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Índice
A comunidade judaica da Judeia cresceu com relativa autonomia sob o domínio persa,
mas a história judaica tomará importância com a conquista da Palestina por Alexandre
Magno em 332 a.C.. Com a morte de Alexandre, o seu império foi dividido entre seus
generais, e a Judeia foi dominada pelos Ptolomeus e depois pelos Selêucidas, contra os
quais os judeus moveram revoltas que culminaram em sua independência (ver Macabeus).
Com a independência e o domínio dos Macabeus como reis e sacerdotes, surgem as
diversas ramificações do judaísmo da época do Segundo Templo: os fariseus,
os saduceus e os essênios. As diversas polémicas entre as diversas divisões do judaísmo
levaram à conquista da Judeia pelo Império Romano (63 a.C.).
O domínio romano sobre a Judeia foi em todo o seu período conturbado principalmente em
relação aos diversos governadores e reis impostos sobre Roma, o que levou à Revolta
judaica que culminou com a destruição do Segundo Templo e de Jerusalém em 70. Muitas
revoltas judaicas explodiram em todo o Império Romano, que levaram à Segunda revolta
judaica sob o comando de Simão Bar-Kosiva e do rabino Aquiba que fracassou ,e
em 135 ,com sua derrota levou à extinção do estado judeu , que só retornaria em 1948.
As seitas da época do Segundo Templo e posterior desenvolvimento
do judaísmo[editar | editar código-fonte]
Por volta do primeiro século D.C. havia várias grandes seitas em disputa da liderança
entre os judeus, e em geral todas elas procuravam, de forma diversa, uma salvação
messiânica em termos de autonomia nacional dentro do Império Romano: os fariseus,
os saduceus, os zelotas e os essênios. Entre estes grupos,os fariseus obtiveram grande
influência dentro do judaísmo, já que após a destruição do Templo de Jerusalém, a
influência dos saduceus diminuiu , enquanto os fariseus , que controlavam a maior parte
das sinagogas continuaram a promover sua visão de judaísmo, que originará o judaísmo
rabínico.Os judeus rabínicos codificaram suas tradições orais na obras conhecidas
como Talmudes.
O ramo dos saduceus dividiu-se em diversos pequenos grupos, que no século
VIII adoptaram a rejeição dos saduceus pela lei oral dos fariseus/rabinos registada
na Mishná e desenvolvida por rabinos mais recentes nos dois Talmudes), pretendendo
confiar apenas no Tanakh. Estes judeus criaram o judaísmo caraíta, que ainda existe hoje
em dia, se bem que os seus seguidores sejam em muito menor número que o judaísmo
rabínico. Os judeus rabínicos defendem que os caraitas são judeus, mas que a sua religião
é uma forma de judaísmo incompleta e errónea. Os caraítas defendem que os rabinitas
são idólatras e necessitam retornar às escrituras originais.
Os samaritanos continuaram à professar sua forma de judaísmo, e continuam à existir até
os dias de hoje.
Ao longo do tempo, os judeus também foram-se diferenciando em grupos étnicos distintos:
os asquenazitas - - (da Europa de Leste e da Rússia), os sefarditas (de Espanha, Portugal
e do Norte de África), os Judeus do Iêmen, da extremidade sul da península Arábica e
diversos outros grupos. Esta divisão é cultural e não se baseia em qualquer disputa
doutrinária , mas acabou levando à diferentes peculiaridades na visão de cada
comunidade sobre a prática do judaísmo .
Judaísmo na Idade Média[editar | editar código-fonte]
O cristianismo teria surgido como uma ramificação messiânica do judaísmo no primeiro
século d.C. Após o cisma que levou à separação entre judaísmo e cristianismo, o
cristianismo desenvolveu-se separadamente, e também foi perseguido pelo Império
Romano. Com a adoção do cristianismo como religião do império no século IV, a tendência
a querer erradicar o paganismo e a visão do judaísmo como uma religião que teria
desprezado Jesus Cristo, levou a um constante choque entre as duas religiões, onde a
política de converter judeus à força levava à expulsão, espoliação e morte caso não fosse
aceita.
