- Essa redução implicaria que cada vez mais os criminosos iriam chamar crianças
menores para fazer o trabalho deles, e, como consequência, mais cedo crianças entrariam na vida do crime.
- Segundo a ONU, ao colocarem jovens de 16 e 17 anos em presídios, esses ficarão sob
influência direta de facções do crime organizado, já que é necessário juntar-se a uma para sobrevivência. Isso implica diretamente numa chance de reincidência, já que, uma vez dentro de uma gangue, é impossível sair dela. Cerca de 70% dos presos acabam voltando para a cadeia por esse e outros motivos.
- Além disso, há várias evidências que mostram que o encarceramento de pessoas
agrava sua situação de saúde mental, fazendo com que esses jovens entrem com maior facilidade ao mundo criminoso. Cerca de 12% dos detentos já recorreram ao suicídio e 60% sofrem de alucinações auditivas, psicose, desorientação e outros problemas mentais.
- Em vez de reduzir a maioridade penal, o governo deveria investir em educação e em
políticas públicas para proteger os jovens e diminuir a vulnerabilidade deles ao crime. No Brasil, segundo dados do IBGE, 486 mil crianças entre cinco e 13 anos eram vítimas do trabalho infantil em todo o Brasil em 2013. No quesito educação, o Brasil ainda tem 13 milhões de analfabetos com 15 anos de idade ou mais;
- A redução da maioridade penal iria afetar, preferencialmente, jovens negros, pobres
e moradores de áreas periféricas do Brasil, na medida em que este é o perfil de boa parte da população carcerária brasileira. Estudo da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) aponta que 72% da população carcerária brasileira é composta por negros.
- O Brasil tem a 4° maior população carcerária do mundo e um sistema prisional com
cerca de 197,4% de taxa de superlotação, o que significa que existem quase o dobro de detentos em relação ao número de vagas existentes, logo, superlotar ainda mais com adolescentes de 16/17 não seria benéfico, principalmente analisando que as penitenciárias não contribuem para a reinserção e reeducação dos criminosos.