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CANDIDO MENDES
MATERIAL DIDÁTICO
RACIOCÍNIO LÓGICO
Impressão
e
Editoração
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3
UNIDADE 1 – FUNDAMENTOS DO RACIOCÍNIO LÓGICO ................................ 5
UNIDADE 2 – FERRAMENTAS MATEMÁTICAS APLICADAS AO RACIOCÍNIO
LÓGICO ............................................................................................................... 48
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 72
3
INTRODUÇÃO
“Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não
fizer nada, não existirão resultados.”
(Gandhi)
5
A: Sócrates é um homem.
Portanto, temos que:
B: Sócrates é mortal.
Notemos que o raciocínio acima está correto, mas será que ele serve de
um molde que garanta que qualquer raciocínio que tenha a mesma forma será
correto? Em verdade, o raciocínio do exemplo anterior, possui a seguinte
estrutura: dada uma premissa A, segue uma conclusão B. O problema é saber se
qualquer raciocínio desta forma é correto. Vejamos outro exemplo, utilizando a
mesma forma:
A: Meu automóvel é verde.
Portanto,
B: meu carro é um vegetal.
Para raciocinarmos no sentido completo, vejamos o exemplo:
A B: Todo homem é mortal.
A: Sócrates é um homem.
B: Sócrates é mortal.
Aqui, pode-se caracterizar que o esquema acima é válido para quaisquer
inferências, chegando a uma conclusão correta, desde que as premissas sejam
corretas. A saber, se A implica em B e se A é verdadeiro, logo B também o é.
Em outro sentido, quando falamos com relação ao Raciocínio Lógico, de
acordo com Braine e Rumain (1983), para a compreensão de um texto, o leitor ou
ouvinte tanto utiliza o raciocínio lógico para a compreensão analítica (o que exige
mais habilidade mental) quanto o raciocínio prático para compreensão ordinária (o
que se revela mais superficial).
Grosso modo, quando é necessária a resolução de problemas, ou nos
envolvemos em discussões ou argumentações, o melhor é não se deixar levar
pelo caminho mais fácil e sim procurar obter uma compreensão a respeito da
situação analisando uma a uma, cuidadosamente, as premissas relacionadas, de
modo a tirarmos conclusões de maneira mais exata e precisa possível. Não
utilizar o raciocínio lógico, muitas vezes pode nos levar a conclusões incorretas e
a recorrer a falácias na argumentação, já que, de modo prático, nos deixaremos
influenciar pelo conteúdo das premissas e por nossas crenças. Lógica, portanto,
parte de uma dedução formal tal que, postas duas proposições, chamadas
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Além disso, é sabido que a Lógica tem como sustentação para a sua
descrição teórica três princípios fundamentais. Porém, antes de apresentarmos os
mesmos, vamos exemplificar a fim de compreendermos os mesmos. Se
considerarmos, LEANDRO é LEONARDO, essa premissa contraria dois
princípios, que podem ser observados, a seguir.
Primeiro Princípio (Identidade) (KELLER e BASTOS, 2004): esse
princípio nos diz que se um enunciado é verdadeiro, ele é verdadeiro, sempre e,
de outra forma, se ele é falso, ele é falso, sempre. Dessa forma, observe que:
erro. Salientamos que existem várias definições e conceitos de decisão, mas uma
que exprime bem a forma como será tratada aqui diz que uma decisão é um curso
de ação escolhido pela pessoa, como o meio mais efetivo à sua disposição para
alcançar os objetivos procurados, ou seja, para resolver o problema que a
incomoda.
Atualmente, o nosso universo de vivência é cada vez mais globalizado, ou
seja, temos que as organizações, de acordo com a concorrência contínua,
acirrada e até mesmo desleal, sejam elas no âmbito público ou privado, querem a
contratação de profissionais que consigam raciocinar de maneira crítica em vista
dos diferentes problemas que surgem no decorrer de suas vidas sociais e
profissionais, tornando-se, dessa forma, mais dinâmicos e argumentativos com
base em critérios e em princípios logicamente validados. Dessa forma, é muito
importante o entendimento dos tipos de problemas, bem como, os passos lógicos
para a resolução e/ou encaminhamento da solução dos mesmos.
1.6 Problemas
O que seria um problema? É evidente que temos algumas frases populares
que fazem parte do nosso mundo atual. Quem nunca ouviu?
Que falta de sorte! Justo agora fura o pneu do meu automóvel!
Algum problema, meu filho!
É, tenho que pensar e muito de como vou sair dessa situação agora.
