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Metodologia e Prática
de Ciências no Ensino
Fundamental
Sumário
CAPÍTULO 3 – Por que formar educadores em educação ambiental?....................................03
Introdução.....................................................................................................................03
Síntese...........................................................................................................................18
Referências Bibliográficas.................................................................................................19
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Capítulo 3
Por que formar educadores
em educação ambiental?
Introdução
Prezado estudante, você sabia que o avanço da crise ambiental ocorrida nas décadas de 1980
a 1990 tem uma relação direta com o aumento dos problemas sociais e econômicos? A partir
disso, surgiu a necessidade de se avaliar as vertentes ambientais e econômicas de forma conjunta
e não mais isoladas, como era feito até então. De um lado, era necessário analisar os impactos
da crise econômica e, do outro, os fenômenos do aquecimento global e a destruição da camada
de ozônio, entre outros problemas (JACOBI, 1997; GUIMARÃES, 2009; CONCA, 1995).
Desde então, vem crescendo a preocupação com questões relacionadas ao meio ambiente. Você
pode acompanhar, quase todos os dias, notícias sobre problemas relacionados à contaminação
de água e dos solos ou a desastres ambientais, ao aquecimento global, chuva ácida, resíduos só-
lidos, entre outros. Mas como podemos avaliar criticamente toda essa quantidade de informação
que recebemos diariamente? Você pode se perguntar, ainda: qual é o seu papel como professor
neste processo? Ou qual é o papel da escola na formação das crianças para que desenvolvam
uma consciência ambiental? Como promover a Educação Ambiental nas escolas? Pois bem, es-
tudante, convidamos você a refletir sobre essas e outras questões neste capítulo da disciplina de
Metodologia e Prática de Ciências no Ensino Fundamental.
Você estudará a importância da Educação Ambiental dentro da escola e como ela possibilita,
por meio do ensino, formar cidadãos conscientes de suas atitudes diante do meio ambiente. Para
isso, você irá entender como funciona a relação do ser humano com a natureza e como este in-
terfere no meio. Neste capítulo você irá compreender, ainda, o conceito de Educação Ambiental,
além de conhecer seu histórico no mundo e no Brasil.
Além disso, tenha em mente que a educação formal é um espaço coletivo para reflexões e
produção de conhecimentos, por isso é importante que a perspectiva ambiental seja inserida
nas práticas pedagógicas dos professores. Desta forma, você também vai estudar a formação
de educadores em Educação Ambiental e quais são as especificidades e necessidades dessa
preparação. Outro fator a ser considerado, nesse contexto, é o papel da escola, cujo objetivo é
criar um espaço de discussão e reflexão. Por esse motivo, vamos conhecer diferentes formas de
promover o tema nas escolas.
Nesse sentido, podemos dizer que todos já ouviram ou tiveram algum contato com o tema, mas,
afinal de contas, o que é Educação Ambiental? É o que você vai estudar a seguir. Vamos lá?
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Metodologia e Prática de Ciências no Ensino Fundamental
VOCÊ SABIA?
Você conhece o Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA)? Coordenado
pelo órgão gestor da Política Nacional de Educação Ambiental, do governo federal, o
documento norteador do programa foi escrito de forma a estar em sintonia com o Tra-
tado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global
(1992). Ele apresenta as diretrizes, os princípios e a missão que orientam as ações do
programa que visa a divulgação da educação ambiental e a capacitação dos profissio-
nais da educação. Acesse em: <http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/politica-
-de-educacao-ambiental/programa-nacional-de-educacao-ambiental>.
Vamos, então, buscar compreender como se estabelece a relação entre homem e natureza e
conhecer algumas concepções nesta área.
Mas, antes de entender essa relação, é preciso compreender o conceito de meio ambiente e de
ecologia, que é a ciência que o delimita. Vamos entender melhor? A palavra ecologia vem do
grego, onde oikos significa casa ou lar, e logos significa estudo. Dessa forma, o alemão Ernest
Haeckel definiu, em 1869, a ecologia como o estudo dos seres em seu lugar de sobrevivência
(ODUM, 1997).
Compreenda que a divisão de ecologia, de acordo com Odum (1997), parte do seguinte nível de
complexidade: célula, tecido, órgão, sistema, organismo, população, comunidade, ecossistema
e biosfera, sendo que cada compartimento tem organismos vivos (bióticos) e não vivos (abióticos)
que interagem entre si.
