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AO JUIZO DE DIREITO DE UMA DAS VARAS DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA

DE NATAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

MARIA DAS DORES, brasileira, casada, doméstica, inscrita no RG n° xxxx.xx e inscrita no


CPF/MF sob o n° xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliada na Rua Da Saudade, n° 17, CEP 59.000-
000, Nova Descoberta, Natal/RN, e-mail xxx@xxx.com, neste ato representado por seu
advogado que esta subscreve, (instrumento procuratório em anexo), vem, respeitosamente a
presença de Vossa Excelência, oferecer a presente

AÇÃO DE USUCAPIÃO FAMILIAR

Em face de JOÃO DE BARRO, brasileiro, residente e domiciliado na Rua Das Oliveiras, n°


123, Soledade II, Natal/RN, CEP 59.000-000, e-mail xxxxxx@xxxx.com, pelos motivos de fato e
de direito a seguir expostos:

I – DA JUSTIÇA GRATUITA

A requerente por ser reconhecidamente pobre na acepção legal, não tendo condições
de arcar com o pagamento das taxas judiciais, demais emolumentos ou horários advocatícios
sem que estes venham a carrear prejuízos ao sustento próprio de sua família, requer a Vossa
Excelência, na forma da lei n° 1.060/50, com as alterações da lei n° 7.510/86 e no art. 5, LXXIV
da nossa Carta Magna, que seja concedido os benefícios da justiça gratuita.

II – DOS FATOS

A Requerente e o Requerido casaram-se civilmente na cidade de Natal/RN, sob o


regime de comunhão de bens, conforme se depreende, da Certidão de Casamento em anexo.

Desta união não frutificou filhos.

O único bem adquirido na constância da união matrimonial foi o imóvel que a


requerente reside, o qual é o objeto da lide.

Sendo, que, no ano de 2016 o Requerido foi embora para o estado da Paraíba/PB e
não retornou a este município, deixando sob a responsabilidade da Requerente todas as
despesas da residência, durante todo este tempo transcorrido, permaneceu a Requerente
residindo com todas as despesas da manutenção deste, além de fazer algumas benfeitorias,
tais como a construção da cozinha, o quarto, o banheiro e pintura de toda a residência, valido
lembrar que a Requerente trabalha como diarista, fazendo dupla jornada de trabalho para
poder manter sempre em dias os pagamentos das contas de água, luz, telefone e IPTU.

O imóvel usucapiendo conta com 160m² de superfície limitada, localizada na Rua Da


Saudade, n° 78, conforme Certidão de Propriedade de Imóvel emitida pelo serviço Notarial de
Natal (Cartório de Imóveis) anexo, não consta qualquer registro e/ou averbação referente ao
imóvel acima citado.

Sendo seus confinantes os seguintes: Limitando-se do sul com residência de Sr. Alfredo
Antônio, residente e domiciliado na Rua Celeste, 71, ao leste, com residência de Sra. Laurita
Maria, residente e domiciliada na Rua dos Pegas, 40 e ao oeste com residência de Sra. Graça
Justina, residente e domiciliada na Rua da Saudade, 79.

Contudo, como requerido está fora do lar há mais de (dez) anos, incide o disposto no
art. 1.240-A, do código civil, ou seja, a requerent5e faz jus ao imóvel adquirido pelo casal em
sua totalidade, por usucapião pró-família.

Destarte a utilidade do novo instituto é clara. Havendo abandono do lar, a usucapião


pode ocorrer após o lapso temporal de 02 (dois) anos. Trata-se de usucapião exclusivamente a
ser utilizado entre o cônjuge ou companheiro contra o seu antigo consorte que abandonou o
lar e não se opôs pelo referido período de posse mansa e pacifica do outro consorte.

A requerente há mais de 10 (dez) anos vem possuindo, utilizando para a sua moradia,
mansa e pacificamente, sem interrupção, nem oposição, o imóvel acima caracterizado, e, não
tendo titulo de domínio, bem como não sendo proprietário de qualquer outro imóvel urbano
ou ruaral, quer obtê-lo, por via desta ação, nos termos do art. 183 da constituição federal e
1.240-A do código civil.

III – DO DIREITO

A Usucapião especial Urbana Familiar vem prevista nos artigos 183 da


Constituição Federal e 1.240-A do código civil, com mesma redação in verbs.

“Aquele que exercer, por 02 (dois) anos


ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250 m² (duzentos e
cinquenta metros quadrados) cuja propriedade vivida com ex.
cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o
para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio
integral, dede que não seja proprietário de outro imóvel
urbano ou rural.

§ 1 ° O direito previsto no caput não será reconhecido


ao mesmo possuidor mais de uma vez.”
No caso em tela, temos um imóvel situado na área urbana da cidade, medindo 160 m²
e que esta na posse mansa, pacifica e sem interrupção e/ou oposição de requerente há mais
de 10 (dez) anos, cuja ocupação é para moradia da usucapiente, após o abandono do lar pelo
requerido. Observe excelência, que metragem do imóvel não ultrapassa 250 m² e a
requerente não possui outro imóvel (vide certidão negativa do cartório de registro de imóveis
inclusa) e utiliza o imóvel apenas para fios residenciais.

Portanto, nada obstar que seja deferido o pedido postulado pela usucapiente, uma vez
que preenche todos os requisitos legais exigidos.

IV – DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer a vossa excelência.

a)

b) Citação da pessoa em nome da qual esta registrado o imóvel usucapiendo, bem


como dos confinantes, limitando-se ao sul com a residência da Sra. Barbara, residente e
domiciliada na Rua da Esquerda n° 130, ao leste, com a residência do Sr. Danilo Gentile,
residente e domiciliado na rua direita, 770, e ao oeste, com a residência de Sra. Graça,
residente e domiciliada na rua dos fundos, n°40, e, por edital, dos eventuais interessados,
observando quanto ao prazo o disposto no inciso IV do art. 232;

c) A notificação do representante do ministério publico estadual em exercício perante


esse juízo, para atuar no “custo legis”, nos termos do que preceitua o art. 1.105 do código de
processo civil;

d) procedência da demanda, para o fim de ser declarado, por sentença, o domínio da


requerente. A Sra. Maria da Dores, sobre imóvel usucapiendo, conforme descrito na planta e
no memorial descritivo anexos, via usucapião pro-família, nos termos e para os efeitos legais,
expedindo-se o competente mandando para cartório de registro de imóveis desta comarca,
com a condenação da parte que vier a contestar a ação no pagamento das custas judiciais;

e) A intimação dos representantes da união, estado e município para que manifestem


seu interesse na causa;

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em


especial a juntada de documentos acostados á inicial, pericia técnica e oitiva de testemunhas,
sem prejuízo dos demais que se fizeram necessários.

Dá-se á causa o valor de 50,000,00 ( cinquenta mil reias) nestes termos,

Pede e espera deferimento.

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