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1964: golpe ou revolução?


Tiago Cordeiro, especial para a Gazeta do Povo [29/03/2019] [17:51] 49 COMENTÁRIOS

Parada militar de 07/09/1972. (Imagem: Arquivo Nacional, Correio da Manhã)

Há 55 anos, às 3h45 da madrugada de 2 de abril de 1964, uma


quinta-feira logo após a Páscoa, o presidente do Congresso
Nacional, o senador Auro Moura Andrade, declarou a vacância
Nacional, o senador Auro Moura Andrade, declarou a vacância
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da presidência da República. Acompanhado do presidente do
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POPULARES Tribunal Federal, Álvaro Ribeiro da Costa,
1º mêsMoura

Andrade deu posse ao presidente da Câmara dos Deputados,


Pascoal Ranieri Mazzilli. Tinha início assim o regime militar.
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Mazzilli seria mantido no cargo apenas até o dia 11 de


  abril,
  
quando o Congresso Nacional elegeu o marechal Castelo
Branco. Apenas 21 anos depois, em 1985, um civil voltaria a
assumir a presidência. Ao longo deste período, o Congresso foi
fechado três vezes e o governo passou a governar utilizando
Atos Institucionais.

Nossas convicções: O valor da democracia

Em 2013, essa sessão do Congresso foi anulada quando o


então presidente do Senado, Renan Calheiros, entregou um
diploma simbólico de presidente da República a João Vicente
Goulart, o filho de João Goulart, o Jango. Foi, de fato, uma
ação ilegal, ainda que tenha contado com o apoio do STF:
Jango não estava fora do país, pré-requisito básico para o
Congresso declarar vacância, segundo a Constituição vigente,
publicada em 1946.

Enquanto Moura Andrade apeava Jango do poder, o presidente


deposto procurava refúgio no Rio Grande do Sul, onde tentava
reeditar um movimento de mobilização política para garantir
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seu retorno ao poder – iniciativa parecida havia dado certo em
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1961, masOBSESSÕES
POPULARES desta vez falhou. Goulart chegaria ao 1º
exílio
mês no

Uruguai apenas no dia 4. Nunca mais voltaria ao país até a


morte, em 1976.
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Leia mais: 5 coisas que a Ditadura Militar gostaria que


 
você
  
esquecesse

Rapidamente, logo no início de abril, uma junta militar


preparou as eleições indiretas para presidente e tomou as
primeiras medidas de censura à imprensa, cassação de direitos
políticos de adversários e demissão sumária de funcionários
públicos não alinhados com o novo regime.

A deposição de Jango foi, portanto, resultado de uma ação


arbitrária, que depôs do cargo um presidente
democraticamente eleito. “Os eventos desde o dia 31 de março
de 1964 até a madrugada de 2 de abril representam uma série
de violações à democracia e à constitucionalidade,
caracterizando um golpe de estado”, explica Caroline Silveira
Bauer, professora do Departamento de História da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

“Clamor da maioria”
Em 2019, pela primeira vez desde a redemocratização em 1985,
o Poder Executivo tem lideranças que discordamASSINE
dessa visão.
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Consideram que o que aconteceu ao longo daqueles três dias
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foi uma revolução – ou contrarrevolução, uma medida
preventiva para evitar que o Brasil se tornasse uma ditadura
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comunista.

    
Enquanto era deputado federal, o atual presidente Jair
Bolsonaro criou o hábito de celebrar o dia 31 de março. Todos
os anos, na companhia dos filhos, levava diante do Ministério
da Defesa uma faixa com os dizeres: “Parabéns militares,
graças a vocês o Brasil não é Cuba”. Disparava fogos de
artifícios e, em alguns casos, discursava para a câmera: “31 de
março de 1964. Data da segunda independência do Brasil.
Parabéns aos militares, às mulheres nas ruas, à igreja católica,
à grande mídia, que evitaram que, em 1964, o Brasil se
tornasse um satélite da União Soviética”.

