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Rosângela Tenório de Carvalho
rosangelatc@gmail.com
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Rosângela Tenório de Carvalho
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50 Rosângela Tenório de Carvalho. O discurso curricular intercultural na educação de jovens e adultos e a ...
este novo modo de investigação consiste de Fanon intitulado Los condenados da tierra;
em tomar as formas de resistência dos e o estudo de Homi Bhabha nos anos 2000 (O
diferentes tipos de poder como ponto de local da cultura), que discute e analisa o texto
partida. Ou, para utilizar outra metáfora, Pele negra, máscaras brancas, também de Fanon.
consiste em utilizar esta resistência como A perspectiva pós-colonial permite-nos
um catalisador químico que permita reforçar a importância de análises que conju-
colocar em evidência as relações de poder, guem os aspectos da dominação e da resistên-
de ver onde elas se inscrevem, de descobrir cia. Nesse sentido, corroboramos os argumen-
os seus pontos de aplicação e os métodos tos de Tomaz Tadeu da Silva (2000) quando ele
que utilizam. (p. 101) afirma que é tarefa da perspectiva pós-colonial
estar atenta, por exemplo, a formas aparente-
Em suas análises sobre a história da mente benignas de representação do Outro nos
organização do saber, em particular quando diversos currículos contemporâneos, particular-
estudou a loucura, Foucault desenvolveu, mente as formas superficialmente vistas como
ainda, o conceito de governamentalidade. Esta multiculturais, nas quais o Outro é visitado de
seria o encontro entre as técnicas de poder, que uma perspectiva do turista1, “a qual estimula
estão a determinar a conduta dos indivíduos, e uma abordagem superficial e voyerista das cul-
as técnicas de si, que permitem aos indivíduos turas alheias” (p. 134). Trata-se, conforme ob-
efetuarem, eles mesmos ou com a ajuda dos serva Carlinda Leite (2002), de
outros, operações sobre seus modos de ser.
um tipo de currículo que trabalha espora-
Perspectiva pós-colonialista dicamente e de forma fragmentada temas
da diversidade cultural, [...] promovendo
A perspectiva pós-colonial, segundo um olhar do ‘diferente’ como algo de es-
Peter McLaren (1993), emerge num contexto em tranho e exótico. (p. 143)
que a organização social das lutas discursivas
privilegia novas formas de dominar; ela surge, Essa formulação desenvolvida por Silva
portanto, como um espaço para “novas liberdades (2000) e por Leite (2002) encontra ressonância
e recriações de relações de poder” (p. 14). na abordagem freireana de educação e nas
Grande parte dos estudos desenvolvidos abordagens pós-modernas e pós-estruturalistas
a partir de tal perspectiva está voltada para o em sua influência no campo da teoria pós-
campo literário, para a análise de obras escritas colonialista do currículo.
do ponto de vista dos dominadores (análise das Freire (1997) enfatiza a dimensão
narrativas que constroem o Outro colonial como múltipla da interculturalidade, e, nesse sentido,
objeto de conhecimento e sujeito subalterno) e ressalta que “as diferenças interculturais existem
de obras escritas por pessoas pertencentes aos e apresentam cortes: de classe, de raça, de
grupos colonizados (análise das narrativas de gênero e, como alongamento destes, de nações”
resistência ao olhar e ao poder imperial). Os (p. 31); ele nos alerta, ainda, para o fato de que
trabalhos de Frantz Fanon (1975) são exemplos “essas diferenças geram ideologias, de um lado,
relevantes no campo da pesquisa pós-colonial discriminatórias, de outro, de resistência” (p. 31).
e têm sido referência para diversos estudos. A Santiago Castro-Gómez (2003), em seu
importância de seus trabalhos é confirmada, estudo sobre a invenção do outro, defende que
inclusive, pelo fato de serem mencionados em esta não se refere apenas às formas como os
dois textos de referência no campo do pós- grupos representam-se, mas fundamentalmente
colonialismo: o estudo de Paulo Freire nos anos 1 - Sobre o olhar turista, ver o que Torsten Husén (1988) designa por
1970 (Pedagogia do oprimido), que cita o texto currículo turístico.