Biosfera
Ecossistema
Comunidade
Aumento do nível de complexidade
População
Organismo
Sistema
Orgão
Tecido
Célula
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Metodologia e Prática de Ciências no Ensino Fundamental
A partir dessa análise, podemos definir o conceito de natureza como um meio de interligação e
interação entre os organismos, em uma complexa cadeia de relações sem início e sem fim (CA-
PRA, 2001). Entenda, assim, que os diversos sistemas de organismos vivos se interligam e fun-
cionam adaptando-se ao meio onde vivem, por meio de estímulos ou perturbações provocadas
por agentes externos (MATURANA; VARELA, 2001). Nessa interação, o sujeito acaba adquirindo
novos conhecimentos, uma vez que busca compreender melhor o meio, o que leva ao desenvol-
vimento de ações em benefício do seu bem-estar.
Na visão de Capra (2001), esse modelo pode ter, como consequência, impactos como a conta-
minação ou a poluição. Veja as principais características:
VOCÊ SABIA?
A contaminação e a poluição muitas vezes são utilizadas como sinônimos, mas se re-
ferem a processos com efeitos diferentes. Acompanhe: a contaminação é a presença
de substâncias ou seres patogênicos em concentração acima do normal e que causa
alguma alteração no meio. A poluição, por sua vez, ocorre quando essa concentração
interfere nas relações ecológicas. Por exemplo: um descarte de esgoto doméstico em
um rio é uma contaminação, pois ela causa a diminuição do teor de oxigênio do meio.
Se essa alteração chegar ao ponto de causar a morte de peixes e prejudicar os seres
que o utilizam como alimento, seria uma poluição.
A contaminação e a poluição muitas vezes são utilizadas como sinônimos, mas se referem a
processos com efeitos diferentes. Acompanhe: a contaminação é a presença de substâncias ou
seres patogênicos em concentração acima do normal e que causa alguma alteração no meio. A
poluição, por sua vez, ocorre quando essa concentração interfere nas relações ecológicas. Por
Agora que já sabemos como funciona a relação homem e natureza, veremos, a seguir, o conceito
de Educação Ambiental.
Em 1973, o conceito de ecodesenvolvimento foi utilizado pela primeira vez, cujos princípios
seriam discutidos posteriormente no Relatório Brundtland, elaborado em 1987 pela Comissão
Mundial sobre o Meio Ambiente q ue propôs a existência de cinco dimensões para a sustentabili-
dade (SACHS, 1986; GUZMAN, 1997; JACOBI, 1997):
• social;
• econômica;
• ecológica;
• espacial;
• cultural.
Com isso, buscava-se estabelecer uma relação entre o aumento do bem-estar como o aumento
do padrão de vida sem que resultasse na diminuição dos recursos naturais ou produzidos pelo
homem (NOBRE; AMAZONAS, 2002).
VOCÊ SABIA?
Atualmente, sustentabilidade é um tema bastante debatido. Você sabe qual é o seu
significado, de fato? Pois bem, definir sustentabilidade não é algo tão simples, pois
esse conceito vem evoluindo e engloba vários aspectos. Segundo Hill (2003), a sus-
tentabilidade se relaciona às formas de se pensar o mundo, o indivíduo e a sociedade,
de maneira que leve às seguintes ideias: indivíduos com valores éticos, autônomos e
realizados; construção de comunidades de maneira coletiva, com base na tolerância e
igualdade; sistemas sociais, onde as instituições sejam participativas, transparentes e
justas; adoção de medidas ambientais que sejam valorizadas, que preservem a biodi-
versidade e os processos ecológicos fundamentais à manutenção da vida.
Atualmente, sustentabilidade é um tema bastante debatido. Você sabe qual é o seu significado, de
fato? Pois bem, definir sustentabilidade não é algo tão simples, pois esse conceito vem evoluindo
e engloba vários aspectos. Segundo Hill (2003), a sustentabilidade se relaciona às formas de se
pensar o mundo, o indivíduo e a sociedade, de maneira que leve às seguintes ideias: indivíduos
com valores éticos, autônomos e realizados; construção de comunidades de maneira coletiva,
com base na tolerância e igualdade; sistemas sociais, onde as instituições sejam participativas,
transparentes e justas; adoção de medidas ambientais que sejam valorizadas, que preservem a
biodiversidade e os processos ecológicos fundamentais à manutenção da vida.
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Metodologia e Prática de Ciências no Ensino Fundamental
Nesse cenário, podemos entender que os debates e os encontros que tratam sobre Educação
Ambiental mostram que existe a necessidade de se formular um quadro teórico conceitual sobre o
tema. Sua base teórica inicialmente era fundamentada em uma visão preservacionista e ecológica.
