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Direito Administrativo

Prof. Luís Santos


1) CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

 É um ramo de direito público de predominância estatal também


chamado de direito pretoriano (não codificado) podendo ser
considerado como sendo o conjunto harmônico de regras e
princípios que norteia as atividades dos órgãos, das entidades e
dos agentes públicos em geral subordinados ao regime jurídico
administrativo (RJA).

RJA significa sujeições e prerrogativas.

Sujeição: Ato de se sujeitar


LICITAÇÃO PÚBLICA
(dependência, submissão)

Prerrogativa: Privilégio ou vantagem ESTÁGIO PROBATÓRIO

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2) CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Todo o aparelhamento existente no Estado utilizado


para a realização da finalidade para o qual foi
criado. São os bens imóveis, móveis, semoventes e
as pessoas.

Qual o mecanismo que o Estado usa para prestar serviços a comunidade?

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2) CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o vocábulo


Administração pode ser analisado em dois sentidos:

A) Sentido Formal / Orgânico / Subjetivo: significa a


Administração no que diz respeito sua existência e nesse
sentido o vocábulo Administração deve ser grafado com
letra inicial maiúscula “Administração”;

B) Sentido Material / Funcional / Objetivo: significa a


Administração no que diz respeito suas atividades e nesse
sentido vocábulo Administração deve ser grafado com letra
inicial minúscula “administração”;

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2) CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Embora a Administração Pública seja “una”, está


presente nos três poderes, especialmente no poder
executivo.

PODER EXECUTIVO PODER LEGISLATIVO PODER JUDICIÁRIO

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3) TEORIA DA FUNÇÃO PÚBLICA

 São os três poderes:


 Executivo - administra, gerencia o País
 Legislativo - faz as Leis
 Judiciário - julga

Os poderes são independentes, harmônicos entre si, sendo que essa


independência e harmonia ocorrem pelo sistema de freios e contrapesos.

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3) TEORIA DA FUNÇÃO PÚBLICA

 Teoria da Função Pública

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3) TEORIA DA FUNÇÃO PÚBLICA

 Teoria da Função Pública

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3) TEORIA DA FUNÇÃO PÚBLICA

 Teoria da Função Pública

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3) TEORIA DA FUNÇÃO PÚBLICA

 Os poderes possuem atividades típicas e


atípicas e no último caso sofrem controle
pelo titular do poder “usurpado”. Exemplo:
Medida Provisória editada pela Vossa
Excelência Presidente da República não é lei
(é um ato normativo), mas tem força de lei.

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3) TEORIA DA FUNÇÃO PÚBLICA

 O Poder Executivo também julga?


 Sim.

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3) TEORIA DA FUNÇÃO PÚBLICA

 O Poder Legislativo administra?


 Sim. Faz licitação pública para aquisição de bens e
serviços, faz folha de pagamento etc.
 Também julga?
 Sim. Quando há impeachment (o Presidente da República
é julgado pelo Senado nos crimes de responsabilidade).

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3) TEORIA DA FUNÇÃO PÚBLICA

 O Poder Judiciário administra?


 Sim. Fazendo licitação pública para aquisição de bens e
serviços, folha de pagamento etc.
 O Poder Judiciário legisla?
 Sim. Quando faz o projeto de lei de organização judiciária,
porém, quem aprova é sempre o Legislativo.

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3) TEORIA DA FUNÇÃO PÚBLICA

IMPORTANTE!
 Nota-se que o sistema de freios e contrapesos
opera-se exatamente quando um poder controla o
outro por ter realizado atividade atípica ou
imprópria. A Administração Pública está mais
concentrada no Poder Executivo, mas está presente
também nos outros poderes.

Se for perguntado em prova se o Poder Legislativo na sua função


atípica pratica ato administrativo, a resposta deve ser afirmativa.

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 Administração Direta ou Centralizada


 É aquela parte da Administração que o Estado
exerce diretamente por meio dos órgãos públicos
(entes despersonalizados), que funcionam de
maneira concentrada (órgão único) ou
desconcentrada (vários órgãos).

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 Administração Direta ou Centralizada

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo é


um órgão público?
 Sim.
 Concentrado ou Desconcentrado?
 Concentrado, pois só existe uma Assembléia Legislativa
do Estado de São Paulo.

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 O Ministério da Fazenda é um órgão


desconcentrado, já que há várias Secretarias
da Receita Federal distribuídas de maneira
regional no país.

Desconcentrar ou Concentrar é sempre


relativo aos órgãos da Administração direta.

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 Administração Pública Indireta ou Descentralizada


 É aquela parte da Administração que o Estado
repassou a terceira pessoa guardando para si o
poder de fiscalização e controle do ponto de vista
legal, (finalístico).

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 Autarquias – pessoas jurídicas de direito público


com capacidade exclusivamente administrativa.

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 Princípio da Especialidade - o Estado criou pessoas para


atividades específicas, ou seja, para exercer determinadas
funções.
 São pessoas jurídicas de Direito Público e, já que são pessoas,
responderão em nome próprio na esfera administrativa ou
judicial.

Perante a administração pública centralizada a autarquia dispõe do direito ao


desempenho do serviço nos limites definidos em lei e tem a obrigação de desempenhar
suas funções, de modo que a administração centralizada tem de exercer controle para
assegurar que a função seja exercida.

Perante particulares, a autarquia aparece como se fosse a própria Administração


Pública, com todas as prerrogativas e sujeições que informam o regime jurídico-
administrativo.
Ex. INSS, Banco Central (Autarquia Federal), USP (Autarquia Estadual), Faculdade de
Direito de São Bernardo do Campo, Anvisa (Agências Reguladoras).

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 Fundações Públicas – pessoas jurídicas de


direito público.

CUIDADO: Art. 37, XIX da CF “Somente por lei específica poderá ser criada autarquia
e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação;”

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

Fundações de direito privado são pessoas jurídicas de direito privado, não


são criadas por lei, mas sim, autorizadas por lei.

Fundações públicas (criadas por lei) usufruem dos privilégios e prerrogativas e


sujeitam-se às mesmas restrições que, em conjunto, compõem o regime
jurídico administrativo aplicável às pessoas jurídicas de direito público.

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

Ex. Caixa Econômica Federal, Correios, Embrapa (Empresa Brasileira de


Agro-pecuária), a Casa da Moeda, entre outros.

A Caixa Econômica Federal visa lucro?


Nas provas, deve-se responder que o lucro é resultado da atividade econômica. Caso
apareça esta alternativa, poderá marcar em segunda opção que visa lucro.

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 Sociedades de Economia Mista – São pessoas jurídicas de direito


privado.
 São autorizadas por lei.
 Detêm capital público e privado (aberto)
 Constituída na forma de S/A (Sociedades Anônimas).
 O lucro é resultado da atividade econômica eventualmente exercida
 Possuem patrimônio próprio e auto-gestão.

A maioria das ações com direito a voto deve pertencer ao respectivo ente matriz.
Fiscalização que se exerce sobre elas: controle finalístico. Ex. Petrobrás, Banco do
Brasil, CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Sabesp e Metrô.