Grosso modo, um problema pode ser encarado como qualquer situação
que exija o pensar do indivíduo para levar a sua solução. Uma exigência atual do
mundo globalizado é por gestores e/ou administradores cada vez mais dinâmicos
e completos, neste sentido, “o pensar produtivamente” é importante e, para isso,
nada melhor do que estar familiarizado com situações problemas que os
envolvam, os desafiem e os motivem a querer resolvê-las. Consequentemente, a
resolução de problemas tem sido reconhecida como uma metodologia de
raciocínio fundamental, logo, é necessário o desenvolvimento da habilidade de
elaborar um raciocínio lógico e fazer o uso inteligente e eficaz dos recursos
disponíveis, para que sejam propostas boas soluções aos problemas comuns do
cotidiano.
15
2) Eu, Carlos, tenho o dobro da idade que você tinha, quando eu tinha
a idade que você tem, quando tiver a idade que eu tenho, a soma de nossas
idades será 45 anos. Quais são nossas idades atuais?
Exemplo 02: Um tijolo pesa um quilo mais meio tijolo. Quanto pesa um
tijolo e meio?
Exemplo 03: Um senhor na terceira idade tinha como única herdeira sua
filha, que estava grávida, quando ele sentiu que a vida em breve lhe faltaria,
decidiu então procurar um advogado e montar o seu testamento. Sendo assim,
ele deixou, então, o seguinte testamento: “Deixo 1/3 da minha fortuna para
minha única filha e o restante para a criança que ela está esperando, se for
homem; deixo 1/2 de minha fortuna para minha única filha e o restante para
a criança que ela está esperando, se for mulher.”
De acordo com o testamento deixado pelo senhor, analise e julgue os itens
a seguir em Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( V ) Se a criança for um menino a ele caberá o dobro do que sua mãe
receberá como herança.
( F ) Suponha que a filha do senhor deu à luz um casal de gêmeos. Dessa
forma a herança deverá ser dividida em três partes iguais pelos herdeiros do
senhor.
( F ) Em qualquer caso a parte da mãe é menor do que a parte de seu(ua)
filho(a).
que se seja capaz de encontrar o método certo para traduzir a linguagem corrente
para essa lógica. Note então que a Lógica Formal delineia um método
organizado e cuidadoso de pensar que caracteriza qualquer investigação
científica ou qualquer outra atividade de raciocínio.
Segundo Bispo (2011), por conta deste segundo princípio, fala-se que a
Lógica Matemática é uma Lógica Bivalente. Por exemplo, as proposições
citadas anteriormente são todas verdadeiras, contrariamente das proposições
seguintes, que são falsas.
(a) Luís Américo descobriu o Brasil.
(b) Einstein escreveu os Lusíadas.
(c) O conjunto dos números reais é finito.
3
(d) é um número inteiro.
5
(e) O número é irracional.
(f) A constante de Euler e é um número irracional.
(g) Carlos é mortal.
(h) Os números transmitem conclusões do mercado.
(i) A sequência dos números primos é infinita.
(j) O conjunto dos números irracionais é finito.
(k) tg( ) = 1.
4
24
Note que cada uma delas é formada por duas proposições simples.
As proposições compostas também costumam serem chamadas fórmulas
proposicionais ou apenas fórmulas. Quando interessa destacar ou explicar que
uma proposição composta P é formada pela combinação das proposições simples
p, q, r, ..., escrevemos:
P(p, , r, ...)
As proposições simples e as proposições compostas também são
chamadas respectivamente átomos e moléculas. Deve-se ressaltar ainda que as
proposições componentes de uma proposição composta podem ser, elas
mesmas, proposições compostas.
P
V
F
p q
1 V V
2 V F
3 F V
4 F F
além disso, VV, VF, FV e FF são os arranjos binários com repetição dos dois
elementos V e F.
Para uma proposição composta cujas proposições simples componentes
são p, q e r, as únicas possíveis atribuições de valores lógicos a p, a q e a r são
mostrados abaixo:
p q r
1 V V V
2 V V F
3 V F V
4 V F F
5 F V V
6 F V F
7 F F V
8 F F F
p ~p
V F
F V
~V = F, ~F = V
e
V(~ p) = ~ V(p)
a) p: 3 + 3 = 6 (V) e ~ p: 8 + 3 5 (F)
p q p q
V V V
V F F
F V F
F F F
p : A neve é branca (V )
a)
q : 2 5 (V )
p : O enxofre é verde ( F )
b)
q : 7 é um número primo (V )
p : 4 (F )
d)
q : sen 0 (F )
2
p q: 4 e sen 0 (F)
2
V(p q) = V(p) V(q) = F F = F
p q p q
V V V
V F V
F V V
F F F
p q p q
V V F
V F V
F V V
F F F
V V = V, V F = F, F V = F, F F = V
e
V(p q) = V(p) V(q)
p q: Lisboa é a capital de Portugal se e somente se tg 3 (F)
4
V(p q) = V(p) V(q) = V F = F
p : VASCO DA GAMA descobriu o Brasil ( F )
c)
q : TIRADENTES foi enforcado (V )
p : A Terra é plana ( F )
d)
q : 2 é um número racional ( F )
43
2n
se = 2 n 1 valores V seguidos de 2 n 1 valores F; à 2 a proposição simples p 2
2
2n
atribuem-se = 2 n 2 valores V, seguidos de 2 n 2 valores F, seguidos de 2 n 2
4
valores V, seguidos, finalmente, de 2 n 2 valores F; e assim por diante.
