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Informação turística e marketing

Módulo 2 – Turismo interno e internacional

Módulo
2
TURISMO INTERNO E
INTERNACIONAL

Curso Profissional: Técnico/a de Receção


Disciplina: Informação turística e marketing

ÍNDICE

Apresentação e objetivos……………………………………………………………………………………………….2

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Informação turística e marketing

Módulo 2 – Turismo interno e internacional

1.Definição/consolidação de conceitos………………………………………………………………….…………3
1.1.Turismo e Lazer…………………………………………………………………………………..………..3
1.2.Turismo Doméstico ou Interno………………………………………………………………………..5

2.Recursos Turísticos / Produtos Turísticos de Portugal…………………………………………………….10

3.Turismo Internacional……………………………………………………………………………………………...30
3.1. União Europeia – novos Estados-membros – Oferta Turística…………………………..30
3.2.Países Emissores e Recetores de Turismo…………………………………………………….33

4.Noções Gerais de Excursionismo……………………………………………………………………………..…39

Bibliografia…………………………………………………………………………………………………………………45

Apresentação
Este módulo pretende fortalecer os conhecimentos gerais dos alunos no que concerne ao
desenvolvimento turístico no país. Neste âmbito, os alunos tomarão consciência da importância
do turismo em Portugal particularmente na região onde se desenvolve o curso. Tem também
como objetivo dar a conhecer o papel de Portugal enquanto país recetor de turismo e identificar
os seus principais mercados, suas particularidades e exigências relativamente aos serviços
prestados.

Será dada relevância ao alargamento da União Europeia, com a entrada de novos Estados-
membros com oferta similar à de Portugal, o que permitirá aos alunos
identificarem/compreenderem as principais vantagens competitivas do País.

Objetivos de Aprendizagem
 Conhecer os principais mercados emissores e recetores de turismo

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 Compreender o papel de Portugal enquanto país recetor de turismo


 Identificar as características/particularidades dos países de Incoming e de Outgoing
 Destacar os pontos fortes/fracos do turismo/hotelaria na região em que o curso se
desenvolve
 Compreender a importância do Excursionismo
 Elaborar circuitos turísticos;
 Aplicar conhecimentos/noções/vocabulário relativo a este módulo e ao anterior.

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1.Definição/consolidação de conceitos

1.1.Turismo e Lazer

Conceito de lazer
O lazer corresponde à atividade (ou atividades) às quais os indivíduos se entregam livremente,
fora das suas necessidades e obrigações profissionais, familiares e sociais para se
descontraírem, divertirem ou aumentarem os seus conhecimentos e a sua espontânea
participação social no uso do livre exercício da sua capacidade criadora.

Lazer não é simplesmente o resultado de fatores externos, não é o resultado inevitável do


tempo de folga, um feriado, um fim de semana ou um período de férias. É uma atitude de
espírito e uma condição da alma.

Lazer é o tempo livre do trabalho e de outro tipo de obrigações, englobando atividades


caracterizadas por um volume considerável do fator liberdade.

O Lazer é todo o tempo excedente ao tempo devotado ao trabalho, sono e outras necessidades,
ou seja, considerando as 24 horas do dia e eliminando o trabalho, o sono, a alimentação, e as
necessidades fisiológicas, obtemos o tempo de lazer.

O Lazer é uma série de atividades e ocupações com as quais o indivíduo pode comprazer-se de
livre e espontânea vontade, quer para descansar, divertir-se, enriquecer os seus
conhecimentos, aprimorar as suas habilidades ou para simplesmente aumentar a sua
participação na vida comunitária.

Hoje o Lazer é socialmente construído para grupos de sexo, idade e estratificação social
diferenciados, donde podem extrair valores semelhantes de prazer.

O Lazer de que as pessoas precisam hoje não é tempo livre, mas um espírito livre, em lugar de
hobbies ou diversões, uma sensação de graça e paz, capaz de nos erguer acima da nossa vida
tão ocupada

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No caso português, são identificáveis fatores, tanto de natureza endógena como exógena, que
influenciaram as alterações verificadas no acesso ao lazer.

Entre os aspetos de natureza endógena, contam-se:


 O aumento do rendimento disponível, em resultado de duas componentes
fundamentais: a melhoria da valorização do trabalho e a entrada da mulher no mercado
laboral.
 A valorização diferenciada do tempo livre, que decorre tanto do aumento da
produtividade como das diferentes possibilidades de utilização do tempo livre, com
ganhos de importância quer no quotidiano quer ao longo do ano;
 A formalização de um novo modelo familiar, caracterizado essencialmente pela
diminuição do número de filhos que, entre outras possibilidades, facilita a mobilidade
das famílias;
 O aumento da esperança média de vida, que contribui para dilatar, após a reforma, os
períodos em que existe grande disponibilidade de tempo e, dependendo dos grupos,
capacidade financeira suficientemente mais elevada;
 O aumento da mobilidade, que decorre das melhorias verificadas ao nível dos
transportes, dos rendimentos e da rede viária.

Entre os fatores exógenos, é possível individualizar:


 O recente processo de integração europeia;
 Um mais profundo conhecimento do exterior,
 O aumento das viagens de negócio e científicas;
 A evolução dos meios de transporte internacionais, com destaque para o avião.