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 Art. 37 §6º “As pessoas jurídicas de direito público e


as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.”
Ex. A Sabesp não tratou bem a água e as pessoas ficaram doentes. A Sabesp se
responsabiliza pelos danos causados pelos seus agentes.

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 Concessionárias de serviços públicos – o poder público


(concedente) transfere a execução de um serviço público a pessoa
jurídica ou a consórcio de empresas, mediante concorrência, para
realizá-lo por sua conta e risco, por meio de remuneração paga pelo
usuário. As normas que dispõem acerca da concessão de serviço
público encontram-se na Lei 8.987/95, com as alterações posteriores.

Na concessão de serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, o concessionário


não recebe remuneração do usuário, exceto no caso de TV a cabo, tais concessões são
regidas pela Lei 8.977/95. A concessão de serviço de telecomunicações é regida pela
Lei 9.472/97. Exemplos de concessionárias de serviços públicos: Rede Globo, SBT,
Ecovias; também respondem por danos causados pelos seus agentes.

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 Pessoas Jurídicas de Direito Público

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 Pessoas Jurídicas de Direito Privado


 Contratam servidores do tipo empregado público por
concurso, somente pela CLT, sem estabilidade. A
contratação pela CLT não se confunde com o Instituto da
Terceirização já que o primeiro exige concurso público e o
segundo licitação.

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 Servidor público estatutário não tem


FGTS, não tem registro na CTPS, porque
servidor público ocupa cargo e não emprego.
 Servidor com Regime Celetista é quem
trabalha na Administração Pública direta e
especialmente na indireta (empresa Pública
ou Sociedade de Economia Mista).

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 Os cargos poderão ser de:


 Provimento Efetivo – o cargo será de carreira ou poderá
ser também isolado; em ambos os casos, exige-se
concurso, gera estabilidade após 3 anos (Art. 41 –CF/88)
“São estáveis após três anos de efetivo exercício os
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em
virtude de concurso público.”

Cargos de carreira - a lei cria essa regra


Ex. Juiz, Promotor de Justiça do Ministério Público, Delegado de Polícia.
Cargos isolados
Ex. Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, Oficial de Justiça.

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 Os cargos poderão ser de:


 Provimento em Comissão – também denominado de
cargo de confiança, não exige concurso público, não gera
estabilidade, será preenchido por servidor de carreira nos
casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei.
Reserva-se uma parte para os ocupantes dos cargos
efetivos de carreira e outra parte a autoridade nomeia de
maneira mais autônoma. Neste caso a nomeação é livre,
bem como a exoneração.

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 Cargos ≠ Funções ≠ Empregos Públicos

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 São servidores estatutários:


1.Cargo de Provimento Efetivo - somente este tem
estabilidade
2.Cargo de Provimento em Comissão
3.Função de Confiança
4.Função Comissionada

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4) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 Cargo ≠ Função

Cargo – é a coisa formal. Função – é uma atividade.

Quem tem cargo exerce função,atividade. Salvo se for chefe, assessor ou


diretor caso em que exercerá função de confiança.

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5) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 “Art. 37, CF - A administração pública direta e


indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, eficiência e, também, ao
seguinte:” – “L.I.M.P.E.”

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5) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Alguns incisos do artigo 37 da CF/88:


 “I - os cargos, empregos e funções públicas são
acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos
estrangeiros, na forma da lei;”

Lei 8.112/90 Art.5°, §3º “Permite ao estrangeiro assumir cargo


nas Universidades Federais (Cientista, Professor e Técnico).”

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5) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Alguns incisos do artigo 37 da CF/88:


 “II - a investidura em cargo ou emprego público depende
de aprovação prévia em concurso público de provas ou de
provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em
lei”
 “III - o prazo de validade do concurso público será de até
dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;”

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5) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Alguns incisos do artigo 37 da CF/88:


 “IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de
convocação, aquele aprovado em concurso público de
provas ou de provas e títulos será convocado com
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou
emprego, na carreira;” – não poderá ser aberto outro
concurso antes de preenchidas todas as vagas anunciadas
no edital.
 “V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira
nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em
lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento;” – quem exerce função ganha mais,
possui o cargo de chefia, direção e assessoramento.

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5) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Princípios Expressos do Caput do Art. 37 da CF

A legalidade deriva da seguinte soma:

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5) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Princípios Expressos do Caput do Art. 37 da CF


 “Aos amigos os benefícios da lei, mas aos
inimigos o rigor da lei.” Getúlio Vargas

Legalidade é cumprir o que está escrito na lei objetivando


cumprir a finalidade a qual se destina.

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5) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Princípios Expressos do Caput do Art. 37 da CF


 Impessoalidade – impede o uso da máquina pública para
atender a interesses pessoais.

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5) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Princípios Expressos do Caput do Art. 37 da CF


 Moralidade – impede o uso da máquina pública
para a prática de improbidade (desonestidade no
trato da coisa pública). Por esse princípio, o
servidor não pode mentir nem faltar com a
verdade, devendo ser ético, respeitando o decoro.

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5) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Princípios Expressos do Caput do Art. 37 da CF


 Publicidade – tal princípio é garantidor da
transparência dos atos da Administração Pública,
logo, tudo será publicado na imprensa oficial.
(Diário Oficial da União, do Estado do D.F e do
Município), a exceção reside no segredo de
justiça. Ex. inquérito policial, separação litigiosa,
julgamento de crimes políticos etc.

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5) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Princípios Expressos do Caput do Art. 37 da CF


 Eficiência

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5) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Princípios Expressos do Caput do Art. 37 da CF


 RAPER - RAPIDEZ, AGILIDADE E PERFEIÇÃO

48
5) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Princípios Inexpressos ou Implícitos


 São aqueles que constam de outros artigos da
Constituição que não o caput do Art. 37, também
na lei, doutrina jurídica, jurisprudência, costumes,
etc.

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5) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Princípios Inexpressos ou Implícitos


 Razoabilidade.

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5) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Princípios Inexpressos ou Implícitos


 Motivação – tal princípio exige que a Administração
Pública justifique, motive seus atos, sob pena de nulidade.
E os motivos serão:
 Concreção casuística – caso concreto
Observa-se a oportunidade e conveniência, bem como o
mérito, exercendo juízo de valor.
 Comando vinculador – Lei
Observa-se tão somente o regramento jurídico, não se faz
juízo de valor.

Para ato ilegal cabe anulação - os efeitos são ex tunc (retroativos).


Para ato inoportuno ou inconveniente cabe revogação - os efeitos são ex
nunc (a partir da revogação).

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5) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Princípios Inexpressos ou Implícitos


 Exemplos de atos vinculados e discricionários:
 Demissão de um servidor – ato vinculado, já que a Lei 8112/90
estabelece as hipóteses de cabimento, de maneira taxativa, não
ofertando à autoridade juízo de valor.
 Suspensão de um servidor – ato vinculado. Está na Lei 8112/90 a
descrição da conduta que sujeita a pena de suspensão (Art. 127, II,
da Lei).
 Prazo de suspensão de 01 a 90 dias – ato discricionário. Porque a lei
dá opção para o agente público decidir por quanto tempo o servidor
punido ficará suspenso, dentro dos limites mínimo e máximo
estabelecidos.

