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UniSALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium


Curso de Fisioterapia

Flávia Zanferrari Pandolfi


Isabela Parra Spagnuolo de Souza
Jessica Faustino

EFEITO AGUDO DA LIBERAÇÃO MIOFASCIAL


CERVICAL E DO ALONGAMENTO DA CADEIA
POSTERIOR SOBRE A MOBILIDADE DA COLUNA
VERTEBRAL: ESTUDO RANDOMIZADO

LINS - SP
2017
FLÁVIA ZANFERRARI PANDOLFI
ISABELA PARRA SPAGNUOLO DE SOUZA
JESSICA FAUSTINO

EFEITO AGUDO DA LIBERAÇÃO MIOFASCIAL CERVICAL E DO


ALONGAMENTO DA CADEIA POSTERIOR SOBRE A MOBILIDADE DA
COLUNA VERTEBRAL: ESTUDO RANDOMIZADO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Banca Examinadora do
Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium, curso de Fisioterapia, sob a
orientação do Prof° Esp. Jonathan
Daniel Telles e orientação técnica da
Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni

LINS - SP
2017
FLÁVIA ZANFERRARI PANDOLFI

ISABELA PARRA SPAGNUOLO DE SOUZA


JESSICA FAUSTINO

EFEITO AGUDO DA LIBERAÇÃO MIOFASCIAL CERVICAL E DO


ALONGAMENTO DA CADEIA POSTERIOR SOBRE A MOBILIDADE DA
COLUNA VERTEBRAL: ESTUDO RANDOMIZADO

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,


para obtenção do titulo de Bacharel em Fisioterapia.

Aprovada em: __/__/___

Banca Examinadora:
Prof. Orientador Jonathan Daniel Telles
Titulação: Pós Graduado em Osteopatia – Colégio Brasileiro de Osteopatia
(CBO).

Assinatura: _______________________

1º Prof.: _______________________________________________

Titulação: ______________________________________________

______________________________________________________

Assinatura: ______________________

2º Prof.: _______________________________________________

Titulação: ______________________________________________

______________________________________________________

Assinatura: _______________________
AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus, que me proporcionou energia, saúde


e sabedoria durante a trajetória por todos esses anos e por conseguir,
finalmente, concluir minha tão sonhada graduação.
Agradeço ao meu pai Fernando, por me amparar desde o início e, agora,
nas últimas semanas, me perguntando quase todos os dias em que pé estava
o TCC, no que eu precisava de ajuda, ou se a impressora estava funcionando
corretamente. Obrigada pelo carinho e apoio, que foram muito importantes para
a minha formação.
Agradeço, principalmente, a minha mãe Lúcia, minha luz, minha vida.
Agradeço-lhe por financiar este meu sonho; foi você quem desde o início se
empenhou para eu conseguir realizá-lo. Obrigada por me incentivar, me cobrar,
me acolher nos momentos mais difíceis e por me auxiliar nesse período tão
complexo, que é o trabalho de conclusão de curso. A você, a minha eterna
gratidão!
Agradeço ao meu namorado Félix, por toda parceria no período deste
trabalho, pois todo o stress e comprometimento com o mesmo não foi pouco.
Dias de pouco contato, paciência curta, histórias e mais histórias sobre o tema
ou mesmo sobre as discussões decorrentes. Enfim, não foi fácil. Não é fácil
nem mesmo em dias comuns, imagina com uma monografia em andamento?
Hahaha... Apenas agradeço ao meu amor por toda paciência, companheirismo
e, principalmente, pela ajuda nos momentos em que eu já não conseguia mais
raciocinar.
Agradeço as minhas companheiras por, finalmente, conseguirmos
finalizar com sucesso nosso TCC. O caminho não foi fácil; foi um ano de muita
correria, cobrança e sem falar nas desavenças, que não foram poucas. Mas
hoje podemos dizer que alcançamos o objetivo, e essa conquista nós
conseguimos JUNTAS!! Por nossa amizade, Isa e Je, eu tenho somente a
agradecer. Quero e espero tê-las sempre por perto.
E, por fim, mas não menos importante, agradeço a orientação do meu
querido professor Jonathan, que foi escolhido a dedo para nos auxiliar neste
projeto. Obrigada pelo conhecimento passado, pela paciência e pela confiança
depositada em nós. Juntamente com nossa orientadora Jovira, que nos
auxiliou na parte mais “cabeluda” do trabalho, com toda paciência e bom
humor. A temida ABNT foi, sem dúvidas, bem mais suave com a sua ajuda.

Flávia Zanferrari Pandolfi


AGRADECIMENTOS

Diante os inúmeros acontecimentos e estresses, é através da seguinte


frase que dou início aos meus agradecimentos: ‘Nos momentos em que me
machuquei, durante todas as lágrimas que caíram dos meus olhos, quando o
chão tremeu abaixo dos meus pés, foi na fé que eu me agarrei e foi através da
fé que eu levantei. Deus me carregou no colo como um sopro refrescante na
minha alma, me disse que eu seria capaz e eu acreditei. Eu fui vencedor em
todas as vezes que me encontrei com Deus e fortaleci minha fé. ’ (Edgard
Abbehusen)
Aqueles que com muito esforço, luta, trabalho diário contribuíram e
depositaram confiança e fé para a realização do meu sonho; meus queridos e
amados pais, vocês são meus pilares da vida! Gratidão por nunca desistirem
de mim. Sinto muito amor e tenho um orgulho imenso dos senhores; da
bagagem que vocês carregaram e chegaram onde estão hoje, principalmente.
Sem esquecer, aos meus queridos amigos fiéis de Promissão. Cada um,
principalmente meu namorado Felipe, por aguentarem minhas crises de
ansiedade, choro, desespero e fraqueza! Vocês presenciaram e estiveram me
apoiando, ajudando-me em diversas dificuldades e nunca me abandonando
nesses momentos! Aquelas duas amigas (Fran e Poli) que, na mesma situação
de muito sufoco estiveram sempre presentes e com muita paciência para me
ajudar e me socorrer.
Ah! Como não agradecer minhas companheiras e nosso orientador?
Que ano, ein! Jéssica e Flávia, apesar de tudo conseguimos concluir... com
muita dor de cabeça, risos, algumas desavenças, mas finalizado! Ahahaha.
Principalmente à Flávia, por sua vontade e empenho ao máximo. Parabéns!
Você foi essencial para nós e a mim, por sua amizade, inúmeras broncas e
ajudas que serviram para meu crescimento e experiência. E finalizando,
agradeço ao Sr. Jonathan, por sua excelente orientação, amizade, paciência,
‘’broncas’’ e a confiança depositada em nós. Não me arrependo um minuto do
dia em que o parei na porta da clínica e lhe perguntei se queria ser nosso
orientador e foi com muita satisfação que pude ouvir um ‘sim’. Muito obrigada!

Isabela Parra Spagnuolo de Souza


AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, por ter me concedido saúde, força,


coragem e, acima de tudo, pela fé que me manteve firme diante dos meus
objetivos.
Ao meu pai Moacir toda gratidão, sei que não mediu esforços para que
eu chegasse até esta etapa da minha vida. Obrigada Papito!!
Agradeço a minha mãe Sueli, que me incentivou a realizar esse sonho.
Em meio a tantos momentos difíceis que enfrentamos, não me senti
desamparada, pois, lá estava a senhora segurando a minha mão e me
encorajando a seguir de cabeça erguida como sempre.
A meu filho Daniel, que enfrentou algumas aulas na barriga da mamãe!!
E conforme seu crescimento, cresciam também obrigações, porém você meu
gordelícia com seu sorriso diário não me deixou jamais perder a esperança de
sempre querer o melhor, e, com isso, esquecer o cansaço e batalhar para mais
essa conquista. Ser mãe foi a melhor coisa que me aconteceu na vida.
Essa vitória é mais de vocês do que minha. Amo demais cada um !!
Ao professor orientador Jonathan, pelo apoio, paciência, compreensão e
amizade.
E as minhas parceiras Flávia e Isabela, que me acolheram e apoiaram.
Foram dias difíceis em meio a risos e lágrimas. Obrigada por tudo, meninas.

Jessica Faustino
RESUMO

A cadeia muscular posterior constitui-se de feixes de músculos e fáscias, com


um poder de encurtamento e uma tendência para a retração no sistema
muscular tônico do corpo. Com isso, o objetivo do presente estudo foi verificar
o efeito agudo da liberação miofascial cervical e do alongamento ativo da
cadeia posterior sobre a mobilidade da coluna vertebral, por meio de pesquisa
experimental. Para tanto, foram utilizadas 20 voluntárias do sexo feminino,
estudantes do Unisalesiano de Lins, sedentárias, que não apresentaram IMC
maior que 30, indicando obesidade. Na tentativa de restaurar a mobilidade e a
flexibilidade da coluna vertebral, foram executadas técnicas de alongamento da
cadeia posterior (MMII), e de pompage global, para liberação miofascial. As
voluntárias foram avaliadas e reavaliadas pelo mesmo avaliador inicial, e o
teste de avaliação utilizado foi o banco de Wells. Após a avaliação, foram
randomizadas em dois grupos: Grupo Liberação Miofascial e Grupo
Alongamento. Participaram da pesquisa um total de 28 voluntárias, sendo 4
excluídas, devido à hiperflexibilidade: 1 apresentando luxação patelar, 2
apresentando quadro álgico na coluna lombar durante a execução do
movimento na avaliação e 1 por apresentar obesidade de acordo com o IMC;
não houve intercorrência durante a realização das técnicas. Análise estatística:
foi utilizado o teste T de Student para análise intragrupo e intergrupo, bem
como a diferença do valor pós em relação ao valor pré e a porcentagem de
alteração, que foi descrita em tabelas. Após a análise estatística dos resultados
obtidos, verificou-se que, tanto a técnica de pompage realizada para a cadeia
miofascial posterior na região cervical, quanto o alongamento muscular da
cadeia posterior inferior, foram eficazes para melhorar a mobilidade verificada
através do banco de Wells, no entanto, não se obteve diferença estatística
entre as técnicas realizadas.
Palavras-chave: Mobilidade da coluna vertebral. Cadeia posterior. Fáscia.
Alongamento. Liberação miofascial.
ABSTRACT
The posterior muscular chain consists of bundles of muscles and fascias, with a
power of shortening and a tendency for the retraction in the tonic muscular
system of the body. Thus, the objective of the present study was to verify the
acute effect of myofascial release and the elongation of the posterior chain on
the mobility of the vertebral column, by means of experimental research. For
this purpose, 20 female volunteers were used, students from Unisalesiano de
Lins , who did not present a BMI greater than 30, indicating obesity. In an
attempt to restore mobility and flexibility of the spine, posterior chain stretching
(MLII) and global pompadial techniques were performed for myofascial release.
The volunteers were evaluated and re-evaluated by the same initial evaluator,
and the evaluation test used was the Wells bank. After the evaluation, they
were randomized into two groups: Myofascial Release Group and Group
Stretching. A total of 28 volunteers participated, of which 4 were excluded due
to hyperflexibility: 1 with patellar dislocation, 2 with lumbar spine pain during the
execution of the movement in the evaluation, and 1 with obesity according to
BMI; there was no intercurrence during the performance of the techniques.
Statistical analysis: the Student's t-test was used for intragroup and intergroup
analysis, as well as the difference of the post-value in relation to the pre-value
and the percentage of change, which was described in tables. After the
statistical analysis of the results obtained, it was verified that both the pompage
technique performed for the posterior myofascial chain in the cervical region
and the muscular stretching of the inferior posterior chain were effective in
improving the mobility verified through the Wells bank, however, no statistical
difference was obtained between the techniques performed.

