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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”


AVM FACULDADE INTEGRADA

DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
CONCEITOS E GENERALIDADES

Por: Deusa Nicolau Verneck de Oliveira

Orientador
Profª. Fernanda Canavez

Rio de Janeiro
2012
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA

DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
CONCEITOS E GENERALIDADES

Apresentação de monografia à AVM Faculdade


Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de Especialista em Psicopedagogia
Por: Deusa Nicolau Verneck de Oliveira
DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado ás pessoas que


sempre estiveram ao meu lado pelos
caminhos da vida, me acompanhando,
apoiando e sempre acreditando em mim:
Meus pais, meu sobrinho Nícollas, meu
marido, minha linda filha e a todos que
contribuíram para a realização deste
trabalho.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela oportunidade de


estar realizando este trabalho.
Aos meus pais, que me ensinaram os
verdadeiros valores da vida, ao meu
marido José Carlos de Gouveia Araújo e
minha filha Victória Verneck de Gouveia
Araujo, pelo o incentivo e colaboração,
acreditando na minha capacidade e me
estimulando através de encorajadoras
palavras, principalmente nos momentos
de dificuldades.
Não dar atenção às dificuldades e apelos de uma criança que
tem dificuldade de aprendizagem é o mesmo que dar às costas
a ela.
N. A. Sinckevicius, K.C.
RESUMO

O presente trabalho versará sobre as dificuldades no processo de


aprendizagem”. Para melhor elucidação do tema abordaremos
preliminarmente as peculiaridades da aprendizagem e suas fases, incluindo
processo ensino-aprendizagem, a política educacional e a relação do processo
de aprendizagem com os dois elos, família e professores. No segundo
capítulo vamos nos debruçar sobre os problemas de aprendizagem. Visando
ter um cunho mais didático optaremos por diferenciar as nomenclaturas
referentes a dificuldades de aprendizagem e suas características a fim de
tornar o assunto mais esmiuçado possível. No terceiro e último capítulo
traremos em voga as naturezas das DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM e
suas alterações nos indivíduos. Por fim, apresentaremos a conclusão que será
uma reflexão sobre a revisão bibliográfica feita e com algumas pinceladas da
experiência adquirida em anos de magistério

Pretende-se na construção do presente trabalho, a descrição dos


conceitos encontrados na literatura especializada acerca do assunto e a
apresentação de conhecimentos que levem a uma postura mais integradora,
entre família, escola e sociedade, visando dirimir dificuldades e auxiliar no
processo de construção do saber.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8

CAPÍTULO 1 - APRENDIZAGEM - GENERALIDADES ................................... 10

CAPÍTULO 2 - PROBLEMAS COM APRENDIZAGEM - TERMINOLOGIAS ... 20

CAPÍTULO 3 - DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM – NATUREZAS ......... 33

CONCLUSÃO .................................................................................................. 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ....................................................................... 43

ÍNDICE ............................................................................................................. 49

FOLHA DE AVALIAÇÃO .................................................................................. 51


INTRODUÇÃO

Na construção do presente trabalho, a primeira frase que nos veio à


cabeça foi que a educação não é mais somente assunto para os educadores.
Todos nós somos educadores e “aprendedores” todo o tempo de nossa vida.

De certo que o trabalho em voga será desenvolvido sob o aspecto


educacional, mediante visão de uma educadora, mas não há como negar que
o mundo mudou e que com a mudança do mundo ocorre a mutação na
educação.

Os novos modelos de sociedade, há busca por informação full time, as


redes sociais, a necessidade de aprender mudou muito o contexto educacional
e o próprio contexto do aprendizado. É como se vida factual nos obrigasse a
termos um cérebro mais fértil, mais ágil, ou seja, a sociedade no impõe um
ritmo frenético de aprendizado, apto para novas informações a todo tempo.

O que dizer então para aqueles indivíduos (alunos) que possuem


características diferenciadas no processo de aprendizagem?

Bossa (2000) responde a tal questionamento com a afirmativa de que


a dificuldade acarreta sofrimentos e nenhum aluno apresenta baixo rendimento
por vontade própria.

A dificuldade no processo de aprendizagem é uma evidência que se


apresenta em qualquer ambiente educacional e deve ser do conhecimento de
todo profissional da educação. Não se trata de limitação, mas de renovação.
De como recriar o processo de aprendizagem. Não deve servir como barreira,
mas como “troca” de percurso para alcançar-se o conhecimento, o saber.

A escola tem o papel de desenvolver o potencial de cada criança,


respeitando suas características individuais e reforçando os pontos fortes e
9

estimulando a superação dos pontos fracos, evitando dessa forma que as


dificuldades que elas apresentam sejam motivos de exclusão, rotulação ou
mesmo discriminação no processo de aprendizagem.

A família pode ser vista também, como o outro pilar de


sustentação da criança com dificuldade, pois juntamente
com a escola, fará uma troca de experiências, em
benefício da criança e de sua aprendizagem.
(http://www.crda.com.br/tccdoc/82.pdf)

Não existe criança que não aprenda. Cada indivíduo tem seu tempo
próprio.

Algumas aprendem de modo mais rápido, outras não, mas ambas,


chegarão à aprendizagem.

O êxito escolar de crianças com distúrbios de aprendizagem deve vir


associado a fatores que envolvam um ambiente adequado, o estímulo
adequado, a motivação necessária, organismo saudável.

É exatamente diante das afirmativas supracitadas que será construído


o presente trabalho. Para melhor elucidação do tema abordaremos
preliminarmente as peculiaridades da aprendizagem e suas fases, incluindo
processo ensino-aprendizagem, a política educacional e a relação do processo
de aprendizagem com os dois elos, família e professores. No segundo
capítulo vamos nos debruçar sobre os problemas de aprendizagem. Visando
ter um cunho mais didático optaremos por diferenciar as nomenclaturas
referentes à dificuldades de aprendizagem e suas características a fim de
tornar o assunto mais esmiuçado possível. No terceiro e último capítulo
traremos em voga as naturezas das DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM e
suas alterações nos indivíduos. Por fim, apresentaremos a conclusão que será
uma reflexão sobre a revisão bibliográfica feita e com algumas pinceladas da
experiência adquirida em anos de magistério.
CAPÍTULO 1
APRENDIZAGEM - GENERALIDADES

Pode-se afirmar que a construção de conhecimento, o aprendizado em


si faz parte da natureza humana. Desde o seu nascimento um indivíduo
absorve conhecimento e muda de acordo com as experiências vivenciadas, de
acordo com o processo de aprendizagem. Assim mantém sua sobrevivência e
seu crescimento.

Sabe-se que a aprendizagem é o processo de internalização dos


conteúdos historicamente construídos e socialmente disponíveis. Vygotsky
(1998, p. 29) nos diz que: “Esse processo se torna possível pela mediação,
visto que as funções do desenvolvimento humano se manifestam primeiro num
plano social e depois individual”.

