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Filo Arthropoda: Artrópodes

O filo Arthropoda (do grego, arthron = articulação + podos = pés) é o mais numerosos
da Terra atual. Contém cerca de 1.000.000 de espécies conhecidas, o que é pelo menos
quatro vezes o total de todos os outros grupos de animais reunidos. Além disso,
possuem boa adaptação a diferentes ambientes; vantagens em competição com outras
espécies; excepcional capacidade reprodutora; eficiência na execução de suas funções;
resistência a substâncias tóxicas e perfeita organização social, caso das abelhas,
formigas e cupins.

Características gerais
Os artrópodes possuem corpo segmentado (corpo metamerizado), apêndices articulado
(patas, antenas e palpos etc.) e corpo coberto com exoesqueleto formado por uma
substância resistente e impermeável, chamada quitina. A quitina é um polímero
nitrogenado de polissacarídeos, impregnada de camadas de cera.

Em alguns, o exoesqueleto é reforçado pela deposição de carbonato de cálcio (calcário).


O esqueleto cobre todo o corpo, menos nas articulações, formando, nos seguimentos
corporais, verdadeiras placas.
Ao crescer, os artrópodes precisam
abandonar o esqueleto velho, pequeno,
e fabricar outro, maior. Esse fenômeno
é chamado muda ou ecdise e ocorre
diversas vezes até cessar o crescimento
na fase adulta. As carapaças deixadas
por ocasião das mudas são
as exúvias (do latimexuviae, "vestidos
largados").
Os artrópodes, no entanto, não possuem
apenas patas articuladas, mas sim todas
as suas e extremidades, como as antenas
e as peças bucais. Os seus membros
inferiores são formados por partes que
se articulam, ou seja, que se
movimentam umas em relação às
outras: os seus pés se articulam com
suas pernas, que se articulam também
com suas coxas, que também se
articulam com os ossos do quadril.
Classificação dos Artrópodes
Costuma-se classificar os artrópodes levando em conta as divisões do corpo, o número
de patas e a existência ou não de antenas e de outros apêndices (pedipalpos e quelíceras,
por exemplo). Levando-se em conta esses elementos e a abordagem evolutiva, os
representantes do filo Arthropoda seriam agrupados em cinco subfilos, sendo um desses
já extinto, e algumas classes principais.

Insetos
São artrópodes com seis patas distribuída em três pares ligadas ao tórax. Os insetos
apresentam o corpo subdividido cabeça, tórax e abdome. Possuem um par de antenas,
dois pares de asas, na maioria das vezes, mas há espécies com apenas um par e outras
sem asas.
Os metâmeros são desiguais em tamanho e, durante o desenvolvimento embrionário,
alguns deles podem se fundir. Essa fusão acontece na formação da cabeça, resultando
em uma peça de pequeno tamanho. Nela a boca é ventral e rodeada por pares de peças
bucais de função mastigadora e outros apêndices articulados, modificados para
apreensão do alimento, os chamados palpos maxilares.

Na cabeça encontram-se ainda um par de antenas articuladas (de função sensorial) e,


lateralmente, duas manchas correspondentes aos olhos. São olhos compostos de
diversas unidades hexagonais, conhecidas como omatídeos, responsáveis pela
composição da imagem de objetos vistos pelos insetos.
Sistema digestório dos insetos

Didaticamente, podemos distinguir três porções do tubo digestório: anterior, médio e


posterior. As porções anterior e posterior são revestidas internamente por quitina. A
porção anterior é responsável principalmente pelo tratamento mecânico dos alimentos,
embora possa haver atuação de enzimas digestivas produzidas na porção média. É na
porção média que acontece a digestão química, apartir de enzimas provenientes de suas
paredes ou de pregueamentos formados nessa região. A porção anterior é responsável
pela reabsorção de água e elaboração das fezes.

Na boca, desembocam duas glândulas salivares cuja secreção inicia o processo de


digestão química. Destaca-se ainda, no tubo digestório, um papo de paredes finas, e uma
moela de paredes grossas. No papo ocorre a ação de diversas enzimas digestivas e na
moela se dá a trituração do alimento.
A seguir, o alimento é conduzido ao intestino, onde existem algumas projeções
tubulares em fundo cego, os cecos. Nesses dois locais, a digestão química prossegue e
ocorre a absorção do alimento digerido, que é enviado para o sangue.

Sistema excretor dos insetos

Os túbulos de Malpighi se localizam no limite entre a porção média e a porção


posterior do intestino. Cada túbulo possui fundo cego e mergulha nas lacunas do corpo,
de onde retira as impurezas e as descarrega no intestino para serem eliminadas com as
fezes.
O produto de excreção nitrogenada dos insetos é o ácido úrico, substância que requer
pequeníssima quantidade de água para a sua eliminação (outro fator importante na
adaptação dos insetos ao meio terrestre).

é incolor e chamado de hemolinfa. A circulação é do tipo lacunar ou aberta. O coração é


dorsal e bombeia a hemolinfa para a extremidade anterior, fazendo-a atingir lacunas
corporais ou hemocelas onde, lentamente, ocorrem as trocas (nutrientes por excretas)
nos tecidos. Nos insetos as trocas de gases na respiração não é feito pelo sistema
circulatório. O retorno da hemolinfa ao coração se dá por pequenos orifícios laterais
(óstios) existentes nas paredes do órgão.

Sistema respiratório dos insetos


Os insetos respiram por traquéias, pequenos canais que ligam as células do interior do
corpo com o meio ambiente. Cada túbulo traqueal se ramifica e gera túbulos cada vez
mais delgados que penetram nas células, oxigenando-as e removendo o gás carbônico
como produto da respiração. Movimento de contração dos músculos abdominais
renovam continuamente o ar das traquéias, de mode semelhante a um fole.

Sistema reprodutor dos insetos


Os insetos têm sexos separados e a sua fecundação é interna. São animais ovíparos, que
podem apresentar três tipos de desenvolvimento:
Direto, sem metamorfose: desenvolvido ametábolo (a = sem, metábolo = mudança).
Ex.: traça-dos-livros. Do ovo eclode um jovem semelhante ao adulto.
Indireto, com metamorfose gradual ou incompleta: desenvolvimento hemimetábolo
(hemi = meio). Exs.: gafanhoto, barata, percevejo. Do ovo eclode uma forma chamada
ninfa, que é semelhante ao adulto (ou imago), mas que não tem asas desenvolvidas.

Indireto, com metamorfose completa: desenvolvimento holometábolo (holo = total).


Exs: Borboletas, moscas e pulgas. Do ovo eclode uma larva, também chamada lagarta,
bastante distinta do adulto. Essa larva passa por um período que se alimenta ativamente,
para depois entrar em estágio denominado pupa, quando ocorre a metamorfose: a larva
se transforma no adulto ou imago, que emerge completamente formado. As larvas de
algumas espécies de borboleta ou de mariposas produzem um casulo que protege a
pupa. Depois de adulto, o inseto holometábolo não sofre mais mudas e, portanto, não
cresce mais. A fase da larva pode durar de meses até mais de um ano, e a fase adulta
pode durar de uma semana á alguns meses. A duração dessas fases depende da espécie.
Alguns insetos holometábolos possuem fase larval aquática, como é o caso de
importântes mosquitos vetores de doenças. Exs.: Culex, que transmite a elefantíase,
Anopheles, que transmite a malária, Aedes aegypti, que transmite a gengue e a febre
amarela.

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