Keywords: Spinal mobility. Rear chain. Fascia. Stretching. Myofascial release.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: coluna vertebral .................................................................................17


Figura 2: vértebra cervical.................................................................................18
Figura 3: vértebras cervicais C1-C2..................................................................19
Figura 4: vértebra torácica ................................................................................19
Figura 5: vértebra lombar ..................................................................................20

Figura 6: vértebra sacral e cóccix: aspecto anterior..........................................20


Figura 7: vértebras sacrais e cóccix: aspecto posterior ....................................21
Figura 8: músculos esternocleidomastoideo e escaleno, vista lateral...............22
Figura 9: músculo trapézio ................................................................................23
Figura 10: músculos eretores da espinha .........................................................24
Figura 11: ligamentos presentes na coluna vertebral .......................................25
Figura 12: ligamento longitudinal anterior e posterior .......................................26

Figura 13: vista posterior das fáscias representadas nas cores claras .............27
Figura 14: a evolução da postura do homem ....................................................29
Figura 15: a postura corporal ereta ...................................................................30
Figura 16: alinhamento esquelético ..................................................................31
Figura 17: desarmonia postural ........................................................................32
Figura 18: tipos de alongamento .......................................................................37

Figura 19: avaliação no banco de wells ............................................................45


Figura 20: técnica de alongamento tradicional..................................................47
Figura 21: técnica de liberação miofascial: pompage .......................................48

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Resultado do teste de Banco de Wells pré e pós-intervenção do


grupo pompage .................................................................................................48
Tabela 2: Valores da diferença pós em relação ao pré (cm) e porcentagem
de alteração (%) para o teste de Banco de Wells do grupo pompage ..............48
Tabela 3: Resultado do teste de Banco de Wells pré e pós-intervenção do
grupo alongamento ...........................................................................................49
Tabela 4: Valores da diferença pós em relação ao pré (cm) e porcentagem
de alteração (%) para o teste de Banco de Wells do grupo pompage ..............49
Tabela 5: Média da diferença do valor pós em relação ao valor pré do GP e
do GA, bem como o valor p intergrupo .............................................................50

LISTA DE SIGLAS

ADM: amplitude de movimento


ADP: adenosina difosfato

ATP: adenosina trifosfato


CBO: classificação brasileira de ocupações
cm: centímetros
CV: coluna vertebral
DP: desvio padrão
FNP: facilitação neuromuscular proprioceptiva

GA: grupo alongamento


GLM: grupo liberação miofascial
IMC: índice de massa corporal
LM: liberação miofascial
PI: fosfato inorgânico
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13

1 CONCEITOS PRELIMINARES .......................................................... 16


1.1 Anatomia da coluna vertebral ............................................................ 16
1.1.1 Sistema ósseo ...................................................................................................16

1.1.2 Músculos ............................................................................................................21

1.1.3 Ligamentos ........................................................................................................24

1.2 Cinesiologia da coluna vertebral ......................................................... 26

1.3 Cadeia posterior ................................................................................. 32

1.4 Alongamento ...................................................................................... 35


1.4.1 Tipos de alongamentos ....................................................................................37

1.4.1.1 Alongamento dinâmico.....................................................................................39

1.4.1.1.1 Alongamento ativo ...........................................................................................39

1.4.1.1.2 Alongamento Balístico.....................................................................................39

1.4.1.2 Alongamento de pré-contração ........................................................................40

1.5 Liberação Miofascial ........................................................................... 41


1.5.1 Pompage ............................................................................................................43

2 O EXPERIMENTO ............................................................................. 45
2.1 Procedimentos Metodológicos............................................................ 45
2.2 Condições Ambientais ........................................................................ 45
2.3 Casuística e Métodos ......................................................................... 45
2.4 Materiais ............................................................................................. 47
2.5 Protocolo ............................................................................................ 47
2.6 Análise estatística ............................................................................... 50
2.7 Resultados.......................................................................................... 50
2.8 Discussão ........................................................................................... 52
2.9 Conclusão........................................................................................... 55

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 56
ANEXOS ........................................................................................................... 63
13

INTRODUÇÃO

A coluna vertebral (CV) é composta por ligamentos, facetas articulares e


24 vértebras, divididas em: cervicais, torácicas, lombares, sacro e o cóccix (4
vértebras fundidas. São separadas por discos intervertebrais constituídos de
material fibroso e cartilaginoso, que desempenham a função de amortecedores
e dão mobilidade à execução dos movimentos do corpo humano como a flexão
e a extensão do tronco, além de realizar a rotação de ambos os lados
(GARDNER; OSBURN, 1980).
Mobilidade é a capacidade de mover-se livremente; uma boa mobilidade
articular exige que os músculos ao redor da articulação se contraiam e se
relaxem efetivamente para permitir um movimento suave e fluido. A mobilidade
da coluna vertebral varia conforme a região. As regiões cervical e lombar
possuem maior mobilidade, já a torácica não apresenta muita mobilidade
(WILLARDSON, 2017). A perda na mobilidade pode acarretar diversas
disfunções no sistema musculoesquelético.
A cadeia muscular posterior constitui-se de feixes de músculos e fáscias,
com um poder de encurtamento e uma tendência para a retração sem paralelo
no sistema muscular tônico do corpo. Aliás, segundo o paradigma do método
Mézières, absolutamente tudo parte do encurtamento da cadeia muscular
posterior (FOX, 1983).
Os músculos do nosso corpo são envolvidos por um tecido conjuntivo,
chamado fáscia, que pode apresentar tensões e começar a enrijecer
vagarosamente, levando o corpo à perda da sua capacidade adaptativa
fisiológica. Com o tempo, a rigidez se espalha, afetando a flexibilidade e a
espontaneidade de movimentos e acaba expondo o corpo a traumas, dores e
limitações. Quando a fáscia se estira, se deforma e altera seu comprimento
(HAMMER, 2003). Essas alterações parecem ocorrer quando ela é submetida
a estresse e perda de energia, cujo fenômeno é chamado de histerese
(MYERS, 2003).
O corpo humano foi projetado para o movimento e o exercício regular é
necessário para o seu funcionamento de forma saudável. Os indivíduos que
14

escolhem estilos de vida sedentários estão sujeitos a altos riscos de problemas


de saúde. (TAYLOR, 2014) O sedentarismo é definido como a falta ou a grande
diminuição da atividade física. Uma vida sedentária provoca o desuso dos
sistemas funcionais. Para o sistema musculoesquelético, o sedentarismo gera
um fenômeno associado à atrofia das fibras musculares e à perda da
flexibilidade articular. (GUYTON, 1998)
O sedentarismo e as posições antálgicas podem gradativamente gerar
restrições e encurtamentos fasciais e musculares, produzindo prejuízo no arco
normal de movimento articular. A liberação miofascial devolve a flexibilidade e
elasticidade da fáscia, tendo, portanto, grande capacidade de alterar a
amplitude de movimento corporal (GUIMARÃES apud BELLINI; COSTA, 2010).
Sendo assim, a liberação miofascial é utilizada cada vez mais com o intuito de
liberar as camadas faciais, facilitando seu alongamento e diminuindo sua
tensão, promovendo, assim, uma melhor funcionalidade do corpo (LEITE;
MATUTINO; ARAGÃO, 2008).
A diminuição da flexibilidade muscular tem o sedentarismo como sua
principal causa, podendo, inclusive, acarretar alterações posturais. O
alongamento é utilizado como recurso para o aumento de estruturas
musculares encurtadas e, consequentemente, afeta na flexibilidade muscular
(PINFILD; PRADO; LIEBANO, 2004).
O alongamento muscular é, geralmente, utilizado com o objetivo de
tratamento de dores e espasmos, para corrigir (ou ao menos minimizar)
alterações posturais, também para prevenir deformidades em pacientes
neurológicos e, obviamente, tratar encurtamentos nos músculos. Pode ser
definido como manobra terapêutica utilizada para aumentar o comprimento de
estruturas de tecidos moles encurtados e, assim, aumentar a amplitude de
movimento (KISNER; COLBY, 1998).
A liberação miofascial, em contrapartida, é compreendida por técnicas
manuais em que a pressão é aplicada ao músculo e à fáscia muscular, com o
objetivo de ‘esticar’ a fáscia e facilitar as alterações de comprimento
histológico, para aliviar alguns dos sintomas de restrição fascial (BEHM apud
CARVALHO et al, 2017). A aplicação apropriada de estresse ao tecido resulta
em relaxamento, tanto da fáscia quanto do músculo (GREENMAN, 2001).
15

A fáscia não é apenas um tecido mecânico de ligação, mas também, um


imenso receptor sensitivo que reage à mínima tensão (BIENFAIT, 1999). A
liberação miofascial é considerada uma técnica diferenciada do alongamento
convencional, em função no nível do estiramento muscular. É realizada
passivamente e determinada pelo músculo e pela fáscia. Ante a isso, Souza e
Mejia (2010) afirmam que não se tem a confirmação que, ao alongar o
músculo, consequentemente, a fáscia é alongada, logo o alongamento poderia
ser mais eficiente com a utilização da técnica de liberação miofascial.
As técnicas de pompages são tipos de liberação miofascial sugeridas
para liberar as tensões musculares e fasciais, a fim de recuperar e regularizar a
função fisiológica e estruturar o tecido. (HEBERT et al., 2017) É um tipo de
mobilização miofascial que é utilizada com o objetivo de tratar e/ou minimizar
as retrações teciduais, que são responsáveis pelas dores permanentes ou
semipermanentes, que dificultam ou impedem uma melhor qualidade de vida
(BIENFAIT, 1999).
O presente estudo é resultado de um projeto de pesquisa, elaborado
para a conclusão do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium. Foi desenvolvido para responder à seguinte questão: A
técnica de pompage realizada para a cadeia miofascial posterior na região
cervical tem mais êxito que o alongamento muscular tradicional da cadeia
posterior da coxa?
E, analisar a hipótese, acreditando-se que ambas as técnicas
produziriam efeitos sobre a mobilidade da coluna vertebral, devido ao fato da
liberação miofascial, por envolver um componente de tensegridade, produzindo
um efeito superior ao alongamento através da mobilização das fascias.
16

1 CONCEITOS PRELIMINARES

1.1 Anatomia da coluna vertebral

A coluna é classicamente representada como um empilhamento de


vértebras. É constituída de dois pilares distintos: um anterior, que é
uma sucessão dos corpos e dos discos intervertebrais, e um
posterior, que é o conjunto de arcos posteriores (BIENFAIT, 1995, p.
19).

Conforme o conteúdo expresso por Bienfait (1995), a coluna vertebral é


uma haste flexível, ao mesmo tempo tutor do tronco e sua articulação, por
suportar o peso da cabeça, dos membros superiores e do tronco. Todos os
eixos de movimento de uma vértebra passam por seu núcleo subjacente, que
atua como rótula articular. Para proteção do canal medular, os corpos
vertebrais não têm nenhuma possibilidade de deslizamento entre si, imperativo
de proteção que é assegurado devido ao sistema ligamentar anterior.
A CV tem como função envolver e proteger a medula espinhal, dando
sustentação à cabeça e fornecendo fixação às costelas e aos músculos do
dorso (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
“Servindo como um suporte axial para o tronco, a coluna vertebral
estende-se desde o crânio até a pelve, onde o peso do tronco é transmitido aos
membros inferiores” (MARIEB; HOEHN, 2009, p. 192).