Segundo Weiss:

A aprendizagem normal dá-se de forma integrada no


aluno (aprendente), no seu pensar, sentir, falar e agir.
Quando começam a aparecer ‘dissociações de campo’ e
sabe-se que o sujeito não tem danos orgânicos, pode-se
pensar que estão se instalando dificuldades na
aprendizagem: algo vai mal no pensar, na sua expressão,
no agir sobre o mundo. (2000, p. 56)

A aprendizagem escolar, embora seja um exercício individual, também


é considerado um processo social, que resulta em uma atividade mental
complexa, onde o pensamento, a percepção, as emoções, a memória, a
motricidade e os conhecimentos prévios estão envolvidos.
11

O processo de aprendizagem desenvolve-se ao longo da


vida dos sujeitos e é sistematizado formalmente durante
os anos de escolarização, através da instrução formal.
(CENCI; COSTAS, 2012)

Para Vygotsky (1998), o incremento dos processos psicológicos


superiores encontra subsídio para realizar-se nas inter-relações sócio-culturais,
sendo esse meio um forte mediador para a construção de conhecimento.

1.1 - Fases da Aprendizagem

O aprendizado é resultante de um processo. Aprendizagem não é um


fenômeno solitário que acontece repentinamente. Até mesmo para
comportamentos tidos como instintivos como engatinhar, andar, falar, o ser
humano depende de tempo e implica em processo de aprendizagem, em estar
amadurecido para que ocorra o aprendizado.

Sobre as fases da aprendizagem Robert Gagné (1974) analisa oito


tipos de aprendizagem: aprendizagem de sinais, aprendizagem de tipo
estímulo-resposta, aprendizagem em cadeia motora, aprendizagem em cadeia
verbal, aprendizagem de discriminação, aprendizagem de conceitos,
aprendizagem de princípios e resolução de problemas.

a) Aprendizagem de sinais

Nenhum comportamento existe isoladamente, nadar consiste numa


sucessão de movimentos, assim como andar de bicicleta, tocar piano, dançar,
jogar basquete. Cada um desses comportamentos compõe-se de uma
sucessão de comportamentos mais simples, forma-se uma cadeia contínua de
estímulos e respostas. Em alguns casos, para que tais cadeias sejam
aprendidas, é necessário que se sucedam uma à outra, sempre na mesma
ordem, e que sejam repetidas muitas vezes; assim, para aprender a nadar é
12

preciso repetir os mesmos movimentos, na mesma ordem; para aprender a


tocar uma música, o pianista precisa repetir muitas vezes as mesmas notas na
mesma ordem; para aprender a escrever uma palavra, a criança precisa
escrever as mesmas letras, na mesma ordem, repetidas vezes; etc. (LEITE,
2011, p. 1)

b) Aprendizagem de tipo estímulo-resposta

Neste caso, a aprendizagem consiste em associar uma resposta a um


determinado estímulo; o aluno levanta quando o professor manda, o cão dá a
pata quando o dono pede, o filho fica quieto quando a mãe pede. A associação
estímulo-resposta é estabelecida mais facilmente quando a resposta é
reforçada, ou seja, recompensada; o aluno que obedece ao professor recebe
uma nota mais alta, o filho que obedece à mãe recebe uma barra de chocolate
ou é elogiado, etc. (LEITE, 2011, p. 1)

c) Aprendizagem de cadeia motora

Nenhum comportamento existe isoladamente; nadar consiste numa


sucessão de movimentos, assim como andar de bicicleta, tocar piano, dançar,
jogar basquete. Cada um desses comportamentos compõe-se de uma
sucessão de comportamentos mais simples; forma-se uma cadeia contínua de
estímulos e respostas. Em alguns casos, para que tais cadeias sejam
aprendidas, é necessário que se sucedam uma à outra, sempre na mesma
ordem, e que sejam repetidas muitas vezes assim, para aprender a nadar é
preciso repetir os mesmos movimentos, na mesma ordem; para aprender a
tocar uma música, o pianista precisa repetir muitas vezes as mesmas notas na
mesma ordem; para aprender a escrever uma palavra, a criança precisa
escrever as mesmas letras, na mesma ordem, repetidas vezes; etc. (LEITE,
2011, p. 1)

d) Aprendizagem de cadeia verbal

A memorização torna-se mais eficiente quando associamos as


palavras, formando cadeias. Neste caso, uma palavra funciona como estímulo
13

para a lembrança de outra; ao pensarmos em belo, recordamos um sinônimo


(bonito) ou um antônimo (feio), etc. Ao aprendermos uma língua estrangeira,
associamos palavras com o mesmo significado (roi-rei, main-mão, etc.) Um elo
comum aos vários termos de uma cadeia pode facilitar a memorização, a
associação à figura de um rei, por exemplo, facilita a memorização do
significado de roi. (LEITE, 2011, p. 1)

e) Aprendizagem de discriminação

Discriminar consiste em dar respostas diferentes a estímulos


semelhantes. Por exemplo, uma criança vê um passarinho e diz: “Pintassilgo”;
vê outro e diz: “Andorinha”; vê um terceiro e grita: “Canário”; etc. Os três
passarinhos são semelhantes, têm características iguais (duas patas, cabeça,
bico, penas, etc.), mas têm também características diferentes (cor, tamanho,
forma do rabo, etc.) e a criança aprende a discriminar, a distinguir essas
diferenças, atribuindo nome diferente a cada passarinho. (LEITE, 2011, p. 1)

f) Aprendizagem de conceitos

O Modelo de aprendizagem de conceitos constitui-se como um modelo


de ensino “promotor da aquisição de conceitos, bases incontornáveis do
desenvolvimento das aprendizagens futuras e do pensamento de ordem
superior” (ARENDS, 2008, p. 303), ao intervir nas estruturas cognitivas dos
aprendentes.

g) Aprendizagem de princípios e resoluções de problemas

Tipo de aprendizagem que se co-relaciona com os pensamentos. É a


junção de dois ou mais princípios que acabam gerando uma nova capacidade.
É o tipo de aprendizagem que consegue fazer com que uma pessoa concatene
idéias e coloque-as em prática. (SANTOS, 2012)
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1.2 - Processo Ensino-Aprendizagem

Se a aprendizagem é um resultado, ela decorre de todo um processo,


conforme afirmado anteriormente. O processo que se domina ensino-
aprendizagem é o caminho a percorrer com a participação de vários atores que
atuam direta ou indiretamente no resultado. Trata-se também de um “processo
social” que acontece não somente no contexto escolar, mas em todas as
vertentes da vida.

No que concerne ao âmbito escolar, de acordo com Moreira (1986), o


processo de ensino-aprendizagem é composto de quatro elementos – O
professor, o aluno, o conteúdo e as variáveis ambientais (características da
escola) – cada um exercendo maior ou menor influência no processo,
dependendo da forma pela qual se relacionam num determinado contexto.

Principais variáveis que influenciam no processo ensino-aprendizagem:

- Aluno: Capacidade (inteligência, velocidade de aprendizagem);


experiência anterior (conhecimentos prévios); disposição e boa vontade;
interesse; estrutura socioeconômica; saúde.

- Conteúdo: Adequação às dimensões do aluno; significado/valor;


aplicabilidade prática.

- Escola: sistema de crenças dos dirigentes; entendimento da essência


do processo educacional; liderança.