O ato discricionário consta na lei sim. Porém, a própria lei oferta


certa liberdade para o agente público decidir. Conclui-se que ele
decide dentro dos limites da lei.

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5) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Princípios Inexpressos ou Implícitos


 Proporcionalidade – diz respeito à adequação do ato
praticado à medida efetivamente tomada e vice-versa.
“Não se usam canhões para abater pardais.” Tal princípio
caminha lado a lado com a razoabilidade.
Está ligado à discricionariedade? Sim.

Esse princípio será observado todas as vezes que tratar da confecção da Lei.
Ex. Passar no farol vermelho – 7 pontos na CNH; estacionar em local proibido
pela legislação – 4 pontos na CNH

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5) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Princípios Inexpressos ou Implícitos


 Auto-tutela (Auto-proteção);
 Sindicabilidade;
 Segurança Jurídica;
 Especialidade.

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5) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Princípios Basilares (Pedras de Toque)


 Legalidade – obriga ao agente público obedecer aos comandos
e limites da lei (doutrina majoritária).
 Indisponibilidade do Interesse Público – impede que o
servidor público deixe de fazer o que a lei manda. É vedado à
autoridade administrativa deixar de tomar providências ou
retardar providências que são relevantes ao atendimento do
interesse público, em virtude de qualquer outro motivo (visão de
Celso Antônio Bandeira de Melo, PUC-SP).
 Supremacia do Interesse Público – também denominado
princípio da finalidade pública.
Não pode o interesse individual prevalecer sobre o interesse
público, sob pena de desvio da finalidade pública; daí o vício do
desvio de poder ou desvio de finalidade, que torna o ato ilegal.

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6) PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

 Poder Vinculado.

ATO VINCULADO – SÓ A LEI O DETERMINA, NÃO HÁ JUIZO DE VALOR.

56
6) PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

 Poder Discricionário.

ATO DISCRICIONÁRIO - LEI + CASO CONCRETO O DETERMINAM.

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6) PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

 Poder Hierárquico – é o poder que possui o agente público


para comandar, coordenar, dirigir, gerenciar, organizar,
delegar e avocar (chamar para si) atribuições. É o poder que o
superior exerce sobre o subalterno da mesma administração.
A União, pessoa jurídica de direito público, exerce hierarquia
sobre a autarquia Banco Central? Resposta: Não. Pessoa não
comanda pessoa, mas, pessoa comanda órgão.

58
6) PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
 Poder Disciplinar.

59
6) PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

 Poder Normativo
Maria Sylvia di Pietro (USP/SP) explica que há dois tipos de
regulamentos: I) regulamento executivo; e, II) regulamento
autônomo. O primeiro complementa a lei, para sua fiel execução,
não inovando a ordem jurídica. O segundo inova na ordem
jurídica já que estabelece normas sobre matérias não
disciplinadas em lei.

60
6) PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
Legislativo – faz as leis
Executivo – faz o decreto regulamentador, a fim de tornar a lei
aplicável, bem como outros atos normativos de efeitos internos.
Lei federal: regulamentada pelo Presidente.
Lei estadual: regulamentada pelo Governador.
Lei municipal: regulamentada pelo Prefeito.

Oh céus! E eu só o Município
Tenho que fazer tudo? A mim cabe somente hohoho...
o Estado...

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6) PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

 Poder de Polícia – é o poder que possui o agente


público para proibir, coibir, restringir, fiscalizar e
condicionar o uso e gozo dos bens e das
atividades individuais em prol do interesse coletivo
ou simples conveniência do Estado. (Hely Lopes
Meirelles).
 O fiscal tem poder de polícia
 O agente público tem a maior discricionariedade no Poder
de Polícia.

62
6) PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

 Polícia Administrativa (Poder de Polícia) x Polícia Judiciária

63
6) PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

 DEVER DE PROBIDADE - visa impedir Improbidade


Administrativa. Significa que o agente público deve ser probo,
honesto.
 USO E ABUSO DE PODER – o poder deve ser utilizado nos
limites fixados na lei e para atender o fim contido nesta.
Abuso de poder é gênero que admite duas espécies:

64
7) ATO ADMINISTRATIVO

 Ato Administrativo é toda manifestação unilateral da


vontade da Administração, que tenha por fim
imediato criar, destituir, modificar, transferir e
declarar direito a comunidade administrada, ainda
impor obrigações a esta como a si próprio (Hely
Lopes Meirelles).

Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro, ato administrativo é “a declaração de


vontade do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos
imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e
sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.

65
7) ATO ADMINISTRATIVO

 Requisitos de constituição e validade do ato administrativo


 requisitos para que o ato possa ser confeccionado e para que ele
seja válido.

66
7) ATO ADMINISTRATIVO
 Competência/Sujeito.

Convalidar – significa praticar outro ato capaz de sanar o vício do primeiro.

A competência é vinculada ou discricionária?


A competência é vinculada, devendo sempre constar no regramento.

67
7) ATO ADMINISTRATIVO
Importante: os atos da Administração reputam-se validos até
que se prove em contrário. Um ato administrativo nulo será
considerado válido até que seja declarada sua nulidade,
(presunção de legitimidade).

A competência é vinculada. Trata-se da aptidão legal conferida pela lei ao


agente público para a prática de determinado ato administrativo.

68
7) ATO ADMINISTRATIVO
 Forma –

69
7) ATO ADMINISTRATIVO
 Objeto – é a coisa.

70
7) ATO ADMINISTRATIVO
 Objeto
Exemplos de objetos ilícitos (não admitem convalidação):
1. calças jeans falsificadas;
2. eletrodoméstico contrabandeado

Exemplos de objetos imorais (não admitem convalidação):


1. compra de 10 veículos luxuosos de marca cortejada pela elite para a
polícia civil.
2. venda por meio de leilão de revistas pornográficas masculinas
apreendidas por falta de nota fiscal.

Não confundir objeto de contrabando com


descaminho; objeto de contrabando é o que entra
ilegalmente no país, e, objeto de descaminho é o que
entra no país sem nota fiscal

71
7) ATO ADMINISTRATIVO
 Motivo – não confundir motivação com motivo.
 Motivo é tudo que dá causa à prática do ato. Será sempre a lei e
o caso concreto. O ato viciado no tocante ao motivo é nulo e não
admite convalidação, já que se encontra eivado de vício
insanável.
 A enunciação dos motivos por sua vez, recebe o nome de
motivação ou exposição de motivos. Se em um ato administrativo
deixa-se em branco o motivo, o ato é nulo por vício de forma.
Mas, se motivou e o motivo é fajuto o vício é de motivo e não
admite convalidação.
 O motivo poderá ser expresso ou tácito, no entanto, uma vez
motivado, a autoridade estará vinculada ao motivo (teoria dos
motivos determinantes).

72
7) ATO ADMINISTRATIVO

 Finalidade.

73
7) ATO ADMINISTRATIVO

IMPORTANTE
 Presente o interesse público, o ato administrativo
nulo e seus derivados serão mantidos em nome da
supremacia do interesse público.
 Daí decorre a teoria do ato jurídico administrativo
anulável, pois o ato viciado e aqueles dele
decorrentes poderão ser mantidos, validados ou
não dependendo do interesse público.
 Atrela-se ao interesse público o respeito ao terceiro
de boa-fé.