1.1.1 Sistema ósseo

Segundo Gardner e Osburn (1980), esqueleto axial forma-se de CV,


crânio e esqueleto torácico. A CV é formada por 33 ossos irregulares,
adquirindo uma estrutura curvada e flexível, apresentando cinco divisões
principais, sendo: sete vértebras do pescoço (C1 - C7), em seguida doze
vértebras torácicas (T1 - T12) e as que dão suporte à região inferior do dorso,
cinco vértebras lombares (L1 - L5), cinco vértebras sacrais fundidas em um
osso chamado de sacro, que se articula com o quadril, e, inferiormente a ele,
há, geralmente, quatro vértebras coccígeas, que se fundem em um único osso
triangular chamado de cóccix (Figura 1).
Tortora e Derrickson (2016) relatam que as vértebras cervicais, torácicas
e lombares são móveis, enquanto que o sacro e o cóccix não. E, Drake,
17

Mitchell e Vogl (2005) afirmam que para uma vértebra ser denominada como
típica deve conter um corpo vertebral e um arco vertebral posterior, onde os
corpos vertebrais estão articulados entre si pelo disco intervertebral.

Figura 1: Coluna vertebral

Fonte: Google imagens, 2017.

O corpo vertebral é a parte de sustentação de peso da vértebra e


está ligado a corpos vertebrais adjacentes por discos intervertebrais e
ligamentos. O arco vertebral forma as partes lateral e posterior do
forame vertebral (DRAKE; MITCHELL; VOGL, 2005, p. 28).

O arco vertebral de cada vértebra é constituído em pedículos e lâminas,


sendo dois pilares ósseos, com função de fixação do arco ao corpo vertebral e
apresentando duas camadas planas de ossos, que se estendem de cada
pedículo para se encontrarem e formarem o teto do arco vertebral (DRAKE;
MITCHELL; VOGL, 2005).
Um processo transverso estende-se lateralmente para fora, à direita e à
esquerda, de acordo com a união da lâmina com o pedículo. Um processo
espinhoso projeta-se a partir da junção das lâminas, em forma de espinha e
dirigida, posteriormente; atuam como pontos de fixação dos músculos. Existem
duas eminências dos processos articulares, que se articulam entre si: duas
inferiores e duas superiores (CRESPO; CURELL, CURELL, 1997).
De acordo com Kapandji (2008), a coluna vertebral forma-se,
anteriormente, pelo empilhamento dos corpos vertebrais e, posteriormente a
eles, pelo empilhamento dos processos articulares.
18

“As setes vértebras são referidas como C1 até C7. Os processos


espinhosos da segunda à sexta vértebras cervicais frequentemente são bífidos,
ou em duas partes” (TORTORA; DERRICKSON, 2016, p. 139).
Cada vértebra cervical apresenta três forames: um vertebral e dois
transversais, nos quais passam vasos sanguíneos e nervos (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

Figura 2: Vértebra cervical

Fonte: Google imagens, 2017.

As duas primeiras vértebras diferem-se consideravelmente das demais.


A primeira vértebra cervical (atlas) articula-se com a cabeça. Não se compõe
de corpo vertebral, apresentando um formato de anel composto por duas
massas laterais interligadas por um arco anterior e um posterior; em seu
processo transverso, é perfurado por um forame transverso redondo (DRAKE;
MITCHELL; VOGL, 2005).

O que deveria ser corpo do atlas, forma o dente do áxis, que sobe
para a porção anterior do forame vertebral do atlas. As fóveas
articulares superiores situam-se de cada lado do dente, na face
superior do corpo vertebral (GARDNER; OSBURN, 1980, p. 91).

Drake, Mitchell e Vogl (2005) relatam que a segunda vértebra cervical,


áxis, é caracterizada, principalmente, pela presença de um grande dente (dente
do áxis), que se estende superiormente a partir do corpo vertebral, pois na
superfície posterior do arco anterior apresenta uma fóvea articular para sua
projeção. De acordo com Gardner e Osburn (1980), o processo odontoide
19

apresenta faceta para se articular com a fóvea do arco anterior do atlas, na


qual sua estabilidade é mantida devido ao seu ligamento transverso.

Figura 3: Vértebras cervicais C1-C2

Fonte: Google imagens, 2017.

“A primeira e a segunda vértebra cervical – atlas e o áxis – são


especializadas para acomodar o movimento da cabeça” (DRAKE; MITCHELL;
VOGL, 2005, p. 31).
As vértebras torácicas, referidas como T1 até T12, situam-se após as
cervicais, em sentido descendente. Apresentam menor mobilidade e maior
espessura em comparação com as cervicais. As dez primeiras vértebras
dorsais articulam-se com as costelas e facetas articulares, o que as difere das
demais vértebras (CRESPO; CURELL;CURELL, 1997).

Figura 4: Vértebra torácica


20

Fonte: Google imagens, 2017.

As vértebras lombares (L1 até L5) situam-se entre a região dorsal e o


sacro. Apresentam características mais grossas e grande mobilidade,
possuindo processos espinhosos desenvolvidos e horizontais (CRESPO;
CURELL; CURELL, 1997).

Figura 5: Vértebra lombar

Fonte: Google imagens, 2017.

De acordo com Crespo, Curell e Curell (1997), o sacro forma-se pelas


cinco primeiras vértebras sacrais soldadas entre si. É consideravelmente mais
largo nas mulheres do que nos homens, para facilitar o parto. O canal sacral
atravessa o sacro, sendo a continuação do canal vertebral, restante da coluna
vertebral.

Figura 6: Vértebra sacral e cóccix: aspecto anterior


21

Fonte: Google imagens, 2017.


.
O cóccix é um pequeno osso triangular que se articula com a
extremidade inferior do sacro e representa vértebras coccígeas
fundidas em número de um a quatro. Caracterizado pelo seu tamanho
e por não possuir arcos vertebrais, apenas um canal vertebral
(DRAKE; MITCHELL; VOGL, 2005, p. 34).

A constituição da extremidade inferior do eixo vertebral correspondente a


um rudimento animal, podendo ser palpado logo atrás do ânus, na região
chamada de sulco interglúteo (CRESPO; CURELL, CURELL, 1997).

Figura 7: Vértebras sacrais e cóccix: aspecto posterior

Fonte: Google imagens, 2017.

1.1.2 Músculos

"A função principal dos músculos esqueléticos é movimentar os


membros, o tronco, a cabeça, o aparelho respiratório e os olhos. A maioria
deles está sob controle voluntário” (IANNOTTI; PARKER, 2014, p. 25).
Dentro da fisiologia não existe músculo inútil: cada um tem uma função
própria, diferente da de seu aparente antagonista, e ela é única. (BIENFAIT,
1995) Todos os músculos do corpo participam direta ou indiretamente dos
movimentos e funções vertebrais (QUINTANILHA, 2002).
Os músculos da coluna são divididos, pelo menos, em duas regiões
distintas: cervical e tóraco-lombar. A outra divisão funcional seria dividir os
22

músculos em camadas: 1) camada superficial, mais contínua; 2) camada


intermediária, descontínua e com músculos menores; 3) camada mais
profunda, ligada diretamente à coluna, que fica num vale formado pelos
processos espinhosos e costela ou os processos transversos e a mastoide; 4)
camada dos músculos anteriores que estão localizados no abdômen, na região
lombar (KNOPLICH, 1986).
Os músculos cervicais anterolaterais consistem no platisma,
esternocleidomastoideo, nos músculos hioides, nos músculos da laringe, nos
escalenos, situados ao longo do pescoço e da cabeça (SHEN; SAMARTZIS;
FESSLER, 2016).

Figura 8: Músculos esternocleidomastóideo e escalenos, vista lateral

Fonte: Shen; Samartzis; Fessler, 2016, p. 45.

A musculatura cervical posterior é dividida em três grupos: superficial,


intermediária e profunda. O grupo superficial contém o músculo trapézio, que é
responsável pela elevação, adução e depressão da escápula. Os músculos da
camada intermediária são o esplênio da cabeça e o esplênio cervical,
responsáveis pela extensão do pescoço. Quando contraídos bilateralmente, e
quando contraídos unilateralmente, cada músculo causa flexão lateral
homolateral (SHEN; SAMARTZIS; FESSLER, 2016).
23

A camada profunda da musculatura cervical é subdividida em três


partes: superficial, média e profunda. A parte superficial é composta pelo
semiespinhal da cabeça; a parte média, preenchida pelo semiespinhal do
pescoço; e a parte mais profunda consiste nos músculos multífidos e nos
rotadores curtos e longos (HOPPENFELD; DEBOER; BUCKLEY, 2011).

Figura 9: Músculo trapézio.

Fonte: Shen; Samartzis; Fessler, 2016, p. 33.

A musculatura do tronco tem a função de: 1) executar movimentos:


flexão e extensão de tronco, flexão lateral para a direita e para a esquerda,
rotação para a direita e para a esquerda; 2) manter a postura ereta
antigravitacional, permanecendo vários músculos em contração permanente; 3)
manter as vértebras unidas, através dos músculos pequenos, que estão
conectados entre elas, dando suporte e estabilidade à coluna, como um todo
(KNOPLICH, 1986).
Os músculos intrínsecos do dorso são dispostos em camadas
superficial, média e profunda. São camadas musculares encontradas
lateralmente na coluna vertebral, no espaço entre os processos espinhosos e
os processos transversos das vértebras (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH,
2009).
A camada superficial dos músculos intrínsecos do dorso consiste nos
músculos esplénios, que são aqueles que executam a extensão ou a flexão
24

lateral da cabeça e do pescoço. E a camada média dos músculos intrínsecos


do dorso consiste nos músculos eretores da espinha, direito e esquerdo, que
são subdivididos em grupos: espinal, longuíssimo e iliocostal (MARTINI;
TIMMONS; TALLITSCH, 2009). O longuíssimo torácico é o maior componente
do eretor da espinha, tendo partes lombares e torácicas (STANDRING, 2010).

Figura 10: músculos eretores da espinha.

Fonte: Standring, 2010, p. 737.

Profundamente ao músculo espinal, os músculos da camada mais


profunda interconectam e estabilizam as vértebras. Todos esses
músculos são relativamente curtos e trabalham em diversas
combinações para produzir ligeira extensão ou rotação da coluna
vertebral (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009, p. 274).

Martini; Timmons e Tallitsch (2009) asseguram que a coluna vertebral


não carece de um grande número de músculos flexores porque os grandes
músculos do tronco, quando se contraem, a flexionam e a maior parte do peso
do corpo concentra-se na região anterior a ela; deve-se levar em conta também
a ação da gravidade, que tende a, naturalmente, flexioná-la.

1.1.3 Ligamentos
25

Os ligamentos da coluna vertebral são de grande importância na


estrutura vertebral; sem eles, ela estaria gravemente comprometida em sua
estabilidade (QUINTANILHA, 2002). Pois a estabilidade do movimento
vertebral e as limitações dos movimentos dependem, principalmente, destes
ligamentos (MERCÚRIO, 1997).

Numerosos ligamentos estão inseridos aos corpos e processos


vertebrais para uni-los e estabilizar a coluna vertebral. Os ligamentos
que conectam as vértebras adjacentes incluem o ligamento
longitudinal anterior, o ligamento longitudinal posterior, o ligamento
amarelo, o ligamento interespinhal e o ligamento supra-espinhal
(MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009, p. 215).

Figura 11: Ligamentos presentes na coluna vertebral.

Fonte: Google imagens, 2017.