52 Rosângela Tenório de Carvalho. O discurso curricular intercultural na educação de jovens e adultos e a ...
Processos de subjetivação que significa dizer que o sujeito da educação,
do sujeito da educação de no âmbito dessas relações, é constituído por
jovens e adultos na perspectiva operações de poder.
intercultural: eixo pedagógico Ao tratarmos do eixo pedagógico
do discurso pela interculturalidade no
Trata-se, nesta seção, da identificação campo curricular da EJA, focalizaremos os
do eixo pedagógico que governa os discursos enunciados de normalização do sujeito cidadão
pela interculturalidade no campo curricular da multicultural nas referidas regiões discursivas.
educação de jovens e adultos (EJA); trata-se, Substantivamente, pretendemos descrevê-los e
em outras palavras, de um enfoque nos arranjos analisá-los em suas formulações a respeito do
discursivos de poder-saber presentes na ordem sujeito da educação intercultural.
interna desses discursos e atuantes na produção Ao analisarmos tais enunciados, nossa
do sujeito da interculturalidade. intenção está condicionada não simplesmente
O que denominamos como eixo peda- ao que eles dizem, mas ao que nos levam a
gógico do discurso pela interculturalidade no pensar sobre o processo de construção de uma
campo curricular da EJA está anunciado pelas pedagogia na perspectiva da interculturalidade.
racionalidades sociopolítica e epistemológi- Do que está afirmado, inferimos que, nas
ca que afirmam a educação intercultural – na regiões discursivas do campo curricular da EJA
perspectiva da democratização dos direitos hu- no Brasil, esse processo de construção de uma
manos e das relações entre os diferentes saberes pedagogia na perspectiva intercultural está
– e o acesso ao conhecimento como elemen- associado à pedagogia do diálogo desenvolvida
tos de humanização do humano. Tais raciona- por Paulo Freire. Essa pedagogia dialógica nas
lidades implícitas nos enunciados das regiões regiões discursivas que a ela estão afiliadas
discursivas analisadas em nosso trabalho sus- é entendida tal como foi tratada no livro
tentam a prescrição dialógica entre culturas e a Pedagogia do oprimido, em que Freire propõe
constituição de um sujeito cidadão multicultu- uma abordagem dialógica. Com efeito, trata-se
ral no currículo brasileiro de EJA. de uma concepção que, tendo como objetivo
O discurso pedagógico pela intercul- o diálogo entre culturas, é uma referência
turalidade está condicionado a processos de para a construção da pedagogia intercultural,
ressignificação de enunciados, distribuição de mesmo para as vertentes que estão a defender
modos de enunciação, negociação de formas tal perspectiva a partir de um lugar teórico que
de expressão da multiculturalidade, afiliação não compactua com a centralidade do sujeito
e normalização de identidades, processos estes ou com o entendimento de que o conhecimento
que funcionam a partir das regras de governo constitui uma possibilidade para a libertação
do discurso pela interculturalidade no campo dos processos de opressão social e cultural. Tal
curricular da EJA, regras estas que incidem nos abordagem dialógica, entretanto, é referência
processos de convergência dialógica entre cul- principalmente para uma discussão no campo
turas diversas. da educação intercultural que contemple as
Entendemos que o discurso intercultural, tramas históricas do poder e sua incidência
ao tornar-se objeto de conhecimento escolar, ou no campo educacional, como é o caso de
seja, ao tornar-se um texto pedagógico, passa a posicionamentos no seio da região discursiva
ter como função discursiva a prática de controle, acadêmico-educacional, em particular, no GT
transformação e reprodução dos discursos e do de currículo ao qual nos associamos.
poder (DIÁZ, 1990). Nesse sentido, dizemos que O lugar teórico a que nos afiliamos – a
os processos de convergência entre culturas pedagogia freireana –, para além do que já dis-
são relações dialógicas permeadas por poder, o semos, é entendido também como um disposi-
54 Rosângela Tenório de Carvalho. O discurso curricular intercultural na educação de jovens e adultos e a ...
Justifica-se uma cidadania com referência era a arquitectura política que garantia aos
à sociedade civil como uma possibilidade de indivíduos e aos grupos um conjunto de
reconhecimento da diversidade cultural. deveres e protecções sociais e políticas em
troca da sua desistência das identidades a
A idea de la sociedad civil nos remite nível local. Isto é, a sua lealdade já não se
también de una gran variedad de voces y baseava em pertenças étnicas, familiares,
rostros, de temáticas y de campos de acción, religiosas e outras teias da tradição, mas
de formas de asociación y de expresión naquilo que se assumia como sendo
pública. A una multiplicidad de sujetos. El algo comum, como a cultura nacional,
reto, además del respeto a la diversidad y del o território, a língua, etc. (STOER;
cultivo de la pluralidad es ir encontrando MAGALHÃES, 2003, p. 1)
las causas comunes y los mínimos de una
ética privada y pública. (p. 10) De certa forma, estaríamos falando do
que Stephen Stoer e António Magalhães (2003)
O discurso do MST está conformado nomearam de rebelião das diferenças, em
a uma afirmação identitária sob os auspícios referência a grupos e indivíduos que durante
dos movimentos sociais e de certa vontade de muito tempo estiveram subordinados às formas
mostrar a cara pela negação de um conceito de de subjetivação fundadas no Estado-nação
identidade do cidadão com direitos e deveres. e que passam a assumir-se como alteridade,
Assume uma cidadania firmada nas lutas configurando um processo de resistência às
sociais, com base em um cidadão que, por suas formas consolidadas por esse Estado. Em nosso
lutas, deve ser um cidadão respeitado. Parece- olhar, os diferentes movimentos sociais têm
nos tratar-se de uma forma diferente de se representado bem essa rebelião das diferenças,
conceber o cidadão. o que está em consonância com os estudos pós-
coloniais de Bhabha (2000) no que diz respeito
Sem Terra tornou-se nome próprio. Nome ao híbrido, aquele que carrega em si as marcas
de trabalhadores organizados lutando do poder e também as marcas de resistência.