74
7) ATO ADMINISTRATIVO

 Atributos e qualidades do ato administrativo


 P – presunção de legitimidade.
 E – exigibilidade.
 I – imperatividade.
 T – tipicidade.
 AU – auto-executoriedade.

75
7) ATO ADMINISTRATIVO

 Presunção de legitimidade do ato.

76
7) ATO ADMINISTRATIVO

 Imperatividade.

77
7) ATO ADMINISTRATIVO

 Tipicidade –
Para cada finalidade que a Administração pretende
alcançar existe um ato previsto na lei (Maria Sylvia
Zanella di Pietro).

78
7) ATO ADMINISTRATIVO
 Auto-executoriedade – é a qualidade que o ato possui de ser
posto em execução pela própria Administração, sem
necessidade de intervenção do Judiciário. Só é possível quando
expressamente prevista em lei e quando se trata de medida
urgente.

OBS: a auto-executoriedade ocorre independentemente do judiciário,


mas pode o administrado recorrer a esse após esgotada ou não a
esfera administrativa.

79
7) ATO ADMINISTRATIVO

 Classificação dos atos quanto à competência interna


 Ato simples

 Ato complexo

 Ato composto

80
7) ATO ADMINISTRATIVO
 Extinção ou invalidação do ato administrativo

IMPORTANTE
Quando a retirada do ato tiver teor punitivo, dar-se-á
cassação do ato, independente de revogação ou anulação.

81
8) CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

 Conceito
O controle dar-se-á internamente e
externamente, pois a Administração além de
exercer controle sobre seus próprios atos,
também se submete aos controles exercidos
pelos Poderes Legislativo e Judiciário.

82
8) CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

 Controle quanto
a. à localização:
1. Interno – é aquele realizado pela própria Administração,
do ponto de vista legal e do mérito.
2. Externo – é aquele realizado pelos Poderes Legislativo e
Judiciário para corrigir ilegalidades. O Judiciário o fará por
meio dos mecanismos de controle (habeas corpus,
mandado de segurança etc), já o Legislativo utilizará no
controle político análise de medida provisória, CPI etc. Já
no controle financeiro terá o Tribunal de Contas
auxiliando-lhe.

83
8) CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

 Controle quanto
b. Ao momento:
1. Prévio – dar-se-á antes da prática do ato administrativo;
visa impedir a edição de um ato defeituoso desde seu
nascedouro (ab ovo). Ex: audiência pública antes da
licitação.
2. Concomitante – dar-se-á durante a prática do ato; visa
garantir que o ato seja produzido sem vícios fiscalizando-
o durante a feitura. Ex: fiscalização de um contrato em
andamento.
3. Posterior – dar-se-á após a prática do ato; visa corrigir
eventuais imperfeições detectadas no último momento.
Ex: homologação da licitação pública.

84
8) CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

 Controle quanto
c. Ao fundamento:
1. Hierárquico – ocorre no âmbito da Administração
Direta. É o controle que o órgão superior realiza
sobre o subalterno, podendo ocorrer do ponto de
vista legal e do mérito.
2. Finalístico – ocorre no âmbito da Administração
Indireta. É o controle que a Administração Direta
realiza sobre a Indireta, fiscalizando apenas o
cumprimento da lei.

85
8) CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

 Controle quanto
d. Aos aspectos da atividade administrativa:
1. Legalidade – porque diz respeito à lei, tal controle poderá
surgir nos três Poderes, então, poderá a Administração
exercer controle de legalidade de seus próprios atos, bem
como os Poderes Legislativo e Judiciário, esse último, em
atividade típica.
2. Mérito – tal controle será realizado pela própria
Administração, excepcionalmente, pelo Poder Legislativo
(medida provisória), nunca pelo Poder Judiciário.

86
8) CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO
 Meios de controle
a) Fiscalização hierárquica: é o controle que o superior exerce
sobre o subordinado da mesma Administração, objetivando
rever, ordenar, coordenar, orientar os agentes públicos
subordinados.
b) Recursos hierárquicos: são todos os meios hábeis a propiciar
aos administrados a provocação do reexame da decisão
interna pela própria Administração, para Hely Lopes Meirelles
os recursos administrativos são um corolário do Estado de
Direito e um privilégio para o administrado ou servidor atingido
por qualquer ato da Administração.

87
8) CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

Quanto aos efeitos


 Devolutivo – caso em que o recorrente sofre os efeitos
da decisão recorrida, ou seja, apenas devolve a matéria
para reexame. É o efeito normal e legal dos recursos.
 Suspensivo – caso em que o recorrente não sofrerá os
efeitos da decisão recorrida, porém, tal efeito só ocorre
quando previsto expressamente em lei; conclui-se que o
silêncio da lei importa apenas o efeito devolutivo.

88
8) CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

 Espécies de recursos
 Representação – é uma reclamação, uma denúncia
formal, escrita e assinada, dirigida à autoridade
competente, a fim de coibir ilegalidade apontada, possui
tratamento constitucional no art. 5º, inciso XXXIV, e será
exercido, independentemente do pagamento de taxa.
 Reclamação administrativa – aqui o administrado
expressa sua indignação com os atos da Administração
que afetem interesses legítimos, a fim de ver corrigido ato
abusivo, ilegal etc. Tal instituto será utilizado quando não
houver previsão legal para qualquer outro recurso, logo,
não há prazo previsto na lei para ser exercida, aplicando-
se o do Decreto 20.910/32, qual seja, um ano.

89
8) CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

 Espécies de recursos
 Pedido de reconsideração – será dirigido à própria autoridade
que expediu o ato, visando à reforma do mesmo. Difere do
recurso hierárquico, porque nesse caso, a competência
horizontal. Está previsto no art. 106, da Lei Federal 8.112/90
(Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União).
 Recursos hierárquicos – serão dirigidos à autoridade superior
àquela que proferiu o ato, visando à reforma da decisão. Caso
não seja apresentado no prazo legal, dar-se-á preclusão
administrativa.
Possuem a seguinte classificação:
 Recurso hierárquico próprio: dirigido à autoridade imediatamente
superior àquela que proferiu o ato, porém pertencente ao mesmo
órgão;
 Recurso hierárquico impróprio: dirigido à autoridade ou órgão
estranho àquele que expediu o ato recorrido, ou seja, é órgão não
integrado à mesma hierarquia.

90
8) CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

 Espécies de recursos
 Revisão do processo – terá cabimento quando surgirem provas
novas suscetíveis de demonstrar a inocência do punido ou a
inadequação da penalidade aplicada. Pode ser requerida pelo
próprio interessado ou no caso de falecimento por terceiros
interessados. Poderá ser requerida a qualquer tempo, podendo
apenas manter a decisão reformada ou melhorar a situação do
punido, já que não admite reformatio in pejus.

91
8) CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

 Meios de controle
c) Processo administrativo (PA) – é o conjunto de
atos coordenados entre si, tendentes a uma
decisão sobre determinada controvérsia no
âmbito administrativo.

92
8) CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

 Modalidades de PA
 Processo de expediente

 Processo de outorga

 Processo de controle

 Processo punitivo

OBS: os processos punitivos, quando destinados aos servidores serão chamados processo
administrativos disciplinares, sendo, portanto, espécie de processo administrativo punitivo.

