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Dissertacao - Dimensionamento de Edificio PDF
Dissertacao - Dimensionamento de Edificio PDF
Júri
Presidente: Prof. José Manuel Matos Noronha da Câmara
Orientador: Prof. Pedro Guilherme Sampaio Viola Parreira
Vogal: Prof. António José da Silva Costa
Outubro 2010
AGRADECIMENTOS
A todos os meus colegas da ViaTúnel P.G.F. que sempre estiveram disponíveis para me ajudar em
todas as matérias.
Aos meus amigos, por não se esquecerem de mim apesar dos tempos em conjunto que tive de
abdicar para concluir este trabalho. Aos meus amigos “ex-colegas” de curso, com os quais muito
aprendi e cujas noites de estudo partilhadas foram fundamentais ao longo de todo este percurso
académico.
À minha família, que sempre me incentivou e me “empurrou” nas alturas em que mais precisei. Um
agradecimento especial aos meus tios por estarem sempre presentes, ao meu pai pela insistência e à
minha mãe pelo carinho.
i
ii
PROJECTO DE ESTRUTURAS DE UM EDIFÍCIO
RESUMO
Para tal, foi desenvolvido um programa de pós-processamento que permite a verificação de secções
rectangulares simetricamente armadas à flexão bi-composta e a verificação de secções em “H” ou “T”
à flexão composta.
Uma vez que a realidade da actividade do projecto de estruturas actual é baseado na aplicação de
ferramentas de processo automático de dados, foi naturalmente utilizado um programa tridimensional
de elementos finitos na modelação do edifico. No entanto, foram igualmente utilizados métodos
tradicionais ao longo do processo, nomeadamente na fase de pré-dimensionamento, na validação do
modelo e na avaliação crítica dos resultados.
Os desenhos de betão armado e pré-esforço dos elementos estruturais dimensionados, bem como os
desenhos de dimensionamento do edifício encontram-se em Anexo.
iii
iv
STRUCTURAL DESIGN OF A BUILDING
ABSTRACT
The aim of this work is to present the different phases of a building’s structural design, from its initial
conception through to final design. Thus, the Structural’s Design Solution, Pre-Design, Seismic
Analysis and Design phases are covered throughout the process, having only been designed
structural elements subject to compound bending – columns, core and pre-stressed slabs, and beams
subject to simple bending.
For this, a post-processing program that verifies the safety of rectangular cross-sections with
symmetrical rebar subject to compound bending in both directions and also “H” or “T” cross-sections
subject to compound bending in one direction was developed.
Given this, the purpose of the developed document consists on the application of the theoretical
knowledge platform obtained over the course on the practice activity of structural design.
Once, nowadays, structural design is based on the current use of automatic data processing
applications, a three-dimensional finite elements program was used in its development. However,
traditional methods were also used throughout the process, particularly at the pre-designing phase, in
model validation and critical assessment of results.
Design General Criterias, based on Portuguese regulation in use – RSA, REBAP and Eurocodes, as
well as the Calculation Assumptions considered in structural elements Ultimate Limit States and
Serviceability Limit States verification are set out in detail throughout the document.
Detailed reinforced concrete and pre-stress design drawings of the designed structural elements, as
well the building’s general design, can be the found in Appendix.
Keywords: Structural Design; Compound Bending; Pre-Design; Modeling; Seismic Analysis; Design.
v
vi
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO 1
1.1 BASES ARQUITECTÓNICAS 2
1.2 ORGANIZAÇÃO 3
2 SOLUÇÃO ESTRUTURAL 5
3 CRITÉRIOS GERAIS DE DIMENSIONAMENTO 11
3.1 SEGURANÇA ESTRUTURAL – REGULAMENTAÇÃO 11
3.2 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA EM RELAÇÃO AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS 11
3.3 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA EM RELAÇÃO AOS ESTADOS LIMITES EM SERVIÇO 14
3.4 ACÇÕES 17
3.5 COMBINAÇÕES DE ACÇÕES 26
3.6 MATERIAIS E RECOBRIMENTO 27
3.7 CAPACIDADE RESISTENTE DO SOLO 28
4 PRÉ-DIMENSIONAMENTO 29
4.1 LAJES 29
4.2 VIGAS 33
4.3 PILARES 36
4.4 FUNDAÇÕES 39
4.5 MUROS DE SUPORTE 40
4.6 ESCADAS 42
5 MODELAÇÃO DA ESTRUTURA 43
5.1 GEOMETRIA 44
5.2 ELEMENTOS ESTRUTURAIS 45
5.3 CONDIÇÕES DE FUNDAÇÃO 49
5.4 ACÇÕES 49
5.5 PORMENORES DE APLICAÇÃO 51
5.6 VALIDAÇÃO DO MODELO 52
6 ANÁLISE SÍSMICA 55
6.1 COMENTÁRIOS AO COMPORTAMENTO SÍSMICO DO EDIFÍCIO EM ESTUDO 55
6.2 FREQUÊNCIAS, FACTORES DE PARTICIPAÇÃO DE MASSA E MODOS DE VIBRAÇÃO 57
6.3 COEFICIENTE SÍSMICO 62
7 HIPÓTESES DE CÁLCULO PARA A VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA 63
7.1 VERIFICAÇÃO AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS 63
7.2 VERIFICAÇÃO AOS ESTADOS LIMITES EM SERVIÇO 79
vii
8 ANÁLISE DE ESFORÇOS E VERIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS 81
8.1 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DE ELEMENTOS PRÉ-ESFORÇADOS 82
8.2 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DE LAJES 93
8.3 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DE VIGAS 98
8.4 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DE PILARES 102
8.5 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO NÚCLEO 104
9 CONCLUSÃO 105
BIBLIOGRAFIA 107
viii
ÍNDICE DE FIGURAS
ix
Figura 4.7 – Cálculo de momentos na laje considerando um comportamento de flexão
cilíndrica ...............................................................................................................................32
Figura 4.8 – Deformada da laje de cobertura com uma espessura de 0.40m .......................32
Figura 4.9 – Numeração das vigas do piso 1........................................................................33
Figura 4.10 – Numeração das vigas da cobertura ................................................................33
Figura 4.11 – Áreas de influência das vigas do piso 1 ..........................................................34
Figura 4.12 – Áreas de influência das vigas da cobertura ....................................................34
Figura 4.13 – Compatibilização dos momentos negativos ....................................................35
Figura 4.14 – Áreas de influência dos diferentes posicionamentos dos pilares ....................36
Figura 4.15 – Áreas de influência do piso 0 ..........................................................................37
Figura 4.16 – Áreas de influência do piso 1 ..........................................................................37
Figura 4.17 – Áreas de influência do piso 2 ..........................................................................37
Figura 4.18 – Áreas de influência da cobertura do nível inferior ...........................................37
Figura 4.19 – Áreas de influência da cobertura do nível superior .........................................37
Figura 4.20 – Dimensões de uma sapata .............................................................................39
Figura 4.21 – Modelos em consola e encastrado-apoiado (para semi-encastrado) para pré-
dimensionamento dos muros................................................................................................40
Figura 4.22 – Modelos bi-apoiado para pré-dimensionamento da laje das escadas .............42
Figura 4.23 – Cálculo de momentos na laje da escada considerando um modelo bi-apoiado
.............................................................................................................................................42
Figura 5.1 – Modelo tridimensional de elementos finitos ......................................................43
Figura 5.2 – Diferentes orientações dos elementos visíveis ao nível do piso 1 .....................44
Figura 5.3 – Malha Global vista em planta............................................................................44
Figura 5.4 – Malha a 17 Graus vista em planta ....................................................................44
Figura 5.5 – Malha de coordenadas cilíndricas para definição do muro na zona da garagem
.............................................................................................................................................45
Figura 5.6 – Elemento de barra com os nós de extremidade evidenciados a verde .............45
Figura 5.7 – Elemento de casca com os nós de extremidade evidenciados a verde ............46
Figura 5.8 – Discretização da laje aligeirada do piso 0 com os capitéis e maciçamentos a
verde-escuro ........................................................................................................................46
Figura 5.9 – Geometria do núcleo em planta ........................................................................47
Figura 5.10 – Elementos de barra rígidos ao nível dos pisos ...............................................48
Figura 5.11 – Cargas em “faca” referentes ao pré-esforço na laje de cobertura ...................48
Figura 5.12 - Cargas nodais referentes ao pré-esforço na laje de cobertura ........................48
Figura 5.13 – Cargas em “faca” na direcção perpendicular referentes ao pré-esforço no piso
0 ...........................................................................................................................................49
x
Figura 5.14 – Aplicação das cargas referentes ao peso próprio das escadas ao nível dos
pisos 0 e 1 ............................................................................................................................50
Figura 5.15 – Cargas referentes às paredes de alvenaria exteriores aplicadas no piso 1.....50
Figura 5.16 – Distribuição dos impulsos do terreno no muro ................................................51
Figura 5.17 – Tirantes axialmente rígidos a ligar a viga na laje de cobertura superior à laje de
cobertura inferior ..................................................................................................................52
Figura 5.18 – Diagrama de momento na direcção 2-2 da laje de cobertura para a
combinação ELU1 ................................................................................................................53
Figura 5.19 – Deformada do piso 1 referente à sobrecarga de cobertura .............................54
Figura 6.1 – Enquadramento tectónico de Portugal continental. As placas tectónicas
indicadas são: NA (Norte Americana), EU (Euro-asiática) e AF (Africana) ...........................55
Figura 6.2 – Diferentes alinhamentos de pilares orientados segundo as quatro direcções
principais de inércia..............................................................................................................57
Figura 6.3 – Frequência de diferentes tipos de estruturas ....................................................58
Figura 6.4 – Modelo encastrado ao nível do piso 0 ..............................................................60
Figura 6.5 – Primeiro modo de vibração visto em planta 3d .................................................60
Figura 6.6 – Primeiro modo de vibração visto em perspectiva 3d .........................................60
Figura 6.7 – Segundo modo de vibração visto em planta 3d ................................................61
Figura 6.8 – Segundo modo de vibração visto em perspectiva 3d ........................................61
Figura 6.9 – Terceiro modo de vibração visto em planta 3d .................................................61
Figura 6.10 – Terceiro modo de vibração visto em perspectiva 3d .......................................61
Figura 7.1 – Simplificação do método do diagrama rectangular ...........................................64
Figura 7.2 – Diagrama de tensões na secção e posição da Linha Neutra (LN) ....................64
Figura 7.3 – Posição da LN para 3.5‰ e para 10‰ ............................................65
Figura 7.4 – Posição da LN para 3.5‰ e para ..............................................65
Figura 7.5 – Extensões admissíveis para o betão e para o aço ............................................66
Figura 7.6 – Extensões limites para o betão e para o aço ....................................................67
Figura 7.7 – Diagrama de extensões e forças numa secção de betão armado sujeita a flexão
composta..............................................................................................................................68
Figura 7.8 – Limite de esforço axial favorável/desfavorável ..................................................68
Figura 7.9 – Folha de introdução de dados e navegação do programa ................................69
Figura 7.10 – Diagramas de extensões e tensões no betão e no aço para o caso de rotura
45 .........................................................................................................................................72
Figura 7.11 – Flexão desviada .............................................................................................75
Figura 7.12 – Modelo de verificação aos estados limites últimos de punçoamento em corte e
em planta .............................................................................................................................77
Figura 7.13 – Traçados de perímetro básico de controlo para diferentes secções ...............77
xi
Figura 7.14 – Traçados de perímetro básico de controlo para secções junto às extremidades
.............................................................................................................................................78
Figura 8.1 – Lajes pré-esforçadas aplicadas num edifício em Hong Kong sem pilares
interiores ..............................................................................................................................82
Figura 8.2 – Livros sobre actuação de forças horizontais de compressão ............................83
Figura 8.3 – Cargas verticais ascendentes provocadas por um traçado parabólico pré-
esforçado numa laje bi-apoiada............................................................................................83
Figura 8.4 – Tipos de aplicação de pré-esforço ....................................................................83
Figura 8.5 – Aplicação de pré-esforço pré-tensionado com libertação das ancoragens depois
da cura do betão ..................................................................................................................84
Figura 8.6 – Bainhas de pré-esforço instalados antes da betonagem...................................84
Figura 8.7 – Fio ....................................................................................................................86
Figura 8.8 – Conjunto de 7 fios (cordão) ..............................................................................86
Figura 8.9 – Cordão embainhado .........................................................................................86
Figura 8.10 – Estrutura da ancoragem de um monostrand ...................................................86
Figura 8.11 – Dimensões das ancoragens ...........................................................................86
Figura 8.12 – Afastamentos mínimos de ancoragens ...........................................................86
Figura 8.13 – Distribuição dos cordões de pré-esforço no piso 0 .........................................87
Figura 8.14 – Distribuição dos cordões de pré-esforço no piso 1 .........................................87
Figura 8.15 – Distribuição dos cordões de pré-esforço no piso 2 .........................................87
Figura 8.16 – Traçado esquemático do cabo de pré-esforço sem continuidade, com as
cargas de puxe a verde e as correspondente cargas nodais equivalentes a azul .................88
Figura 8.17 – Traçado esquemático do cabo de pré-esforço com continuidade, com as
cargas de puxe a verde e as correspondente cargas nodais equivalentes a azul .................88
Figura 8.18 – Excentricidades do cabo de pré-esforço. ........................................................88
Figura 8.19 – Distribuição dos cabos de pré-esforço na laje de cobertura ............................90
Figura 8.20 – Traçado esquemático do cabo de pré-esforço da cobertura, com as cargas de
puxe a verde e as correspondente cargas nodais e distribuída equivalentes a azul .............90
Figura 8.21 – Deformada do piso 0 com pré-esforço ............................................................91
Figura 8.22 – Deformada do piso 1 com pré-esforço ............................................................91
Figura 8.23 – Deformada do piso 2 com pré-esforço ............................................................91
Figura 8.24 – Deformada do piso 1 com pré-esforço e laje de 0.50m ...................................92
Figura 8.25 – Deformada do piso 2 com pré-esforço e laje de 0.50m ...................................92
Figura 8.26 – Deformada da laje de cobertura com pré-esforço ...........................................92
Figura 8.27 – Localização das lajes a pormenorizar. A azul, a laje do piso 2, com as zonas
maciçadas e capitéis a azul escuro e as extremidades em consola a amarelo. A cor de
laranja, apresentam-se as lajes de cobertura .......................................................................93
xii
Figura 8.28 – Secção considerada no cálculo da laje maciça de 0.50m ...............................94
Figura 8.29 – Secção equivalente considerada no cálculo da laje nervurada a azul, com o
valor de bm obtido da tabela x.x, correspondente a 208mm ..................................................95
Figura 8.30 – Diferentes tipos de secções com diferentes solicitações ................................97
Figura 8.31 – Localização das vigas analisadas. Vigas V1.15 e V1.16 a azul, vigas DC.1 à
DC.3 e VC.6 a verde e viga VC.5 a cor de laranja ................................................................98
Figura 8.32 – Localização dos pilares analisados. Pilar PC4 a cor de laranja, pilar PD3 a
verde, pilar PE2 a encarnado, pilar PE4 a roxo e pilar PR6 a amarelo ...............................102
Figura 8.33 – Secção equivalente do núcleo na direcção do momento indicado (M33) ......104
Figura 8.34 – Secção do núcleo .........................................................................................104
Figura 8.35 – Secção equivalente do núcleo na direcção do momento indicado (M22) ......104
xiii
xiv
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2.1 – Características das lajes nervuradas de blocos de cofragem recuperável ........ 8
Tabela 3.1 – Cargas distribuídas por metro quadrado nas lajes respeitantes às paredes
interiores ..............................................................................................................................20
Tabela 4.1 – Pré-dimensionamento das vigas do piso 1.......................................................33
Tabela 4.2 – Pré-dimensionamento das vigas da cobertura .................................................33
Tabela 4.3 – Resultados do pré-dimensionamento das vigas ...............................................35
Tabela 6.1 – Períodos, Frequências e Factores de Participação Modal ...............................58
Tabela 6.2 – Coeficientes sísmicos para as diferentes acções sísmicas e direcções ...........62
xv
xvi
ÍNDICE DE QUADROS
xvii
xviii
ÍNDICE DE GRÁFICOS
xix
xx
LISTA DE ABREVIAÇÕES
A – Área
– Cargas permanentes
– Eurocódigo
– Força no betão
$ – Momento de Inércia
) – Momento flector
, – Esforço normal
xxi
,+ – Valor de cálculo do esforço normal actuante
– Pré-esforço
– Peso Próprio
– Sobrecarga
– =
4 – Volume
4 – Esforço transverso
c’ – Coesão efectiva
7 – Excentricidade
xxii
8 – Valor médio da tensão de cedência do betão à compressão
8; – Valor de cálculo da tensão de cedência do aço para armaduras de betão armado
8;1 – Valor característico da tensão de cedência do aço para armaduras de betão armado
= – Altura
> – Raio
– Espaçamento de varões
? – Abertura de fendas
@ – Coeficiente de sismicidade
A – Peso volúmico
xxiii
D – Coeficiente de comportamento
E – Ângulo
F – Tensão de cedência
G – Coeficiente de poisson
H – Ângulo de atrito
xxiv
1 INTRODUÇÃO
Uma vez que neste trabalho se encontram aplicados os conhecimentos teóricos adquiridos ao longo
do curso de Engenharia Civil do Instituto Superior Técnico, revela-se um objectivo do mesmo a
compreensão da aplicabilidade dessa plataforma de conhecimentos à actividade prática do projecto
de estruturas. Esses fundamentos são explicados ao longo do processo, seguidos da sua aplicação
prática de cálculo.
Pretende-se então nesta dissertação percorrer as fases por que passa o projecto de estruturas de um
edifício, desde a definição da solução estrutural e fase de pré-dimensionamento até à fase final de
dimensionamento, onde é também avaliado o comportamento dinâmico da estrutura e efectuada a
verificação aos estados limites últimos e de serviço.
Sendo um facto que os programas de cálculo automático constituem uma ferramenta de extrema
utilidade para a análise de estruturas no panorama da engenharia de estruturas actual, foi
naturalmente utilizado um programa tridimensional de elementos finitos – o SAP2000 – onde foi
desenvolvido o modelo do edifício proposto, com a finalidade de analisar estática e dinamicamente o
seu comportamento.
Relativamente ao objecto de estudo, este consiste num edifício de utilização colectiva cujas bases de
projecto arquitectónico se encontram explicadas no seguinte subcapítulo. As plantas, cortes e alçados
das bases de arquitectura encontram-se em Anexo nas Peças Desenhas de Arquitectura.
1
1.1 BASES ARQUITECTÓNICAS
O edifício de estudo possui uma configuração arquitectónica bastante irregular, tanto em planta como
2
no seu desenvolvimento em altura. Com uma área de implantação de aproximadamente 975m , este
tem 39.50m na sua extensão máxima, sendo difícil cotar outras dimensões devido à irregularidade
que o caracteriza. Apresentando 4 pisos, com diferentes desenvolvimentos em planta (sendo o piso 0
semi-enterrado e o piso -1 totalmente enterrado), a sua configuração em planta vai encurtando de
piso para piso, até que o último piso (piso 2) apresente uma área correspondente a 33% da área do
piso -1.
Este último, correspondente ao piso de entrada do edifício, apresenta uma configuração semelhante
à do piso inferior. Neste encontram-se as salas de espera, dois gabinetes médicos, uma secretaria,
salas polivalentes, uma cozinha com dispensa, um restaurante e ainda instalações sanitárias
masculinas, femininas e para deficientes. A cota de arquitectura encontra-se a 69.00m, à excepção
do pátio do lado Nordeste que está 15cm rebaixado. O canto do edifício da zona Sudoeste ao nível
deste piso está em consola, bem visível no alçado Sul de arquitectura. Por questões estruturais esta
consola foi eliminada, ou seja o piso -1 foi prolongado em planta até à extremidade do piso 1.
O piso 2 apresenta uma área descoberta sensivelmente semelhante à área coberta devido ao grande
recuo que apresenta. Neste existem 4 salas de formação à cota de 70.45m, sendo que a zona
exterior se encontra a uma cota naturalmente inferior correspondente a 70.00m.
Finalmente, a cobertura do último piso apresenta duas cotas diferentes, uma à cota de 74.65m e
outra 1.25m abaixo. Na cobertura mais alta existem quatro clarabóias.
O acesso entre pisos é feito por elevador e por intermédio de escadas, tanto interiores como
exteriores, ao nível de todos os pisos.
2
1.2 ORGANIZAÇÃO
O presente capítulo apresenta uma introdução ao que se pretende desenvolver nesta dissertação
bem como os seus objectivos, sendo também feita uma breve explicação da arquitectura do edifício.
O capítulo 7 apresenta os fundamentos de cálculos para a verificação aos estados limites últimos e
em serviço aplicados no capítulo 8. É ainda explicado o programa de pós-processamento
desenvolvido em ambiente de programação VBA.
