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A história judaica é a história do povo, religião e cultura judaicos.

Como boa parte da


história antiga dos judeus baseia-se na tradição judaica não é possível determinar-se a
veracidade das datas ou dos eventos que geralmente são apresentados sob ponto de vista
judaico. Quando outras fontes extra-judaicas apresentam suas versões, também a
inserimos para efeito de estudo e comparação.

Índice

 1Origens da história judaica


o 1.1Versão bíblica
 1.1.1Os patriarcas e o êxodo
 1.1.2Os juízes e a monarquia unida
 1.1.3A divisão dos reinos
 2A era talmúdica
 3Cronologia e nolorogia
o 3.1Era bíblica
o 3.2Era talmúdica
o 3.3Era medieval
o 3.4Era moderna
o 3.5Era contemporânea
 4Judaísmo
 5Origens do judaísmo
o 5.1Mosaísmo e crenças israelitas pré-exílio
o 5.2Exílio em Babilônia e o início da Diáspora
o 5.3O período do Segundo Templo
o 5.4As seitas da época do Segundo Templo e posterior desenvolvimento do judaísmo
o 5.5Judaísmo na Idade Média
o 5.6O desenvolvimento do judaísmo hassídico
o 5.7O desenvolvimento das seitas modernas em resposta ao Iluminismo
o 5.8Judaísmo na atualidade

Origens da história judaica[editar | editar código-fonte]


As tentativas de sistematização de uma história judaica tem trazido diversos problemas
aos estudiosos, pois há inúmeros problemas a serem resolvidos ao tratar-se deste
assunto. Temos entre estes problemas a questão de determinar precisamente quando se
inicia uma história do povo judeu : se como grupo étnico, religioso ou cultural, e as fontes
que servem como base de estudo para esta história. Geralmente os documentos extra-
bíblicos relacionados ao período mais antigo da história judaica são escassos e sujeitos à
debates, o que levou à duas ramificações de estudo: a postura maximalista, que diz que
tudo que não pode ser comprovado como falso e deve ser aceito como verdadeiro, e a
postura minimalista que diz que os eventos que não são corroborados por eventos
contemporâneos devem ser descartados.
Versão bíblica[editar | editar código-fonte]
A versão bíblica da história judaica mostra que os judeus são uma nação escolhida
por Deus como um povo separado e santo, guardião das leis outorgadas por Deus. Assim
a história bíblica de Israel é uma história onde Deus intervém no mundo de acordo com a
relação de Israel para com Deus.
Os patriarcas e o êxodo[editar | editar código-fonte]
De acordo com a tradição judaico-cristã, a história judaica começa com o chamado
de Deus ao caldeu Abraão. Abraão teria sido um fiel seguidor do monoteísmo em uma
época de idolatria, o que fez com que Deus prometesse dar descendência a Abraão e
fazer desta o povo eleito deste Deus. Esta promessa se cumpriria com o nascimento
de Isaac, que daria origem a Jacó e que este seria pai de doze filhos, os quais seriam os
pais das doze tribos de Israel. Após a imigração para o Egito devido a uma grande fome, a
família de Jacó cresce em número e influência, o que leva à sua escravização por parte
dos egípcios, e o surgimento de um libertador, Moisés, que sob a mão de Deus tira o povo
do Egito, entrega-lhes às leis divinas e dá aos filhos de Jacó um sentido de "nação". Após
uma peregrinação de quarenta anos no deserto, este povo teria, sob o comando
de Josuéconquistado a terra de Canaã.
Os juízes e a monarquia unida[editar | editar código-fonte]
Os israelitas conquistaram algumas regiões de Canaã, mas ainda assim não mantiveram
uma unidade nacional. Cada tribo mantinha suas leis e costumes e uniam-se ou
combatiam entre si de acordo com as suas conveniências. Geralmente simplesmente por
lutar
cada tribo era governada e julgada por juízes, pessoas que seriam determinadas
por Deus para tal cargo.
Posteriormente, os israelitas ao se sentirem dispersos, pedem um rei a Deus, e Saul,
escolhido por Deus torna-se rei de Israel. Mas sua rebeldia ao seguir os mandamentos
da Toráfaz com que perca o reinado, e após alguns contra tempos, Davi, um pastor-
guerreiro de Judá é escolhido por Deus para ser rei. Aqui apresentam-se a primeira vez a
unificação das tribos em uma única nação, e inicia-se o período áureo da história judaica,
que será consolidado com o reinado de Salomão, filho de Davi.
A divisão dos reinos[editar | editar código-fonte]
Com o descontentamento constante das tribos sob o domínio de Salomão, o reino se
divide em duas partes sob o governo do filho de Salomão, Roboão. Dez Tribos se rebelam
contra impostos cobrados por Salomão e reivindicam a Roboão negociá-las.Diante da
negativa do jovem rei Roboão, dez tribos se rebelam um formam um reino a parte. Assim,
duas tribos ficam com Roboão,continuando Jerusalém como sede do reino de Judá(I Reis
12)e o reino de Israel, tendo Samaria como sede e Jeroboão,como rei. Jeroboão era filho
de Nebate, efrateu de Zereda, servo de Salomão (I Reis 11:26; 12:19-20) . Diversas crises
políticas e religiosas acabam levando à decadência dos dois reinos: o reino de Israel é
destruído pelos assírios, enquanto o reino de Judá é destruído pelos babilônios. No exílio,
o povo israelita começa a tomar consciência do seu papel no "Plano de Deus" e, após
alguns anos, retornam para sua terra e reconstroem o Templo, reorganizando suas
Escrituras. Com estes fatos encerra-se a história do período das Escrituras Hebraicas.

