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Lista de

exercícios da
FCC:
Reescrita
Frasal
Professora Gisele Braga
1-( DPE-RS, Defensor Público/2018)

Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

Tomando resolutamente a sério as narrativas dos “selvagens”, a análise


estrutural nos ensina, já há alguns anos, que tais narrativas são precisamente muito
sérias e que nelas se articula um sistema de interrogações que elevam o
pensamento mítico ao plano do pensamento propriamente dito. Sabendo a partir de
agora, graças às Mitológicas, de Claude Lévi-Strauss, que os mitos não falam para
nada dizerem, eles adquirem a nossos olhos um novo prestígio; e, certamente,
investi-los assim de tal gravidade não é atribuir-lhes demasiada honra.
Talvez, entretanto, o interesse muito recente que suscitam os mitos corra o
risco de nos levar a tomá-los muito “a sério” desta vez e, por assim dizer, a avaliar
mal sua dimensão de pensamento. Se, em suma, deixássemos na sombra seus
aspectos mais acentuados, veríamos difundir-se uma espécie de mitomania
esquecida de um traço todavia comum a muitos mitos, e não exclusivo de sua
gravidade: o seu humor.
Não menos sérios para os que narram (os índios, por exemplo) do que para
os que os recolhem ou leem, os mitos podem, entretanto, desenvolver uma intensa
impressão de cômico; eles desempenham às vezes a função explícita de divertir os
ouvintes, de desencadear sua hilaridade. Se estamos preocupados em preservar
integralmente a verdade dos mitos, não devemos subestimar o alcance real do riso
que eles provocam e considerar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas
solenes e fazer rir aqueles que o escutam.
A vida cotidiana dos “primitivos”, apesar de sua dureza, não se desenvolve
sempre sob o signo do esforço ou da inquietude; também eles sabem propiciar-se
verdadeiros momentos de distensão, e seu senso agudo do ridículo os faz várias
vezes caçoar de seus próprios temores. Ora, não raro essas culturas confiam a seus
mitos a tarefa de distrair os homens, desdramatizando, de certa forma, sua
existência.
Essas narrativas, ora burlescas, ora libertinas, mas nem por isso desprovidas
de alguma poesia, são bem conhecidas de todos os membros da tribo, jovens e
velhos; mas, quando eles têm vontade de rir realmente, pedem a algum velho
versado no saber tradicional para contá-las mais uma vez. O efeito nunca se
desmente: os sorrisos do início passam a cacarejos mal reprimidos, o riso explode
em francas gargalhadas que acabam transformando-se em uivos de alegria. (Adaptado
de: CLASTRES, Pierre. A Sociedade contra o Estado. São Paulo, Ubu, 2017)

“Essas narrativas, ora burlescas, ora libertinas, mas nem por isso desprovidas de
alguma poesia, são bem conhecidas de todos os membros da tribo, jovens e
velhos... “(último parágrafo)

Uma redação alternativa para o segmento acima, em que se mantêm a correção e,


em linhas gerais, o sentido original, encontra--se em:

a) Essas narrativas, bem conhecidas por todos na tribo, sem distinção de idade, não
obstante sejam elas jocosas ou libertinas, guardam um matiz poético.
b) Seja pelos velhos, seja pelos jovens, tais narrativas são bem conhecidas na tribo,
não obstante, mantenham um caráter poético, tanto as burlescas como as libertinas.

c) Tais narrativas, tão farsescas quanto libertinas, desde que guardem um tom
poético, são de todos bem conhecidas, indistintamente se de jovens ou velhos.

d) Mesmo que desprovidas de caráter poético, seja por serem burlescas ou lúbricas,
essas narrativas são por toda a tribo conhecidas, de velhos e jovens.

e) Todas as pessoas da tribo, de jovens a velhos conhecem tais narrativas, nem que
sejam por isso libertinas ou burlescas, pois que conservam um caráter poético.

2- (DPE-AM, Analista em Gestão Especializado de Defensoria /2018)

Atenção: Considere o texto abaixo.

Uma amiga me disse que em alguns cursos da Universidade de Princeton o


celular e o tablet foram proibidos porque os estudantes filmavam e fotografavam as
aulas, ou simplesmente brincavam com joguinhos eletrônicos. A proibição do uso de
aparelhos eletrônicos em sala de aula numa das maiores universidades dos Estados
Unidos não é desprezível. O celular na palma da mão desconcentra o estudante e
abole uma prática antiga: a caligrafia.
Dos milenares hieróglifos egípcios gravados em pedra e palavras escritas em
pergaminho à mais recente prescrição médica, a caligrafia tem uma longa história.
Mas essa história − que marca uma forte relação da palavra com o gesto da mão −
parece fenecer com o advento do minúsculo teclado e sua tela.
Lembro uma entrevista com Roland Barthes, em que o crítico francês dizia
que as correções das provas tipográficas dos romances de Balzac pareciam fogos
de artifícios. É uma bela imagem do efeito estético da caligrafia no papel impresso.
Quando pude ver essas páginas numa exposição de manuscritos, fiquei
impressionado com a metáfora precisa de Barthes, e admirado com a obsessão de
Balzac em acrescentar, cortar e substituir palavras e frases, e alterar a pontuação. O
autor de Ilusões Perdidas não poupava esforço para alcançar o que desejava
expressar, e esse empenho tão grande acabou por exauri-lo quando escrevia seu
último romance.
Mas há beleza também na caligrafia torta e hesitante de uma criança, numa
carta de amor escrita a lápis, na mensagem pintada à mão no para-choque de um
caminhão, no muro grafitado da cidade poluída.
Num de seus poemas memoráveis, “O Sobrevivente”, Carlos Drummond de
Andrade escreveu à mão e depois datilografou: “Há máquinas terrivelmente
complicadas para as necessidades mais simples. / Se você quer fumar um charuto
aperte um botão”.
Na mão que move a escrita há um gesto corporal atávico, um desejo da
nossa ancestralidade, que a maquininha subtrai, ou até mesmo anula. Ainda escrevo
alguns textos à mão, antes de digitá-los no computador. No trabalho diário de um
jornalista, isso é quase impossível, mas na escrita de uma crônica, pego a caneta e
o papel e exercito minha pobre caligrafia.
Talvez eu seja o antepenúltimo dinossauro. Mal escrevo essa palavra, vejo
um dos minúsculos seres que se originaram de um dinossauro emplumado. É um
pássaro que desconheço; pousou num galho do manacá florido, e seu canto
misterioso me remete ao livro A Linguagem dos Pássaros, escrito no século 12 pelo
poeta persa Farid Ud-din Attar. Nele, a caligrafia é sinônimo de “beleza da escrita,
linguagem da mão e nobreza do sentimento”
Adaptado de: Milton Hatoum. Disponível em: cultura.estadao.com.br)

Está correta a redação alternativa do seguinte segmento do texto:

a) Revela-se na mão que move a escrita um gesto corporal atávico e uma busca por
nossa ancestralidade, cuja a maquininha subtrai ou até mesmo anula.

b) A caligrafia tem uma longa história, da qual remonta os milenares hieróglifos


egípcios, que já se gravava em pedra e engloba, desde as palavras escritas em
pergaminho até a mais recente receita médica.

c) A longa história da caligrafia, que assinala uma forte relação da palavra com o
gesto da mão, parece fenecer com o surgimento do minúsculo teclado do celular.

d) Embora seja quase impossível escrever textos à mão no trabalho cotidiano de um


jornalista, ainda se escreve alguns, antes de lhes copiar para o computador.

e) É necessário atenção a proibição de aparelhos eletrônicos em sala de aula numa


das maiores universidades dos Estados Unidos, na medida que os alunos muitas
vezes usavam-lhes para brincar com joguinhos eletrônicos.

3-( TRT-22ª REGIAO, Analista Judiciário /2010)

Atenção: Leia o texto abaixo.

O que deu errado

Entre as formigas e as abelhas o problema não existe:


algumas nascem para ser a elite, o resto nasce para ser o resto.
Tudo já foi resolvido antes, tudo está nos genes. Quem nasce
com o gene altruísta se sacrifica pela elite dominante porque
existe para isso. Jamais lhe ocorre perguntar "Por que eu?". Até
hoje, que se saiba, nenhum batalhão de formigas ou abelhas se
insurgiu contra métodos injustos de trabalho e derrubou o poder
despótico que o martiriza.
O problema com as sociedades humanas é que, no
nosso caso, a natureza confiou demais no altruísmo voluntário.
Daí a resistência à flexibilização das leis trabalhistas, a grita
contra o salário mínimo, as greves etc. Falta altruísmo no sangue
da maioria. A natureza criou a iniciativa individual e a compulsão
para o lucro em alguns, mas esqueceu de criar a iniciativa
para o sacrifício e a compulsão para a acomodação em outros,
sem os quais as leis naturais do mercado não funcionam.
Ou só funcionam com os genes altruístas sendo substituídos
pela pregação liberal como verdade única ou, se isso falhar,
pela tropa de choque. Ou seja, pelo altruísmo artificial.
Adaptado de Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro)

“O problema com as sociedades humanas é que (...) a natureza confiou demais no


altruísmo voluntário.”
Mantém-se a correção e a coerência da frase acima nesta nova redação: O
altruísmo voluntário

a) foi confiado demais pela natureza, tornando-se problemático para as sociedades


humanas.

b) tornou-se por demais confiável à natureza, razão pela qual redundou em


problema para os homens.

c) mereceu plena confiança da natureza, advindo daí os problemas que se


verificam em nossa ordem social.

d) impregnou-se com tão natural confiança que acabou resultando no problema


que mais afeta a humanidade.

e) é a razão pela qual a confiança da natureza resultou problemática para o


funcionamento das sociedades humanas.

4-(TRT - 21ª Região (RN), Analista Judiciário - Área Administrativa/2003)

“Quanto melhor estiver constituído o Estado, tanto mais os negócios públicos


prevalecerão sobre os particulares.” (Rousseau)

Não haveria prejuízo para o sentido da frase de Rousseau caso a reconstruíssemos


corretamente, como está em:

a) O Estado se constituirá de modo tanto mais aprimorado quanto mais os


negócios públicos tiverem prevalência sobre os particulares.

b) Os negócios públicos prevalecerão sobre os privados, da mesma forma em que


o Estado se vá aprimorando em sua melhor constituição.
c) Somente estará tão bem constituído o Estado quando os negócios públicos
igualmente prevalecerem sobre os particulares.

d) À proporção que o Estado vá se constituindo, tanto melhor para os negócios


públicos prevalecerem sobre os particulares.

e) A prevalência dos negócios públicos sobre os particulares é tanto maior quanto


mais se aprimora a constituição do Estado.

5-( TJ-AP, Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados/2009)

Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

A força das narrativas

Heródoto conta uma pequena história, da qual se pode aprender muito:


"Quando o rei egípcio Psamênito foi vencido e caiu prisioneiro do rei dos Persas,
Câmbises, este resolveu humilhá- lo. Ordenou que colocassem Psamênito na rua
por onde passaria o triunfo persa e fez com que o prisioneiro visse passar a filha em
vestes de escrava enquanto se dirigia ao poço com um balde na mão. Enquanto
todos os egípcios elevavam prantos e gritos àquela visão, só Psamênito
permaneceu mudo e imóvel, com os olhos pregados no chão; e quando, pouco
depois, viu o filho conduzido à morte no cortejo, permaneceu igualmente impassível.
“Mas quando viu passar entre os prisioneiros um de seus servos, um homem velho e
empobrecido, golpeou a cabeça com as mãos e mostrou todos os sinais da mais
profunda dor.”
A situação fica aberta à nossa interpretação. Por que teria chorado o rei
Psamênito? Algumas respostas: chorou porque a visão do velho servidor foi a gota
d´água que fez transbordar o cálice, depois de ter assistido ao sofrimento de seus
entes mais caros; chorou porque o velho servidor, testemunha de sua infância e da
existência de seus pais e avós, era um elo que unia e confirmava a geração real;
chorou porque a princesa poderia tramar nos bastidores a seu favor; o príncipe
poderia articular uma revolta e libertar sua mãe e suas irmãs, mas ao velho servidor
já não restavam forças, sendo portanto inútil e
cruel sua humilhação.As narrativas mais expressivas não se esgotam em si
mesmas, expandem-se com a força de sementes, por um tempo indefinido. Por que
terá chorado o rei Psamênito?
(Adaptado de Ecléa Bosi, Lembranças de velhos)

Está clara e correta esta nova redação de uma passagem do texto:

a) Depreendem-se várias lições dessa pequena história narrada por Heródoto.

b) Câmbises venceu e assistiu a humilhação do rei egípcio impassível.

c) A filha passou diante do rei egípcio indo à fonte em vestes de escrava.


d) Era como testemunhasse de sua infância aquele velho servo do rei egípcio.

e) É aonde a força da semente de uma narrativa se expande por muito tempo.

6- (TRT - 23ª Região (MT), Analista Judiciário - Área Administrativa/2016)

Atenção: Leia o texto abaixo .