Genericamente, a k-ésima proposição simples p k (k n) atribui-se alternadamente
2n
= 2 n k valores V seguidos de igual número de valores F. No caso, por
2k
exemplo, de uma proposição composta com cinco (5) proposições simples
componentes, a tabela-verdade contém 2 5 linhas, e os grupos de valores V e F se
alternam de 16 em 16 para a 1 a proposição simples p 1 , de 8 em 8 para a 2 a
p q ~ (p ~ q)
V V
V F
F V
F F
p q ~ (p ~ q)
V V V V F F F
V F F V V V F
F V V F F F V
F F V F F V F
4 1 3 2 1
V V V V V
V F F V F
F V F V F
F F F F V
p ~p ~~p
V F V
F V F
7200
x=
6
x = 1200
x 60
x 90
Ou seja:
60.x = 8.90
8.90
x=
60
x = 12
16 45
10 x
16 x
10 5
Daí, segue que:
53
16 x
=
10 45
Ou seja:
x = 72
Em outras palavras, a mesma tarefa será executada em 72 dias.
15 360
x 1200
Ou seja:
x = 50
10 20 2000
x 6 1680
10 6 2000
x 20 1680
1 20 1
2 x 2
20 2 2
= .
x 1 1
Ou seja,
x=5
Dessa maneira, de acordo com Dante (2000), dizemos que dois conjuntos
A e B são iguais quando possuem os mesmos elementos, isto é, todo elemento
de A é também elemento de B e, todo elemento de B é elemento de A. Tal fato é
denotado por A = B. Por exemplo, os conjuntos A = {3, 4, 7} e B = {4, 7, 3} são
iguais. Além disso, dados os conjuntos A e B, dizemos que B é subconjunto de
A se, e somente se, todo elemento de B é elemento de A. Esta relação é dita
relação de inclusão, sendo denotada por B A (lemos B está contido em A). Por
outro lado, se existir pelo menos um elemento de B que não é elemento de A,
escrevemos B A e, neste caso, B não é um subconjunto de A, isto é, não está
contido em A. Vejamos alguns exemplos.
1) {a, e} {a, e, i, o, u}
2) {1, 2} {1, 3, 5}
3) {1, 2, 3, 4} {1, 2, 3, 4, 7, 8, 9}
4) {19, 7, -3} {-4, 18, 20}
Dessa forma:
60
Solução: Notemos inicialmente, que a área total vale 100%, dessa forma
segue que:
Conceito Atual:
- Para a Produção, temos que:
40% (Produção) x m2
40.230
x= = 92 m 2
100
- Para a Armazenagem, temos que:
100 % (Área Total) 230 m 2
62
20% (Armazenagem) y m2
20.230
y= = 46 m 2
100
- Para o Atendimento, temos que:
40% (Atendimento) z m2
40.230
z= = 92 m 2
100
20% (Produção) x m2
20.230
x= = 46 m 2
100
- Para a Armazenagem, temos que:
20% (Armazenagem) y m2
20.230
y= = 46 m 2
100
- Para o Atendimento, temos que:
60% (Atendimento) z m2
Solução:
Antes Depois
65 (kg) 70 (kg)
100% x
Ou aproximadamente,
70 kg.
65 (kg) x
67
100% 7,69%
Antes Depois
75 (kg) 70 (kg)
100% x
75 (kg) x
100% 6,67%
x = 5,0025
A B C
120 180 105
A B C 162000
Aplicando as propriedades, temos que:
A B C A B C 162000
400
120 180 105 120 180 105 405
REFERÊNCIAS
BASTOS, C.L & KELLER, Vicente. Aprendendo a Lógica. São Paulo: Vozes,
2002.
COPI, Irving M. Introdução à lógica. 2. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1978.
DIENES, Zoltan P. Lógica e jogos lógicos. 3 ed.. São Paulo: Epu, 1976.
FILHO, Edgard de Alencar. Iniciação à Lógica Matemática. 18. ed. São Paulo:
Nobel, 2000.
ZEGARELLI, Mark. Lógica para leigos. Rio de Janeiro: Alta Books, 2013.