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Escola Básica e Secundaria Dr.

José Casimiro Matias

Agrupamento de escolas de Almeida

Disciplina de Área projecto

Diogo PereireiraNº8

Paulo Monteiro Nº10

Pedro Fernandes Nº11

Marcela Santos Nº12

Almeida, 18 de Outubro 20101


Índice
O que é copyleft?...............................................................................................................4

Software Livre................................................................................................................11

Software aberto, segundo a lei...................................................................................13

Sobre restrições............................................................................................................14

Software Livre e comércio...........................................................................................15

Vantagens Estratégicas do Software Livre para o Ambiente Corporativo........29

2
Software livre

Software Livre, ou Free Software, conforme a definição de


software livre criada pela Free Software Foundation, é o
software que pode ser usado, copiado, estudado, modificado e
redistribuído sem restrição. A forma usual de um software ser
distribuído livremente é sendo acompanhado por uma licença de
software livre (como a GPL ou a BSD), e com a disponibilização do
seu código-fonte.

Software Livre é diferente de software em domínio público. O


primeiro, quando utilizado em combinação com licenças típicas
(como as licenças GPL e BSD), garante os direitos autorais do
programador/organização. O segundo caso acontece quando o
autor do software renuncia à propriedade do programa (e todos
os direitos associados) e este se torna bem comum.

O Software Livre como movimento organizado teve início em


1983, quando Richard Stallman deu início ao Projecto GNU e,
posteriormente, à Free Software Foundation.

Software Livre se refere à existência simultânea de quatro


tipos de liberdade para os usuários do software, definidas pela
Free Software Foundation. Veja abaixo uma explicação sobre as
4 liberdades, baseada no texto em português da Definição de
Software Livre publicada:

As 4 liberdades básicas associadas ao software livre são:


3
 A liberdade de executar o programa, para qualquer
propósito (liberdade nº 0)
 A liberdade de estudar como o programa funciona, e
adaptá-lo para as suas necessidades (liberdade nº 1).
Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta
liberdade.
 A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa
ajudar ao seu próximo (liberdade nº 2).
 A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus
aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se
beneficie (liberdade nº 3). Acesso ao código-fonte é um
pré-requisito para esta liberdade.

Um programa é software livre se os usuários têm todas essas


liberdades. Portanto, você deve ser livre para redistribuir cópias,
seja com ou sem modificações, seja de graça ou cobrando uma
taxa pela distribuição, para qualquer um em qualquer lugar. Ser
livre para fazer essas coisas significa (entre outras coisas) que
você não tem que pedir ou pagar pela permissão, uma vez que
esteja de posse do programa.

Você deve também ter a liberdade de fazer modificações e usá-


las privativamente no seu trabalho ou lazer, sem nem mesmo
mencionar que elas existem. Se você publicar as modificações,
você não deve ser obrigado a avisar a ninguém em particular, ou
de nenhum modo em especial.

A liberdade de utilizar um programa significa a liberdade para


qualquer tipo de pessoa física ou jurídica utilizar o software em
qualquer tipo de sistema computacional, para qualquer tipo de
trabalho ou actividade, sem que seja necessário comunicar ao
desenvolvedor ou a qualquer outra entidade em especial.

A liberdade de redistribuir cópias deve incluir formas binárias ou


executáveis do programa, assim como o código-fonte, tanto para
as versões originais quanto para as modificadas. De modo que a
liberdade de fazer modificações, e de publicar versões
4
aperfeiçoadas, tenha algum significado, deve-se ter acesso ao
código-fonte do programa. Portanto, acesso ao código-fonte é
uma condição necessária ao software livre.

Para que essas liberdades sejam reais, elas tem que ser
irrevogáveis desde que você não faça nada errado; caso o
desenvolvedor do software tenha o poder de revogar a licença,
mesmo que você não tenha dado motivo, o software não é livre.