O processo impregnado de complexidade, ao qual se sobrepõem ideias de


avanço ou expansão intensamente ideologizadas, e que convencionamos chamar
pelo nome de progresso, tem, dentre outros, um atributo característico: tornar a
organização da vida cada vez mais tortuosa, ao invés de simplificá-la. Progredir é,
em certos casos, sinônimo de complicar. Os aparelhos, os sinais, as linguagens e os
sons gradativamente incorporados à vida consomem a atenção, os gestos, a
capacidade de entender. Além disso, do manual de instruções de um aparelho
eletrônico à numeração das linhas de ônibus, passando pelo desenho das vias
urbanas, pelos impostos escorchantes e pelas regras que somos obrigados a
obedecer – inclusive nos atos mais simples, como o de andar a pé −, há uma
evidente arbitrariedade, às vezes melíflua, às vezes violenta, que se insinua no
cotidiano.
Não há espaço melhor para averiguarmos as informações acima do que os
principais centros urbanos. Na opinião do geógrafo Milton Santos, um marxista
romântico, “a cidade é o lugar em que o mundo se move mais; e os homens
também. A co-presença ensina aos homens a diferença. Por isso, a cidade é o lugar
da educação e da reeducação. Quanto maior a cidade, mais numeroso e
significativo o movimento, mais vasta e densa a co-presença e também maiores as
lições de aprendizado".
Essa linha de pensamento, contudo, não é seguida por nós, os realistas, entre
os quais se inclui o narrador de O silenceiro, escrito pelo argentino Antonio di
Benedetto. Para nós, o progresso transformou as cidades em confusas
aglomerações, nas quais a opressão viceja. O narrador-personagem do romance de
Di Benedetto anseia desesperadamente pelo silêncio. Os barulhos, elementos
inextricáveis da cidade, intrometem-se no cotidiano desse homem, ganhando
existência própria. E a própria espera do barulho, sua antevisão, a certeza de que
ele se repetirá, despedaça o narrador. À medida que o barulho deixa de ser exceção
para se tornar a norma irrevogável, fracassam todas as soluções possíveis.
A cidade conspira contra o homem. As derivações da tecnologia fugiram, há muito,
do nosso controle.
(Adaptado de: GURGEL, Rodrigo. Crítica, literatura e narratofobia. Campinas, Vide Editorial, 2015, p. 121-125)

Mantendo-se a correção gramatical e, em linhas gerais, o sentido original, uma


redação alternativa para um segmento do texto está em:

a) O narrador de O silenceiro, escrito pelo argentino Antonio di Benedetto,


encontra-se entre os que seguem a ideia de que, com o progresso, as cidades foram
transformadas em confusas aglomerações.
b) Ganhando existência própria, os barulhos − elementos inextricáveis da cidade −,
intrometem-se no cotidiano desse homem.

c) À espera do barulho e à ideia de que certamente se repetirá o narrador


despedaça-se ante sua visão.

d) Gradativamente incorporados à vida: os aparelhos, os sinais, as linguagens e os


sons consomem-nos a atenção, os gestos e a capacidade de lhes entender.

e) Impregnado de complexidade, o processo que convencionamos chamar pelo


nome de progresso, ao qual se sobrepõe ideias de avanço torna a organização da
vida cada vez mais tortuosa.

7-( MRE, Oficial de Chancelaria/2009)

“O nome do filósofo [...] foi ganhando uma aura [...], apesar do caráter esotérico dos
seus primeiros trabalhos e fragmentário dos últimos.”

Em redação clara e totalmente em concordância com o padrão culto escrito, o


sentido da frase acima está preservado em:

a) Foi ganhando uma aura o filósofo, que já tinha nome, ainda que seus trabalhos
sejam de caráter esotérico e fragmentário, respectivamente os primeiros e últimos.

b) Ainda que os primeiros trabalhos do filósofo padecessem de caráter esotérico e


os últimos fragmentários, seu nome foi ganhando uma aura.

c) Embora se considerem o caráter esotérico e fragmentário dos primeiros e últimos


trabalhos, seu nome de filósofo foi recebendo aura.

d) A despeito de os primeiros trabalhos do filósofo terem caráter esotérico e os


últimos, fragmentário, seu nome foi ganhando uma aura.

e) Seu nome de filósofo foi ganhando aura mesmo sendo esotérico nos primeiros
trabalhos, e tendo caráter fragmentário nos últimos.

8-(TRT - 11ª Região (AM e RR), Área Administrativa/2017)

Houve um tempo em que eu comia um monte de coisas e não precisava contar


nada para ninguém. Na civilização contemporânea, on-line, conectada o tempo todo,
se não for registrado e postado, não aconteceu. Comeu, jantou, bebeu? Então,
prove. Não está na rede? Então, não vale.
Não estou aqui desfiando lamúrias de dinossauro tecnológico. Pelo contrário:
interajo com muita gente e publico ativamente fotos de minhas fornadas. A vida,
hoje, é digital. Contudo, presumo que algumas coisas não precisam deixar de
pertencer à esfera privada. Sendo tudo tão novo nessa área, ainda engatinhamos a
respeito de uma etiqueta que equilibre a convivência entre câmeras, pratos,
extroversão, intimidade.
Em meados da década passada, quando a cozinha espanhola de vanguarda ainda
povoava os debates e as fantasias de muitos gourmets, fotografar pratos envolvia
um dilema: devorar ou clicar? A criação saía da cozinha, muitas vezes verticalizada,
comumente finalizada com esferas delicadas, espumas fugazes... O que fazer,
capturá-la em seu melhor instante cenográfico, considerando luzes e sombras, e
comê-la depois, já desfigurada, derretida, escorrida? Ou prová-la imediatamente,
abrindo mão da imagem? Nunca tive dúvidas desse tipo (o que talvez faça de mim
um bom comensal, mas um mau divulgador).
Fotos e quitutes tornaram-se indissociáveis, e acho que já estamos nos
acostumando. Mas será que precisa acontecer durante todo o repasto? Não dá para
fazer só na chegada do prato e depois comer sossegado, à maneira analógica?
Provavelmente não: há o tratamento da imagem, a publicação, os comentários, as
discussões, a contabilidade das curtidas. Reconheço que, talvez antiquadamente,
ainda sinto desconforto em ver casais e famílias à mesa, nos salões, cada qual com
seu smartphone, sem diálogos presenciais ou interações reais. A pizza esfria e
perde o viço; mas a foto chega tinindo aos amigos de rede.
(Adaptado de: CAMARGO, Luiz Américo. Comeu e não postou? Então, não valeu. Disponível em:
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/01/09/opinion/1483977251_216185.html)

Está reescrito conforme a norma-padrão da língua e com o sentido preservado em


linhas gerais o seguinte trecho do texto:

a) Contudo, presumo que... (2º parágrafo) / Porquanto, afirmo por conjectura que...

b)... acho que já estamos nos acostumando. (4º parágrafo) / ... tenho a impressão
que já tornamo-nos resignados.

c)... não precisava contar nada para ninguém. (1º parágrafo) / ... não era impelido
de me reportar à quem quer que fosse.

d)... ainda sinto desconforto em ver... (4º parágrafo) / ... continuo a sentir-me
incomodado ao testemunhar...

e)... fotografar pratos envolvia um dilema... (3º parágrafo) / ... fotografar pratos
abrangia-se de uma controvérsia...

9-( TRT - 24ª REGIÃO (MS), Analista Judiciário - Área Judiciária/2017)

Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

A representação da “realidade” na imprensa


Parece ser um fato assentado, para muitos, que um jornal ou um telejornal
expresse a “realidade”. Folhear os cadernos de papel de ponta a ponta ou seguir
pacientemente todas as imagens do grande noticiário televisivo seriam operações
que atualizariam a cada dia nossa “compreensão do mundo”. Mas esse
pensamento, tão disseminado quanto ingênuo, não leva em conta a questão da
perspectiva pela qual se interpretam todas e quaisquer situações focalizadas.
Submetermo-nos à visada do jornalista que compôs a notícia, ou mesmo à do
câmera que flagra uma situação (e que, aliás, tem suas tomadas sob o controle de
um editor de imagens), é desfazermo-nos da nossa própria capacidade de análise, é
renunciarmos à perspectiva de sujeitos da nossa interpretação.
Tanto quanto os propalados e indiscutíveis “fatos”, as notícias em si mesmas,
com a forma acabada pela qual se veiculam, são parte do mundo: convém averiguar
a quem interessa o contorno de uma análise política, o perfil criado de uma
personalidade, o sentido de um levante popular ou o alcance de uma medida
econômica. O leitor e o espectador atentos ao que leem ou veem não têm o direito
de colocar de lado seu senso crítico e tomar a notícia como espelho fiel da
“realidade”. Antes de julgarmos “real” o “fato” que já está interpretado diante de
nossos olhos, convém reconhecermos o ângulo pelo qual o fato se apresenta como
indiscutível e como se compõe, por palavras ou imagens, a perspectiva pela qual
uma bem particular “realidade” quer se impor para nós, dispensando-nos de discutir
o ponto de vista pelo qual se construiu uma informação.
(Tibério Gaspar, inédito)

Considere este segmento do texto:

“Submetermo-nos à visada do jornalista que compôs a notícia [...] é desfazermo-nos


da nossa própria capacidade de análise [...]”

Está inteiramente clara, coerente e correta esta nova redação dada ao segmento
acima:

a)Caso não nos desfazermos da nossa capacidade de analisar, nos inclinaremos


diante do olhar próprio do jornalista que deu a notícia.

b)Se aceitarmos inteiramente a perspectiva de quem redigiu a notícia, não nos


valeremos de nossa própria faculdade de interpretá-la.

c)Quem se compraz a ver uma reportagem do ângulo jornalístico, acaba por


renunciar à possibilidade de compreendê-lo a partir de si mesmo.

d)À medida em que nos curvamos pelo poder de quem noticia, deixamo-nos de
avaliar por nós mesmos nossa capacidade de análise.

e)Estaremos divergindo da nossa possibilidade de interpretar, caso nos


deixássemos levar pelo ângulo das notícias com que nos submetemos.
10-( TRT - 24ª REGIÃO (MS), Analista Judiciário - Área Judiciária/2017)

“Não se ganha muito dinheiro, / mas sempre dá para pagar as pequenas


dignidades.”

Preserva-se a relação de sentido entre os segmentos na frase acima em:

a) Não se ganha muito dinheiro, uma vez que sempre dá para pagar as pequenas
dignidades.

b) Sempre dá para pagar as pequenas dignidades, conquanto não se ganhe muito


dinheiro.

c) Desde que não se ganhe muito dinheiro, sempre dá para pagar as pequenas
dignidades.

d) Sempre dá para pagar as pequenas dignidades, por conseguinte não se ganha


muito dinheiro.

e) Haja vista que sempre dá para pagar as pequenas dignidades, não se ganha
muito dinheiro.

11)-( MPE-SE), Analista do Ministério Público – Especialidade Serviço


Social/2009)

Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

Maturidade
Não, não sei, jamais saberei o que é maturidade. Mas
sei reconhecer a imaturidade, quando esta se manifesta.
Reconheço-a antes de tudo em mim, que cheguei esperançoso
à ideia de não mais merecê-la. Mas o milagre não se deu.
Por vezes tive a boba e boa ilusão de estar chegando lá,
à maturidade. Controlei alguns demônios menores; outros de
moto próprio me deixaram; senti valorizar-se em mim o sentido
da justiça e a tentação da fraternidade; meu egoísmo se
reduziu, dando mais espaço à compreensão do outro, abri os
olhos às minhas complacências indevidas e os fechei o mais
que pude aos rigores de juízo enraizados no ressentimento.
Demissões, mutações e aquisições se operavam em mim, que
esperava, deliciado, a maturidade.
Mas a maturidade não veio. Esvaziei-me no desengano.
A princípio com uma tristeza, depois com uma espécie de
contentamento venal, chegando quase à indiferença insípida, vi
que a maturidade não veio.
(Paulo Mendes Campos, Crônicas escolhidas. S. Paulo: Ática,

1981, p. 149)

É preciso corrigir a redação da seguinte frase:

a) Ainda que a minha maturidade se demore em vir, não deixarei de ficá-la


esperando.

b) Se a maturidade viesse, eu não me esvaziaria no desengano; exercê-la-ia


prazerosamente.

c) Se vier a maturidade, espero saber como desfrutar plenamente de todos os seus


benefícios.

d) Mesmo que eu nunca chegue à maturidade, não tenho por que descrer que haja
ganho em toda experiência.

e) Deve-se admitir que o autor não deixa de revelar um traço de maturidade ao


confessar que não a alcanço

12-( SABESP, Analista de Gestão – Administração/2018)

Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

O que há de mais evidente nas atitudes dos brasileiros diante do “preconceito de


cor” é a tendência a considerá-lo como algo ultrajante (para quem o sofre) e
degradante (para quem o pratique). Contudo, na situação imperante nos últimos 40
anos (de 1927 até hoje), tem prevalecido uma considerável ambiguidade axiológica.
Os valores vinculados à ordem social tradicionalista são antes condenados no plano
ideal que repelidos no plano da ação concreta e direta. Daí uma confusa
combinação de atitudes e verbalizações ideais que nada têm a ver com as
disposições efetivas de atuação social. Tudo se passa como se o “branco”
assumisse maior consciência parcial de sua responsabilidade na degradação do
“negro” e do “mulato” como pessoa mas, ao mesmo tempo, encontrasse sérias
dificuldades em vencer-se a si próprio.
O lado curioso dessa ambígua situação de transição aparece na saída espontânea
que se deu a esse drama de consciência. Sem nenhuma espécie de farisaísmo
consciente, tende-se a uma acomodação contraditória. O “preconceito de cor” é
condenado sem reservas, como se constituísse um mal em si mesmo, mais
degradante para quem o pratique do que para quem seja sua vítima. A liberdade de
preservar os antigos ajustamentos discriminatórios e preconceituosos, porém, é tida
como intocável, desde que se mantenha o decoro e suas manifestações possam ser
encobertas ou dissimuladas.
Do ponto de vista e em termos de posição sociocultural do “branco”, o que ganha o
centro do palco não é o “preconceito de cor”, mas uma realidade moral reativa, que
bem poderia ser designada como o “preconceito de não ter preconceito”.
(Adaptado de: FLORESTAN, Fernandes. O Negro no Mundo dos Brancos. São Paulo: Difel, 1972, pp. 23-25)

“Os valores vinculados à ordem social tradicionalista são antes condenados no plano
ideal que repelidos no plano da ação concreta e direta.”