3
4
2 SOLUÇÃO ESTRUTURAL
Nesta fase do projecto, o factor mais condicionante é de facto a geometria do edifício, aliada à
arquitectura, que condiciona em muito a malha de pilares. Estes factores limitam a liberdade de
escolha do posicionamento dos pilares, vigas e lajes, bem como as suas dimensões.
Posto isto, foi criada uma solução estrutural para o edifício de estudo que atendesse a todos estes
condicionalismos. Globalmente foi conseguido manter a arquitectura original sem grandes alterações.
No entanto, foram feitas algumas alterações que consistiram essencialmente numa alteração da
geometria ao nível do piso -1 e no aumento de pilares que ficaram ligeiramente de fora das paredes.
A explicação destas alterações é descrita adiante neste capítulo. Os desenhos da estrutura
encontram-se em Anexo nas Peças Desenhas de Estabilidade.
Relativamente ao objecto de estudo, este consiste num edifício cuja arquitectura condiciona de uma
forma bastante limitativa a configuração estrutural. Os grandes espaços abertos que o caracterizam
tornam impossível a colocação de pilares. No entanto, é sugerido pela arquitectura o posicionamento
de alguns pilares que se encontram nesses espaços abertos. Esta sugestão foi naturalmente
considerada, uma vez que esses mesmos vãos requerem o máximo de pilares possíveis.
Em relação aos restantes pilares tentou-se criar uma malha o mais regular possível, tentando
encontrar alinhamentos paralelos e perpendiculares onde fosse possível “encaixar” a malha de
pilares. Conseguiu-se, assim, encontrar 3 alinhamentos (eixos 2, 4 e 5 da figura 2.1) que constituem a
base funcional da estrutura, com eixos na sua perpendicular e outros alinhamentos numa direcção
enviesada condicionados pela geometria do edifício.
5
Figura 2.1 – Representação esquemática dos eixos de pilares no edifício na planta de arquitectura do piso 0
Os pilares do eixo 2 encontram-se alinhados com a direcção da parede. Seria preferível que se
encontrassem na direcção perpendicular, contudo o auditório do piso 1 e as salas polivalentes com
paredes amovíveis do piso 0 tornaram essa solução inviável. Estes pilares apresentam na sua
2
maioria dimensões de 0.35x0.70m , sendo que os pilares de extremidade têm dimensões de
2 2
0.30x0.35m e 0.35x0.35m .
Entre os eixos 2 e 4 apenas foi possível posicionar um pilar. Este encontra-se no eixo D e apresenta
2
uma dimensão maior de 0.35x1.25m , por ter uma grande área de influência. Ao longo do eixo 3 (ver
desenhos de dimensionamento em Anexo) seria conceptualmente favorável a existência dum
alinhamento de pilares, no entanto, o espaço livre necessário para o auditório e a sala polivalente
(entre os eixos D e G) impossibilitaram uma vez mais essa solução.
No eixo 4 existe pouco espaço para a colocação dos pilares, pelo que existem três (PB4, PC4 e PE4)
que excedem ligeiramente o espaço concedido pela arquitectura. Os pilares adoptados ficam
ligeiramente de fora das paredes pelo que, nestes casos, a arquitectura deve ser repensada em
conformidade com a solução estrutural.
Figura 2.2 – Pilar PB4 Figura 2.3 – Pilar PC4 Figura 2.4 – Pilar PD4
6
De forma a tentar ser o menos invasivo possível, os pilares deste alinhamento apresentam diferentes
2 2
secções. Estas variam dos 0.35x0.35m (PA4) aos 0.45x0.80m (PC4). Em relação aos pilares que se
prolongam até à cobertura, estes apresentam uma diminuição da secção a partir do piso 2,
2 ficando
todos com uma dimensão de 0.35m na direcção perpendicular à parede. Ainda neste alinhamento,
2
nasce um pilar com 0.35x0.70m no piso 0 (pilar PG4). É um pilar extremamente necessário ao apoio
da cobertura
ra que não poderia existir no piso -1, pois cortava a entrada dos veículos.
Os pilares do eixo 5 apresentam também limitações de espaço e dimensão, quer por se encontrarem
no meio de salas quer por estarem entre envidraçados. No entanto, o facto de “morrerem”
“morrer no piso 2
não implica dimensões tão grandes como os restantes, estes encontram-se
encontram se alinhados com a direcção
2 2
da parede e apresentam dimensões que variam dos 0.35x0.35m aos 0.35x0.55m .
O eixo 7 apresentava de arquitectura 3 pilares circulares à vista. Estes foram mantidos com as
dimensões que apresentavam de arquitectura – 0.35m de diâmetro.
O facto de o edifício mudar de orientação em altura interfere na geometria dos pilares de canto. Por
esta razão, os pilares PI5 e PR7 na transição do piso 0 para o piso 1 apresentam uma rotação
rot em
relação ao seu eixo.
Os grandes vãos (na ordem dos 10m) apresentados na concepção arquitectónica, tornaram a solução
tradicional de laje maciça,, uma solução pouco
pouc eficaz. As deformações traduzidas numa solução deste
tipo implicavam lajes de espessura incomportáveis tanto a nível arquitectónico como económico, pelo
que se adoptou uma solução de laje aligeirada de cocos
co pré-esforçada
esforçada com capitéis e bandas
maciçadas. Com este tipo de solução obtém-se
obtém se um melhor comportamento ao nível das deformações
com uma redução significativamente da quantidade de betão na laje (economicamente favorável).
Figura 2.5 – Geometria das lajes nervuradas de blocos de cofragem recuperável aligeiradas
7
Módulo de
Altura Largura Distância ao C.G. da
Espessura Altura Área da Flexão Peso
do Média da Inércia
da Lâmina Total Secção Face Face Próprio
molde Nervura Superior Inferior
Superior Inferior
2 4 3 3 2
[mm] [mm] [mm] [mm] [cm ] [mm] [mm] [cm ] [cm ] [cm ] kN/m
50 350 182 918 115 235 96048 8352 4087 4.3
300 75 375 186 1118 117 258 122897 10504 4763 4.9
100 400 190 1318 123 277 151574 12323 5472 5.55
50 450 200 1162 156 294 203062 13017 6907 5.6
400 75 475 204 1362 157 318 251824 16040 7919 6.25
100 500 208 1562 160 340 301779 18861 8876 6.85
hm hs H bm A Vs Vi Inércia Ws Wi pp
Na zona junto aos pilares existem capitéis, com o objectivo de aumentar a capacidade de resistência
da laje ao esforço de corte elevado que se verifica nestes pontos (punçoamento) bem como aumentar
a resistência da laje nos pontos onde sejam passíveis de existir momentos negativos. Estes
consistem simplesmente num maciçamento da laje na envolvente do pilar.
Em toda a bordadura das lajes, existem bandas maciças, que à semelhança dos capitéis, consistem
num maciçamento. Estas apresentam no mínimo a largura de um bloco de cofragem (0.80m). Na
zona do auditório existe uma banda maciça com 3.30m e com um reforço de pré-esforço.
Nas zonas descobertas do piso 1 (cobertura do piso 0), por terem menores cargas e menores vãos,
adoptaram-se lajes maciças com 0.30m e 0.35m de espessura.
A laje de cobertura apresenta 2 níveis. O mais alto, com um vão de 10.40m e 4 clarabóias, consiste
numa laje maciça vigada e pré-esforçada com 0.35m de espessura. A laje de cobertura que se
encontra a um nível inferior é fungiforme (por questões estéticas) e tem 0.25m de espessura. A ligar
2
estas lajes de cobertura existe uma viga dobra com 0.35x1.27m de secção.
As consolas do piso 2 têm apenas uma função estética e apresentam uma espessura de 0.25m.
8
Em todas estas lajes maciças existem vigas de bordadura. As vigas apresentam uma largura de
0.35m, correspondente à largura tipo dos pilares. As suas alturas variam entre 0.60m e 1.00m.
No que diz respeito aos mono-cordões de pré-esforço, ao nível das lajes nervuradas, existem apenas
2 mono-cordões por nervura, uma vez que por questões de espaço não existe espaço para mais. Na
banda maciçada existente no piso ,2 estes apresentam um afastamento de 200mm, enquanto que na
cobertura o afastamento corresponde a 140mm.
O núcleo apresenta as dimensões apresentadas pela arquitectura. Tem uma espessura de 22.5cm e
2.45m numa direcção e 2.175m na outra.
Ao nível das fundações, os pilares interiores descarregam em sapatas isoladas, à excepção daqueles
que devido à sua proximidade apresentam sapatas contínuas. Estas apresentam diferentes
dimensões que variam dos 1.85m aos 3.3m e encontram-se enterradas 0.50m. Relativamente à
sapata do núcleo, esta apresenta uma depressão devido ao fosso do elevador. As suas dimensões
2
são de 4.00x3.70m com uma espessura de 0.90m. Na parte envolta do fosso apresenta uma
sobreespessura de 0.50m.
A sapata do muro M2 apresenta uma largura de 1.80m com 0.50m de altura, com excepção da parte
da sapata do lado Nor-Nordeste que, por questões de limitação de terreno, se encontra excêntrica e
da parte junto ao muro M1, sendo que, no primeiro caso, a sua largura corresponde a 2.00m. A
sapata do muro M3 apresenta-se, pelas mesmas razões, igualmente excêntrica. Esta apresenta uma
largura de 2.50m e uma altura de 0.8m. A sapata do muro M2 encontra-se enterrada 0.50m, enquanto
que a sapata do muro M3 se encontra a uma profundidade de 1.00m.
Relativamente à sapata do muro M1, uma vez que esta também tem que ser excêntrica e apresenta
um impulso de terras considerável, a sapata deste muro foi ligada à sapata do muro M2, de maneira a
conseguir garantir a verificação da segurança ao deslizamento e derrubamento do muro M1.
9
10
3 CRITÉRIOS GERAIS DE DIMENSIONAMENTO
Os estados limites últimos (ELU) são aqueles relacionados ao colapso, ou a qualquer outra forma de
ruptura estrutural, que determine a incapacidade do uso da estrutura. A sua verificação é feita
segundo o princípio de que o esforço resistente de uma secção terá que ser maior que o esforço
actuante de cálculo.
11
Considerando que as tensões de tracção no betão são nulas, as tensões de compressão são
definidas pelo diagrama de parábola-rectângulo, sendo este parabólico até uma extensão de I
(extensão para a tensão máxima de compressão – I 2.0 ‰), e constante até à extensão de
<I (extensão última do betão – <I 3.5 ‰). O gráfico é definido pelas equações seguintes:
F 8 K1 L M1 L N O PQ>Q 0 R R I
I
(3.1)
Os valores de I , <I , e S são dados pelas tabelas 3.1 e do EC2, sendo S 2.
12
• Diagrama elasto-plástico sem limitação da extensão limite (linha horizontal);
• Diagrama com endurecimento na fase plástica limitado a uma extensão limite < 0.9<1 .
A segurança em relação aos estados limites últimos que não envolvem perda de equilíbrio ou fadiga,
foi elaborada em termos de esforços com base na condição:
R 2 (3.3)
Em geral:
em que:
SGik – esforço resultante de acção permanente considerada com o seu valor característico;
SQ1k – esforço resultante da acção variável base tomada com o seu valor característico (^_ no caso
da acção sísmica);
SQjk – esforço resultante das restantes acções variáveis tomadas com os seus valores característicos.
13
3.3 ESTADOS LIMITES EM SERVIÇO
Os estados limites em serviço (ELS) são aqueles que correspondem à impossibilidade do uso normal
de uma estrutura, estando relacionados com a durabilidade das estruturas, aparência, conforto do
utilizador e a boa funcionalidade das mesmas, seja em relação aos utilizadores, seja aos
equipamentos e máquinas existentes.
A combinação rara considera as acções permanentes quantificadas pelo seu valor médio (" ), a
acção variável base quantificada pelo seu valor raro (1 ) e as restantes acções variáveis pelos seus
valores frequentes (`: 1 ).
A combinação frequente considera as acções permanentes quantificadas pelo seu valor médio (" ),
a acção variável base quantificada pelo seu valor frequente (`: 1 ) e as restantes acções variáveis
pelos seus valores quase permanentes (`I 1 ).
A combinação quase permanente considera as acções permanentes quantificadas pelo seu valor
médio (" ) e as acções variáveis quantificadas pelos seus valores quase permanentes (`I 1 ).
A fendilhação num elemento de betão armado ocorre quando é atingida a tensão de rotura de tracção
do betão, que se admitiu nula.
A consideração da fendilhação num determinado projecto está relacionada ao tipo de obra e à sua
finalidade. Assim, no caso de reservatórios, por exemplo, a formação de fendas de grandes aberturas
pode comprometer seriamente a estanqueidade exigida para este tipo de estrutura. Para edifícios
correntes, a fissuração excessiva do betão pode acarretar, além de problemas estéticos, problemas
de deterioração da estrutura devido à corrosão da armadura.
É possível afirmar que fendilhação do betão armado é um fenómeno inevitável, visto que para impedi-
la, seria necessário adoptar secções de dimensões incomportáveis e financeiramente inviáveis. As
fendas devem ser controladas de forma a não comprometer a funcionalidade ou durabilidade das
estruturas. Além disso, deve ter-se em conta o desconforto psicológico que fendas com aberturas
excessivas causam aos utilizadores.
14
Diversas são as circunstâncias que podem acarretar a formação de fendas, podendo-se destacar
entre elas:
• Fendas causadas por solicitações devidas ao carregamento, causadas por acções directas
de tracção, flexão ou corte, ocorrendo sempre na zona traccionada;
• Fendas causadas por deformações impostas (acções indirectas), tais como retracção,
variação de temperatura e assentamentos diferenciais.
Em função do tipo de ambiente será então definido a abertura máxima de fendas admissível.
Atingindo este valor máximo especificado, a durabilidade e bom funcionamento da peça de betão fica
em causa. Segundo o artigo 68º do REBAP – QUADRO VIII, para o caso de armaduras ordinárias, o
estado limite a considerar é o de largura de fendas. Desta forma, limitou-se a abertura de fendas a
? 0.3aa para a combinação frequente, por se tratar de um ambiente pouco agressivo.
15
Relativamente a armaduras de pré-esforço, os estados limites a considerar são o de descompressão
e o de largura de fendas, seguindo as indicações do QUADRO IX no artigo 68º do REBAP. Desta
forma, por se tratar de um ambiente pouco agressivo, limitou-se a abertura de fendas a w = 0.2mm
para a combinação frequente e verificou-se a descompressão para a combinação quase permanente.
De forma análoga aos estados limites apresentados, estes correspondem aos estados onde as
deformações dos elementos ultrapassam os limites máximos definidos e aceitáveis para a utilização
normal da estrutura.
A deformação das estruturas deve ser controlada de maneira a não comprometer o bom
funcionamento da estrutura bem como de máquinas e equipamentos que nela possam existir. Os
valores limites da deformação devem ser tais que não comprometam a integridade de elementos não
estruturais, tais como paredes divisórias, envidraçados ou mesmo os revestimentos e acabamentos.
Não deve ainda permitir a acumulação de águas pluviais ou outras (caso de lajes de cobertura) ou
comprometer a estética da estrutura.
A deformação de um elemento de betão armado sujeito a esforços de tracção ou flexão deve ter em
consideração, para além das características de deformabilidade do betão e a existência de
armaduras longitudinais, a fendilhação do betão e ainda o comportamento diferido em resultado da
fluência e retracção.
16
As primeiras correspondem a deformações causadas pelo carregamento imposto e com direcção
definida. São classificadas em deformação instantânea e deformação a longo prazo, devido à
fluência.
Aquelas que não se enquadram nas deformações que dependem do carregamento não têm direcção
definida. São função da variação de volume causado por retracção e variação de temperatura.
A verificação de tensões nas fundações foi realizada em termos de tensões para a combinação rara
de acções, com base na condição, em que F e Fb designam respectivamente os valores de
dimensionamento da tensão actuante e resistente:
F c Fb (3.6)
3.4 ACÇÕES
Denomina-se acção a todo o agente capaz de produzir estados de tensão ou deformação num
qualquer elemento estrutural. Entre outras, enunciam-se os pesos próprios, revestimentos,
equipamentos, sobrecargas, cargas acidentais, vento, sismo, variação de temperatura, retracção,
fluência, vibrações, influência do processo de construção, assentamentos de apoios ou impulsos de
terreno e hidrostáticos.
A análise estrutural deve assim considerar a influência de todas as acções que possam produzir
tensões, esforços ou deformações significativas para a segurança da estrutura.
17
Em função da sua variabilidade no tempo e probabilidade de ocorrência, as acções podem ser
classificadas em:
• Acções Permanentes
• Acções Variáveis
• Acções Acidentais
As acções permanentes correspondem àquelas que ocorrem em praticamente toda a vida útil da
estrutura (período durante o qual se prevê que uma estrutura ou parte da mesma possa ser utilizada
para os efeitos a que se destina, com a manutenção prevista mas sem necessidade de grandes
reparações), ou com pequenas variações. Estas são ainda divididas em acções directas e acções
indirectas.
Relativamente às acções indirectas, estas podem ou não causar esforços na estrutura, dependendo
se esta é isostática ou hiperstática. As deformações impostas sem restrição à livre deformação não
introduzem esforços nas estruturas, por sua vez as deformações impostas com restrição à livre
deformação já introduzem esforços nas estruturas.
A acção não
Isostática
causa esforços
A acção causa
Hiperstática
esforços
As acções variáveis são aquelas que variam de intensidade de forma significativa ao longo da vida
útil da construção. São classificadas em directas, indirectas e dinâmicas.
18
o Acções variáveis directas – correspondem ao tipo de acções provocadas pela
utilização das estruturas por parte de pessoas ou veículos, considerando as acções
inerentes ao seu exercício – aceleração e frenagem. O vento representa também
uma acção deste tipo;
o Acções variáveis dinâmicas – consistem nas acções provocadas por qualquer tipo de
aceleração que provoque solicitações na estrutura, como é o caso do sismo. No
entanto não só a acção dinâmica do sismo deve ser considerada. Quando a estrutura
estiver sujeita a choques ou vibrações, os respectivos efeitos devem ser
considerados na determinação das solicitações. No caso de vibrações, deve ser
verificada a possibilidade de ressonância em relação à estrutura ou parte dela. Se
existir possibilidade de fadiga, esta deve ser considerada no dimensionamento dos
elementos.
As acções permanentes e variáveis consideradas no edifício de estudo são quantificadas a partir dos
valores que constam no RSA. Resumem-se, a seguir, as acções consideradas neste projecto:
A = 25 kN/m
3
Peso volúmico do betão armado
A = 20 kN/m
3
Peso volúmico do terreno
2
Revestimento dos pisos 1.5 kN/m
2
Revestimento da cobertura 2.0 kN/m
2
Carga distribuída de paredes interiores – pisos 0 e 1 3.7 kN/m
2
Carga distribuída de paredes interiores – piso 2 3.2 kN/m
19
A distribuição das cargas uniformemente distribuídas correspondentes às restantes cargas
permanentes (revestimento e paredes interiores), encontra-se representada nas seguintes figuras:
Figura 3.4 – Restantes cargas permanentes no piso 0 Figura 3.5 – Restantes cargas permanentes no piso 1
Figura 3.6 – Restantes cargas permanentes no piso 2 Figura 3.7 – Restantes cargas permanentes na
cobertura
1.5 W 3.2 4.7 f,/aI 1.5 W 3.6 5.1 f,/aI 2.0 f,/aI
Conforme o artigo 15º do RSA, é possível assimilar uma carga uniformemente distribuída em todo o
piso no caso de existir uma distribuição uniforme das paredes interiores. O cálculo desta carga e os
valores considerados foram os seguintes:
Espessura média das Peso da parede Altura média das Carga distribuída
2 2
paredes [cm] divisória [kN/m ] paredes [m] no piso [kN/m ]
Pisos 0 e 1 0.35 3.0 4 3.6
Piso 2 0.24 2.6 4.2 3.2
Tabela 3.1 – Cargas distribuídas por metro quadrado nas lajes respeitantes às paredes interiores
20
No caso das paredes exteriores foram calculadas, parede a parede, as áreas de parede de alvenaria,
descontando as áreas de envidraçados. Estas cargas lineares foram determinadas considerando o
2
peso próprio de uma parede com 35cm de espessura (3.0kN/m ).
O ângulo de atrito considerado para o terreno foi de op 30º, logo o coeficiente de impulso em
repouso corresponde a f/ 0.5 1 L 7SMoN.
21
3.4.2 ACÇÕES VARIÁVEIS
3.4.2.1 Sobrecargas
2
Em pisos 3.0 kN/m
2
No auditório 4.0 kN/m
2
Em coberturas acessíveis 2.0 kN/m
2
Em coberturas não acessíveis 1.0 kN/m
2
Em varandas 2.0 kN/m
2
Em varandas, numa faixa de um metro de largura adjacente ao parapeito 5.0 kN/m
2
Em acessos 5.0 kN/m
3.0 f,/aI 4.0 f,/aI 1.0 f,/aI 2.0 f,/aI 5.0 f,/aI
22
3.4.2.2 Sismo
A quantificação do sismo à luz do RSA considera o país dividido em 4 zonas. O edifício em estudo
localiza-se em Lisboa, pertencendo assim à zona sísmica A (coeficiente de sismicidade: @ 1.0).