A era talmúdica[editar | editar código-fonte]


Com o retorno de algumas comunidades judaicas para a Judeia, uma renovação religiosa
levou a diversos eventos que seriam fundamentais para o surgimento do Judaísmo como
uma religião mundial. Entre estes eventos podemos mencionar a unificação das doutrinas
mosaicas, o estabelecimento de um cânon, a reconstrução do Templo de Jerusalém e a
adoção da noção do "povo judeu" como povo escolhido e através do qual seria redimida
toda a humanidade.
A comunidade judaica da Judeia cresceu com relativa autonomia sob o domínio persa,
mas a história judaica tomará importância com a conquista da Palestina por Alexandre
Magno em 334 a.C.. Com a morte de Alexandre, o seu império foi dividido entre seus
generais, e a Judeia foi dominada pelos Ptolomeus e depois pelos Selêucidas, contra os
quais os judeus moveram revoltas que culminaram em sua independência (
ver Macabeus ).
Com a independência e o domínio dos Macabeus como reis e sacerdotes, surgem as
diversas ramificações do judaísmo da época do Segundo Templo: os fariseus,
os saduceus e os essênios. As diversas intrigas entre as diversas divisões do judaísmo
levou à conquista da Judeia pelo Império Romano.

Cronologia e nolorogia[editar | editar código-fonte]

Era bíblica[editar | editar código-fonte]

 Séculos XX -XVII a.C. - Primeira emigração de Abraão para Canaã. Os Patriarcas


bíblicos.
 Séculos XVII-XIII a.C.- Hebreus no Egito.
 Séculos XIII-XII a.C. - O Êxodo e a ocupação de Canaã.
 Séculos XII-XI a.C. - Época dos juízes.
 1067 -1055 a.C. - Reinado de Saul.
 1055 -1015 a.C. - Reinado de Davi.
 1015-977 a.C. - Reinado de Salomão.
 1000 a.C. - Construção do Templo de Javé
 977-830 a.C. - Cisma entre Judá e Israel.
 722 a.C. - Fim do reino de Israel.
 586 a.C. - Destruição de Jerusalém.
 537 a.C. - Ciro II permite o retorno dos judeus à Judeia.
 520-516 a.C. - Reconstrução do Templo em Jerusalém.
Era talmúdica[editar | editar código-fonte]

 332 a.C. -Alexandre Magno conquista a Judeia.