pela Reforma Agrária e para transformar No discurso dos movimentos sociais, está
a sociedade. [...] Sem Terra tornou-se sinal presente essa narrativa da resistência, o que
do resgate da dignidade de trabalhadores hoje reconhecemos como opressão pós-
e trabalhadoras chamados vagabundos, colonial advinda do impacto das relações de
chutados de um canto para outro. poder entre as nações e das relações de poder
Conquistou, pela sua opção de entrar na luta, instituídas no âmbito local, dentre as quais a
uma identidade: sou Sem Terra. Tornou-se, educação é uma vertente.
por causa do MST, um cidadão respeitado. Os enunciados da região discursiva da
E o MST nada mais é do que centenas de transnacionalização da educação referem-se,
milhares de Sem Terra. (MST, 1996, p. 5) ainda, à construção do sujeito coletivo, com
destaque para a especificidade de gênero. Ao se
Podemos dizer que entram em cena defender a autonomia da mulher e a igualdade
novos atores sociais, de acordo com Eder entre gêneros mediante a educação de adultos,
Sader (1988), e novas cidadanias, as quais são pretende-se fazê-lo
explicadas a seguir:
educando el hombre y la mujer de modo
O contrato social, tal como a modernidade que se compartan mejor las múltiples
o desenvolveu, fundava-se na cidadania tareas y responsabilidades”; e também
delimitada através do estado-nação. Este “aletando a la mujer a organizarse para
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divíduo, em diferentes centros/locais de poder ocultação da própria pedagogia como uma
(a aula, por exemplo), torna-se um objeto de operação constitutiva, isto é, como produ-
saber para si próprio e para os outros (o psicó- tora de pessoas, e a crença arraigada de que
logo, o padre, o professor, o coordenador), isto as práticas educativas são meras ‘mediado-
é, torna-se objeto de conhecimento. Como esse ras’ onde se dispõem os ‘recursos’ para o
é um processo discursivo definido por quem desenvolvimento dos indivíduos. (p. 37)
propõe o recurso à estratégia de histórias de
vida, embora esta seja geralmente justificada Ou seja, a escola determina os referentes
numa perspectiva de emancipar o indivíduo, e os critérios de desenvolvimento dos sujeitos,
trata-se também de um processo regulador, ou, disfarçando-se num vocabulário pedagógico que
nas palavras de James Marshall (1994), de um parece ter uma
processo controlador. Para o autor, “a chave
para a tecnologia do eu supõe a possibilidade relação do sujeito consigo mesmo: auto-
de dizer-se a verdade sobre si próprio” (p. 126). conhecimento, auto-estima, auto-controle,
Para além das narrativas de vida, há uma auto-confiança, autonomia, auto-regulação
gramática voltada para as situações de recupera- e auto-disciplina. (p. 38)
ção de autoestima, autoimagem, autonomia e de
relação direta com a construção da identidade. Trata-se de um vocabulário bem afina-
do com a gramática do discurso pedagógico do
A imagem que os educandos têm da escola campo curricular da educação de jovens e adul-
tem muito a ver com a imagem que têm de tos no Brasil, em particular na região discursiva
si mesmos dentro dela. Experiências pas- de política educacional.
sadas de fracasso e exclusão normalmente Em síntese, sendo o sujeito o resultado
produzem nos jovens e adultos uma auto- dos dispositivos que o constroem como tal, de-
-imagem negativa. (RIBEIRO, 2001, p. 43) fendemos que o sujeito multicultural é construído
historicamente no limiar entre a modernidade e a
É especialmente importante, no trabalho pós-modernidade. Na mesma formação discursiva
com jovens e adultos, favorecer a autono- pela interculturalidade (no campo curricular da
mia dos educandos, estimulá-los a avaliar EJA), há um discurso do cidadão da modernidade
constantemente os seus progressos e suas e, ao mesmo tempo, um discurso do cidadão mul-
carências, ajudá-los a tomar consciência de ticultural identificado pela organização da socie-
como a aprendizagem se realiza. (p. 46) dade civil, o que, ao nosso olhar, concede a esse
discurso um caráter híbrido, se considerarmos que
Reconhece-se, assim, que o currículo a sociedade civil é também identificada na orga-
opera via ferramentas pedagógicas que atuam nização dos Estados modernos.