1.2.Turismo Doméstico ou Interno

Procura Turística dos Residentes

Em 2008, o número de viagens turísticas efetuadas pelos residentes foi de 10,5 milhões, valor
que superou em 1,1% o número de 2007. Este ligeiro aumento ficou a dever-se às viagens
efetuadas em Portugal (8,9 milhões), que se traduziram num aumento homólogo de 2%, já que
as que se destinaram ao estrangeiro diminuíram 3,8%.

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Os residentes optaram de uma forma clara por viajar em Portugal (85% do total das viagens
turísticas efetuadas em 2008), embora esse valor tenha sofrido um decréscimo de 3 p.p. entre
2006 e 2007, para voltar a registar um ligeiro aumento em 2008 (+0,8 p.p.).

Do ponto de vista sazonal, as viagens dos residentes atingiram o seu número máximo nos
meses de verão e em dezembro. Entre julho e setembro efetuaram-se 42% do total das
viagens do ano e em dezembro, 12%.

Ao longo do ano de 2008 a evolução do número de viagens turísticas efetuadas pelos


residentes teve um comportamento algo diferenciado e contrário ao que ocorreu nos
estabelecimentos hoteleiros.

Efetivamente constatou-se que, no primeiro semestre do ano, se registaram 3,6 milhões de


viagens, contra 4,4 milhões em 2007, o que se traduziu num decréscimo de 17,5%, ou seja,
menos 767 mil viagens. Apenas os meses de março (mês em que ocorreu a Páscoa em 2008) e
maio registaram aumentos homólogos de 6,1% e 1,8%, respetivamente.

Nas viagens turísticas realizadas pelos residentes em Portugal, o automóvel foi o meio de
transporte preferido (96,4% do total de viagens).

As regiões dos Açores e da Madeira não foram além de 2% e 1% de quota, respetivamente.


Estes dois destinos acolheram 315 mil viagens turísticas e apresentaram, face a 2007, um
decréscimo de 17 mil viagens.

Nas viagens turísticas realizadas em Portugal, o motivo principal e comum a todas as regiões,
com valores sempre superiores a 50%, foi «Lazer, Recreio e Férias ».

As regiões do Centro e Norte foram o destino, respetivamente, de 1,8 milhões e de 2 milhões


das viagens dos residentes. Nestas regiões foi comum a motivação maioritária de viajar por
«Lazer, Recreio e Férias», com 62% e 59% das respostas, respetivamente.

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Refira-se, no entanto, que a região do Algarve, com 1,4 milhões de viagens, totalizou, com esta
motivação («Lazer, Recreio e Férias»), o mesmo número de viagens que a região Norte (1,2
milhões).

A «Visita a Familiares e Amigos» foi a segunda motivação para quase todas as regiões, com
exceção da Madeira, onde a motivação «Negócios/Motivos Profissionais » aparece como
segunda escolha.

Nas viagens turísticas realizadas pelos residentes durante o ano de 2008, cada turista gastou
em média 48,59€ por dia. Esse valor superou em 11,25€ o que se registou em 2007, ou seja,
+30,1%.

A despesa média diária efetuada por turista, nas viagens em Portugal, representou cerca de um
terço do valor das viagens realizadas no estrangeiro no entanto, o aumento verificado, entre
2007 e 2008, no turismo interno correspondeu a 41,7%, enquanto para o estrangeiro esse
acréscimo foi de 19,7%.

Procura turística dos estrangeiros

Os principais países emissores de turistas para Portugal são os seguintes:


 Reino Unido
 França
 Espanha
 Alemanha
 Holanda

Reino Unido

 3º maior mercado emissor de turistas a nível mundial, com 76,3


milhões de turistas e 8,8% de quota em 2007
 1ºmercado da procura externa para Portugal, enquanto gerador de receitas
 1,4 milhões de hóspedes, 7,3 milhões de dormidas e 1.682,9 milhões € de receitas em
2008
 O mercado apresenta uma quebra de 25% a 30% nos hóspedes, dormidas e receitas
atéMarço 2009

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 Algarve éa principal região de destino, com uma quota de 65,1% em 2008

França

 4º mercado emissor de turistas a nível mundial, com 39,2 milhões de


turistas e 4,5% de quota em 2007;
 2º mercado da procura externa para Portugal, enquanto gerador de receitas;
 573,2 mil hóspedes, 1,6 milhões dormidas e 1.207,3 milhões € de receitas em 2008;
 Lisboa e Madeira são as principais regiões de destino, totalizando uma quota de 55,1%
em 2008

Espanha

 Mercado emissor de 21,9 milhões de turistas em 2007, com 2,5% da


quota mundial
 3ºmercado da procura externa para Portugal, enquanto gerador de receitas
 1,3 milhões de hóspedes, 3,1 milhões de dormidas e 1.092,4 milhões €de receitas em
2008
 O mercado apresenta uma quebra de 20% a 40% nos hóspedes, dormidas e receitas
até março 2009
 Lisboa e Algarve são as principais regiões de destino, com uma quota conjunta de
57,5% em 2008

Alemanha

 1ºmercado emissor de turistas a nível mundial, com 82,4 milhões de


turistas e 9,5% de quota em 2007
 4ºmercado da procura externa para Portugal, enquanto gerador de receitas
 779,0 mil hóspedes, 3,7 milhões dormidas e 817,3 milhões € de receitas em 2008
 O mercado apresenta uma quebra de 10% a 15% nos hóspedes, dormidas e receitas
até março 2009