Leia mais: A esquerda que combateu a ditadura militar não


queria a democracia no Brasil

Na presidência, Bolsonaro determinou que o Exército celebre a


data. As Forças Armadas já divulgaram a Ordem do Dia,
assinada pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e
pelos comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

O texto afirma: “O 31 de março de 1964 estava inserido no


ambiente da Guerra Fria, que se refletia pelo mundo e
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penetrava no País. As famílias no Brasil estavam alarmadas
1º mês e
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colocaram-se em marcha. Diante de um cenário de graves
convulsões, foi interrompida a escalada em direção ao
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totalitarismo. As Forças Armadas, atendendo ao clamor da
ampla maioria da população e da imprensa brasileira,
  
 
assumiram o papel de estabilização daquele processo”.
Pensamento parecido têm dois ministros do governo, Ernesto
Araújo, das Relações Exteriores, e Ricardo Vélez Rodríguez, da
Educação.

Sequestro de Lacerda
De fato, o golpe contou com apoio de setores expressivos da
população, incluindo a cúpula do Exército e do empresariado.
Até mesmo parte do movimento estudantil dava suporte a
ações pró-militares. As principais lideranças cristãs, católicas e
protestantes, participavam ativamente das manifestações que
defendiam a mudança no regime. Grandes veículos da
imprensa, incluindo os jornais Folha de S.Paulo, Estado de São
Paulo e O Globo, celebraram a derrubada de Jango. Mais
recentemente, tanto imprensa quanto Igreja fizeram seus mea-
culpa.

Além disso, havia indícios de que João Goulart poderia forçar


mudanças na Constituição a fim de se candidatar a presidente
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em 1965, quando haveria eleições. Eleito vice-presidente em
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1960, numa época
POPULARES OBSESSÕES em que os candidatos a presidente
1º mês e vice
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não formavam uma chapa única, Jango estava na China, em


visita diplomática, quando Jânio Quadros, o presidente eleito,
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renunciou. Para conseguir retornar ao país e retomar o cargo, o
vice se apoiou na Campanha da Legalidade, promovida   por
 
seu cunhado, Leonel Brizola, a partir do Rio Grande do Sul.
Num primeiro momento, aceitou que o regime fosse alterado
para o parlamentarismo. Em janeiro de 1963, um plebiscito
determinou a volta do presidencialismo.

Leia mais: 6 crimes hediondos cometidos contra crianças


durante a Ditadura Militar

Jango se tornara o presidente de fato, e rapidamente


apresentou um grande plano trienal para aumentar o
crescimento da economia e diminuir a inflação. O plano
fracassou rapidamente, e em outubro de 1963 o presidente
pediu ao Congresso que decretasse estado de sítio.

O objetivo, na época, era depor seus principais adversários, os


governadores de São Paulo, Adhemar de Barros, e da
Guanabara, Carlos Lacerda. O governo chegou a planejar o
sequestro de Lacerda, como descreve o jornalista Elio Gaspari
em seu livro 'A Ditadura Envergonhada': “Por uma ordem do
ministro da Guerra, Lacerda seria capturado por uma patrulha,
ministro da Guerra, Lacerda seria capturado por uma patrulha,
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durante uma visita matutina ao hospital MiguelR$Couto.
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tudo errado.
POPULARES Desamparado, Jango submeteu-se 1ºàmês
OBSESSÕES humilhação
de retirar o projeto que remetera à Câmara”.
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Leia mais: Justiça reconhece 1ª vítima da ditadura, militar
morto 4 dias depois do golpe  
  

De toda forma, no início de 1964, o presidente ainda era


bastante popular. “Jango não era comunista, era um político
vinculado a ideais trabalhistas, e não tinha nenhuma
intencionalidade de realizar a ‘revolução’ no Brasil”, afirma a
professora Caroline Silveira Bauer. “Contava com grande
aprovação da opinião pública, de acordo com pesquisas de
opinião realizadas à época, e seu governo sofreu um processo
de desestabilização desde o primeiro momento”.

Um levantamento do Ibope realizado entre 9 e 26 de março de


1964, e só publicado em 1989, indicava que 50% dos eleitores
pretendia votar novamente em Jango, caso ele conseguisse
concorrer.