Porém, nas últimas décadas percebeu-se a necessidade de incluir novos valores, como a questão
social e econômica. Pedrini (2000) afirma que a estrutura da Educação Ambiental constitui-se em
um saber com característica multidisciplinar, porém é interdisciplinar na sua linguagem e transdis-
ciplinar na sua ação. Ou seja, esse conceito envolve várias disciplinas que se relacionam entre si
e se fundem para criar essa nova área. Podemos afirmar, então, que o objetivo é desenvolver nos
estudantes novos valores, hábitos, posturas e ações na sua relação com o meio ambiente.
Para Reigota (1995) os conhecimentos na Educação Ambiental devem envolver uma análise his-
tórica e epistemológica dos conceitos e modelos científicos, juntamente com análise do problema
socioambiental. Com isso, é preciso abranger experiências que permitam aos estudantes conhecer
e se sensibilizar com os ecossistemas que os rodeiam, passando a ver a importância do meio am-
biente para a saúde e o bem-estar. Além disso, esses conhecimentos devem possibilitar avaliar a
relação entre o desenvolvimento econômico e os possíveis problemas ambientais atrelados a ele.
Desta forma, tenha em mente que a Educação Ambiental deve sempre considerar a relação entre
o meio ambiente, o crescimento econômico e a sociedade, pois todos estão entrelaçados, de
modo que se uma das partes apresentar problemas, as demais sofreram as consequências.
Figura 4 – A educação deve focar no futuro: em que mundo você quer viver?
Fonte: Ziablik, Shutterstock, 2016.
É importante que, antes de entender como a Educação Ambiental foi inserida no cenário nacional,
você conheça os eventos internacionais que foram importantes na sua história. Muitos deles, além
de mencionarem a relevância do tema, oferecem orientações sobre a sua implantação. Vamos lá?
Ainda em 1972, aconteceu a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada na
cidade de Estocolmo (Suécia), que foi um marco internacional ao definir a Educação Ambiental
como necessária na resolução dos problemas ambientais. A Conferência de Estocolmo propôs,
inclusive, orientações sobre a capacitação de professores e a criação de métodos e recursos
instrucionais específicos para o ensino do conceito.
Diante desse novo cenário, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (Unesco) promoveu, nas décadas de 1970 e 1980, diversas conferências, inclusive para
atender às demandas feitas em Estocolmo. A primeira delas foi a Conferência de Belgrado, Sér-
via (antiga Iugoslóvia), que em 1975 reuniu especialistas de mais de 60 países e produziu uma
carta e um Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), que organiza informações
sobre instituições que trabalham com o tema e promovem eventos e publicações sobre o tema.
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Metodologia e Prática de Ciências no Ensino Fundamental
nos anos de 1985, 1986, 1988 e 1989, com sugestões, inclusive, de ser inserida na educação
formal e informal, para todas as idades.
Em 2002, o Rio +10, ou Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, realizado na África
do Sul, foi um fórum de discussões das Nações Unidas que fez um balanço de todas as ações que
foram propostas em 1992 no Rio de Janeiro. Na ocasião, novamente verificou-se a necessidade
de que todas as nações trabalhassem e assumissem responsabilidades com relação à preserva-
ção do planeta. Além disso, ficou nítida a relutância de determinados países em cooperar com
este trabalho, como por exemplo os Estados Unidos. (MORADILLO; OKI, 2004).
Após estudarmos sobre essas conferências, podemos dizer que todo o conhecimento acumulado
ao longo destes eventos pode ser utilizado pelos educadores como fonte de informação e temas
para reflexão. Além disso, foi a partir das discussões e rumos tomados nesses encontros inter-
nacionais que a Educação Ambiental começou a ganhar cada vez mais importância no Brasil.
É importante destacar que vários órgãos federais, tanto ligados ao meio ambiente quanto à área
de educação, contribuíram com a implementação da Educação Ambiental no país ao longo dos
anos, principalmente por meio de projetos como o Programa Nacional de Educação Ambiental
Quando a Constituição Federal de 1988 foi lançada, a Educação Ambiental passou a ser obriga-
tória em todos os níveis de ensino, mesmo sem ser uma disciplina. Em 1992, paralelo ao evento
Rio 92, o Ministério da Educação (MEC, na época Ministério da Educação e do Desporto) orga-
nizou um evento onde foi elaborada e aprovada a “Carta Brasileira para a Educação Ambiental”,
cujo objetivo era discutir sobre a sua implantação em todos os níveis de ensino.
Já no ano de 1999 foi aprovada, pelo Senado Federal, a Lei Federal 9.795 com o objetivo de
oficializar a presença do tema em todas as modalidades de ensino.