Uma redação alternativa para a frase acima, em que se mantêm a correção e, em


linhas gerais, o sentido, encontra-se em:

a)Os valores inscritos na tradição a priori são condenados no plano das ideias; a
posteriori, no plano da vida prática.

b)Por primeiro os valores afeitos à ordenação conservadora são condenados no


campo das ideias e depois no campo das ações concretas.

c)Preferencialmente ao plano da vida prática, é na esfera ideal que os valores


ligados à sociedade conservadora são rechaçados.

d)Antes de serem censurados no tocante à manutenção da ordem tradicionalista na


sociedade, é na esfera da ação propriamente dita que os valores são rechaçados.

e)Os valores tradicionais são previamente desaprovados no plano ideal, para em


seguida o serem no plano prático e direto das ações.

13-(SEGEP-MA, Técnico da Receita Estadual - Tecnologia da Informação /2016)

Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

Os azulejos de São Luís compõem um dos patrimônios culturais mais belos


da cidade. Eles são encontrados nas fachadas das casas antigas, bem como foram
e ainda são utilizados em igrejas e na decoração interna de casarões.

Foi no século XVIII, período colonial, que os azulejos lusitanos começaram a


chegar à capital maranhense, em um contexto de crescimento urbano, para
enriquecer a estética das casas e dos prédios comerciais.

O Museu Histórico e Artístico do Maranhão (Museu de Artes Visuais) contém o


maior acervo de azulejos em exposição. Todos são provenientes de doações. Lá é
possível confirmar com historiadores que o patrimônio azulejar maranhense é em
sua maior parte proveniente de Portugal, mas também possui influência da França.

Os portugueses se dedicaram à produção de azulejos, utilizando técnicas


diferenciadas e trabalho manual. Eles também trabalharam em prol de uma
construção visual, de forma que um painel com o mesmo azulejo colocado em
determinadas posições possa ser visto de várias formas.

Portugal fez de São Luís a mais lusitana das capitais brasileiras. Por isso, a
cidade preserva o maior aglomerado urbano de azulejos dos séculos XVIII e XIX, em
toda a América Latina. Eles assumem importância no contexto universal da criação
artística, pela longevidade de seu uso, sem interrupção durante cinco séculos,
resistindo a tempos chuvosos e amenizando o calor do verão, devido aos matizes de
branco que refletem os raios solares.

Assim, essa cultura material ludovicense, respeitada mundialmente, evoca a


identidade e a memória do povo maranhense.
(Adaptado de: ASSIS, Isabella Bogéa de. Disponível em: http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/heran%C3%A7-lusitana-da-
cidade-dos-azulejos)

Uma redação alternativa para um segmento do texto, em que se mantêm a correção,


a lógica e, em linhas gerais, o sentido original, está em:

a) O maior acervo de azulejos em exposição − todos oriundos de doações −


encontra-se no Museu Histórico e Artístico do Maranhão, onde se pode confirmar
que a maior parte do patrimônio azulejar maranhense provém de Portugal, embora
também possua influência francesa.

b) Um dos patrimônios culturais mais belos da cidade de São Luís é composto de


seus azulejos, cujos se encontram não apenas nas fachadas das casas antigas, mas
nas igrejas e nos interiores de casarões.

c) Durante o período colonial, no século XVIII, momento em que se dava um forte


crescimento urbano no Maranhão, os azulejos lusitanos, começaram a chegar à
capital maranhense.

d) Uma vez que desenvolveram técnicas exclusivas, a partir também de trabalho


artesanal, os portugueses se dedicaram à produção de azulejos, onde também
buscou-se formas de construção visual na qual o mesmo azulejo, dependendo da
posição em que está, assume formas diversas.
e) Embora tenha havido forte influência de Portugal, São Luís tornou-se, a mais
lusitana das capitais brasileiras, preservando o maior aglomerado urbano de
azulejos, dos séculos XVIII e XIX, em toda a América Latina.

14-( TRT - 23ª REGIÃO (MT), Analista Judiciário - Área Administrativa/2016)

Aos 45 anos, o chinês Jia Zhang-Ke pode ser considerado um dos principais
cineastas do mundo. Sua idade permitiu a ele testemunhar a transição histórica pela
qual a China passou depois de 1976, com a morte de Mao Tse-Tung, o fim da
Revolução Cultural e a subida ao poder de Deng Xiaoping, que em poucos anos
abriu o país à economia de mercado. Os filmes de Jia são cada vez mais vistos no
exterior, uma vez que exibem importância estética e oferecem um olhar sobre uma
realidade pouco conhecida aos olhos do mundo “Vemos cidades que estão sendo
demolidas, memórias que estão sendo apagadas, uma população flutuante que viaja
ao sabor das oportunidades econômicas, e Jia quer investigar qual é o efeito dessa
transformação no indivíduo", descreve a pesquisadora Cecília Mello. “Na história do
cinema, em geral os momentos de pico de criatividade vêm junto com as
transformações histórico-sociais. No mundo todo, hoje, o diretor em que isso
aparece de modo mais forte e relevante é Jia."
(Adaptado de: revistapesquisa.fapesp.br/2015/10/14/05- olhos-da-china)

Uma redação alternativa a partir de um segmento do texto, em que se mantêm a


correção e a lógica, está em:
a) Vê-se cidades sendo demolidas, memórias sendo apagadas, uma população
flutuante viajando de acordo com as oportunidades econômicas.

b) É comum que, na história do cinema, grande parte dos momentos de pico de


criatividade acompanhe transformações históricas.

c) De acordo com a pesquisadora Cecília Mello, devem haver transformações


causadas ao indivíduo que interessam a Jia investigar.

d) Ainda que tenha apenas 45 anos, não exagera quem, ao avaliar o cineasta
chinês Jia Zhang-Ke, exalta-lhe como um dos maiores do mundo.

e) O jovem Jia Zhang-Ke, testemunhou fatos históricos como a morte de Mao Tse-
Tung, o fim da Revolução Cultural e a ascensão de Deng Xiaoping ao poder.

15-( TRT - 20ª REGIÃO (SE),Analista Judiciário - Área: Judiciário/2016)

Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.


[Civilização e sofrimento]

É uma afirmação corrente que boa parte da culpa dos sofrimentos


humanos vem do que é chamado de nossa civilização. Seríamos bem mais felizes
se a abandonássemos e retrocedêssemos a condições primitivas, satisfazendo
nossos instintos básicos. Tal asserção me parece espantosa, porque é fato
estabelecido – como quer que se defina o conceito de civilização – que tudo aquilo
com que nos protegemos da ameaça das fontes do sofrer é parte da civilização.
Como é que tantas pessoas chegaram a partilhar esse ponto de vista de
surpreendente hostilidade à civilização? Acho que uma profunda insatisfação com o
estado civilizacional existente preparou o solo no qual, em determinadas ocasiões
históricas, formou-se essa condenação.
(Adaptado de: FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Penguin & Companhia
das Letras, 2011, p. 31)

Por apresentar deficiência em sua estrutura, é preciso CORRIGIR a redação da


seguinte frase

a)Para muita gente, os seres primitivos seriam mais felizes que os civilizados por
estarem mais próximos da natureza, que dita os nossos instintos.

b)É inegável que muita gente considera, ao longo da história, que a civilização seja
a grande responsável pelos sofrimentos humanos.

c)A força dos nossos instintos é tamanha que muitos, acreditando não poder
vencê-los, gostariam de ser felizes satisfazendo-os plenamente.

d)Um ponto de vista, revelando surpreendente hostilidade, consideram muitos que


está na civilização, sendo esta a raiz dos nossos males.

e)Os princípios da civilização ainda estão sendo edificados porque todos


acreditamos que, por meio deles, protegemo-nos de maiores sofrimentos.

16-( TRT - 22ª Região (PI), Analista Judiciário - Área Administrativa/2004)

Considere o trecho: “Não podemos confiar numa inspiração moral compartilhada,


por isso inventamos regras.”

Caso se reconstrua o período acima, começando-se por Inventamos regras, uma


possibilidade de complementação correta, coerente com o sentido original do
período, será a frase:

a) desde que não possamos confiar numa inspiração moral compartilhada.


b) pela razão de que não podemos confiar numa inspiração moral compartilhada.

c) por isso não podemos confiar numa inspiração moral compartilhada.

d) razão pela qual não podemos confiar numa inspiração moral compartilhada.

e) ainda que não possamos confiar numa inspiração moral compartilhada.

17-(SEGEP-MA, Analista Ambiental – Pedagogo/2016)

Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

Em um planeta em aquecimento, o calor se revela uma espécie de nova prova de


fogo para os atletas. É o que aponta um estudo inédito produzido pelo Observatório
do Clima, que coletou dados de pesquisas sobre o tema ao redor do mundo.
Nosso corpo funciona de forma diferente de acordo com as mudanças no habitat.
Como explica o estudo do Observatório do Clima, a temperatura central do corpo em
repouso é de 37 °C e aumenta para 38,5 °C a 75% de esforço durante o exercício.
Esse valor não aumenta devido aos mecanismos de termorregulação, sem os quais
a temperatura central do organismo subiria 1°C a cada cinco minutos de exercício
intenso.
Nesse sentido, o calor excessivo prejudica o corpo de duas formas: facilitando a
desidratação em condições de baixa umidade relativa do ar e impedindo que o corpo
dissipe calor em condições de alta umidade relativa. Nos dois casos, no limite o
corpo entra em choque, incapaz de regular a temperatura interna, um quadro que
pode ser fatal a um atleta.
Ao levar a um maior desgaste físico dos atletas, o calor também afeta o
rendimento, o que torna mais difícil a superação de recordes. Segundo o estudo, na
maratona, por exemplo, não há registro de recorde em locais com temperaturas
acima de 12 ºC em qualquer trecho dos 42,195 km do percurso oficial da prova
olímpica.
(Adaptado de: http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/aquecimento-global-a-nova-prova-de-fogo-para-o-esporte)

A frase a respeito do texto escrita com correção e lógica encontra-se em:


a)Uma das consequências do calor é, ocasionar um maior desgaste físico dos
atletas, uma vez que o calor também afeta o rendimento, ele acaba dificultando a
superação de recordes.

b)Conquanto possa causar um maior desgaste físico dos atletas, atribui-se ao calor
também a baixa no rendimento, ocasionando maior dificuldade na superação de
recordes.

c)Em um planeta em aquecimento, as altas temperaturas se torna um inimigo a ser


superado pelos atletas, constituindo-se em uma verdadeira “prova de fogo”.
d)Durante a prática de exercícios, o calor excessivo pode impedir o corpo de
regular sua temperatura interna, cenário que pode vir a causar choque e até mesmo
levar um atleta à morte.

e)Segundo pesquisas sobre os efeitos do aquecimento global sobre os atletas,


descobriu-se que em certos esportes olímpicos como a maratona, não existe
registros de recorde em temperaturas acima de 12 ºC.

18-(SEGEP-MA, Analista Ambiental – Pedagogo/2016)

Considere o trecho:

“Futebol, corridas, ciclismo e natação em mar aberto são exemplos de esportes de


alta resistência praticados ao ar livre. O calor intenso é uma ameaça real a todo
praticante de esportes de alta resistência ao ar livre. O calor intenso, em casos
extremos, pode até matar.”