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 Algarve e Madeira são as principais regiões de destino, com quotas unitárias


semelhantes, totalizando 75,2% em 2008

Holanda

 Mercado emissor de 28,5 milhões de turistas em 2007, com 3,3% da quota mundial
 5ºmercado da procura externa para Portugal, enquanto gerador de receitas
 365,5 mil hóspedes, 2 milhões de dormidas e 296,1 milhões € de receitas em 2009
 O mercado apresenta uma quebra de 2% a 7% dos hóspedes, dormidas e receitas até
março 2009
 Algarve é a principal região de destino, com uma quota de 69,6% em 2008

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2.Recursos Turísticos / Produtos Turísticos de Portugal

De acordo com a recente reformulação organizativa do setor turístico em Portugal, o


levantamento da oferta turística regional transita da competência das regiões de turismo para
as novas áreas regionais de promoção turística.

Estas áreas refletem as áreas abrangidas pelas NUTS II (unidades territoriais para fins
estatísticos):
 Norte
 Centro
 Lisboa e Vale do Tejo
 Alentejo
 Algarve

Mantendo-se, para o caso das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, as competências
das respetivas Direções-Regionais.

Desta forma, a oferta turística regional surge agrupada em quatro áreas:


 Oferta natural;
 Oferta cultural;
 Oferta gastronómica;
 Oferta artesanal.

REGIÃO NORTE

OFERTA NATURAL  Belas praias, estâncias balneares e vilas


encantadoras (Caminha, Vila Nova de Cerveira,
Moledo, Vila Praia de Âncora, Espinho);
 Cenário ideal para o Montanhismo, a Canoagem
ou o repouso do Turismo Termal (Carvalhelhos,
Chaves, Pedras Salgadas e Vidago);

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 Destaca-se o único Parque Nacional de


Portugal, que se estende pelas serras de Peneda,
Soajo e Gêres.

OFERTA CULTURAL  Quintas produtoras de Vinho do Porto (entre


Mesão Frio e Pinhão);
 Caves do Vinho do Porto (Vila Nova de Gaia);
 Património Arqueológico: Gravuras Rupestres
de Vila Nova de Foz Coa;
 Património Arquitetónico:castelos e conventos
medievais; pequenas igrejas românicas; casas
solarengas; grandes santuários setecentistas;
 Cidades históricas: Porto, Guimarães, Viana do
Castelo, Braga;
 Património Cultural: Danças e cantares; vira
minhoto, pauliteiros de miranda, Caretos de
Podence
 Festividades: S. João no Porto, Senhora da
Agonia em Viana do Castelo, Festas da Semana
Santa em Braga, Romaria da Nossa Senhora dos
Remédios em Lamego

OFERTA GASTRONÓMICA  Caldo Verde


 Bacalhau (1001 receitas)
 Broa de milho
 Enchidos e presuntos

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 Azeites e azeitonas
 Pão de centeio
 Bolas e folares
 Feijoada à Transmontana
 Trutas e Lampreia
 Tripas à Moda do Porto
 Rojões e serrabulho
 Doces: rabanadas, papos de anjo, barrigas de
freira, aletria, toucinho do céu
 Vinhos verdes e vinho do Porto.

OFERTA ARTESANAL
 Bordados
 Tecelagem em linho
 Tapeçarias
 Rendas de Bilros
 Ourivesaria e Filigrana
 Cerâmica popular e Olaria
 Trabalhos em madeira, couro, cobre, estanho, ferro
forjado, verga e vime.

REGIÃO CENTRO

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OFERTA NATURAL  A serra mais alta de Portugal continental (Serra


da Estrela);
 Águas medicinais, que fizeram nascer elegantes
estâncias termais, como Curia, Luso e S. Pedro do
Sul;
 Existência de serranias de florestas seculares;
 Praias: Costa Nova, Barra, Figueira da Foz,
Buarcos, Mira, etc.

OFERTA CULTURAL  - Mosteiros, conventos e igrejas dão


testemunho de uma herança histórica e artística de
reconhecido valor universal (Sé de Viseu, Sé de
Coimbra, ...)
 - Cidades e aldeias históricas, guardadas por
castelos que os primeiros reis de Portugal,
mandaram construir para defesa do reino;
 - Existência de museus com coleções de
inesperado valor (Museu do Caramulo, Biblioteca
Joanina, Museu da Vista Alegre, Museu Grão
Vasco,...);
 Festividades: Carnaval de Ovar, Festa de S.
Gonçalinho, Cavalhadas de Vildemoinhos, Feira de
março, Feira de S. Mateus, Festas da Rainha Santa.

OFERTA GASTRONÓMICA  Peixe e marisco;


 Leitão assado;
 Chanfana de cabrito e cabrito assado;
 Carne de caça: Javali, lebre, perdiz;
 Enguias (ensopado e escabeche);
 Enchidos e Fumados;

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 Vitela à Lafões;
 Queijos: da serra da Estrela, de Alcains, do
Rabaçal, de Castelo Branco;
 Fruta da cova da beira: cerejas e maçãs;
 Castanhas;
 Doces: ovos moles, pão de ló, creme queimado,
folares, cavacas, filhós;
 Vinhos: da Bairrada, espumantes, Rosé, Lafões,
Região do Dão.