No artigo 33º do REBAP estão definidos valores do coeficiente de comportamento para esforços
correspondentes a 3 diferentes tipos de estrutura com ductilidade normal ou melhorada: estrutura em
pórtico, em parede e mista (pórtico-parede). Relativamente ao projecto de estudo, a solução
estrutural definida não se enquadra directamente em nenhum destes tipos de estrutura.
23
18
16
14
12
10
[m]
8
0
0.000 0.005 0.010 0.015 0.020 0.025
[m]
δx δy
Como se pode verificar até à cota de 2.88m, que corresponde ao piso 0, a estrutura apresenta
deslocamentos praticamente nulos uma vez que se encontra totalmente confinada pelo muro. A partir
dessa cota a estrutura apresenta
senta uma deformada que varia de forma sensivelmente constante.
É difícil afirmar que a deformada se enquadre totalmente em alguma das deformadas tipo
apresentadas. Por um lado, esta apresenta um comportamento semelhante ao de uma estrutura
mista, visto que
e os deslocamentos na zona inferior da estrutura são condicionados pelo muro,
enquanto os da zona superior são condicionados pela deformada do pórtico. No entanto, a partir da
cota 2.88m esta apresenta um comportamento diferente, com uma deformada
deformada que se assemelha
a
mais a um comportamento típico de uma estrutura parede do que uma estrutura porticada. Face a
estas conclusões e admitindo que a estrutura é de ductilidade normal, o coeficiente de
comportamento (η) considerou-se
se com o valor 1.75, que, duma forma conservativa, corresponde a um
valor intermédio entre uma estrutura mista (η=2.0)
( e uma estrutura parede (η=1.5).
=1.5).
Os valores máximos expectáveis ao nível das massas oscilantes de 1 grau de liberdade quando
excitados na base com um sismo de determinadas características
características podem ser reflectidos em
espectros de resposta. Estes definem gráficos de uma função em que as abcissas referenciam a
frequência própria do oscilador e a ordenada o deslocamento, velocidade ou aceleração máxima ao
nível da massa oscilante.
24
Podendo-se, posteriormente, pela análise modal, obter resultados para sistemas com vários graus de
liberdade. De acordo com o RSA é possível quantificar a acção sísmica com recurso a uma análise
sísmica por espectro de resposta. Para tal este regulamento define duas acções sísmicas distintas:
• Acção sísmica tipo 2 – representa um sismo de maior magnitude a uma distância focal maior.
Os espectros de resposta utilizados foram os preconizados no RSA para os sismos tipo 1 e tipo 2.
Cada acção sísmica tem definida vários espectros de resposta que variam consoante o tipo de
terreno de fundação e o coeficiente de amortecimento da estrutura. Relativamente ao coeficiente de
amortecimento, este toma o valor de r 5%, valor característico das estruturas de betão armado,
enquanto que o terreno corresponde ao terreno tipo I, uma vez que se trata de um solo com uma
elevada rigidez.
3.4.2.4 Vento
A acção do vento não foi estudada devido ao facto de a acção sísmica ser condicionante, para
acções horizontais, para uma estrutura de betão armado com apenas 3 pisos elevados.
25
3.5 COMBINAÇÕES DE ACÇÕES
Um carregamento é definido pela combinação das acções que têm probabilidade não desprezível de
actuar simultaneamente sobre a estrutura, durante um período pré-estabelecido. Essas combinações
devem englobar as diferentes possibilidades de ocorrência simultânea das cargas de uma forma
verosímil, determinando os efeitos mais desfavoráveis para a estrutura. Na seguinte tabela estão
apresentadas as combinações analisadas no projecto:
Acções \ Combinações ELS1 ELS2 ELS3 ELS4 ELS5 ELS6 ELS7 ELS8 ELU1 ELU2 ELU3 ELU4 ELU5
PP 1 3.5 1 1 1 1 1 1 1.35 1 1 1 1
PRE-ESFORÇO 1 3.5 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
RCP 1 3.5 1 1 1 1 1 1 1.5 1 1 1 1
SC 0.6 3.1 0.4 1 0.6 0.6 0.6 0.6 1.5 0.4 0.4 0.4 0.4
SC_COB 0 0 0 1 0 0 0 0 1.5 0 0 0 0
IMPT 1 0 1 1 1 1 1 1 1.5 1 1 1 1
SISMO-X1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1.5 0 0 0
SISMO-X2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1.5 0 0
SISMO-Y1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1.5 0
SISMO-Y2 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1.5
Na acção “PP” (Pesos Próprios) está contabilizada a acção do peso próprio da estrutura, bem como a
acção do peso próprio das escadas. Na acção “RCP” (Restantes Cargas Permanentes) entram os
revestimentos dos pisos, a carga distribuída relativa às paredes interiores e as cargas lineares
devidas às paredes exteriores. A acção “SC” (Sobrecargas) contabiliza as sobrecargas de
pavimentos e dos acessos, ou seja, das escadas. A acção “SC_COB” consiste na sobrecarga de
cobertura e a acção “IMPT” refere-se ao impulso do terreno. Sendo que “ELS” corresponde a Estados
Limites em Serviço e “ELU” a Estados Limites Últimos, as combinações no modelo correspondem a:
• Combinação ELS1 – Combinação Frequente com sobrecarga como acção variável base;
• Combinação ELS2 – Combinação Frequente a Longo Prazo com sobrecarga como acção
variável base – os valores desta combinações resultam da soma dos valores da combinação
frequente com o coeficiente de fluência (φ=2.5);
• Combinação ELS4 – Combinação Rara com sobrecarga como acção variável base;
• Combinações ELS5 à ELS8 - Combinação Rara com o sismo como acção variável base, para
os sismos tipo 1 e 2 nas direcções X e Y.
• Combinação ELU1 – Combinação Fundamental com sobrecarga como acção variável base;
• Combinações ELU2 à ELU5 – Combinação Fundamental com o sismo como acção variável
base, para os sismos tipo 1 e 2 nas direcções X e Y.
26
Finalmente consideram-se combinações correspondentes às envolventes dos esforços. Estas
correspondem às seguintes:
• Betão – C25/30;
• Recobrimento – 3cm.
stu vwxyz 25
stu,t{|} vwxyz 30
st~ vwxyz 33
st~ vwxyz 2.6
stu,. vwxyz 1.8
stu,. vwxyz 3.3
t~ v
xyz 31
27
Relativamente ao aço das armaduras ordinárias considerado, este apresenta as seguintes
características:
Segundo esse mesmo relatório a zona ZG1 encontra-se dividida em duas subzonas ZG1B e ZG1A. A
primeira encontra-se a uma profundidade compreendida entre 0.50m (abaixo duma camada de aterro
com uma fina cobertura de terra vegetal – ZG2) e pelo menos a profundidade máxima atingida por
uma das sondagens. A esta zona correspondem níveis de argila, margas e areias com, com valores
de NSPT iguais ou superiores a 60 pancadas. A zona ZG1A, detectada entre os 1.50m e os 9.00m de
profundidade corresponde a níveis de margas compactas, calcários margosos e calcarenitos com
características rochosas.
C’ E’
Zona Geotécnica Descrição NSPT
3
[º] [kPa] [kN/m ] [MPa]
De uma forma simplificada adoptou-se um valor para a tensão admissível do terreno correspondente
a 600 kPa, obtido multiplicando por 10 o número de pancadas SPT.
28
4 PRÉ-DIMENSIONAMENTO
O pré-dimensionamento deve, naturalmente, seguir uma ordem, uma vez que em função das
dimensões dos elementos, os pesos próprios destes variam. Uma vez que as cargas seguem o
caminho tipo “laje viga pilar sapata”, o pré-dimensionamento seguiu essa mesma ordem.
4.1 LAJES
O vão condicionante para o pré-dimensionamento de uma laje, corresponde ao menor vão de entre
os maiores vãos da laje. Em função deste valor, é determinada a espessura da laje a adoptar.
No caso do edifício em estudo, este vão corresponde a 10.40m e verifica-se em todas as lajes do
edifício, incluindo a laje de cobertura.
Optou-se inicialmente pela consideração de uma solução de laje fungiforme. Para o vão
condicionante de 10.40m e seguindo as regras de pré-dimensionamento obtém-se uma espessura de
laje fungiforme maciça de:
% 10.4
30 30 = 0.35a
= =
(4.1)
29
Esta espessura implica uma carga distribuída majorada de:
P 1.35 j PPmk[l W 1.5 j 2 W 1.5 j 1.35 j 0.35 j 25 W 1.5 j 5.2 W 1.5 j 3 24f,/aI
Com o objectivo de garantir à laje uma boa ductilidade e evitar grandes densidades de armaduras
(critério de economia e qualidade de execução) deve-se verificar c 0.18.
)+ 324.5
0.2 0.18
5 j I j 8 1 j 0.31I j 16.67 j 1000
(4.2)
Tendo em conta que não se consegue garantir a fórmula anterior com a espessura examinada,
considerou-se uma espessura de 0.40m:
P 1.35 j PPmk[l W 1.5 j 2 W 1.5 j 1.35 j 0.40 j 25 W 1.5 j 5.2 W 1.5 j 3 25.8f,/aI
Figura 4.3 – Cálculo de momentos na laje considerando um comportamento de flexão cilíndrica e uma espessura
de 0.40m
30
)+ 348.8
0.16 c 0.18
5 j j 8 1 j 0.36 j 16.67 j 1000
I I
[Condição verificada]
Figura 4.4 – Deformada do piso 0 Figura 4.5 – Deformada do piso 1 Figura 4.6 – Deformada do piso 2
-5.4 -4.8 -4.2 -3.6 -3 -2.4 -1.8 -1.2 -0.6 0 0.6 1.2 1.8 2.4 cm
Dos resultados obtidos conclui-se que as flechas máximas admissíveis não são cumpridas,
excedendo bastante os valores a alcançar. No piso 0 a flecha atinge um valor de 2.50 cm, no piso 1
3.40 cm e no piso 2, 5.40 cm. À excepção do piso 0, para o vão de 10.40 m a flecha máxima não
cumpre sequer a condição de l/400 correspondente a 2.60 cm. Aumentado a espessura da laje para
0.50m aumenta-se, sensivelmente, para o dobro a inércia da secção, no entanto não é o suficiente
para atingir os valores pretendidos. Sendo esta a altura máxima admitida na arquitectura tornou-se
necessário considerar uma hipótese alternativa.
Tendo em conta que a acção do peso próprio corresponde a uma importante fatia da causa destas
grandes deformações, considerou-se a redução desta. Assim sendo, optou-se por uma solução de
laje fungiforme aligeirada pré-esforçada com capitéis. Com este tipo de solução consegue-se diminuir
significativamente o peso próprio da laje sem, no entanto, perder a altura útil das armaduras. O menor
peso desta solução aliada à utilização do pré-esforço, tem a vantagem de resultar em menores
deformadas para a laje. Posto isto, não é desenvolvido mais o pré-dimensionamento das lajes, uma
vez que se entra já no domínio do dimensionamento do pré-esforço. O restante pré-dimensionamento
da laje é feito no capítulo Análise de Esforços e Verificação dos Elementos Estruturais.
31
4.1.2 LAJE DE COBERTURA
A laje de cobertura apresenta igualmente um vão de 10.40m. Apesar das sobrecargas menores e das
aberturas que reduzem o peso total da laje, o facto de estar simplesmente apoiada conduz
igualmente a grandes deformadas.
)+ 348.8
0.16 c 0.18
5 j I j 8 1 j 0.36I j 16.67 j 1000
[Condição verificada]
-3.6 -3.2 -2.7 -2.3 -1.8 -1.4 -0.9 -0.4 0 0 0.9 1.35 1.8 2.25 cm
Figura 4.8 – Deformada da laje de cobertura com uma espessura de 0.40m
Pelas mesmas razões das lajes dos pisos inferiores, o restante pré-dimensionamento da laje será
efectuado no capítulo Análise de Esforços e Verificação dos Elementos Estruturais.
32
4.2 VIGAS
O pré-dimensionamento das vigas foi feito com base na condição de que a altura destas deve estar
m m
:/ :I
num intervalo entre e . Tendo em conta que a largura dos pilares corresponde a 0.35m, optou-se
por uma largura de vigas com esta mesma dimensão. Relativamente à altura das vigas, adoptou-se
uma altura mínima correspondente a 0.60m, independentemente das anteriormente calculadas.
Viga l [m] l/10 l/12 hadoptado [m] Viga l [m] l/10 l/12 hadoptado [m]
V1.1 2.3 0.23 0.19 0.6 VC.1 4.8 0.48 0.40 0.6
V1.2 10.1 1.01 0.84 0.9 VC.2 7.6 0.76 0.63 0.7
V1.3 2.1 0.21 0.18 0.6 VC.3 5.2 0.52 0.43 0.6
V1.4 7.5 0.75 0.63 0.7 VC.4 1.6 0.16 0.13 0.6
V1.5 2.3 0.23 0.19 0.6 VC.5 10.8 1.08 0.90 1
V1.6 9.9 0.99 0.83 0.9 DC.1 4.8 0.48 0.40 1.27
V1.7 2.9 0.29 0.24 0.6 DC.2 7.6 0.76 0.63 1.27
V1.8 7.2 0.72 0.60 0.7 DC.3 5.2 0.52 0.43 1.27
V1.9 4.6 0.46 0.38 0.6 VC.6 1.6 0.16 0.13 0.6
V1.10 5.1 0.51 0.43 0.6 VC.7 5.6 0.56 0.47 0.6
V1.11 4.2 0.42 0.35 0.6 VC.8 5.2 0.52 0.43 0.6
V1.12 1.9 0.19 0.16 0.6
Tabela 4.2 – Pré-dimensionamento das vigas da
V1.13 3.7 0.37 0.31 0.6 cobertura
V1.14 2.1 0.21 0.18 0.6
V1.15 9.1 0.91 0.76 0.6
V1.16 10.5 1.05 0.88 1.0
V1.17 7.7 0.77 0.64 0.7
V1.18 5.2 0.52 0.43 0.6
(Nota: a Viga “DC” corresponde à viga-dobra que faz a transição entre as duas lajes de cobertura.)
(Viga C.4)
(Viga
(Viga C.5)
(Viga V1.3)
(Viga C.7)
6)
V1.1
(Viga
)
V1.4
(Vi ga
(Viga C.6)
(Viga
V1 .5 )
(Viga
V1.7
V1.6
)
(Viga
0)
V1 .1
(Vi ga
.1 5)
V1
(Viga
(Viga (Viga
V1 .1 1) V1 .1 2)
(V iga
V1 .1
3)
(Viga
V1.1
4)
33
Com os valores de altura de vigas obtidos, procedeu-se a uma verificação simplificada das seguintes
condições de segurança em relação aos estados limites últimos:
)
c 0.25
5 j I j 8
(4.3)
Estes valores foram calculados em função das áreas de influência das vigas, considerando os valores
tabelados para viga com condições de apoio “simplesmente apoiada”, “encastrada-apoiada” ou
“duplamente encastrada”, com andamentos de carga rectangulares, triangulares ou trapezoidais. Nas
seguintes figuras estão representadas as áreas de influência das vigas, bem como o tipo de carga
considerado no cálculo. No caso de áreas de influência com forma irregular, considerou-se essa
carga distribuída numa área rectangular equivalente, seguindo a seguinte legenda de cores:
34
2 + - + -
Viga hadoptado [m] Área Influência [m ] M Sd [kN.m] M Sd [kN.m] μ μ VSd [kN] 0.5*VRd [kN]
V1.1 0.6 2.6 8 -7 0.00 0.00 41 420
V1.2 0.9 14.4 511 - 0.12 - 202 630
V1.3 0.6 1.9 7 -6 0.00 0.00 37 420
V1.4 0.7 14.9 326 - 0.13 - 138 490
V1.5 0.6 4.3 9 -241 0.01 0.01 49 420
V1.6 0.9 22.0 298 -241 0.07 0.06 267 630
V1.7 0.6 3.3 26 - 0.01 - 29 420
V1.8 0.7 2.8 60 -17 0.03 0.01 94 455
V1.9 0.7 2.6 24 -17 0.01 0.01 61 420
V1.10 0.6 7.3 102 - 0.06 - 65 420
V1.11 0.6 8.0 46 -54 0.03 0.04 136 420
V1.12 0.6 9.9 17 -65 0.01 0.02 109 420
V1.13 0.6 14.0 49 -65 0.03 0.05 157 420
V1.14 0.6 3.5 10 -65 0.01 0.01 56 420
V1.15 0.6 27.7 301 -310 0.17 0.22 294 420
V1.16 1.0 24.4 210 -310 0.04 0.04 240 700
V1.17 0.7 25.5 237 -251 0.10 0.12 273 490
V1.18 0.6 8.7 45 -47 0.03 0.03 105 420
VC.1 0.6 14.3 72 -336 0.04 0.09 190 420
VC.2 0.7 36.8 210 -336 0.09 0.17 332 490
VC.3 0.6 19.5 77 -336 0.04 0.09 177 420
VC.4 0.6 1.6 - -123 - 0.01 58 420
VC.5 1.0 25.9 1013 - 0.19 - 297 700
DC.1 1.27 13.4 85 -369 0.01 0.02 214 889
DC.2 1.27 37.7 231 -350 0.03 0.05 364 889
DC.3 1.27 19.5 86 -369 0.01 0.02 198 889
VC.6 0.6 1.6 - -137 - 0.01 58 420
VC.7 0.6 14.1 96 -194 0.05 0.12 218 420
VC.8 0.6 11.8 83 -194 0.05 0.10 203 420
No caso de vigas contínuas foi aplicada uma compatibilização de momentos aos momentos negativos
da seguinte forma:
Com, ) aá I
0.8 j aáM) ; ) N
35
4.3 PILARES
,+
G j 8
(4.5)
Tendo em conta que este método não contempla o efeito da flexão composta desviada da acção
sísmica, (que condiciona normalmente os pilares dos edifícios), adoptou-se um valor de 0,6 para o
valor de ajuste do esforço normal reduzido (G).
Relativamente às áreas de influência foram considerados três posicionamentos diferentes dos pilares
– pilar de extremidade, pilar intermédio e pilar central – uma vez que o seu posicionamento
condiciona os esforços absorvidos por cada pilar.
36
Nas figuras seguintes estão representadas as áreas de influência referentes a cada piso com a
seguinte legenda de cores:
Figura 4.15 – Áreas de influência do piso 0 Figura 4.16 – Áreas de influência do piso 1
Figura 4.18 – Áreas de influência da cobertura do nível Figura 4.19 – Áreas de influência da cobertura do nível
inferior superior
37
Na seguinte tabelas estão resumidos os valores obtidos:
Dimensões adoptadas
Área necessária a b Ф 2
Pilar Nsd [kN] 2 Área [m ]
[m ] [cm] [cm] [cm]
38
4.4 FUNDAÇÕES
O pré-dimensionamento de sapatas num edifício consiste em garantir que o terreno tem condições
para suportar as tensões a si transmitidas. Para o caso de sapatas isoladas, conhecido o esforço
axial na base dos pilares, determina-se a área mínima da sapata pela seguinte expressão:
,mkb
Fk
(4.6)
O valor da tensão admissível adoptada do terreno encontra-se explicado no capítulo Critérios Gerais
de Dimensionamento e corresponde a Fk 600fQ.
Sendo:
W 2 (4.7)
3 5 W 2 (4.8)
j 3 M W 2N j M5 W 2N (4.9)
4 j W 5 I L 2 j 5 j W I L 5 L
4
(4.10)
A altura mínima de sapatas deverá ser tal que garanta o seu funcionamento como um corpo rígido em
meio elástico (solo), e elimine os problemas de punçoamento.
aá¢M L N; M3 L 5N£
¡
3
(4.11)
39
No quadro da página seguinte estão apresentados os valores dos esforços axiais, para a combinação
rara, transmitidos às sapatas e as dimensões resultantes do pré-dimensionamento:
2 2
Sapata b [m] d [m] B [m] D [m] c [m] N [kN] Amin [m ] A [m ] Hmin [m]
Sapata PD3 0.5 1.25 2.3 3 0.9 2750 6.9 6.9 0.6
Sapata PC4 0.45 0.8 2.95 3.3 1.25 3718 9.3 9.7 0.8
Sapata PD4 0.35 0.7 2.15 2.5 0.9 2040 5.1 5.4 0.6
Sapata PE4 0.35 0.9 2.65 3.2 1.15 3337 8.3 8.5 0.8
Sapata PC5 0.45 0.35 2.05 2.15 0.85 1630 4.1 4.4 0.6
Sapata PD5 0.35 0.35 1.85 1.85 0.75 1270 3.2 3.4 0.5
Sapata PE5 0.55 0.35 2.15 2.35 0.9 1983 5.0 5.1 0.6
Sapata PF5 0.55 0.35 2.15 2.35 0.9 1970 4.9 5.1 0.6
Sapata PK7 0.35 0.35 1.75 1.75 0.7 1111 2.8 3.1 0.4
Sapata PM7 0.35 0.35 1.85 1.85 0.75 1365 3.4 3.4 0.5
Sapata PP7 0.35 0.35 1.45 1.45 0.55 795 2.0 2.1 0.4
Tendo em conta a proximidade das sapatas dos pilares PD4 e PK7 e ainda dos pilares PF5 e PP7
optou-se por sapatas contínuas entre estes elementos, tendo sido ajustadas as dimensões garantido
a verificação das tensões.