As frases acima estão articuladas com correção e lógica, e em um único período,


em:

a)O calor intenso é uma ameaça real a todo praticante de esportes de alta
resistência ao ar livre − o que inclui, por exemplo, futebol, corridas, ciclismo e
natação em mar aberto − e, em casos extremos, pode até matar.

b)Na medida que o calor intenso é uma ameaça real a todo praticante de esportes
de alta resistência ao ar livre, como, por exemplo, futebol, corridas, ciclismo e
natação em mar aberto, em casos extremos pode até matar.

c)Esportes de alta resistência praticados ao ar livre, como é o caso de futebol,


corridas, ciclismo e natação em mar aberto, são ameaçados pelo calor intenso, onde
em casos extremos podem até matar.

d)Podendo chegar até à matar, o calor intenso ameaça de fato todo praticante de
esportes de alta resistência ao ar livre, como: futebol, corridas, ciclismo e natação
em mar aberto.

e)Sendo o calor intenso uma ameaça real a todo praticante de esportes de alta
resistência ao ar livre (incluindo futebol, corridas, ciclismo e natação em mar aberto,
por exemplo), que em casos extremos, pode até matar.
19-(Prefeitura de Teresina – PI, -Técnico de Nível Superior –Administrado/2016)

À beira do abismo
Em 1888, Van Gogh compartilhou, por três meses, uma casa com o pintor
Paul Gauguin. Um dia, o amigo resolveu retratá-lo enquanto ele pintava seus
girassóis. Ao ver pela primeira vez o quadro, que o flagra no último lugar em que
poderia estar, pois um pintor se julga sempre fora da pintura, Van Gogh exclamou:
“Sou eu, é claro, mas eu me tornando louco”.
Gogh teve um psiquiatra que, adepto da segunda hipótese, pensou em “curá-
lo” da pintura. É claro, não conseguiu. A arte como vírus, como uma contaminação?
Penso nas poucas telas que Clarice Lispector pintou. Telas tensas, desagradáveis:
manifestações de gênio ou de insanidade? Elas ajudaram a deprimir Clarice ou, ao
contrário, ajudaram a salvá-la? Recordo a Clarice que visitei um dia, sentada em sua
cozinha diante de uma fatia de bolo, um tanto apática, a me dizer: “Comer bolo não
me interessa. O que eu preciso é de água. De água e de literatura”.
Vista assim, como uma necessidade primária, a literatura revela sua potência,
mas também seus riscos. Riscos que os escritores, para se consolar, transportam
para o interior da escrita. Para dar sentido àquelas partes de si que não pode
controlar, o escritor deve correr o risco de sair de si. Ele se dedica justamente àquilo
que, anestesiados pela ideia de normalidade, evitamos.
A matéria da literatura vem, de fato, dessas zonas abissais em que as
certezas se esgarçam, a nitidez se esvai e a dúvida comanda. Muitos não suportam.
“Nascemos e crescemos num cárcere e por isso achamos naturais esses ferros nos
pulsos e nos pés”, escreveu o alemão Georg Büchner. Mas os escritores, não: eles
preferem sangrar mãos e pés, e bordejar o abismo, a sucumbir.E isso se parece com
a loucura.
O problema é que aquilo que o escritor enfrenta está sempre dentro de si. De
certa forma, em consequência, todo escritor escreve “contra si”. Daí a dúvida que
Machado sintetiza em O alienista: estarão os escritores no lugar dos médicos, que
amparam e curam, ou de seus pacientes, que resistem e esperneiam? A resposta
não é fácil: eles ocupam ao mesmo tempo os dois lugares: vestem o jaleco da
saúde, mas também os grilhões da ignorância.
(Adaptado de: CASTELLO, José. Sábados inquietos. Brasília, IMP, 2013, p. 6-7)

Um segmento do texto está corretamente reescrito, sem alteração de sentido, em:

a) o amigo resolveu retratá-lo (1º parágrafo) / o amigo resolveu fazê-lo um retrato.

b) adepto da segunda hipótese (2º parágrafo) / partidário com a segunda hipótese.

c)aquilo que o escritor enfrenta (6º parágrafo) / aquilo de que o escritor confronta.

d) E isso se parece com a loucura (5º parágrafo) / E isso se assemelha da loucura.

e) Ele se dedica justamente àquilo que (...) evitamos (4º parágrafo) / Ele se dedica
justamente àquilo de que (...) nos esquivamos.
20-( Prefeitura de Teresina -PI,Analista Tecnológico-Analista de Sistemas/2016)

O comportamento esperado na escola é bastante marcado por expectativas.


Quando pensamos que "matemática é coisa de menino", que "menina é mais
caprichosa", enfim, que certas coisas são próprias de meninas e outras de meninos,
estamos limitando as aprendizagens e as experiências de vida das crianças e
adolescentes.
Por exemplo, quantas grandes jogadoras de futebol podemos ter perdido em
nossas escolas a cada ano justamente porque as meninas são desencorajadas a
praticar esse esporte, considerado "de menino"? Ou quantas matemáticas e físicas o
mundo pode ter perdido cada vez que se acreditou que as alunas, por serem
meninas, são naturalmente mais fracas nas disciplinas da área de exatas? Toda vez
que uma menina tem menos incentivo para fazer algo considerado "de menino", os
estereótipos de gênero funcionam como um freio para todas as possibilidades de
aprendizagem que poderiam delinear outro futuro para ela.
Apesar de haver registros sobre equipes femininas de futebol nos anos de
1920, jogar futebol passou a ser proibido às mulheres em um decreto federal de
1941. Ao lado de lutas, saltos, rúgbi, polo e atletismo, a proibição se estendeu até
1979, sob a alegação de que era uma atividade violenta demais para elas.
Atualmente, o Brasil conta com uma das melhores jogadoras de futebol de toda a
história. Marta Vieira da Silva recebeu cinco vezes o título de melhor jogadora de
futebol feminino do mundo pela Fifa, dois a mais que o mais premiado brasileiro na
versão masculina do prêmio. Entretanto, a vantagem de Marta em suas premiações
não garantiu visibilidade para os campeonatos femininos nas programações da TV
brasileira nem salários iguais àqueles recebidos por seus colegas do futebol
masculino.
Ações como a proibição do futebol feminino nos anos de 1940 mostram que
tais desigualdades devem-se muito mais aos estereótipos de gênero socialmente
formulados e reproduzidos do que à falta de habilidade das mulheres no
esporte.Esse exemplo nos lembra o quanto ideias de que há "coisas de homem" ou
"coisas de mulher" são muitas vezes produtos de estereótipos e hierarquias sociais.
Assim, é sempre preciso celebrar pessoas que desafiam as regras previstas e
mostram que o corpo humano, feminino ou masculino, pode desenvolver habilidades
as mais variadas, inclusive aquelas não previstas culturalmente.
Adaptado de: ACCIOLY, Lins, Beatriz et al. Diferentes, não desiguais: a questão de gênero na escola. São Paulo:
Reviravolta, 2009, p.19-21)
Mantendo-se a correção e, em linhas gerais, o sentido original, uma redação
alternativa para a última frase do 4o parágrafo encontra-se em:

a)Proibir o futebol feminino nos anos de 1940 é indício quando tais desigualdades
se produzem ante aos estereótipos de gênero formulados e reproduzidos pela
sociedade, em decorrência da falta de habilidade das mulheres no esporte.

b)Ações tal qual a interdição do futebol feminino nos anos de 1940 mostra que tais
desigualdades se devem sobremaneira à invariabilidade de gênero socialmente
formulada e reproduzida, em detrimento da habilidade das mulheres no esporte.
c)Atos como proibir futebol feminino nos anos de 1940 são mostras que tais
desigualdades produzem frutos de estereótipos de gênero formulados e
reproduzidos em sociedade, e não à falta de habilidade das mulheres no esporte.

d)A proibição do futebol feminino na década de 1940, por exemplo, ilustra o fato de
que essas desigualdades advêm antes de padrões de gênero socialmente
formulados e reproduzidos do que da falta de habilidade das mulheres no esporte.

e)Ações de proibição do futebol feminino na década de 1940 se deve a


desigualdades, que provém de modelos de gênero social, formulados e
reproduzidos, dada à falta de habilidade das mulheres no esporte.
Gabarito
1-( DPE-RS, Defensor Público/2018)

Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

Tomando resolutamente a sério as narrativas dos “selvagens”, a análise


estrutural nos ensina, já há alguns anos, que tais narrativas são precisamente muito
sérias e que nelas se articula um sistema de interrogações que elevam o
pensamento mítico ao plano do pensamento propriamente dito. Sabendo a partir de
agora, graças às Mitológicas, de Claude Lévi-Strauss, que os mitos não falam para
nada dizerem, eles adquirem a nossos olhos um novo prestígio; e, certamente,
investi-los assim de tal gravidade não é atribuir-lhes demasiada honra.
Talvez, entretanto, o interesse muito recente que suscitam os mitos corra o
risco de nos levar a tomá-los muito “a sério” desta vez e, por assim dizer, a avaliar
mal sua dimensão de pensamento. Se, em suma, deixássemos na sombra seus
aspectos mais acentuados, veríamos difundir-se uma espécie de mitomania
esquecida de um traço todavia comum a muitos mitos, e não exclusivo de sua
gravidade: o seu humor.
Não menos sérios para os que narram (os índios, por exemplo) do que para
os que os recolhem ou leem, os mitos podem, entretanto, desenvolver uma intensa
impressão de cômico; eles desempenham às vezes a função explícita de divertir os
ouvintes, de desencadear sua hilaridade. Se estamos preocupados em preservar
integralmente a verdade dos mitos, não devemos subestimar o alcance real do riso
que eles provocam e considerar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas
solenes e fazer rir aqueles que o escutam.
A vida cotidiana dos “primitivos”, apesar de sua dureza, não se desenvolve
sempre sob o signo do esforço ou da inquietude; também eles sabem propiciar-se
verdadeiros momentos de distensão, e seu senso agudo do ridículo os faz várias
vezes caçoar de seus próprios temores. Ora, não raro essas culturas confiam a seus
mitos a tarefa de distrair os homens, desdramatizando, de certa forma, sua
existência.
Essas narrativas, ora burlescas, ora libertinas, mas nem por isso desprovidas
de alguma poesia, são bem conhecidas de todos os membros da tribo, jovens e
velhos; mas, quando eles têm vontade de rir realmente, pedem a algum velho
versado no saber tradicional para contá-las mais uma vez. O efeito nunca se
desmente: os sorrisos do início passam a cacarejos mal reprimidos, o riso explode
em francas gargalhadas que acabam transformando-se em uivos de alegria. (Adaptado
de: CLASTRES, Pierre. A Sociedade contra o Estado. São Paulo, Ubu, 2017)

“Essas narrativas, ora burlescas, ora libertinas, mas nem por isso desprovidas de
alguma poesia, são bem conhecidas de todos os membros da tribo, jovens e
velhos... “(último parágrafo)

Uma redação alternativa para o segmento acima, em que se mantêm a correção e,


em linhas gerais, o sentido original, encontra--se em:
a) Essas narrativas, bem conhecidas por todos na tribo, sem distinção de idade, não
obstante sejam elas jocosas ou libertinas, guardam um matiz poético.

b) Seja pelos velhos, seja pelos jovens, tais narrativas são bem conhecidas na tribo,
não obstante, mantenham um caráter poético, tanto as burlescas como as libertinas.

c) Tais narrativas, tão farsescas quanto libertinas, desde que guardem um tom
poético, são de todos bem conhecidas, indistintamente se de jovens ou velhos.

d) Mesmo que desprovidas de caráter poético, seja por serem burlescas ou lúbricas,
essas narrativas são por toda a tribo conhecidas, de velhos e jovens.

e) Todas as pessoas da tribo, de jovens a velhos conhecem tais narrativas, nem que
sejam por isso libertinas ou burlescas, pois que conservam um caráter poético.

Comentário: Para tal questão, não devemos pensar na semântica da oração.


Vejamos:

a) Jocoso=burlesco √

b) Na alternativa, a nova redação traz uma oposição entre as narrativas serem


conhecidas e o fato de manterem caráter poético. Isso não consta na redação
original.

c) Implica uma condição para as narrativas serem conhecidas pela tribo (desde
que).

d) As narrativas não são desprovidas de caráter.

e) As narrativas são libertinas e burlescas.

2- (DPE-AM, Analista em Gestão Especializado de Defensoria /2018)

Atenção: Considere o texto abaixo.