OFERTA ARTESANAL  Vidros e Cristais de Alcobaça


 Porcelanas da Vista Alegre
 Louça de Coimbra (pintada à mão)
 Colchas de seda bordadas (Castelo Branco)
 Cerâmicas e barros negros
 Tecelagem em linho
 Rendas de Bilros
 Trabalhos em cobre e ferro

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REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO

OFERTA NATURAL  Especial encanto das localidades ribeirinhas,


onde os vales verdejantes são palco de
arreigadas tradições culturais, das danças e
músicas populares aos trajes garridos dos seus
campinos que, a cavalo, conduzem nos pastos o
gado bovino;
 Reservas naturais de flora secular (Serra da
Arrábida);
 Desportos náuticos e exploração subaquática;
 Campos de Golfe;
 Praias de areia branca e lagoas próximas do
mar.

OFERTA CULTURAL  Paisagem cultural classificada pela UNESCO


(Sintra);
 Casas solarengas, Quintas seculares e
aristocráticas, Palácios exemplares;
 Castelos e mosteiros contemporâneos do
início da nacionalidade são testemunhos de um
valioso património histórico;
 Festivais de música ao ar livre

OFERTA GASTRONÓMICA  Peixes e mariscos;


 Sopas fartas (sopa da pedra);
 Sopas de peixe e caldeiradas;

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 Sardinhas e carapaus assados;


 Petiscos diversos: Caracóis, amêijoas à Bulhão
pato;
 Queijos: de Azeitão e frescos;
 Doces: queijadas (Sintra), pastéis de Belém
(Lisboa);
 Doces conventuais (Tomar e Santarém);
 Vinhos: Ribatejo, Carcavelos, Colares, Palmela,
Bucelas, Moscatel de Setúbal

OFERTA ARTESANAL
 Cestos e artigos de vime
 Bordados e Rendas de Bilros
 Faiança decorada das Caldas da Rainha
 Olaria, cerâmica artística e popular
 Cobres
 Colchas de Linho, lã e algodão (teares manuais)

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REGIÃO DO ALENTEJO

OFERTA NATURAL  Frescura das barragens que convidam os


apreciadores de desportos náuticos;
 Magníficas e inexploradas praias atlânticas;
 Paisagem: extensas planícies favoráveis à
prática da caça e pastoreio.

OFERTA CULTURAL  Abundância de património arqueológico (arte


rupestre, Dólmens, antas e cromeleques);
 Notável herança de sucessivas culturas
(vestígios romanos e árabes e ainda, alguns
testemunhos mais recentes de cristandade);
 Lindíssimas vilas e cidades que integram a
chamada “Rota dos Castelos”;
 Património mundial classificado pela UNESCO
(Évora);

OFERTA GASTRONÓMICA  Carne de Porco à alentejana e migas


 Ervas aromáticas
 Azeites
 Açordas de coentros
 Coelho e lebre
 Sopas (de cação, de peixe, de tomate e
gaspacho)
 Ensopados (cabrito e borrego)
 Queijos: Niza, Serpa e Évora

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 Doces conventuais
 Vinhos: Borba, Redondo, Vidigueira, Cuba e
Alvito

OFERTA ARTESANAL  Tapetes de Arraiolos e Portalegre


 Bordados de Nisa
 Mobiliário pintado à mão
 Ferro forjado
 Artigos de cabedal
 Olaria e louça de barro vidrada e pintada

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REGIÃO DO ALGARVE

OFERTA NATURAL  Recanto de temperaturas idílicas;


 Região verde e fértil colorida por figueiras,
laranjais e amendoeiras em flor;
 Fabulosas praias entre rochas arenosas e
falésias avermelhadas esculpidas pela
erosão;
 Desportos náuticos (marinas de Lagos,
Vilamoura e Vila Real de Stº. António);
 Famosos campos de golfe.

OFERTA CULTURAL  Arquitetura singular ligada aos à herança


árabe (açoteias, chaminés rendilhadas e
casario caiado);
 Património arqueológico e arquitetónico
bem preservado;
 Animação nos centros históricos e nos
empreendimentos turísticos.

OFERTA GASTRONÓMICA  Sopas de peixe


 Marisco e peixe
 Polvo e lulas
 Cataplanas
 Feijoadas de peixe e marisco
 Bifes de atum de cebolada

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 Doces: doces de figo, amêndoa e ovos.

OFERTA ARTESANAL  Artefactos de verga e vime


 Chapéus e alcofas de palha
 Artigos de cobre e latão
 Artigos de madeira
 Cerâmica de Porches

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REGIÃO DOS AÇORES

OFERTA NATURAL  Pico (Ponto mais alto do território português)


 Lagoas de azul-safira e verde esmeralda;
 Prados férteis;
 Paisagem vulcânica (cones e crateras);
 Flora típica: hortênsias, azáleas;
 Terras de lenda (diz-se que são restos da mítica
Atlântica), as nove ilhas de poéticos nomes
oferecem um clima temperado todo o ano;
 Paisagem vinícola do Pico (Património da
UNESCO)

OFERTA CULTURAL  Igrejas quinhentistas e casas senhoriais;


 Centros históricos com património arquitetónico
bem preservado;
 Património da UNESCO (Angra do Heroísmo);
 Festividades religiosas tradicionais (ex. Espírito
Santo);
 Tradição baleeira.