Figura 4.21 – Modelos em consola e encastrado-apoiado (para semi-encastrado) para pré-dimensionamento dos
muros
40
Considerando um peso volúmico do solo de 20kN/m e um ângulo de atrito igual a op 30º e um
3
P j % I A j = j f/ j = I 20 j 7 j 0.5 j 7I
)+ <b¤ : L L L L571.7f,. a/a
6 6 6
P j % I A j = j f/ j = I 20 j 3 j 0.5 j 3I
)+ <b¤ IM¥N L L L L33.75f,. a/a
8 8 8
P j % I A j = j f/ j = I 20 j 3 j 0.5 j 3I
)+ <b¤ IMN L L L 19.01f,. a/a
14.2 14.2 14.2
Limitando o valor de µ a 0.20, verificaram-se os muros M1, M2 e M3 para espessuras de 40cm, 20cm
e 20cm respectivamente.
) 571.7
<b¤ : 0.21 0.20
5. . 8 1 j 0,4 j 16,67 j 10¦
I I
) 35.89
<b¤ I 0.05 c 0.20
5. . 8 1 j 0,2 j 16,67 j 10¦
I I
) 98.87
<b¤ ¦ 0.15 c 0.20
5. . 8 1 j 0,2 j 16,67 j 10¦
I I
Desta forma adoptou-se uma espessura constante de 20cm para os muros M2 e M3 e, uma vez que
a espessura de 40cm não verifica para o muro M1, adoptou-se uma espessura variável com 45cm na
base e 20cm no topo para este último.
41
4.6 ESCADAS
Uma vez que esta escada apresenta um vão de 6.6m e uma altura de 4m a sua extensão
corresponde a 7.7a √6. 6I W 4I .
% 7.7
30 30 = ¨ 0.25a
= =
(4.12)
P 1.35 j PPmk[l W 1.5 j 2 W 1.5 j 1.35 j 0.25 j 25 W 1.5 j 1.5 W 1.5 j 5 18.2f,/aI
O que resulta no seguinte diagrama de momentos para uma secção tipo da laje da escada.
M = 134.8 kN.m/m
Figura 4.23 – Cálculo de momentos na laje da escada considerando um modelo bi-apoiado
Com o objectivo de garantir à laje uma boa ductilidade e evitar grandes densidades de armaduras
(critério de economia e qualidade de execução) deve-se verificar R 0.18.
)+ 134.8
0.18
5 j j 8 1 j 0.21 j 16.67 j 1000
I I
[Condição satisfeita]
42
5 MODELAÇÃO DA ESTRUTURA
As constantes alterações que um projecto sofre, influenciadoras da solução estrutural, bem como as
pressões económicas que se reflectem em prazos, requerem uma ferramenta que permita um eficaz
processamento de dados e rápidas alterações às estruturas. A engenharia de estruturas actual não
dispensa por isso a utilização de programas de cálculos automático para a sua análise. Assim, foi
utilizado o programa tridimensional de elementos finitos SAP2000 – Structural Analysis Program 2000
na elaboração do modelo do edifício.
Embora seja possível abordar os esforços dos vários elementos estruturais através de cálculos
manuais, apenas um modelo desta natureza consegue simular convenientemente o comportamento
dinâmico global da estrutura, bem como os modos de vibração desta com as respectivas frequências
próprias associadas. Este tipo de ferramenta permite igualmente um acesso rápido aos esforços a
que a estrutura se encontra submetida, facilitando o processo de verificação da segurança da
estrutura.
É importante salientar que apenas se apresenta o modelo final da estrutura. Este sofreu várias
alterações desde a fase de pré-dimensionamento, tendo sofrido alterações ao nível de secções de
pilares, vigas e lajes e mesmo a sua localização. O modelo passou assim por um processo de
refinamento até se chegar ao produto final.
43
5.1 GEOMETRIA
5.1.1 MALHA
A malha consiste numa grelha tridimensional onde se desenha a geometria da estrutura. O facto do
edifício em estudo apresentar dois planos de orientação distintos (figura 5.2) levou à necessidade da
criação de duas malhas, uma vez que a utilização de apenas uma levaria a uma malha extremamente
refinada, dificultando a sua leitura.
Desta forma foram criadas no modelo duas malhas, uma com um alinhamento segundo as
orientações X e Y do programa e outra com uma rotação aproximada a 17º relativamente ao eixo
global.
Figura 5.3 – Malha Global vista em planta Figura 5.4 – Malha a 17 Graus vista em planta
O facto de se ter adoptado uma solução de laje aligeirada influenciou desde logo a sua geometria.
Tendo em conta que o espaçamento das nervuras corresponde a 0.80m foi pensada de início uma
malha onde os afastamentos de pilares tivessem espaçamentos múltiplos preferenciais de 0.80m, ou
0.40m. Esta medida facilitou em muito a modelação, uma vez que com esta aproximação diminuiu-se
significativamente o refinamento necessário da malha, principalmente na zona dos capitéis. O
44
inconveniente desta simplificação reflecte-se no facto de o modelo não corresponder exactamente à
realidade, no entanto o erro máximo corresponde a 0.20m o que se considerou aceitável.
Na zona da entrada da garagem onde existe um muro circular, foi necessária a criação de uma malha
de coordenadas cilíndricas que permitisse uma melhor representação da forma curvilínea deste.
Figura 5.5 – Malha de coordenadas cilíndricas para definição do muro na zona da garagem
Os pilares e vigas existentes na estrutura foram simulados como elementos de barra. Estes
correspondem a elementos finitos com dois nós, um em cada extremidade, tendo cada um deles 6
graus de liberdade, 3 de translação e 3 de rotação.
As lajes foram simuladas através de elementos finitos de casca de 3 e 4 nós, tendo cada nó, à
semelhança dos nós dos elementos de barra, 6 graus de liberdade. No domínio dos elementos finitos
de casca existem 2 tipos diferentes: laje fina e laje espessa. No modelo foi adoptada a laje fina, que
se baseia na teoria de Kirchhoff onde, ao contrário da teoria de laje espessa, não permite a
consideração do efeito da deformabilidade por esforço transverso. A sua utilização é aconselhável
sempre que a espessura a relação vão/espessura seja maior que 10.
45
Figura 5.7 – Elemento de casca com os nós de extremidade evidenciados a verde
No modelo são consideradas dois tipos diferentes de lajes: lajes maciças e lajes aligeiradas. Uma vez
que o programa utilizado não tem uma aplicação directa para a simulação deste segundo tipo de laje,
foi considerado um mesmo elemento com duas alturas independentes, uma correspondente à área
equivalente e outra altura correspondente à inércia equivalente.
Figura 5.8 – Discretização da laje aligeirada do piso 0 com os capitéis e maciçamentos a verde-escuro
Ora, estes valores correspondem a uma largura de 0.80m (afastamento entre nervuras) e devem ser
por isso convertidos a uma largura unitária. Tem-se assim uma altura h equivalente a uma laje maciça
com a mesma área da laje aligeirada de:
46
®¯
©ª« ¬\.~ j ¥ | j °ª« ± °ª« . ²~
. ¯
²³
©ª« ¬\.~ j ¥ | j °ª« ± °ª« . ~
. ¯
E uma altura h equivalente a uma laje maciça com a mesma inércia da laje aligeirada de:
µ | j °ª« ®
´ª« ¬\.~ j ¥¯ ± °ª« . ³¯®~
. ¯ ³
®µµ | j °ª« ®
´ª« ¬\.~ j ¥¯ ± °ª« . ®²~
. ¯ ³
5.2.3 NÚCLEO
Ao representar estes elementos desta forma foi necessário introduzir elementos de barra, ao nível de
cada piso, rígidos à torção e à flexão de forma a compatibilizar os deslocamentos (de torção, flexão e
translação) com os elementos de casca adjacentes. De modo a conferir a estes elementos uma
rigidez praticamente infinita (quando comparada com a dos restantes elementos), alterou-se nas
propriedades da secção o coeficiente multiplicador da constante de torção e do momento de inércia
em torno dos eixos 2 e 3, para um factor de 1000. O peso e a massa foram reduzidos para um valor
perto de zero por forma a não serem contabilizados.
47
Figura 5.10 – Elementos de barra rígidos ao nível dos pisos
Cada elemento de barra rígido é ligado ao nó da extremidade do elemento vertical que simula o
núcleo através duma compatibilização dos deslocamentos entre estes elementos.
Relativamente aos cabos de pré-esforço, estes não foram de facto modelados, foram sim modeladas
as cargas equivalentes ao pré-esforço aplicadas sob a forma de cargas nodais e cargas em “faca” em
elementos de barra fictícios, cujas propriedades de esforço axial, esforço transverso, momentos,
massa e peso foram reduzidas para valores próximos de zero, constituindo assim apenas um
elemento para localização da carga sem influência alguma a nível de rigidez.
Figura 5.11 – Cargas em “faca” referentes ao pré-esforço Figura 5.12 - Cargas nodais referentes ao pré-esforço na
na laje de cobertura laje de cobertura
48
Uma vez que nos restantes pisos os cabos de pré-esforço têm traçados trapezoidais, os elementos
de barra fictícios foram colocados na direcção transversal aos cabos passando na linha onde as
cargas nodais equivalentes de pré-esforço se encontram.
Com as informações obtidas pelo relatório geotécnico admitiu-se o terreno com capacidade suficiente
para absorver os esforços dos elementos verticais da estrutura, todos estes elementos foram
simulados como totalmente encastrados na base.
5.4 ACÇÕES
As cargas referentes às restantes cargas permanentes e sobrecargas foram simuladas como cargas
uniformemente distribuídas nos elementos de casca dos pisos.
5.4.2 ESCADAS
Face ao tipo de análise que se pretende estudar, o elemento global das escadas não será totalmente
modelado, prendendo-se apenas a representação das cargas destes elementos sobre as lajes onde
assentam. Este facto deve-se à observação continuada de que este tipo de elementos entra em
rotura logo nos primeiros instantes do sismo. Pela sua configuração geométrica é fácil perceber que
efectivamente a capacidade resistente a acções horizontais este elemento é praticamente nula, pelo
que é preferível não entrar em linha de conta com a sua contribuição no modelo global. O facto de se
considerarem as escadas nos modelos globais pode originar acréscimos de resistência que na
realidade não existem, tornando o modelo menos conservativo. Os cálculos referentes às escadas
são geralmente efectuados à mão.
49
Contudo, as cargas que estes elementos provocam na restante estrutura não podem ser
desprezadas, deste modo foram modelados elementos de barra fictícios com o intuito de representar
as cargas referentes às escadas (peso próprio, restantes cargas permanentes e sobrecarga).
Posteriormente foram aplicadas nesses elementos as cargas provenientes das escadas sob forma de
cargas em “faca”.
Figura 5.14 – Aplicação das cargas referentes ao peso próprio das escadas ao nível dos pisos 0 e 1
As paredes de alvenaria exteriores foram simuladas com cargas distribuídas em “faca” sobre as vigas
onde estas descarregam. No caso de existirem paredes de alvenaria numa zona sem viga foram
criados elementos de barra fictícios.
50
5.4.4 IMPULSOS DO TERRENO
Os impulsos do terreno foram simulados através de uma carga triangular aplicada ao nível dos
elementos de casca.
5.4.5 SISMO
Uma vez inseridos os espectros definidos no capítulo Critérios Gerais de Dimensionamento, foram
criadas análises espectrais para cada tipo de sismo segundo as direcções X e Y. Aplicando o
coeficiente de 0.57 para as direcções X e Y e o coeficiente 0 para a direcção vertical, resultam as
seguintes análises espectrais: SISMO-X1; SISMO-X2; SISMO-Y1; SISMO-Y2. O valor de 0.57 foi
obtido através da divisão do coeficiente de sismicidade @ 1 pelo coeficiente de comportamento
D 1.75.
Na definição da acção sísmica houve que ter em conta que as repostas máximas para cada modo de
vibração em cada uma das direcções não acontecem em simultâneo, tendo para tal que se proceder
à sua combinação. Relativamente à combinação direccional, utilizou-se a RQSQ (Raiz Quadrada da
Soma dos Quadrados), correspondendo no fundo à combinação geométrica dos esforços nas duas
direcções. Este corresponde ao resultado pretendido, uma vez que um sismo actuando numa
direcção também provoca esforços na outra direcção, sendo por isso necessária a sua combinação.
Em relação à combinação modal, optou-se pela CQC (Combinação Quadrática Completa), sendo
mais apropriada, que a RQSQ, para uma análise tridimensional com frequências de vibração
próximas, permitindo assim correlacionar os esforços obtidos para os diferentes modos de vibração.
A dobra vertical existente a unir as lajes dos pisos de cobertura necessitou uma atenção especial em
termos de modelação. Inicialmente foi simulada com elementos de casca, no entanto foi alterada para
uma viga aplicada ao nível da laje de cobertura superior e ligada à laje inferior através de tirantes
51
axialmente rígidos com o objectivo de transmitir as cargas desta segunda laje para a viga. Desta
forma, consegue-se uma análise consideravelmente mais simples, pois pode-se assim armar a banda
como uma viga.
Figura 5.17 – Tirantes axialmente rígidos a ligar a viga na laje de cobertura superior à laje de cobertura inferior
Os programas de cálculo de estruturas são ferramentas poderosas que vieram auxiliar em muito a
vida do engenheiro de estruturas actual. Cálculos complexos que antigamente levavam bastante
tempo a ser efectuados à mão, são agora executados numa questão de segundos e com grande
precisão. No entanto, estes programas podem ser uma ferramenta perigosa se o engenheiro confiar
em resultados que não sejam precisos.
Vários são os erros que se podem dar na criação do modelo e levar a esforços e deformadas irreais.
Torna-se assim necessária uma validação do modelo, confirmando a correcta inserção dos dados, de
maneira a permitir uma total confiança nos resultados devolvidos pelo programa, uma vez que deste
depende o dimensionamento e a segurança da estrutura. A validação do modelo consiste em
comparar a geometria, esforços ou deformadas obtidas no modelo com os valores que seriam
expectáveis.
Uma verificação simples consiste em comparar as cargas verticais devolvidas pelo modelo com o
cálculo do peso da estrutura, através da determinação do seu volume.
Peso total da estrutura por cálculos manuais: A¶l9㤠j ¸4mkbl W 4úml¤ W 4nBk W 4mk[l W 4<b¤ º
25 j M74 W 22 W 46 W 672 W 140N 23850 f,
» 1.64%
I¦¼½/¥I¾I½I
I¾I½I
Tem-se assim um erro de:»
Através deste valor consegue-se aferir que geometricamente o modelo está validado.
52
5.6.2 VALIDAÇÃO DAS CARGAS
Através da comparação entre os cálculos manuais das reacções induzidas pelas cargas aplicadas e
as reacções obtidas no modelo, consegue-se verificar se estas estão bem introduzidas. Como
exemplo, mostra-se a verificação para a carga referente à sobrecarga.
Basta multiplicar as diferentes sobrecargas aplicadas pelas áreas correspondentes e comparar com
as reacções obtidas no modelo.
Reacção vertical obtida por cálculo manual: j M¤ / W ¸¤ : L k9lk9b¤ N W ¤ I º W
k9lk9b¤ j k9lk9b¤ 3 j M840 W M520 L 190N W 260N W 4 j 190 5050 f,
» 2.22%
½/½/¥¾¿¾:
¾¿¾:
Tem-se assim um erro de:»
Repetindo estes passo para as restantes acções, ficam assim verificadas as cargas introduzias no
modelo.
A laje de cobertura representa a zona do edifício com a geometria mais simples, apesar de
apresentar aberturas. Devido à sua forma com uma lado aproximadamente duas vezes maior que o
outro, o seu comportamento é de flexão cilíndrica. A combinação de estados limites últimos com a
acção variável base de sobrecarga devolve o seguinte diagrama de momentos na direcção 2-2:
-250 -212 -173 -135 -96 -58 -19 19 58 96 135 173 211 250 kN.m
Figura 5.18 – Diagrama de momento na direcção 2-2 da laje de cobertura para a combinação ELU1
À1.35 j PPmk[l W 1.5 j M2 W ¤¶ NÁ j % I v1.35 j 25 j 0.4 W 1.5 j M2 W 1Nz j 10. 4I
)+ 244f,a
8 8
53
Outros tipos de verificação possíveis seriam a comparação da carga axial em pilares, comparação de
momentos e esforço transverso em vigas ou de momentos em muros devido aos impulsos do terreno.
Resta apenas verificar se a deformada da estrutura apresenta uma forma esperada. Apresentando
uma deformada exagerada referente à sobrecarga de cobertura apenas no piso 1, é visível que as
zonas afectadas são efectivamente as zonas de cobertura e não as restantes.
Através da apreciação destes resultados pode-se aferir que o modelo é adequado à solução
estrutural adoptada e que as cargas estão correctamente introduzidas, o modelo está validado.
54
6 ANÁLISE SÍSMICA
Portugal continental apresenta uma actividade sísmica que resulta da sua proximidade geográfica da
fronteira entre as placas tectónicas Euro-asiática e Africana. Uma região que se estende desde
Gibraltar até ao arquipélago dos Açores, onde se encontra uma outra placa, a Norte Americana.
Figura 6.1 – Enquadramento tectónico de Portugal continental. As placas tectónicas indicadas são: NA (Norte
Americana), EU (Euro-asiática) e AF (Africana)
Tendo em conta que os sismos representam um dos fenómenos naturais mais imprevisíveis e de
elevado poder destrutivo que se abatem sobre as estruturas, torna-se fundamental ter em atenção,
aquando da elaboração do projecto de edifícios, os efeitos produzidos pela sua acção. Desta forma,
devem ser tomados certos cuidados que condicionam o comportamento duma estrutura perante a
acção sísmica, com o objectivo de na eventualidade da ocorrência de tal fenómeno, existirem
capacidades estruturais que permitam garantir a segurança das vidas humanas, limitar as perdas
materiais e económicas e ainda assegurar o funcionamento de instalações de protecção civil
importantes.
Para que uma estrutura apresente um bom comportamento sísmico devem ser respeitadas certas
condições a nível de concepção estrutural tais com simplicidade estrutural, uniformidade, simetria e
redundância, resistência e rigidez bidireccionais, resistência e rigidez à torção, comportamento de
diafragma ao nível dos pisos, fundações adequadas, um crescimento em altura simétrico e regular,
não existência de cantos reentrantes ou o posicionamento favorável de elementos de elevada rigidez.
A concepção estrutural do edifício em análise procurou uma solução que o dotasse de um bom
comportamento dinâmico. No entanto, foram várias as adversidades encontradas na sua formulação
devido às imposições da sua arquitectura que, como foi já explicado no capítulo Solução Estrutural,
condicionou bastante a solução estrutural, pelo que a liberdade de escolha de dimensões, geometria
e localização de pilares e núcleo foi diminuta.
55
Como características sismicamente desfavoráveis apresentadas no projecto de arquitectura
enunciam-se:
• Configuração assimétrica;
A grande abertura existente no piso 1 claramente cria problemas sísmicos. Com esta concepção a
transmissão das forças de inércia para os elementos estruturais verticais deixa de ser uniforme.
O canto reentrante que se verifica nos pisos -1, 0 e 1 acaba por não ser muito preocupante devido à
sua dimensão diminuta relativamente à estrutura global, no entanto, é uma zona com atenção
redobrada.
No projecto de arquitectura é possível verificar que existe um aumento da área do piso no lado
Sudoeste do piso -1 para o piso 0. De maneira a contornar esta questão, foi considerado manter a
configuração do piso 0 também no piso -1. Desta forma não só se melhora o comportamento às
acções horizontais como às acções verticais e ainda se ganha espaço no piso de estacionamento.
A assimetria geométrica do edifício conduziu também a uma inevitável assimetria estrutural, o que
levou a um comportamento sísmico menos previsível e com uma análise mais complexa.
56
Figura 6.2 – Diferentes alinhamentos de pilares orientados segundo as quatro direcções principais de inércia
Como se pode verificar, o projecto de arquitectura não apresenta um edifício pensado para resistir
confortavelmente às acções sísmicas, no entanto, cabe ao engenheiro de estruturas conceber a
melhor solução estrutural sem excessivos gastos económicos.
Como foi já explicado o posicionamento do núcleo foi condicionada unicamente pela posição da caixa
de elevador. Esta localização determinou que o centro de rigidez se aproxima-se deste elemento,
afastando-se do centro de massa. Desta forma, procurou-se levar novamente o centro de rigidez para
o centro de massa introduzindo elementos de maior rigidez (paredes) no lado oposto ao núcleo.
Infelizmente tal não foi possível, pois causaria alterações consideráveis na arquitectura.