Os ligamentos longitudinais anterior e posterior têm a função de conectar


as faces de cada corpo vertebral, respectivamente, face anterior e posterior. O
ligamento interespinhal conecta os processos espinhosos das vértebras
adjacentes. E o ligamento supra-espinhal conecta as pontas dos processos
espinhosos entre C7 e sacro (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
Fortes ligamentos, como longitudinal anterior e posterior percorrem a
maior parte do comprimento da coluna vertebral, o que é demonstrado abaixo
na figura 9. Entre esses dois ligamentos, o longitudinal anterior é o mais forte e
previne a hiperextensão entre as vértebras (HANSEN, 2015). Esses ligamentos
são elementos pouco elásticos, mas que, por acompanharem as curvas, se
adaptam às modificações que elas sofrem (BIENFAIT, 1995).
26

Figura 12: ligamentos longitudinal anterior e posterior

Fonte: Google imagens, 2017.

1.2 Cinesiologia da coluna vertebral

Ao nos depararmos com o corpo humano em suas várias interpretações,


somos colocados diante de muitos escritos e literaturas, em que estudos são
realizados para que o corpo humano seja decifrado, entendido e interpretado.
Diante disso, a cinesiologia é um dos elementos que auxilia em tal
descobrimento; o movimento que eleva a vida como um todo é o que se
destaca, ou seja, a partir do momento em que se analisa e constata que o
corpo está em movimento, sendo uma simples e ao mesmo tempo complexa
respiração, entendemos que a vida está em moção, este ato é entendido e
vivenciado como cineses (MYERS, 2012).
A cinesiologia é a ciência que tem como enfoque a análise dos
movimentos do corpo humano. Este nome é de origem grega, onde kínesis =
movimento, mais, logos = tratado, estudo, ou seja, o estudo dos movimentos.
Se movimento é vida, desta forma, podemos entender, hermeneuticamente, o
estudo da vida através dos movimentos do corpo. Esta terminologia foi criada
em 1964, para ser usada por quiropatas, osteopatas, fisioterapeutas, médicos,
dentistas e outros terapeutas que têm permissão para elaborar um diagnóstico
(MYERS, 2012).
Durante as décadas de 70, 80 até as de 90, outras classes de
cinesiologia se formaram fora do seu contexto e que, atualmente, fazem parte
27

da família da Cinesiologia Especializada. Algumas delas são denominadas:


Cinesiologia Comportamental; Cinesiologia Educacional; Fisiologia Aplicada;
Biocinesiologia; Cinesiologia Manual; Cinesiologia Transformacional (FOX,
1983).
A cinesiologia pode ser aplicada e estudada em várias áreas do corpo
humano, mas uma que deve receber um maior destaque é a da coluna
vertebral pois, se ela não for bem trabalhada, o homem pode sofrer muito, com
dores, desvios posturais e, em casos mais sérios, ter limitação na locomoção
(MYERS, 2012).
Em termos biomecânicos, a cinesiologia corresponde à cinemática
estudada nos movimentos humanos, e aqui vamos os referir, especificamente,
de maneira sucinta, aos relacionados à coluna (FOX, 1983).
Atemo-nos na poderosa musculatura das costas. Nota-se que são várias
camadas musculares, que permitem ao homem ficar de pé (MYERS, 2012).

Figura 13: Vista posterior das fáscias representadas nas cores claras.

Fonte: Google imagens, 2017.

As partes brancas são as fáscias musculares, locais de inserções nos


ossos da coluna, nas escápulas e nos ilíacos (FOX, 1983).
28

A coluna realiza movimentos de flexão (corpo para baixo), extensão


(corpo para trás), lateroflexão (corpo para o lado) e rotação. Esses movimentos
são realizados só no pescoço e na região lombar, às custas de um pequeno
movimento das vértebras locais e da coluna como um todo, sem dor. A região
torácica, por causa das costelas, não se movimenta; assim, o maior desgaste
da coluna está localizado nos dois segmentos mais móveis (MYERS, 2012).
Na região cervical, na transição para o tórax, chamado de C5-C6-C7 (a
letra C corresponde ao nome da vértebra da região cervical e o número
representa a contagem da vértebra de cima para baixo). Na coluna lombar
esse segmento corresponde à área de maior movimentação L4-L5-S1
(MYERS, 2012).
Os músculos que ligam a coluna lombar ao fêmur, o ílio psoas e o ilíaco
que flexionam o quadril; o semimembranoso, o semitendinoso e o bíceps
femoral (os três da região posterior das pernas) - todos originários da
tuberosidade isquiática e inseridos na tíbia, agem flexionando o joelho, mas
também puxam o tronco para trás ou o levantam, quando está flexionado para
frente (FOX, 1983).
A posição ereta do homem só foi possível pelas modificações que
surgiram na coluna. A cabeça teve que se equilibrar na porção superior da
coluna e, assim, permitir que os olhos pudessem ficar voltados para frente. O
membro citado e o tronco tiveram que se equilibrar sobre os membros
inferiores, por meio da cintura pélvica, o corpo todo teve que se apoiar no
espaço ocupado pelas plantas dos pés, com isso modificando o centro de
gravidade (MYERS, 2012).
Com o passar dos anos, o homem passou por algumas mudanças, às
quais deram o nome de evolução e, com ela, sua coluna teve que ir se
adaptando às realidades e às mudanças ocorridas.
a) Coluna no útero não tem nenhuma curvatura;
b) Formação da lordose cervical para suportar a elevação da cabeça;
c) Formação da lordose lombar devido à força antigravitacional dos
músculos;
d) Postura ereta (MYERS, 2012).

Figura 14: A evolução da postura do homem.


29

Fonte: Google imagens, 2017.

A postura envolve o conceito de balanço (equilíbrio), coordenação


neuromuscular e adaptação e deve ser aplicada a um determinado momento
corporal e a uma determinada circunstância - postura para andar, para jogar
tênis ou dar a partida para uma disputa de natação (MYERS, 2012).
A posição do corpo no espaço é que permite um bom relacionamento
entre as partes, com menor esforço, evitando a fadiga (BUSQUET, 1999). É ela
que envolve o mínimo de estiramento e de stress das estruturas do corpo, com
o menor gasto de energia para se obter o máximo de eficiência no seu uso
(BUSQUET, 1999).
A Academia Americana de Ortopedia definiu a postura como sendo um
arranjo relativo das partes do corpo e colocou, como critério de boa postura, o
equilíbrio entre as estruturas de suporte dele, os músculos e ossos, que o
protegem contra uma agressão (acidente) ou deformidade progressiva (FOX,
1983).
A má postura, segundo ainda essa entidade, é aquela em que existe
uma falta de relacionamento das várias partes corporais, que induz a um
aumento da agressão às estruturas de suporte, resultando em equilíbrio menos
eficiente sobre as suas bases de suporte (FOX, 1983). A má postura está
ligada a fatores musculares inadequados e, provavelmente, a problemas
emocionais (FOX, 1983).
30

Em termos biomecânicos, a cinesiologia corresponde à cinemática e


estuda os movimentos humanos (BUSQUET, 1999).
Em relação à cinética, pode-se afirmar que existem dois tipos de forças
agindo sobre o organismo: uma interna, cuja principal característica é a
contração muscular, e outra externa, que é a força da gravidade
(BUSQUET,1999).

Músculos antigravitacionais na postura ereta

1. Tibial anterior;
2. Quadríceps femoral;
3. Iliopsoas;
4. Abdominais;
5. Flexores do pescoço;
6. Extensores espinais;
7. Glúteo máximo;
8. Isquiotibiais;
9. Tríceps sural.

Figura 15: A postura corporal ereta.

Fonte: Google imagens, 2017.


31

A postura corporal ereta (em movimento e/ou parada) é obtida pelo


equilíbrio entre as forças que agem no centro de gravidade, puxando o corpo
para o chão, e a força dos músculos antigravitacionais, que fazem esforço em
sentido contrário (BUSQUET, 1999). Se esses músculos falharem, o corpo
colapsará em forma de flexão, pela ação da força da gravidade (BUSQUET,
1999).
Assim, a grande maioria dos músculos antigravitacionais são os
extensores, principalmente, do pescoço, das costas e das pernas (BUSQUET,
1999).

Figura 16: Alinhamento Esquelético

Fonte: Google imagens, 2017.

Embasado nas seguintes imagens expostas abaixo, percebe-se a


necessidade das pessoas manterem a postura correta, pois os vícios posturais
vêm desencadeando muitas patologias nas crianças e em adultos, assim, é
importante mantê-la da forma adequada para se ter uma melhor qualidade de
vida (FOX, 1983).

Figura 17: Desarmonia postural


32

Fonte: Google imagens, 2017.

1.3 Cadeia posterior

A base paradigmática de toda e qualquer deformação postural centra-se


na existência de lordoses, entendidas como encurtamentos da cadeia muscular
posterior (FOX, 1983).
A cadeia muscular posterior constitui-se de feixes de músculos e fáscias,
com um poder de encurtamento e uma tendência para a retração sem paralelo
no sistema muscular tônico do corpo. Dentro dos paradigmas dos métodos
Mézieres, tudo parte do encurtamento da cadeia muscular posterior, ou seja, os
encurtamentos relativos a outras cadeias musculares, como o das cadeias
cruzadas anteriores na hipercifose dorsal, advêm da transmutação da
contração da cadeia posterior para a anterior, eventualmente mediada por meio
da cadeia inspiratória (FOX, 1983).

As cadeias musculares têm, portanto, de ser vistas como unidas entre


si, numa sinergia indecomponível. A musculatura mastigadora e a
língua são pontos de comunicação desta cadeia citada, para a cadeia
anterior. Por outro lado, o diafragma está unido às buques, possuindo
um papel reforçado na estruturação de contraturas desses mesmos
conjuntos musculares, das quais a lordose lombar é o mais exemplar
(FOX, 1983, p. 48).
33

Da divisão anteriormente anunciada, advêm questões de grande


relevância para a compreensão das deformidades e do próprio treino da
flexibilidade (BUSQUET, 1999).
O que acontece, segundo inúmeras observações realizadas em
ambiente clínico e desportivo, é que tem havido uma tendência para se
considerar que existe um equilíbrio sinérgico muito especial entre as duas
partes (superior e inferior) da cadeia muscular posterior. Tal fato é muito
semelhante ao tipo de equilíbrio existente entre o grupo muscular agonista,
com tendência ao encurtamento, e o antagonista, com tendência ao
alongamento. Desta forma, é preciso passar a analisar a questão anteriormente
exposta. Percebemos que na grande maioria dos atletas há uma tendência
para a retração dos isquiotibiais e tríceps sural, porém, não é muito comum
possuírem lordose lombar aumentada (MYERS, 2012).
Para Myers (2003) em seu livro trilhos anatômicos é descrito como
“conjunto de músculos consecutivos em um mesmo plano de profundidade
anatômica que descrevem um trajeto reto ou um pouco em curva e unidos por
conexão direta (fáscia, tecido conjuntivo) e/ou indireta ( considerada mecânica
– estrutura óssea)”. Segundo ele, essas linhas são de tensão que transmitem
força e movimento ao esqueleto ósseo e são capazes de produzir alterações
articulares e, sendo assim, capazes de produzir alterações posturais.
De acordo com Myers (2003) a cadeia muscular posterior tem como
objetivo evitar que o corpo caia para frente; disputa forças com a cadeia
muscular anterior. Seus movimentos são de extensão da coluna cervical,
torácica e lombar, extensão do quadril, flexão do joelho e plantiflexão. Abaixo
são citados os músculos que compõem a cadeia superficial posterior.
a. Fáscia plantar;
b. Flexor dos dedos dos pés;
c. Tríceps sural;
d. Isquitibiais;
e. Ligamento sacrotuberoso;
f. Fáscia Toracolombar;
g. Eretores espinhais;
h. Músculos subociptais;
i. Músculo ociptal (termina na região supraorbital).
34