OFERTA GASTRONÓMICA  Sopa do Espírito Santo;


 Cozido das Furnas;
 Alcatra de vaca;
 Cracas e Lapas;
 Polvo guisado em vinho;
 Queijos e lacticínios;
 Ananás;

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 Vinho de cheiro, verdelho e licores.

OFERTA ARTESANAL
 Chapéus, Cestos e mobiliário de vime;
 Miniaturas em miolo de figueira;
 Bordados e rendas;
 Mantas e colchas de tear;
 Flores artificiais em escama de peixe;

 Faiança azul e branca.

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REGIÃO DA MADEIRA

OFERTA NATURAL  Floresta Laurissilva (Património da UNESCO);


 Santuários de aves marinhas (as ilhas Desertas e
as Selvagens);
 As estradas que serpenteiam na ilha da Madeira
são pontos de interesse pela impressionante
paisagem entre arvoredos, ravinas e quedas
d’água;
 Densa vegetação exótica disposta em socalcos,
entrecortada por falésias escarpadas e alvo
casario;
 As flores e frutos tropicais;
 A temperatura amena das águas do mar e das
piscinas naturais.

OFERTA CULTURAL  A riqueza do património histórico;


 Aldeias com arquitetura típica (ex. Santana);
 Animação e vida cosmopolita do Funchal (bares,
discotecas, casino);
 Folclore e festividades tradicionais (ex.
Carnaval).

OFERTA GASTRONÓMICA  Bifes de Atum, espadarte e peixe-espada;


 Espetadas de carne;
 Mariscos;
 Milho Frito;
 Frutos tropicais;

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 Doces: bolo de mel;


 Vinhos: Madeira, boal, verdelho e malvasia;
 Licores.

OFERTA ARTESANAL  Bordados e tapeçarias;


 Trabalhos em vime e giesta (cestos, mobiliário);
 Botas de pele debruadas a vermelho.

3.Turismo Internacional

3.1. União Europeia – novos Estados-membros – Oferta Turística

Segundo a OMT (13/3/04) o alargamento da União Europeia, com 10 novos países irá ajudar a
criar uma indústria turística europeia mais coerente, que será reconhecida na Constituição
Europeia.

O alargamento constitui um estímulo para o turismo e o recente sucesso de países como a


Croácia e a Bulgária é consequência dos turistas que vêm de novos Estados-Membros como a
Polónia, Hungria e a República Checa.

No entanto, ainda falta alguma visão estratégica nas políticas turísticas facto que continua a
afetar a indústria turística.

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A OMT recomendou que se estabelecesse uma responsabilidade partilhada entre a União e


estes novos estados-membros nas matérias do turismo. De facto, todas as políticas atuais da
comunidade têm efeitos poderosos nos destinos turísticos e isto será ainda mais acentuado com
o alargamento.

As políticas europeias de liberalização dos mercados internos, de harmonização das regras de


concorrência e de eliminação das barreiras tarifárias assim como de proteção do consumidor e
da informação, ajudaram o turismo. O aumento da concorrência estimula o crescimento, a
produtividade e os vencedores no turismo serão aqueles países com os recursos turísticos mais
relevantes, competências e redes de informação e de comunicação que assim podem criar
novos potenciais e podem simultaneamente explorá-los.

Um setor como o turismo tem de melhorar a sua produtividade de forma a ser competitivo nos
mercados turísticos globais e nos mercados de capital e de mão de obra. Isto implica uma
adaptação nas estruturas e redução dos riscos associados à volatilidade da procura.

As boas redes aéreas são importantes para os novos países membros. A liberalização da
aviação civil é positiva para os consumidores e para o turismo como uma indústria. Permitiu
com que as carreiras de baixo custos entrassem no mercado, forçando as maiores redes aéreas
a adaptar as suas estruturas e a reduzir os seus custos.

A capacidade do turismo em redistribuir a mão de obra e o rendimento para as regiões menos


desenvolvidas dependerá da vontade dos empresários em investir, o que implica que o Estado
precisa de estimular o setor privado. A promoção do desenvolvimento está no interesse público
quando há falta de iniciativa local para desenvolver o aumento desse potencial.

Os fundos estruturais da U.E. para ajudar as zonas rurais e na conversão de antigas regiões
industriais, já ajudaram os atuais estados-membros particularmente no sudeste da Europa onde
os monumentos podem ser renovados, novas infraestruturas podem ser construídas e se
podem desenvolver programas de caráter cultural.

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Para desenvolver o produto turístico, o setor privado tem de ser mais competitivo e produtivo.
Mas o Estado também tem um papel importante na melhoria desse trabalho. Cabe-lhe a tarefa
de estabelecer a ligação entre o nível europeu e a descentralização ao nível local.

Segundo os especialistas da OMT há boas perspetivas de cidades importantes a nível cultural da


Europa Central, como Praga, Budapeste, Krakow e Ljubljana, que se tornarão ainda mais
populares com visitantes internacionais, especialmente para short-brakes.

Os novos membros também têm muito potencial em termos de turismo rural tal como tem o
outro grupo de países que aguarda a integração na União, com muitos dos seus destinos
baseados em população agrícola que conservam artefactos e tradições.