- Professor: Dimensão do relacionamento (relação professor-aluno);


dimensão cognitiva (aspectos intelectuais e técnico didáticos); atitude do
educador; capacidade inovadora; comprometimento com o processo de
ensino-aprendizagem.
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1.3 - Política Educacional

Política Educacional é aquela que rege o ensino público e privado nos


estados da federação. A política educacional é o conjunto de “normas” que
regram o ensino no país e nos estados. É na verdade o conjunto de diretrizes
que devem ser seguidas pelos educadores, gestores, alunos etc.

A política educacional atual cabe ressaltar que a maior inovação dos


últimos tempos está ligada a uma visão inclusionista. Antes os portadores de
deficiências físicas ou cognitivas necessitavam de escolas especiais. A
Legislação atual obriga a escola a aceitar a matrícula desse aluno e incluí-lo no
contexto da sala de aula. Porém, no trato cotidiano é possível perceber que a
Lei pode até ser seguida a risca, mas que o objetivo educacional não está
sendo cumprido. Verifica-se ainda que grande parte dos educadores
apresentam desconhecimento sobre os problemas cognitivos e as formas para
trabalhar com os portadores dessas deficiências. A legislação obriga a
inclusão, mas o governo em todas as esferas não mantém um plano
educacional de acompanhamento desses casos e algumas crianças ficam
postas de lado nas salas de aula que na verdade acabam servindo como
“depósitos de pessoas com necessidades especiais”. Trata-se sobre tudo de
um problema de consciência dos educadores e esse é um dos objetivos do
presente trabalho, chamar os educadores a sua responsabilidade e dar-lhes
algum material ainda que introdutório sobre os problemas que podem ocorrer
no processo de ensino-aprendizagem e como dirimi-los.

Para Bossa:

Os alunos difíceis que apresentavam dificuldades de


aprendizagem, mas que não tinha origens em quadros
neurológicos, numa linguagem psicanalítica, não
estruturam uma psicose ou neurose grave, que não
podiam ser considerados portadores de deficiência
16

mental, oscilavam na conduta e no humor e até


dificuldades nos processos simbólicos, que dificultam a
organização do pensamento, que consequentemente
interferem na alfabetização e no aprendizado dos
processos lógico matemáticos, demonstram potencial
cognitivo, podendo ser resgatados na sua aprendizagem.
(2000, p. 67)

1.4 - O Processo de Aprendizagem e a Família

A família é a primeira experiência social do indivíduo e deveria ser


aquela que o acompanha vida afora. Na família adquirem-se os primeiros
valores, os primeiros ensinamentos e a base para vida. Assim sendo, não há
como separar a família da vida em si. A família deve participar de todo o
processo de aprendizagem da vida de um indivíduo. Essa necessidade se
assevera quando se trata de pessoas com dificuldades de aprendizagem. A
família poderá e deverá fazer o papel de estimulador e acompanhador de
resultados e acima de tudo funcionar como “fiscal” da política educacional e
das práticas adotadas pelas escolas. A Família deve sobre tudo ser parte de
todo o processo de aprendizagem e não mero espectador das ações
praticadas pela escola.

É a família responsável pela garantia de ensino. Toda a aprendizagem


realizada no contexto familiar faz com que cada criança, pertença a um grupo,
pois as descobertas são compartilhadas com todo o grupo familiar e cria uma
necessidade de autonomia e individualidade, que definirão como e quando se
vai utilizar o que foi aprendido. (SINCKEVICIUS, 2010)

Sobre dificuldades apresentadas por alguns alunos, é possível


perceber que elas decorrem das relações familiares, dos problemas no
convívio. Quanto mais “saudável” for o ambiente de uma família, melhor
deverão ser os resultados de aprendizado tanto das crianças tidas como
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“normais” quanto dos portadores de dificuldades de aprendizado. Sendo o


primeiro núcleo social em que a criança está inserida, é de grande relevância
que seja um núcleo que traduza estabilidade emocional e segurança ao
individuo. Caso contrário poderá gerar problemas como preconiza Souza:

Para Souza:

As crianças com mau desenvolvimento escolar


encontram-se impedidas de um desempenho intelectual
satisfatório, devido a problemáticas emocionais, muitas
vezes relacionadas a conflitos familiares não explicitados.
(1995, p. 2)

Nesses casos, como diz Fernandez (1991, p. 40): “Há crianças que
apresentam um mau rendimento escolar para ganhar certa legitimidade”.

Seguindo esse raciocínio, lemos em Polity (2001, p. 41): “Toda criança


precisa ter o consentimento dos pais, ainda que inconsciente, para crescer”.

Segundo Maturano:

É através de seu envolvimento que os pais fornecem


recursos emocionais essenciais ao desenvolvimento de
um senso de competência. Esse envolvimento se traduz
em atitudes de assistência ao desenvolvimento da
criança, de encorajamento e reconhecimento aos seus
esforços de autonomia – exigindo que esta resolva seus
problemas, mas mantendo-se disponíveis para dar
assistência, caso precise – e a promoção de atividades
sociais e culturais enriquecedoras. De uma forma mais
simples, é praticar atividades como ler para a criança,
18

brincar, passear, conversar com ela, ajudar em suas


tarefas e interessar-se por seu mundo. (1999, p. 25)

1.5 - O Processo de Aprendizagem e o Professor

A educação é realmente uma área que requer do profissional diversas


características distintas. Há de se ter um tom de liderança, mas com um “q” de
tolerância. Deve-se buscar o controle da situação, mas deve-se ter o
comprometimento com o incentivo, sem temer perder o controle. O Professor é
um profissional que deve ter a capacidade de auto-motivação ainda que viva
dentro de um contexto desmotivador, como baixos salários, ausência de
projeção profissional e péssimas condições de trabalho.

O Professor é o quando criador da aprendizagem. Cabe a ele


Professor, chamar prá si a atenção e aguçar o desejo de aprendizagem dos
indivíduos que o cercam. Essa “obrigação” fica ainda mais forte quando se lida
com indivíduos com dificuldade de aprendizagem. É uma relação de criação e
acompanhamento constante. Requer observação cuidada, zelo, mas requer
acima de tudo conhecimento do que vem a ser dificuldade de aprendizagem. O
Professor que conhece as dificuldades, se comporta diferente na causa e
normalmente alcança resultados diferentes dos demais. Os professores leigos
no assunto em voga não alcançam somente os resultados, não alcançam as
necessidades e sendo assim podem acabar implicando diretamente no
processo de aprendizagem ou maculando “almas” inocentes.

Sobre essa relevância do papel do docente, Mery explicita:

O professor desempenha um papel importante na


identificação da dificuldade. Aquelas crianças que não
adquirem conhecimentos como os colegas devem ser
identificados e acompanhados de perto. Após alguns
19

meses de trabalho dentro da sala de aula sem um


progresso na aprendizagem o aluno merece uma atenção
especial e deverá ser encaminhado à orientação
pedagógica da escola que já deve estar ciente do caso.
São crianças muitas vezes consideradas como imaturas
que não evoluíram satisfatoriamente. Cuidado! Esta
criança que não ‘clica’ pode ter uma dificuldade mais
importante que necessita de atendimento e avaliação
especializada. (1985, p. 12)

Sobre o comportamento incentivador e encorajador que o professor


deve ter, nos ensina Schwartzman:

Um dos grandes objetivos da educação é fazer com que a


criança seja mais autônoma na sala de aula. Adquirir
autonomia é interiorizar regras da vida social para que se
possa conduzir sem incomodar o restante do grupo.
E essa adequação social é condição sine qua non, sem a
qual não há para que seja integrada. (1992, p. 20)
CAPÍTULO 2
PROBLEMAS COM APRENDIZAGEM - TERMINOLOGIAS

Em alguns casos os problemas de qualquer natureza são meramente


identificados como problemas e pronto. No que concerne a dificuldade de
aprendizagem a realidade é outra. As dificuldades de aprendizagens tem suas
nuances, graus, tipologias e peculiaridades e é de suma importância conhecê-
los para identificar os comportamentos dos indivíduos e as ações que devem
ser adotadas.