Os judeus e diversas minorias tornaram-se vítimas de diversas acusações e perseguições
por parte dos cristãos. A conversão ao judaísmo foi proibida pela Igreja, e as comunidades
judaicas foram relegadas à marginalidade em diversas nações ou expulsas. O judaísmo
tornou-se então uma forma religiosa de resistência à dominação imposta pela Igreja,
desenvolvendo algumas das doutrinas exclusivistas de muitas tradições judaicas atuais.
Com o surgimento do Islão no século VII d.C. e sua rápida ascensão entre diversas
nações, inicia-se a relação deste com o judaísmo, caracterizado por períodos de
perseguição e outros de paz, no qual deve-se enfatizar a Idade de Ouro da cultura judaica
na Espanha muçulmana.
O desenvolvimento do judaísmo hassídico[editar | editar código-fonte]
O judaísmo hasídico foi fundado por Israel ben Eliezer (1700-1760), também conhecido
por Ba'al Shem Tov, ou pelo Besht. Os seus discípulos atraíram muitos seguidores, e eles
próprios estabeleceram numerosas seitas hasídicas na Europa. O judaísmo hasídico
acabou por se transformar no modo de vida de muitos judeus na Europa, e chegou
aos Estados Unidos durante as grandes vagas de emigração judaica na década de 1880.
Algum tempo antes, tinha havido um sério cisma entre os judeus chassídicos e não
chassídicos. Os judeus europeus que rejeitavam o movimento hasídico eram chamados
pelos hasidim de mitnagdim, (literalmente os contrários, oponentes). Alguns dos motivos
para a rejeição do judaísmo hasídico radicavam-se na exiberância opressiva da prece
hasídica - nas suas imputações não tradicionais de que os seus líderes eram infalíveis e
alegadamente operavam milagres, e na preocupação com a possibilidade de o movimento
se transformar numa seita messiânica. Desde então, todas as seitas do judaísmo hasídico
foram absorvidas pela corrente principal do judaísmo ortodoxo, e em particular pelo
judaísmo ultra-ortodoxo.
Veja os artigos sobre o judaísmo chassídico e os mitnagdim para obter informação mais
detalhada.
O desenvolvimento das seitas modernas em resposta ao
Iluminismo[editar | editar código-fonte]
Nos finais do século XVIII, a Europa foi varrida por um conjunto de movimentos
intelectuais, sociais e políticos conhecidos pelo nome de Iluminismo. O judaísmo
desenvolveu-se em várias seitas distintas em resposta a este fenómeno sem precedentes:
o judaísmo reformista e o judaísmo liberal, muitas formas de judaísmo ortodoxo (ver
também Hassidismo) e judaísmo conservador (ver também Judaísmo liberal) e ainda uma
certa quantidade de grupos menores.
Judaísmo na atualidade[editar | editar código-fonte]
Na maior parte das nações ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido, Israel e
a África do Sul, muitos judeus secularizados deixaram há muito de participar nos deveres
religiosos. Muitos deles lembram-se de ter tido avôs religiosos, mas cresceram em lares
onde a educação e observância judaicas já não eram uma prioridade. Desenvolveram
sentimentos ambivalentes no que toca aos seus deveres religiosos. Por um lado, tendem a
agarrar-se às suas tradições por razões de identidade, mas por outro lado, as influências
da mentalidade ocidental, vida cotidiana e pressões sociais tendem a afastá-los do
judaísmo. Estudos recentes feitos em judeus americanos indicam que muitas pessoas que
se identificam como de herança judaica já não se identificam enquanto membros da
religião conhecida como judaísmo. As várias seitas judaicas nos EUA e
no Canadá encaram este facto como uma situação de crise, e têm sérias preocupações
com as crescentes taxas de casamentos mistos e assimilação entre a comunidade judaica.
Uma vez que os judeus americanos têm vindo a casar mais tarde do que acontecia
antigamente, têm vindo a ter menos filhos, e a taxa de nascimentos entre os judeus
americanos desceu de mais de 2.0 para 1.7 (a taxa de substituição é de 2.1). Nos últimos
50 anos todas as principais seitas judaicas têm assistido a um aumento de popularidade,
com um número crescente de jovens judeus a participar na educação judaica, a aderir às
sinagogas e a se tornarem (em graus diversos) mais observantes das tradições.
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