Os pilares dos eixos 2, 4 e 5 seriam preferíveis se estivessem orientados com a direcção de maior
inércia segundo a menor direcção do edifício. Tal não se verificou para os pilares do eixo 2 que,
devido a questões de arquitectura, se encontram orientados segundo a direcção do muro, no entanto
os pilares do eixo 4 cumprem este requisito. Os pilares do eixo 5 apresentam inércias muito
semelhantes nas duas direcções, pelo que não se considerou preocupante orientá-los na direcção
menos favorável.
A resposta global da estrutura deve ser avaliada em função dos principais modos de vibração, ou seja
aqueles que envolvem uma maior participação de massa da estrutura. Ao primeiro modo de vibração
corresponde o maior período, ordenando-se os modos por ordem crescente a partir deste, com
períodos sucessivamente decrescentes. O período representa assim a quantidade de tempo que a
estrutura demora a completar um ciclo de oscilação em regime elástico livre.
57
A frequência, que corresponde ao inverso do período, representa a grandeza física que indica o
número de ocorrências de um ciclo
ciclo em determinado intervalo de tempo. Ou seja, quanto mais rígida
for uma estrutura, maior será a sua frequência. Atendendo que os primeiros modos de vibração
correspondem àqueles em que a estrutura oferece menos resistência para se deformar, a frequência
aumenta sucessivamente com o aumentar dos modos de vibração. Relativamente á frequência
própria fundamental duma estrutura,
estrutura esta corresponde à frequência do primeiro modo de vibração, ou
seja, a mais baixa.
Figura 6.3
6 – Frequência de diferentes tipos de estruturas
Na seguinte tabela constam as frequências e períodos, bem como os valores dos factores de
participação modal, que indicam a percentagem de contribuição
contribuição das massas para cada modo.
Períodos,
dos, Frequências e Factores de Participação Modal
Modo Período [s] Frequência [Hz] Ux Uy sum Ux sum Uy Rz sum Rz
58
Factores de Participação Modal
60.0% 60.0%
% acumulada
40.0% 40.0%
%
20.0% 20.0%
0.0% 0.0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Modo
Ux Uy Rz sum Ux sum Uy sum Rz
Perídos e Frequências
0.80 8.00
0.60 6.00
s 0.40 4.00 Hz
0.20 2.00
0.00 0.00
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Modo
Período Frequência
Nesta análise foram considerados os primeiros 8 modos de vibração onde 58.5% da massa total é
mobilizada em segundo x, 55.5% é mobilizada em y e 47.7% é mobilizada segunda uma rotação em
torno de z. Estes
stes valores correspondem à massa que efectivamente vibra.
Os valores apresentados,, à partida, não seriam suficientes para efectuar uma boa análise dos
resultados. Numa análise desta natureza esperam-se
se obter valores de participação de massa na
ordem dos 90%
0% (principalmente nos de translação). A razão pela qual estes valores não são
atingidos, deve-se
se ao facto de o piso -1 ser totalmente enterrado e ter um muro a toda a volta que se
contraventa a ele próprio e restringe os deslocamentos da laje do piso 0. Isto
Isto é, existem uma grande
percentagem da massa que não pode ser mobilizada – o muro do piso -1
1 e a laje do piso 0. Por forma
a confirmar a percentagem de massa acima do solo que efectivamente é mobilizada, foi elaborado
um modelo que começa no piso 0. Ou seja,
s o muro do piso -1
1 e a laje do piso 0 foram apagados e os
pilares foram todos encastrados na base.
base Com este modelo obtém-se
se valores de participação de
massa segundo as translações x e y e a rotação em z de 89.3%, 81.4% e 71%, respectivamente.
59
Conclui-se assim que esta percentagem se revela suficiente para uma avaliação da resposta
dinâmica da estrutura.
No que diz respeito às deformadas dos modos de vibração, estes não correspondem ao que se
esperaria avaliando os factores de participação modal. De facto, e como já foi mencionado, o edifício
apresenta uma configuração bastante irregular e ainda uma série de características sísmicamente
menos favoráveis, pelo que a sua avaliação sísmica se tornou mais complexa e imprevisível.
Apesar do no primeiro modo o factor de participação de massa em torno de z ser nulo, a sua
configuração deformada apresenta uma clara rotação em torno do centro de rigidez (junto do núcleo),
sem translação aparente. No segundo modo, onde a participação de massa em torno de z
corresponde à mais elevada, verifica-se apenas translação na direcção da menor inércia da estrutura.
Finalmente o terceiro modo apresenta uma translação segundo X, conforme indiciado nos factores de
participação modal, e encontra-se associado a uma ligeira rotação do edifício.
Figura 6.5 – Primeiro modo de vibração visto em Figura 6.6 – Primeiro modo de vibração visto em
planta 3d perspectiva 3d
60
Figura 6.7 – Segundo modo de vibração visto em Figura 6.8 – Segundo modo de vibração visto em
planta 3d perspectiva 3d
Figura 6.9 – Terceiro modo de vibração visto em Figura 6.10 – Terceiro modo de vibração visto em
planta 3d perspectiva 3d
61
6.3 COEFICIENTE SÍSMICO
Como consta no artigo 31º do RSA, “o coeficiente sísmico (β), segundo uma dada direcção, é um
coeficiente que, multiplicando o valor das acções gravíticas correspondentes às cargas permanentes
e ao valor quase permanente das cargas variáveis (FV), define o valor característico da resultante
global das forças estáticas (FE) que, convenientemente distribuídas pela estrutura, permitem
determinar os efeitos da acção dos sismos na direcção considerada”, o que se traduz na seguinte
expressão:
^
Â
Ã
(6.1)
Foram então calculados os valores dos coeficientes sísmicos para cada direcção e tipo de sismo. Do
modelo foram obtidas as reacções derivadas das acções sísmicas consideradas – SISMO-X1,
SISMO-X2, SISMO-Y1 e SISMO-Y2, bem como a força FV para a combinação quase permanente
(ELS3).
X 1600.27
Sismo-X1 0.069
Y 987.94
X 1129.26
Sismo-X2 0.049
Y 748.78
23015.97
X 988.00
Sismo-Y1 0.074
Y 1700.04
X 748.90
Sismo-Y2 0.055
Y 1256.61
De acordo com o artigo 31º do RSA o valor do coeficiente sísmico deve situar-se entre 0.04@ e 0.16@
(α=1.0). Como verificado, todos os valores se encontram dentro dos limites.
62
7 HIPÓTESES DE CÁLCULO PARA A VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA
Uma estrutura, ou parte dela, atinge um estado limite quando, de modo efectivo ou convencional, se
torna inutilizável ou quando deixa de satisfazer as condições previstas para a sua utilização.
Depreende-se naturalmente dos requisitos esperados para uma estrutura, que a mesma deve reunir
as condições adequadas para garantir a segurança, funcionalidade e durabilidade, de modo a atender
às necessidades para as quais foi projectada. Logo, quando uma estrutura deixa de atender a
qualquer uma destas condições, considera-se que atingiu um estado limite. Desta forma, uma
estrutura pode atingir um estado limite de ordem estrutural ou de ordem funcional, distinguindo-se os
seguintes estados limite a verificar:
A verificação aos estados limites últimos (ELU) está relacionada ao colapso, ou a qualquer outra
forma de ruptura estrutural, que determine a incapacidade de uso da estrutura. Consiste assim, na
verificação da capacidade de carga dos elementos face às acções a que estão sujeitos. Uma vez que
diferentes elementos se encontram sujeitos a diferentes solicitações, as verificações necessárias para
cada elemento estrutural naturalmente que varia. Enunciam-se então os procedimentos de cálculos
para cada tipo de solicitação, cuja determinação da capacidade resistente de secções é efectuada
mediante a consideração das hipóteses de deformações limite no betão e nas armaduras
apresentadas no capítulo Critérios Gerais de Dimensionamento.
Na secção transversal de uma peça existe uma solicitação de flexão pura quando na mesma actua
apenas um momento flector. Neste caso as tensões normais de tracção e de compressão produzidas
pelo momento reduzem-se a um binário de forças equivalentes a um momento. Quando,
conjuntamente com o momento flector, actua uma força de corte, a solicitação passa a ser chamada
de flexão simples. A solicitação de flexão pode ser classificada de acordo com a direcção da
actuação das solicitações sobre a secção transversal da peça da seguinte forma:
63
• Recta (ou normal), quando a direcção da solicitação coincide com um dos dois eixos
principais de inércia da secção;
• Desviada, quando a direcção da solicitação não coincide com nenhum dos dois eixos.
Esta verificação consiste em garantir que o momento actuante é inferior ao momento resistente da
secção:
Para o cálculo do momento flector resistente, recorreu-se ao método do diagrama rectangular que
permite simular, de forma simples, a resultante das tensões de compressão no betão. Este método
admite uma simplificação no diagrama de tensões de compressão no betão da seguinte forma:
Do que resulta:
j 8;
0.858 j 5 j 0.8 j 8;
0.858 j 5 j 0.8
(7.3)
64
Sabendo a posição da LN, é possível apurar se a rotura convencional se dá pela armadura ou pelo
betão.
3.5 13.5
c 3.5‰
Para c 0.26 Ä
10‰
• - rotura convencional pela armadura
3.5‰
Para 0.26 Ä
c 10‰
• - rotura convencional pelo betão
Atendendo a que a secção deve ser dotada de ductilidade em situação de rotura, ou seja, deve
apresentar deformações consideráveis por cedência das armaduras, sem no entanto haver uma
perda de resistência, dever-se-á garantir que as armaduras se encontram em cedência na situação
de rotura. Outra razão pela qual se deve garantir esta condição reside numa questão económica: a
armadura utilizada deve ser integralmente mobilizada e, portanto, aproveitada integralmente a sua
capacidade resistente.
No caso do aço em uso (A400NR – ; 1.74‰) a posição da LN deverá respeitar c 0.67.
65
O valor do momento resistente duma secção varia em função dos seguintes parâmetros:
• Classe do betão – A par do que se verifica para a largura da secção a sua influência é
importante apenas para esforços elevados.
A flexão composta consiste numa actuação simultânea de flexão simples e compressão ou tracção.
Esta deve por isso ser verificada para elementos sujeitos a flexão simples com esforço axial não
desprezável. Em função das extensões máximas admitidas para os materiais, a figura 6.1 do EC2
mostra os pontos A, B e C de rotura admitidas para o aço e para o betão.
66
Com base nestas extensões máximas dos dois materiais, podem ser definidas cinco zonas de
diagramas associados à rotura:
2ª Zona – Nesta zona é ultrapassada a extensão máxima de tracção apenas para a armadura
inferior, com a LN situada entre o bordo superior e uma altura corresponde a 0.26, e com
extensões de encurtamento no betão inferiores à extensão última deste. Verifica-se para tracção e
compressão com grande ou média excentricidade – (: 10 ‰, M¥N R 3.5 ‰).
4ª Zona – Zona semelhante à anterior mas com ; R : . Esta caso acontece na actuação de
compressão com grande ou média excentricidade (: R ; , M¥N 3.5 ‰).
As três primeiras zonas correspondem a zonas de rotura dúctil ( ; ), enquanto que as duas
restantes apresentam uma rotura frágil ( c ; ).
Com base nos diferentes diagramas de rotura e através das condições de equilíbrio é possível
determinar o diagrama N-M resistente duma secção.
67
Figura 7.7 – Diagrama de extensões e forças numa secção de betão armado sujeita a flexão composta
De notar que para um valor de ,+ fixo, o aumento de momento produz sempre um aumento da
armadura necessária. Para um valor fixo de )+ , o aumento do esforço axial é favorável até um limite
a partir do qual esse aumento passa a ser desfavorável.
NRd
(compressão)
NDesfavorável
NFavorável MRd
(tracção)
Uma vez que a consulta de ábacos para a verificação à flexão composta implica um processo
moroso, foi elaborado um programa de cálculo automático para este tipo de verificação.
68
7.1.2.1 Programa de Verificação à Flexão Composta
Cálculo do Desenho do
•Classe do betão Betão •Determinação das Gráfico
•Tipo de aço extensões no aço
•Determinação
Determinação das •Cáclulo das tensões •Soma dos esforços
•Dimensões da secção
extensões na secção resistentes para cada
•Número e Φ dos varões •Cálculo da força e
•Cálculo
Cálculo das tensões diagrama de rotura
•Número de iterações momento resistentes
•Cálculo
Cálculo da força e •Traçar do gráfico de
momento resistentes secção resistente
Introdução de
Cálculo do Aço
Dados
Betão C25/30 b [m] 0.35 Armaduras base/topo Armaduras laterais Secção 0º Secção 90º
25 h [m] 0.7 x [m] y [m] y [m] 2
y' [m] 2 Calcular Betão e Aço
fck [MPa] Φvarão [cm] Φvarão [cm] A s [cm ] As [cm ]
fcd [MPa] 16.67 c [m] 0.03 -0.15 16 0.14 12 0.03 6.28 0.03 9.68
Ec [Gpa] 31 nvarões b/t 4 -0.05 12 0.24 12 0.14 2.26 0.13 2.26 Calcular Aço
Aço A400NR esp. b/t 0.10 0.05 12 0.35 12 0.24 2.26 0.22 2.26
fyk [MPa] 400 nvarões lat. 7 0.15 16 0.46 12 0.35 2.26 0.32 9.68
fyd [MPa] 348 esp. lat. 0.11 0.56 12 0.46 2.26 23.88 Esforços
Es [Gpa] 200 iterações h 40 0.56 2.26
ε yd [%] 0.017 iterações b 25 0.67 6.28
23.88 Dados Gráfico
Calcular Secção Apagar Varões
1.00 Gráfico
0.90
0.80
0.70
Extensões de Rotura
0.60
0.50
Diagramas de Rotura - 0º
0.40
0.30
0.00
-0.50 -0.30 -0.10 0.10 0.30 0.50 Apresentação
69
Com estes valores, são determinados automaticamente os valores de dimensionamento referentes
aos materiais, o espaçamento entre varões e, calculando no botão “Calcular Secção” o programa
devolve um gráfico com as dimensões da secção e a disposição dos varões. Finalmente, apresenta
uma zona para preenchimento dos diâmetros dos varões em função da sua posição (estes devem
estar simetricamente dispostos, relativamente aos seus diâmetros).
εbase εtopo ybase ytopo yLN εbase εtopo ybase ytopo yLN
n n
[%] [%] [m] [m] [m] [%] [%] [m] [m] [m]
70
Diagrama de Extensões de Rotura Diagrama de Extensões de Rotura
- 3ª e 4ª zona - 5ª zona
0.7 0.7
0.6 0.6
0.5 0.5
0.4 0.4
h [m] h [m]
0.3 0.3
0.2 0.2
0.1 0.1
0 0
0.110 0.060 0.010 -0.040 0.110 0.060 0.010 -0.040
extensões [%] extensões [%]
30 0.100 -0.035 0.03 0.70 0.17 56 0.000 -0.035 0.00 0.70 0.70
31 0.095 -0.035 0.03 0.70 0.18 57 -0.001 -0.034 0.00 0.70
32 0.090 -0.035 0.03 0.70 0.19 58 -0.002 -0.034 0.00 0.70
33 0.085 -0.035 0.03 0.70 0.20 59 -0.003 -0.033 0.00 0.70
34 0.080 -0.035 0.03 0.70 0.20 60 -0.004 -0.032 0.00 0.70
35 0.075 -0.035 0.03 0.70 0.21
61 -0.005 -0.031 0.00 0.70
36 0.070 -0.035 0.03 0.70 0.22
62 -0.006 -0.031 0.00 0.70
37 0.065 -0.035 0.03 0.70 0.23
63 -0.007 -0.030 0.00 0.70
38 0.060 -0.035 0.03 0.70 0.25
64 -0.008 -0.029 0.00 0.70
39 0.055 -0.035 0.03 0.70 0.26
40 0.050 -0.035 0.03 0.70 0.28 65 -0.009 -0.028 0.00 0.70
41 0.045 -0.035 0.03 0.70 0.29 66 -0.010 -0.028 0.00 0.70
42 0.040 -0.035 0.03 0.70 0.31 67 -0.011 -0.027 0.00 0.70
43 0.035 -0.035 0.03 0.70 0.34 68 -0.012 -0.026 0.00 0.70
44 0.030 -0.035 0.03 0.70 0.36 69 -0.013 -0.025 0.00 0.70
45 0.025 -0.035 0.03 0.70 0.39 70 -0.014 -0.025 0.00 0.70
46 0.020 -0.035 0.03 0.70 0.43 71 -0.015 -0.024 0.00 0.70
47 0.015 -0.035 0.03 0.70 0.47 72 -0.016 -0.023 0.00 0.70
48 0.010 -0.035 0.03 0.70 0.52 73 -0.017 -0.022 0.00 0.70
49 0.005 -0.035 0.03 0.70 0.59
74 -0.018 -0.022 0.00 0.70
50 0.000 -0.035 0.03 0.70 0.67
75 -0.019 -0.021 0.00 0.70
51 0.000 -0.035 0.024 0.70 0.68
76 -0.020 -0.020 0.00 0.70
52 0.000 -0.035 0.018 0.70 0.68
53 0.000 -0.035 0.012 0.70 0.69
54 0.000 -0.035 0.006 0.70 0.69
55 0.000 -0.035 0.00 0.70 0.70
71
A segunda fase do programa consiste no Cálculo do Betão. Considerando o número de iterações
definidas pelo utilizador, o programa considera a secção de betão divida em n “fatias”. Em função das
extensões no topo e na base da secção (previamente definidas para cada diagrama de rotura), são
determinadas, através da semelhança de triângulos, as extensões ao longo de toda a secção.
Determinadas as extensões na secção, são então calculadas a tensão, a força e o momento para
cada “fatia” de betão em função dos critérios enunciados no capítulo Critérios Gerais de
Dimensionamento.
No que diz respeito à terceira fase do programa, o Cálculo do Aço, o processo é semelhante ao
anterior. A diferença reside no facto de neste caso não se considerarem “fatias”, mas sim a posição
exacta das armaduras para o cálculo da tensão, da força e do momento dos varões, em função dos
critérios enunciados no capítulo Critérios Gerais de Dimensionamento.
As extensões do betão e do aço e as respectivas tensões podem ser visualizadas graficamente, para
um dado caso de rotura escolhido, através dum módulo incorporado no programa.
Extensões no Betão
0.4 0.4 0.4
Extensões no Aço
y [m] y [m] y [m]
Tensões no Aço
Figura 7.10 – Diagramas de extensões e tensões no betão e no aço para o caso de rotura 45
Na página seguinte apresenta-se um exemplo de resultados obtidos, relativos ao caso de rotura 45.
Do lado esquerdo encontram-se os resultados para cada “fatia” da secção de betão e do lado direito
os resultados para cada camada de armadura. Os valores a sublinhado correspondem ao somatório
do esforço axial e momento.
72
Rotura 45 Rotura 45
y [m] ε [%] σc [Mpa] Fc [kN] Mc [kN.m] y [m] ε [%] σy [Mpa] Fy [kN] My [kN.m]
0.000 0.000 0.
00 0.000 0.000 0.030 0.025 347.826 218.546 69.935
0.018 0.000 0.000 0.000 0.000 0.137 0.015 308.955 69.884 14.909
0.035 0.000 0.000 0.000 0.000 0.243 0.006 117.910 26.671 2.845
0.053 0.000 0.000 0.000 0.000 0.350 -0.004 -73.134 -16.543 0.000
0.070 0.000 0.000 0.000 0.000 0.457 -0.013 -264.179 -59.756 6.374
0.088 0.000 0.000 0.000 0.000 0.563 -0.023 -347.826 -78.676 16.784
0.105 0.000 0.000 0.000 0.000 0.670 -0.032 -347.826 -218.546 69.935
0.123 0.000 0.000 0.000 0.000 -58.420 180.781
0.140 0.000 0.000 0.000 0.000
0.158 0.000 0.000 0.000 0.000
0.175 0.000 0.000 0.000 0.000
0.193 0.000 0.000 0.000 0.000
0.210 0.000 0.000 0.000 0.000
0.228 0.000 0.000 0.000 0.000
0.245 0.000 0.000 0.000 0.000
0.263 0.000 0.000 0.000 0.000
0.280 0.000 0.000 0.000 0.000
0.298 0.000 0.000 0.000 0.000
0.315 -0.002 -2.074 -12.702 -0.333
0.333 -0.003 -3.984 -24.399 -0.213
0.350 -0.005 -5.729 -35.092 0.307
0.368 -0.006 -7.311 -44.780 1.175
0.385 -0.008 -8.729 -53.463 2.339
0.403 -0.009 -9.982 -61.141 3.745
0.420 -0.011 -11.072 -67.815 5.340
0.438 -0.012 -11.997 -73.485 7.073
0.455 -0.014 -12.759 -78.149 8.889
0.473 -0.015 -13.357 -81.809 10.737
0.490 -0.017 -13.790 -84.464 12.564
0.508 -0.018 -14.060 -86.115 14.317
0.525 -0.020 -14.165 -86.761 15.942
0.543 -0.021 -14.167 -86.771 17.463
0.560 -0.023 -14.167 -86.771 18.981
0.578 -0.024 -14.167 -86.771 20.500
0.595 -0.026 -14.167 -86.771 22.018
0.613 -0.027 -14.167 -86.771 23.537
0.630 -0.029 -14.167 -86.771 25.055
0.648 -0.030 -14.167 -86.771 26.574
0.665 -0.032 -14.167 -86.771 28.092
0.683 -0.033 -14.167 -86.771 29.611
0.700 -0.035 -14.167 -1571.112 293.712
73
Finalmente, na última fase do processo, Desenho do Gráfico, é traçado o diagrama de interacção da
secção resistente ,* L )* . Este consiste nos valores de força e momento resistente associados a
casa caso de rotura. Considerando que a secção é rectangular e simetricamente armada, o diagrama
resultante é simétrico relativamente ao eixo de )* .