A primeira identificação que deve ser feita é conhecer os níveis de


dificuldade.

Com a identificação de um mau rendimento escolar de uma criança,


deveremos raciocinar em diferentes níveis de dificuldade (NUNES et al, 2001).

Sobre a definição, são problemas neurológicos que envolvem aspectos


importantes do processo cognitivo, é uma desordem pela qual um indivíduo
apresenta nas dificuldades de aprender efetivamente.

Segundo Moojen (1999), os termos distúrbios, transtornos, dificuldades


e problemas de aprendizagem têm sido utilizados de forma aleatória, tanto na
literatura especializada como na prática clínica e escolar, para designar
quadros diagnósticos diferentes.

A identificação correta do problema que o individuo apresenta é na


verdade o maior desafio de pais, mestres e profissionais da área de saúde. Há
que se ter um vasto conhecimento sobre a psique e o comportamento humano
para afirmar que se trata de um ou de outro tipo de problema. Um problema de
aprendizado mal identificado se perpetua, quando na verdade poderia aquele
indivíduo melhorar seu desempenho caso fosse acompanhado
21

adequadamente. O desconhecimento vai da literatura, do termo adequado


para cada caso até o desconhecimento sobre a maneira correta de agir.

Na mesma perspectiva, França (1996) coloca que a utilização dos


termos distúrbios, problemas e dificuldades de aprendizagem é um dos
aspectos menos conclusivos para aqueles que iniciam a formação em
Psicopedagogia. Para o autor, aparentemente os defensores da abordagem
comportamental preferem a utilização do termo distúrbio, enquanto os
construtivistas parecem ser adeptos do termo dificuldade. Ainda de acordo
com o autor, aparentemente a distinção feita entre os termos dificuldades e
distúrbios de aprendizagem esteja baseada na concepção de que o termo
“dificuldade” está mais relacionado a problemas de ordem psicopedagógica
e/ou sócio - culturais, ou seja, o problema não está centrado apenas no aluno,
sendo que essa visão é mais frequentemente utilizado em uma perspectiva
preventiva; por outro lado, o termo “distúrbio” está mais vinculado ao aluno, na
medida em que sugere a existência de comprometimento neurológica em
funções corticais específicas, sendo mais utilizado pela perspectiva clínica ou
remediativa.

2.1 - Distúrbios de aprendizagem

Etimologicamente, a palavra distúrbio compõe-se do radical turbare e


do prefixo dis. O radical turbare significa “alteração violenta na ordem natural” e
pode ser identificado também nas palavras turbilhão, perturbar e conturbar. O
prefixo dis tem como significado “alteração com sentido anormal, patológico” e
possui valor negativo. O prefixo dis é muito utilizado na terminologia médica
(por exemplo: distensão, distrofia). Em síntese, do ponto do vista etimológico, a
palavra distúrbio pode ser traduzida como “anormalidade patológica por
alteração violenta na ordem natural”. (DOMINGOS, 2007)
22

Collares e Moysés (1992) analisaram o conceito de distúrbios de


aprendizagem do ponto de vista etimológico e a partir do conceito proposto
pelo National Joint Comittee for Learning Disabilities (Comitê Nacional de
Dificuldades de Aprendizagem), Estados Unidos da América.

Segundo as autoras, seguindo a mesma perspectiva etimológica, a


expressão distúrbios de aprendizagem teria o significado de “anormalidade
patológica por alteração violenta na ordem natural da aprendizagem”,
obviamente localizada em quem aprende. Portanto, um distúrbio de
aprendizagem obrigatoriamente remete a um problema ou a uma doença que
acomete o aluno em nível individual e orgânico.

Ainda de acordo com Collares e Moysés (1992), o uso da expressão


distúrbio de aprendizagem tem se expandido de maneira assustadora entre os
professores, apesar da maioria desses profissionais nem sempre conseguir
explicar claramente o significado dessa expressão ou os critérios em que se
baseiam para utilizá-la no contexto escolar. Na opinião das autoras, a
utilização desmedida da expressão distúrbio de aprendizagem no cotidiano
escolar seria mais um reflexo do processo patológico da aprendizagem ou da
biologização das questões sociais.

De acordo com a definição estabelecida em 1981 pelo National Joint


Comittee for Learning Disabilities (Comitê Nacional de Dificuldades de
Aprendizagem), nos Estados Unidos da América:

Distúrbios de aprendizagem é um termo genérico que se


refere a um grupo heterogêneo de alterações manifestas
por dificuldades significativas na aquisição e uso da
audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades
matemáticas. Estas alterações são intrínsecas ao
indivíduo e presumivelmente devidas à disfunção do
sistema nervoso central. Apesar de um distúrbio de
aprendizagem poder ocorrer concomitantemente com
23

outras condições desfavoráveis (por exemplo, alteração


sensorial, retardo mental, distúrbio social ou emocional)
ou influências ambientais (por exemplo, diferenças
culturais, instrução insuficiente/inadequada, fatores
psicogênicos), não é resultado direto dessas condições
ou influências. (COLLARES; MOYSÉS, 1992, p. 32)

O National Joint Comittee for Learning Disabilities é considerado, nos


Estados Unidos da América, como o órgão competente para normatizar os
assuntos referentes aos distúrbios de aprendizagem. A fim de prevenir a
ocorrência de erros de interpretação o Comitê publicou a definição acima
apresentada com explicações específicas ao longo de cada frase.
(DOMINGOS, 2007)

A frase “estas alterações são intrínsecas ao indivíduo e


presumivelmente devidas à disfunção do sistema nervoso central”, por
exemplo, vem acompanhada da explicação de que a fonte do distúrbio deve
ser encontrada internamente à pessoa que é afetada e que a causa do
distúrbio de aprendizagem é uma disfunção conhecida ou presumida no
sistema nervoso central. Acerca da evidência concreta de organicidade
relacionada ao distúrbio de aprendizagem, o Comitê afirma que, apesar de não
ser necessário que tal evidência esteja presente, é necessário que, pelo
menos, uma disfunção do sistema nervoso central seja a causa suspeita para
que o distúrbio possa ser diagnosticado. (DOMINGOS, 2007)