Já a cadeia muscular profunda tem como objetivo ainda segundo Myers


(2003) fazer um “x” na parte posterior do tronco; equilibrar forças com a rota
antagônica, função postural.
Movimentos que realiza: une o membro superior ao inferior contralateral
posteriormente; rotação posterior e mais extensão da coluna.
a. Grande dorsal;
b. Fáscia sacral;
c. Glúteo máximo;
d. Vasto lateral;
e. Tendão subpatelar.
Uma retração da parte superior da cadeia muscular posterior tende a
libertar a parte inferior da cadeia e vice-versa. Grande parte dos que não
conseguem chegar com as mãos aos pés no teste Sit and Reach possuem
uma retração dos isquiotibiais e, eventualmente, da banda iliotibial. Estas
estruturas, quando retraídas, roubam o espaço de manobra funcional. Por outro
lado, as retrações ao nível do ráquis roubam mobilidade à coluna, dificultando,
por exemplo, a descida no Shoulder Bridge do Pilates, mas raramente
impedem a chegada das mãos aos pés, sendo que este trajeto é feito
fundamentalmente à custa da distensão dos isquiotibiais (FOX, 1983).
Neste caso, pode-se colocar junto o fato de que o alongamento da
musculatura da coluna produz muito menos dor do que o alongamento dos
isquiotibiais, o que é explicado pela natureza da musculatura (a cadeia
muscular posterior superior é constituída por uma miríade de pequenos
músculos paravertebrais, sendo que o seu alongamento global, por maior que
seja, produzirá pouco alongamento a nível muscular individual; já a cadeia
muscular posterior inferior é constituída por bem menos músculos, sofrendo
cada um deles, proporcionalmente, uma grande distensão com o
alongamento). Isso faz com que qualquer alongamento global da cadeia
posterior, mesmo em pessoas com grande flexibilidade dos isquiotibiais e
lordose lombar/dorsal, seja sentido quase sempre na região poplítea
(BUSQUET, 1999).

Aumentos significativos e verdadeiros da flexibilidade


muscular são sempre muito difíceis de obter, pois o corpo tem uma
tendência enorme para se proteger dos estados de tensão. Assim, “é
35

preciso alongar sempre em campo fechado”, ou seja, em cadeia


muscular, fechando os seus extremos, mantendo a respiração plena
com enfoque na expiração, e uma atenção sempre presente
relativamente ao aparecimento de compensações (SOUCHARD,
2000, p. 31).

1.4 Alongamento

Quando falamos em alongamentos, estamos nos deparando com a


flexibilidade e a amplitude de movimento disponível em uma articulação ou
grupo de articulações (ALTER, 1999).

Para desempenhar a maioria das tarefas cotidianas


funcionais, assim como ocupacionais e recreativas, é importante uma
boa amplitude de movimento, sem restrições e dores, elevando a
grande mobilidade também auxilia na prevenção de novas lesões ou
recorrentes. “A perda ou a falta da flexibilidade pode resultar em
perda da força muscular” e dor (KISNER; COLBY, 1998, p. 55).

Os tecidos moles ao redor da articulação devem ser alongados de


maneira progressiva a fim de aumentar a flexibilidade de uma articulação e
evitar futuras fraturas musculares, não havendo dores fortes e incômodas
(CANAVAN, 2001).

Este deve ser realizado até a sensação de uma leve tração no


músculo, mantendo a posição, “a duração do alongamento não deve
obter a sensação de dor, parestesias, tonturas; se houver, o exercício
deve ser imediatamente interrompido” (MOFFAT; VICKERY, 2002, p.
35).

O tempo de tração deve ser relativamente longo, já que a sua duração é


diretamente proporcional à capacidade de deformação viscoelástica do
músculo (TRIBASTONE, 2001).
O alongamento só ocorre quando a tração é mantida por tempo
suficiente para que haja deformação do tecido conectivo (TRIBASTONE,et al.,
2001, p. 57).
Ainda dentro do contexto dos alongamentos, os tecidos musculares são
responsáveis pelos movimentos corporais; eles são constituídos por células
alongadas, que contêm grande quantidade de filamentos citoplasmáticos,
responsáveis pela contração (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999).
36

As células musculares têm origem mesodérmica e sua distinção ocorre


principalmente devido a um processo de alongamento gradativo, com
simultânea síntese de proteínas filamentosas (JUNQUEIRA; CARNEIRO,
1999).
Destacam-se três tipos histologicamente distintos de músculos, sendo
reconhecido cada um deles por suas características específicas (CORMACK,
1996).
O primeiro é descrito como o músculo liso, formado por aglomerados de
células fusiformes que não possuem estrias transversais. (CORMACK, 1996).
“O segundo tipo de músculo constitui a maior parte da parede do
coração (o miocárdio) e, portanto, é denominado músculo cardíaco”
(CORMACK, 1996, p. 104).
O terceiro a ser descrito é reconhecido por vários nomes, incluindo
músculo esquelético, voluntário e estriado. Ele é formado por feixes de células
cilíndricas muito alongadas e multinucleadas, apresentando estrias
transversais. Tem contração rápida, vigorosa e sujeita ao controle voluntário
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999).
As fibras musculares esqueléticas são longas e cilíndricas, com
extremidades arredondadas. Estendem-se por todo o comprimento dos
músculos curtos, mas apenas por parte dos maiores. Além disso, cada fibra
contém vários núcleos; isto é, são células multinucleadas (CORMACK, 1996).

As fibras de colágeno dos múltiplos envoltórios fibrosos fundem-se


com aquelas das estruturas de tecido conjuntivo denso que o
músculo traciona, comumente tendões, aponeuroses ou periósteo. O
extenso componente de tecido conjuntivo de um músculo esquelético
é disposto de forma ideal para a efetiva transferência da tração da
contração para as inserções dos músculos (CORMACK, 1996, p.
143).

As fibras musculares são compostas de várias unidades pequenas,


denominadas miofibrilas, que são agrupadas em feixes e seguem a sua
extensão, sendo que cada uma delas é composta por um filamento longo e fino
de sarcômeros ligados em série (ALTER, 1999).

O mecanismo pelo qual os músculos contraem-se pode ser explicado


através da estrutura do sarcômero. “A teoria mais conhecida é a do
filamento deslizante: ela afirma que as mudanças no comprimento do
37

sarcômero são medidas exclusivamente pelo relativo deslizamento


dos filamentos grossos e finos” (ALTER, 1999, p. 54).

Durante a contração muscular, os filamentos finos de actina, em cada


extremidade do sarcômero, deslizam na direção uns dos outros. No ciclo de
contração, a actina e a miosina se interagem, seguindo a sequência
(CORMACK, 1996).

Durante o repouso, a adenosina trifosfato (ATP) liga-se à ATP base


das cabeças de miosina. Para atacar a molécula de ATP e liberar
energia, a miosina necessita da actina, que atua como cofator.
Quando ocorre a liberação de íons cálcio para dentro da célula, esta
promove uma alteração na configuração espacial das três
subunidades de troponina empurrando, assim, a molécula de
tropomiosina, promovendo a exposição dos sítios de ligação da
actina, ficando livres para se ligar à miosina. Com a ligação dessas
duas proteínas, o ATP é convertido em adenosina difosfato (ADP), PI
e energia. Como a actina está combinada com a miosina, o
movimento da cabeça desta empurra o filamento da outra,
promovendo o deslizamento. À medida que ocorre isso, novos locais
para formação de pontes aparecem, as quais se desfazem depois
que ocorre a ligação da miosina a uma nova molécula de ATP
(ALTER, 1999, p.189).

A contração muscular continua até que os íons cálcio sejam


completamente removidos e o complexo troponina-tropomiosina cubra
novamente o local de combinação da miosina (JUNQUEIRA; CARNEIRO,
1999).
Segundo Araújo (1999) A flexibilidade tende a ser especifica para um
dado movimento e para uma dada articulação de modo que o individuo pode,
por exemplo, possuir uma grande amplitude de movimento da extensão do
quadril, e ser bastante restrito na mobilidade de flexão de punho. Entendemos
assim que a expressão mobilidade pode muitas vezes ser utilizada como
sinônimo de flexibilidade sem nenhum dano à compreensão.

1.4.1 Tipos de alongamentos

“O alongamento muscular pode ser definido como uma


manobra terapêutica utilizada para aumentar o comprimento de estruturas de
tecidos moles encurtados e assim aumentar a amplitude de movimento”
(KISNER, COLBY,1998, p. 76).
38

Figura 18: Tipos de alongamento.

Fonte: Google imagens, 2017.

Os alongamentos são divididos em grupos: estático, dinâmico e de pré-


contração, os quais ainda são subdivididos de acordo com a técnica utilizada e
como demonstra a figura à cima. O alongamento estático é a modalidade mais
comum, sendo subdividido em 2: o ativo e o estático passivo (KISNER;
COLBY, 1998).
O primeiro citado (Estático) é o método de alongamento mais utilizado,
consistindo na movimentação lenta do segmento alongado até o limite do arco
de movimento, sendo mantido por determinado tempo. Para isso pode ser
utilizado um equipamento, a assistência de outra pessoa ou mesmo outra parte
do próprio corpo da pessoa que está realizando o alongamento (KISNER;
COLBY, 1998).
Alguns literários consideram esse tipo de alongamento um dos mais
seguros e também defendem que entre as vantagens dessa técnica estão as
execuções simples, pouco gasto de energia e a possibilidade de tempo
suficiente para reajustar a sensibilidade do reflexo do alongamento (KISNER;
COLBY, 1998).
A diferença do alongamento estático passivo para o ativo é que neste
último, o músculo alvo é alongado até o limite do arco de movimento apenas
com a força dos músculos agonistas. A contração deles promove um
relaxamento reflexo dos antagonistas, por meio da inibição recíproca (KISNER;
COLBY, 1998).
Em nível de curiosidade, muitos dos movimentos ou posturas de Yoga
são alongamentos estáticos ativos (KISNER; COLBY, 1998).
39

1.4.1.1 Alongamento dinâmico

O alongamento dinâmico, também, é dividido em duas técnicas: o ativo e


o balístico (KISNER; COLBY, 1998).

1.4.1.1.1 Alongamento ativo

O alongamento ativo envolve mover partes do corpo ao longo do arco de


movimento e, gradualmente, aumentar o alcance, a velocidade do movimento
ou ambos (KISNER; COLBY, 1998).
Ele consiste em movimentos controlados de braços e pernas, que
alcançam o limite do arco de movimento. Ao contrário do alongamento
balístico, não são realizados movimentos abruptos. Um exemplo de
alongamento ativo seria um balanceio controlado das pernas, braços ou
rotações do tronco, alcançando o limite do seu arco de movimento (KISNER;
COLBY, 1998).
Os alongamentos dinâmicos melhoram a flexibilidade dinâmica e são
bastante utilizados como parte do aquecimento ou da rotina de treino aeróbico
(como nas aulas de dança ou artes marciais) (KISNER; COLBY, 1998).

1.4.1.1.2 Alongamento Balístico

O alongamento balístico é o que se utiliza do momento do balanço de


um segmento do corpo, como forma de forçá-lo além de sua amplitude de
movimento normal. Esse método é realizado com movimentos rápidos e tem
uma similaridade com movimentos de chutar, balançar e demais rápidos e
ritmicos, porém, realizados no extremo final do arco de movimento (KISNER;
COLBY, 1998).
Existem duas desvantagens principais na aplicação deste tipo de
alongamento. A primeira é que, pelo fato do alongamento balístico produzir
uma tensão rápida e intensa num período curto de tempo, ele não permite ao
músculo se ajustar e relaxar na posição alongada. Outra desvantagem é que
esse método pode desencadear o reflexo miotático, em resposta ao aumento
40

repentino e inesperado do comprimento muscular. O reflexo miotático gera uma


contração muscular reflexa, a qual pode causar um aumento de tensão forte
suficiente para lesionar o músculo (FOX, 1983).

