Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FACULDADE DE DIREITO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO
Capítulo I
O autor inicia o capítulo afirmando que a interpretação Constitucional possui duas
questões essenciais: “- A indagação sobre as tarefas e os objetivos da interpretação
constitucional; e – A indagação sobre os métodos (processo da intepretação
constitucional) (regras de interpretação).” (p. 26)
Härbele afirma que cidadãos grupos, órgãos estatais, o sistema público e a opinião
pública constituem como forças produtivas de interpretação em sentido lato: “Para uma
pesquisa ou investigação realista do desenvolvimento da interpretação constitucional,
pode ser exigível um conceito mais amplo de hermenêutica: cidadãos e grupos, órgãos
estatais, o sistema público e a opinião pública [...] representam forças produtivas de
interpretação; eles são intérpretes constitucionais em sentido lato, atuando nitidamente,
pelo menos como pré-intérpretes. [...] Portanto, é impensável uma interpretação da
Constituição sem o cidadão ativo e sem as potências públicas mencionadas” (p. 27-28)
Capítulo II
Nesse capítulo Härbele tratas dos participantes no processo de interpretação
constitucional. Ele defende a importância de considerar todos os participantes como
intérpretes: “Uma teoria constitucional se concebe como ciência da experiência e deve
estar com condições de, decisivamente, explicar os grupos concretos de pessoas e os
fatores que formam o espaço público, o tipo de realidade de que se cuida, a forma como
ela atua no tempo, as possibilidades e necessidades existentes. A pergunta em relação aos
participantes da interpretação constitucional deve ser formulada no sentido puramente
sociológico da ciência )maneira como ela se desenvolveu e que constituição da ciência
influenciou decisivamente o juiz constitucional no seu fazer hermenêutico. Essa questão
configura um enriquecimento e uma complementação da teoria da Constituição, que
indaga sobre os objetivos e os métodos (indagando, assim, sobre a boa interpretação). Ela
desempenha uma função auxiliar de informação ou de mediação.” (p. 30)
A tese defendida pelo autor é inspiradora, todavia como fazer com que a população
entenda que ela também é intérprete da constituição, sendo que como destinatária da
norma é a maior interessada? As discursões sobre a importância dos direitos fundamentais
e humanas infelizmente ainda é restrita ao mundo acadêmico jurídico. Direito
Constitucional deveria ser matéria obrigatória no ensino médio. É importante conhecer
as competências dos entes federativos, os direitos fundamentais e sua importância para
uma existência digna, as competências dos 3 poderes, dentre outros. Caso isso fosse
ensinado, não existiriam muito equívocos na hora de eleger um presidente da república,
por exemplo.
Capítulo III
Nesse capítulo, o autor introduz a ideia de que pode ser complicado existência de
muitos intérpretes e em consequência uma inúmera quantidade de interpretações
constitucionais. Isso poderia comprometer a força e a unidade política da Constituição.
(p. 35)
Mas, por outro lado: “A questão da legitimação coloca-se para todos aqueles que
não estão formal, oficial ou completamente nomeados para exercer a função de intérpretes
da Constituição da Constituição. Competências formais têm apenas aqueles órgãos que
estão vinculados à Constituição e que atuam de acordo com um procedimento
preestabelecido – legitimação mediante procedimento constitucional. São os órgãos
estatais (art. 20, º 2 e 3, da Lei Fundamental – vinculação da ordem constitucional à lei e
ao direito). Também os parlamentares (art. 38, nº1, da Lei Fundamental) estão vinculados
à Constituição desde que eles não postulem a sua alteração. Vinculados à Constituição
também estão os partidos políticos, os grupos e os cidadãos, ainda que de forma
diferenciada. A maioria está vinculada apenas por intermédio do poder estatal
sancionador. Resta evidente aqui que uma vinculação limitada à Constituição
corresponde a uma legitimação mais restrita.” (p. 36)
Capítulo IV
O autor nesse capítulo inicia, resumindo o que já foi tratado em capítulo anteriores.
Além disso trata de um problema novo: muitas questões referentes à constituição não
chegam ao Tribunal Constitucional, seja por incompetência específica do próprio
tribunal, seja por falta de iniciativa de eventuais legitimados. Então, há uma lacuna no
sentido de uma falta de interpretação da constituição por um magistrado. Portando, não
basta somente um processo constitucional formal, mas material. (p. 43)
Capítulo V
O autor afirma que o processo de interpretação constitucional em que se leva em
conta todos os participantes não é simplesmente um método de harmonização das
concepções desses participantes. É inevitável que para se chegar a um consenso, exista
conflitos entre os participantes, que possuem opiniões diferentes e interesses próprios.
Está claro que os participantes possuem objetivos diversos no processo constitucional e
por isso utilizam métodos diferentes. Mas após esses conflitos haverá um consenso. (p.
47-48)