No entanto, segundo Ross (apud MIRANDA, 2000), a utilização do


termo “distúrbio de aprendizagem”, chama a atenção para a existência de
crianças que frequentam escolas e apresentam dificuldades de aprendizagem,
embora aparentemente não possuam defeitos físicos, sensoriais, intelectuais
ou emocionais. Esse rótulo, segundo o autor, ocasionou durante anos que tais
crianças fossem ignoradas, mal diagnosticados ou maltratados e as
dificuldades que demonstravam serem designadas de várias maneiras como
“hiperatividade”, “síndrome hipercinética”, “síndrome da criança hiperativa”,
24

“lesão cerebral mínima”, disfunção cerebral mínima”, “dificuldade de


aprendizagem” ou “disfunção na aprendizagem”. (FIDELIS, 2008)

2.2 - Transtornos de aprendizagem

No Trabalho “Distúrbios, transtornos, dificuldades e problemas de


aprendizagem” (NUTTI, 2002) encontramos a afirmativa que há outra
terminologia que encontramos na literatura especializada é a palavra
“transtorno”. Segundo a Classificação de Transtornos Mentais e de
Comportamento da Classificação Internacional de Doenças - 10, elaborado
pela Organização Mundial de Saúde:

O termo ‘transtorno’ é usado por toda a classificação, de


forma a evitar problemas ainda maiores inerentes ao uso
de termos tais como ‘doença’ ou ‘enfermidade’.
‘Transtorno’ não é um termo exato, porém é usado para
indicar a existência de um conjunto de sintomas ou
comportamentos clinicamente reconhecível associado, na
maioria dos casos, a sofrimento e interferência com
funções pessoais (CID –10, 1992: 5).

A Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da


Classificação Internacional de Doenças situa os problemas referentes à
aprendizagem na classificação transtornos específicos do desenvolvimento das
habilidades escolares, que, por sua vez, está inserida na categoria mais ampla
de transtornos do desenvolvimento psicológico. (NUTTI, 2002)

Segundo o CID todos os transtornos incluídos na categoria transtornos


do desenvolvimento psicológico, inclusive os transtornos específicos do
25

desenvolvimento das habilidades escolares, possuem os seguintes aspectos


em comum:

- Um início que ocorre invariavelmente no decorrer da infância;

- Um comprometimento ou atraso no desenvolvimento de funções que


são fortemente relacionadas à maturação biológica do sistema nervoso central;

- Um curso estável que não envolve remissões (desaparecimentos) e


recaído que tendem a ser características de muitos transtornos mentais.

Segundo o CID (NUTTI, 2002):

Na maioria dos casos, as funções afetadas incluem


linguagem e habilidades de coordenação motora. É
característico que os comprometimentos diminuam
progressivamente à medida que a criança cresce (embora
déficits mais leves freqüentemente perdurem na vida
adulta). Em geral, a história é de um atraso ou
comprometimento que está presente desde tão cedo
quando possa ser confiavelmente detectado, sem
nenhum período anterior de desenvolvimento normal. A
maioria dessas condições é mais comum em meninos que
em meninas. (Classificação de Transtornos Mentais e de
Comportamento da Classificação Internacional de
Doenças – (CID - 10, 1992: 228).

Em relação aos transtornos do desenvolvimento psicológico, o


documento coloca que é característico a esses tipos de transtornos que uma
história familiar de transtornos similares ou relacionados esteja presente e que
fatores genéticos tenham um papel importante na etiologia (conjunto de
possíveis causas) de muitos (mas não de todos) os casos. Os fatores
ambientais frequentemente podem influenciar as funções de desenvolvimento
26

afetadas, porém, na maioria dos casos, esses fatores não possuem uma
influência predominante. E adverte que, embora exista uma concordância na
conceituação global dos transtornos do desenvolvimento psicológico, a
etiologia na maioria dos casos é desconhecida e há incerteza contínua com
respeito a ambos. (NUTTI, 2002)

A autora supra citada no que concerne a transtornos específicos do


desenvolvimento das habilidades escolares, o documento faz-se a seguinte
menção:

(...) são transtornos nos quais os padrões normais de


aquisição de habilidades são perturbados desde os
estágios iniciais do desenvolvimento. Eles não são
simplesmente uma conseqüência de uma falta de
oportunidade de aprender nem são decorrentes de
qualquer forma de traumatismo ou de doença cerebral
adquirida. Ao contrário, pensa-se que os transtornos
originam-se de anormalidades no processo cognitivo, que
derivam em grande parte de algum tipo de disfunção
biológica (CID - 10, 1992: 236).

Quanto ao diagnóstico desses tipos de transtornos, o CID - 10 alerta


que existem tipos de dificuldades para que esse seja estabelecido (NUTTI,
2002):

a) A necessidade de diferenciar os transtornos de variações normais


nas realizações escolares;

b) A necessidade de levar em consideração o curso do


desenvolvimento, pois, em primeiro lugar, o significado de um atraso de um
ano em leitura, na idade de sete anos é diferente do atraso de um ano aos 14
anos de idade. Em segundo lugar, é comum que um atraso de linguagem nos
anos pré - escolares desapareça no que diz respeito à linguagem falada, mas
27

seja seguido por um atraso específico na leitura, o qual, por sua vez, pode
diminuir na adolescência, ou seja, a condição é a mesma ao longo do tempo,
mas o padrão se altera com o aumento da idade;

c) A dificuldade de que as habilidades escolares têm que ser


ensinadas e aprendidas, essas habilidades não são apenas resultados da
maturação biológica e, dessa maneira, o nível de habilidades de uma criança
dependerá das circunstâncias familiares e da escolaridade, além de suas
próprias características individuais.

Ainda sob a égide da autora, fazem parte da categoria Transtornos


específicos do desenvolvimento das habilidades escolares, as seguintes
subcategorias:

- Transtorno específico da leitura;

- Transtorno específico do soletrar;

- Transtorno específico de habilidades aritméticas;

- Transtorno misto das habilidades escolares;

- Outros transtornos do desenvolvimento das habilidades escolares;

- Transtornos do desenvolvimento das habilidades escolares, não


especificado.

O Código Internacional de Doenças (CID) preconiza que os


transtornos específicos do desenvolvimento das habilidades escolares são
compostos por grupos de transtornos manifestados por comprometimentos
específicos e significativos no aprendizado de habilidades escolares,
comprometimentos esses que não são resultado direto de outros transtornos,
como o retardo mental, os déficits neurológicos grosseiros, os problemas
visuais ou auditivos não corrigidos ou as perturbações emocionais, embora
eles possam ocorrer simultaneamente com essas condições. Os transtornos
específicos do desenvolvimento das habilidades escolares geralmente ocorrem
28

junto com outras síndromes clínicas, como por exemplo, o transtorno de déficit
de atenção ou o transtorno de conduta, ou outros transtornos do
desenvolvimento, tais como o transtorno específico do desenvolvimento da
função motora ou os transtornos específicos do desenvolvimento da fala e
linguagem. (NUTTI, 2002)

As possíveis causas dos transtornos específicos do desenvolvimento


das habilidades escolares não são conhecidas, mas supõe-se que exista a
predominância de fatores biológicos, os quais interagem com fatores não
biológicos, como oportunidade para aprender e qualidade do ensino. É um
fator diagnóstico importante que os transtornos se manifestem durante os
primeiros anos de escolaridade. Portanto, segundo o CID - 10, o atraso do
desempenho escolar de crianças em um estágio posterior de suas vidas
escolares, devido à falta de interesse, a um ensino deficiente, a perturbações
emocionais ou ao aumento ou mudança no padrão de exigência das tarefas,
não podem ser considerados transtornos específicos do desenvolvimento das
habilidades escolares. (NUTTI, 2002)