Paralelamente a este programa foi desenvolvido um outro que permite o cálculo de secções
rectangulares, em “T” e “H” à flexão composta unidireccional para qualquer tipo de disposição de
armaduras.
74
7.1.3 VERIFICAÇÃO À FLEXÃO COMPOSTA DESVIADA
Uma vez que os elementos verticais não são solicitados apenas nas suas direcções principais de
inércia, torna-se necessária uma verificação à flexão desviada.
Para tal utilizou-se a seguinte fórmula, que permite de uma forma simplificada verificar a segurança
relativamente a este tipo de solicitação.
)+,; )+,;
È È
Æ Ç WÆ Ç R 1.0
)*,; )*,;
(7.5)
• Secções rectangulares:
A verificação ao esforço transverso foi efectuada segundo o parágrafo 6.2 do EC2, onde se especifica
que a resistência ao esforço transverso de um elemento com armadura de esforço transverso
corresponde a:
75
Onde,
4*, é o valor de cálculo do esforço transverso equilibrado pela armadura de esforço transverso na
tensão de cedência;
No caso de se verificar:
Não é necessário o cálculo de armadura de esforço transverso. No entanto, deve ser considerada
uma armadura de esforço transverso mínima recomendada pela expressão 9.5N do parágrafo 9.2.2
do EC2, e que corresponde a:
Caso se verifique,
Deverá adoptar-se uma armadura de esforço transverso suficiente para que se verifique:
Relativamente à percentagem mínima de estribos, É6 , segundo o artigo 94.2º do REBAP, esta não
deve ser inferior a 0.10, no caso de armadura de aço A400. Valor definido pela seguinte expressão:
6
É6 j 100
56 j j 7SM@N
(7.11)
Em que:
56 é a largura da alma;
76
7.1.5 VERIFICAÇÃO AO PUNÇOAMENTO
O punçoamento consiste num mecanismo de colapso local, associado em geral a uma rotura
repentina, sem qualquer ductilidade (rotura frágil). Embora a rotura por punçoamento seja um
fenómeno localizado, em alguns casos pode dar início a uma rotura progressiva e ao colapso total da
estrutura, pelo facto da perda de um ponto de apoio aumentar os esforços transmitidos aos apoios
vizinhos. O punçoamento consiste assim, num tipo de rotura associado geralmente a lajes (e
fundações) carregadas com uma distribuição uniforme apoiadas em secções pequenas. Ou seja,
resulta de uma carga concentrada ou reacção actuando numa uma área relativamente pequena à
qual se chama de área carregada.
Figura 7.12 – Modelo de verificação aos estados limites últimos de punçoamento em corte e em planta
Sendo:
• D – Área carregada.
O perímetro básico de controlo : pode normalmente ser tomado a uma distância de 2.0d da área
carregada e deve ser desenhado de modo a minimizar o seu tamanho. No caso de lajes armadas nas
duas direcções o valor de d pode ser obtido por:
M; W Ê N
l
2
(7.12)
77
Figura 7.14 – Traçados de perímetro básico de controlo para secções junto às extremidades
Posto isto, o procedimento de verificação ao punçoamento é baseado no controlo à face dos pilares e
no perímetro básico de controlo : .
A verificação a este estado limite consiste em garantir a seguinte expressão, considerando o capitel
sem armadura específica de punçoamento:
Sendo,
O valor actuante não pode, no entanto, exceder o valor de cálculo do máximo esforço de corte,
corresponde a:
Com G 0.6 j Í1 L Ð
ÎÏ
I½/
Relativamente ao punçoamento excêntrico, este foi considerado através duma majoração do esforço
actuante, obtida através de um valor β calculado para cada tipo de solicitação e geometria da laje e
do pilar.
4+
Ë+ Â
(: ·
(7.15)
78
7.2 VERIFICAÇÃO AOS ESTADOS LIMITES EM SERVIÇO
Os estados limites em serviço (ELS) são aqueles que correspondem à impossibilidade do uso normal
de uma estrutura, estando relacionados com a durabilidade das estruturas, aparência, conforto do
utilizador e a boa funcionalidade das mesmas, seja em relação aos utilizadores, seja aos
equipamentos e máquinas existentes. Neste contexto são efectuadas as verificações aos estados
limites de fendilhação e deformação.
Assim, para lajes maciças, esta verificação é dispensada se, no caso de armaduras ordinárias, o
espaçamento dos varões da armadura principal for inferior a 1.5 vezes a espessura da laje, com um
máximo de 35cm. Além desta condição os espaçamentos máximos dos varões não deve ser superior
ao dobro do máximo admitido para as vigas, logo deve ser inferior a 25cm.
Estas condições foram verificadas nas lajes e vigas dimensionadas no projecto, tendo sido desta
forma desprezada esta verificação ao nível do e todos os elementos estruturais.
No caso corrente de vigas e lajes, segundo o artigo 72.2º do REBAP a máxima flecha admissível
corresponde a %/400 para a combinação frequente de acções a longo prazo. No entanto, no caso de
a laje afectar paredes divisórias, e a menos que a fendilhação dessas paredes seja controlada, a
flecha máxima não pode exceder os 1.50 cm.
79
80
8 ANÁLISE DE ESFORÇOS E VERIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS
Uma vez estabelecida uma solução estrutural e efectuada a análise estática e dinâmica tridimensional
desta, e considerando os critérios de segurança enunciados bem como as hipóteses de cálculo a
verificar, procede-se neste capítulo ao dimensionamento das peças estruturais que compõe a
estrutura.
Por razões de espaço e de redundância, serão apenas analisados alguns elementos sujeitos a flexão
simples, flexão composta e pré-esforço que servem de exemplo ao procedimento que deve ser
efectuado para os restantes elementos.
Relativamente à pormenorização, uma vez que não existem regras pré-definidas que possam ensinar
a pormenorizar de forma eficaz, pode-se afirmar que não existe uma solução ideal. A sensibilidade do
projectista orienta o seu raciocínio a atribuir maior ou menor importância a determinado aspecto ou
particularidade do projecto. As pormenorizações podem assim, variar significativamente de projectista
para projectista, o que não significa que não estejam todas correctas.
Por esta razão, os critérios de pormenorização adoptados neste trabalho não serão aqui discutidos, já
que seria impossível encontrar uma fórmula geral ou explicar detalhadamente todas as opções
tomadas. Os desenhos de estabilidade, betão armado e pré-esforço estão apresentados em Anexo
respeitando as regras gerais relativas a armaduras do REBAP.
A verificação aos estados limites em serviço (ELS) e estados limites últimos (ELU) é explicada
detalhadamente para os seguintes elementos:
• Pré-esforço;
• Vigas;
• Pilares;
• Núcleo.
81
8.1 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DE ELEMENTOS PRÉ-ESFORÇADOS
Tendo em conta que o pré-dimensionamento das lajes ditou a necessidade de aplicação de pré-
esforço ao nível dos pisos, é neste capítulo verificada a segurança em relação a este tipo de solução,
sendo primeiro feito uma breve introdução teórica a esta tecnologia aplicada ao nível de lajes.
Numa laje convencional de betão armado com grandes vãos, estas apresentam elevadas
deformações que devem naturalmente ser controladas. A aplicação do pré-esforço permite não só
reduzir consideravelmente essas deformações como também aumenta a resistência da laje à flexão e
ao esforço transverso, como também evita a diminuição da rigidez da laje.
A aplicação de pré-esforço em lajes representa assim, nos dias que correm, uma solução competitiva
em estruturas correntes, como é o caso de edifícios de escritórios, de apartamentos, hotéis, hospitais
ou outros edifícios públicos, representando uma solução económica e eficaz em grande parte dos
sistemas de pavimentos em todo o mundo. A sua aplicação permite reduzir a espessura da laje e,
consequentemente, o seu peso próprio. Esta redução repercute-se no peso próprio global da
estrutura que influência o número de pilares e as dimensões dos restantes elementos estruturais
(pilares, vigas e sapatas), por outro lado permite a adopção de vãos de grande dimensões sem
utilização de quaisquer elementos verticais entre as extremidades.
Figura 8.1 – Lajes pré-esforçadas aplicadas num edifício em Hong Kong sem pilares interiores
Um exemplo que transmite duma forma simples o efeito do pré-esforço consiste numa pressão lateral
imprimida a um conjunto de livros alinhados na horizontal que, sem nenhum suporte vertical, os
82
permite manter suspensos. Essa pressão que os comprime uns contra os outros, produz forças de
atrito capazes de superar o peso próprio do conjunto.
Figura 8.3 – Cargas verticais ascendentes provocadas por um traçado parabólico pré-esforçado numa laje bi-
apoiada
83
No betão pré-tensionado são habitualmente utilizados cabos isolados tensionados antes da
betonagem. Após a cura do betão são libertadas as ancoragens iniciais e a transferência de tensões
é feita por aderência. Esta solução acarreta geralmente grandes perdas e consiste num processo
típico de pré-fabricação. O pré-tensionamento não existe sem aderência e, apesar de se poder
recorrer a desviadores, o traçado que apresente uma trajectória que não seja recta torna-se
complicada, embora possível. Este sistema apresenta a vantagem de necessitar ancoragens apenas
na fase de tensionamento inicial.
Figura 8.5 – Aplicação de pré-esforço pré-tensionado com libertação das ancoragens depois da cura do betão
O pré-esforço pós-tensionado é aplicado após o betão ter adquirido resistência suficiente, sendo a
transferência de tensões assegurada pelas ancoragens nas extremidades da peça. Estas zonas
correspondem a zonas críticas por estarem sujeitas a elevada compressão que pode originar o
esmagamento do betão. Primeiro é betonada a peça de betão em questão, incluindo as ancoragens,
as armaduras ordinárias e a bainha dos cabos de pré-esforço com o devido traçado. Após a cura, são
colocados os cabos e é feito o seu tensionamento nas ancoragens através de macacos. Em
alternativa os cabos podem já estar previamente inseridos nas bainhas.
84
Neste sistema de pós-tensão, característico da aplicação in-situ, em construções de médio e grande
vão, distinguem-se os sistemas com e sem aderência. Como o próprio nome indica, no primeiro
sistema os cabos ficam aderentes à secção através da injecção de calda de cimento no interior das
bainhas até ganhar presa. No sistema não aderente, apesar de o cabo se encontrar no interior da
peça de betão, os elementos mantêm-se desligados, uma vez que o cabo continua a poder deslizar
no interior da bainha. É utilizada uma graxa que reduz o atrito, para melhor protecção do cabo que
permite deslocamentos relativos entre o betão e o cordão ao longo do elemento, à excepção das
ancoragens.
Comparando com outros sistemas o pré-esforço não aderente apresenta as seguintes vantagens:
• Apresenta perdas de atrito inferiores quando comparado com o pré-esforço com bainhas
injectáveis;
Como contrapartidas desta solução quando comparada com pré-esforço aderente, enunciam-se:
• Não mobiliza a aderência com o betão e uma rotura localizada implica a desactivação total do
cordão;
85
8.1.1.2 Materiais e Equipamentos de Pré-Esforço
O pré-esforço consiste numa deformação imposta em peças de betão, cuja aplicação introduz um
estado de tensão que contraria os efeitos das acções a que estas peças estão sujeitas. O pré-esforço
pode ser aplicado por meio de fios, cordões, cabos ou varões tensionados contra a própria peça de
betão, tendo sido utilizados no projecto mono-cordões não aderentes.
Um cordão de pré-esforço é constituído por aço de alta resistência e por 7 fios com dimensões usuais
de 3, 4, 5 e 6mm. Esses fios unidos constituem um cordão que geralmente é comercializado em 3
diâmetros diferentes: 0.5’’ (12.7mm); 0.6N’’ (15.2mm) e 0.6S’’ (15.7mm). O cordão é depois revestido
por uma massa lubrificante anti-corrosiva em fábrica e seguidamente embainhado. Relativamente aos
cabos, estes consistem num grupo de cordões que pode atingir mais de 30 cordões.
Figura 8.7 – Fio Figura 8.8 – Conjunto Figura 8.9 – Cordão embainhado
de 7 fios (cordão)
Dimensões (cm)
Tipo A B C
86
8.1.1.3 Traçado e Distribuição dos Cabos/Cordões de Pré-Esforço
O traçado dos cabos de pré-esforço revela-se de extrema importância, podendo-se mesmo afirmar
que corresponde a um dos maiores segredos de sucesso de uma estrutura pré-esforçada. Na
definição dos traçados de pré-esforço, foram consideradas os seguintes princípios base:
• Sempre que possível, nas extremidades, situar os cabos dentro do núcleo central da secção;
• Cruzar o traçado do cabo (ou resultante dos cabos) com o centro de gravidade da secção
numa secção próxima da de momentos nulos das cargas permanentes;
Os mono-cordões foram aplicados ao longo de toda a laje na zona de maior vão. Visto que a
continuidade do pré-esforço resulta num melhor comportamento da laje, estes foram prologados
sempre que a geometria da laje o permitiu. No entanto, tal nem sempre foi possível devido às
aberturas que existem ao nível dos pisos e tornam impossível a passagem dos cabos,
nomeadamente o núcleo do elevador. Atendendo a estes aspectos, a distribuição dos cabos em
planta toma a configuração das figuras 8.13 à 8.15.
Uma vez que estas lajes consistem numa solução de laje nervurada, a sua configuração limita o
número de mono-cordões a dois por nervura.
Figura 8.13 – Distribuição dos Figura 8.14 – Distribuição dos Figura 8.15 – Distribuição dos
cordões de pré-esforço no piso 0 cordões de pré-esforço no piso 1 cordões de pré-esforço no piso 2
Existem assim, duas configurações diferentes relativamente ao andamento dos cabos, cuja
representação esquemática dos traçados e das cargas equivalentes se encontra apresentada na
página seguinte.
87
Ptan Ptan
P Ptan Ptan P
fsup fsup
P P
M=Pxfsup
finf M=Pxfsup
Figura 8.16 – Traçado esquemático do cabo de pré-esforço sem continuidade, com as cargas de puxe a verde e
as correspondente cargas nodais equivalentes a azul
Figura 8.17 – Traçado esquemático do cabo de pré-esforço com continuidade, com as cargas de puxe a verde e
as correspondente cargas nodais equivalentes a azul
De maneira a determinar as cargas nodais equivalentes são primeiro calculados os valores de finf e
fsup, resultantes em função das excentricidades do cabo. O valor da excentricidade mínima foi obtido
considerando um recobrimento de 3cm (c), uma camada de varões o20 na direcção longitudinal, uma
camada de varões o20 na direcção transversal e um espaçamento entre as armaduras e o mono-
cordão de o20/2.
Nas zonas de ancoragem é exigida uma excentricidade mínima condicionada pela distância mínima
das ancoragens à extremidade da laje, correspondente a 110mm. Tendo em conta que a
excentricidade mínima calculada é inferior a esta, considerou-se uma excentricidade de 110mm para
as zonas de ancoragem.
esupanc esup
vão
einfvão einfanc
88
Em função das deformadas finais, foram adoptadas lajes com alturas totais de 0.40m no piso 0 e
0.50m nos pisos 1 e 2. Em função das alturas das lajes e das excentricidades consideradas, são
obtidos os seguintes valores de f:
As denominações de vão 1 e vão 2 correspondem a uma leitura da esquerda para a direita dos vãos
da figura 8.17.
Ô 0 ÕQSM@N (8.1)
H = 0.40m H = 0.50m
Ponto x [m] y [m] α [º] q [kN] Sentido Ponto x [m] y [m] α [º] q [kN] Sentido
Ponto 1 0.00 0.29 4.583 12.025 ↓ Ponto 1 0.00 0.39 7.181 18.900 ↓
Ponto 2 2.40 0.0976 4.583 12.025 ↑ Ponto 2 2.40 0.0876 7.181 18.900 ↑
Ponto 3 8.00 0.0976 5.588 14.675 ↑ Ponto 3 8.00 0.0876 7.707 20.300 ↑
Ponto 4 10.40 0.332 5.588 14.675 ↓ Ponto 4 10.40 0.4124 7.707 20.300 ↓
Ponto
5 11.15 0.3324 1.710 4.478 ↓ Ponto 5 11.15 0.4124 2.324 6.089 ↓
Ponto 6 18.60 0.11 1.710 4.478 ↑ Ponto 6 18.60 0.11 2.324 6.089 ↑
89
Mono-cordões sem continuidade (pontos ordenados da esquerda para a direita):
H = 0.40m H = 0.50m
Ponto x [m] y [m] α [º] q [kN] Sentido Ponto x [m] y [m] α [º] q [kN] Sentido
Ponto 1 0.00 0.29 4.583 10.150 ↓ Ponto 1 0.00 0.39 7.181 18.900 ↓
Ponto 2 2.40 0.1276 4.583 10.150 ↑ Ponto 2 2.40 0.0876 7.181 18.900 ↑
Ponto 3 8.00 0.1276 4.583 10.
50 ↑ Ponto 3 8.00 0.0876 7.181 18.900 ↑
Ponto 4 10.40 0.29 4.583 10.150 ↓ Ponto 4 10.40 0.39 7.181 18.900 ↓
Uma vez que a laje de cobertura é uma laje maciça, o espaçamento dos mono-cordões encontra-se
limitado apenas pela distância mínima entre ancoragens. Desta forma, a distribuição dos mono-
cordões, com um distanciamento de 140mm, apresenta a seguinte configuração:
8fP∞
q= ____
2
L
Ptan Ptan
P P
P f P
M=Pxfsup M=Pxfsup
Figura 8.20 – Traçado esquemático do cabo de pré-esforço da cobertura, com as cargas de puxe a verde e as
correspondente cargas nodais e distribuída equivalentes a azul
90
O que resulta numa carga distribuída equivalente de:
Sendo @ arctan Û Ý
I
Ü/I
Considerando os pilares do modelo com esforço axial infinito, as deformações relativas acima de
1.5cm das lajes para a combinação frequente a longo prazo (ELS2) e com H=0.40m são as
seguintes:
Figura 8.21 – Deformada do piso 0 Figura 8.22 – Deformada do piso 1 Figura 8.23 – Deformada do piso 2
com pré-esforço com pré-esforço com pré-esforço
-4.5 -4.3 -4 -3.8 -3.6 -3.4 -3.1 -2.9 -2.7 0 -2.2 -2 -1.7 -1.5 cm
Relativamente ao piso 0 este apresenta deformadas inferiores a 1.5cm, à excepção de uma pequena
zona (com apenas 3mm de deformada acima do limite). O mesmo não se pode dizer dos pisos
superiores que, para H=0.40m, a deformada continua a exceder o limite admissível. No entanto, para
uma altura de laje H=0.50m, as deformações relativas acima de 1.5cm das lajes para a combinação
frequente a longo prazo (ELS2) são as seguintes:
91
Figura 8.24 – Deformada do piso 1 com pré-esforço e Figura 8.25 – Deformada do piso 2 com pré-esforço e
laje de 0.50m laje de 0.50m
-4.5 -4.3 -4 -3.8 -3.6 -3.4 -3.1 -2.9 -2.7 0 -2.2 -2 -1.7 -1.5 cm
No piso 1 continuam a existir duas zonas com deformações acima de 1.5cm. A zona de extremidade
corresponde à zona onde descarrega a escada exterior que sobe para o piso 2. Sendo esta uma zona
aberta, não afecta paredes exteriores pelo que bastou limitar a deformada a l/400.
A outra mancha visível encontra-se na zona do anfiteatro onde já se esperavam maiores deformadas
por ter uma sobrecarga maior. Tendo em conta que nesta zona acima do piso não existem paredes e
a deformada máxima é excedida em apenas 4mm, considerou-se a deformada aceitável, sendo no
entanto necessário um controlo de fendilhação das paredes inferiores à laje.
Quanto ao piso 2 este apresenta uma deformada máxima de 3cm. Optou-se por criar uma banda
maciça com 3.3 metros de largura na zona crítica. Este maciçamento não só aumentou a inércia da
laje como permitiu uma maior concentração de pré-esforço (cabos espaçados de 200mm). Com esta
alteração as deformadas do piso 2 passaram todas a ser inferiores a 1.5cm.