Discurso final
Na mesma época, Jango continuava pedindo mudanças na
Constituição, a fim de aprovar um novo plano de
transformação do Brasil, as chamadas reformas de base – e, de
quebra, permitir sua candidatura a um novo mandato. ASSINE Era o
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que dizia Luiz Carlos
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Prestes, aliado do governo e mês
1º secretário-
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geral do Partido Comunista, em entrevista concedida à TV Tupi


em janeiro de 1964: “Talvez mesmo, o candidato do presidente
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Goulart à presidência seja ele mesmo. Não sei como ele
pretende chegar lá. Será através de uma reforma  
  
constitucional? Pode ser, não?”.

Leia mais: Afinal de contas, o que realmente é uma ditadura?

Enquanto isso, as Ligas Camponesas de Francisco Julião


formavam um grupo de resistência no campo, e Leonel Brizola
organizava seus Grupos dos Onze. Seriam duas forças
militarizadas capazes de apoiar as ações do presidente. Além
disso, militares de baixa patente, ligados a sindicatos e
partidos de esquerda também tendiam a apoiar as ações do
presidente. Foi quando Jango resolveu desautorizar o alto
comando militar e dar suporte a uma ação de quebra de
hierarquia que seu governo caiu.

Na noite de 30 de março, Jango visitou o Automóvel Clube, no


Rio de Janeiro, onde se reuniam sargentos, cabos e marujos
que, dias antes, haviam sido punidos pelo ministro da Marinha
por sublevação porque, nas palavras de Elio Gaspari, “haviam
transformado uma irrelevante Associação de Marinheiros e
Fuzileiros Navais numa entidade parassindical, monitorada
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pelo Partido Comunista”. Os 12 oficiais presos foram libertados
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ePOPULARES
saíram pelas ruas em passeata, junto a dezenas1º mês
OBSESSÕES de colegas. O
ministro pediu demissão.

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Depois de visitar os militares rebelados, no Rio de Janeiro,
Jango iniciaria uma série de comícios. No dia 3, estaria
 
em
  
Santos. Na semana seguinte, em Santo André, no ABC Paulista.
Em 11 de abril, iria até Salvador, possivelmente para anunciar
o monopólio da distribuição de petróleo. Na sequência,
viajaria até Belo Horizonte e Brasília, concluindo com a
celebração do primeiro de maio em São Paulo. Nada disso
aconteceu, em grande parte porque a visita do Automóvel
Clube e o discurso declamado ali, ao vivo em cadeia de
televisão, irritou militares da cúpula que vinham sendo
afastados para cargos de menor poder, mas se mantinham
influentes.

“Estaríamos, sim”, Jango declamou naquela noite,


“ameaçando o regime se nos mostrássemos surdos aos
reclamos da nação, que de Norte a Sul, de Leste a Oeste
levanta o seu grande clamor pelas reformas de estrutura,
sobretudo pela reforma agrária, que será como complemento
da abolição do cativeiro para dezenas de milhões de brasileiros
que vegetam no interior, em revoltantes condições de miséria”.

Derrota rápida
Derrota rápida ASSINE
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Diante
POPULARESdesse gesto de desmoralização da hierarquia
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1º mês militar,

lideranças militares expressivas como o marechal Ademar de


Queiroz e o general Cordeiro de Farias mobilizaram forças.
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Convenceram o general Humberto de Alencar Castelo Branco a
participar da reação contra o governo.   
 

Enquanto Castelo fazia contatos telefônicos em todo o Brasil,


preparando o golpe para dali a dez dias, um general de Minas
Gerais, Olympio Mourão Filho, atropelava a organização do
golpe e colocava suas tropas para partir de Juiz de Fora até o
Rio de Janeiro. Castelo tentou impedir a ação, que considerava
precipitada, mas não conseguiu – Mourão Filho, que já tinha
sido transferido do Rio Grande do Sul e de São Paulo por suas
falas golpistas, não voltou atrás. O grupo de Castelo buscou
então agilizar a derrubada do presidente.