O alongamento balístico envolve movimentos pendulares, saltos,


movimentos insistidos e movimentos rítmicos. Nele, o momento é a
força propulsora que move o corpo ou um membro para o aumento
enérgico da Amplitude de Movimento. Esta técnica é o método de
alongamento mais controverso, porque pode causar irritabilidade e
lesão (ALTER, 1999, p. 64).

1.4.1.2 Alongamento de pré-contração

O alongamento de pré-contração envolve a contração do músculo que


está sendo alongado ou de seu antagonista, imediatamente antes do
alongamento. A sua modalidade mais comum é o alongamento de Facilitação
Neuromuscular Proprioceptiva (FNP). Outras modalidades incluem o
relaxamento pós-isométrico e o alongamento pós-facilitação (ALTER, 1999).
A técnica mais comum de alongamento de pré-contração é o
alongamento de FNP. Sendo minucioso com as definições e conceitos, ele não
pode ser considerado um alongamento propriamente dito, mais sim um
conjunto de técnicas. Os alongamentos com FNP utilizam a inibição recíproca
como forma de estimular o relaxamento muscular reflexo, por meio da ativação
do órgão tendinoso de Golgi (ALTER, 1999).
Alguns estudos evidenciaram que, por meio do alongamento FNP, foi
observado aumento da amplitude de movimento (ADM) de bailarinas. Esses
resultados sugerem que, mesmo para indivíduos com níveis de ADM
excelentes, pode-se conseguir aumento dessa amplitude através da FNP
(FOX, 1983).
O alongamento de pré-contração inclui o chamado Relaxamento Pós
Isométrico, também conhecido como técnica de energia muscular com
relaxamento pós-isométrico (TEM/RPI). Trata-se de um método de terapia
manual classificado entre as técnicas estruturais ativas, em que o indivíduo
participa, aplicando sua força muscular e dosificando a técnica (FOX, 1983).
Tal técnica utiliza uma quantidade muito menor de contração muscular
(cerca de 25%). O Relaxamento Pós Isométrico é uma técnica desenvolvida
41

pelo Dr. Vladimir Janda e refere-se ao relaxamento muscular após a realização


da contração isométrica do agonista. Como o alongamento por FNP, o
relaxamento pós-isométrico gera uma resposta neurológica, que envolve os
órgãos tendinosos de Golgi, em que a contração isométrica excita o órgão,
estimulando o interneurônio, liberando, por sua vez, o mediador inibitório, que,
através do neurônio motor, cessa a descarga na placa motora, promovendo o
relaxamento muscular (ALTER, 1999).

1.5 Liberação Miofascial

Liberação miofascial (LM) é um termo que se refere a um grupo de


técnicas usadas com a finalidade de aliviar os tecidos moles do
espasmo anormal da fáscia esticada. É essencialmente uma forma de
alongamento que tem sido relatada por ter significativo impacto no
tratamento de uma variedade de condições (PRENTICE, 2002,p.
335).

A LM é entendida como uma técnica de terapia manual em que a


pressão é aplicada ao músculo e à fáscia muscular. Tem como objetivo
principal ‘esticar’ a fáscia e facilitar as alterações de comprimento histológico,
para aliviar alguns dos sintomas de restrição fascial (BEHM apud CARVALHO
et al. 2017). “Quando é utilizada, a aplicação apropriada de estresse ao tecido
resulta em relaxamento, tanto da fáscia quanto do músculo” (GREENMAN,
2001, p. 148).
A técnica de LM é executada com suaves pressões e leves forças de
trações, sendo aplicada até a obtenção da remodelagem do tecido, adquirindo
uma resposta, com aumento do fluxo sanguíneo na área afetada, melhorando a
drenagem linfática dos produtos metabólicos tóxicos, realinhando os planos
fasciais e restabelecendo o mecanismo sensorial proprioceptivo do tecido mole,
capacitando uma amplitude de movimento funcional normal (OLIVEIRA apud
BELLINI; COSTA, 2008). Atua como uma mobilização da fáscia (MOURAD,
2005) e pode ser realizada através de uma terapia manual ou através da
utilização de equipamentos para massagear o tecido rígido.
Embora tecnicamente todas as formas de massagem envolvam a
mobilização de tecidos, Prentice (2002) afirma que a LM também pode ser
denominada mobilização de tecidos moles.
42

Segundo Starkey (2001), a LM realiza-se através das combinações dos


movimentos tracionas de deslizamento, fricção e amassamento, os quais são
feitos de forma a alongar o músculo e as fáscias, para se obter o relaxamento
de tecidos tensos. Entre as técnicas mais utilizadas para se obter a liberação
miofascial, está “puxar", que ocorre quando a fáscia é submetida a um estresse
e perda de energia, cujo fenômeno é chamado de histerese. (MYERS, 2003). A
histerese é definida como a propriedade pela qual o trabalho de deformar um
material causa calor e, portanto, perda de energia, conseguindo proporcionar o
movimento do tecido, barreira por barreira, até que ocorra a liberação da fáscia
(HAMMER, 2003).
De acordo com Kumka e Bonar (apud SILVA JUNIOR, 2016), ao perder
a plasticidade, a fáscia afeta a flexibilidade e a capacidade de realizar
movimento.
As fáscias podem apresentar tensões e começar a enrijecer
vagarosamente, levando o corpo à perda da sua capacidade adaptativa
fisiológica. Aos poucos, a rigidez vai se espalhando e faz com que a
flexibilidade e a espontaneidade dos movimentos sejam perdidas, expondo o
corpo a traumas, dores e limitação de movimento (HAMMER, 2003).

Grande parte do tecido conjuntivo fibroso, a fáscia, é periférica. São


duas grandes “combinações” conjuntivas que envolvem todo o nosso
corpo: a fáscia superficialis, que forra a pele; a aponeurose
superficial, que recobre e divide a nossa musculatura e dá ao nosso
corpo sua morfologia. É acima de tudo sobre esse conjunto de
tecidos que as “pompages” circulatórias agem, sobre seus
movimentos de deslizamentos que aceleram a circulação lacunar
(BIENFAIT, p. 67, 1999).

A fáscia superficialis trata-se de um imenso tecido conjuntivo frouxo, que


forra a pele praticamente ao longo de toda a superfície e tem a função de nutrir
o epitélio cutâneo (BIENFAIT, 2000, p. 24).

Se existe lesão na fáscia em razão de uma contusão, doença ou


inflamação, isto não somente afetará as estruturas adjacentes locais,
mas pode também afetar áreas distantes afastadas do local lesado.
Deste modo, pode ser necessário liberar a tensão na área da lesão,
como também nas áreas distantes (PRENTICE, 2002, p. 335).
43

Bienfait (2000) descreve sobre a aponeurose superficial como o


esqueleto fibroso elemento ativo que engloba os músculos, sendo responsável
pela globalidade. Entretanto, é muito mais que superficial: ela e todas as outras
aponeuroses são constituídas por camadas de tecido conjuntivo fibroso
superpostas. Todas elas apresentam feixes cartilaginosos dispostos em várias
orientações.
A fáscia, que envolve um músculo contraído hipertônico, sofre um
encurtamento e exige seu afrouxamento na direção oposta para poder
acomodar-se, o que pode ser alcançado através da liberação miofascial
(GREENMAN, 2001).

1.5.1 Pompage

A pompage é uma técnica francesa que utiliza o tensionamento e a


educação respiratória, cujo objetivo é tratar e/ou minimizar as retrações
teciduais, que são responsáveis pelas dores permanentes ou
semipermanentes, que dificultam ou impedem uma melhor qualidade de vida
(BIENFAIT, 1999).
Lesões osteopáticas são tensões e para corrigi-las é necessário fazer
desaparecer a tensão. Corrigir uma lesão requer, com freqüência, um preparo
da fáscia, que para nós deve ser obtido pela técnica osteopática desenvolvida
por Cathie e denominada pompage (BIENFAIT, 1997).
É considerada uma técnica diferenciada do alongamento convencional,
em função do nível do estiramento muscular. É realizada passivamente e o seu
limite é determinado pelo músculo e pela própria amplitude de movimento
(ADM) natural, ou seja, até oferecer estado de resistência. O ganho de
estiramento é obtido por meio do ritmo respiratório (HEBERT et al., 2017).
As pompages são sugeridas para liberar as tensões musculares e
fasciais, e têm o objetivo de recuperar e regularizar a função fisiológica e
estruturar o tecido (HEBERT et al., 2017).
Ela pode ter diferentes objetivos, de acordo com as circunstâncias de
realização, sendo esses: circulatório, relaxamento muscular e combate à
degeneração articular (BIENFAIT, 1999).
44

A pompage é realizada em três tempos: 1) tensionamento, 2)


manutenção da tensão, e 3) retorno. No primeiro tempo, o tensionamento, o
terapeuta alonga lenta, regular e progressivamente, até o limite da elasticidade
fisiológica, ou seja, até onde a fáscia cede. O segundo tempo, a manutenção
da tensão, é o tempo principal da pompage, em que o terapeuta retém a fáscia
por alguns segundos e evolui a tração, combinando-a com a respiração. A cada
expiração, um maior estiramento, sendo de extrema importância o paciente
estar relaxado para não se opor à tensão. E no terceiro tempo, o retorno, é
aquele em que o terapeuta obriga a fáscia a trabalhar controlando a tração,
mesmo com ela puxando sua mão no sentido do ponto inicial. Esta fase deve
ser realizada da forma mais lenta possível para atingir, então, os objetivos
previstos (BIENFAIT, 1999).
45

2 O EXPERIMENTO

2.1 Procedimentos Metodológicos

A pesquisa teve como objetivo foi verificar o efeito agudo da liberação


miofascial cervical e do alongamento ativo da cadeia posterior sobre a
mobilidade da coluna vertebral, de forma experimental, com abordagem
quantitativa, sendo um estudo randomizado. Foi realizado atendendo a
Resolução 466, de 12/12/12, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da
Saúde, submetido à Plataforma Brasil, sendo aprovado pelo comitê de Ética e
Pesquisa do Centro Universitário Católico Auxilium: número do parecer
2.134.141, data da relatoria 22 de Junho de 2017 (ANEXO A), assinatura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO B) pelas voluntárias e
esclarecimento dos procedimentos a serem realizados através de uma Carta
de Informação ao Participante (ANEXO D).

2.2 Condições Ambientais

A pesquisa foi realizada na clínica de Reabilitação Física Dom Bosco do


Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, situado à Rua Nove de Julho,
n° 1010, na cidade de Lins, Estado de São Paulo.