Ao lado da definição proposta pelo CID - 10, apresentados a análise


realizada por Moojen (1999) sobre o conceito de Transtornos de
Aprendizagem, a partir do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais (DSM - IV). Segundo essa análise, o termo Transtorno de
Aprendizagem situa-se na categoria dos Transtornos geralmente
diagnosticados pela primeira vez na infância ou adolescência, sendo
classificado em Transtorno de Leitura, Transtorno de Matemática e Transtorno
da Expressão Escrita. Os Transtornos de Aprendizagem são diagnosticados
quando o desempenho de indivíduos submetidos a testes padronizados de
leitura, matemática ou expressão escrita está significativamente abaixo do
esperado para a idade, escolarização e nível de inteligência. O Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM - IV) estima que a
prevalência dos Transtornos de Aprendizagem seja na faixa de 2 a 10% da
população, dependendo da natureza da averiguação e das definições
explicadas. (NUTTI, 2002)
29

2.3 - Dificuldades ou problemas de aprendizagem

Moojen (1999) afirma que, ao lado do pequeno grupo de crianças que


apresenta transtornos de aprendizagem decorrente de imaturidade do
desenvolvimento e/ou disfunção psiconeurológica, existe um grupo muito maior
de crianças que apresenta baixo rendimento escolar em decorrência de fatores
isolados ou em interação. As alterações apresentadas por esse contingente
maior de alunos poderiam ser designadas como “dificuldades de
aprendizagem”. Participariam dessa conceituação os atrasos no desempenho
escolar por falta de interesse, perturbação emocional, inadequação
metodológica ou mudança no padrão de exigência da escola, ou seja,
alterações evolutivas normais que foram consideradas no passado como
alterações patológicas. (NUTTI, 2002)

Pain (apud RUBINSTEIN, 1996) considera a dificuldade para aprender


como um sintoma, que cumpre uma função positiva tão integrativa como o
aprender, e que pode ser determinado por:

a) Fatores orgânicos; relacionados com aspectos do funcionamento


anatômico, como o funcionamento dos órgãos dos sentidos e do sistema
nervoso central;

b) Fatores específicos; relacionados à dificuldades específicas do


indivíduo, os quais não são passíveis de constatação orgânica, mas que se
manifestam na área da linguagem ou na organização espacial e temporal,
dentre outros;

c) Fatores psicogenos; é necessário que se faça a distinção entre


dificuldades de aprendizagem decorrentes de um sintoma ou de uma inibição.
Quando relacionado ao um sintoma, o não aprender possui um significado
inconsciente; quando relacionado a uma inibição, trata-se de uma retração
30

intelectual do ego, ocorrendo uma diminuição das funções cognitivas que


acaba por acarretar os problemas para aprender;

d) Fatores ambientais; relacionados às condições objetivas ambientais


que podem favorecer ou não a aprendizagem do indivíduo.

Fernández (1991) também considera as dificuldades de aprendizagem


como sintomas ou “fraturas” no processo de aprendizagem, onde
necessariamente estão em jogo quatro níveis: O organismo, o corpo, a
inteligência e o desejo. A dificuldade para aprender, segundo a autora, seria o
resultado da anulação das capacidades e do bloqueamento das possibilidades
de aprendizagem de um indivíduo e, a fim de ilustrar essa condição, utiliza o
termo inteligência aprisionada (atrapada, no idioma original).

Para a autora, a origem das dificuldades ou problemas de


aprendizagem não se relaciona apenas à estrutura individual da criança, mas
também à estrutura familiar a que a criança está vinculada. As dificuldades de
aprendizagem estariam relacionadas às seguintes causas:

- Causas externas à estrutura familiar e individual, originariam o


problema de aprendizagem reativo, o qual afeta o aprender mais não aprisiona
a inteligência e, geralmente, surge do confronto entre o aluno e a instituição;

- Causas internas à estrutura familiar e individual, originariam o


problema considerado como sintoma e inibição, afetando a dinâmica de
articulações necessárias entre organismo, corpo, inteligência e desejo,
causando o desejo inconsciente de não conhecer e, portanto, de não aprender;

- Modalidades de pensamento derivadas de uma estrutura psicótica, as


quais ocorrem em menor número de casos;

- Fatores de deficiência orgânica: em casos mais raros.

A aprendizagem e seus desvios, para Fernández, compreendem não


somente a elaboração objetivante, como também a elaboração subjetivante, as
31

quais estão relacionadas às experiências pessoais, aos intercâmbios afetivos e


emocionais, recordações e fantasias. (NUTTI, 2002)

2.4 - Deficiência de Aprendizagem

Segundo Miranda (2000), muitas crianças com deficiência de


aprendizagem tem inteligência média ou acima da média, algumas de fato, são
extremamente brilhantes. É esse paradoxo que muitas vezes alerta os médicos
da possível presença de uma deficiência de aprendizagem.

2.4.1 - Deficiência de Aprendizagem – Ajuda necessária

Os efeitos emocionais da deficiência de aprendizagem muitas vezes


acabam agravando o problema. (CASTELARI, 2007)

O “rendimento fraco” acaba gerando expectativas e efeitos emocionais


não só nos próprios indivíduos, mas nos professores e na própria família.

Em decorrência da relação afetiva, a família é mais afetada pelo


problema que se apresenta e é ainda a maior responsável pelo
desenvolvimento da criança. Assevera esse entendimento o autor Scoz (1994),
quando afirma que as crianças com deficiência de aprendizagem recebam
apoio dos pais.

Mas, para darem apoio necessário, é necessário que os pais estejam


prontos emocionalmente. È necessário que se vença a culpa (presente em
alguns casos) e o medo que se apresenta diante do desafio que se apresenta.

Trata-se de um processo de amadurecimento emocional e de


conhecimento, também de auto conhecimento. É um exercício diário de ver o
32

outro de forma global e não por partes, é o conhecer e aceitar o outro que deve
ser praticado por pais e educadores.

Para ofertarmos a ajuda necessária é fundamental que se perceba que


cada criança é uma pedra preciosa, que na simplicidade e alegria ensinam e
aprendem a viver, basta acreditarmos em seu potencial e na sua capacidade
cognitiva e respeitarmos suas particularidades e sua personalidade.