Dos 10 países que se juntaram à U.E. – Estónia, Lituânia, Letónia, Polónia, Republica Checa,
Eslováquia, Hungria, Eslovénia, Malta e Chipre – todos são membros da OMT, com exceção da
Letónia, que irá juntar-se em 2005 e da Estónia. A Comissão Europeia estima que o turismo irá
contribuir em 5% para o PIB total da U.E. e representa 2,2 milhões empresas e 7,7 milhões de
empregos.

Turismo Internacional na U.E. em 2003 - análise estatística


• De acordo com os dados estatísticos disponíveis entre janeiro e outubro de 2003, os
principais países emissores dos países da U.E. são a Alemanha e o Reino Unido.
• Os Alemães são os principais turistas na Áustria, Itália e Grécia.
• Os Ingleses são os principais turistas na Irlanda, Espanha, Portugal, França, Holanda e
Bélgica.
• Os Americanos constituem o principal mercado emissor da Alemanha e do Reino
Unido.
• Comparativamente com os anos anteriores, constata-se que durante muitos anos a
Alemanha constituía o primeiro mercado emissor da Espanha, mas desde 2002 isto
modificou-se passando esta posição para o mercado Inglês. Isto pode justificar-se com
a tendência dos alemães passarem as suas férias no seu próprio país.
• Por outro lado, há que destacar a perda de importância dos estados-membros nos
mercados americanos, enquanto que um considerável número de americanos ainda
passa as suas férias na Europa.

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3.2.Países Emissores e Recetores de Turismo

Consoante a origem e o destino das correntes turísticas assim falamos em emissores e


recetores, designação que tanto se pode aplicar às regiões como aos países donde provêm os
turistas ou para onde se destinam, respetivamente.

Não é fácil encontrar países que sejam exclusivamente emissores ou recetores pelo que será
mais correto utilizar as expressões «predominantemente emissor» ou «predominantemente
recetor»;

A noção de país emissor ou recetor do ponto de vista do turismo internacional anda,


geralmente, ligada ao nível de desenvolvimento económico: os países predominantemente
emissores são, normalmente, mais desenvolvidos economicamente do que os recetores e as
regiões mais desenvolvidas de um país são, normalmente, as emissoras de turismo para outras
do mesmo país.

Um país ou região predominantemente emissor apresenta, normalmente, condições


socioeconómicas favoráveis, elevado nível de vida e níveis culturais que incitam à viagem.

O país ou região predominantemente recetor dispõe de recursos, infraestruturas e instalações


turísticas necessárias para acolher os turistas mas as suas condições socioeconómicas são, por
via de regra, inferiores às dos países emissores.

De acordo com este esquema, entre o país emissor e o país recetor, estabelece-se um fluxo e
um refluxo turístico de uma certa intensidade mas o recetor também estabelece idêntico
movimento com o emissor embora de menor intensidade.

 Países emissores - Dão origem a movimentos turísticos superiores àqueles que recebem
 Países recetores - Dão origem a movimentos turísticos inferiores àqueles que recebem

Assim, por exemplo, em relação a Portugal, o Reino Unido é um emissor e Portugal um recetor
uma vez que o número de turistas ingleses que visita Portugal é superior ao número de
portugueses que visitam o Reino Unido.

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Para o efeito, o melhor indicador é fornecido pelas receitas e despesas geradas pelo turismo e
assim, um país cujas despesas turísticas sejam superiores às receitas classificar-se-á como
emissor ao passo que um país cujas receitas sejam superiores às despesas será recetor.

As situações podem inverter-se e um país que se manteve sempre como recetor, na aceção da
balança turística, pode tornar-se emissor em virtude de o seu desenvolvimento económico ou
da sua favorável conjuntura económica permitir um acréscimo das saídas dos seus residentes
superior às entradas de residentes de outros países.

De acordo com este critério, a Alemanha, o Japão, a Bélgica, o Reino Unido, a Holanda e a
Suécia, são países predominantemente emissores, enquanto a Espanha, os Estados Unidos, a
França, a Grécia, a Turquia. a Itália e Portugal, são países predominantemente recetores.

Embora Portugal seja um país predominantemente recetor, as despesas turísticas realizadas no


estrangeiro têm vindo a aumentar mais rapidamente do que as receitas pelo que o saldo
positivo em relação a estas tem vindo a diminuir. Neste sentido, Portugal tem vindo a
transformar-se num importante emissor de turismo.

A distinção entre países emissores e recetores radica, tradicionalmente, na existência de


desigualdades de rendimento económico entre os países, ao mesmo tempo que a desigual
distribuição de riqueza num país determina a existência de regiões emissoras ou recetoras
relativamente a esse país

Quando existem níveis de rendimento diferentes entre dois países origina-se uma corrente
turística do país mais rico (emissor) para o país mais pobre (recetor). A existência de um país
rico próximo de outro mais pobre origina uma corrente turística que este pode desenvolver pelo
aproveitamento dos recursos turísticos naturais com o fim de promover o seu turismo no
primeiro.

Relativamente ao turismo interno verifica-se uma situação semelhante: as regiões mais pobres,
sempre que possuam suficientes meios e condições de captação, desenvolvem os seus recursos

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turísticos que são vendidos nas regiões mais ricas. O mesmo raciocínio se pode aplicar entre as
áreas rurais e as áreas urbanas onde reside a população com maior apetência para o turismo.

