 𝑅}
𝑦2 𝑥2
d) O sólido limitado pelo cilindro hiperbólico 2
− = 1,0 ≤ 𝑧 ≤ ℎ,
𝑎 𝑏2
pelos planos {𝑧 = ℎ, 𝑦 ∈ 𝑅, 𝑥 ∈ 𝑅}, {𝑧 = 0, 𝑦 ∈ 𝑅, 𝑥 ∈ 𝑅} e os planos
{|𝑦| = 2𝑎, 𝑧 ∈ 𝑅, 𝑥 ∈ 𝑅, 𝑎 > 0, 𝑏 > 0}.

𝑒) O sólido limitado pela superfície cônica 𝑧 = 4 − 4√𝑥 2 + 𝑦 2 e o


planos {𝑧 = 0, 𝑦 ∈ 𝑅, 𝑥 ∈ 𝑅}

𝑓) A região limitada pelo paraboloide elíptico 𝑧 = 𝑥 2 + 2𝑦 2 e o plano


𝑧 + 4𝑦 + 2𝑥 = 4

3.- Determine ∭𝐷 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 na região D definida por:

𝑥2 𝑦2 𝑧2
a) 𝐷 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝜖 𝑅3 / 2
+ 2
+ ≤ 1}
𝑎 𝑏 𝑐2

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Cálculo II, exercícios
109
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𝑥2 𝑦2
b) D é a região interna ao hiperboloide de uma folha: 𝑧 = √ 2
+ −1
𝑎 𝑏2
limitada pelos planos {𝑧 = 𝐻, 𝑦 ∈ 𝑅, 𝑥 ∈ 𝑅} e {𝑧 = −𝐻, 𝑦 ∈ 𝑅, 𝑥 ∈ 𝑅}

c) Um solido limitado por quatro superfícies 𝑆1 ≔ {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3 , 𝑧 =


cosh(𝑦) − 1, 0 ≤ 𝑥 ≤ 2} ; 𝑆2 ≔ {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3 , 𝑧 = −cosh(𝑦) + 2, 0 ≤
𝑥 ≤ 2} e os plano verticais x=0 e x=2.

4.- Determine a seguinte integral ∭𝐷 𝑓(𝑟, 𝜃, 𝑧)𝑑𝑟𝑑𝑧𝑑𝜃, sendo


𝑓(𝑟, 𝜃, 𝑧) = 𝑟𝑧 e
𝜋
a) 𝐷 = {0 ≤ 𝜃 ≤ , 2 ≤ 𝑟 ≤ 4, 0 ≤ 𝑧 ≤ 4}
2

b) 𝐷 = {0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋, 0 ≤ 𝑟 ≤ 1, 0 ≤ 𝑧 ≤ 2 − 2𝑟}
𝑟
c) 𝐷 = {0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋, 0 ≤ 𝑧 ≤ 2, 0 ≤ 𝑟 ≤ 1 − }
2
𝜋
d) 𝐷 = {0 ≤ 𝜃 ≤ , 2 ≤ 𝑟 ≤ 4, 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃) ≤ 𝑧 ≤ 𝑟 2 }
2

Observação: visualize a região D nos casos, a,b,c.

5.- Determine a seguinte integral ∭𝐷 𝑓(𝑟, 𝜃, ∅) 𝑑𝑟 𝑑∅ 𝑑𝜃, onde

𝑓(𝑟, 𝜃, ∅) = 𝑟 2 sin(𝜃) e D é:

a) 𝐷 = {0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜃0 , 0 ≤ 𝑟 ≤ 𝑅, 0 ≤ ∅ ≤ 2𝜋}
𝐻
b) 𝐷 = {0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜃0 , 0 ≤ 𝑟 ≤ , 0 ≤ ∅ ≤ 2𝜋}
cos(𝜃)
c) 𝐷 e a região definida pela figura a seguir

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110
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𝜋 𝐻
Onde 𝜃0 ∈ [0, ] é um valor fixo e cos(𝜃0 ) = . R, H são constantes
2 𝑅
arbitrarias.
4𝜋𝑅 3
6.- Demonstre que o volume de uma esfera de raio R é , por integração
3
cartesiana, integração cilíndrica, e integração esférica.
𝐻
7. Considere o cone 𝑧 = √𝑥 2 + 𝑦 2 , onde 0 ≤ 𝑥 2 + 𝑦 2 ≤ 𝑅2 , demonstre
𝑅
𝜋𝑅 2 𝐻
que o volume é , em coordenadas cartesianas, esféricas e cilíndricas.
3

8.- Determine a integral ∬𝑆 𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝐴 no paraboloide S definido


assim: 𝑆: {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3 / 𝑧 = 1 + 𝑥 2 + 𝑦 2 , 0 ≤ 𝑥 2 + 𝑦 2 ≤ 4. Sendo
𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑧) = √1 + 4𝑥 2 + 4𝑦 2 .

9.- Determine a área da superfície do paraboloide invertido

𝑧 = 4 − 𝑥 2 − 𝑦 2 , que corresponde ao intervalo 1 ≤ 𝑥 2 + 𝑦 2 ≤ 4

10.- Determine uma parametrização das superfícies quádricas dada no


seguinte site

http://aulainterativa.ect.ufrn.br/intersecao-quadricas/

11. Considere a seguinte função vetorial

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111
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𝜑(𝑢, 𝑣) = (𝑅 sin(𝑢) cos(𝑣) , Rsin(𝑢) sin(𝑣) , Rcos(𝑢))

Sendo 𝐷 = [0, 𝜋] × [0,2𝜋] o domínio da função 𝜑; desenhe a imagem


desta função vetorial no espaço 𝑅3 e determine a área de 𝜑(𝐷), 𝑅 > 0.

12.- Determine a área da superfície paramétrica 𝑆 definida pela função


vetorial
𝜑: 𝐷 ⊂ 𝑅2 → 𝑅 3

⃗⃗(𝑢, 𝑣) = (𝑅𝑐𝑜𝑠(𝑢), 𝑅𝑠𝑖𝑛(𝑢), 𝑣 + 𝑢2 )


(𝑢, 𝑣) ↦ 𝜑

Onde 0 ≤ 𝑢 ≤ 2𝜋, 0 ≤ 𝑣 ≤ 𝐻
13.- Considere a superfície cônica, do exemplo 1c (superfícies
paramétricas); determine 𝐴(𝜑(𝐷)), ou seja, a superfície cônica gerada
pelo retângulo 𝐷 = [0,2𝜋] × [0, 𝑙]. Suponha 𝑎 = 𝑏.

14.- Considere uma superfície arbitraria no espaço 𝑅3 , definido


explicitamente pela função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) . Podemos descrever ésta
superfície de forma paramétrica, com ajuda da função vetorial
⃗⃗(𝑥, 𝑦) = (𝑥, 𝑦, 𝑓(𝑥, 𝑦)) , sendo (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷 ⊂ 𝑅3 . Provar então que as
𝜑
formulas a seguir são equivalentes

𝐴(𝑆) = ∬|𝜑
⃗⃗(𝑥, 𝑦)𝑥 × 𝜑
⃗⃗(𝑥, 𝑦)𝑦 |𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝐷
e

𝐴(𝑆) = ∬ √1 + 𝑓𝑥 2 + 𝑓𝑦 2 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝐷

15.- Considere um objeto em forma da superfície de Toro(𝑇 2 ) , cuja


densidade superficial é 𝜎(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥 2 + 𝑦 2 + 𝑧 2 . Determine a massa total
do objeto. O raio maior e raio menos do Toro é 𝑏 e 𝑎, respectivamente.