Os conceitos, as definições técnicas que estão inseridas no findo


capítulo são de grande relevância para todos os tipos de leitores. Buscou-se
identificar, conceituar cada tipologia para dar ao trabalho um cunho mais
didático, mais elucidativo do tema em voga. Porém, a essência do presente
trabalho é na verdade, a discussão de caráter humano de cada educador. A
busca é por sensibilizar o educador para a relação com os seus alunos. É na
verdade uma iniciativa de “dizer” ao “mundo educacional” que antes de
portadores de distúrbios, de transtornos, de dificuldades, estamos de frente
com seres humanos que merecem e que querem aprender algo, ainda que
isso aconteça ou não. É a afirmação de que a educação é sobre tudo um
exercício de tentativas, de construção e de reconstrução. As “excelentes
escolas” infelizmente prezam em ter os melhores alunos, quando o
entendimento deveria ser “excelentes escolas” formam grandes alunos. Tudo
depende de ponto de vista, de maneira de ver e rever as coisas. Tudo depende
da vontade de capacitar um ser humano a fazer coisas tidas como impossíveis.
O educador é sobre tudo aquele que deve ter em mente a arte de tornar o
impossível de alguma forma possível. É mesmo um trabalho de “dilapidar”
indivíduos, de conhecer as dificuldades, mas sobre tudo de desejar vencê-las
ou pormenorizá-las.
CAPÍTULO 3
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM – NATUREZAS

Identificamos no presente capítulo outra parte relevante da pesquisa


efetuada. Embora trate de conceitos elaborados por grandes pesquisadores,
tendo em vista o cunho técnico do assunto, é um capítulo voltado ao
conhecimento de causa, do cerne do trabalho. É um momento onde os leitores
podem identificar problemas de sala de aula e dirimi-los ou somente adquirir
cultura sobre o assunto para melhor assistir seus alunos e ajudar famílias.

Sobre as dificuldades de aprendizagem é correto afirmar que vários


são os fatores que podem interferir no processo de aprendizagem. No presente
capítulo abordará as naturezas, as tipificações das dificuldades que interferem
no processo de aprendizagem.

3.1 - Dificuldade transitória – em uma única área

É uma situação passageira, em um momento da vida da criança, por


exemplo, a criança não consegue realizar uma divisão. (FONSECA, 2008)

O professor deve ter em conta que a aprendizagem se realiza ligada a


parte afetiva da criança. Não se pode separar aprendizagem de afeto. É
importante que o professor conheça cada um de seus alunos e esteja atento
às dificuldades de cada um, para que essas não se transformem em um
problema.

A repetição neste caso não é uma boa estratégia, por isso, o professor
deve usar de muita criatividade na abordagem de diferentes facetas de um
34

mesmo estudado. Trabalha-se com essa dificuldade e ela obtém sucesso.


Afeta transitoriamente certa área.

3.2 - Dificuldade Global

É uma situação mais preocupante. Pode ser grave e envolve aspectos


sociais, culturais e emocionais. Por exemplo:

a) Escola Transferência de escola

Didática deficiente ou inadequada

Falta de estimulação

b) Família

A família desorganizada: excesso de atividades extra-escolares.

Crianças com dependência emocional (ex: pais alcoólatras, exigentes).

c) Culturais

Crianças que mudam de país e precisam se adaptar a outra língua e


cultura.

d) Medicamentos

Uso de medicamentos cujos efeitos interferem na aprendizagem;

Medicamentos antiepilépticos, antiasmáticos, antialérgicos causam


sonolência, irritabilidade ou hiperatividade, causando falta de atenção nas
crianças.

Drogas como a cocaína e o álcool interferem na aprendizagem,


principalmente em adolescentes.
35

e) Doenças

Hipoacusia (surdez), deficiência visual (cegueira), também interferência


no rendimento escolar.

Tanto na dificuldade transitória quanto na global, não há nada de


orgânico. A estrutura cognitiva está preservada. O nível intelectual é normal,
mas há alguns insucessos.

Deve-se identificar estas crianças e orientá-las adequadamente.

3.3 - Imaturidade Funcional

Na imaturidade a criança adquire um ritmo normal ou quase normal, de


aprendizagem em alguns meses de trabalho. Após a repetição do processo
deve-se ficar atento ao resultado da criança, para verificar se há outro fator
causal para a dificuldade que não seja a imaturidade funcional. (FONSECA,
2008)

3.4 - Disfunção Cerebral

Nestes casos, as crianças são socialmente normais e apresentam


informações verbais adequadas. As suas dificuldades ocorrem em áreas
específicas, por exemplo, a incapacidade de identificar as letras e
consequentemente às palavras.

Essas crianças sofrem muito e, muitas vezes são confundidas como


criança pouco inteligente, preguiçosa, desleixada, quando na verdade o seu
impedimento não é a nível intelectual, mas de execução (MOOJEN, 1999).
36

As principais disfunções ocorrem nas seguintes áreas:

3.4.1 - Disfasia

A criança pode ter dificuldade de nível de expressão (disfasia


expressiva) ou compreensão (disfasia compreensiva). Há disfunção do lobo
frontal a primeira (área de Wenick). Clinicamente o comprometimento é
importante, porque são crianças que não elaboram frases, não expressam as
partes finais das palavras (o “ETA” da borboleta, por exemplo) com 3 ou 4
anos de idade. O atendimento fonoaudiólogo deve ser precoce, nesta idade ou
até antes. O risco de esta criança apresentar dislexia ou disortografia na idade
escolar é muito grande.

3.4.2 - Disartria

A disartria é caracterizada por voz arrastada, lenta. Está relacionada à


lesão motora e não a área da linguagem leitura (dislexia).

3.4.3 - Dislexia

É uma dificuldade duradoura na aquisição da leitura.

A criança disléxica não deve ser alfabetizada pelo método global, uma
vez que não consegue perceber o todo. Precisa de um trabalho fonético e
repetitivo, pois terá muita dificuldade na fixação de fonemas. Necessita de um
plano de leitura que inicie por livros muito simples e motivadores, aumentando
gradativamente e só a medida que lhe for possível, a complexidade.
37

3.4.4 - Disgrafia

O termo Disgrafia é a dificuldade (parcial), na aprendizagem da escrita


de uma língua.

Assim, de acordo com a divisão tradicional, a Disgrafia se subdivide


em específica e motora. Na específica, não se estabelece relação entre o
sistema simbólico e as grafias que representam sons, as palavras e as frases,
isto se denomina Disgrafia.

Já quando motricidade está particularmente em jogo, mas o sistema


simbólico está mantido, chamamos de Discaligrafia, que é somente o resultado
não só de uma alteração motora, mas de fatores emocionais como a restrição
do eu, o que altera a letra. (FONSECA, 2008)

3.4.5 - Disortografia

Muitas vezes acompanhada da Dislexia, mas pode também se


apresentar sozinha. É a impossibilidade de visualizar a forma correta da escrita
das palavras.

A Disortografia pode ser observada na realização do ditado onde se


apresentam trocas relacionadas à percepção auditiva.

Na escrita espontânea (por redação, interpretação de textos etc) há


também o envolvimento de áreas visuais (lobo parietal e occipital). (FONSECA,
2008)
38

3.4.6 - Discalculia

É um problema causado por má formação neurológica que se


manifesta como uma dificuldade no aprendizado dos números. Essa
dificuldade de aprendizagem não é causada por deficiência mental, má
escolarização, déficits visuais ou aditivos, e não tem nenhuma ligação com
níveis de QI e inteligência.

3.4.7 - Déficit de Atenção (com ou sem hiperatividade)

É um quadro em que os impulsos a nível cerebral se dão em uma


velocidade muito acima do normal. As conseqüências podem ser diversas,
como falta de atenção nas tarefas, impulsividade e agressividade o que reflete
em problemas de relacionamento familiar e social. A criança portadora desse
quadro tende a ser desorganizada, desleixada, desastrada.