Os principais recetores de turistas a nível mundial

Posição País Continente Chegadas de Chegadas de Aumento (%)


mundial turistas turistas 2006/ 2007
internacionais internacionais
em 2006 em 2007
(milhões) (milhões)
1
França Europa 79,1 81,9 3,8
2
Espanha Europa 58,5 59,2 1,7
3
EUA América 51,1 56 9,8
4
China Ásia 49,6 54,7 9,6
5
Itália Europa 41,1 46,7 6,3
6
Europa 30,7 30,7 0,1
Reino Unido
7
Alemanha Europa 23,6 24,4 39,9
8
Europa 18,9 23,1 22,1
Ucrânia
9
Europa 18,9 22,2 17,6
Turquia

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América 21,4 21,4 0,3
México

(fonte: OMT)

A Europa, embora seja identificada como um continente, é na realidade apenas o quinto


ocidental da grande massa de terra chamada Eurásia. Apesar de ser o segundo menor
continente do mundo (apenas é maior que o continente Austaliano) é o mais densamente
povoado e o que tem a maior linha de costa.

Com efeito, a Europa é o continente mais beneficiado pelas correntes turísticas e onde se
concentram mais de metade dos fluxos turísticos mundiais.

Do total de chegadas internacionais à Europa em 2006, 87% dizem respeito a países europeus
e apenas 11,8% a mercados de longa distância (54,4 milhões de chegadas em 2006), com a
região “América”a gerar mais de metade desse valor.

As chegadas internacionais à Europa a partir de “Outras Regiões”aumentaram em cerca de 20


milhões, entre 1990–2006, apresentando uma taxa de crescimento média anual de 9,3% neste
período. Contudo, estas chegadas representavam, em 1990, cerca de 13,3% do total de
chegadas internacionais à Europa, enquanto que em 2006 já só representavam 11,8%.

A maior parte do turismo internacional que chega à Europa provém de países da própria região,
daí poder afirmar-se que existe o mercado “Europa”dentro da região Europa, sendo este o mais
importante e, por vezes, pouco valorizado.

Tradicionalmente, as correntes turísticas estabeleceram-se, principalmente, entre o Norte e as


regiões do Sul da Europa em busca do sol e das praias, descanso e diversão.

Desta forma, podemos concluir que os países do Norte da Europa são países
predominantemente emissores de turistas, ao passo que os países do sul da Europa são
predominantemente recetores.

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A totalidade dos países mediterrânicos apresentam uma taxa de cobertura das dormidas, em
termos de União Europeia, superior a 100 %. Este resultado indica que, genericamente,
Norte/Sul é o sentido prevalecente dos fluxos turísticos no interior da União Europeia.

O turismo em Portugal, tendo como horizonte os planos mundial, europeu e o conjunto dos
países da Europa do Sul, teve em 1998 e em termos de turistas, as seguintes quotas: 1,8% do
turismo mundial; 3,0% do turismo europeu e 9,9% do turismo da Europa do Sul.

Em 1980, aquelas posições eram: 0,9% do turismo mundial; 1,5% do turismo europeu; 4,5 do
turismo do Sul da Europa.

No sul da Europa, Portugal está na quarta posição como país recetor de turistas (11,2 milhões)
estando à sua frente, nesta zona, a França (70 milhões) a Espanha (47,7 milhões) e a Itália
(34,8 milhões).

No que concerne a receitas atribuídas ao turismo, Portugal posiciona-se no 4.º lugar entre os
destinos da Europa do Sul, estando à sua frente, para além dos destinos já indicados para as
chegadas de turistas, a Turquia.

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4.Noções Gerais de Excursionismo

Conceito de excursionismo

Em 1963, ocorreu em Roma a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre
Viagens Internacionais e Turismo, que definiu o termo “visitante” e “turista” para fins das
estatísticas internacionais de viagens e que serviu como base para as demais interpretações e
conceitos sobre o turismo.

O termo ´visitante´ descreve qualquer pessoa de visita a um país que não seja de sua
residência, e que não venha exercer uma ocupação remunerada. Esta definição classifica
turistas como sendo visitantes temporários que permaneçam pelo menos 24 horas no país que
visitam e cujo propósito pode ser classificado como lazer, negócios, família, missões e
conferências.

Neste sentido, excursionistas são visitantes temporários que permanecem um período inferior a
24 horas no país visitado - inclui viajantes de cruzeiros marítimos.

Nesta definição deve-se observar que o termo excursionista está relacionado com a deslocação
de pessoas entre países, não considerando o deslocamento dentro de um mesmo país. Isto
deve-se ao facto do continente europeu ser composto por vários países e alguns deles com
pouca extensão territorial, o que permite a um cidadão qualquer se deslocar para outro país
com facilidade, dependendo da área em que habita.

A Organização Mundial do Turismo (OMT) classifica como excursionista aquele visitante que
permanece por menos de vinte e quatro horas numa localidade que não seja o de sua
residência fixa ou habitual, com as mesmas finalidades que caracterizam o turista, mas sem
pernoitar no local visitado, já o turista é aquele visitante que permanece no mínimo vinte e
quatro horas e menos de seis meses numa localidade, sem exercer trabalho remunerado.