Uma amiga me disse que em alguns cursos da Universidade de Princeton o


celular e o tablet foram proibidos porque os estudantes filmavam e fotografavam as
aulas, ou simplesmente brincavam com joguinhos eletrônicos. A proibição do uso de
aparelhos eletrônicos em sala de aula numa das maiores universidades dos Estados
Unidos não é desprezível. O celular na palma da mão desconcentra o estudante e
abole uma prática antiga: a caligrafia.
Dos milenares hieróglifos egípcios gravados em pedra e palavras escritas em
pergaminho à mais recente prescrição médica, a caligrafia tem uma longa história.
Mas essa história − que marca uma forte relação da palavra com o gesto da mão −
parece fenecer com o advento do minúsculo teclado e sua tela.
Lembro uma entrevista com Roland Barthes, em que o crítico francês dizia
que as correções das provas tipográficas dos romances de Balzac pareciam fogos
de artifícios. É uma bela imagem do efeito estético da caligrafia no papel impresso.
Quando pude ver essas páginas numa exposição de manuscritos, fiquei
impressionado com a metáfora precisa de Barthes, e admirado com a obsessão de
Balzac em acrescentar, cortar e substituir palavras e frases, e alterar a pontuação. O
autor de Ilusões Perdidas não poupava esforço para alcançar o que desejava
expressar, e esse empenho tão grande acabou por exauri-lo quando escrevia seu
último romance.
Mas há beleza também na caligrafia torta e hesitante de uma criança, numa
carta de amor escrita a lápis, na mensagem pintada à mão no para-choque de um
caminhão, no muro grafitado da cidade poluída.
Num de seus poemas memoráveis, “O Sobrevivente”, Carlos Drummond de
Andrade escreveu à mão e depois datilografou: “Há máquinas terrivelmente
complicadas para as necessidades mais simples. / Se você quer fumar um charuto
aperte um botão”.
Na mão que move a escrita há um gesto corporal atávico, um desejo da
nossa ancestralidade, que a maquininha subtrai, ou até mesmo anula. Ainda escrevo
alguns textos à mão, antes de digitá-los no computador. No trabalho diário de um
jornalista, isso é quase impossível, mas na escrita de uma crônica, pego a caneta e
o papel e exercito minha pobre caligrafia.
Talvez eu seja o antepenúltimo dinossauro. Mal escrevo essa palavra, vejo
um dos minúsculos seres que se originaram de um dinossauro emplumado. É um
pássaro que desconheço; pousou num galho do manacá florido, e seu canto
misterioso me remete ao livro A Linguagem dos Pássaros, escrito no século 12 pelo
poeta persa Farid Ud-din Attar. Nele, a caligrafia é sinônimo de “beleza da escrita,
linguagem da mão e nobreza do sentimento”
Adaptado de: Milton Hatoum. Disponível em: cultura.estadao.com.br)

Está correta a redação alternativa do seguinte segmento do texto:

a) Revela-se na mão que move a escrita um gesto corporal atávico e uma busca por
nossa ancestralidade, cuja a maquininha subtrai ou até mesmo anula.

b) A caligrafia tem uma longa história, da qual remonta os milenares hieróglifos


egípcios, que já se gravava em pedra e engloba, desde as palavras escritas em
pergaminho até a mais recente receita médica.

c) A longa história da caligrafia, que assinala uma forte relação da palavra com o
gesto da mão, parece fenecer com o surgimento do minúsculo teclado do celular.

d) Embora seja quase impossível escrever textos à mão no trabalho cotidiano de um


jornalista, ainda se escreve alguns, antes de lhes copiar para o computador.
e) É necessário atenção a proibição de aparelhos eletrônicos em sala de aula numa
das maiores universidades dos Estados Unidos, na medida que os alunos muitas
vezes usavam-lhes para brincar com joguinhos eletrônicos.

Comentário: A questão aqui é mais gramatical:

a) Após cuja não tem artigo.

b) da qual (errado); a qual (certo).

c) √

d)O pronome lhe(s) não substitui objetos diretos.Também há um problema de crase,


não há crase mediante palavra masculina(à mão).

e)À medida que significa “à proporção que”, “conforme”. À medida em que NÃO
EXISTE!Na medida em que corresponde a “tendo em vista que”, “já que”, “uma vez
que”. Ainda, há erro de colocação pronominal e no uso do “lhe”, que substitui objetos
indiretos apenas, e ausência de crase antes de proibição.

3-( TRT-22ª REGIAO, Analista Judiciário /2010)

Atenção: Leia o texto abaixo.

O que deu errado

Entre as formigas e as abelhas o problema não existe:


algumas nascem para ser a elite, o resto nasce para ser o resto.
Tudo já foi resolvido antes, tudo está nos genes. Quem nasce
com o gene altruísta se sacrifica pela elite dominante porque
existe para isso. Jamais lhe ocorre perguntar "Por que eu?". Até
hoje, que se saiba, nenhum batalhão de formigas ou abelhas se
insurgiu contra métodos injustos de trabalho e derrubou o poder
despótico que o martiriza.
O problema com as sociedades humanas é que, no
nosso caso, a natureza confiou demais no altruísmo voluntário.
Daí a resistência à flexibilização das leis trabalhistas, a grita
contra o salário mínimo, as greves etc. Falta altruísmo no sangue
da maioria. A natureza criou a iniciativa individual e a compulsão
para o lucro em alguns, mas esqueceu de criar a iniciativa
para o sacrifício e a compulsão para a acomodação em outros,
sem os quais as leis naturais do mercado não funcionam.
Ou só funcionam com os genes altruístas sendo substituídos
pela pregação liberal como verdade única ou, se isso falhar,
pela tropa de choque. Ou seja, pelo altruísmo artificial.
Adaptado de Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro)
“O problema com as sociedades humanas é que (...) a natureza confiou demais no
altruísmo voluntário.”
Mantém-se a correção e a coerência da frase acima nesta nova redação: O
altruísmo voluntário

a) foi confiado demais pela natureza, tornando-se problemático para as sociedades


humanas.

b) tornou-se por demais confiável à natureza, razão pela qual redundou em


problema para os homens.

c) mereceu plena confiança da natureza, advindo daí os problemas que se


verificam em nossa ordem social.

d) impregnou-se com tão natural confiança que acabou resultando no problema


que mais afeta a humanidade.

e) é a razão pela qual a confiança da natureza resultou problemática para o


funcionamento das sociedades humanas.

Comentário: Analisando:

a) Segundo a frase original, não é o altruísmo voluntário que se tornou


problemático.

b) O altruísmo em si não é o problema, o problema advém na confiança que a


natureza depositou nele.

c) Mantém coerência e correção√

d) O problema não é o altruísmo impregnado de confiança naturalmente, mas a


confiança depositada nele pela natureza.

e) O altruísmo não é a razão, a natureza ter confiado demais nele é.

4-(TRT - 21ª Região (RN), Analista Judiciário - Área Administrativa/2003)

“Quanto melhor estiver constituído o Estado, tanto mais os negócios públicos


prevalecerão sobre os particulares.” (Rousseau)
Não haveria prejuízo para o sentido da frase de Rousseau caso a reconstruíssemos
corretamente, como está em:

a) O Estado se constituirá de modo tanto mais aprimorado quanto mais os


negócios públicos tiverem prevalência sobre os particulares.

b) Os negócios públicos prevalecerão sobre os privados, da mesma forma em que


o Estado se vá aprimorando em sua melhor constituição.

c) Somente estará tão bem constituído o Estado quando os negócios públicos


igualmente prevalecerem sobre os particulares.

d) À proporção que o Estado vá se constituindo, tanto melhor para os negócios


públicos prevalecerem sobre os particulares.

e) A prevalência dos negócios públicos sobre os particulares é tanto maior quanto


mais se aprimora a constituição do Estado.

Comentário: A redação original apresenta conjunções comparativas


(quanto...tanto...) que se referem a constituição do estado e a prevalência dos
negócios públicos. Inverter a relação dos termos comparados ou estabelecer outro
tipo de relação tornará errada a assertiva.

5-( TJ-AP, Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados/2009)

Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

A força das narrativas

Heródoto conta uma pequena história, da qual se pode aprender muito:


"Quando o rei egípcio Psamênito foi vencido e caiu prisioneiro do rei dos Persas,
Câmbises, este resolveu humilhá- lo. Ordenou que colocassem Psamênito na rua
por onde passaria o triunfo persa e fez com que o prisioneiro visse passar a filha em
vestes de escrava enquanto se dirigia ao poço com um balde na mão. Enquanto
todos os egípcios elevavam prantos e gritos àquela visão, só Psamênito
permaneceu mudo e imóvel, com os olhos pregados no chão; e quando, pouco
depois, viu o filho conduzido à morte no cortejo, permaneceu igualmente impassível.
“Mas quando viu passar entre os prisioneiros um de seus servos, um homem velho e
empobrecido, golpeou a cabeça com as mãos e mostrou todos os sinais da mais
profunda dor.”
A situação fica aberta à nossa interpretação. Por que teria chorado o rei
Psamênito? Algumas respostas: chorou porque a visão do velho servidor foi a gota
d´água que fez transbordar o cálice, depois de ter assistido ao sofrimento de seus
entes mais caros; chorou porque o velho servidor, testemunha de sua infância e da
existência de seus pais e avós, era um elo que unia e confirmava a geração real;
chorou porque a princesa poderia tramar nos bastidores a seu favor; o príncipe
poderia articular uma revolta e libertar sua mãe e suas irmãs, mas ao velho servidor
já não restavam forças, sendo portanto inútil e
cruel sua humilhação.As narrativas mais expressivas não se esgotam em si
mesmas, expandem-se com a força de sementes, por um tempo indefinido. Por que
terá chorado o rei Psamênito?
(Adaptado de Ecléa Bosi, Lembranças de velhos)

Está clara e correta esta nova redação de uma passagem do texto:

a) Depreendem-se várias lições dessa pequena história narrada por Heródoto.

b) Câmbises venceu e assistiu a humilhação do rei egípcio impassível.

c) A filha passou diante do rei egípcio indo à fonte em vestes de escrava.

d) Era como testemunhasse de sua infância aquele velho servo do rei egípcio.

e) É aonde a força da semente de uma narrativa se expande por muito tempo.

Comentário:

a) Heródoto conta uma pequena história, da qual se pode aprender muito=


Depreendem-se várias lições dessa pequena história narrada por Heródoto.√

b) Câmbises, este resolveu humilhá- lo.≠ Câmbises venceu e assistiu a humilhação


do rei egípcio impassível

c) Ordenou que colocassem Psamênito na rua por onde passaria o triunfo persa e
fez com que o prisioneiro visse passar a filha em vestes de escrava enquanto se
dirigia ao poço com um balde≠ A filha passou diante do rei egípcio indo à fonte em
vestes de escrava

d) chorou porque o velho servidor, testemunha de sua infância e da existência de


seus pais e avós, era um elo que unia e confirmava a geração real≠ Era como
testemunhasse de sua infância aquele velho servo do rei egípcio.

e) As narrativas mais expressivas não se esgotam em si mesmas, expandem-se


com a força de sementes, por um tempo indefinido. ≠ É aonde a força da semente
de uma narrativa se expande por muito tempo.
6- (TRT - 23ª Região (MT), Analista Judiciário - Área Administrativa/2016)

Atenção: Leia o texto abaixo .

O processo impregnado de complexidade, ao qual se sobrepõem ideias de


avanço ou expansão intensamente ideologizadas, e que convencionamos chamar
pelo nome de progresso, tem, dentre outros, um atributo característico: tornar a
organização da vida cada vez mais tortuosa, ao invés de simplificá-la. Progredir é,
em certos casos, sinônimo de complicar. Os aparelhos, os sinais, as linguagens e os
sons gradativamente incorporados à vida consomem a atenção, os gestos, a
capacidade de entender. Além disso, do manual de instruções de um aparelho
eletrônico à numeração das linhas de ônibus, passando pelo desenho das vias
urbanas, pelos impostos escorchantes e pelas regras que somos obrigados a
obedecer – inclusive nos atos mais simples, como o de andar a pé −, há uma
evidente arbitrariedade, às vezes melíflua, às vezes violenta, que se insinua no
cotidiano.
Não há espaço melhor para averiguarmos as informações acima do que os
principais centros urbanos. Na opinião do geógrafo Milton Santos, um marxista
romântico, “a cidade é o lugar em que o mundo se move mais; e os homens
também. A co-presença ensina aos homens a diferença. Por isso, a cidade é o lugar
da educação e da reeducação. Quanto maior a cidade, mais numeroso e
significativo o movimento, mais vasta e densa a co-presença e também maiores as
lições de aprendizado".
Essa linha de pensamento, contudo, não é seguida por nós, os realistas, entre
os quais se inclui o narrador de O silenceiro, escrito pelo argentino Antonio di
Benedetto. Para nós, o progresso transformou as cidades em confusas
aglomerações, nas quais a opressão viceja. O narrador-personagem do romance de
Di Benedetto anseia desesperadamente pelo silêncio. Os barulhos, elementos
inextricáveis da cidade, intrometem-se no cotidiano desse homem, ganhando
existência própria. E a própria espera do barulho, sua antevisão, a certeza de que
ele se repetirá, despedaça o narrador. À medida que o barulho deixa de ser exceção
para se tornar a norma irrevogável, fracassam todas as soluções possíveis.
A cidade conspira contra o homem. As derivações da tecnologia fugiram, há muito,
do nosso controle.
(Adaptado de: GURGEL, Rodrigo. Crítica, literatura e narratofobia. Campinas, Vide Editorial, 2015, p. 121-125)

Mantendo-se a correção gramatical e, em linhas gerais, o sentido original, uma


redação alternativa para um segmento do texto está em:

a) O narrador de O silenceiro, escrito pelo argentino Antonio di Benedetto,


encontra-se entre os que seguem a ideia de que, com o progresso, as cidades foram
transformadas em confusas aglomerações.

b) Ganhando existência própria, os barulhos − elementos inextricáveis da cidade −,


intrometem-se no cotidiano desse homem.
c) À espera do barulho e à ideia de que certamente se repetirá o narrador
despedaça-se ante sua visão.

d) Gradativamente incorporados à vida: os aparelhos, os sinais, as linguagens e os


sons consomem-nos a atenção, os gestos e a capacidade de lhes entender.

e) Impregnado de complexidade, o processo que convencionamos chamar pelo


nome de progresso, ao qual se sobrepõe ideias de avanço torna a organização da
vida cada vez mais tortuosa.

