1
Media res é uma expressão latina que significa “no meio da coisa”. Narrativa em media res é aquela iniciada não pelo início da
história narrada, mas por algum fato relevante para o seu entendimento. Um bom exemplo é o romance Memória Póstumas de
Brás Cubas, cujo narrador-personagem conta sua história a partir do momento de sua morte e não de seu nascimento.
Modos de Conceito Características Gêneros
organização do textuais
discurso
Injunção Instruções que Dirige-se ao interlocutor por meio de Manuais, receitas
explicam como comandos expressos por verbos no culinárias, receitas
realizar determinada imperativo. médicas, bulas,
ação Apresenta uma sequência de enumeração regras de jogos,
dos elementos e procedimentos. propagandas.
Linguagem clara, objetiva.
Procedimentos organizados na sequência
em que devem ser realizados.
Exercício de fixação
Texto I
Certo indivíduo tinha uma gata a qual simplesmente adorava: achava-a linda, elegante,
aristocrática. Até seus miados o extasiavam: o pobre homem havia perdido o juízo. E aquele sujeito, por
força de súplicas e lágrimas, de sortilégios e feitiços, conseguiu que o destino transformasse sua gata numa
mulher, com a qual se casou imediatamente. Estava louco de amor. Nunca a dama mais bela exerceu tal
domínio sobre o amante, como aquela nova esposa sobre seu marido. Ele a mimava e ela correspondia. O
marido não via na consorte nem sombra da felina que ela era. E cego de paixão não poder mais, julgou-a
mulher perfeita, até que uns ratos pequeninos, que roíam as esteiras, roeram a felicidade dos recém-
casados. Assim que a esposa se levantou os ratinhos começaram a correr. Mas voltaram depois e ela voltou
a atacá-los, como sucesso desta vez, porque a mudança na sua aparência enganou os roedores. Ratos
sempre foram alimento para ela: a força que vem da natureza é gigante! A certa idade, não cabem mais
mudanças: aquilo que se mamou no berço se deixa na tumba. Não poderá jamais descartar aquilo que está
fincado em seu caráter: se trancar a porta, entrará pela janela.
(Fonte: LA FONTAINE, Jean de. Fábulas. São Paulo: Escala, 2010, p. 35)
Texto II
Texto III
O auto da Compadecida
Não benzo de jeito nenhum. (Fonte: SUASSUNA, Ariano. O auto da Compadecida. 35.ed.
Rio de Janeiro: Agir, 2005, p.21-22)
CHICÓ
Texto IV
Elementos coesivos são palavras ou expressões cuja função é estabelecer relações lógicas entre as partes
do texto – como os conectivos – ou fazer referência a outros elementos presentes no texto – pronomes,
advérbios, sinônimos.
Texto V
Que é o livro? Para fins didáticos, na década de 1960, a UNESCO considerou o livro “uma
publicação impressa, que consta de no mínimo 56 páginas, sem contar capas”.
Mas também é mais do que simples produto. O primeiro conceito que deveríamos reter é o de
que livro como objeto é o veículo, o suporte de uma informação. O livro é uma das mais revolucionárias
invenções do homem.
(Fonte: OLIVEIRA, R.C. A história do livro e a coleção “A obra prima de cada autor”. In: DUMAS, A. A dama das camélias.)
BIBLIOGRAFIA
DIONISIO, A.P; MACHADO, A.R.; BEZERRA, M.A. Gêneros textuais e ensino. 4.ed. Rio de Janeiro: Lucerna,
2005.
SUASSUNA, Ariano. O auto da Compadecida. 35. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2005, p.21-22
GABARITO
Texto 1 – “ Gata transformada em mulher”. O texto pertence ao gênero textual fábula e à modalidade
discursiva narração. Contém todos os elementos da narrativa: narrador, personagens (o marido, a
esposa), tempo (marcado pelo pretérito prefeito), espaço (implícito no texto) e enredo (a história de
uma gata que foi metamorfoseada).
Texto 3 - “O Auto da Compadecida” – Diálogos. O professor deve fazer a turma perceber que o texto
utilizado é trecho de uma peça de teatro. Desse modo, portanto, não há explicações do narrador, mas,
sim, as didascálias do dramaturgo; ou seja, orientações para a montagem do espetáculo.
Textos 4 e 5 – “O que são elementos coesivos” e “O que é livro?...” – Textos expositivos. Apresentam de
maneira didática o que é o objeto anunciado.