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Cálculo II, exercícios
112
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Desafio.

1.- Considere um solido limitado inferiormente pela região D, definida pela


desigualdade |𝑥| + |𝑦| ≤ 4, pelas paredes verticais definidas na borda da
região D e superiormente pelo hemisfério norte da superfície esférica
𝑧 = √16 − 𝑥 2 − 𝑦 2

2.- Considere as hélices cujas equações são 𝑟1 (𝜃) = (𝑅𝑐𝑜𝑠(𝜃), 𝑅𝑠𝑖𝑛(𝜃), 𝜃)


e 𝑟2 (𝜃) = (𝑅𝑐𝑜𝑠(𝜃), 𝑅𝑠𝑖𝑛(𝜃), 𝜋 − 𝜃) localizadas no cilindro de raio R.
Determine a área da região localizada em tal superfície cilíndrica, limitada
pelas hélices e a curva 𝑟3 (𝜃) = (𝑅𝑐𝑜𝑠(𝜃), 𝑅𝑠𝑖𝑛(𝜃), 0).

3.- Considere uma superfície cônica de altura 8 e base circular de raio


R=6, cujo vértice está no ponto (0,0,8). Localize uma esfera inscrita no
cone, resolva as seguintes questões.
a) Determine o volume do solido limitado inferiormente pela
superfície esférica inscrita no cone, e superiormente pela
superfície cônica em coordenadas cilíndricas.
b) Refazer a questão do item a, em coordenadas esféricas (deixa na
forma integral com os limites de integração bem definidos).

5.32 Respostas
1.- a) 288 b) 0 c) -6

4𝜋
2 a) 16𝜋/3 b) 5𝜋ℎ c) 288 d) ℎ𝑎𝑏(14√3 + 2ln(2 + √3)) e)
3
1.49𝜋√2
2f
2
4𝜋𝑎𝑏𝑐 2𝑐
3a 3b 2𝜋𝑎𝑏(ℎ∆2 − (∆2 − 1)2 ) onde ∆= √1 + ℎ2
3 3

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113
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3c 4(3 𝑚 − 2 𝑠𝑖𝑛ℎ(𝑚)), sendo 𝑚 = 𝑎𝑟𝑐𝑜𝑠ℎ(3/2)

4 a) 24𝜋 4b 𝜋/3 4c 𝜋/3

321𝜋
4 d)
2

2𝜋
5 a) 𝑅3 (1 − cos(𝜃0 ))
3
𝜋
5b) 𝑅3 𝑡𝑔(𝜃)2
3
𝜋 3 𝑅 2
5b 𝐻 (( ) − 1)
3 𝐻
𝜋 3 𝑅 2 2𝜋𝐻𝑅 2
5c 𝐻 (( ) − 1) +
3 𝐻 3
8.- 36𝜋
𝜋
9 (173/2 − 53/2 )
6

10.-

Paraboloide elíptico
𝜑(𝑢, 𝑣) = (𝑎 𝑢 cos(𝑣) , 𝑏 𝑢 sin(𝑣) , 𝑢2 )
Sendo (𝑢, 𝑣)𝜖 𝐷, 𝐷 = [0, 𝑎] × [0,2𝜋]

Paraboloide hiperbolico

𝜑(𝑢, 𝑣) = (𝑎 𝑢 cos ℎ(𝑣) , 𝑏 𝑢 sin ℎ(𝑣) , 𝑢2 )


Sendo (𝑢, 𝑣)𝜖 𝐷, 𝐷 = [0, 𝑎] × [0,2𝜋]

11.- 4𝜋𝑅2

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114
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Superfície esférica.

12.- 2𝜋𝑅𝐻

13

Área =𝜋 𝑙 2 𝑎√𝑐 2 + 𝑎2

15.- 𝑀(𝑇 2 ) = (2𝜋)2 𝑎𝑏(𝑏 2 + 2𝑎2 )

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115
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5.5 Aplicações de integral dupla e tripla

5.51 Volume de sólidos.

Este tipo de questões já temos estudado antes, temos aqui mais alguns
exercícios.
Exercício 5.51.- Determine o volume do sólido W, limitado pelas
superfícies definidas pelas funções 𝑧 = 𝑥 2 + 𝑦 2 e 𝑧 = 4 − 𝑥 2 − 𝑦 2

Solução.

Sabemos que as duas superfícies são paraboloides de rotação, logo as


curvas de nível são circunferências. Podemos determinar a equação da
curva que define a interseção das duas superfícies.
Para isto devemos resolver simultaneamente o sistema:
𝑧 = 4 − 𝑥 2 − 𝑦2,
𝑧 = 𝑥 2 + 𝑦2,
logo ∶ 4 − 𝑥 2 − 𝑦 2 = 𝑥 2 + 𝑦 2 , por tanto 2 = 𝑥 2 + 𝑦 2 , esta é uma
circunferência de raio √2.

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Cálculo II, exercícios
116
ect/ufrn

Na figura, a projeção do solido W no plano xy é o domínio D, cuja forma


é circular de raio 𝑅 = √2.

Ou seja:

𝑊 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅 3 / (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷𝑖𝑠𝑐𝑜 𝐷, 𝑥 2 + 𝑦 2 ≤ 𝑧 ≤ 4 − 𝑥 2 − 𝑦 2 }

4−𝑥 2 −𝑦 2

𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∭ 𝑑𝑉 = ∭ 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 = ∬ ∫ 𝑑𝑧 𝑑𝑦 𝑑𝑥
𝑊 𝑊 𝐷 𝑥 2 +𝑦 2

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117
ect/ufrn

𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∬(4 − 2𝑥 2 − 2𝑦 2 )𝑑𝑦𝑑𝑥


𝐷
Como o domínio de integração é circular, então é melhor utilizar as
coordenadas polares para realizar a integração, logo: 𝑥 = 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃),
𝑦 = 𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃), 𝑑𝑥𝑑𝑦 = 𝑟𝑑𝑟 𝑑𝜃.

𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∬(4 − 2𝑟 2 ) 𝑟𝑑𝑟 𝑑𝜃


𝐷
Em D: 0 ≤ 𝑟 ≤ √2, 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋
2𝜋 √2

𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∫ ∫ (4 − 2𝑟 2 ) 𝑟𝑑𝑟 𝑑𝜃
0 0
A integral, pode ser simplificada com a substituição 𝑢 = 4 − 2𝑟 2 , logo :
𝑑𝑢 = −4𝑟𝑑𝑟.
2𝜋 √2 √2
𝑑𝑢
𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∫ [∫ (4 − 2𝑟 2 ) 𝑟𝑑𝑟] 𝑑𝜃 = 2𝜋 ∫ 𝑢 (− )
4
0 0 0

𝜋
𝑣𝑜𝑙(𝑊) = − (4 − 2𝑟 2 )2 )|√2 0 = 4𝜋. Resposta
4

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118
ect/ufrn

5.52 Cálculo da massa de objetos com densidade


arbitraria.