 320-198 a.C. - Domínio Ptolomeu.
 198-167 a.C. - Domínio selêucida.
 167 a.C. - Revolução dos macabeus.
 140 a.C. - A Judeia conquista a independência.
 63 a.C. - Pompeu conquista Jerusalém.
 Século I d.C. - Início e expansão do Cristianismo .
 6-40 d.C. - Procuradores romanos na Judeia.
 66-73 -Primeira revolta judaica .Destruição de Jerusalém.
 115-117 - Segunda revolta judaica. Guerra de Quito
 132-135 - Terceira revolta judaica. Revolta de Barcoquebas
 200 - Redação da Mishná.
 500 - Término da redação do Talmude da Babilônia.
Era medieval[editar | editar código-fonte]

 624-628- Guerra de Maomé contra os judeus da Arábia.


 760-Expansão do Caraísmo.
 Séculos VII-X - Época dos gaons na Babilônia.
 882-942- Gaon Saadia.
 Século XI - Florescimento da cultura judaica na Espanha.
 1066 - Massacre dos judeus em Granada.
 1096 - Primeira Cruzada.
 1040-1105 - Rashi
 Séculos XII-XV - Expulsão da Alemanha e emigração para a Europa Oriental.
 1135-1205- Maimónides.
 1290- Expulsão dos judeus da Inglaterra.
 1306-1394- Expulsão dos judeus da França.
 1348- A Peste Negra.
 1391 - Massacre dos judeus na Espanha.
 1492 - Expulsão dos judeus da Espanha.
 1498 Expulsão dos judeus de Portugal.
 1506 Massacre de cristãos-novos em Portugal.
Era moderna[editar | editar código-fonte]

 1488-1575 - José Caro.


 1524-1532- Movimento messiãnico de David Al-Roy e Salomão Molcho.
 1534-1572- Isaac Luria.
 1632-1677- Spinoza.
 1649-1656 - O retorno dos judeus para a Inglaterra.
 1666-Movimento messiânico de Sabatai Zevi.
 1787-Emancipação na América.
Era contemporânea[editar | editar código-fonte]

 1791- Emancipação na França.


 1806- 1807 -Reformas de Napoleão.
 1894- 1906 - Processo Dreyfus na França.
 1897- Primeiro Congresso Sionista.Primeira convenção do Bund.
 1917- Igualdade de direitos dos judeus na Rússia.
 1917-Declaração Balfour.
 1925- Fundação da Universidade Hebraica em Jerusalém.
 1935- Leis de Nuremberg.
 1939- Segunda Guerra Mundial.
 1942 - Solução final. Dá início o extermínio de judeus no Holocausto.
 1948- Criação do Estado de Israel.Primeira guerra árabe-israelense.
 1961- Seqüestro e condenação do oficial nazista Adolph Eichman.

Judaísmo[editar | editar código-fonte]


A religião principal da comunidade judaica que ainda que não seja unificada
(ver Religiosidade judaica) contém princípios básicos que a distingue de outras religiões.
De acordo com a visão religiosa o judaísmo é uma religião ordenada pelo Criador através
de um pacto eterno com Abraão e sua descendência. Já os estudiosos crêem que o
judaísmo seja fruto da fusão e evolução de mitologias e costumes tribais da região
do Levante unificadas posteriormente mediante a consciência de um nacionalismo judaico.
Ainda que seja intimamente relacionada à História dos judeus, a história do judaísmo se
distingue por enfatizar a evolução da religião deste povo.

Origens do judaísmo[editar | editar código-fonte]