Comentário: Vejamos as questões gramaticais:

a)√

b) A vírgula, após o travessão, separa sujeito e verbo(o travessão apenas isola


informação acessória).

c) Ausência de vírgula após repetirá, pois essa oração inicial é uma oração
subordinada adverbial deslocada.

d) Entender é verbo transitivo direto e não pode ter o pronome “lhe” como
complemento.

e) Ausência de vírgula após avanço, elemento intercalado na oração.

7-( MRE, Oficial de Chancelaria/2009)

“O nome do filósofo [...] foi ganhando uma aura [...], apesar do caráter esotérico dos
seus primeiros trabalhos e fragmentário dos últimos.”

Em redação clara e totalmente em concordância com o padrão culto escrito, o


sentido da frase acima está preservado em:

a) Foi ganhando uma aura o filósofo, que já tinha nome, ainda que seus trabalhos
sejam de caráter esotérico e fragmentário, respectivamente os primeiros e últimos.

b) Ainda que os primeiros trabalhos do filósofo padecessem de caráter esotérico e


os últimos fragmentários, seu nome foi ganhando uma aura.

c) Embora se considerem o caráter esotérico e fragmentário dos primeiros e últimos


trabalhos, seu nome de filósofo foi recebendo aura.
d) A despeito de os primeiros trabalhos do filósofo terem caráter esotérico e os
últimos, fragmentário, seu nome foi ganhando uma aura.

e) Seu nome de filósofo foi ganhando aura mesmo sendo esotérico nos primeiros
trabalhos, e tendo caráter fragmentário nos últimos.

Comentário:

a) Foi ganhando uma aura o filósofo, que já tinha nome, ainda que seus trabalhos
sejam de caráter esotérico e fragmentário, respectivamente os primeiros e últimos.(O
nome do filósofo [...] foi ganhando uma aura)

b) Ainda que os primeiros trabalhos do filósofo padecessem de caráter esotérico e


os últimos fragmentários, seu nome foi ganhando uma aura. . (não consta na
redação original e altera o sentido)

c) Embora se considerem o caráter esotérico e fragmentário dos primeiros e últimos


trabalhos, seu nome de filósofo foi recebendo aura. . (não consta na redação original
e altera o sentido)

d) A despeito de os primeiros trabalhos do filósofo terem caráter esotérico e os


últimos, fragmentário, seu nome foi ganhando uma aura.√ (relação de concessão)

e) Seu nome de filósofo foi ganhando aura mesmo sendo esotérico nos primeiros
trabalhos, e tendo caráter fragmentário nos últimos. (relação de adição)

8-(TRT - 11ª Região (AM e RR), Área Administrativa/2017)

Houve um tempo em que eu comia um monte de coisas e não precisava contar


nada para ninguém. Na civilização contemporânea, on-line, conectada o tempo todo,
se não for registrado e postado, não aconteceu. Comeu, jantou, bebeu? Então,
prove. Não está na rede? Então, não vale.
Não estou aqui desfiando lamúrias de dinossauro tecnológico. Pelo contrário:
interajo com muita gente e publico ativamente fotos de minhas fornadas. A vida,
hoje, é digital. Contudo, presumo que algumas coisas não precisam deixar de
pertencer à esfera privada. Sendo tudo tão novo nessa área, ainda engatinhamos a
respeito de uma etiqueta que equilibre a convivência entre câmeras, pratos,
extroversão, intimidade.
Em meados da década passada, quando a cozinha espanhola de vanguarda ainda
povoava os debates e as fantasias de muitos gourmets, fotografar pratos envolvia
um dilema: devorar ou clicar? A criação saía da cozinha, muitas vezes verticalizada,
comumente finalizada com esferas delicadas, espumas fugazes... O que fazer,
capturá-la em seu melhor instante cenográfico, considerando luzes e sombras, e
comê-la depois, já desfigurada, derretida, escorrida? Ou prová-la imediatamente,
abrindo mão da imagem? Nunca tive dúvidas desse tipo (o que talvez faça de mim
um bom comensal, mas um mau divulgador).
Fotos e quitutes tornaram-se indissociáveis, e acho que já estamos nos
acostumando. Mas será que precisa acontecer durante todo o repasto? Não dá para
fazer só na chegada do prato e depois comer sossegado, à maneira analógica?
Provavelmente não: há o tratamento da imagem, a publicação, os comentários, as
discussões, a contabilidade das curtidas. Reconheço que, talvez antiquadamente,
ainda sinto desconforto em ver casais e famílias à mesa, nos salões, cada qual com
seu smartphone, sem diálogos presenciais ou interações reais. A pizza esfria e
perde o viço; mas a foto chega tinindo aos amigos de rede.
(Adaptado de: CAMARGO, Luiz Américo. Comeu e não postou? Então, não valeu. Disponível em:
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/01/09/opinion/1483977251_216185.html)

Está reescrito conforme a norma-padrão da língua e com o sentido preservado em


linhas gerais o seguinte trecho do texto:

a) Contudo, presumo que... (2º parágrafo) / Porquanto, afirmo por conjectura que...

b)... acho que já estamos nos acostumando. (4º parágrafo) / ... tenho a impressão
que já tornamo-nos resignados.

c)... não precisava contar nada para ninguém. (1º parágrafo) / ... não era impelido
de me reportar à quem quer que fosse.

d)... ainda sinto desconforto em ver... (4º parágrafo) / ... continuo a sentir-me
incomodado ao testemunhar...

e)... fotografar pratos envolvia um dilema... (3º parágrafo) / ... fotografar pratos
abrangia-se de uma controvérsia...

Comentário:

a) Contudo (indica oposição) ≠ Porquanto ( indica explicação ou justificativa).


b) Resignar é conformar, o que é diferente de acostumar. Os verbos também se
diferem quanto ao tempo verbal.
c)Precisar e impelir possuem significados diferentes: necessitar e impulsionar,
respectivamente.
d)√
e) Dilema é um problema e controvérsia, uma oposição.

9-( TRT - 24ª REGIÃO (MS), Analista Judiciário - Área Judiciária/2017)


Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

A representação da “realidade” na imprensa


Parece ser um fato assentado, para muitos, que um jornal ou um telejornal
expresse a “realidade”. Folhear os cadernos de papel de ponta a ponta ou seguir
pacientemente todas as imagens do grande noticiário televisivo seriam operações
que atualizariam a cada dia nossa “compreensão do mundo”. Mas esse
pensamento, tão disseminado quanto ingênuo, não leva em conta a questão da
perspectiva pela qual se interpretam todas e quaisquer situações focalizadas.
Submetermo-nos à visada do jornalista que compôs a notícia, ou mesmo à do
câmera que flagra uma situação (e que, aliás, tem suas tomadas sob o controle de
um editor de imagens), é desfazermo-nos da nossa própria capacidade de análise, é
renunciarmos à perspectiva de sujeitos da nossa interpretação.
Tanto quanto os propalados e indiscutíveis “fatos”, as notícias em si mesmas,
com a forma acabada pela qual se veiculam, são parte do mundo: convém averiguar
a quem interessa o contorno de uma análise política, o perfil criado de uma
personalidade, o sentido de um levante popular ou o alcance de uma medida
econômica. O leitor e o espectador atentos ao que leem ou veem não têm o direito
de colocar de lado seu senso crítico e tomar a notícia como espelho fiel da
“realidade”. Antes de julgarmos “real” o “fato” que já está interpretado diante de
nossos olhos, convém reconhecermos o ângulo pelo qual o fato se apresenta como
indiscutível e como se compõe, por palavras ou imagens, a perspectiva pela qual
uma bem particular “realidade” quer se impor para nós, dispensando-nos de discutir
o ponto de vista pelo qual se construiu uma informação.
(Tibério Gaspar, inédito)

Considere este segmento do texto:

“Submetermo-nos à visada do jornalista que compôs a notícia [...] é desfazermo-nos


da nossa própria capacidade de análise [...]”

Está inteiramente clara, coerente e correta esta nova redação dada ao segmento
acima:

a)Caso não nos desfazermos da nossa capacidade de analisar, nos inclinaremos


diante do olhar próprio do jornalista que deu a notícia.

b)Se aceitarmos inteiramente a perspectiva de quem redigiu a notícia, não nos


valeremos de nossa própria faculdade de interpretá-la.

c)Quem se compraz a ver uma reportagem do ângulo jornalístico, acaba por


renunciar à possibilidade de compreendê-lo a partir de si mesmo.

d)À medida em que nos curvamos pelo poder de quem noticia, deixamo-nos de
avaliar por nós mesmos nossa capacidade de análise.
e)Estaremos divergindo da nossa possibilidade de interpretar, caso nos
deixássemos levar pelo ângulo das notícias com que nos submetemos.

Comentário: “Submetermo-nos à visada do jornalista que compôs a notícia, ou


mesmo à do câmera que flagra uma situação (e que, aliás, tem suas tomadas sob o
controle de um editor de imagens), é desfazermo-nos da nossa própria capacidade
de análise, é renunciarmos à perspectiva de sujeitos da nossa interpretação”

a) A alternativa erra na flexão verbal (desfazermos ≠desfaçamos).

b)√

c) O erro está na concordância que deveria ser "compreendê-la", pois se refere a


"uma reportagem"

d) .Não consta na redação original e altera o sentido, pois a questão não é avaliar, é
desfazer de nossa capacidade de análise.Além disso, À medida que significa “à
proporção que”, “conforme”. À medida em que não existe!

e) Erro na flexão verbal (estaremos≠ estaríamos).Também há uma alteração de


sentido, pois divergir não é sinônimo de desfazer.

10-( TRT - 24ª REGIÃO (MS), Analista Judiciário - Área Judiciária/2017)

“Não se ganha muito dinheiro, / mas sempre dá para pagar as pequenas


dignidades.”

Preserva-se a relação de sentido entre os segmentos na frase acima em:

a) Não se ganha muito dinheiro, uma vez que sempre dá para pagar as pequenas
dignidades.

b) Sempre dá para pagar as pequenas dignidades, conquanto não se ganhe muito


dinheiro.

c) Desde que não se ganhe muito dinheiro, sempre dá para pagar as pequenas
dignidades.

d) Sempre dá para pagar as pequenas dignidades, por conseguinte não se ganha


muito dinheiro.
e) Haja vista que sempre dá para pagar as pequenas dignidades, não se ganha
muito dinheiro.

Comentário: A relação entre as orações é de oposição de ideias, ao inverter-las,


teremos uma concessão.Portanto, a letra b é o gabarito.

11)-( MPE-SE), Analista do Ministério Público – Especialidade Serviço


Social/2009)

Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

Maturidade

Não, não sei, jamais saberei o que é maturidade. Mas

sei reconhecer a imaturidade, quando esta se manifesta.

Reconheço-a antes de tudo em mim, que cheguei esperançoso

à ideia de não mais merecê-la. Mas o milagre não se deu.

Por vezes tive a boba e boa ilusão de estar chegando lá,

à maturidade. Controlei alguns demônios menores; outros de

moto próprio me deixaram; senti valorizar-se em mim o sentido

da justiça e a tentação da fraternidade; meu egoísmo se

reduziu, dando mais espaço à compreensão do outro, abri os

olhos às minhas complacências indevidas e os fechei o mais

que pude aos rigores de juízo enraizados no ressentimento.

Demissões, mutações e aquisições se operavam em mim, que

esperava, deliciado, a maturidade.

Mas a maturidade não veio. Esvaziei-me no desengano.

A princípio com uma tristeza, depois com uma espécie de

contentamento venal, chegando quase à indiferença insípida, vi

que a maturidade não veio.


(Paulo Mendes Campos, Crônicas escolhidas. S. Paulo: Ática,

1981, p. 149)
É preciso corrigir a redação da seguinte frase:

a) Ainda que a minha maturidade se demore em vir, não deixarei de ficá-la


esperando.

b) Se a maturidade viesse, eu não me esvaziaria no desengano; exercê-la-ia


prazerosamente.

c) Se vier a maturidade, espero saber como desfrutar plenamente de todos os seus


benefícios.

d) Mesmo que eu nunca chegue à maturidade, não tenho por que descrer que haja
ganho em toda experiência.

e) Deve-se admitir que o autor não deixa de revelar um traço de maturidade ao


confessar que não a alcanço

Comentário: Corrigindo a redação: “Ainda que a minha maturidade demore-se a vir,


não deixarei de ficá-la esperando.” Regência e colocação pronominal.