Sólido: 3D

Arame fino:1D
dV

ds

dA

Lamina fina: 2D

a) Caso unidimensional. Temo um arame fino, de densidade linear 𝞴


(kg/m)

𝜆: 𝑅3 → 𝑅 , 𝜆 = 𝜆(𝑥, 𝑦, 𝑧).
ds : elemento de arco,
dm : elemento de massa

𝑑𝑚
𝜆= , logo 𝑑𝑚 = 𝜆 𝑑𝑠, finalmente
𝑑𝑠

𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎(𝑎𝑟𝑎𝑚𝑒) = ∫ 𝜆(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑠

b) Caso bidimensional. Temos uma lamina fina de densidade


superficial 𝞼: kg/m2

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119
ect/ufrn

𝜎: 𝑅3 → 𝑅 , 𝜎 = 𝜎(𝑥, 𝑦, 𝑧).
dA : elemento de área
dm : elemento de massa

𝑑𝑚
𝜎= , logo 𝑑𝑚 = 𝜎 𝑑𝐴, finalmente
𝑑𝐴

𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎(𝑙𝑎𝑚𝑖𝑛𝑎) = ∬ 𝜎(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝐴

c) Caso tridimensional. Temos um objeto tridimensional com


densidade volumétrica 𝞺: kg/m3.
𝜌: 𝑅3 → 𝑅 , 𝜌 = 𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧).
dV : elemento de volume,
dm : elemento de massa

𝑑𝑚
𝜌= , logo 𝑑𝑚 = 𝜌 𝑑𝑉, finalmente
𝑑𝑉

𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎(𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜) = ∭ 𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑉

Exercício 5.52.- Um arame fino horizontal tem comprimento L=3m.


A densidade do arame é 𝞴 = (2+x2) kg/m. Determine a massa do
arame. x é medido do extremo esquerdo do arame.

Solução. Consideremos um sistema de coordenadas localizado no


extremo esquerdo do arame.

dm
ds
x

X=0 x X=3

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120
ect/ufrn
𝑑𝑚
No ponto x do arame, temos: 𝜆 = . Logo a massa total (M) do
𝑑𝑠
arame será :

3 3 3
𝑀 = ∫0 𝑑𝑚 = ∫0 𝜆 𝑑𝑠 = ∫0 (2 + 𝑥 2 ) 𝑑𝑥.

Observe que como o arame é paralelo ao eixo x, ds=dx. Integrando

𝑥3
𝑀 = (2𝑥 + ) |30 = 15 𝑘𝑔. Resposta.
3

Exercício 5.53 Considere um solido cilíndrico vertical W, em


coordenadas cartesianas :
𝑊 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅2 / 𝑥 2 + 𝑦 2 = 9, −4 ≤ 𝑧 ≤ 4}

Suponhamos que tal cilindro tenha densidade de massa igual a:


𝜌(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 + 𝑦 2 + 1. Determine a massa total do solido W.

Solução. No ponto interior 𝑟⃗ = (𝑥, 𝑦, 𝑧) do cilindro localizamos um


elemento diferencial 𝑑𝑚 de volume 𝑑𝑉 (ver figura).

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121
ect/ufrn

A densidade 𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧) local para tal elemento de volume se calcula


assim:
𝑑𝑚
𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧) =
𝑑𝑉

Por tanto, 𝑑𝑚 = 𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑉. A massa total do cilindro 𝑀𝑡 será a


integral de 𝑑𝑚 em toda a região volumétrica do cilindro W, ou seja:

𝑀𝑡 = ∭ 𝑑𝑚 = ∭ 𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑉 = ∭ 𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧
𝑊 𝑊
A questão a seguir é encontrar convenientemente os limites de integração
de 𝑊. Como temos um solido cilíndrico, então, nada mais natural integrar
em coordenadas cilíndricas,

(𝑥, 𝑦, 𝑧) → (𝑟, 𝜃, 𝑧)

De acordo á seção 3.11, nas coordenadas cilíndricas o elemento de


volume fica assim:

𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 = 𝑟𝑑𝑟𝑑𝜃𝑑𝑧

Logo :

𝑀𝑡 = ∭ 𝜌(𝑟, 𝜃, 𝑧) 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝑧
𝑊

De acordo a figura anterior, os limites de integração do solido 𝑊 em


coordenadas polares é :

𝑊 = {(𝑟, 𝜃, 𝑧) ∈ 𝑅3 / 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋, 0 ≤ 𝑟 ≤ 3, −4 ≤ 𝑧 ≤ 4}

E a função densidade em coordenadas cilíndricas é :


𝜌(𝑟, 𝜃, 𝑧) = 𝑟 2 + 1

Substituindo na formula da massa.

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122
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2𝜋 3 4

𝑀𝑡 = ∫ ∫ ∫(𝑟 2 + 1) 𝑟 𝑑𝑧 𝑑𝑟 𝑑𝜃
0 0 −4

Integrando em z e avaliando nos limites de integração:

2𝜋 3

𝑀𝑡 = ∫ ∫(𝑟 2 + 1)𝑟 [ 8] 𝑑𝑟 𝑑𝜃
0 0
Integrando em r:

2𝜋 2𝜋
𝑟4 𝑟2
𝑀𝑡 = 8 ∫ [ + ]30 𝑑𝜃 = 198 ∫ 𝑑𝜃
4 2
0 0

𝑀𝑡 = 396 𝜋

5.53 Cálculo do momento de inércia de um solido de


densidade arbitraria.

Em mecânica, o momento de inércia de um corpo, expressa o grau


de resistência que oferece o corpo quando forças externas ou
torques externos tentam modificar o estado de movimento do
mesmo. A diferença da massa inercial, que é um escalar; o
momento de inércia ou tensor de inércia depende da massa do
corpo e a distribuição geométrica da massa em torno ao eixo de
rotação instantâneo. Quanto maior momento de inércia tiver um
objeto, mais difícil será fazê-lo girar ou alterar a sua rotação em
torno ao eixo de rotação. As partículas que ficam mãos longe do
eixo de rotação são as que mais contribuem ao momento de inércia.

Analogia:

𝑃⃗⃗= 𝑚 𝑉
⃗⃗ 𝐿⃗⃗ = 𝐼𝑤
⃗⃗⃗
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𝐹⃗𝑅 = 𝑚 𝑎⃗ 𝜏⃗ = 𝐼 𝛽⃗

𝐿⃗⃗ → momento angular do corpo em relação ao eixo de rotação


𝜏⃗ → torque da força externa total sobre o corpo em relação ao
eixo de rotação.
𝛽⃗ → aceleração angular do corpo em relação ao eixo de rotação.
𝐼 → momento de inércia do corpo em relação ao eixo de rotação.

𝞫� 𝞽�
Eixo instantâneo
de rotação
d dm
Fr

Sólido
rotação
em
Reta L
Formula de momento de inercial de um elemento diferencial de
massa em relação ao eixo de rotação L.

𝑑𝐼 = 𝑑𝑚 𝑑 2
𝑑𝐼 → elemento diferencial de momento de inércia da massa dm.
𝑑𝑚 → elemento diferencial de massa.

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124
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Exercícios 5.54.- Considere um disco de espessura desprezível, de


densidade constante, massa total M e raio R, centralizada na
origem de coordenadas e localizada no plano xy.
a) Determine o momento de inércia do disco em relação ao eixo
vertical z que passa pela origem de coordenadas.
b) Determine o momento de inércia do disco em relação ao eixo x
que descansa no eixo diametral do disco.
Solução
a) Eixo de rotação colinear ao eixo z.

O elemento diferencial do momento de inércia da massa diferencial dm é :


dI = dm r2. Sendo r a distancia perpendicular da localização da massa dm
ao eixo z (eixo de rotação). Dado que a origem de coordenadas esta no
centro do disco, então r também é o raio vetor da massa diferencial dm.
Dado a simetria circular do disco, podemos analisar o problema em
coordenadas polares.

