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2010;76(6):729-38.
Para citar este artigo, use o título em inglês ORIGINAL ARTICLE BJORL .org
Keywords: Abstract
hearing,
electrophysiology,
premature,
A uditory Brainstem Response (ABR) is important for the early diagnosis of hearing impairment
in infants. Aim: To compare ABR responses in full-term and premature infants; gender and ear
infant.
were taken into account. Methods: A cross-sectional prospective cohort study was carried out.
We evaluated 36 full-term and 30 premature infants that had passed the Transient Otoacoustic
Emissions test, had type A tympanometric curves, and had no risk factor for hearing loss besides
prematurity. The evaluations were done from the time of hospital discharge to the third month of
life, and consisted of a clinical history, acoustic immittance testing and ABR evaluation. Results: The
comparison of absolute and interpeak wave I, III and V latencies in right and left ears revealed a
statistically significant difference at the interpeak I-III. There was no significant gender differences in
the comparison of results. Significant difference in wave I, III and V absolute latencies at 80 dB and
in wave V at 60 db and 20 db were observed in a comparison of absolute and interpeak latencies
between full-term and premature infants. An inverse correlation was found between age and absolute
latencies. Conclusions: The maturity of the auditory system influences ABR responses in infants.
To avoid misinterpretation of results, gestational age must be taken into account in the analysis of
ABR in pediatric population.
Palavras-chave: Resumo
audição,
eletrofisiologia,
lactente,
prematuro.
O Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) é um teste de grande importân-
cia na detecção precoce de alterações auditivas em crianças. Objetivos: Analisar as respostas de
neonatos e lactentes termos e prematuros para o PEATE, considerando gênero e orelha. Material
e Métodos: Estudo de coorte transversal e prospectivo. Foram avaliados 36 lactentes termos e 30
prematuros sem indicadores de risco para perda auditiva além da prematuridade,que permane-
ceram no alojamento conjunto, passaram nas Emissões Otoacústicas Transientes e apresentaram
curva timpanométrica tipo A. As avaliações ocorreram entre a alta hospitalar e o terceiro mês de
vida, sendo constituídas por anamnese, medidas de imitância acústica e pelo PEATE. Resultados:
Na comparação das latências absolutas e interpicos das ondas I, III e V quanto às orelhas direita e
esquerda observou-se diferença estatisticamente significante para o interpico I-III. Quanto ao gênero
masculino e feminino, não houve diferença significante. Na comparação entre prematuros e termos
observou-se diferença significante para as latências absolutas das ondas I, III e V em 80 dB e da
onda V em 60 e 20 dB. Verificou-se correlação inversa entre idade gestacional e latências absolutas.
Conclusão: A maturação do sistema auditivo influencia as respostas do PEATE de lactentes. Para
evitar a interpretação equivocada dos resultados deve-se considerar a idade gestacional na análise
do PEATE nessa população.
1
Mestrado, Fonoaudióloga, Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente. Centro de Investigação em Pediatria (CIPED), Faculdade de Ciências Médicas (FCM),
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
2
Doutorado, Fonoaudióloga. Professora Doutora e Coordenadora do Curso de Fonoaudiologia da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP.
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP.
Endereço para correspondência: Raquel Leme Casali - Rua José Antônio Marinho 417 Barão Geraldo Campinas SP 13084-783.
Tel. (0xx19) 3722-2602 / (0xx19) 9117-1077 - E-mail: rlcasali@gmail.com
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
Este artigo foi submetido no SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da BJORL em 7 de dezembro de 2009. cod. 6823
Artigo aceito em 5 de maio de 2010.
Tabela 2. Lactentes segundo os valores (média, desvio padrão e mediana em milissegundos - ms) e comparação das latências absolutas das
ondas I, III e V e interpicos I-III, III-V e I-V na intensidade de 80 dBNA e da latência absoluta da onda V nas intensidades de 60, 40 e 20 dBNA
para as orelhas direita (OD) e esquerda (OE).