VOCÊ O CONHECE?
Francisco Alves Mendes Filho (1944-1988), o Chico Mendes, foi seringueiro e ambientalista
brasileiro. Ele recebeu diversos prêmios como reconhecimento a seu engajamento. Den-
tre as atividades que realizou podemos destacar o 1º Encontro Nacional de Seringueiros
(1985), que discutiu sobre a união de seringueiros e indígenas em prol da floresta amazôni-
ca. Em 1987, mostrou a uma comissão da Organizações das Nações Unidas a devastação
causada por empresas financiadas pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) em
Xapuri. Um ano depois, ele foi assassinado. Acesse o site http://institutochicomendes.org.br.
É importante você saber que mesmo com todos esses avanços, há ainda muito trabalho a se fazer
para consolidar a Educação Ambiental, principalmente no que diz respeito a uma melhor articu-
lação entre os setores governamentais e não-governamentais. E neste sentido, vale destacar que
as escolas têm um papel muito importante, bem como os educadores. A seguir vamos discutir um
pouco sobre a formação desses profissionais para que possam trabalhar o tema.
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Metodologia e Prática de Ciências no Ensino Fundamental
De acordo com Certeau (1994), o fazer pedagógico deve contemplar práticas diferenciadas,
questionadoras, usando problematização e a contextualização do que é ensinado. É necessário,
dessa forma, uma Educação Ambiental que forme agentes (estudantes) focados na construção de
uma sociedade socioambientalmente sustentável.
A velocidade com que as mudanças econômicas, sociais e culturais acontecem força os professores
a se adaptarem e estarem por dentro de tudo que ocorre a respeito dessa temática. Uma grande
quantidade de informações, disponíveis por meio da TV, rádio, jornal e principalmente a internet,
chega até nós a todo momento, o que faz com que o educador precise estar preparado para inter-
pretar e constantemente reelaborar esses conhecimentos e repassá-los aos estudantes. Para isso, é
fundamental que ele tome consciência da importância de seu papel como implementador da Educa-
ção Ambiental, deixando claro no seu planejamento o que pretende com as aulas e como proceder.
Neste ponto, podemos observar dois eixos para a Educação Ambiental (LIMA, 2002; LOUREIRO,
2004): um conservador, onde predominam ações pontuais e descontextualizadas, e outro eman-
cipatório. Desta forma, será baseado em práticas que contemplem não somente a preservação
ambiental, mas no contexto em que acontece e quais causas e consequências dos pontos de vista
econômico, político e social.
Tristão (2002) destaca que existem quatro desafios para o educador ambiental, que você confere a seguir:
Além disso, Stengers (1990) destaca que interdisciplinaridade, nesse contexto, é um desafio, uma
vez que permite superar a fragmentação do conhecimento.
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Metodologia e Prática de Ciências no Ensino Fundamental
CASO
Você como professor de Ciências pode criar uma atividade sobre consumo consciente de água.
Pode trazer para os estudantes dados mostrando quantos litros de água, em média, são gastos
por minuto ao se deixar uma torneira aberta e um chuveiro ligado. Depois, peça para eles pensa-
rem em quanto tempo por dia gastam em cada uma dessas atividades: escovar os dentes e tomar
banho. Peça para que eles anotem o tempo durante uma semana. Com esses dados, ajude-os a
contar quantos litros por dia utilizam, em média, com base nas anotações de cada um. Formulem
uma estimativa para o mês. Em seguida, discuta sobre os resultados com os alunos e compare
os consumos com os dados fornecidos inicialmente. Finalize falando sobre os problemas do
desperdício de água, o quanto é caro o tratamento e como a água potável está cada vez mais
escassa no mundo. A partir daí eles serão capazes de entender melhor o quanto certos cuidados
são importantes no dia a dia para evitar o desperdício. Incentive as crianças a conversar sobre
isso com as famílias.
Compreenda, então, que o desafio está no fato de a Educação Ambiental envolver as ciências
naturais, sociais, exatas, científicas e humanas. Você deve estar se perguntando: mas como fazer
essa junção? Pois bem, essa preocupação com a interdisciplinaridade mostra a importância de
se avaliar os processos sociais que desencadeiam transformações na natureza. Por exemplo: a
construção de casas nas mananciais dos rios, que causam problemas ambientais graves em fun-
ção da contaminação com esgotos e resíduos sólidos.
Por ter um caráter interdisciplinar, a escola toda pode ser envolvida na realização de projetos de
Educação Ambiental. A seguir estudaremos sobre a importância desse envolvimento.