93
8) CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

 Controle externo
Será exercido pelos Poderes Legislativo e Judiciário:
a) Controle legislativo: será exercido pelos órgãos do Poder
Legislativo sobre o Poder Executivo, bem como sobre o
Judiciário quando em atividade administrativa (função atípica), e,
ainda, de si mesmo, quando também em atividade administrativa
(função atípica).
1. Controle político.

2. Controle financeiro.

94
8) CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

IMPORTANTE
O Tribunal de Contas da União não julga as contas do Presidente da
República, mas apenas emite parecer, cabendo o julgamento ao Congresso
Nacional. Quando se tratar das contas dos demais administradores públicos, o
citado Tribunal fará julgamento, conforme art. 71, CF/88.

95
8) CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

b) Controle judicial: será exercido pelos diversos órgãos do


Poder Judiciário, previstos nos artigos 92 e 5º, inciso
XXXVIII, CF/88, por meio dos seguintes mecanismos:
1. habeas corpus
2. mandado de segurança;
3. mandado de injunção;
4. habeas data;
5. ação popular;
6. ação direta de inconstitucionalidade;
7. ação declaratória de constitucionalidade;
8. argüição de descumprimento de preceito fundamental;
9. ação civil pública.

96
09) LICITAÇÃO PÚBLICA

Conceito
 Procedimento formal aberto aos interessados que se sujeitarem às regras do edital; visa
selecionar a melhor proposta para a celebração do contrato administrativo (Hely Lopes
Meirelles).
 Procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função
administrativa abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no
instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais
selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração de contrato (Maria Sylvia
Zanella di Pietro).
 Obrigatoriedade de licitação. O mandamento é constitucional, conforme arts. 37, inciso
XXI e 175.
 Objeto da licitação. Será sempre a obra, o serviço, a compra, a alienação etc.

97
09) LICITAÇÃO PÚBLICA

 Princípios próprios das licitações


a) isonomia – é o tratamento igual a todos os competidores, nos termos da lei.
b) vinculação ao instrumento convocatório – significa que o edital deverá
ser cumprido à risca. Se o edital fala para comprar canetas bic azul, tem que
comprar azul não pode ser outra cor.

c) adjudicação compulsória – tal princípio proíbe a Administração de celebrar


o contrato com outra pessoa que não aquela que venceu o processo
licitatório.
d) julgamento objetivo – significa que não se empregará aspectos subjetivos
ao julgamento, sendo esse, portanto, vinculado ao procedimento licitatório.

IMPORTANTE
A tônica da licitação é a competitividade, devendo observar os princípios acima citados,
bem como todos os outros comuns aos atos praticados pela Administração.

98
09) LICITAÇÃO PÚBLICA

 Licitação dispensada
 É aquela que a lei definiu como tal. Nos termos do artigo 17 da
lei 8666/93, o agente público não deverá fazer licitação em
algumas situações. Conclui-se que o agente deverá agir de
maneira vinculada.
Anotam-se alguns exemplos:
 dação em pagamento
 doação (permitida apenas entre os órgãos e entidades da
Administração Pública);
 permuta (permitida apenas entre os órgãos e entidades da
Administração Pública), por outro imóvel que atenda os requisitos do
art.24 da lei.

99
09) LICITAÇÃO PÚBLICA

 Licitação dispensável
 É aquela que a lei definiu como tal. Nos termos do artigo 24 da lei 8666/93,
o agente público irá decidir se a realização da licitação é oportuna e
conveniente podendo dispensar ou não dependendo do que for apurado
preliminarmente. Nota-se certa liberdade para ação do agente público que
decidirá se fará ou não a licitação, daí a discricionariedade.
 em razão do pequeno valor (até 10% com base nos limites da modalidade
convite);
 em razão de situações excepcionais (guerra, emergência);
 em razão do objeto;
 em razão da pessoa (leva-se em conta uma característica da pessoa a ser
contratada).

 Licitação deserta
 Entende-se por licitação deserta aquela em que não houve
interessado.A lei autoriza a dispensa.

100
09) LICITAÇÃO PÚBLICA
 Licitação fracassada
 Entende-se por licitação fracassada aquela em que muito embora tenha
havido propostas não foram atendidas as exigências do edital. A lei não
autoriza dispensa.

 Inexigibilidade de licitação
 A licitação será inexigível quando a competição se apresentar inviável
dado a singularidade do objeto, do serviço ou do profissional. Cuida-se
da exclusividade, exemplos:
 aquisição do quadro (Monalisa).
 contratação de um jurista famoso para elaboração de um parecer.

101
09) LICITAÇÃO PÚBLICA

 Inexigibilidade de licitação
 A licitação será inexigível quando a competição
se apresentar inviável dado a singularidade do
objeto, do serviço ou do profissional. Cuida-se da
exclusividade. Exemplos:
 aquisição do quadro (Monalisa).
 contratação de um jurista famoso para
elaboração de um parecer.

102
09) LICITAÇÃO PÚBLICA
Modalidades:

 Concorrência
 Participam dessa modalidade qualquer
interessado na fase inicial de habilitação,
observando-se as seguintes características:
 universalidade, porque todos podem participar na fase
inicial de habilitação;
 habilitação prévia;
 ampla publicidade do edital;
 destina-se aos contratos de grande vulto;
 julgamento por comissão (pelo menos 03 membros).
103
09) LICITAÇÃO PÚBLICA

 Tomada de preço
 Participam dessa modalidade os
interessados cadastrados ou aqueles
 que atenderem as condições de cadastro até
03 dias antes da entrega
 das propostas. Destina-se aos contratos de
vulto médio, devendo ter
 ampla publicidade.

104
09) LICITAÇÃO PÚBLICA

 Tomada de preço
 Participam dessa modalidade os interessados cadastrados
ou aqueles que atenderem as condições de cadastro até
03 dias antes da entrega das propostas.
Destina-se aos contratos de vulto
médio, devendo ter ampla publicidade.

105
09) LICITAÇÃO PÚBLICA
 Convite
 Participam dessa modalidade as pessoas ligadas ao ramo do
objeto da licitação, que serão convocadas por carta convite
(edital dessa modalidade), porém, cadastrados não convidados
poderão participar cumprindo os requisitos dessa modalidade e
manifestando-se até 24 horas antes da entrega das propostas.
Essa modalidade não exige publicidade na imprensa oficial, no
entanto cópia da carta convite deverá ser afixada em local
estratégico pela Administração (local visível para as pessoas do
ramo do objeto), com prazo mínimo de 05 dias, sem prejuízo de
outras maneiras de publicidade.

Nota-se que na modalidade convite a publicidade é uma exigência, pois o


fator de não exigir publicação na imprensa oficial não significa dizer que
não haverá publicidade, já que a lei exige a publicidade, por outros
mecanismos obrigatórios, facultando a publicidade na imprensa estatal.

106
09) LICITAÇÃO PÚBLICA

 Concurso
 Participa dessa modalidade qualquer interessado;
seleciona-se para trabalhos técnicos, artísticos e científicos
remunerando mediante regras do edital, podendo ser
dinheiro, viagens ou outra espécie. O edital deverá ser
publicado com pelo menos 45 dias de antecedência. Ex:
concurso de desenho, de monografia etc.