O que é copyleft?

copyleft é uma extensão das 4 liberdades básicas, e ocorre na


forma de uma obrigação. Segundo o site da Free Software
Foundation, “O copyleft diz que qualquer um que distribui o
software, com ou sem modificações, tem que passar adiante a
liberdade de copiar e modificar novamente o programa. O
copyleft garante que todos os usuários tem liberdade.” – ou seja:
se você recebeu um software com uma licença livre que inclua
cláusulas de copyleft, e se optar por redistribui-lo (modificado
ou não), terá que mantê-lo com a mesma licença com que o
recebeu.

Nem todas as licenças de software livre incluem a característica


de copyleft. A licença GNU GPL (adoptada pelo kernel Linux) é o
maior exemplo de uma licença copyleft. Outras licenças livres,
como a licença BSD ou a licença ASL (Apache Software Licencie)
não incluem a característica de copyleft.

Software livre e software gratuito

O Linux, como é do conhecimento de todos os adeptos da


computação, vem se tornando um sistema operacional cada vez
mais presente em nossas vidas, mesmo que indirectamente. Uma
das razões para isso é que, além de sua qualidade, ele é um
sistema que proporciona baixo custo em implementações pelo
5
simples motivo de ser gratuito. Assim como o próprio sistema,
uma variedade enorme de softwares encontram-se disponíveis
sem ser necessário pagar nada por eles. É aí que entra em cena
uma contradição da qual muitos não se dão conta: "vamos instalar
tais programas em nossos computadores, porque eles são livres,
não iremos gastar praticamente nada...". Não seria mais adequado
dizer "vamos instalar tais programas porque eles são gratuitos"?
Sim, com certeza seria, pois software livre e software gratuito
não é a mesma coisa.

Software livre é um conceito de extrema importância no mundo


da computação. De forma básica, quando um software é livre,
significa que seu código-fonte está disponível para qualquer um e
você pode alterá-lo para adequá-lo às suas necessidades, sem ter
de pagar. Portanto, software livre é de fato gratuito, mas usar
este termo somente para designar softwares sem custo é um
erro grosseiro.

O software gratuito (freeware), por si só, é um software que


você usa sem precisar pagar. Você não tem acesso ao seu código-
fonte, portanto não pode alterá-lo ou simplesmente estudá-lo,
somente pode usá-lo, da forma como ele foi disponibilizado. Isso
deixa claro a diferença entre software livre e um software
simplesmente gratuito. O software livre possui tanta importância
que se não fosse assim o Linux não existiria ou ficaria restrito
aos muros de uma universidade. Linux Torvalds, o "pai do Linux",
quando criou o sistema, não quis guardá-lo para si só. Quis
montar um sistema que atendesse às suas necessidades, mas que
também pudesse ser útil para mais alguém. Fez isso sem saber
que estava acabando de "fundar" uma comunidade: a Comunidade
Linux.

Essa comunidade consiste em um número enorme de


programadores e colaboradores no mundo todo que trabalham
com um único objectivo: ter um sistema operacional robusto, 6
confiante, dinâmico, e que, principalmente, esteja ao alcance de
todos. A ideia é muito simples: para ser um sistema ao alcance de
todos, todos podem colaborar, mostrar suas ideias, participar!
Uma cabeça não pensa melhor do que duas? Imagine milhares! O
simples fato de utilizar o Linux também faz de você um
integrante da comunidade.
Não é a toa que o Linux, a cada dia, vem conquistando novos
usuários domésticos e cada vez mais atraindo empresas de todos
os portes, que buscam um sistema confiante e barato. De quebra,
podem alterá-lo para suprir suas necessidades e não precisam
gastar com sistemas pagos e limitados.