Segundo dados do Censo Escolar, que é coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesqui-
sas (Inep), no ano de 2001 foram registradas aproximadamente 115 mil escolas que ofereciam
Educação Ambiental de maneira formal ou informal. Já no ano de 2004, esse número aumentou
para 152 mil, o que representa crescimento de 32%. Além disso, a pesquisa verificou também
um aumento do número de matrículas, no período de 2001/2004, em escolas que ofereciam a
Educação Ambiental.
Diante desses dados podemos dizer que eles demonstram o constante esforço das escolas em
implantar o tema nos currículos. Mas o relatório traz um questionamento: que ações desenvol-
vem as escolas que dizem trabalhar com Educação Ambiental? Um dado interessante observado
na pesquisa é que muitas delas, embora trabalhem a questão ambiental, não têm infraestrutura
adequada para destinar o esgoto de forma correta, por exemplo, bem como não descartam cor-
retamente o lixo gerado no ambiente escolar. Essas questões chamam atenção para o fato: se a
própria escola não segue o que ensina, como esperar que os estudantes o façam?
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Metodologia e Prática de Ciências no Ensino Fundamental
Para que você entenda melhor sobre a aplicação do tema no ambiente escolar, veremos alguns
projetos desenvolvidos por escolas de ensino fundamental no Brasil, seja de forma isolada ou em
parceria com órgãos governamentais ou instituições privadas. Saiba, no entanto, que a intenção
não é detalhar profundamente cada um dos trabalhos apresentados, mas sim mostrar ideias que
podem ser adaptadas à realidade local.
Além disso, tenha em mente que muitos documentos trazem, além do desenvolvimento do projeto,
a concepção e a elaboração, e que muitos discutem como foi a etapa de capacitação dos profes-
sores e da escola como um todo para que esta tivesse condições de desenvolver os programas.
O registro destes sete projetos contou com a sugestão de algumas secretarias estaduais ou
municipais de Educação, que escolheram os projetos que mais se destacaram em suas regiões.
Confira a seguir quais foram os temas propostos e os Estados/cidades presentes no relatório.
• Mato Grosso/Mimoso:
- Projeto Mimoso;
- Formação Continuada dos Professores;
- O outro lado dos animais peçonhentos 1 – Uma proposta para a Educação Ambiental.
• Santa Catarina/Itajaí:
- Clube olho vivo – monitoramento ambiental voluntário.
• Pernambuco/Afogados do Ingazeiro:
- Projeto Resgatar o Rio Pajeú.
• Amapá/Arquipélago do Bailique:
- Educação e Desenvolvimento Sustentável;
- Escola na Comunidade.
• Pará/Santarém
- Ilha de Ituqui - Um projeto-piloto.
Outro trabalho interessante e que vale a pesquisa é o Projeto Referencial de Educação Ambiental
nas escolas das comunidades de atuação do Projeto Sertão no Território do Pajeú (PE). O foco,
neste caso, foi em relação à sistematização da prática pedagógica dos professores e seu proces-
so formativo. Com isso, buscou-se valorizar a construção, o planejamento e a execução.
Neste ponto, vale destacar que muitas vezes a escola sozinha não tem condições ou precisa
de orientações tanto sobre como elaborar projetos quanto para ter acesso a informação e a
capacitação. Um exemplo relevante, nesse sentido, é o Projeto Sala Verde, coordenado pelo
Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Ambiente, que é uma forma de incentivo
à implantação de espaços que podem servir de centros de formação e informação ambiental.
A “sala verde” pode ser um espaço vinculado à rede pública ou privada, dedicado a projetos,
ações e programas educacionais voltados ao tema central. Atualmente, esse trabalho conta com
aproximadamente 357 salas em todo país que se localizam, em sua maioria, em prefeituras,
secretarias do meio ambiente, de educação, institutos federais e universidades. Desta forma,
constituem-se como uma opção para as escolas criarem parcerias para seus projetos.
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Síntese Síntese
Concluímos o capítulo 3 da disciplina e agora você já conhece a importância da Educação Am-
biental. De maneira resumida, você:
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal. Ministério da
Educação e do Desporto. Levantamento Nacional de Projetos de Educação Ambiental-MMA.
Brasília: I Conferência Nacional de Educação Ambiental, 1997 a. (Relatório).
BRASIL. Lei Federal nº 9795, da Política Nacional do Meio Ambiente, 31 de agosto de 1981.
CAPRA, Fritjof. A Tela da Vida – uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. Tradução:
All Tasks. Revisão técnica Wellington Braz Carvalho Delitti, São Paulo, 2006.
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