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INSÍGNIA DE MADEIRA – OS

PRIMÓRDIOS DA FORMAÇÃO
ESCOTEIRA
Quando Baden-Powell escreveu
em publicou o “Escotismo para
Rapazes”, ele jamais imaginou
as dimensões que sua criação
chegaria a ter. Por conta disso,
o aprendizado dos primeiros
chefes escoteiros ocorria sem
uma organização formal,
baseada quase que
exclusivamente na
experimentação. Com o
crescimento e desenvolvimento
do Movimento Escoteiro,
Baden-Powell viu a necessidade
de organizar a formação dos
chefes escoteiros de uma
maneira mais metódica. Com
isso, por volta de 1909,
começaram a acontecer em Londres, os primeiros cursos de formação escoteira, como o que foi
realizado durante o inverno de 1909, em Richmond, Londres. Estes cursos continuaram a
acontecer, no decorrer de 1910, organizados por Baden-Powell normalmente numa única tarde.
Houve ainda um curso com uma duração maior que ocorreu de 4 a 7 de fevereiro de 1911 em
Elstree, nos arredores de Londres. Esses primeiros cursos foram interrompidos com o advento da
Primeira Guerra Mundial, em 1914. Infelizmente sobreviveram muito poucos registros dessa
época inicial do Movimento Escoteiro.

Logo após o fim da guerra, em 1918, o Movimento Escoteiro crescia e se desenvolvia em ritmo
acelerado. Por isso se tornou necessário que houvesse um determinado local, que servisse tanto
como área de acampamento para jovens que não tivessem condições de viajar para acampar,
quanto como centro de formação, para os futuros chefes escoteiros. Assim, em 1919, um amigo
de Baden-Powell, chamado William Frederick de Bois Maclaren, um Dirigente Escoteiro de
Rosneath, Dumbartonshire na Escócia, doou a quantia de £7,000 para que fosse adquirida uma
área que atendesse essa necessidade. Esse projeto ficou sob a responsabilidade de Percy
Bantock Nevill, um Dirigente Escoteiro do East End em Londres, a quem Banden-Powell designou
para a tarefa. Após uma longa procura sem sucesso, John Gayfer, um Chefe Assistente de Tropa,
sugeriu uma área chamada Gilwell Hall. Nevill ficou impressionado com o local, apesar do
péssimo estado de conservação da edificação central. O local foi comprado ao custo das £7,000
doadas por William Maclaren, que posteriormente doou mais £3,000 para a reforma do prédio. O
local passou a se chamar Gilwell Park, e foi inaugurado em 26 de junho de 1919.

O primeiro curso de formação escoteira, realizado em Gilwell Park, aconteceu de 8 a 19 de


setembro de 1919, e foi dirigido por Francis Gidney, o primeiro Chefe de Campo de Gilwell,
contando com a participação do próprio Baden-Powell.

Diferentemente do que se pode pensar, apesar de ter dirigido alguns cursos para adultos em
Londres, ainda nos primórdios do Movimento Escoteiro, Baden-Powell nunca foi diretor, e nem
mesmo dirigiu nenhum curso escoteiro em Gilwell Park. A sua participação se restringiu apenas a
uma palestra nesse primeiro curso de setembro de 1919.
Para marcar a realização desse curso, e para distinguir os seus participantes, Baden-Powell
queria utilizar algo significativo. Ele então achou entre os seus troféus militares aquilo que
precisava para criar a “Insígnia de Madeira” (Wood Badge). Primeiro ele pegou um cordão de
couro, que, conforme consta no livro “The Wolf That Never Sleeps”, foi presente de um antigo
chefe guerreiro zulu, de alta casta, que Baden-Powell recebeu durante o Cerco de Mafeking.
Segundo o costume da tribo o cordão atrairia boa sorte ao seu portador. Coincidência ou não, o
fato é que logo após o recebimento do presente, o Cerco de Mafeking terminou e Baden-Powell
se tornou um herói de guerra.

Além do cordão de couro, a Insígnia de Madeira seria formada também por duas contas retiradas
de outro dos troféus militares de Baden-Powell, o famoso Colar de Dinizulu kaCetshwayo, um
chefe guerreiro e filho de Cetshwayo o último rei da nação Zulu, reconhecido com tal pelo Império
Britânico.

Esse colar, chamado entre os Zulus


de “iziQu”, era dado somente aos
guerreiros mais bravos, sendo
composto de aproximadamente
1000 contas, esculpidas em
madeira de acácia africana, de cor
amarela, e com as suas
extremidades enegrecidas pelo
fogo.

É por isso, que não é correto se


referir à insígnia como “Insígnia
DA Madeira”, como algumas
pessoas equivocadamente
fazem, mas sim como “Insígnia
DE Madeira”, justamente porque ela é feita de madeira.

Juntamente com a Insígnia de Madeira os participantes recebiam também o lenço correspondente


ao 1º Grupo Escoteiro de Gilwell Park, indicando que a partir daquele momento eles passariam
também a fazer parte daquela fraternidade especificamente.

Em homenagem e
reconhecimento àquele que
possibilitou a criação de Gilwell
Park, o “Lenço de Gilwell”, trás
como símbolo o tartan da
família Maclarem que é um padrão de estampa utilizado no “kilt”, a tradicional vestimenta das
famílias escocesas.

A ideia original era que o lenço fosse feito inteiramente com o tartan, mas isso ficaria muito caro,
portanto Baden-Powell resolveu utilizar apenas um pedaço costurado ao lenço.
Uma curiosidade é que inicialmente Baden-Powell pensou em usar a insígnia no chapéu, à moda
de alguns oficiais do exército norte-americano, mas logo desistiu da ideia, por perceber que no
chapéu a insígnia só seria utilizada quando o chefe estivesse no campo, já que ninguém usava
chapéu num ambiente fechado, por isso a insígnia passou a ser usada no pescoço.

Primeiramente, a Insígnia de Madeira, com as duas contas do Colar de Dinizulu, era entregue ao
final do curso. Mas em dado momento observou-se que as contas estavam acabando. Foi
adotado então o seguinte critério: o cursante recebia uma conta do Colar de Dinizulu, quando era
aprovado no curso, e a segunda conta, uma réplica das contas originais, feita de carvalho de
Gilwell, o chefe recebia após aprovação na fase de observação. Em determinado momento, as
contas originais se acabaram e passaram a ser utilizadas apenas réplicas destas.

Outro fato interessante é que para os aprovados nos Cub Courses (Ramo Lobinho), durante um
breve período foram utilizadas presas de lobo verdadeiras (e depois réplicas em madeira), no
lugar das contas de madeira, e a insígnia era chamada de “Insígnia de Akela” (Akela Badge).
Acredita-se inclusive que essa ideia foi uma iniciativa para poupar as Contas do Colar de Dinizulu,
quando essas começaram a se esgotar. Mas a iniciativa durou pouco tempo, sendo adotada a
uniformização das insígnias, de modo que todos os aprovados em cursos em Gilwell Park,
independente do ramo, passaram a receber a Insígnia de Madeira tradicional.

TAREFA:

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