como técnicas de produção dos sujeitos, tais
como as lições, os conteúdos, os signos, as si- Processos de subjetivação
tuações didáticas, os processos de avaliação, do sujeito da educação de
os espaços possíveis, os interditos, os dizeres jovens e adultos na perspectiva
admitidos, os dizeres silenciados. Essas ferra- intercultural: regra de normatização
mentas movimentam-se como um conjunto do sujeito da interculturalidade
complexo de relações sociais e culturais perme-
adas pelas relações de poder-saber-ser fazendo Segundo Larrosa (1999),
operar a maquinaria da escola.
Jorge Larrosa (1999) aponta como uma as práticas educativas são consideradas
das inércias no campo pedagógico a como um conjunto de dispositivos orienta-
58 Rosângela Tenório de Carvalho. O discurso curricular intercultural na educação de jovens e adultos e a ...
lutas históricas, os povos indígenas e afrodes- diferentes elementos de afirmação e moldura da
cendentes viram ser instituído o respeito em re- identidade do discurso pela interculturalidade
lação à diversidade étnica e em relação à terra no campo da EJA.
aos descendentes dos quilombos.
Por outro lado, ao nosso olhar, a Considerações finais
interculturalidade é um discurso que reflete os
embates ocorridos em outros domínios e também Intentamos com este trabalho, a partir
no conjunto interdiscursivo que lhe assegura as de uma aproximação ao pensamento pós-
regularidades, fazendo com que o discurso pela colonialista e à arqueologia do discurso,
interculturalidade seja multifacetado (gerado contribuir para o debate sobre a relação entre
em diversos campos de saber), móvel (há uma discurso curricular e subjetividades em termos
redefinição permanente dos elementos que o de melhor lidar com problemas que remetem à
compõem) e fundamentalmente problemático. relação entre currículo e cultura, em particular
Problemático pois funciona, em relação à questão no que se refere à problematização da vontade
da educação intercultural, como uma tensão, se de poder da racionalidade eurocêntrica na
entendermos que os processos de normalização produção de subjetividades nas escolas, aos
são as funções por excelência do dispositivo efeitos de vontade de verdade da racionalidade
educacional e que, tal como sustenta Foucault ocidental e aos efeitos de vontade de verdade
(1995), a normalização impede a diferenciação da racionalidade masculina ocidental.
dos indivíduos, atuando, portanto, como um Consideramos ser importante tanto uma
processo que impõe a homogeneidade. Esse aproximação à construção de uma pedagogia na
sistema de normalização pode ser entendido perspectiva da interculturalidade, quanto uma
como uma espécie de tensão no discurso pela problematização dessa vontade de verdade do
interculturalidade, não apenas porque impõe saber/ser do sujeito coletivo/multicultural. Isso
a homogeneidade, o que já representa conflito se justifica pelos riscos de estarmos a pedagogi-
no âmbito do discurso, mas também pelas zar a diferença, isto é, de estarmos novamente
tecnologias de governamento dos indivíduos a fazer embalagens bem iguais, bem quadradas,
que esse discurso está a produzir. e, nelas, também colocarmos os sujeitos sociais
Dessas prescrições, podemos inferir e culturais; daí a necessidade de mantermos
que o discurso pela interculturalidade dá- uma vigilância ética, estética e epistemológica
se em relações de poder imediatas, locais e em relação aos nossos próprios discursos.
interligadas umas às outras segundo uma Nesse sentido, defendemos que sejam
lógica de estratégia global. E é por meio do considerados os seguintes princípios no debate
poder inerente ao discurso que as regras são curricular intercultural: i) a concepção de linguagem
estabelecidas. Como diz Foucault (1994), “o como sistema de nomeação e de produção dos
poder atua pronunciando a regra, [...] por um objetos sobres os quais se fala; ii) os princípios
ato de discurso que cria, justamente porque da contingência e da historicidade radical na
se articula, um estado de direito” (p. 86). Por desnaturalização dos discursos; iii) a reflexão sobre
seu turno, o discurso encontra-se associado uma teoria da reelaboração; iv) as relações de
a um ritual da palavra escrita, ritual este que poder-saber-ser como indicativos da produtividade
determina, para os sujeitos que escrevem, papéis no campo educacional; v) o currículo como um
preestabelecidos que permitem sua existência, campo da estética, da ética e da política; vi) as
sua circulação e sua distribuição segundo formas de regulação social e cultural implícitas nos
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