107
09) LICITAÇÃO PÚBLICA
 Leilão
 Participa dessa modalidade qualquer interessado; utiliza-se para
a venda, a alienação de bens objeto de arrecadação e penhora,
ainda aqueles inservíveis para a Administração. Haverá
avaliação prévia do bem, que será ofertado a quem oferecer o
maior lance.
 Pregão
 Participa dessa modalidade qualquer interessado; utiliza-se para
aquisição, compra de bens ou serviços comuns ordinários.
Nessa modalidade a ordem das fases inverte-se em relação às
demais modalidades, já que a habilitação ocorre após a seleção
da proposta. Admite-se a utilização de recursos eletrônicos para
a realização dessa modalidade, regulamentada na Lei 10.520/02,
podendo os Estados-Membros realizarem adequações por meio
de decretos do chefe do Executivo.

108
09) LICITAÇÃO PÚBLICA

 Fases da licitação
 1ª fase – audiência pública. Tal fase poderá não
ocorrer, dependendo do valor da licitação.
 2ª fase – publicação do instrumento convocatório
(edital ou carta convite).
 3ª fase – impugnação do instrumento
convocatório (edital ou carta convite). São as
contrariedades apresentadas ao edital.

109
09) LICITAÇÃO PÚBLICA

 Fases da licitação
 4ª fase – habilitação ou qualificação. Nessa fase serão
analisados os seguintes requisitos:
a) habilitação jurídica – é a entrega dos documentos exigidos no
edital.
b) habilitação econômica e financeira – visa analisar a situação
da pessoa no tocante ao capital mediato e imediato.
c) qualificação técnica – visa checar a capacidade técnica para
cumprimento do objeto.
d) regularidade fiscal – é a apresentação das certidões que
demonstre situação regular no Fisco.
e) observância do art. 7º, XXXIII, da CF, analisando a
responsabilidade social da pessoa no tocante ao trabalho do
menor.

110
09) LICITAÇÃO PÚBLICA

 Fases da licitação
 5ª fase – desclassificação das propostas. Ocorre
quando não forem cumpridas as exigências do
edital.
 6ª fase – julgamento. Será sempre objetivo, ou
seja, vinculado ao edital e ao procedimento.
 7ª fase – recurso. Será apresentado em 5 dias,
contados da data da intimação da decisão
desfavorável ou da lavratura da ata, no caso de
inabilitação.

111
09) LICITAÇÃO PÚBLICA

 Fases da licitação
 8ª fase – pedido de reconsideração. Será apresentado em
10 dias, contados a partir da intimação da decisão
desfavorável ou da lavratura da ata, no caso de
inabilitação. É dirigido à própria autoridade que decidiu
(horizontalidade).
 9ª fase – homologação. Nesse ato, a autoridade ratifica os
demais atos praticados.
 10ª fase – adjudicação. É a entrega do objeto ao vencedor.
Vale lembrar que a Administração não se obriga a
adjudicar, mas se o fizer, necessariamente será com o
vencedor da licitação.

112
10) CONTRATO ADMINISTRATIVO

 Contratos da Administração
 A expressão contratos da Administração,
em sentido amplo, é utilizada para abranger todos
os contratos celebrados pela Administração Pública, seja
sob regime de direito público, seja sob regime de direito
privado.
 Por sua vez, a expressão contrato administrativo é
reservada somente para designar os ajustes que a
Administração, nessa qualidade, celebra com pessoas
físicas ou jurídicas, para a consecução de fins públicos,
sob regime jurídico de direito público, caracterizando-se a
relação jurídica pelo traço da verticalidade. (Maria Sylvia
Zanella di Pietro).

113
10) CONTRATO ADMINISTRATIVO

 Direito positivo
 Consoante art. 22, inciso XXVII, da CF a matéria
relativa a contratos administrativos, que antes era
de competência privativa de cada ente político,
agora é privativa da União, que estabelece as
normas gerais, sendo que Estados e Municípios
estabelecem as normas suplementares.

114
10) CONTRATO ADMINISTRATIVO

 Características dos contratos administrativos


 Considerando-se os contratos administrativos no sentido próprio e
estrito, são apontadas as seguintes características:
 Presença da Administração Pública como Poder Público:
a Administração detém uma série de prerrogativas que
garantem posição de supremacia sobre o particular, por meio
de cláusulas exorbitantes
 Finalidade pública: tal característica está presente em todos
os atos e contratos da Administração, ainda que
regidos pelo direito privado
 Obediência à forma prescrita em lei: há na
lei várias normas relativas à forma, que é
essencial em benefício do interessado e
da Administração

115
10) CONTRATO ADMINISTRATIVO

Características dos contratos administrativos


 Procedimento legal.

 Natureza de contrato de adesão.

 Natureza intuitu personae.

116
10) CONTRATO ADMINISTRATIVO
Características dos contratos administrativos
 Presença de cláusulas exorbitantes: cláusulas
exorbitantes são aquelas que seriam ilícitas se
presentes em contrato celebrado entre particulares, já
que conferem prerrogativas a uma das partes
(Administração) em relação à outra. Colocam a
Administração em posição de supremacia sobre o
contratado. As principais são:
 Exigência de garantia.
OBS: nas duas últimas hipóteses a
 Alteração unilateral. Administração fica obrigada a ressarcir
 Rescisão unilateral. o contratado dos prejuízos
regularmente comprovados e devolver
a garantia, pagar as prestações
devidas até a data da rescisão e o
custo da desmobilização.

117
10) CONTRATO ADMINISTRATIVO

Características dos contratos administrativos


 Fiscalização.

 Aplicação de penalidades.

 Anulação.

118
10) CONTRATO ADMINISTRATIVO

Características dos contratos administrativos


 Retomada do objeto.
 Restrições ao uso da exceptio non adimpleti
contractus.

119
10) CONTRATO ADMINISTRATIVO

Características dos contratos administrativos


 Mutabilidade: o contrato administrativo poderá se alterado para
se adequar à nova realidade decorrente de caso fortuito, força
maior, interferências imprevistas, fato do príncipe e fato da
Administração. O objetivo é impedir a ruína financeira e
econômica do contratado, equilibrando o contrato e garantindo
sua execução.

120
10) CONTRATO ADMINISTRATIVO

Inexecução do contrato
a) inexecução culposa – decorrente de imprudência, negligência ou imperícia.
b) inexecução sem culpa – decorrente da teoria da imprevisão (rebus sic
stantibus), a saber:
1. caso fortuito ou força maior: São causas geradas pela ação humana ou da
natureza, respectivamente, ambas inevitáveis e imprevisíveis, que a parte não tenha
dado causa. Nesse caso, não se fala em indenização, aplicando-se res perit domini (a
coisa perece para o dono).
2. interferências imprevistas: Ocorrem quando situação preexistente, porém não
prevista no contrato impede a realização do objeto ou o torna muito oneroso. Ex: na
abertura de um túnel, o contratado encontra terreno rochoso e não arenoso como
previsto no contrato celebrado com a Administração.
3. fato do príncipe: É toda ação estatal decorrente da álea econômica, capaz de atingir
a execução do contrato, de maneira indireta, em uma espécie de “efeito colateral”. Ex:
aumento excessivo da carga tributária incidente sobre o objeto do contrato; plano
Collor.
4. fato da Administração: É toda ação ou omissão da Administração, capaz de atingir a
execução do contrato, de maneira direta. Ex: a Administração não entrega o local da
obra ou não realiza as desapropriações necessárias.
OBS: nas hipóteses “b.2”, “b.3” e “b.4”, caso não ocorra a mutabilidade para garantir a execução do
objeto, a Administração indenizará o contratado integralmente.