Mosaísmo e crenças israelitas pré-exílio[editar | editar código-fonte]
Ainda que o judaísmo só vá ser chamado como tal apenas após o retorno do Cativeiro em
Babilônia , de acordo com a tradição judaico-cristã a origem do judaísmo estaria associada
ao chamado de Abraão à promessa de Abraão ,originário de Ur, teria sido um defensor
do monoteísmo em um mundo de idolatria, e pela sua fidelidade à YHWH teria sido
recompensado com a promessa de que teria um filho, Isaque do qual levantaria um povo
que herdaria a Terra da promessa.Abraão é chamado de primeiro hebreu. De acordo com
a Bíblia, YHWH não seria apenas o Senhor de Israel, mas sim o Princípio Uno que criou o
mundo, e que já havia se revelado a outros justos antes de Abraão. Mas com Abraãoinicia-
se um pacto de obediência, que deveria ser seguido por todos os seus descendentes se
quisessem usufruir das bençãos de YHWH.Alguns rituais tribais são seguidos pelos
membros da família de Abraão que depois serão incorporados à legislação religiosa
judaica.
Até mesmo a abstração da Divindade nos primeiros tempos do judaísmo é praticamente
inexistente : Deus existe como um ser diferente do ser humano mas presente entre a
humanidade através de teofanias e manifestações de cunho patriarcalista aplicando
provações, castigos e promessas. Outro ponto de debate é que geralmente se considera a
inexistência ou inexpressão dos patriarcas bíblicos que seriam figuras regionais ou
mitológicas criadas posteriormente.
Conforme a tradição Deus teria dado a Terra de Canaã aos israelitas como uma promessa
eterna o qual de acordo com a religião tiveram de conquistar através de numerosas
batalhas com a intervenção divina, sendo que esta intervenção era retirada ou contrária
quando o povo israelita rebelava-se ou contrariava a divindade. Assim a figura
de Deusassumiu um caráter essencialmente guerreiro.
A religião mosaica pré-judaísmo só atingirá sua maturação com o início da monarquia
israelita e sua subsequente divisão em dois reinos: Yehuda (Judá) e Yisrael (Israel).Esta
divisão marcará uma separação entre os rituais religiosos dos reinos do norte e do sul, que
permanecem até hoje, entre o judaísmo e o judaísmo samaritano .
No entanto, a visão histórica e bíblica mostram que esta religião mosaica não era única e
exclusiva . Durante todo o período pré-exílio as fontes nos informam que os israelistas
serviam diversas outras divindades, dos quais os mais proeminente era baal. Enquanto a
maioria dos religiosos aceita que na verdade a mistura entre os israelitas e os cananitas
após a conquista de Canaã tenha corrompido a religião israelita, a maioria dos estudiosos
prefere aceitar que o mosaismo era apenas mais uma das diversas crenças entre as tribos
israelitas, e que só virá a se firmar com os profetas e com o exílio.
A hierarquia e os rituais de culto mosaico serão firmemente estabelecidos com a
monarquia ,onde serão elaboradas as regras de sacerdócio e estabelecidos os padrões do
culto com a construção do Templo de Jerusalém.Este novo local de culto ,substituto do
antigo Tabernáculo portátil de Moisés, serviu como centro da religião judaica ,ainda que
em meio a outros cultos estrangeiros.
Exílio em Babilônia e o início da Diáspora[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Captividade Babilônica
Um dos elementos fortes da religião pré-judaísmo é o surgimento dos profetas , homens
de diversas camadas sociais que pregavam e anunciariam profecias da parte de Deus.Sua
pregação anunciando os castigos da desobediência para com Deus encontraram eco com
a destruição de Israel em 722 a.C. e com a conquista de Judá pelos babilônios em 586
a.C..
Com a dispersão dos reinos israelitas , muitos judeus assimilaram-se aos povos para o
qual foram dispersados.Mas as comunidades israelitas remanescentes desenvolveram sua
cultura e religião , criando o que temos hoje como Judaísmo.O fortalecimento da
comunidade e a descentralização do culto (através da criação das sinagogas),além do
estabelecimento de um conjunto de mandamentos que deveria ser aprendidos pelos
membros da comunidade e obedecidos em qualquer lugar em que vivessem ,aliaram-se à
esperança no restabelecimento novamente na Terra Prometida ,dando aos judeus uma
consciência messiânica . No entanto com a liberação do retorno dos judeus para a Judeia
poucas comunidades retornaram para a Judeia.
O período do Segundo Templo[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Segundo Templo
Com o retorno de algumas comunidades judaicas para a Judeia, uma renovação religiosa
levou a diversos eventos que seriam fundamentais para o surgimento do judaísmo como
uma religião mundial . Entre estes eventos podemos mencionar a unificação das doutrinas
mosaicas, o estabelecimento de um cânon das Escrituras, a reconstrução do Templo de
Jerusalém e a adoção da noção do "povo judeu" como povo escolhido e através do qual
seria redimida toda a humanidade.