RNT RNPT
Sexo Masculino Sexo Feminino Sexo Masculino Sexo Feminino
Desvio- Desvio- p-valor Desvio- Desvio- p-valor
Medida Avaliada n Média n Média n Média n Média
padrão padrão padrão padrão
Onda I - 80dB 34 1,61 0,34 38 1,54 0,23 0,7696a 24 1,73 0,37 36 1,69 0,33 0,7235a
Onda III - 80dB 34 4,05 0,30 38 3,98 0,29 0,2904 24 4,2 0,29 36 4,10 0,29 0,2199
Onda V - 80dB 34 6,27 0,42 38 6,14 0,42 0,1817ª 24 6,53 0,28 36 6,35 0,41 0,0786a
Onda V - 60dB 34 6,98 0,34 38 6,82 0,39 0,0653 24 7,09 0,33 36 6,99 0,48 0,3542
Onda V - 40dB 34 7,67 0,31 38 7,51 0,43 0,1544a 24 7,68 0,32 36 7,60 0,42 0,6252
Onda V - 20dB 34 8,29 0,24 38 8,17 0,35 0,0888 24 8,38 0,32 36 8,32 0,28 0,1013
Interpico I-III
OD 17 2,4 0,37 19 2,45 0,31 0,6472 12 2,25 0,4 18 2,39 0,35 0,3155
OE 17 2,49 0,49 19 2,43 0,35 0,6815 12 2,69 0,35 18 2,43 0,38 0,0744
Interpico III-V 34 2,22 0,42 38 2,16 0,28 0,1496a 24 2,33 0,36 36 2,24 0,35 0,3605a
Interpico I-V 34 4,65 0,42 38 4,6 0,40 0,6652ª 24 4,80 0,46 36 4,66 0,46 0,2123
Tabela 4. Valores e comparação (mínimo,média, máximo e desvio padrão, em milissegundos - ms) obtidos nos lactentes termos e prematuros
para as latências absolutas das ondas I, III e V e interpicos I-III, III-V e I-V na intensidade de 80 dBNA e da latência absoluta da onda V em 60,
40 e 20 dBNA.
RNT RNPT
Desvio- Desvio-
Medida Mín. Média Máx. Mediana Mín. Média Máx. Mediana
n padrão n padrão p-valor
Avaliada (ms) (ms) (ms) (ms) (ms) (ms) (ms) (ms)
(ms) (ms)
Onda I -
72 1,23 1,57 2,37 0,29 1,50 60 1,30 1,70 2,53 0,35 1,60 0,0193ª
80dBNA
Onda III -
72 3,37 4,01 4,60 0,29 4,02 60 3,57 4,14 5,00 0,29 4,13 0,0139
80dBNA
Onda V -
72 5,27 6,20 7,27 0,42 6,27 60 5,57 6,42 7,10 0,37 6,47 0,0030
80dBNA
Onda V -
72 6,07 6,89 7,73 0,37 6,90 60 5,97 7,03 7,83 0,42 7,10 0,0489
60dBNA
Onda V -
72 6,43 7,58 8,33 0,39 7,63 60 6,67 7,63 8,33 0,39 7,62 0,5011ª
40dBNA
Onda V -
72 7,30 8,23 8,87 0,30 8,23 60 7,73 8,34 8,87 0,30 8,33 0,0330
20dBNA
Interpico I-III
OD 36 1,67 2,42 3,07 0,34 2,40 30 1,67 2,34 3,13 0,37 2,32 0,3198
OE 36 1,57 2,46 3,17 0,42 2,52 30 1,67 2,53 3,40 0,39 2,59 0,4773
Interpico III-V 72 1,27 2,19 2,87 0,35 2,23 60 1,40 2,28 3,03 0,35 2,27 0,1667ª
Interpico I-V 72 3,80 4,63 5,33 0,41 4,63 60 3,47 4,71 5,50 0,46 4,72 0,1834ª
Figura 2. Gráfico de correlação entre idade gestacional e latência Figura 5. Gráfico de correlação entre idade gestacional e latência
absoluta da onda III na intensidade de 80 dBNA. Coeficiente de Cor- absoluta da onda V na intensidade de 40 dBNA. Coeficiente de Cor-
relação de Spearman (r= - 0,232; p<0,05). relação de Spearman (r=-0,159; p<0,05).
Figura 3. Gráfico de correlação entre idade gestacional e latência Figura 6. Gráfico de correlação entre idade gestacional e latência
absoluta da onda V na intensidade de 80 dBNA. Coeficiente de Cor- absoluta da onda V na intensidade de 20 dBNA. Coeficiente de Cor-
relação de Spearman (r=- 0,266; p<0,05). relação de Spearman (r=-0,236; p<0,05).