𝑑𝑚
𝑑𝐼 = 𝑑𝑚 𝑟 2 = 𝜎 𝑑𝐴 𝑟 2 , sendo 𝜎 = a densidade superficial do disco.
𝑑𝐴
Como a densidade é constante, então

𝑀 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀
𝜎= = , logo o momento de inércia do disco I é:
á𝑟𝑒𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝜋 𝑅2

2𝜋 𝑅

𝐼 = ∫ 𝑑𝐼 = ∬ 𝜎 𝑑𝐴 𝑟 2 = ∬ 𝜎 𝑟 2 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = 𝜎 ∫ ∫ 𝑟 3 𝑑𝑟 𝑑𝜃
𝑑𝑖𝑠𝑐𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑐𝑜 0 0

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ect/ufrn
2𝜋 𝑅 𝑀
𝐼 = 𝜎 ∫0 𝑑𝜃. ∫0 𝑟 3 𝑑𝑟 = 𝜎 2𝜋 𝑅4 = . 2𝜋 𝑅4 = 𝑀𝑅2 . Resposta.
𝜋 𝑅2

b) Eixo de rotação localizado no eixo y.

Como o eixo de rotação é o eixo y, então o elemento diferencial de


momento de inércia dI será : 𝑑𝐼 = 𝑑𝑚 𝑥 2 . Sendo x a distancia do
elemento diferencial dm ao eixo y. Então

𝑀
𝑑𝐼 = 𝑑𝑚 𝑥 2 = 𝜎 𝑑𝐴 (𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃))2 , sendo 𝜎 = 2 a densidade superficial
𝜋𝑅
constante do disco. Logo o momento de inércia do disco I é:

𝐼 = ∫ 𝑑𝐼 = ∬ 𝜎 𝑑𝐴 𝑟 2 sin(𝜃)2 = ∬ 𝜎 (𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃) 𝑟 2 sin(𝜃)2


𝑑𝑖𝑠𝑐𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑐𝑜

2𝜋 𝑅 2𝜋 𝑅

𝐼 = 𝜎 ∫ ∫ 𝑟 3 sin(𝜃)2 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = 𝜎 ∫ sin(𝜃)2 𝑑𝜃 ∫ 𝑟 3 𝑑𝑟
0 0 0 0

1−cos(𝜃)
Sabemos: sin(𝜃)2 = , por tanto
2

2𝜋 𝑅 𝑅4 𝑀 𝑅4 𝑀𝑅 2
∫0 sin(𝜃)2 𝑑𝜃 = 𝜋, ∫0 𝑟 3 𝑑𝑟 = 4
. Finalmente 𝐼 =
𝜋𝑅 2
.𝜋.
4
=
4
,
resposta.

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126
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Exercícios 5.55.- Considere um cone sólido e vertical, com base circular de


raio R e centralizada na origem de coordenadas. Considere também que o
vértice do cone se encontra no ponto (0,0,H). Determine o momento de
inércia do cone, em relação ao eixo vertical que passa pelo centro da base
e o vértice do cone, nas seguintes situações.
a) Cone homogêneo de densidade constante 𝞺.
b) Cone com densidade variável da forma 𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧) = |𝑦|.

Solução.

Dada a simetria cilíndrica do sólido, é conveniente realizar as contas em


coordenadas cilíndricas.

𝑑𝑚 = 𝜌 𝑑𝑣

𝜌 = 𝜌(𝑟, 𝜃, 𝑧)

Elemento de volume

𝑑𝑣 = 𝑟𝑑𝑟𝑑𝜃𝑑𝑧

O momento de inércia do elemento de massa dm, em relação ao eixo z é


𝑑𝐼 = 𝑑𝑚 𝑟 2 , sendo r a distancia do elemento de massa ao eixo vertical z.
Ao mesmo tempo r, representa a parte radial das coordenadas cilíndricas
do ponto (𝑟, 𝜃, 𝑧) onde se encontra o elemento de volume dm.

𝐼 = ∫ 𝑑𝐼 = ∭ 𝑑𝑚 𝑟 2 = ∭ 𝜌 𝑑𝑣 𝑟 2 = ∭ 𝜌 𝑟𝑑𝑟𝑑𝜃𝑑𝑧 𝑟 2
𝑐𝑜𝑛𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑒
Caso a : No primeiro caso o cone é homogêneo, logo a densidade 𝞺 é
constante, por tanto a densidade por sair fora de integral.

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Cálculo II, exercícios
127
ect/ufrn

Para calcular a integral tripla, realizamos a projeção do solido no plano xy,


de forma similar como foi feito no exercício xxx, onde calculamos o
volume do cone. O cone em coordenadas cilíndricas:

𝑐𝑜𝑛𝑒 = {0 ≤ 𝑟 ≤ 𝑅, 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋, 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝑧𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑖𝑐𝑎 }

𝐻
Sendo 𝑧𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑖𝑐𝑎 = 𝐻 − 𝑟, finalmente a integral anterior fica
𝑅
assim:
𝐻
2𝜋 𝑅 𝐻− 𝑅 𝑟 2𝜋 𝑅
𝐻 4
𝐼 = 𝜌 ∫ ∫[ ∫ 𝑟 3 𝑑𝑧] 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = 𝜌 ∫ ∫ (𝐻𝑟 3 − 𝑟 ) 𝑑𝑟𝑑𝜃
𝑅
0 0 0 0 0

2𝜋
𝑅4 𝑅4 𝜋 𝐻𝑅4
𝐼 = 𝜌 ∫ (𝐻 − 𝐻 ) 𝑑𝜃 = 𝜌
4 5 10
0

𝑀 𝑐𝑜𝑛𝑒 𝑀
Em função da massa total M, a densidade seria: 𝜌 = =1 ,
𝑉 𝑐𝑜𝑛𝑒 𝜋𝑅 2 𝐻
3
substituindo isto na relação anterior, chegamos ao resultado mais
conhecido nos livros de consulta.

3𝑀2
𝐼𝑐𝑜𝑛𝑒 = Resposta.
10

5.54 Centro de massa de arames, laminas e sólidos

Considere um objeto volumétrico 𝑉 de densidade de massa 𝜌: 𝑅3 →


𝑅, 𝜌 = 𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧). Logo num certo sistema de coordenadas a localização do
centro de massa 𝑟⃗𝐶.𝑀. é dado pela seguinte formula.

∭𝑉 𝑟⃗ 𝑑𝑚
𝑟⃗𝐶.𝑀. =
∭𝑉 𝑑𝑚

Que em componentes da:

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Cálculo II, exercícios
128
ect/ufrn

∭𝑉 𝑥 𝑑𝑚 ∭𝑉 𝑦 𝑑𝑚 ∭𝑉 𝑧 𝑑𝑚
𝑥𝐶.𝑀. = , 𝑦𝐶.𝑀. = , 𝑧𝐶.𝑀. = ,
∭𝑉 𝑑𝑚 ∭𝑉 𝑑𝑚 ∭𝑉 𝑑𝑚

CM
dm

rCM

r

y
x

No caso particular de objetos bidimensionais ou unidimensionais, em


adequadas sistemas de coordenadas, o número de coordenadas
necessários para definir o centro de massa se reduz a dois e um,
respectivamente.
Exemplo 5.56. Considere uma lamina homogênea em forma de triangulo
retângulo de lados a e b, respectivamente, demonstrar que o centro de
massa se encontra no baricentro do triangulo.