Modelo do Templo de Herodes

A comunidade judaica da Judeia cresceu com relativa autonomia sob o domínio persa,
mas a história judaica tomará importância com a conquista da Palestina por Alexandre
Magno em 332 a.C.. Com a morte de Alexandre, o seu império foi dividido entre seus
generais, e a Judeia foi dominada pelos Ptolomeus e depois pelos Selêucidas, contra os
quais os judeus moveram revoltas que culminaram em sua independência (ver Macabeus).
Com a independência e o domínio dos Macabeus como reis e sacerdotes, surgem as
diversas ramificações do judaísmo da época do Segundo Templo: os fariseus,
os saduceus e os essênios. As diversas polémicas entre as diversas divisões do judaísmo
levaram à conquista da Judeia pelo Império Romano (63 a.C.).
O domínio romano sobre a Judeia foi em todo o seu período conturbado principalmente em
relação aos diversos governadores e reis impostos sobre Roma, o que levou à Revolta
judaica que culminou com a destruição do Segundo Templo e de Jerusalém em 70. Muitas
revoltas judaicas explodiram em todo o Império Romano, que levaram à Segunda revolta
judaica sob o comando de Simão Bar-Kosiva e do rabino Aquiba que fracassou ,e
em 135 ,com sua derrota levou à extinção do estado judeu , que só retornaria em 1948.
As seitas da época do Segundo Templo e posterior desenvolvimento
do judaísmo[editar | editar código-fonte]
Por volta do primeiro século D.C. havia várias grandes seitas em disputa da liderança
entre os judeus, e em geral todas elas procuravam, de forma diversa, uma salvação
messiânica em termos de autonomia nacional dentro do Império Romano: os fariseus,
os saduceus, os zelotas e os essênios. Entre estes grupos,os fariseus obtiveram grande
influência dentro do judaísmo, já que após a destruição do Templo de Jerusalém, a
influência dos saduceus diminuiu , enquanto os fariseus , que controlavam a maior parte
das sinagogas continuaram a promover sua visão de judaísmo, que originará o judaísmo
rabínico.Os judeus rabínicos codificaram suas tradições orais na obras conhecidas
como Talmudes.
O ramo dos saduceus dividiu-se em diversos pequenos grupos, que no século
VIII adoptaram a rejeição dos saduceus pela lei oral dos fariseus/rabinos registada
na Mishná e desenvolvida por rabinos mais recentes nos dois Talmudes), pretendendo
confiar apenas no Tanakh. Estes judeus criaram o judaísmo caraíta, que ainda existe hoje
em dia, se bem que os seus seguidores sejam em muito menor número que o judaísmo
rabínico. Os judeus rabínicos defendem que os caraitas são judeus, mas que a sua religião
é uma forma de judaísmo incompleta e errónea. Os caraítas defendem que os rabinitas
são idólatras e necessitam retornar às escrituras originais.
Os samaritanos continuaram à professar sua forma de judaísmo, e continuam à existir até
os dias de hoje.
Ao longo do tempo, os judeus também foram-se diferenciando em grupos étnicos distintos:
os asquenazitas - - (da Europa de Leste e da Rússia), os sefarditas (de Espanha, Portugal
e do Norte de África), os Judeus do Iêmen, da extremidade sul da península Arábica e
diversos outros grupos. Esta divisão é cultural e não se baseia em qualquer disputa
doutrinária , mas acabou levando à diferentes peculiaridades na visão de cada
comunidade sobre a prática do judaísmo .
Judaísmo na Idade Média[editar | editar código-fonte]
O cristianismo teria surgido como uma ramificação messiânica do judaísmo no primeiro
século d.C. Após o cisma que levou à separação entre judaísmo e cristianismo, o
cristianismo desenvolveu-se separadamente, e também foi perseguido pelo Império
Romano. Com a adoção do cristianismo como religião do império no século IV, a tendência
a querer erradicar o paganismo e a visão do judaísmo como uma religião que teria
desprezado Jesus Cristo, levou a um constante choque entre as duas religiões, onde a
política de converter judeus à força levava à expulsão, espoliação e morte caso não fosse
aceita.
Os judeus e diversas minorias tornaram-se vítimas de diversas acusações e perseguições
por parte dos cristãos. A conversão ao judaísmo foi proibida pela Igreja, e as comunidades
judaicas foram relegadas à marginalidade em diversas nações ou expulsas. O judaísmo