2.3 Casuística e Métodos

Para iniciar a pesquisa, selecionaram-se voluntárias do sexo feminino,


que se enquadraram na faixa etária de 18 a 30 anos, sendo estas graduandas
do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins.
Os critérios de inclusão foram: voluntárias, sedentárias por, no mínimo, 3
meses e que apresentassem déficit de mobilidade da coluna vertebral avaliado
através do Banco de Wells (abaixo da média ou fraca, não ultrapassando 29
cm de amplitude no teste), de acordo com os seus parâmetros.
Os critérios de não inclusão foram: voluntárias submetidas a cirurgias na
coluna ou que apresentassem estenose do canal medular, fratura vertebral,
46

espondilolistese, neoplasias, infecções agudas, doenças hemorrágicas,


tuberculose ativa, trombose venosa profunda recente, osteoporose, ou
qualquer lesão musculoesquelética que as impedisse de participar da pesquisa,
alterações de sensibilidade cutânea, utilização de marca-passo, mulheres no
período menstrual e gestantes, ingestão de analgésicos ou anti-inflamatórios
nas últimas 48 horas.
Durante a pesquisa, o critério de exclusão foi o de voluntárias que
apresentaram desconforto ou aversão às técnicas aplicadas, bem como
durante a avaliação através do Banco de Wells.
Foram recrutadas 28 voluntárias estudantes do Unisalesiano de Lins-SP,
através de divulgações orais pelas pesquisadoras em salas de aula.
Coletaram-se os dados inerentes à idade, altura e peso, para verificação
do Índice de Massa Corporal (IMC); logo após, executou-se uma avaliação com
o banco de Wells, na qual foram excluídas 8 voluntárias, sendo 4 por
apresentarem hiperflexibilidade da coluna vertebral, 1 por luxação patelar, 2 por
quadro álgico na lombar durante a execução do movimento e 1 por obesidade,
de acordo com o IMC.
Foi desenvolvido pelos autores um roteiro, chamado de script (ANEXO
C) para a apresentação da avaliação e das técnicas utilizadas, com a intenção
de realizar desse modo, uma explicação simplificada e objetiva sobre a prática
a ser exercida. Assim, as aplicações e realizações se tornaram homogêneas,
unificando os efeitos para obtenção de um resultado mais preciso.
O Banco de Wells consiste num banco retangular de madeira, com um
prolongamento que possui uma régua graduada em centímetros, em que a sua
superfície corresponde ao ponto zero, e os níveis acima e abaixo
correspondem a valores negativos e positivos, respectivamente. Para a
mensuração, as voluntárias permaneceram sentadas, com os pés unidos,
apoiados sobre o banco, sendo solicitada a flexão máxima do tronco de forma
lenta, mantendo as pernas em extensão, até atingir a amplitude máxima. As
mãos das voluntárias permaneceram sobrepostas, para evitar eventuais
rotações de tronco, e foram orientadas em direção à régua mantendo a cervical
neutra. Foram realizadas três tentativas, no qual o avaliador observou qual
ponto da régua cada voluntária alcançou com os dedos médios, e anotou o
maior valor, em centímetros, como utilizaram Zatarin e Bortolazzo (2012).
47

Figura 19: Avaliação no banco de wells

Fonte: autores, 2017

Após a realização do teste, as voluntárias foram divididas em dois


grupos aleatoriamente, através de um sorteio com um envelope, dentro do qual
constava o grupo de destino. As voluntárias e o avaliador não receberam
informações sobre o grupo ao qual pertenceriam.

2.4 Materiais

a) Maca;
b) Banco de Wells;
c) Colchonete;
d) Banco;
e) Envelopes.

2.5 Protocolo

Iniciou-se com o teste do Banco de Wells, em que cada voluntária fez 3


repetições. A seguir, foram encaminhadas para o procedimento por elas
48

sorteado, ou seja, alongamento ou pompage, ambas as técnicas realizadas


com a duração de 1 minuto, com reavaliação em sequência.
O Grupo Alongamento (GA) foi composto de 10 voluntárias, com média
de idade de 20,2 ± 1,8 e média de IMC 23,3 ± 3,3. As participantes que
permaneceram nesse grupo receberam o alongamento estático da cadeia
posterior inferior.
A postura escolhida para a aplicação do alongamento foi a chamada de
"sentar e alcançar", considerada eficiente para o alongamento dos músculos
isquiotibiais (DAVIS; ASHBY, apud GREGO NETO; MANFFRA, 2009).
O alongamento foi realizado da seguinte forma: a voluntária se
posicionou sentada na maca, com os membros inferiores unidos e esticados, e
os membros superiores paralelos aos inferiores de forma ereta, com a palma
da mão girada para o solo, ambos não podendo ser flexionados em momento
algum durante o procedimento; em seguida, os braços foram levados em
direção aos pés até seu limite, realizando, assim, uma flexão máxima do
tronco. O terapeuta deu o apoio na região posterior da voluntária, de modo que
não retornasse à posição normal, garantindo, assim, um melhor efeito da
técnica. A posição foi mantida por 60 segundos.

Figura 20: Alongamento tradicional


49

Fonte: autores, 2017

O Grupo Liberação Miofascial (GLM) foi composto por 10 voluntárias,


com média de idade de 22,8 ± 3,8 e IMC de 22,5 ± 2,4. As participantes que
permaneceram neste grupo receberam a liberação miofascial, que foi
executada através da técnica pompage global. Esta manobra,
independentemente de qualquer mobilização global da fáscia, relaxa todas as
tensões à distância. Uma técnica muito agradável, relaxante, que prepara o
paciente, tanto física quanto moralmente, tornando-o mais confiante
(BIENFAIT, 1997).
O paciente posiciona-se em decúbito dorsal, com os membros inferiores
alongados, mas não cruzados. Seus braços ao longo do corpo relaxados,
palmas das mãos giradas para o teto. O terapeuta senta-se confortavelmente à
cabeceira do cliente, os antebraços apoiados sobre a mesa. Escorrega suas
duas mãos sob a cabeça do paciente, com o occipital repousado em suas
palmas. Os polegares devem apoiar-se contra as têmporas, os indicadores
sobre as apófises mastoides, a extremidade dos outros dedos levemente
fletidas ao longo da linha curva occipital superior. A pompage é efetuada
através de uma tensão suave e simétrica das mãos. A posição foi mantida por
60 segundos.

Figura 21: Pompage global


50

Fonte: autores, 2017

2.6 Análise estatística

Foi utilizado o teste T de Student para as análises intragrupo e intergrupo,


bem como a diferença do valor pós em relação ao valor pré, sendo que a
porcentagem de alteração foi mensurada através do Microsoft Office Excel
2007.

2.7 Resultados

Na tabela 1, são apresentados os valores da média e desvio-padrão (DP)


dos resultados do teste de Banco de Wells pré e pós-intervenção das
participantes do grupo pompage. Foi observada diferença estatisticamente
significante (p ≤ 0,05) do teste Banco de Wells (p=0,0011) do valor pós quando
comparado ao pré.

Tabela 1: Resultado do teste de Banco de Wells pré e pós-intervenção do


grupo pompage.

Teste Pré (cm) Pós (cm) Valor p

Média (DP) Média (DP)

Banco de Wells 25,4 ± 5,8 29,5 ± 4,8 0,0011*

Fonte: autores, 2017

*Nível de significância de 5% (p<0,05) em relação ao valor pré.

Na tabela 2, são apresentados os valores da diferença pós em relação


ao pré (cm) e porcentagem de alteração (%) para o teste de Banco de Wells
das participantes do grupo pompage. Foi observada diferença de 3,7
centímetros (cm) do pós em relação ao pré, representando 14% de melhora em
relação à mobilidade.

Tabela 2: Valores da diferença pós em relação ao pré (cm) e porcentagem de


alteração (%) para o teste de Banco de Wells do grupo pompage.
51

Testes Diferença pós/pré Porcentagem de alteração (%)

(cm)

Banco de Wells 4,1 14

Fonte: autores, 2017

Na tabela 3, são apresentados os valores da média e desvio-padrão


(DP) dos resultados do teste de Banco de Wells pré e pós-intervenção das
participantes do grupo alongamento. Foi observada diferença estatisticamente
significante (p ≤ 0,05) do teste Banco de Wells (p=0,0001) do valor pós quando
comparado ao pré.

Tabela 3: Resultado do teste de Banco de Wells pré e pós-intervenção do


grupo alongamento.
Teste Pré (cm) Pós (cm) Valor p

Média (DP) Média (DP)

Banco de Wells 26,4 ± 5,2 30,2 ± 4,7 0,0001*

Fonte: autores, 2017

*Nível de significância de 5% (p<0,05) em relação ao valor pré.

Na tabela 4, são apresentados os valores da diferença pós em relação


ao pré (cm) e porcentagem de alteração (%) para o teste de Banco de Wells
das participantes do grupo alongamento. Foi observada diferença de 3,8
centímetros (cm) do pós em relação ao pré, representando 14% de melhora em
relação à mobilidade.

Tabela 4: Valores da diferença pós em relação ao pré (cm) e porcentagem de


alteração (%) para o teste de Banco de Wells do grupo pompage.
Testes Diferença pós/pré Porcentagem de alteração (%)

(cm)

Banco de Wells 3,8 14

Fonte: autores, 2017


52

Na tabela 5, são mostrados os valores da média da diferença do valor


pós em relação ao pré (cm) do GP e do GA e o valor p (0,8752), onde se pode
observar que não houve diferença estatisticamente significante entre os
grupos.

Tabela 5: Média da diferença do valor pós em relação ao pré do GP e do GA,


bem como o valor p intergrupo.
Teste Diferença Diferença pós/pré Valor p
pós/pré do GP do GA

Banco de Wells 4,1 3,8 0,8752

Fonte: autores, 2017

2.8 Discussão

No presente estudo, pode-se observar que, após o emprego das técnicas,


os resultados indicaram que ambos os grupos, dentro das suas condições,
obtiveram efeitos positivos para a mobilidade e a flexibilidade da coluna
vertebral. Esta resposta pode ser explicada pela diminuição na tensão e rigidez
teciduais alcançada através da pompage, e pelo aumento do comprimento das
estruturas encurtadas, obtidas por meio do alongamento.
Uma pesquisa realizada por Corbetta et al. (2008) analisou o grau de
flexibilidade entre indivíduos sedentários e fisicamente ativos, a fim de
comparar as limitações da amplitude de movimentos das articulações, porém,
obtiveram um resultado de pouca diferença na flexibilidade de ambas. Tal
estudo corrobora com as condições deste, pois o mesmo utilizou o
sedentarismo como critério de inclusão devido a possíveis alterações da
mobilidade da coluna vertebral.
Bonvicine, Gonçalves e Batigália (2005) realizaram um estudo para
verificar qual a duração ideal e os efeitos de duas diferentes técnicas de
alongamento muscular isquiotibial repetitivo passivo. Compararam uma sessão
de alongamento sustentado por 60 segundos no membro inferior direito e duas
sessões de alongamento de 20 segundos, com intervalo de 10 segundos, no
53