HLCS
Cálculo II, exercícios
129
ect/ufrn

Solução.- Como a lamina é plana, então as coordenadas do centro de


massa tem a seguinte formula

∬𝑆 𝑥 𝑑𝑚 ∬𝑆 𝑦 𝑑𝑚
𝑥𝐶.𝑀. = , 𝑦𝐶.𝑀. =
∬𝑆 𝑑𝑚 ∬𝑆 𝑑𝑚

∬𝑆 𝑑𝑚 é a massa total da lamina homogênea. Sendo 𝑆 a superfície total


da lamina triangular e 𝑑𝑚 = 𝜎 𝑑𝑥𝑑𝑦. Como a lamina é homogênea, logo
𝑘𝑔
a densidade de massa superficial 𝜎( 2) é constante, com isto as integrais
𝑚
ficam assim:

∬𝑆 𝑥 𝑑𝑥𝑑𝑦 ∬𝑆 𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦
𝑥𝐶.𝑀. = , 𝑦𝐶.𝑀. =
∬𝑆 𝑑𝑥𝑑𝑦 ∬𝑆 𝑑𝑥𝑑𝑦

HLCS
Cálculo II, exercícios
130
ect/ufrn

Para realizar as integrais, precisamos definir os limites de integração, para


isto necessitamos escrever a equação que descreve o triangulo em
coordenadas cartesianas, isto já temos estudado na matéria de calculo, e
é como segue:
𝑎
𝑆 = {0 ≤ 𝑦 ≤ 𝑎 − 𝑥, 0 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏}
𝑏

Daí:
𝑎
𝑎− 𝑥
𝑏 𝑏
𝑎𝑏
𝑀𝑆 = ∬ 𝑑𝑥𝑑𝑦 = ∫ ∫ 𝑑𝑦 𝑑𝑥 =
2
𝑆 0 0

𝑎
𝑎− 𝑥
𝑏 𝑏
𝑎𝑏 3
∬ 𝑥 𝑑𝑥𝑑𝑦 = ∫[ ∫ 𝑥 𝑑𝑦] 𝑑𝑥 =
6
𝑆 0 0
De forma similar

𝑎
𝑎− 𝑥
𝑏 𝑏
𝑏𝑎3
∬ 𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦 = ∫[ ∫ 𝑦 𝑑𝑦] 𝑑𝑥 =
6
𝑆 0 0
Por tanto

𝑎𝑏 3 𝑏𝑎3
𝑏 𝑎
𝑥𝐶.𝑀. = 6 = , 𝑦𝐶.𝑀. = 6 =
𝑎𝑏 3 𝑎𝑏 3
2 2

HLCS
Cálculo II, exercícios
131
ect/ufrn

De acordo a figura anterior, o baricentro divide as medianas na proporção


1 a 2, por tanto as coordenadas do baricentro, no sistema de coordenadas
𝑎 𝑏
indicado, é ( , ) sendo a e b as medidas dos dois lados retos do
3 3
triangulo. Este resultado coincide com o calculo anterior feito para o
centro de massa. Por tanto o centro de massa da lamina triangular
homogênea coincide com o baricentro.

Exercício 5.57.- Considere um cilindro de seção transversal reto de raio R e


altura H e densidade 𝜌(𝑟, 𝜃, 𝑧) = 𝜌0 + 𝑎 𝑟 2 (em coordenadas cilíndricas).
Determine o momento de inercia em relação a um eixo vertical que passa
pela geratriz do cilindro. Sendo 𝜌0 , 𝑎 constantes numéricas.

HLCS
Cálculo II, exercícios
132
ect/ufrn

Solução.-
A localização da origem de coordenadas, não vai alterar o resultado final
do momento de inercia, já que esta somente depende da massa do objeto
e suas dimensões geométricas. O mais natural é escolher o sistema de
coordenadas, de tal forma que o eixo z seja coaxial ao cilindro e a origem
de coordenas no centro da base, como segue

Precisamos determinar d em termos das coordenadas cilíndricas.


Da figura a seguir

HLCS
Cálculo II, exercícios
133
ect/ufrn

Temos que
𝑑 2 = 𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃)2 + (𝑅 + 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃)2 = 𝑅2 + 𝑟 2 + 2 𝑅 𝑟 𝑐𝑜𝑠(𝜃)
Logo, já podemos calcular o elemento diferencial do momento de inercia
do cilindro em relação ao eixo de rotação 𝐿.
𝑑𝐼 = 𝑑𝑚 𝑑 2 = 𝑑𝑚 . (𝑅2 + 𝑟 2 + 2 𝑅 𝑟 𝑐𝑜𝑠(𝜃))

𝐼=∫ 𝑑𝑚 𝑑 2
𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜
Sabemos que 𝑑𝑚 = 𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑣 é o elemento diferencial de massa
dentro do cilindro.

𝐼= ∭ (𝑅2 + 𝑟 2 + 2 𝑅 𝑟 𝑐𝑜𝑠(𝜃)). 𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑣


𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜

𝐼= ∭ (𝑅 2 + 𝑟 2 + 2 𝑅 𝑟 𝑐𝑜𝑠(𝜃)). (𝜌0 + 𝑎 𝑟 2 ) 𝑟𝑑𝑟𝑑𝜃𝑑𝑧


𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜

De acordo a localização do sistema de coordenadas, o cilindro está


definido em coordenadas cilíndricas, assim:

𝐶𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 = {(𝑟, 𝜃, 𝑧) ∈ 𝑅3 / 0 ≤ 𝑟 ≤ 𝑅, 0 ≤ 𝜃 < 2𝜋, 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝐻


Logo
𝐼 = 𝐼1 + 𝐼2 + 𝐼3 + 𝐼4 + 𝐼5

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Cálculo II, exercícios
134
ect/ufrn

2𝜋 𝑅 𝐻

𝐼1 = ∫ ∫ ∫ 𝑅2 𝜌0 𝑟𝑑𝑧 𝑑𝑟𝑑𝜃
0 0 0

2𝜋 𝑅 𝐻

𝐼2 = ∫ ∫ ∫ 𝑅2 𝑎 𝑟 2 𝑟𝑑𝑧 𝑑𝑟𝑑𝜃
0 0 0
2𝜋 𝑅 𝐻

𝐼3 = ∫ ∫ ∫ 𝑟 2 𝜌0 𝑟𝑑𝑧 𝑑𝑟𝑑𝜃
0 0 0

2𝜋 𝑅 𝐻

𝐼4 = ∫ ∫ ∫ 𝑎𝑟 4 𝑟𝑑𝑧 𝑑𝑟𝑑𝜃
0 0 0

2𝜋 𝑅 𝐻

𝐼5 = ∫ ∫ ∫ 2 𝑅 𝑟 𝑐𝑜𝑠(𝜃)(𝜌0 + 𝑎 𝑟 2 ) 𝑟𝑑𝑧 𝑑𝑟𝑑𝜃


0 0 0

2𝜋

𝐼5 = 2𝑅 ∫ 𝑐𝑜𝑠(𝜃)𝑑𝜃. ∬ 𝑟(𝜌0 + 𝑎 𝑟 2 ) 𝑟𝑑𝑧 𝑑𝑟


0
2𝜋
Observe que ∫0 𝑐𝑜𝑠(𝜃)𝑑𝜃 = 0, logo 𝐼5 = 0.