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Na definição apresentada pela OMT percebe-se que o termo excursionista é classificado de


forma mais ampla, não considerando apenas a visita entre países, mas já apresentando
indícios, ainda que implícitos, de deslocamento num mesmo território.

A expressão excursão também é empregada pelo mercado de agência de viagens e turismo


para designar o conjunto de serviços turísticos, compostos por meio de transportes,
hospedagem e atrativos, sejam eles naturais, históricos ou culturais de um destino turístico,
aliado a uma série de outros serviços que acabam por compor o produto turístico. A expressão
excursão remete ao programa turístico elaborado por operadoras de turismo, ou seja, viagens
organizadas por empresas especializadas.

Breve retrato do excursionismo em Portugal

O excursionismo é fundamentalmente produzido pela vizinha Espanha, cujos visitantes não


permanecem em Portugal, no mínimo, uma noite. Este mercado tem representado ao longo dos
últimos anos valores entre 97% e 99% do total dos excursionistas que visitam Portugal.

Os principais motivos da deslocação a Portugal centram-se nas compras, sendo os maiores


gastos realizados na alimentação nos restaurantes e similares, seguindo-se as aquisições de
artigos domésticos e de decoração.

Tomando como referência a informação apurada pela Direção Geral do Turismo, verifica-se que
o excursionismo em Portugal é essencialmente constituído por visitantes oriundos de Espanha.
O Gráfico seguinte apresenta o peso relativo do mercado espanhol no volume total de
excursionistas em Portugal de 1990 a 2002.

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Verifica-se que o peso relativo do mercado espanhol no total de excursionistas em Portugal


para o período em análise (1990 a 2002) tem flutuado entre os 97,0% e os 98,8% (coincidiu
com a realização em Portugal da EXPO’98).

Dado o elevado peso relativo do mercado espanhol no total do excursionismo em Portugal, a


presente avaliação do perfil dos excursionistas decorrerá pela análise exclusiva deste mercado.

O Gráfico seguinte apresenta para os anos 2002 e 2003 o peso relativo de cada um dos motivos
da viagem dos excursionistas estrangeiros entrados em Portugal. Através de uma análise
detalhada do referido gráfico, é possível verificar o peso relativo significativo dos excursionistas
entrados em Portugal em 2003 por motivos de lazer (46,6%), por motivos de negócios e afins
(17,5%) e de compras (16,7%).

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Em termos de evolução, registou-se para 2003 um crescimento do número de excursionistas


que visitou Portugal por motivos de “lazer” (4,2 pontos percentuais face ao período homólogo),
por outro lado, assinale-se o decréscimo dos excursionistas por motivos de “negócios/atividades
profissionais/congressos” e “compras” com menos 4,3 e 3,7 pontos percentuais,
respetivamente.

O Gráfico seguinte apresenta a evolução média dos gastos dos excursionistas de 1990 a 2003,
onde se verifica uma evolução descontinuada e muito heterogénea (o comportamento tipo
eletrocardiograma da linha de resultados revela isso mesmo), o que revela uma certa
incapacidade das estruturas nacionais em potenciar o consumo, seja através de ações
concertadas pelo lado da procura, seja, fundamentalmente, pelo lado da oferta.

Em 2003 verifica-se um crescimento significativo dos gastos efetuados pelos excursionistas


entrados em Portugal (gasto médio equivalente a um adulto), comparativamente a 2002 os
excursionistas gastaram mais 18 euros, passando de 39,50 euros para 57,50 euros. No entanto,
os resultados obtidos ainda ficam longe dos alcançados em 1990, ano em que os gastos médios
dos excursionistas atingiram cerca de 62,00 euros.

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Importa ainda considerar os excursionistas que se deslocam a Portugal por motivos de


“compras”, uma vez que os gastos médios são normalmente elevados, de resto como o
documenta o Quadro 4, assinale-se neste particular o valor ocorrido em 2003, com 142,50
euros de gastos médios.

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A repartição da estrutura de gastos dos excursionistas mostra que a rubrica “cafés e


restaurantes” tem vindo assumir um crescendo de importância, evoluindo de 25,3% (2000)
para 32,7% (2003), no mesmo sentido encontram-se os gastos efetuados nos “transportes” e
nos “bens e serviços diversos” apesar da evolução não demonstrar uma forte consistência, uma
vez que o seu crescimento não é sustentável.

Assinale-se o decréscimo de importância dos “artigos domésticos/decoração” em termos da


estrutura de gastos, perdendo em apenas quatro anos cerca de 20 pontos percentuais, a
acompanhar esta rubrica está a que se reporta ao “vestuário e calçado” decrescendo de 10,5%
em 2000 para apenas 4,9% em 2003.

Bibliografia

Batista, Mário, Turismo, Competitividade Sustentável, Lisboa, Verbo, 1997

Cunha, Licínio, Perspetivas e Tendências do Turismo, Lisboa, Edições Universitárias Lusófonas,


s.d.

Cunha, Licínio, Introdução ao turismo, Ed. Verbo, 3ª edição, 2006

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Módulo 2 – Turismo interno e internacional

Ignarra, Luiz Renato, Fundamentos do turismo, Ed. Thomson, 2ª edição, 2003

Webgrafia

Eurostat
http://ec.europa.eu/eurostat

Organização Mundial do Turismo


http://www.unwto.org

Turismo de Portugal
http://www.turismodeportugal.pt

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