-2.1 -1.8 -1.5 -1.2 -0.9 -0.6 -0.3 0 0.3 0 0.9 1.2 1.5 1.8 cm
92
8.2 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DE LAJES
Na generalidade dos casos, as lajes correspondem a elementos cuja verificação aos ELU de flexão
consiste numa verificação à flexão simples. No entanto, a aplicação do pré-esforço torna o esforço
axial existente um novo elemento da equação, pelo que se torna necessária uma verificação ao ELU
de flexão composta das lajes nas zonas pré-esforçadas da laje e na direcção da acção do pré-
esforço. Nas zonas não pré-esforçadas, ou naquelas cuja direcção das armaduras é perpendicular ao
pré-esforço, a verificação à flexão consiste apenas numa verificação ao ELU de flexão simples. A par
desta verificação é ainda efectuada a verificação aos ELU de punçoamento na zona dos pilares. Para
o efeito, foram considerados os esforços actuantes correspondentes à combinação fundamental com
acção variável base de sobrecarga (ELU1), já que a acção sísmica não é condicionante para as lajes.
Relativamente à verificação da segurança aos ELS, uma vez que o limite de abertura de fendas se
admitiu controlado por intermédio do critério definido em 7.1.2, e a verificação das deformações foi já
efectuada no capítulo anterior de verificação do pré-esforço, consideram-se a verificação dos ELS
satisfeita.
Figura 8.27 – Localização das lajes a pormenorizar. A azul, a laje do piso 2, com as zonas maciçadas e capitéis
a azul escuro e as extremidades em consola a amarelo. A cor de laranja, apresentam-se as lajes de cobertura
93
8.2.1 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS
Tendo em conta que as lajes a analisar apresentam diferentes geometrias e tipos de solicitações, são
analisadas as seguintes secções diferentes:
• Laje nervurada do piso 2 com altura total de H=0.50m (Secção em “T”) – Flexão Simples e
Composta;
• Laje maciça do piso 2 (zonas maciçadas, capitéis e banda) com 0.50m de espessura –
Flexão Simples e Composta;
• Laje maciça em consola do piso 2 e da cobertura com 0.25m de espessura – Flexão Simples;
No que diz respeito à laje maciça de 0.50m do piso 2, analisou-se uma secção de largura unitária
com diferentes distribuições de armadura numa das faces e com uma distribuição de varões mínima
de Φ10//0.20 na face oposta. Nas zonas maciçadas juntos às nervuras, os valores de momento
resistente foram obtidos para um esforço de compressão de 2 j 150/0.80 375f,/a (2 mono-
cordões por nervuras e nervuras afastadas de 0.80m). Na zona da banda maciçada, os valores de
momento resistente foram obtidos para um esforço de compressão de 150/0.20 750f,/a (mono-
cordões afastados de 200mm).
DIFERENTES DITRIBUIÇÕES
h
Ø10//0.20
Em Anexo apresenta-se o diagrama de interacção NRd – MRd para laje maciça de 0.50m.
A partir do diagrama obtém-se os valores dos momentos resistentes para os dois diferentes casos de
compressão assinalados por linhas a verde no gráfico. Uma vez que a secção da laje é constante, o
momento negativo obtido é equivalente ao positivo (invertendo a posição das armaduras). No
seguinte quadro resumem-se os esforços resistentes obtidos:
94
NSd [kN/m] = -375 NSd [kN/m] = -750
(+/-) (+/-)
MRd [kN.m/m] MRd [kN.m/m]
Relativamente à laje da cobertura com espessura de 0.35m, utilizando o mesmo princípio, os valores
obtidos para um esforço de compressão de 150/0.14 1071.4f,/a (mono-cordões afastados de
140mm), apresentam-se igualmente em Anexo.
Para o valor de compressão assinalado a verde no gráfico, os esforços resistentes obtidos são:
(+/-)
MRd [kN.m/m]
Φ10//0.10 214
Φ10//0.20+ Φ12//0.20 227
Φ12//0.10 240
Φ12//0.20+ Φ16//0.20 272
Φ16//0.10 302
Relativamente à laje nervurada, esta foi analisada através da variante do programa de cálculo
desenvolvido que permite calcular secções em “H” ou “T”. Para o cálculo do momento positivo
resistente, considerando uma acção de compressão de 300kN (2 mono-cordões por nervura), e
admitindo a secção equivalente da figura 8.30, foi calculada a capacidade resistente da secção à
flexão composta para NRd= -300 kN, com 2 varões na parte inferior por nervura, para diâmetros de
Φ10, Φ12, Φ16 e Φ20. Na parte superior considerou-se a distribuição de varões mínima de
Φ10//0.20. Para o cálculo do momento negativo resistente o processo foi o mesmo, na parte inferior
da nervura manteve-se 2Φ10 constante e calculou-se a capacidade resistente para diferentes
distribuições de armaduras.
0.8
Ø10//0.20
0.1
0.4
2Ø10/2Ø12
2Ø16/2Ø20
bm
Figura 8.29 – Secção equivalente considerada no cálculo da laje nervurada a azul, com o valor de bm obtido da
tabela x.x, correspondente a 208mm
95
Uma vez que a secção analisada apresenta 0.80m de largura, é necessário dividir por este valor os
resultados para se obter um momento resistente por metro. No seguinte quadro resumem-se os
esforços resistentes obtidos para a compressão considerada (assinalada a verde no gráfico), já por
metro:
(-)
(+)
MRd [kN.m/m]
MRd [kN.m/m]
Φ10//0.10 -155
2Φ10 56
Φ10//0.20+ Φ12//0.20 -175
2Φ12 64
Φ12//0.10 -190
2Φ16 86
Φ12//0.20+ Φ16//0.20 -210
2Φ20 112
Φ16//0.10 -230
No que diz respeito à laje nervurada, os valores resistentes para flexão simples foram obtidos do
diagrama em Anexo considerando compressão nula e a mesma armadura adoptada no cálculo de
flexão composta. Os valores obtidos são os seguintes:
(-)
(+)
MRd [kN.m/m]
MRd [kN.m/m]
Φ10//0.10 -95
2Φ10 25
Φ10//0.20+ Φ12//0.20 -110
2Φ12 36
Φ12//0.10 -125
2Φ16 63
Φ12//0.20+ Φ16//0.20 -170
2Φ20 97
Φ16//0.10 -210
No entanto, para os casos em que a capacidade resistente do betão sem armadura específica para
resistir ao punçoamento não é suficiente, foi calculada essa armadura através da seguinte expressão:
MË+ L 0.75Ë*, N
· (: ·
8;6,l · 7SM@N
(8.4)
96
Sendo,
(: o perímetro de controlo;
Desta forma, foi desenvolvida uma tabela de cálculo que, em função das dimensões, geometria e
localização dos pilares (relativamente às extremidade da laje), da espessura da laje, da armadura de
flexão da laje e dos esforços actuantes permite-se verificar as condições referidas. Apresentam-se
em Anexo somente a tabela com os resultados do cálculo referente à laje do piso 2 uma vez que na
laje de cobertura a segurança verificou-se em todos os casos. Aqueles que se encontram a vermelho
necessitam de armadura de punçoamento.
Como foi já enunciado existem diferentes tipos de secções e solicitações pelo que os esforços devem
também ser analisados com distinção. A figura 8.30 diferencia as diversas secções a analisar
relativamente ao momento M22 no piso 2, através de um diagrama de cores.
Laje 0.25m em consola sem pré- Laje aligeirada sem pré-esforço (secção Laje aligeirada com pré-esforço (secção
esforço em “T”) em “T”)
97
No que diz respeito ao momento M11, não existe pré-esforço aplicado nessa direcção, pelo que
apenas existem 3 casos distintos, referentes às diferentes geometrias, a verificar à flexão simples.
Em relação às lajes da cobertura, as suas geometrias são constantes pelo que esta análise distinta
não é necessária.
Num caso usual de um edifício, as vigas representam elementos estruturais cujos esforços
predominantes correspondem à flexão, esforço transverso e, em certos casos, torção. O esforço axial
a que este tipo de peça está sujeita é relativamente baixo no caso de não se considerar a acção da
retracção, variação de temperatura ou pré-esforço. Desta forma pode ser considerado como um
elemento com esforço axial desprezável.
O seu dimensionamento consiste assim, numa verificação aos ELU de flexão simples e esforço
transverso. Para o efeito, foram considerados os esforços actuantes correspondentes à combinação
envolvente de acções resultantes para as combinações fundamentais (ELU_ENV).
As vigas a analisar corresponde às vigas V1.15 e V1.16 do piso 1, as viga-dobra DC.1 à DC.3 e VC.6
da cobertura e ainda a viga VC.5, também da cobertura.
Figura 8.31 – Localização das vigas analisadas. Vigas V1.15 e V1.16 a azul, vigas DC.1 à DC.3 e VC.6 a verde e
viga VC.5 a cor de laranja
98
O pré-dimensionamento destas vigas ditou as seguintes dimensões:
Uma vez que o limite de abertura de fendas se admitiu controlado por intermédio do critério definido
em 7.2.1, resta apenas limitar as flechas das vigas a %/400 e/ou 1.5cm, no caso de afectar paredes de
alvenaria, para a combinação frequente a longo prazo (ELS2).
V1.15 2.28
V1.16 2.63
DC.1 1.20
DC.2 1.90
DC.3 1.30
VC.6 0.40
VC.5 2.70
Em Anexo apresenta-se o traçado das flechas relativas das vigas analisadas para esta combinação.
Estas deformações foram obtidas considerando os pilares com uma rigidez axial infinita, de forma a
se obterem a flechas relativas e não absolutas.
Verifica-se que as vigas V1.15 e V1.16 (figura 1) não apresentam problemas ao nível da deformada, o
mesmo já não acontece para a viga VC.6. Nesse alinhamento, as vigas DC.1 e DC.2 têm uma
deformada quase nula devido à altura que têm (1.27m) como seria de esperar (figura 2). Em relação
à viga DC.3 esta apresenta uma deformada de 1.05cm, ainda inferior ao limite admissível. Esta
deformada acontece devido ao abaixamento do pilar P4G que, “nascendo” no piso 0 implica uma
deformação da laje. Este abaixamento faz com que as vigas DC.3 e VC.6 também se deformem.
Como consequência, a deformada máxima da viga VC.6 apresenta um valor de 1.55cm. No entanto,
este valor deve ser analisado em relação à deformada do próprio pilar (linha azul na figura),
99
apresentando uma deformada de apenas 1.55-1.05=0.50cm, superior ao limite máximo de 0.40cm.
Desta forma, foi aumentada a altura da viga até se obter um valor de 0.40cm. Esse valor foi
conseguido com uma altura nova para a viga VC.6 de 1.00m (figura 3).
A viga VC.5 apresenta uma flecha de 1.57cm que apesar de ser superior ao limite máximo de 1.50cm
se considerou aceitável (figura 4).
No que diz respeito à armadura longitudinal de tracção para vigas, o artigo 90.1º do REBAP preconiza
uma percentagem mínima dessa armadura, É, que não deve ser inferior a 0.15 no caso de armaduras
de aço A400. Essa percentagem é definida pela relação:
É j 100
59
(8.7)
Em que:
2
Viga Asmin [cm ]
V1.15 2.99
V1.16 5.09
DC.1 6.51
DC.2 6.51
DC.3 6.51
VC.6 5.09
VC.5 5.09
De igual forma o artigo 90.2º do REBAP define uma percentagem de armadura longitudinal de tracção
ou compressão máxima correspondente a 4% da área total da secção da viga.
100
8.3.2.2 Cálculo dos Esforços Resistentes – Esforço Transverso
Ao longo de todo o vão livre da viga, esta deve ser armada com estribos que abracem a totalidade da
sua altura, envolvendo as armaduras de tracção e de compressão (quando se considerarem
resistentes). O artigo 94.1º do REBAP limita a distância entre 2 ramos consecutivos de um mesmo
estribo a 60cm ou à altura útil da viga. No caso de tal acontecer são necessários 4 ramos por
intermédio de 2 estribos intercalados e armados com auxílio de uma armadura construtiva.
Relativamente à percentagem mínima de estribos, É6 , segundo o artigo 94.2º do REBAP, esta não
deve ser inferior a 0.10, no caso de armadura de aço A400. Este valor é definido pela seguinte
expressão:
6
É6 j 100
56 j j 7SM@N
(8.8)
Em que:
56 é a largura da alma;
Uma vez que as vigas apresentam todas a mesma largura, obtêm-se um valor de armadura de
2
estribos mínima de 3.5cm /m, o que corresponde a Φ8//0.125.
Segundo o EC2, o cálculo do esforço transverso resistente duma secção sem armadura de esforço
transverso (4*, ), pressupõe o conhecimento prévio da armadura longitudinal já instalada no
elemento. Isto implica um processo bastante complexo, uma vez que se teria que calcular o valor de
4*, segmento a segmento, impossibilitando uma generalização do esforço transverso resistente para
uma mesma secção. Desta forma foi considerado para o valor de 4*, do EC2 o valor de 4Þ
preconizado no artigo 52.1º do REBAP. Este depende apenas da classe do betão e da dimensão da
secção sendo dado pela seguinte expressão:
4Þ : j 56 j (8.8)
Em que:
101
8.3.2.3 Esforços Actuantes – Momento e Esforço Transverso
Ao contrário do que acontece vulgarmente em vigas, o esforço axial actuante nos pilares não pode
ser desprezado. Desta forma, a verificação à flexão e à compressão/tracção deve ser feita
conjuntamente através duma análise à flexão composta. Para o efeito, foram considerados os
esforços actuantes correspondentes às combinações fundamentais (ELU1 a ELU5). Estes esforços
foram naturalmente obtidos do modelo de cálculo tridimensional. Os pilares considerados no
dimensionamento correspondem aos pilares PC4, PD3, PE2, PE4, PG4 e PR6.
Figura 8.32 – Localização dos pilares analisados. Pilar PC4 a cor de laranja, pilar PD3 a verde, pilar PE2 a
encarnado, pilar PE4 a roxo e pilar PR6 a amarelo
102
8.4.1 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS
Segundo os artigos 121.1º e 121.2º do REBAP a área de armadura (considerando o aço A400) não
deve ser inferior 0.6% da secção do pilar, nem superior a 8%, mesmo em zonas de emenda com
sobreposição de varões.
O cálculo do esforço transverso é semelhante ao das vigas, pelo que em Anexo se apresentam
igualmente os valores dos esforços transversos resistentes para cada pilar para uma gama de
estribos usuais. Estes têm o objectivo de cintar o betão e impedir a encurvadura dos varões
longitudinais, tendo sido dispostos conforme as especificações indicadas no artigo 122º do REBAP.
Com o mesmo critério de apresentação patente nos diagramas das vigas, os diagramas
apresentados em Anexo correspondem aos resultados máximos e mínimos de esforço axial,
momento M3 e momento M2 obtidos do modelo, bem como de esforço transverso.
103
8.5 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO NÚCLEO
A análise do núcleo é semelhante à análise efectuada para os pilares, sendo até comum verificar este
tipo de estrutura através da consideração de pilares fictícios. No entanto, o processo utilizado na
verificação da flexão composta deste elemento neste trabalho foi bastante mais simples.
2.45 2.45
0.225
0.225 0.975
1.95
Figura 8.33 – Secção equivalente do Figura 8.34 – Secção do núcleo Figura 8.35 – Secção equivalente do
núcleo na direcção do momento núcleo na direcção do momento
indicado (M33) indicado (M22)
O cálculo do esforço transverso é semelhante ao dos pilares, pelo que em Anexo se apresentam os
valores dos esforços transversos resistentes para o núcleo para uma gama de estribos usuais.
104
9 CONCLUSÃO
Em primeiro lugar é de referir que o principal objectivo deste trabalho foi cumprido ao percorrer as
principais fases de um projecto de estruturas, finalizando uma concepção estrutural funcional cuja
solução cumpriu o projecto de arquitectura sem alterações significativas.
Ao longo do trabalho foi posta à prova a plataforma de conhecimentos adquiridas, a qual permitiu
uma análise de todos os diferentes tipos de elementos estruturais, apesar de nem todos terem sido
pormenorizados.
No que diz respeito ao programa de verificação de secções de betão armado à flexão composta
desenvolvido no âmbito desta dissertação, este revelou-se de grande utilidade uma vez que permite a
verificação automática dum conjunto significativo de pilares, paredes e núcleos, e ainda a
determinação de esforços resistente em lajes pré-esforçadas.
105
106
BIBLIOGRAFIA
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de Física e Centro de Geofísica de Évora.
Bhatt, C. A.; Análise Sísmica de Edifícios de Betão Armado segundo o Eurocódigo 8 – Análises
Lineares e Não Lineares; Lisboa; Instituto Superior Técnico; 2007.
Camacho, J. S.; Concreto Armado: Estados Limites de Utilização; Ilha Solteira; Faculdade de
Engenharia de Ilha Solteira; 2005.
Camposinhos, Rui de Sousa; Lajes Pré-Esforçadas por Cabos Não Aderentes; Porto; Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto; 1991.
Marchão, Carla e Appleton, Júlio; Introdução ao Comportamento das Estruturas de Betão Armado;
Lisboa; Instituto Superior Técnico; 2008/2009.
Marchão, Carla e Appleton, Júlio; Verificação da Segurança aos Estados Limites Últimos de
Elementos com Esforço Axial Desprezável; Lisboa; Instituto Superior Técnico; 2008/2009.
Marchão, Carla e Appleton, Júlio; Verificação da Segurança aos Estados Limites Últimos de
Elementos com Esforço Axial Não Desprezável; Lisboa; Instituto Superior Técnico; 2008/2009.
Marchão, Carla e Appleton, Júlio; Pré-Esforço; Lisboa; Instituto Superior Técnico; 2007/2008.
Marchão, Carla e Appleton, Júlio; Lajes de Betão Armado; Lisboa; Instituto Superior Técnico;
2007/2008.
Marchão, Carla e Appleton, Júlio; Fundações de Edifícios; Lisboa; Instituto Superior Técnico;
2007/2008.
107
Eurcódigo 2 – Projecto de Estruturas de Betão, Parte 1-1:Regras Gerais e Regras para Edifícios;
LNEC; 2010.
Eurcódigo 8 – Projecto de Estruturas para Resistência aos Sismos, Parte 1:Regras Gerais, Acções
Sísmica e Regras para Edifícios; LNEC; 2010.
R.S.A. – Regulamento de Segurança e Acções para Estruturas de Edifícios e Pontes; Porto; Porto
Editora; 1983.
108
ANEXOS
ÍNDICE DE ANEXOS
ANEXO A.1 – DIAGRAMAS DE INTERACÇÃO NRD – MRD DE LAJES PRÉ-ESFORÇADAS
1000
‐1000
‐2000
Φ10//0.10
NRd [kN]
Φ10//0.20+Φ12//0.20
‐3000
Φ12//0.10
‐4000 Φ12//0.20+Φ16//0.20
Φ16//0.10
‐5000
‐6000
‐7000
‐500 ‐400 ‐300 ‐200 ‐100 0 100 200 300 400 500
MRd [kN.m]
1000
‐1000
‐2000
Φ10//0.10
NRd [kN]
Φ10//0.20+Φ12//0.20
‐3000
Φ12//0.10
‐4000 Φ12//0.20+Φ16//0.20
Φ16//0.10
‐5000
‐6000
‐7000
‐500 ‐400 ‐300 ‐200 ‐100 0 100 200 300 400 500
MRd [kN.m]
Diagrama de Interacção NRd ‐ MRd ‐ Secção em "T"
500
‐500
‐1000
NRd [kN]
2Φ10
2Φ12
‐1500
2Φ16
‐2000 2Φ20
‐2500
‐3000
‐250 ‐200 ‐150 ‐100 ‐50 0 50 100 150 200 250 300
MRd [kN.m]
ANEXO A.2 – MOMENTOS RESISTENTES DE LAJES MACIÇAS
(Nota: Os valores de x que se apresentam a cor de laranja estão compreendidos entre valores de 0.20d e 0.26d,
aqueles que se encontram rasurados a vermelhos apresentam valores superiores a 0.26d.)