𝐼1 = 𝜋𝐻𝜌0 𝑅4
𝜋𝐻𝑎𝑅6
𝐼2 =
2
𝜋𝐻𝜌0 𝑅4
𝐼3 =
2
𝜋𝐻𝑎𝑅6
𝐼4 =
3

Finalmente;
3𝜌0 𝑎𝑅2
4
𝐼 = 𝜋𝐻𝑅 ( + )
2 3

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Cálculo II, exercícios
135
ect/ufrn

Exercicio 5.58.- Considere o hemisfério norte de uma esfera maciça de


raio R, e densidade de massa 𝜌(𝑟, 𝜃, ∅) = 𝜌0 𝑒 cos(𝜃) . Determine o centro
de massa
Solução.-

Pela definição de centro de massa, temos:

∭𝑉 𝑥 𝑑𝑚 ∭𝑉 𝑦 𝑑𝑚 ∭𝑉 𝑧 𝑑𝑚
𝑥𝐶.𝑀. = , 𝑦𝐶.𝑀. = , 𝑧𝐶.𝑀. = ,
∭𝑉 𝑑𝑚 ∭𝑉 𝑑𝑚 ∭𝑉 𝑑𝑚

Primeiro vamos calcular ∭𝑉 𝑑𝑚

∭ 𝑑𝑚 = ∭ 𝜌(𝑟, 𝜃, ∅) 𝑑𝑣
𝑉 𝑠𝑒𝑚𝑖−𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎

= ∭ 𝜌(𝑟, 𝜃, ∅) 𝑟 2 sin(𝜃) 𝑑𝑟 𝑑𝜃𝑑∅


𝑠𝑒𝑚𝑖−𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎

𝑀𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∭ 𝜌0 𝑒 cos(𝜃) 𝑟 2 sin(𝜃) 𝑑𝑟 𝑑𝜃𝑑∅


𝑠𝑒𝑚𝑖−𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎

𝜋
2𝜋 𝑅 2

𝑀𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝜌0 ∫ 𝑑∅ ∫ 𝑟 2 𝑑𝑟 ∫ 𝑒 cos(𝜃) sin(𝜃) 𝑑𝜃


0 0 0

𝜋
2

∫ 𝑒 cos(𝜃) sin(𝜃) 𝑑𝜃 = 𝐼1 ? ?
0
Utilizando mudança de coordenadas: 𝑢 = cos(𝜃)

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Cálculo II, exercícios
136
ect/ufrn
𝜋
cos(𝜃) 2
𝐼1 = −𝑒 |0 = (𝑒 − 1)

𝑅3 (𝑒 − 1)
𝑀𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝜌0 2𝜋
3

∭ 𝑥 𝑑𝑚 = ∭ 𝑥 𝜌0 𝑒 cos(𝜃) 𝑟 2 sin(𝜃) 𝑑𝑟 𝑑𝜃𝑑∅


𝑉 𝑠𝑒𝑚𝑖−𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎

∭ 𝑥 𝑑𝑚 = ∭ 𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃)cos(∅) 𝜌0 𝑒 cos(𝜃) 𝑟 2 sin(𝜃) 𝑑𝑟 𝑑𝜃𝑑∅


𝑉 𝑠𝑒𝑚𝑖−𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎

𝜋
2𝜋 𝑅 2

∭ 𝑥 𝑑𝑚 = 𝜌0 ∫ cos(∅)𝑑∅ ∫ 𝑟 3 𝑑𝑟 ∫ 𝑠𝑖𝑛(𝜃) 𝑒 cos(𝜃) sin(𝜃) 𝑑𝜃


𝑉 0 0 0

De forma similar

∭ 𝑦 𝑑𝑚 = ∭ 𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃)sin(∅) 𝜌0 𝑒 cos(𝜃) 𝑟 2 sin(𝜃) 𝑑𝑟 𝑑𝜃𝑑∅


𝑉 𝑠𝑒𝑚𝑖−𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎

𝜋
2𝜋 𝑅 2

∭ 𝑦 𝑑𝑚 = 𝜌0 ∫ sin(∅)𝑑∅ ∫ 𝑟 3 𝑑𝑟 ∫ 𝑠𝑖𝑛(𝜃) 𝑒 cos(𝜃) sin(𝜃) 𝑑𝜃


𝑉 0 0 0

Observe que
2𝜋 2𝜋

∫ 𝑠𝑖𝑛(∅)𝑑∅ = 0 , ∫ 𝑐𝑜𝑠(∅)𝑑∅ = 0
0 0
Logo,

∭ 𝑥 𝑑𝑚 = 0, ∭ 𝑦 𝑑𝑚 = 0
𝑉 𝑉

HLCS
Cálculo II, exercícios
137
ect/ufrn

Dai que se conclui:

𝑥𝐶.𝑀. = 𝑦𝐶.𝑀. = 0

∭ 𝑧 𝑑𝑚 = ∭ 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃) 𝜌0 𝑒 cos(𝜃) 𝑟 2 sin(𝜃) 𝑑𝑟 𝑑𝜃𝑑∅


𝑉 𝑠𝑒𝑚𝑖−𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎

𝜋
2𝜋 𝑅 2

∭ 𝑧 𝑑𝑚 = 𝜌0 ∫ 𝑑∅ ∫ 𝑟 3 𝑑𝑟 ∫ 𝑐𝑜𝑠(𝜃) 𝑒 cos(𝜃) sin(𝜃) 𝑑𝜃


𝑉 0 0 0

𝜋
2
𝑅4
∭ 𝑧 𝑑𝑚 = 2𝜋𝜌0 ∫ 𝑐𝑜𝑠(𝜃) 𝑒 cos(𝜃) sin(𝜃) 𝑑𝜃
4
𝑉 0

𝜋
2

∫ 𝑐𝑜𝑠(𝜃) 𝑒 cos(𝜃) sin(𝜃) 𝑑𝜃 =?


0

Realizando mudança de variáveis 𝑤 = 𝑐𝑜𝑠(𝜃), logo

𝐼2 = − ∫ 𝑤𝑒 w 𝑑𝑤
Por integração por partes

𝐼2 = 1

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Cálculo II, exercícios
138
ect/ufrn

𝑅4
∭ 𝑧 𝑑𝑚 = 2𝜋𝜌0
4
𝑉
Finalmente

𝑅4
∭𝑉 𝑧 𝑑𝑚 2𝜋𝜌0 3𝑅
𝑧𝐶.𝑀. = = 4 =
3
𝑅 (𝑒 − 1) 4(𝑒 − 1)
∭𝑉 𝑑𝑚 𝜌0 2𝜋
3

5.55 carga elétrica de distribuição de cargas elétricas.

Consideremos uma superfície arbitraria 𝑆 no espaço R3, definida pela


função suave 𝐹: 𝑅2 → 𝑅, tal que 𝑧 = 𝐹(𝑥, 𝑦). Consideremos também
que a superfície seja condutora, com uma densidade de carga elétrica
𝜎(𝑥, 𝑦, 𝑧). Para determinar a carga total acumulada na superfície,
realizamos o seguinte procedimento

𝑑𝑄
𝜎(𝑥, 𝑦, 𝑧)|𝑆 =
𝑑𝐴

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dA é elemento diferencial de área na superfície S


dQ é o elemento diferencial de carga elétrica no elemento dA

a equação da superfície pode se escrever na forma 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦), sendo o


domínio da função a projeção da superfície S no plano xy. Ou também
como uma superfície de nível 𝑤 = 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑐, sendo 𝑐 uma constante
numérica.

Logo, a carga elétrica total na superfície S é

𝑄𝑇 = ∬ 𝑑𝑄 = ∬ 𝜎(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝐴
𝑆
Dependendo da geometria da superfície, podemos calcular em
coordenadas cartesianas, esféricas ou cilíndricas.