membro inferior esquerdo, e obtiveram resultados mais significativos nas


sessões de alongamento passivo em séries de 60 segundos.
Enquanto que, de acordo com Tirloni et al. (2008), para maior resultado
na flexibilidade dos isquiotibiais e confiabilidade aos examinadores de sua
pesquisa, o tempo de execução de alongamento passivo deve ser de 90 a 120
segundos, pois, quanto maior o tempo de sustentação do alongamento, maior
será o ganho de flexibilidade, constatando efeito positivo a partir de 60
segundos.
Já Bondy e Iron (apud ALMEIDA, 2009) realizaram uma pesquisa na
qual comparam os efeitos do alongamento de 15, 30 e 60 segundos a longo
prazo (6 semanas), mostrando que tanto o de 30 segundos, quanto o de 60
segundos foram eficazes, concluindo que 30 segundos é tempo suficiente para
se obter ganho de ADM em adultos jovens.
A seguinte pesquisa utilizou o tempo de 60 segundos para duração de
ambas as técnicas, pois em diversas pesquisas pôde-se comprovar a eficácia
do alongamento, se for superior a 30 segundos e, com a intenção de manter
ambas as técnicas homogêneas, foi escolhido o mesmo tempo para a
sustentação da técnica de pompage.
O estudo de Conceição (2008) valeu-se do método estático, em que
foram aplicados dois protocolos, com durações de 10s e 30s de alongamento
estático em 23 universitários saudáveis, sendo 18 mulheres e cinco homens,
com idade média de 22,8+/-4,7 anos. O alongamento foi executado duas vezes
ao dia, durante seis semanas. Diferente do estudo deste, que foi realizado
apenas com mulheres e as técnicas visando apenas ao efeito agudo.
Um estudo feito em 2009 por Almeida et al. assegura que 30 segundos
de alongamento muscular realizados uma vez por dia são suficientes para
promover ganhos na extensibilidade muscular de adultos jovens, e não há
diferenças em relação a tempos de manutenção superiores a 30 segundos.
Diferente do presente estudo, no qual foi utilizado o tempo de 60 segundos,
porém, obteve também resultados de melhoria no ganho de flexibilidade.
Kovalhuk e Santos (2013) analisaram a efetividade das técnicas de
isostretching e alongamento estático para o alívio da dor lombar. Concluíram
que a técnica de alongamento estático é mais efetiva quanto ao aumento da
mobilidade lombar; e a técnica de isostretching é mais eficaz em relação ao
54

ganho de flexibilidade e à diminuição de dor na coluna lombar. Com a


realização da pesquisa, os autores puderam evidenciar a eficácia das duas
técnicas.
Em comparação aos resultados expostos neste, houve semelhança
entre o uso do alongamento tradicional da musculatura da cadeia posterior
inferior e o alongamento estático, os quais proporcionaram aumento na
mobilidade da coluna vertebral; diferenciando-se da segunda técnica utilizada,
em contrapartida, neste estudo, a pompage obteve também um resultado
próximo ao do alongamento.
Souza e Mejia (2010) realizaram um estudo comparativo entre as
técnicas de alongamento ativo e liberação miofascial, baseado somente em
temas bibliográficos, objetivando verificar a utilidade e os benefícios de ambas
as técnicas e comprovou-se, através da bibliografia, que as duas técnicas
possuem praticamente a mesma finalidade, podendo ser usadas, tanto para
ganho de amplitude com a técnica de alongamento, quanto com a técnica de
liberação miofascial, ficando à escolha do profissional qual técnica usar e em
qual momento aplicá-la. Assemelhando-se ao presente estudo, que foi
realizado com a aplicação das mesmas técnicas e com resultados sólidos: as
duas técnicas proporcionaram resultados positivos perante a mobilidade e
flexibilidade da coluna vertebral.
Achkar (2005) realizou um experimento, a fim de comprovar a eficácia
da fisioterapia manipulativa com a técnica de pompage na melhora do quadro
álgico da cefaleia do tipo tensional, participando aquela que se enquadrava no
diagnóstico clínico e avaliação fisioterapêutica, não fazendo o uso de qualquer
medicamento. Realizaram dez sessões com técnicas de alongamentos e
pompages da musculatura dorsal, cervical posterior e anterolateral, sendo
assim, obtiveram resultados em ambas as técnicas, promovendo a diminuição
do quadro álgico como na intensidade, na duração e na frequência.
Antunes et al. (2017) comparou os efeitos da massoterapia e pompage
cervical na dor e qualidade de vida de mulheres, tratando-se de um estudo
experimental composto por 20 mulheres divididas em dois grupos de ambas as
técnicas. Apresentando melhora no quadro álgico com a massoterapia e à
pompage, resultados mais significativos na qualidade de vida, sendo utilizadas
para o tratamento de cervicalgia.
55

Uma pesquisa realizada por Costa et al. (2012) analisou o efeito agudo
da liberação miofascial e do alongamento por facilitação neuromuscular
proprioceptiva em docentes com lombalgia idiopática, utilizando a escala visual
analógica (EVA) como método de avaliação da dor e o flexímetro para avaliar a
flexibilidade de flexão e extensão da coluna e do quadril. Os autores
apresentaram resultados significativos da diminuição do quadro álgico e do
aumento da flexibilidade da coluna e do quadril, sendo em homens maior
ganho da flexibilidade da coluna, e em mulheres maior ganho de flexibilidade
do quadril, evidenciando a eficácia da associação das técnicas escolhidas,
porém diferentemente do presente estudo, a liberação miofascial foi
contraposta a técnica do alongamento tradicional da cadeia posterior inferior
para analisar apenas a mobilidade da coluna vertebral.

2.9 Conclusão

Através dos resultados obtidos, pode-se concluir que, tanto a técnica de


pompage realizada para a cadeia miofascial posterior na região cervical,
quanto o alongamento muscular da cadeia posterior, foram eficazes para
melhorar a mobilidade verificada através do banco de Wells, porém, não foi
verificada diferença entre os grupos. O estudo teve como limitações o número
de participantes, não ter sido incluído um grupo controle ou placebo e não ter
sido realizado o follow-up para verificar por quanto tempo essa melhora se
manteria. Fica em aberto o estudo a novas pesquisas para comparar os efeitos
do alongamento em relação aos diversos tipos de liberação miofascial,
utilizando um maior número de participantes e incluindo o grupo controle, além
da realização do follow-up.
56

REFERÊNCIAS

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pompage no tratamento da cefaleia tensional: relato de caso. 2005. Monografia
(Graduação em Fisioterapia) - Faculdade Assis Gurgacz, Cascavel.

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na prevenção de lesões. Fisioterapia em movimento. Curitiba, v.22, n.3, p.
335-343, set. 2009. Disponível em:<
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na-performance-e-na-prevencao-de-lesoes>. Acesso em: 1 ago. 2017

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63

ANEXOS
64

ANEXO A – Parecer Consubstanciado do CEP


65
66
67

ANEXO B – TERMO DE CONCENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO


(T.C.L.E.)

Eu ...................................................................................................... ,
portador do RG n°....................................................... , atualmente com ........
anos, residindo na ......................................................................................... ,
após leitura da CARTA DE INFORMAÇÃO AO PARTICIPANTE DA
PESQUISA, devidamente explicada pela equipe de pesquisadores Flávia
ZanferrariPandolfi, Isabela Parra Spagnuolo de Souza e Jessica Faustino,
apresento meu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO em participar da
pesquisa proposta, e concordo com os procedimentos a serem realizados para
alcançar os objetivos da pesquisa.

Concordo também com o uso científico e didático dos dados,


preservando a minha identidade.

Fui informado sobre e tenho acesso a Resolução 466/2012 e, estou


ciente de que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial
guardada por força do sigilo profissional e que a qualquer momento, posso
solicitar a minha exclusão da pesquisa.

Ciente do conteúdo, assino o presente termo.

Lins, ......... de ..................... de 20.....

______________________________________

Assinatura do Participante da Pesquisa

______________________________________

Pesquisador responsável
68

ANEXO C – Scripts

Avaliação: Banco de wells


Sente-se no chão virada de frente ao banco com as pernas juntas, os
joelhos estendidos, suas plantas dos pés posicionadas encostando na borda
por inteiro da caixa. Vai manter uma posição com a coluna ereta e seus braços
estendidos e elevados com as mãos sobrepostas. (Fazendo uma
demonstração)

Vai realizar uma inspiração profunda e ao final da expiração vai realizar


uma flexão de tronco mantendo seus braços estendidos, empurrando a régua
sobre o banco até o seu limite, sem precisar empurrar dando impulso e sem
“toquinho a mais”. Vamos estabilizar seu joelho para que você não o dobre
durante o movimento.

Preparada? Pode iniciar. (Caso necessário estimular verbalmente a voluntária).

Alongamento

Sente-se na maca com os pés unidos e joelhos completamente


esticados. Você deverá inclinar seu tronco permanecendo com os braços
esticados, como se fosse tocar a ponta dos pés, indo até seu limite, vou apoiar
minhas mãos em suas costas apenas para estabilizar, e assim irá permanecer
durante 1 minuto. Qualquer dor ou desconforto me comunique para desde
modo interromper a técnica.

Liberação miofascial: Pompage.


Deite-se de barriga para cima com os braços ao lado do corpo, eu vou
me posicionar atrás da maca e realizar uma técnica com as mãos de forma
suave na região posterior do seu pescoço, no período de um minuto, fique
relaxada e se sentir qualquer incomodo antes deste tempo me avise e
interrompemos a técnica.
69

ANEXO D – CARTA DE INFORMAÇÃO AO PARTICIPANTE

Objetivo Geral
 Comparar a utilização do alongamento e da liberação miofascial em
relação à mobilidade da coluna vertebral (cadeia posterior).
Objetivo específico
 Verificar os efeitos do alongamento e da liberação miofascial sobre a
flexibilidade da coluna vertebral.
Para tanto, realizaremos as seguintes avaliações e técnicas:
Todos os participantes serão avaliados inicialmente pelo teste:
Banco de Wells: Onde o participante senta-se com as pernas juntas, os
joelhos estendidos e os pés colocados contra a borda da caixa. O participante
tenta alcançar lentamente à frente o mais distante possível ao longo do topo do
banco, conservando as duas mãos paralelas, não podendo flexionar os joelhos,
deverá manter esta posição momentaneamente.
Após a realização do teste, as participantes serão divididas em dois
grupos aleatoriamente, onde será entregue um envelope para cada participante
contendo o grupo de destino. O participante não será informado em qual grupo
ele pertencerá.
Grupo Alongamento (GA): Participante será orientada a sentar em local
plano, posicionando-se com os pés unidos e joelhos completamente
estendidos, inclinando o tronco permanecendo com os braços estendidos,
tentando tocar com as mãos a ponta do pé. Ir até seu limite e manter a posição,
realizar o procedimento por 1 min. Durante o procedimento deverá ser
realizado controle da respiração que se faz necessário e é de fundamental
importância em qualquer exercício
Grupo Liberação Miofascial (GLM) – As participantes receberão a
técnica de Pompage global que relaxa todas as tensões do corpo. Uma técnica
muito agradável, relaxante, que prepara o paciente tanto física quanto
moralmente, tornando-o mais confiante. Com duração de 1 minuto.
A participante será posicionada de barriga para cima, com as pernas
alongadas, mas não cruzados. Seus braços ao lado do corpo relaxados,
palmas das mãos giradas para o teto. O terapeuta senta-se confortavelmente a
cabeceira do cliente, os antebraços apoiados sobre a mesa. Escorrega suas
70

duas mãos sob a cabeça do paciente, o occipital repousando em suas palmas.


A pompage é efetuada através de uma tensão suave e simétrica das suas
mãos.
Com essas técnicas os riscos podem ser dor e desconforto na região,
porém os benefícios são de grande importância porque, espera-se que a
participante ganhe uma capacidade de diminuir as possíveis restrições
musculares devido o sedentarismo e ganhar um aumento no movimento.
Faça a leitura atenciosa desta carta e das instruções oferecidas pela
Equipe e/ou pesquisador e, caso concorde com os termos e condições
apresentadas, uma vez que os dados obtidos serão utilizados para pesquisa e
ensino (respeitando sempre sua identidade), você ou seu representante legal
deve assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e esta Carta de
Informação ao Participante da Pesquisa, ressaltando que você tem total
liberdade para solicitar sua exclusão da pesquisa a qualquer momento, sem
ônus ou prejuízo algum.

Por estarem entendidos, assinem o presente termo.

Lins, _______ de ______________ de 20____

_______________________________________
Assinatura do Participante da Pesquisa

_________________________________________________

Jonathan Daniel Telles - Pesquisador Responsável

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