tornou-se então uma forma religiosa de resistência à dominação imposta pela Igreja,
desenvolvendo algumas das doutrinas exclusivistas de muitas tradições judaicas atuais.
Com o surgimento do Islão no século VII d.C. e sua rápida ascensão entre diversas
nações, inicia-se a relação deste com o judaísmo, caracterizado por períodos de
perseguição e outros de paz, no qual deve-se enfatizar a Idade de Ouro da cultura judaica
na Espanha muçulmana.
O desenvolvimento do judaísmo hassídico[editar | editar código-fonte]
O judaísmo hasídico foi fundado por Israel ben Eliezer (1700-1760), também conhecido
por Ba'al Shem Tov, ou pelo Besht. Os seus discípulos atraíram muitos seguidores, e eles
próprios estabeleceram numerosas seitas hasídicas na Europa. O judaísmo hasídico
acabou por se transformar no modo de vida de muitos judeus na Europa, e chegou
aos Estados Unidos durante as grandes vagas de emigração judaica na década de 1880.
Algum tempo antes, tinha havido um sério cisma entre os judeus chassídicos e não
chassídicos. Os judeus europeus que rejeitavam o movimento hasídico eram chamados
pelos hasidim de mitnagdim, (literalmente os contrários, oponentes). Alguns dos motivos
para a rejeição do judaísmo hasídico radicavam-se na exiberância opressiva da prece
hasídica - nas suas imputações não tradicionais de que os seus líderes eram infalíveis e
alegadamente operavam milagres, e na preocupação com a possibilidade de o movimento
se transformar numa seita messiânica. Desde então, todas as seitas do judaísmo hasídico
foram absorvidas pela corrente principal do judaísmo ortodoxo, e em particular pelo
judaísmo ultra-ortodoxo.
Veja os artigos sobre o judaísmo chassídico e os mitnagdim para obter informação mais
detalhada.
O desenvolvimento das seitas modernas em resposta ao
Iluminismo[editar | editar código-fonte]
Nos finais do século XVIII, a Europa foi varrida por um conjunto de movimentos
intelectuais, sociais e políticos conhecidos pelo nome de Iluminismo. O judaísmo
desenvolveu-se em várias seitas distintas em resposta a este fenómeno sem precedentes:
o judaísmo reformista e o judaísmo liberal, muitas formas de judaísmo ortodoxo (ver
também Hassidismo) e judaísmo conservador (ver também Judaísmo liberal) e ainda uma
certa quantidade de grupos menores.
Judaísmo na atualidade[editar | editar código-fonte]
Na maior parte das nações ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido, Israel e
a África do Sul, muitos judeus secularizados deixaram há muito de participar nos deveres
religiosos. Muitos deles lembram-se de ter tido avôs religiosos, mas cresceram em lares
onde a educação e observância judaicas já não eram uma prioridade. Desenvolveram
sentimentos ambivalentes no que toca aos seus deveres religiosos. Por um lado, tendem a
agarrar-se às suas tradições por razões de identidade, mas por outro lado, as influências
da mentalidade ocidental, vida cotidiana e pressões sociais tendem a afastá-los do
judaísmo. Estudos recentes feitos em judeus americanos indicam que muitas pessoas que
se identificam como de herança judaica já não se identificam enquanto membros da
religião conhecida como judaísmo. As várias seitas judaicas nos EUA e
no Canadá encaram este facto como uma situação de crise, e têm sérias preocupações
com as crescentes taxas de casamentos mistos e assimilação entre a comunidade judaica.
Uma vez que os judeus americanos têm vindo a casar mais tarde do que acontecia
antigamente, têm vindo a ter menos filhos, e a taxa de nascimentos entre os judeus
americanos desceu de mais de 2.0 para 1.7 (a taxa de substituição é de 2.1). Nos últimos
50 anos todas as principais seitas judaicas têm assistido a um aumento de popularidade,
com um número crescente de jovens judeus a participar na educação judaica, a aderir às
sinagogas e a se tornarem (em graus diversos) mais observantes das tradições.

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 História de Israel
 Sumo Sacerdote de Israel
 Sionismo
 Inquisição
 Theodor Herzl
 Caso Dreyfus
 Idade de Ouro da cultura judaica na Espanha muçulmana
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 História judaica

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