121
10) CONTRATO ADMINISTRATIVO

Rescisão do contrato
 Nos termos da Lei 8.666/93, art. 79, as
rescisões serão de três tipos:
a) rescisão administrativa unilateral – decorrente de
previsão contratual, interesse público ou
inadimplência.
b) rescisão amigável – decorre de acordo livre entre
as partes.
c) rescisão judicial – ocorre na esfera judicial.

122
10) CONTRATO ADMINISTRATIVO

 Extinção do contrato
a) termo – é a maneira comum e esperada
de extinção do contrato; ocorre após o
cumprimento do objeto.
b) encampação – é a extinção do contrato durante sua
vigência, em razão do interesse público. É a retomada do
objeto por motivo de conveniência e oportunidade,
mediante pagamento de indenização ao contratado.
c) caducidade – é a extinção do contrato durante sua
vigência, em razão da inadimplência do contratado, sem
direito à indenização, no entanto, a declaração de
caducidade dependerá de processo administrativo que
assegure a ampla defesa e o contraditório.

123
10) CONTRATO ADMINISTRATIVO

Modalidades de contratos
 Contrato de obras: Tem por objeto a construção,
reforma, fabricação, recuperação ou ampliação
referentes a imóvel público ou destinado a fins
públicos. Se a obra é contratada para a realização
por particulares, trata-se de execução indireta, sob qualquer dos
seguintes regimes:
a) empreitada por preço global, quando contratada por preço certo
e total;
b) empreitada por preço unitário, quando o preço é fixado por
unidades determinadas;
c) tarefa, quando se ajusta mão de obra para pequenas obras, por
preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;
d) empreitada integral, quando o empreendimento é contratado de
modo completo, sob inteira responsabilidade da contratada em
condições de início de uso.

124
10) CONTRATO ADMINISTRATIVO

Modalidades de contratos
 Contrato de serviços: Serviço é toda atividade destinada a
obter determinada utilidade de interesse para a Administração
como demolição, conserto, instalação, montagem, operação,
conservação, reparação, adaptação, transporte, manutenção,
locação de bens, publicidade, seguro, trabalhos técnico-
profissionais.

125
10) CONTRATO ADMINISTRATIVO

Modalidades de contratos
 Contrato de concessão
a) concessão de serviço público: o poder público (concedente), mediante
concorrência, transfere a execução de um serviço público a pessoa jurídica ou a
consórcio de empresas, para realizá-lo por sua conta e risco, mediante remuneração
paga pelo usuário mediante tarifa.
b) concessão de serviço público precedida de obra pública/concessão de obra
pública: consiste na construção, conservação, reforma, melhoramento de quaisquer
obras de interesse público, que o poder público delega por meio de concorrência a
pessoa jurídica ou consórcio de empresas, para realizá-lo por sua conta e risco, sendo
o serviço remunerado pela exploração do serviço ou da obra por prazo determinado.
Ex: construção de estrada com remuneração pelo pedágio.
c) concessão de uso de bem público: a Administração consente que o particular use
de forma privativa bem público. Ex: concessão de uso de áreas de mercado municipal.
A exigência de remuneração do concessionário fica a critério da lei ou da
Administração. Em regra, exige-se concorrência e autorização legislativa.
d) concessão de direito real de uso: a Administração consente que o particular use de
forma privativa terreno público, como direito real, para os fins de urbanização,
edificação, industrialização, cultivo ou qualquer outro uso de interesse social. Em
regra, depende de autorização legislativa e concorrência.

126
10) CONTRATO ADMINISTRATIVO

Modalidades de contratos
 Contrato de gerenciamento: A Administração comete ao gerenciador a
condução de um empreendimento, reservando para si a competência decisória
final e responsabilizando-se pelos encargos financeiros da execução das obras
e serviços projetados, com os respectivos equipamentos para sua implantação
(Hely Lopes Meirelles).
 Contrato de gestão: Acordo que o Poder Público celebra com determinada
entidade pública da Administração Indireta ou entidades privadas que atuam
paralelamente ao Estado, para estabelecer metas a serem alcançadas pela
entidade, em troca de algum benefício outorgado pelo Poder Público, que se
compromete a assegurar maior autonomia e liberdade gerencial, orçamentária
e financeira ao contratado na consecução de seus objetivos. Tal contrato deve
ser estabelecido por tempo determinado, ficando a entidade sujeita a controle
de resultado para verificação do cumprimento das metas estabelecidas. Tal
contrato tem previsão constitucional no artigo 37, § 8º, visando ampliar a
autonomia gerencial dos entes públicos

Importante: por último cumpre lembrar que os convênios e consórcios são parcerias onde as
vontades não são heterólogas, mas existe vontade comum, sendo que os consórcios possuem
personalidade jurídica de direito público ou privado.

127
11) BENS PÚBLICOS

Conceito
 Os bens públicos são aqueles que tenham
interesse para a administração e para a
comunidade administrada, que ficam sujeitos
às limitações administrativas do Estado.

128
11) BENS PÚBLICOS

 Bens públicos em espécie


a) terrenos da marinha: vão até a
distância de 33 metros para a
parte das terras, contados desde
o ponto em que chega o preamar médio.
b) terras devolutas: são aquelas terras que não se acham
utilizadas pelo Poder Público, ainda que pertença a esse.
c) terrenos acrescidos: são aqueles que se formam com a
terra carreada pelo caudal, tratados no art. 538, do Código
Civil. Formados por aluvião.

129
11) BENS PÚBLICOS

 Bens públicos em espécie


d) terras tradicionalmente ocupadas pelos
índios: são terras da União, sendo os
índios detentores de posse, consoante
art. 20, inciso XI, CF/88.
e) plataforma continental: compreende o leito e o subsolo
das áreas submarinas.
f) terrenos reservados: são as faixas de terras particulares
marginais dos rios e lagos, na largura de 15 metros,
oneradas com servidão de trânsito.
g) ilhas: estão classificadas no Código de Águas, são de
domínio da União.

130
11) BENS PÚBLICOS

 Bens públicos em espécie


h) minas e jazidas: é toda substância mineral ou
fóssil existente no interior da Terra ou aflorando
a superfície e que tenha valor econômico.
i) florestas: é a vegetação natural ou plantada
composta de grande número de árvores.
j) faixa de fronteira: utilizada para defesa e
segurança nacional.