ANEXO A.3 – DIAGRAMAS DE MOMENTO E ESFORÇO TRANSVERSO ACTUANTES EM LAJES
‐200 ‐169 ‐138 ‐107 ‐76 ‐45 ‐14 17 48 0 110 141 172 203 kN.m
Figura 1 – Diagrama de momentos M11 da laje do piso 2
‐250 ‐223 ‐196 ‐169 ‐142 ‐115 ‐88 ‐61 ‐34 0 20 47 74 101 kN.m
Figura 2 – Diagrama de momentos M22 da laje do piso 2
‐300 ‐254 ‐208 ‐162 ‐116 ‐70 ‐24 22 68 0 160 206 252 298 kN
Figura 3 – Diagrama de esforço transverso V13 da laje do piso 2
‐300 ‐254 ‐208 ‐162 ‐116 ‐70 ‐24 22 68 0 160 206 252 298 kN
Figura 4 – Diagrama de esforço transverso V23 da laje do piso 2
‐200 ‐177 ‐154 ‐131 ‐108 ‐85 ‐62 ‐39 ‐16 0 30 53 76 99 kN.m
Figura 5 – Diagrama de momentos M11 das lajes de cobertura
‐200 ‐177 ‐154 ‐131 ‐108 ‐85 ‐62 ‐39 ‐16 0 30 53 76 99 kN.m
Figura 6 – Diagrama de momentos M22 das lajes de cobertura
‐300 ‐254 ‐208 ‐162 ‐116 ‐70 ‐24 22 68 0 160 206 252 298 kN
Figura 7 – Diagrama de esforço transverso V13 das lajes de cobertura
‐300 ‐254 ‐208 ‐162 ‐116 ‐70 ‐24 22 68 0 160 206 252 298 kN
Figura 8 – Diagrama de esforço transverso V23 das lajes de cobertura
ANEXO A.4 – VERIFICAÇÃO AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS DE PUNÇOAMENTO EM LAJES
Figura 3 – Deformadas das vigas DC.1, DC.2, DC.3 e VC.6 com novas dimensões da viga VC.6
(Nota: Os valores de x que se apresentam a cor de laranja estão compreendidos entre valores de 0.20d e 0.26d,
aqueles que se encontram rasurados a vermelhos apresentam valores superiores a 0.26d.)
ANEXO A.7 – ESFORÇO TRANSVERSO RESISTENTE DE VIGAS
‐400
‐200
[kN.m]
0
200
400
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
[m]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU_ENV‐SY
[kN.m]
‐400
‐200
0
200
400
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
[m]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU_ENV‐SY
Diagrama de Momentos Actuantes ‐ Viga VC.5
‐50
50
[kN.m]
100
150
200
250
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
[m]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU_ENV‐SY
Diagrama de Esf. Transverso Actuante ‐ Vigas V1.15 ‐ V1.16
‐300
‐200
‐100
[kN.m]
0
100
200
300
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
[m]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU_ENV‐SY
[kN.m]
0
100
200
300
400
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
[m]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU_ENV‐SY
Diagrama de Esf. Transverso Actuante ‐ Viga VC.5
‐80
‐60
‐40
‐20
[kN.m]
0
20
40
60
80
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
[m]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU_ENV‐SY
VERIFICAÇÃO AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS DE FLEXÃO BI‐COMPOSTA
PILAR PC4
1000
‐1000
‐2000
NRd [kN]
‐3000
‐4000
‐5000
‐6000
‐7000
‐800 ‐600 ‐400 ‐200 0 200 400 600 800
MRd [kN.m]
Esforços ‐ 0º Diagrama de Interacção ‐ 0º
Esforços ‐ 90º Diagrama de Interacção ‐ 90º
VERIFICAÇÃO AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS DE FLEXÃO BI‐COMPOSTA
PILAR PD3
1000
‐1000
‐2000
NRd [kN]
‐3000
‐4000
‐5000
‐6000
‐7000
‐8000
‐1500 ‐1000 ‐500 0 500 1000 1500
MRd [kN.m]
Esforços ‐ 0º Diagrama de Interacção ‐ 0º
Esforços ‐ 90º Diagrama de Interacção ‐ 90º
VERIFICAÇÃO AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS DE FLEXÃO BI‐COMPOSTA
PILAR PE2
1000
‐1000
NRd [kN]
‐2000
‐3000
‐4000
‐5000
‐6000
‐800 ‐600 ‐400 ‐200 0 200 400 600 800
MRd [kN.m]
Esforços ‐ 0º Diagrama de Interacção ‐ 0º
Esforços ‐ 90º Diagrama de Interacção ‐ 90º
VERIFICAÇÃO AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS DE FLEXÃO BI‐COMPOSTA
PILAR PE4 (1/2 – ATÉ AO PISO 1)
2000
1000
‐1000
NRd [kN]
‐2000
‐3000
‐4000
‐5000
‐6000
‐7000
‐1500 ‐1000 ‐500 0 500 1000 1500
MRd [kN.m]
Esforços ‐ 0º Diagrama de Interacção ‐ 0º
Esforços ‐ 90º Diagrama de Interacção ‐ 90º
VERIFICAÇÃO AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS DE FLEXÃO BI‐COMPOSTA
PILAR PE4 (2/2 – PISO 2)
1000
500
‐500
NRd [kN]
‐1000
‐1500
‐2000
‐2500
‐3000
‐200 ‐150 ‐100 ‐50 0 50 100 150 200
MRd [kN.m]
Esforços ‐ 0º Diagrama de Interacção ‐ 0º
Esforços ‐ 90º Diagrama de Interacção ‐ 90º
VERIFICAÇÃO AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS DE FLEXÃO BI‐COMPOSTA
PILAR PR6
500
‐500
NRd [kN]
‐1000
‐1500
‐2000
‐2500
‐3000
‐200 ‐150 ‐100 ‐50 0 50 100 150 200
MRd [kN.m]
Esforços ‐ 0º Diagrama de Interacção ‐ 0º
Esforços ‐ 90º Diagrama de Interacção ‐ 90º
ANEXO A.10 – ESFORÇO TRANSVERSO RESISTENTE DE PILARES
(Nota: Os valores de que se apresentam a cor de laranja são superiores a , á , pelo que se adoptou este
último valor.)
10.0 10.0
8.0 8.0
[m]
[m]
6.0 6.0
4.0 4.0
2.0 2.0
0.0 0.0
‐1000 ‐500 0 500 ‐300 ‐200 ‐100 0 100 200 300
[kN.m] [kN.m]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU1 ELU_ENV‐SX
ELU_ENV‐SY ELU_ENV‐SY
Diagrama de Momentos Diagrama de Momentos
Actuantes M3 ‐ Pilar PD3 Actuantes M2 ‐ Pilar PD3
18.0 18.0
16.0 16.0
14.0 14.0
12.0 12.0
10.0 10.0
[m]
[m]
8.0 8.0
6.0 6.0
4.0 4.0
2.0 2.0
0.0 0.0
‐1000 ‐500 0 500 1000 ‐200 ‐100 0 100 200
[kN.m] [kN.m]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU1 ELU_ENV‐SX
ELU_ENV‐SY ELU_ENV‐SY
Diagrama de Momentos Diagrama de Momentos
Actuantes M3 ‐ Pilar PE2 Actuantes M2 ‐ Pilar PE2
18.0 18.0
16.0 16.0
14.0 14.0
12.0 12.0
10.0 10.0
[m]
[m]
8.0 8.0
6.0 6.0
4.0 4.0
2.0 2.0
0.0 0.0
‐400 ‐200 0 200 400 600 ‐200 ‐100 0 100 200
[kN.m] [kN.m]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU1 ELU_ENV‐SX
ELU_ENV‐SY ELU_ENV‐SY
Diagrama de Momentos Diagrama de Momentos
Actuantes M3 ‐ Pilar PE4 Actuantes M2 ‐ Pilar PE4
18.0 18.0
16.0 16.0
14.0 14.0
12.0 12.0
10.0 10.0
[m]
[m]
8.0 8.0
6.0 6.0
4.0 4.0
2.0 2.0
0.0 0.0
‐400 ‐200 0 200 400 ‐200 ‐100 0 100 200
[kN.m] [kN.m]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU1 ELU_ENV‐SX
ELU_ENV‐SY ELU_ENV‐SY
Diagrama de Momentos Diagrama de Momentos
Actuantes M3 ‐ Pilar PR6 Actuantes M2 ‐ Pilar PR6
8.0 8.0
7.0 7.0
6.0 6.0
5.0 5.0
[m]
[m]
4.0 4.0
3.0 3.0
2.0 2.0
1.0 1.0
0.0 0.0
‐100 ‐50 0 50 100 ‐50 0 50 100
[kN.m] [kN.m]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU1 ELU_ENV‐SX
ELU_ENV‐SY ELU_ENV‐SY
Diagrama de Esforço Axial Diagrama de Esforço Axial
Actuante ‐ Pilar PC4 Actuante ‐ Pilar PD3
12.0 18.0
16.0
10.0
14.0
8.0 12.0
10.0
[m]
[m]
6.0
8.0
4.0 6.0
4.0
2.0
2.0
0.0 0.0
‐5000 ‐4000 ‐3000 ‐2000 ‐1000 0 ‐2500 ‐2000 ‐1500 ‐1000 ‐500 0
[kN] [kN]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU1 ELU_ENV‐SX
ELU_ENV‐SY ELU_ENV‐SY
Diagrama de Esforço Axial Diagrama de Esforço Axial
Actuante ‐ Pilar PE2 Actuante ‐ Pilar PE4
18.0 18.0
16.0 16.0
14.0 14.0
12.0 12.0
10.0 10.0
[m]
[m]
8.0 8.0
6.0 6.0
4.0 4.0
2.0 2.0
0.0 0.0
‐2500 ‐2000 ‐1500 ‐1000 ‐500 0 ‐4000 ‐3000 ‐2000 ‐1000 0
[kN] [kN]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU1 ELU_ENV‐SX
ELU_ENV‐SY ELU_ENV‐SY
Diagrama de Esforço Axial
Actuante ‐ Pilar PR6
8.0
7.0
6.0
5.0
[m]
4.0
3.0
2.0
1.0
0.0
‐300 ‐200 ‐100 0 100
[kN]
ELU1 ELU_ENV‐SX
ELU_ENV‐SY
Diagrama de Esforço Diagrama de Esforço
Transverso Actuante V2 ‐ Transverso Actuante V3 ‐
Pilar PC4 12.0 Pilar PC4 12.0
10.0 10.0
8.0 8.0
[m]
[m]
6.0 6.0
4.0 4.0
2.0 2.0
0.0 0.0
‐150 ‐100 ‐50 0 50 ‐300 ‐200 ‐100 0 100 200
[kN] [kN]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU1 ELU_ENV‐SX
ELU_ENV‐SY ELU_ENV‐SY
Diagrama de Esforço Diagrama de Esforço
Transverso Actuante V3 ‐ Transverso Actuante V2 ‐
Pilar PD3 18.0 Pilar PD3 18.0
16.0 16.0
14.0 14.0
12.0 12.0
10.0 10.0
[m]
[m]
8.0 8.0
6.0 6.0
4.0 4.0
2.0 2.0
0.0 0.0
‐300 ‐200 ‐100 0 100 200 300 ‐100 ‐50 0 50 100
[kN] [kN]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU1 ELU_ENV‐SX
ELU_ENV‐SY ELU_ENV‐SY
Diagrama de Esforço Diagrama de Esforço
Transverso Actuante V2 ‐ Transverso Actuante V3 ‐
Pilar PE2 18.0 Pilar PE2 18.0
16.0 16.0
14.0 14.0
12.0 12.0
10.0 10.0
[m]
[m]
8.0 8.0
6.0 6.0
4.0 4.0
2.0 2.0
0.0 0.0
‐40 ‐20 0 20 40 60 ‐200 ‐100 0 100 200
[kN] [kN]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU1 ELU_ENV‐SX
ELU_ENV‐SY ELU_ENV‐SY
Diagrama de Esforço Diagrama de Esforço
Transverso Actuante V2 ‐ Transverso Actuante V3 ‐
Pilar PE4 18.0 Pilar PE4 18.0
16.0 16.0
14.0 14.0
12.0 12.0
10.0 10.0
[m]
[m]
8.0 8.0
6.0 6.0
4.0 4.0
2.0 2.0
0.0 0.0
‐300 ‐200 ‐100 0 100 200 ‐150 ‐100 ‐50 0 50 100 150
[kN] [kN]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU1 ELU_ENV‐SX
ELU_ENV‐SY ELU_ENV‐SY
Diagrama de Esforço Diagrama de Esforço
Transverso Actuante V2 ‐ Transverso Actuante V3 ‐
Pilar PR6 8.0 Pilar PR6 8.0
7.0 7.0
6.0 6.0
5.0 5.0
[m]
[m]
4.0 4.0
3.0 3.0
2.0 2.0
1.0 1.0
0.0 0.0
‐40 ‐20 0 20 40 ‐100 ‐50 0 50 100
[kN] [kN]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU1 ELU_ENV‐SX
ELU_ENV‐SY ELU_ENV‐SY
ANEXO A.12 – DIAGRAMAS DE INTERACÇÃO MOMENTO – ESFORÇO AXIAL RESISTENTE DO
NÚCLEO
VERIFICAÇÃO AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS DE FLEXÃO COMPOSTA
NÚCLEO ‐ DIRECÇÃO M33
5000
0.260 4.52
0.410 4.52
0
0.560 4.52
0.710 4.52
‐5000
0.860 4.52
1.010 4.52
NRd [kN]
1.160 4.52
‐10000
1.310 4.52
1.460 4.52
‐15000
1.610 4.52
1.760 4.52
‐20000
1.775 8.04
1.865 8.04
‐25000
1.955 8.04
2.045 8.04
‐30000
‐15000 ‐10000 ‐5000 0 5000 10000 15000
2.135 12.06
MRd [kN.m]
Esforços Diagrama de Interacção
VERIFICAÇÃO AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS DE FLEXÃO COMPOSTA
NÚCLEO ‐ DIRECÇÃO M22
5000
0.318 2.26
0.445 2.26
0
0.550 2.26
0.700 2.26
‐5000
0.850 2.26
1.000 2.26
NRd [kN]
1.150 2.26
‐10000
1.300 2.26
1.450 2.26
‐15000
1.600 2.26
1.750 2.26
‐20000
1.900 2.26
2.005 2.26
‐25000
2.133 2.26
2.260 28.26
‐30000
‐20000 ‐15000 ‐10000 ‐5000 0 5000 10000 15000 20000
2.338 4.02
MRd [kN.m]
2.415 30.27
Esforços Diagrama de Interacção
ANEXO A.13 – ESFORÇO TRANSVERSO RESISTENTE DO NÚCLEO
(Nota 2: Na direcção de actuação do esforço transverso V2 o valor do esforço transverso resistente dobra, uma vez que são
duas paredes a resistir.)
14.0 14.0
12.0 12.0
10.0 10.0
[m]
[m]
8.0 8.0
6.0 6.0
4.0 4.0
2.0 2.0
0.0 0.0
‐4000 ‐2000 0 2000 4000 6000 ‐10000 ‐5000 0 5000 10000
[kN.m] [kN.m]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU1 ELU_ENV‐SX
ELU_ENV‐SY ELU_ENV‐SY
Diagrama de Esforço Axial
Actuante ‐ Núcleo
16.0
14.0
12.0
10.0
[m]
8.0
6.0
4.0
2.0
0.0
‐5000 ‐4000 ‐3000 ‐2000 ‐1000 0
[kN]
ELU1 ELU_ENV‐SX
ELU_ENV‐SY
Diagrama de Esforço Diagrama de Esforço
Transverso Actuante V2 ‐ Transverso Actuante V3 ‐
Núcleo 16.0 Núcleo 16.0
14.0 14.0
12.0 12.0
10.0 10.0
[m]
[m]
8.0 8.0
6.0 6.0
4.0 4.0
2.0 2.0
0.0 0.0
‐2000 ‐1000 0 1000 2000 ‐1000 ‐500 0 500 1000
[kN] [kN]
ELU1 ELU_ENV‐SX ELU1 ELU_ENV‐SX
ELU_ENV‐SY ELU_ENV‐SY
PEÇAS DESENHADAS
ÍNDICE DE PEÇAS DESENHADAS
ARQUITECTURA
ARQ-08 – CORTES AB E CD
ESTABILIDADE
2.50
8.62
2.50 B
C
2.50
10.5
0.4
2.50
6
0
2.50
2.50
2.50
5.00
2.50
1.20
0.40
40
0
2.5
0.
0 0
1.
2.50
0.40
1.20
2.50
0.40
70
2.50
3.
0
2.5
2.50
5.00
28.95
2.50
0.25
0
1.60
0.3
1.98
0 R6.95
0.20
R4.7
10.4
2.50
0
A 9
2.5 2.15 1.40 4.20 6.27
10.8
1.80
0.20 0.20 0.20
0.20
2.50
5.00
3.50
2.50
1.50
8
3.5
0.20
0.20
3.38
13.33
5.50
5.0
0
7.61
8.2
0
15.64 14.62
0.20 0.40
0.40
D
31.15 3.70 1.00
0.30
FACULDADE DESENHO
ARQUITECTURA
PLANTA DO PISO -1
1.30
3.60
1.80
0.40
1.40
0
4.5
1.80
2.70
0
35.6
2.30
3.50
B
C
0.40
5.40
2.00
0.90
10.0
2.50 0
17.2
0
0.90
2.70
5.10
0.20
0.10
0.90
4.10
0.10
1.40 .40
0.90
1.50
0.40
0
1.60
0.60
1.90
0.10
0.15
1.20
0.40
9.88
2.00
0.20
1.93
0.10
0.10
0.40
1.50
1.75
2.10
4.40
0.10
10.8
0.15
0
6.04
4.6
28.95
1.20
0.25
0.10
1.92
2.20
0.10
0.30
0.15
1.98
0.20
4.95 2.00 6.27
0.25 0.25 0.40
10.8
A
2.59
0
5.5
7.2
1.80
0
5
0.20
0.20
1.50
7.01
0.40
1.80
2.36
6.06
13.14 6.72
0.30
8.57
2.06
4.60
0.20
0.20
4
2.45
1.1
5.00
1.80
4.10
4.27 2.10 6.27
1.80 0.40 0.20 0.40
3.25
0.40 0.20
1.47
2.70
0.15
1.50
0.40
0.40
0.40
0.70
D
0.20
0.50 0.50
6.00 6.24 1.60 6.32 0.92 3.60 1.80 3.60 2.92
FACULDADE DESENHO
ARQUITECTURA
PLANTA DO PISO 0
2.10
0.40
0.40
0.90
0
19.4
0.50
6
34.1
C
5.40
10.8
7.20
0
2.00
10.0
0
0.9
0
5.20 0.40
1.60
1.26
1.90
2.84
2.60 0.1
5
0.40
1.80
0.94 0.20 0
4 18.6
1.6
7.30
0.20
0.35
0.40
5.12
0.40
4.40
8.75
1.40
0.40
1.15
0.15
2.20
0.15
2.60 0.15
7.10
1.27
8.20
2.70
0.94 0.20
0.20
1.64
7.80
1.28
0.20
1.98
5.12
1.80
4.40
A
2.5
4 0.40
1.75
0.75
0.30
2.70
5
4.3
0.20
0.40
0.25
7.46 4.83 7.44
0.40 0.40 0.20
0.40
1.85
0.40
19.0
1.40
4.92
4.40
0
1.58
0.40
0.4
5.04
0
0.50
0.20
3.27 1.40 0.10
2.70
0.51
4.94
0.90
0.20 2.42
6.27
4.40
6.96 4.60
2.70
0.40 6
32.5
9
7.1
0.40
1.90
D
7.56
FACULDADE DESENHO
ARQUITECTURA
PLANTA DO PISO 0
0
1.8
0.90
0.90
0.90
1 9.40 1.80
0.90
3.60
0.90
0.40
2.70
C
0
4.4
2.30
B
0.40
10.8
0.20
0
4.50
4.50
8.00
0.20
4.80
0.40
10.0
0
0.2
4.08
1.60
0
1.16
13.7
7
1.50
0.28
0.40
1.98
6.15
2.20
A 8.48 0.75 2.00 1.50
1.55
0.25 0.25
0.45 0.40
0.42 0.40 0.40
4.63 7.44
13.79 0.50
D
FACULDADE DESENHO
ARQUITECTURA
PLANTA DO PISO 1
C
A
D
FACULDADE DESENHO
ARQUITECTURA
PLANTA DA COBERTURA
d. c.
f.
a.
c. c. c.
g.
h. g. h.
e. e. e.
c.
10.30
b. c. b. b. b.
j.
g.
f.
h. i. i.
1.50
2.00
b.
b.
c.
1.20
0.72
a.
c.
d.
f.
9.30
a.
1.50
2.00
c.
g.
j.
f. h.
e. L.
d.
c.
e. b.
b.
R8.50
1.20
I=14%
R16.00
0.60
FACULDADE DESENHO
ARQUITECTURA
d. d.
c.
c. f.
a. a.
c.
c. c. c. c.
d.
f. f. f.
g. h.
e. e. e.
c.
b.
c.
b.
10.64
b.
j. j.
g.
b. f. b. i. i.
h. c.
1.64
1.93
b. b.
c.
1.20
0.80
a.
d.
c. g. h. c.
a.
c.
1.50
1.91
13.00
c.
d.
j.
h. g.
b.
e.
c.
m. m. b.
j. j.
g. h. L.
b.
1.50
1.54
FACULDADE DESENHO
ARQUITECTURA
0.65
4.20
Ver porm. des. N11
0.50
0.50
4.00
e.
3.50
1.50
2.00
b.
0.50
0.45
4.00
3.50
Ver porm. des. N11
0.50
do Terreno
Perfil Natural
b.
3.00
2.50
1.86
1.90
Corte AB
0.65
c.
4.20
f.
Ver porm. des. N11
a.
c.
d.
13.00
4.00
4.45
e.
1.50
c.
2.00
j.
Perfil Natur
4.45
al do Terren
4.00
o
b.
3.00
Corte CD
FACULDADE DESENHO
ARQUITECTURA