Exemplo 5.59

Considere uma superfície condutora 𝑆 em forma de superfície esférica


(hemisfério norte) de raio R=4, com densidade superficial de carga
𝜎(𝑥, 𝑦, 𝑧) = √16 − 𝑥 2 − 𝑦 2 . Determine a carga elétrica total da
superfície esférica 𝑆.
a) Utilizando coordenadas esféricas.
b) Utilizando o método de integral dupla em superfícies arbitrarias
(seção 5.51)

Solução.-

a) Considerando as relações de transformações de coordenadas de


cartesianas a esféricas

𝑥 = 𝑟 𝑠𝑖𝑛(𝜃) cos(∅) , 𝑦 = 𝑟 𝑠𝑖𝑛(𝜃) sin(∅) , 𝑧 = 𝑟 𝑐𝑜𝑠(𝜃)

Temos em coordenadas esféricas:

- a equação da superfície esférica é : r=4.


- a densidade de carga superficial 𝜎(𝑥, 𝑦, 𝑧) → 𝜎(𝑟, 𝜃, ∅)

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𝜎(𝑟, 𝜃, ∅) = √16 − 16sin(𝜃)2 = |4cos(𝜃)|


No hemisfério norte
𝜋
𝑆 = {(𝑟, 𝜃, ∅) ∈ 𝑅3 / 0 ≤ 𝜃 ≤ , 0 ≤ ∅ ≤ 2𝜋, 𝑟 = 4}
2

logo a função cos(𝜃) é positivo, daí

𝜎(𝑟, 𝜃, ∅) = 4cos(𝜃)
Por outro lado, o elemento de área na superfície esférica (𝑟 = 𝑅 = 4) é

𝑑𝐴 = 16 sin(𝜃) 𝑑𝜃𝑑∅

Consideremos um elemento de área diferencial 𝑑𝐴, na superfície esférica,


logo, esta área contem uma quantidade de carga diferencial 𝑑𝑄 também.
Se consideramos que neste lugar tem uma densidade de carga 𝜎(𝑟, 𝜃, ∅),
Então temos a seguinte relação:

𝑑𝑄
𝜎(𝑟, 𝜃, ∅) =
𝑑𝐴
Daqui a carga elétrica total na superfície S é

𝑄𝑇 = ∬ 𝑑𝑄 = ∬ 𝜎(𝑟, 𝜃, ∅) 𝑑𝐴
𝑆 𝑆

𝑄𝑇 = ∬ 4 cos(𝜃) . 16 sin(𝜃) 𝑑𝜃 𝑑∅
𝑆

𝜋
2𝜋 2

𝑄𝑇 = 32 ∫ ∫ sin(2 𝜃) 𝑑𝜃 𝑑∅
0 0

𝑄𝑇 = 64𝜋

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b) (tarefa!!)

Exemplo 5.60

Considere uma superfície condutora em forma de um paraboloide de


revolução: 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 + 𝑦 2 + 1 tal que 4 ≤ 𝑥 2 + 𝑦 2 ≤ 9, cuja
densidade de carga elétrica é 𝜎(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑧 + 𝑥 2 + 𝑦 2 . Determine a carga
total na superfície do paraboloide.

Solução.-

Considere um elemento diferencial de área “dA”, na superfície do


paraboloide (𝑆), esta área infinitesimal contem uma quantidade de carga
infinitesimal 𝑑𝑄 também, logo:

𝑑𝑄
𝜎(𝑥, 𝑦, 𝑧) =
𝑑𝐴

Daqui a carga elétrica total na superfície S é

𝑄𝑇 = ∬ 𝑑𝑄 = ∬ 𝜎(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝐴
𝑆 𝑆

Onde a integração dupla se deve realizar na superfície do paraboloide ,


dentro dos limites indicados no enunciado da questão.
Se o domínio que define a superfície é 4 ≤ 𝑥 2 + 𝑦 2 ≤ 9 então é fácil ver
que a imagem da função 𝒛 = 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝒙𝟐 + 𝒚𝟐 + 𝟏, esta limitada entre
𝑧 = 5 e 𝑧 = 10 (ver figura a seguir).

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Substituindo o valor da densidade superficial de carga

𝑄𝑇 = ∬(𝑧 + 𝑥 2 + 𝑦 2 ) 𝑑𝐴
𝑆
Observe que a coordenada z, que aparece na equação anterior esta
inteiramente definida na superfície 𝑆, logo substituindo

𝑄𝑇 = ∬(𝒙𝟐 + 𝒚𝟐 + 𝟏 + 𝑥 2 + 𝑦 2 ) 𝑑𝐴
𝑆

𝑄𝑇 = ∬(1 + 2𝑥 2 + 2𝑦 2 ) 𝑑𝐴
𝑆
Esta integral dupla definida na superfície S, é do tipo estudado no
inicio da seção 5.3, logo, podemos aplicar o método de projeção
estuado na mesma seção. Dai que:

𝑄𝑇 = ∬(1 + 2𝑥 2 + 2𝑦 2 )√1 + 𝑓𝑥 2 + 𝑓𝑦 2 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝐷

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Sendo D (anel circular) a projeção da superfície 𝑆 no plano 𝑥𝑦.


Já que é uma região planar limitada pelas curvas

4 = 𝑥 2 + 𝑦 2 (projeção da curva espacial : 4 = 𝑥 2 + 𝑦 2 , 𝑧 = 5)


e

9 = 𝑥 2 + 𝑦 2 (projeção da curva espacial : 9 = 𝑥 2 + 𝑦 2 , 𝑧 = 10)

Logo,
𝐷 = {(𝑟, 𝜃) 𝜖 𝑅2 , 2 ≤ 𝑟 ≤ 3, 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋}

Além disso, da definição da superfície S:


𝑓𝑥 = 2𝑥, 𝑓𝑦 = 2𝑦
Substituindo na equação da carga total

𝑄𝑇 = ∬𝐷 (1 + 2𝑥 2 + 2𝑦 2 )√1 + 4𝑥 2 + 4𝑦 2 𝑑𝑥 𝑑𝑦.

Iremos resolver a integral anterior em coordenadas polares, como segue:

𝑄𝑇 = ∬(1 + 2𝑟 2 )√1 + 4𝑟 2 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃
𝐷

Que dá:

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2𝜋 3

𝑄𝑇 = ∫ ∫(1 + 2𝑟 2 )√1 + 4𝑟 2 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃
0 2

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5.48 Exercícios

Aplicações

22.-Temos uma superfície plana quadrada limitada por -2 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ y ≤


4, de densidade 𝜌 = (𝑥 2 + 𝑦 2 )gr/cm2. x e y em centímetros. Determine a
massa da superfície plana.
23.- Um arame fino horizontal tem comprimento L=3m. A densidade do
arame é ρ= (2+x2)m/kg. Determine a posição do centro de massa do arame.
x é medido do extremo esquerdo do arame.
24. – Dada uma superfície plana limitada pela reta y=0 e pela curva y=-
x2+4, e considerando a superfície uniforme de densidade ρ = 4|x|.
a) Determine a massa da superfície plana,
b) determine o centro de massa de dita superfície.
25.- Determine o centróide da cunha sólida homogênea limitada pelos
𝑐
planos 𝑥 = 0, 𝑥 = 𝑎, 𝑦 = 0, 𝑦 = 𝑏, 𝑧 = 0 e 𝑧 = 𝑐 − ( ) 𝑥. 𝑎, 𝑏, 𝑐 são
𝑎
constantes.
26. - Um plano intercepta os eixos “x”, “y” e “z” nos pontos (3,0,0), (0,2,0)
e (0,0,1) respectivamente.
a) Determine o volume do sólido.
b) Determine a massa deste sólido de densidade ρ=4xy.
27. - Seja um lâmina em forma de semicírculo de raio R e seja P=(r,θ) um
ponto arbitrário dentro do semicírculo. Nesse ponto a densidade é ρ = k r,
sendo r a distancia do centro do semicírculo (origem de coordenadas) até o
ponto P. k é constante.
a) Determine a massa total da lamina.
b) Determine as coordenadas do centro de massa da lâmina .