12-( SABESP, Analista de Gestão – Administração/2018)

Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

O que há de mais evidente nas atitudes dos brasileiros diante do “preconceito de


cor” é a tendência a considerá-lo como algo ultrajante (para quem o sofre) e
degradante (para quem o pratique). Contudo, na situação imperante nos últimos 40
anos (de 1927 até hoje), tem prevalecido uma considerável ambiguidade axiológica.
Os valores vinculados à ordem social tradicionalista são antes condenados no plano
ideal que repelidos no plano da ação concreta e direta. Daí uma confusa
combinação de atitudes e verbalizações ideais que nada têm a ver com as
disposições efetivas de atuação social. Tudo se passa como se o “branco”
assumisse maior consciência parcial de sua responsabilidade na degradação do
“negro” e do “mulato” como pessoa mas, ao mesmo tempo, encontrasse sérias
dificuldades em vencer-se a si próprio.
O lado curioso dessa ambígua situação de transição aparece na saída espontânea
que se deu a esse drama de consciência. Sem nenhuma espécie de farisaísmo
consciente, tende-se a uma acomodação contraditória. O “preconceito de cor” é
condenado sem reservas, como se constituísse um mal em si mesmo, mais
degradante para quem o pratique do que para quem seja sua vítima. A liberdade de
preservar os antigos ajustamentos discriminatórios e preconceituosos, porém, é tida
como intocável, desde que se mantenha o decoro e suas manifestações possam ser
encobertas ou dissimuladas.
Do ponto de vista e em termos de posição sociocultural do “branco”, o que ganha o
centro do palco não é o “preconceito de cor”, mas uma realidade moral reativa, que
bem poderia ser designada como o “preconceito de não ter preconceito”.
(Adaptado de: FLORESTAN, Fernandes. O Negro no Mundo dos Brancos. São Paulo: Difel, 1972, pp. 23-25)
“Os valores vinculados à ordem social tradicionalista são antes condenados no plano
ideal que repelidos no plano da ação concreta e direta.”

Uma redação alternativa para a frase acima, em que se mantêm a correção e, em


linhas gerais, o sentido, encontra-se em:

a)Os valores inscritos na tradição a priori são condenados no plano das ideias; a
posteriori, no plano da vida prática.

b)Por primeiro os valores afeitos à ordenação conservadora são condenados no


campo das ideias e depois no campo das ações concretas.

c)Preferencialmente ao plano da vida prática, é na esfera ideal que os valores


ligados à sociedade conservadora são rechaçados.

d)Antes de serem censurados no tocante à manutenção da ordem tradicionalista na


sociedade, é na esfera da ação propriamente dita que os valores são rechaçados.

e)Os valores tradicionais são previamente desaprovados no plano ideal, para em


seguida o serem no plano prático e direto das ações.

Comentário: Manter correção e sentido de Os valores vinculados à ordem social


tradicionalista são antes condenados no plano ideal que repelidos no plano da ação
concreta e direta.
Sentido: São condenados na teoria, mas não repelidos na prática.Oposição de
ideias.
a) Os valores inscritos na tradição a priori são condenados no plano das ideias; a
posteriori, no plano da vida prática. Alteração de sentido.
b) Por primeiro os valores afeitos à ordenação conservadora são condenados no
campo das ideias e depois no campo das ações concretas. Alteração de sentido
c)√
d) Antes de serem censurados no tocante à manutenção da ordem tradicionalista na
sociedade, é na esfera da ação propriamente dita que os valores são
rechaçados. Inversão total do sentido da oração.
e) Os valores tradicionais são previamente desaprovados no plano ideal, para em
seguida o serem no plano prático e direto das ações. Não opõe ideias, alteração de
sentido.
13-(SEGEP-MA, Técnico da Receita Estadual - Tecnologia da Informação /2016)

Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

Os azulejos de São Luís compõem um dos patrimônios culturais mais belos


da cidade. Eles são encontrados nas fachadas das casas antigas, bem como foram
e ainda são utilizados em igrejas e na decoração interna de casarões.

Foi no século XVIII, período colonial, que os azulejos lusitanos começaram a


chegar à capital maranhense, em um contexto de crescimento urbano, para
enriquecer a estética das casas e dos prédios comerciais.

O Museu Histórico e Artístico do Maranhão (Museu de Artes Visuais) contém o


maior acervo de azulejos em exposição. Todos são provenientes de doações. Lá é
possível confirmar com historiadores que o patrimônio azulejar maranhense é em
sua maior parte proveniente de Portugal, mas também possui influência da França.

Os portugueses se dedicaram à produção de azulejos, utilizando técnicas


diferenciadas e trabalho manual. Eles também trabalharam em prol de uma
construção visual, de forma que um painel com o mesmo azulejo colocado em
determinadas posições possa ser visto de várias formas.

Portugal fez de São Luís a mais lusitana das capitais brasileiras. Por isso, a
cidade preserva o maior aglomerado urbano de azulejos dos séculos XVIII e XIX, em
toda a América Latina. Eles assumem importância no contexto universal da criação
artística, pela longevidade de seu uso, sem interrupção durante cinco séculos,
resistindo a tempos chuvosos e amenizando o calor do verão, devido aos matizes de
branco que refletem os raios solares.

Assim, essa cultura material ludovicense, respeitada mundialmente, evoca a


identidade e a memória do povo maranhense.
(Adaptado de: ASSIS, Isabella Bogéa de. Disponível em: http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/heran%C3%A7-lusitana-da-
cidade-dos-azulejos)

Uma redação alternativa para um segmento do texto, em que se mantêm a correção,


a lógica e, em linhas gerais, o sentido original, está em:

a) O maior acervo de azulejos em exposição − todos oriundos de doações −


encontra-se no Museu Histórico e Artístico do Maranhão, onde se pode confirmar
que a maior parte do patrimônio azulejar maranhense provém de Portugal, embora
também possua influência francesa.

b) Um dos patrimônios culturais mais belos da cidade de São Luís é composto de


seus azulejos, cujos se encontram não apenas nas fachadas das casas antigas, mas
nas igrejas e nos interiores de casarões.
c) Durante o período colonial, no século XVIII, momento em que se dava um forte
crescimento urbano no Maranhão, os azulejos lusitanos, começaram a chegar à
capital maranhense.

d) Uma vez que desenvolveram técnicas exclusivas, a partir também de trabalho


artesanal, os portugueses se dedicaram à produção de azulejos, onde também
buscou-se formas de construção visual na qual o mesmo azulejo, dependendo da
posição em que está, assume formas diversas.

e) Embora tenha havido forte influência de Portugal, São Luís tornou-se, a mais
lusitana das capitais brasileiras, preservando o maior aglomerado urbano de
azulejos, dos séculos XVIII e XIX, em toda a América Latina.

Comentário:Analisando:

a)√

b)Erro no uso de “cujo”, pois não há relação de posse.Alteração também no sentido


original do período.

c) “...os azulejos lusitanos, começaram a chegar à capital maranhense.” A virgula


separa o sujeito do verbo.

d) “onde” é utilizado para referir-se a lugar.

e) “São Luís tornou-se, a mais lusitana...” A vírgula separa o verbo de seu


complemento.

14-( TRT - 23ª REGIÃO (MT), Analista Judiciário - Área Administrativa/2016)

Aos 45 anos, o chinês Jia Zhang-Ke pode ser considerado um dos principais
cineastas do mundo. Sua idade permitiu a ele testemunhar a transição histórica pela
qual a China passou depois de 1976, com a morte de Mao Tse-Tung, o fim da
Revolução Cultural e a subida ao poder de Deng Xiaoping, que em poucos anos
abriu o país à economia de mercado. Os filmes de Jia são cada vez mais vistos no
exterior, uma vez que exibem importância estética e oferecem um olhar sobre uma
realidade pouco conhecida aos olhos do mundo “Vemos cidades que estão sendo
demolidas, memórias que estão sendo apagadas, uma população flutuante que viaja
ao sabor das oportunidades econômicas, e Jia quer investigar qual é o efeito dessa
transformação no indivíduo", descreve a pesquisadora Cecília Mello. “Na história do
cinema, em geral os momentos de pico de criatividade vêm junto com as
transformações histórico-sociais. No mundo todo, hoje, o diretor em que isso
aparece de modo mais forte e relevante é Jia."
(Adaptado de: revistapesquisa.fapesp.br/2015/10/14/05- olhos-da-china)

Uma redação alternativa a partir de um segmento do texto, em que se mantêm a


correção e a lógica, está em:
a) Vê-se cidades sendo demolidas, memórias sendo apagadas, uma população
flutuante viajando de acordo com as oportunidades econômicas.

b) É comum que, na história do cinema, grande parte dos momentos de pico de


criatividade acompanhe transformações históricas.

c) De acordo com a pesquisadora Cecília Mello, devem haver transformações


causadas ao indivíduo que interessam a Jia investigar.

d) Ainda que tenha apenas 45 anos, não exagera quem, ao avaliar o cineasta
chinês Jia Zhang-Ke, exalta-lhe como um dos maiores do mundo.

e) O jovem Jia Zhang-Ke, testemunhou fatos históricos como a morte de Mao Tse-
Tung, o fim da Revolução Cultural e a ascensão de Deng Xiaoping ao poder.

Comentário: mantêm-se a correção e a lógica em:

a) Vê-se: A forma "se" é considerada partícula apassivadora quando relacionada a


verbos transitivos diretos. Trata-se da voz passiva sintética, em que o verbo
concorda com o suposto objeto direto, que desempenha, na verdade, a função de
sujeito gramatical.
b)√
c) Devem haver: o verbo auxiliar não flexiona quando associado a um verbo
impessoal.
d)Exaltar-lhe: verbo transitivo direto não pode ter como complemento o pronome
“lhe”, pois o pronome oblíquo "lhe" só funciona como objeto indireto.
e)” O jovem Jia Zhang-Ke, testemunhou...” A vírgula está separando o sujeito de seu
verbo.
15-( TRT - 20ª REGIÃO (SE),Analista Judiciário - Área: Judiciário/2016)
Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

[Civilização e sofrimento]

É uma afirmação corrente que boa parte da culpa dos sofrimentos


humanos vem do que é chamado de nossa civilização. Seríamos bem mais felizes
se a abandonássemos e retrocedêssemos a condições primitivas, satisfazendo
nossos instintos básicos. Tal asserção me parece espantosa, porque é fato
estabelecido – como quer que se defina o conceito de civilização – que tudo aquilo
com que nos protegemos da ameaça das fontes do sofrer é parte da civilização.
Como é que tantas pessoas chegaram a partilhar esse ponto de vista de
surpreendente hostilidade à civilização? Acho que uma profunda insatisfação com o
estado civilizacional existente preparou o solo no qual, em determinadas ocasiões
históricas, formou-se essa condenação.
(Adaptado de: FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Penguin & Companhia
das Letras, 2011, p. 31)

Por apresentar deficiência em sua estrutura, é preciso CORRIGIR a redação da


seguinte frase

a)Para muita gente, os seres primitivos seriam mais felizes que os civilizados por
estarem mais próximos da natureza, que dita os nossos instintos.

b)É inegável que muita gente considera, ao longo da história, que a civilização seja
a grande responsável pelos sofrimentos humanos.

c)A força dos nossos instintos é tamanha que muitos, acreditando não poder
vencê-los, gostariam de ser felizes satisfazendo-os plenamente.

d)Um ponto de vista, revelando surpreendente hostilidade, consideram muitos que


está na civilização, sendo esta a raiz dos nossos males.

e)Os princípios da civilização ainda estão sendo edificados porque todos


acreditamos que, por meio deles, protegemo-nos de maiores sofrimentos.

Comentário:Para essa questão, mesmo havendo equívocos gramaticais, a FCC


pede a análise da estrutura.Pela simples leitura do fragmento, vemos que a
alternativa d é a única que traz uma redação confusa, ou seja, deficiente em sua
estrutura.

16-( TRT - 22ª Região (PI), Analista Judiciário - Área Administrativa/2004)


Considere o trecho: “Não podemos confiar numa inspiração moral compartilhada,
por isso inventamos regras.”

Caso se reconstrua o período acima, começando-se por Inventamos regras, uma


possibilidade de complementação correta, coerente com o sentido original do
período, será a frase:

a) desde que não possamos confiar numa inspiração moral compartilhada.

b) pela razão de que não podemos confiar numa inspiração moral compartilhada.

c) por isso não podemos confiar numa inspiração moral compartilhada.

d) razão pela qual não podemos confiar numa inspiração moral compartilhada.

e) ainda que não possamos confiar numa inspiração moral compartilhada.

Comentário: Devemos nos atentar para a relação de causa e consequência da frase.