3.4.8 - Lesão Cerebral

Afeta a criança como um todo. Pode ser sensorial, isto é, auditivo ou


visual mental, quer dizer, rebaixamento, da capacidade intelectual ou ainda
emocional grave. Provocada por um trauma, a lesão cerebral resulta na
deterioração da autonomia e funcionamento cognitivo, físico e emocional.

Após a transcrição do presente capítulo foi possível conhecer as


diferentes naturezas causadoras das dificuldades de aprendizagens. São
39

minúcias de uma “máquina” maravilhosa que é o corpo e a mente humana.


São informações que embora tenham natureza técnica, poderão acrescentar e
muito na vida prática dos educadores. Afinal, só se “domina” aquilo que se
conhece.
CONCLUSÃO

Após pesquisa realizada para construção do presente trabalho foi


possível observar que o desenvolvimento e a aprendizagem da criança estão
presentes através da interação com o meio físico e social. Para que o processo
de aprendizagem ocorra deve a criança experimentar, imitar, reproduzir e estar
sendo munida todo o tempo de instruções de pessoas que atuarão junto à ela.

No entanto, a pesquisa deu-nos também um conhecimento mais


aprofundado no que concerne aos problemas que acometem esse processo de
aprendizagem.

Foi possível identificar que o conceito de dificuldades de aprendizagem


não pode ser um conceito rígido. O conceito implica em diversas definições e
ainda pode ser um pouco ambíguo e é necessário que se tente determinar o
problema em si, sem rótulos e expressões equivocadas, diferenciando caso a
caso de forma particular e personalíssima.

Segundo o CDC (Centers for Disease Control and Prevention),


aproximadamente 20% das crianças apresentam dificuldades de
aprendizagem em idade escolar. (SINCKEVICIUS, 2010, p. 29)

Diante de tantas inseguranças e desconhecimento, muitas vezes, o


médico é o mais procurado para se buscar a causa da dificuldade na criança,
porém devemos lembrar de que muitos fatores interferem na aprendizagem ou
na ausência dela, não somente problemas clínicos.

Outra constatação possível foi que a família, a escola, o professor e a


sociedade em que a criança está inserida, envolvem aspectos socioculturais
importantes para o aprender de uma criança. Afinal, esse é o mundo dela.
41

No caso em voga a abrangência maior é o papel da escola, tendo em


vista que o trabalho foi efetuado sobre o prisma educacional. Sobre nossa
visão, a escola tem a função de estimular experiências. Dentro desse espaço
estimulador além de ser motivado a aprender, cada indivíduo deve ser
percebido como um ser único, cheio de emoções, de interseções e de energia,
que necessitam ser extravasadas, socializadas, experimentadas para que se
tornem realmente significativas para a vida em sociedade e para o
aprendizado.

Diante desse papel tão relevante da escola, é correto afirmar que


repensar o conteúdo e a prática pedagógica, nas escolas, trocando a rigidez e
a passividade pela vida, pela alegria, pelo entusiasmo de aprender, por uma
nova maneira de ver, pensar, compreender e reconstruir o conhecimento é de
extrema importância.

Os Professores não devem atuar selecionando socialmente seus


alunos. Isto é, não devem voltar-se somente aos que aprendem facilmente e
tem bom ritmo, isto é a parte mais fácil de ensinar.

As crianças que dependem deles e cujo futuro se construirá


fundamentalmente através da dedicação e competência do professor, são
essas que apresentam alguma interferência na aprendizagem. É na interação
com essas crianças que o professor vai corresponder ao ideal do mestre,
enfrentará dificuldades e a cada sucesso alcançado, saberá que valeu a pena
ter vivido. (FONSECA, 2008)

É papel de o Psicopedagogo ajudar esta instituição a entender melhor


as crianças e suas necessidades, desenvolvendo práticas que melhorem a
área cognitiva, respeitando as características individuais dos alunos,
procurando reforçar os pontos fortes e auxiliando os pontos fracos, objetivando
minimizar o êxodo e a exclusão e banindo a rotulação e a discriminação.

Mas, há de se ressaltar que a família constitui outro elo fundamental


para o aprendizado e para dirimir os problemas de aprendizagem.
42

A família não pode ser deixada de lado neste momento, pois através
dela a troca de experiências é essencial. A Integração entre escola e a família
é de suma importância para se conhecer a criança de maneira integral e
amenizar as dificuldades de aprendizagem.

Por fim, faz-se mister afirmar que diferentemente do que alguns


pensam e relatam, a dificuldade de aprendizagem não é problema do
educador, do “operador da educação”.

Qualquer agente, qualquer parente, qualquer amigo pode ser um


facilitador de aprendizagem, basta querer.
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______. A Criança e seu Mundo. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.


ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ........................................................................................... 2


DEDICATÓRIA................................................................................................... 3
RESUMO ........................................................................................................... 6
SUMÁRIO .......................................................................................................... 7
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8

CAPÍTULO 1 .................................................................................................... 10
APRENDIZAGEM - GENERALIDADES ........................................................... 10
1.1 - Fases da Aprendizagem .......................................................................... 11
1.2 - Processo Ensino-Aprendizagem .............................................................. 14
1.3 - Política Educacional................................................................................. 15
1.4 - O processo de aprendizagem e a família ................................................ 16
1.5 - O Processo de aprendizagem e o Professor ........................................... 18

CAPÍTULO 2 .................................................................................................... 20
PROBLEMAS COM APRENDIZAGEM - TERMINOLOGIAS .......................... 20
2.1 - Distúrbios de aprendizagem .................................................................... 21
2.2 - Transtornos de aprendizagem ................................................................. 24
2.3 - Dificuldades ou problemas de aprendizagem .......................................... 29
2.4 - Deficiência de Aprendizagem .................................................................. 31
2.4.1 - Deficiência de Aprendizagem – Ajuda necessária ......................... 31

CAPÍTULO 3 .................................................................................................... 33
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM – NATUREZAS.................................. 33
3.1 - Dificuldade transitória – em uma única área............................................ 33
3.2 - Dificuldade Global .................................................................................... 34
3.3 - Imaturidade Funcional ............................................................................. 35
3.4 - Disfunção Cerebral .................................................................................. 35
50

3.4.1 - Disfasia .......................................................................................... 36


3.4.2 - Disartria ......................................................................................... 36
3.4.3 - Dislexia .......................................................................................... 36
3.4.4 - Disgrafia ......................................................................................... 37
3.4.5 - Disortografia .................................................................................. 37
3.4.6 - Discalculia ...................................................................................... 38
3.4.7 - Déficit de Atenção (com ou sem hiperatividade) ........................... 38
3.4.8 - Lesão Cerebral .............................................................................. 38

CONCLUSÃO .................................................................................................. 40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ....................................................................... 43
ÍNDICE ............................................................................................................. 49
FOLHA DE AVALIAÇÃO .................................................................................. 51
FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:
AVM FACULDADE INTEGRADA

Título da Monografia:
DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM: CONCEITOS E GENERALIDADES

Autor:
DEUSA NICOLAU VERNECK DE OLIVEIRA

Data da entrega:
SET 2012

Avaliado por: Profª. Fernanda Canavez Conceito:

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