131
11) BENS PÚBLICOS
Classificação
a) bens de uso comum do povo: são inalienáveis, imprescritíveis e
impenhoráveis. São aqueles cujo uso é irrestrito,
compreendendo os bens que estão à disposição da coletividade,
cujo uso subordina ao poder de polícia. Ex: ruas, praças, praias
etc.
b) bens de uso especial: são inalienáveis, imprescritíveis e
impenhoráveis. Trata-se da universalidade de bens existentes
na Administração utilizados para a realização das tarefas
públicas.Ex: viaturas policiais, aparelhos de computadores etc.
c) bens dominiais ou dominicais: são aqueles que compõem o
patrimônio disponível da Administração, devendo constar do
livro de contabilidade em tal categoria. Ex: bens inservíveis para
a Administração.

132
12) LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS

a) Tombamento
 um dos instrumentos de preservação do patrimônio cultural.
Pode advir do âmbito federal, estadual e municipal. É o ato pelo
qual se declara o valor histórico, artístico, paisagístico,
arqueológico, cultural, arquitetônico de bens, que, por isso,
devem ser preservados, conforme as características indicadas
no livro próprio (Odete Medauar).

133
12) LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS

b) ocupação temporária
 O Poder Público, por seus próprios agentes ou por empreiteiros,
utiliza provisoriamente terrenos não edificados, vizinhos a obras
públicas, sendo tal utilização temporária necessária à realização
da obra. É possível indenização final, por meio de ação própria.

c) requisição
 Conforme art. 5º, inciso XXV, da CF, em caso de iminente perigo
público, a autoridade competente pode usar propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior se
houver dano. Ex: casos de incêndio, inundação, epidemia etc.

134
12) LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS

d) servidão administrativa
 Significa um ônus real de uso, instituído pela Administração
sobre imóvel privado, para atendimento do interesse público,
mediante indenização dos prejuízos eventualmente suportados.
Ex: proibição de construir em terrenos marginais a rodovias;
passagem para chegar a poços; passagem de fios de energia
elétrica; passagem de aqueduto.
Sua instituição poderá importar em obrigações de fazer, como o
proprietário do imóvel serviente que é obrigado a aparar mato no
caso de servidão de passagem instituída sobre seu imóvel
(Odete Medauar).

135
12) LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS
e) desapropriação
 Necessitando o Poder Público de um bem para fins de interesse
público, retira-o do patrimônio do proprietário, mediante prévia e justa
indenização. A desapropriação atinge o caráter perpétuo do direito de
propriedade, já que extingue o vínculo entre o proprietário e o bem,
substituindo-o por uma indenização.
Sob o ângulo do direito público, é um meio de aquisição de bem
público ou um instrumento de realização de atividades de interesse
público, inclusive no tocante à mais justa distribuição da propriedade
(Odete Medauar).

Suas características essenciais são as seguintes:


a) expressa a autoridade da Administração, acarretando limitação ao caráter
perpétuo do direito de propriedade;
b) resulta na retirada de um bem do patrimônio do seu proprietário;
c) almeja o atendimento do interesse público, visando um resultado benéfico à
coletividade;
d) o proprietário recebe uma indenização em troca do vínculo de domínio.

136
13) REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS

 Na esfera federal a Lei 8.112/90 estabelece o


regime jurídico único (RJU), trata-se do
Estatuto dos Servidores Públicos Civis da
União.

Pode ser regrado pela CLT ou pelo Estatuto

137
13) REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS

Institutos jurídicos do RJU


1) Remuneração – é a soma dos vencimentos mais
as vantagens pagas em retribuição ao exercício do
cargo ou função.
2) Disponibilidade – situação em que o servidor está
inativo em razão do cargo ter sido extinto ou
transformado. Nesse período, o servidor fará jus à
remuneração proporcional ao tempo de serviço.
3) Assentamento individual – é uma espécie de
ficha cadastral, prontuário.

138
13) REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS

Institutos jurídicos do RJU


4) Provimento de cargo público – nos termos do
art. 8º, trata-se do provimento de cargo, dar-se-á
nas seguintes hipóteses:
a) nomeação - forma originária de acessar o cargo público.
b) promoção – forma derivada de acessar o cargo público,
gerando em concomitante, provimento e vacância.
c) readaptação – aqui o servidor assume novo cargo
compatível com sua nova realidade, em
decorrência de acidentes ou doenças,
gerando em concomitante, provimento e
vacância.

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13) REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS

 Provimento de cargo público


d) reversão – é o retorno do aposentado
à ativa, quando junta médica declarar
insubsistentes as razões da aposentadoria
ou quando esse requerer o retorno e
houver concordância da Administração.
e) recondução – é o retorno do servidor ao mesmo cargo
que ocupara antes, por exemplo, no caso de inabilitação
no estágio probatório relativo a outro cargo.
f) reintegração – é o retorno do servidor demitido com
ressarcimento dos direitos e vantagens perdidos, após
decisão judicial ou administrativa que lhe seja favorável.
g) aproveitamento – é o retorno daquele que se encontrava
em disponibilidade.

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13) REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS

Institutos jurídicos do RJU


5) vacância – nos termos do art. 33, são as hipóteses
em que os cargos irão vagar:
a) exoneração – não é penalidade, podendo ocorrer
de ofício ou a pedido do servidor.
b) demissão – é o desligamento do servidor com teor
punitivo. Ocorre após regular processo administrativo
disciplinar (PAD).
c) promoção – gera vacância e provimento em concomitante.
d) readaptação – gera vacância e provimento em concomitante.
e) posse em outro cargo inacumulável – ocorre quando o servidor assume
novo cargo não constante da relação daqueles acumuláveis, nos termos do
art. 37, XVI, da CF.
f) aposentadoria – concessão do benefício àquele que cumprir os requisitos.
g) falecimento.

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13) REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS

Institutos jurídicos do RJU


 6) posse – é a assinatura do termo
onde consta direitos, atribuições e
responsabilidades do servidor.

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13) REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS

Institutos jurídicos do RJU


 7) exercício – é o efetivo desempenho da atividade. Dar-se-á 15
dias contados da posse.

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13) REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS

Institutos jurídicos do RJU


8) estágio probatório – é o período de experiência
do servidor, tratado no art. 20 da Lei, que
estabelece 24 meses provando o servidor nos
seguintes quesitos:
a) assiduidade;
b) responsabilidade;
c) capacidade de iniciativa;
d) produtividade;
e) disciplina.
Parecer gerado no Poder Executivo estabelece 36 meses. Também esse é o
pensamento de Maria Sylvia Zanella di Pietro, fazendo analogia ao art. 41, da CF, que
trata da estabilidade. Conclui-se que a resposta é dúbia, pois nos exatos termos da lei,
a resposta é 24 meses de prazo, senão 36 meses.

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13) REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS

Institutos jurídicos do RJU


9) estabilidade – o art. 21 estabelece 2 anos, no
entanto, o art. 41 retirou a validade do citado
dispositivo, estabelecendo 3 anos de efetivo
exercício.
10) licença – tratada a partir do art. 81, as hipóteses
de cabimento vinculam o agente público, podendo
ser com ou sem remuneração, nos termos da lei.
11) regime disciplinar – tratado a partir do art. 116,
estabelece deveres, proibições, responsabilidades
e penalidades para o servidor federal.

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Direito Administrativo

Prof. Luís Santos

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