”Inventar regras é a causa ou razão pela qual não podemos confiar uma inspiração
moral compartilhada.

17-(SEGEP-MA, Analista Ambiental – Pedagogo/2016)

Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

Em um planeta em aquecimento, o calor se revela uma espécie de nova prova de


fogo para os atletas. É o que aponta um estudo inédito produzido pelo Observatório
do Clima, que coletou dados de pesquisas sobre o tema ao redor do mundo.
Nosso corpo funciona de forma diferente de acordo com as mudanças no habitat.
Como explica o estudo do Observatório do Clima, a temperatura central do corpo em
repouso é de 37 °C e aumenta para 38,5 °C a 75% de esforço durante o exercício.
Esse valor não aumenta devido aos mecanismos de termorregulação, sem os quais
a temperatura central do organismo subiria 1°C a cada cinco minutos de exercício
intenso.
Nesse sentido, o calor excessivo prejudica o corpo de duas formas: facilitando a
desidratação em condições de baixa umidade relativa do ar e impedindo que o corpo
dissipe calor em condições de alta umidade relativa. Nos dois casos, no limite o
corpo entra em choque, incapaz de regular a temperatura interna, um quadro que
pode ser fatal a um atleta.
Ao levar a um maior desgaste físico dos atletas, o calor também afeta o
rendimento, o que torna mais difícil a superação de recordes. Segundo o estudo, na
maratona, por exemplo, não há registro de recorde em locais com temperaturas
acima de 12 ºC em qualquer trecho dos 42,195 km do percurso oficial da prova
olímpica.
(Adaptado de: http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/aquecimento-global-a-nova-prova-de-fogo-para-o-esporte)
A frase a respeito do texto escrita com correção e lógica encontra-se em:
a)Uma das consequências do calor é, ocasionar um maior desgaste físico dos
atletas, uma vez que o calor também afeta o rendimento, ele acaba dificultando a
superação de recordes.

b)Conquanto possa causar um maior desgaste físico dos atletas, atribui-se ao calor
também a baixa no rendimento, ocasionando maior dificuldade na superação de
recordes.

c)Em um planeta em aquecimento, as altas temperaturas se torna um inimigo a ser


superado pelos atletas, constituindo-se em uma verdadeira “prova de fogo”.

d)Durante a prática de exercícios, o calor excessivo pode impedir o corpo de


regular sua temperatura interna, cenário que pode vir a causar choque e até mesmo
levar um atleta à morte.

e)Segundo pesquisas sobre os efeitos do aquecimento global sobre os atletas,


descobriu-se que em certos esportes olímpicos como a maratona, não existe
registros de recorde em temperaturas acima de 12 ºC.

Comentário:

a) Uma das consequências do calor é, ocasionar → vírgula separando sueito e


verbo.

b) A ideia expressa na oração é de causa (como) e não de concessão (conquanto).

c) “... as altas temperaturas se torna”→erro de concordância verbal.

d)√

e)” Segundo pesquisas sobre os efeitos do aquecimento global sobre os atletas,


descobriu-se que em certos esportes olímpicos como a maratona, não existe
registros de recorde em temperaturas acima de 12 ºC” .Ausência de vírgula antes de
“em certos”. A expressão intercalada é adverbial.

18-(SEGEP-MA, Analista Ambiental – Pedagogo/2016)


Considere o trecho:

“Futebol, corridas, ciclismo e natação em mar aberto são exemplos de esportes de


alta resistência praticados ao ar livre. O calor intenso é uma ameaça real a todo
praticante de esportes de alta resistência ao ar livre. O calor intenso, em casos
extremos, pode até matar.”

As frases acima estão articuladas com correção e lógica, e em um único período,


em:

a)O calor intenso é uma ameaça real a todo praticante de esportes de alta
resistência ao ar livre − o que inclui, por exemplo, futebol, corridas, ciclismo e
natação em mar aberto − e, em casos extremos, pode até matar.

b)Na medida que o calor intenso é uma ameaça real a todo praticante de esportes
de alta resistência ao ar livre, como, por exemplo, futebol, corridas, ciclismo e
natação em mar aberto, em casos extremos pode até matar.

c)Esportes de alta resistência praticados ao ar livre, como é o caso de futebol,


corridas, ciclismo e natação em mar aberto, são ameaçados pelo calor intenso, onde
em casos extremos podem até matar.

d)Podendo chegar até à matar, o calor intenso ameaça de fato todo praticante de
esportes de alta resistência ao ar livre, como: futebol, corridas, ciclismo e natação
em mar aberto.

e)Sendo o calor intenso uma ameaça real a todo praticante de esportes de alta
resistência ao ar livre (incluindo futebol, corridas, ciclismo e natação em mar aberto,
por exemplo), que em casos extremos, pode até matar.

Comentário:

a)√

b)”... em casos extremos...” expressão adverbial deslocada deve ser isolada por
vírgulas.Poderíamos também colocar ponto e vírgula também no período, depois de
“ar livre”, pois a oração já está dividiva por demais vírgulas.

c) Onde é usado para referir-se a lugar.


d) Não se usa crase antes de verbo.

e)O período ficou incompleto, faltou lógica.

19-(Prefeitura de Teresina – PI, -Técnico de Nível Superior –Administrado/2016)

À beira do abismo
Em 1888, Van Gogh compartilhou, por três meses, uma casa com o pintor
Paul Gauguin. Um dia, o amigo resolveu retratá-lo enquanto ele pintava seus
girassóis. Ao ver pela primeira vez o quadro, que o flagra no último lugar em que
poderia estar, pois um pintor se julga sempre fora da pintura, Van Gogh exclamou:
“Sou eu, é claro, mas eu me tornando louco”.
Gogh teve um psiquiatra que, adepto da segunda hipótese, pensou em “curá-
lo” da pintura. É claro, não conseguiu. A arte como vírus, como uma contaminação?
Penso nas poucas telas que Clarice Lispector pintou. Telas tensas, desagradáveis:
manifestações de gênio ou de insanidade? Elas ajudaram a deprimir Clarice ou, ao
contrário, ajudaram a salvá-la? Recordo a Clarice que visitei um dia, sentada em sua
cozinha diante de uma fatia de bolo, um tanto apática, a me dizer: “Comer bolo não
me interessa. O que eu preciso é de água. De água e de literatura”.
Vista assim, como uma necessidade primária, a literatura revela sua potência,
mas também seus riscos. Riscos que os escritores, para se consolar, transportam
para o interior da escrita. Para dar sentido àquelas partes de si que não pode
controlar, o escritor deve correr o risco de sair de si. Ele se dedica justamente àquilo
que, anestesiados pela ideia de normalidade, evitamos.
A matéria da literatura vem, de fato, dessas zonas abissais em que as
certezas se esgarçam, a nitidez se esvai e a dúvida comanda. Muitos não suportam.
“Nascemos e crescemos num cárcere e por isso achamos naturais esses ferros nos
pulsos e nos pés”, escreveu o alemão Georg Büchner. Mas os escritores, não: eles
preferem sangrar mãos e pés, e bordejar o abismo, a sucumbir.E isso se parece com
a loucura.
O problema é que aquilo que o escritor enfrenta está sempre dentro de si. De
certa forma, em consequência, todo escritor escreve “contra si”. Daí a dúvida que
Machado sintetiza em O alienista: estarão os escritores no lugar dos médicos, que
amparam e curam, ou de seus pacientes, que resistem e esperneiam? A resposta
não é fácil: eles ocupam ao mesmo tempo os dois lugares: vestem o jaleco da
saúde, mas também os grilhões da ignorância.
(Adaptado de: CASTELLO, José. Sábados inquietos. Brasília, IMP, 2013, p. 6-7)

Um segmento do texto está corretamente reescrito, sem alteração de sentido, em:

a) o amigo resolveu retratá-lo (1º parágrafo) / o amigo resolveu fazê-lo um retrato.

b) adepto da segunda hipótese (2º parágrafo) / partidário com a segunda hipótese.

c)aquilo que o escritor enfrenta (6º parágrafo) / aquilo de que o escritor confronta.

d) E isso se parece com a loucura (5º parágrafo) / E isso se assemelha da loucura.


e) Ele se dedica justamente àquilo que (...) evitamos (4º parágrafo) / Ele se dedica
justamente àquilo de que (...) nos esquivamos.

Comentário:

a) Fazer é VTDI, logo,o correto seria fazer-lhe.

b) Quem é partidário é partidário DE e não com.

c) Confrontar não rege preposição, nesse caso: aquilo de que o escritor confronta.

d) Assemelhar rege a preposição a: se assemelha à loucura.

e)√

20-( Prefeitura de Teresina -PI,Analista Tecnológico-Analista de Sistemas/2016)

O comportamento esperado na escola é bastante marcado por expectativas.


Quando pensamos que "matemática é coisa de menino", que "menina é mais
caprichosa", enfim, que certas coisas são próprias de meninas e outras de meninos,
estamos limitando as aprendizagens e as experiências de vida das crianças e
adolescentes.
Por exemplo, quantas grandes jogadoras de futebol podemos ter perdido em
nossas escolas a cada ano justamente porque as meninas são desencorajadas a
praticar esse esporte, considerado "de menino"? Ou quantas matemáticas e físicas o
mundo pode ter perdido cada vez que se acreditou que as alunas, por serem
meninas, são naturalmente mais fracas nas disciplinas da área de exatas? Toda vez
que uma menina tem menos incentivo para fazer algo considerado "de menino", os
estereótipos de gênero funcionam como um freio para todas as possibilidades de
aprendizagem que poderiam delinear outro futuro para ela.
Apesar de haver registros sobre equipes femininas de futebol nos anos de
1920, jogar futebol passou a ser proibido às mulheres em um decreto federal de
1941. Ao lado de lutas, saltos, rúgbi, polo e atletismo, a proibição se estendeu até
1979, sob a alegação de que era uma atividade violenta demais para elas.
Atualmente, o Brasil conta com uma das melhores jogadoras de futebol de toda a
história. Marta Vieira da Silva recebeu cinco vezes o título de melhor jogadora de
futebol feminino do mundo pela Fifa, dois a mais que o mais premiado brasileiro na
versão masculina do prêmio. Entretanto, a vantagem de Marta em suas premiações
não garantiu visibilidade para os campeonatos femininos nas programações da TV
brasileira nem salários iguais àqueles recebidos por seus colegas do futebol
masculino.
Ações como a proibição do futebol feminino nos anos de 1940 mostram que
tais desigualdades devem-se muito mais aos estereótipos de gênero socialmente
formulados e reproduzidos do que à falta de habilidade das mulheres no
esporte.Esse exemplo nos lembra o quanto ideias de que há "coisas de homem" ou
"coisas de mulher" são muitas vezes produtos de estereótipos e hierarquias sociais.
Assim, é sempre preciso celebrar pessoas que desafiam as regras previstas e
mostram que o corpo humano, feminino ou masculino, pode desenvolver habilidades
as mais variadas, inclusive aquelas não previstas culturalmente.
Adaptado de: ACCIOLY, Lins, Beatriz et al. Diferentes, não desiguais: a questão de gênero na escola. São Paulo:
Reviravolta, 2009, p.19-21)

Mantendo-se a correção e, em linhas gerais, o sentido original, uma redação


alternativa para a última frase do 4o parágrafo encontra-se em:

a)Proibir o futebol feminino nos anos de 1940 é indício quando tais desigualdades
se produzem ante aos estereótipos de gênero formulados e reproduzidos pela
sociedade, em decorrência da falta de habilidade das mulheres no esporte.

b)Ações tal qual a interdição do futebol feminino nos anos de 1940 mostra que tais
desigualdades se devem sobremaneira à invariabilidade de gênero socialmente
formulada e reproduzida, em detrimento da habilidade das mulheres no esporte.

c)Atos como proibir futebol feminino nos anos de 1940 são mostras que tais
desigualdades produzem frutos de estereótipos de gênero formulados e
reproduzidos em sociedade, e não à falta de habilidade das mulheres no esporte.

d)A proibição do futebol feminino na década de 1940, por exemplo, ilustra o fato de
que essas desigualdades advêm antes de padrões de gênero socialmente
formulados e reproduzidos do que da falta de habilidade das mulheres no esporte.

e)Ações de proibição do futebol feminino na década de 1940 se deve a


desigualdades, que provém de modelos de gênero social, formulados e
reproduzidos, dada à falta de habilidade das mulheres no esporte.

Comentário: Correção e sentido:

a)Proibir o futebol feminino nos anos de 1940 é indício de que ,quando tais
desigualdades se produzem ante aos estereótipos de gênero formulados e
reproduzidos pela sociedade, em decorrência da falta de habilidade das mulheres no
esporte.”Ausência da preposição após indícios, da conjunção e da vírgula mediante
oração sub.adv. deslocada.Além disso, não há preposição após “ante”.

b) Tal concorda com o substantivo anterior, e qual, com o posterior.

c) são mostras de que→ausência da preposição.


d)√

e) se deve→ erro de concordância verbal.

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