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! ORFF- en CNA aS [ - | | = a — | Carl Orff - Gunild Keetman | Musica para criancas | 1 Pentaténico ‘i VersGo Portuguesa - Maria de Lourdes Martins oy F SCHOTT. “Misica para criangase nasceu da pritica do ensino infantil. ‘Como ponto de partis utilizimos as tradicionaisrimas ¢ lenga-lengas infantis. Assim, a maior parte dos textos deste volume sfo de tradigio popular. Empregimos apenas tuma escala pentaténica, por nos parecer que corresponderia melhor 3 maneira de ser infantil. Essa limitagio corresponde 3 mentalidade da crianga ¢ até as mais pequenas poderio exprimir-se ficilmente, sem o perigo de se inclinarem para os excmplos ‘arcantes de outra musica. A melodia dosenvolve-e partindo dis duss notas que nha formam o intervalo caracteristco dos chamamentos ¢ do cantar do cuco (3* m). A ‘melédica encontra o seu acompanhamento natural no wostinator ¢ no ebordio ‘Mais tarde, surge naturalmente uma polifonia simples ‘O emprego de instrumentos especiais") failita a entrada neste mundo dos sons. INSTRUMENTOS DE LAMINAS XILOFONE CONTRALTO: XILOFONE SOPRANO: JOGO DE SINOS CONTRALTO: © jogo de sinos & percuido com pequeot martelos de madera: 0 xllofone (a nto ser com indica ‘expect com bagueta corberts de boracha, ara a execusdo em pentaténico dever tars as laminas corespondentes 8 nots es JOGO DE SINOS SOPRANO: 4) Ver as ilusteagdes do fim do ivr, Joc0 ve cons: SSS size cops de gu 0 de vino, de amano e expen cferetes com bonito timbre NSosendo pose! encanta copes com a cad aia, podemos Daa o demasiado agudos ees de melo tom, ‘nchendovoe de gun, Os cop ambn so preuion com bagutt de made INSTRUMENTOS DE PERCUSSAO TRIANGULO CIMBALOS PRATOS de diferentes tamanhos PULSEIRAS DE GUIZOS dem frets, cosendo guizs a uma pubis de cabedal ou 2 um elisico. PANDEIRETA TAMBORES (com pele nium ou em ambos os lados); cainas de rufo. BLOCOS DE MADEIRA (de diferentes formas ¢ tamanhos) MATRACAS ‘acs de comstrl com cats de madeira, de buro ou de Ita, ches de ata, geo, pednhas, te ‘CASTANHOLAS. PEQUENOS TIMBALES (‘imbales de danca) ‘Timbale € bombo completm a srqueste,§ qual sina psemosadcionat a fauta de bic, 0 alaide oa ita Para ligar 0 conjunto ¢ executar 0 baixo, empregamos um instrumento de arco, de prcferéncia, a viola de gamba ou o violoncelo; nfo podcndo scr, a viola ot o violin. Esta parte melddica ¢ sempre designada pela palavra sbaixo. © emprego do piano (em oposigio 20s antgos insteumentos de tecla, coma a espineta, © dlavicérdio ou 0 cravo) seria deploravel, por nfo se coordenar com a cor ¢ 0 estilo desta misica; ainda mais desaconselhivel é 0 cmprego de harménicas de boca ou de acordeses. As trés partes: srimas ¢ lenga-lengas infantse, «Exercicios melédicos ¢ sftmicose © sconjuntos instrumentaise, completam-se mutuamentee devem trabalhar-ssimultinea~ mente desde 0 inicio. Assim, os exercicios de sprosédia, as «palmase ¢ os wxercicios de ostinator para instrumentos de perewiso de som detrminado, devem praticat-se 420 mesmo tempo que as primeicas melodias (Cuco, jogo do 31, Papagaio, etc.) Os diversos capitulos estio preenchidos com mavéria da mesma espécie, 0 que facilita © ensino. ‘Como base, temos sempre os exerciciosrftmicos. Para maior facilidade de execucto, a crangas devem tocar de cor. Contudo, 0 ensino da notagfo deve ministrar-se logo de inkio, principiando pelos exerecios de prosédia, Quando tomei contacto com «Miisica para criangase e verifiquei 0 grande alcance pedagégico desta obra, empreendi logo, apoiada pela FundagZ0 Calouste Gulbenkian, 4 sua adaptagio 3 Iingua portuguesa. Os resultados obtidos no curso que dirigi durante 0 curto espago de seis meses, 0 centusiasmo, a fécil aprendizagem e o visivel progresso dos alunos, encorajaram-me a continuar. Nio foi tarefa ficil coligir os textos da tradigfo infantil portuguesa, pois a escassa bibliografia existente encontra-se dispersa; nfo menos dificil, foi adaptar textos portugueses a melodias escritas para uma meétrica germénica, totalmente diferente da nossa. O facto deste 1.° volume set em pentaténico, inibiu-me de apresentar melodias infantis da tradigfo popular portuguesa. enas a notagfo ritmica ¢ necesshria. Nas primeiras lies, 0 conhecimento da onde a nipalente pra ese asPprin expen, fos os instrumentos, mesmo dos mais simples, requere ins Penne todos cremon, expecialmente, vist obter bonita sonoridades ¢ lequada pritica, Devemos, rust perfeito sentido de conjunto. 4 uma sblida base para futuros conjuntos ¢ interpretagdes, isto &: ste modo, obter-se-d 2 ee madeira compreensio da linguagem e expressio musical. Este volume € una cspécie de eartilha onde os primeiros pastos sio aprendidos, Janeiro de 1950 Carl ony A insergio dos pregaes, devo-a 3 simpStica cordialidade do misico etndgrafo, Rebelo Bonito, que colocou 4 minha disposicZo para consulta, 0 seu «Prontuitio da Cancio portuguesa (inédito). A musica faz parte da educagéo. A resse da crianga, “Misica para criangase, quando devidamente encaminhada, oferece através dos seus maltiplos aspectos, uma sélida preparagio musical e abre duma maneira atraente € stadual, o caminho ao futuro ouvinte, executante ou compositor. Foi para mim um prazer ¢ uma liso, poder adaptar & lingua portuguesa o 1° volume da sOrfi-Schulwerk» ¢ conto com 0 apoio de todos os pedagogos para poder prosse- Suir na adaptagzo dos quatro volumes seguintes. ceducasio deve ser conduida de forma a desperar 0 inte Lisboa, Junho de 1960 ‘Maria de Loufdes Martins

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