Leia mais: Como a espionagem comunista se infiltrou no


governo de dois ex-presidentes brasileiros

Enquanto as tropas partiam, no dia 30 de março, o Comando


Geral dos Trabalhadores (CGT) decretava greve geral em todo o
Brasil. Nem a batalha aconteceu, nem a greve: não houve
nenhum conflito aberto nas horas que se seguiram, para a
surpresa dos próprios militares.
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Em depoimento prestado posteriormente, o general-de-
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brigada
POPULARES Daniel Lomando Andrade, que em 1964 1ºera
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mêscapitão

servindo em São Gabriel (RS), disse quem na época, esperava-


se por uma batalha longa. “Havia uma ideia de que teríamos
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que combater de dois a quatro meses até que se consolidasse
a queda do governo. E isso não aconteceu. O dispositivo
  
 
político, sindical e militar do presidente João Goulart caiu em
vinte e quatro horas e surpreendeu os revolucionários”.

Ao longo do dia primeiro de abril, João Goulart, que estava no


Rio de Janeiro, primeiro partiu para Brasília. Dali, percebendo
que seu dispositivo militar de suporte tinha sido rapidamente
desmantelado, ele rumou para o Rio Grande do Sul. A
indefinição do presidente impediu uma guerra civil, na mesma
medida em que facilitou o trabalho dos conspiradores. Jango
se recusou a dar carta branca para Brizola partir para o
confronto aberto, mas tampouco aceitou o pedido do
comandante do Exército em São Paulo, o general Amaury
Kruel.

Padrinho de um filho de Jango e liderança central para o


sucesso do golpe, Kruel ligou para o presidente, pedindo que
ele rompesse publicamente com os aliados de esquerda.
Jango respondeu: “General, eu não abandono meus amigos.
Se essas são as suas condições, eu não as examino. Prefiro
ficar com as minhas origens O senhor que fique com as suas
ficar com as minhas origens. O senhor que fique com as suas
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convicções. Ponha as tropas na rua e traia abertamente”.
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“Revolução gloriosa”
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No final das contas, o exército não precisou de tropas nas ruas
para tomar o poder. Bastou o apoio do Congresso e  do
  
Judiciário, que em 2 de abril validaram o golpe. Rapidamente,
o regime militar afastou as lideranças civis enquanto uma
pequena parte da oposição, vinda principalmente dos
sindicatos e da ala do movimento estudantil ligada a grupos de
esquerda, começava a se organizar para reagir com ações de
guerrilha que visavam mudar o regime, sem aderir à
democracia.

Como já afirmou o tenente-coronel Pedro Candido Ferreira


Filho, “eles se fecharam e se reorganizaram e partiram para
fazer cursos de guerrilha fora do país. Os líderes sindicalistas
foram, então, realizar cursos no exterior e voltaram preparados
para a guerra. Voltaram a partir de 1966 e 1967. Começaram
então os atentados”.

Os militares, aliás, eram personagens ativos na política


brasileira fazia alguns anos: provocaram a demissão de Jango
do Ministério do Trabalho em 1954, garantiram a posse de
Juscelino Kubitschek (e de seu vice-presidente, o próprio
Jango) em 1955 e foram decisivos para as negociações que
Jango) em 1955 e foram decisivos para as negociações que
ASSINE
permitiram que Jango voltasse ao Brasil e assumisse
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1º mês
em um regime parlamentarista, em 1961. Em 1964,
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derrubaram o presidente com grande facilidade. Rapidamente


deram
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WISE UPa uma ditadura.
NEWS

Leia mais: Como era o Brasil durante a ditadura militar


  
 

Ao longo dos anos em que o regime militar governou o país, os


acontecimentos daqueles dias eram chamados de “revolução
gloriosa”.

Desde a redemocratização, o Exército, a Marinha e a


Aeronáutica mantiveram o hábito de celebrar, discretamente,
o dia 31 de março – data considerada mais adequada do que o
1º de abril, dia da mentira, para marcar a mudança de regime.

Foi só durante o governo de Dilma Rousseff (PT), ex-militante


guerrilheira, presa e torturada pela ditadura, que o Ministério
da Defesa desautorizou qualquer manifestação. Em 31 de
março de 2019, haverá, novamente, momentos de celebração.
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