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2
1000𝑦 𝑒 𝑦
28.- seja 𝑓(𝑥, 𝑦) = |𝑥𝑦| , a densidade superficial da população de certo
1+
2
tipo de bactéria no plano xy, onde x e y são medidos em centímetros,
encontre a população total de bactérias dentro do retângulo −4 ≤ 𝑥 ≤
4, 0 ≤ 𝑦 ≤ 4.

29.- Seja uma superfície planar limitada pelas hipérboles 𝑦 2 − 𝑥 2 =


1, 𝑦 2 − 𝑥 2 = 4, 𝑥𝑦 = 1, 𝑦𝑥 = 4 . Se a densidade da superfície for
𝜌(𝑥, 𝑦) = |𝑥𝑦(𝑦 2 − 𝑥 2 )|, determine a massa da superfície em questão.
30. O momento de inercia I de uma particula pontual infinitesimal de
massa dm em relação a um eixo L dado, se calcula assim dI = r2 dm,
sendo r a distancia da particula ao eixo L.
Determine o momento de inércia de uma lamina circular homogênea
de raio R e massa M, em relação :
a) Ao eixo vertical “z” que passa pelo centro da lamina.
b) Ao eixo horizontal “x” que passa pela reta diametral da lamina.
c) Ao eixo horizontal “y” que passa pela reta diametral da lamina.
A lamina está localizada no plano xy e centralizada na origem de
coordenadas.

31.- Temos um cone solido homogêneo de massa M, de altura H e base


circular de raio R. Determine o momento de inércia do cone em relação
ao eixo axial que passa pelo vértice e o centro da sua base circular.

32.- Um cone de base circular de raio 2 e altura 4 esta colocada no


plano xy, centralizada na origem de coordenadas (o vértice se encontra
no ponto (0,0,4)). A densidade do cone é variável sendo igual a
𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧) = |𝑦|. Determine a massa total do cone.

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33.- Determine o momento de inércia de um cilindro de raio R e altura


H, em relação ao eixo axial do cilindro, nos seguintes casos.
a) O cilindro de massa M é homogêneo.
b) o cilindro tem densidade 𝞺(x,y,z) = x2+y2+1.
A base do cilindro se encontra no plano xy e centralizada na origem de
coordendas.
34.- Determine o momento de inércia de um paralelepípedo
homogêneo de dimensões: a, b e c em relação ao eixo vertical que
passa pelo centro do solido de massa M.
35.- Considere um cone reto com vértice no ponto (0,0,H) e com a base
circular de raio R localizada no plano 𝑥𝑦 e centralizada na origem de
coordenadas. Determine o momento de inércia do cone em relação ao
eixo horizontal que passa pelo centro da base circular do cone.
a) No caso que o sólido seja homogêneo de densidade 𝜌0
b) No caso que o sólido seja homogêneo de densidade 𝜌 = 1 − cos(𝜃)
36.- Seja uma superfície planar limitada pelas hipérboles 𝑦 2 − 𝑥 2 =
1, 𝑦 2 − 𝑥 2 = 4, 𝑥𝑦 = 1, 𝑦𝑥 = 4 . Se a densidade da superfície for
𝜌(𝑥, 𝑦) = |𝑥𝑦(𝑦 2 + 𝑥 2 )|, determine a massa da superfície em questão.

37.- Considere a seguintes transformações de coordenadas


𝑇: (𝑟, 𝜃, 𝜙) → (𝑥, 𝑦, 𝑧):
𝑥 = 𝑎 𝑟 sin(𝜃) cos(𝜙)
𝑦 = 𝑏 𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃)sin(∅)
𝑧 = 𝑐 𝑟 cos(𝜃),
Sendo: 𝑎 > 0, 𝑏 > 0, 𝑐 > 0, 𝜃 𝜖[0, 𝜋], 𝜙 𝜖 [0,2𝜋 >
a) Verifique que a região
𝐷 = {𝑟 = 1,0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋, 0 ≤ ∅ ≤ 2𝜋},
em coordenadas esféricas, representa uma superfície do
𝑥2 𝑦2 𝑧2
elipsoide 2
+ 2
+ = 1, em coordenadas cartesianas.
𝑎 𝑏 𝑐2
b) Determine o jacobiano da transformação

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c) Determine o volume do elipsoide.

38.- Determine a área de uma superfície esférica de raio R,


utilizando o método da integração dupla em superfícies arbitrarias.
39.- Considere uma superfície condutora em forma de superfície
cônica 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) = 4 − 2√𝑥 2 + 𝑦 2 , com densidade superficial de
carga 𝜎(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥 2 + 𝑦 2 + 1. Determine a carga total da superfície
cônica condutora.
40.- Considere o hemisfério norte de uma esfera maciça de raio R=2.
Determine o momento de inercia do solido em relação ao eixo
vertical que passa pelo polo norte do hemisfério, nos seguintes
casos
a) semi-esfera homogênea, com densidade 𝜌0
b) semi-esfera com densidade 𝜌 = 𝜌0 + 𝜌1 cos(𝜃)

Desafio.
Demonstração do Teorema de Steiner
Seja um sólido tridimensional, cuja densidade é variável, localizado
no espaço 𝑅3 . Considere um eixo vertical (paralelo ao eixo z) “𝐿1 ”
que passa pelo centro de massa do sólido, e outro eixo vertical “𝐿2 ”
paralelo ao anterior localizado a uma distância 𝑑 arbitraria.
Demonstrar que o momento de inercia do sólido em relação ao eixo
𝐿2 é igual ao momento de inercia do sólido em relação ao eixo
𝐿1 mais o produto de massa total do sólido e 𝑑 2
Assim:
𝐼𝐿2 = 𝐼𝐿1 + 𝑀𝑑 2

Sendo 𝑀 a massa total do sólido.

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5.49 Respostas

22 ) (320/3) gr
23) 117/60
24) a) 32 b) 𝑥𝐶𝑀 = 0, 𝑦𝐶𝑀 = 4/3
𝑎 𝑏 𝑐
25) 𝑥𝐶𝑀 = , 𝑦𝐶𝑀 = , 𝑧𝐶𝑀 =
3 2 3

26) a) 1 b) 6/5 ?
3𝑅
27) a) 𝑘𝑅 3 𝜋/3 b)
4𝜋

28)
28) c) -6
27𝜋
29) 𝐴 = − 2.
2

*33 22/3 +9
34) 256 π/3

30) a) MR2/2 b) MR2/4 , c) MR2/4


31) 3MR2/10
32) 32/3 ----8 sin(1).
33) a) MR2/2
34) M (a2+b2)/12
35) 4𝜋𝑅2
36) 225/2
4𝜋
37) 𝑏) 𝑎𝑏𝑐 𝑟 2 sin(𝜃) c) 𝑎𝑏𝑐
3

39) 8√2𝜋

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𝜋𝑅 5
40) a) 4 𝜌0
15

𝜋𝑅 5 4
b) ( 𝜌0 + 𝜌1 )
5 3

Versão rascunho das notas de aula do professor Hector L. Carrion Salazar


ECT/ufrn. 27/07/2017

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