Tudo isso tornou-se possível graças ao fato do Linux ser um


sistema livre. Sua licença de uso é a GPL., sigla para GNU Public
License e é uma das formas mais conhecidas de distribuição de
programas. A maior parte dos softwares para Linux é baseada na
licença GPL. Vale dizer que uma licença é um documento que
permite o uso e distribuição de programas dentro de uma série
de circunstâncias. É uma espécie de copyright (direitos autorais)
que protege o proprietário do programa. Tendo copyright, o dono
pode vender, doar, tornar freeware, enfim. A Microsoft por
exemplo, actua assim. Você tem pagar (caro) pelos programas e
não pode utilizar uma mesma cópia para mais de um computador.

Em nosso caso, a licença GPL faz exactamente o contrário. Ela


permite que você copie o programa, instale em quantos
computadores quiser, veja, estude, altere o código-fonte e não
pague nada por isso. A GPL não é simplesmente um texto que diz
o que você deve fazer para desenvolver um software livre. É,
resumidamente, um documento que garante a prática e existência
do mesmo. Sua filosofia, consiste em defender vários pontos,
dentre as quais, destacam-se os mais importantes abaixo:

· Liberdade para executar um programa para qualquer finalidade;


· Liberdade para estudar um programa, e adaptá-lo às suas
necessidades;
· Liberdade de distribuir cópias e assim ajudar um colega, uma
7
instituição qualquer;
· Liberdade de melhorar o programa e entregá-los à comunidade.

Para um software ter licença GPL, deve seguir essas quatro


liberdades. Esta é uma licença pertencente à Free Software
Foundation, que como o próprio nome diz, é uma organização que
trabalha em prol do software livre.

É válido dizer que o conceito de software livre não se aplica


somente ao Linux. Qualquer programa, independente da
plataforma, pode ter código aberto. O navegador de internet
Morzilla por exemplo, possui código fonte disponível tanto para
Linux como para Windows e outros sistemas operacionais.

O software livre, sem dúvida, é essencial não só para a concepção


e uso de programas, mas também por ser de grande importância
em pesquisas e avanços tecnológicos, principalmente em países
com problemas sociais. Larry Wall, criador da linguagem de
código aberto Perl, disse exactamente isso numa entrevista
concedida à revista Info Exame, no Fórum Internacional do
Software Livre, realizado em Porto Alegre no mês de Maio de
2003: "... para nós, dos EUA, escrever software de código aberto
é quase um luxo, mas para muitos no resto do mundo é o único
caminho acessível para o futuro".

Wall tem toda a razão. Imagine as vantagens que países com


problemas financeiros podem ter com a adopção de softwares
livres. Além de ter um sistema operacional muito confiável, o
custo é baixo, o que permitirá, até mesmo, a inclusão digital para
muitos que nem contacto com computadores tem. Teriam um
sistema operacional e programas de extrema qualidade, avanços
na educação, formação de profissionais e contariam com todo o
apoio da comunidade Linux. Para quê gastar milhões em dinheiro

8
em softwares pagos (e limitados), "com prazo de validade", sendo
que este dinheiro poderia ser investido em outros sectores? A
adopção do Linux tem um custo muito baixo. A implementação
desse sistema pode sair muito mais barata do que a
implementação de sistemas proprietários.

As vantagens do software livre são inúmeras. Além dos exemplos


já citados aqui, há muitos outros. Qualquer programador
experiente sabe, por exemplo, que todo programa está vulnerável
a bugs (falhas no código-fonte). Isso acontece com qualquer
software em qualquer plataforma. No caso do Linux, quando um
bug é descoberto, o mesmo é rapidamente corrigido,
simplesmente porque a comunidade vai trabalhar em cima deste
erro e somente encerrarão o trabalho quando comprovarem que a
falha já foi devidamente corrigida. Como exemplo disso temos o
servidor Apache, que é usado em mais de 60% dos servidores
Web no mundo. Quando uma falha é descoberta, a correcção é
tão rápida que não é impossível que uma actualização esteja
disponível antes mesmo de um site noticiar o bug. Ao contrário
do que acontece com o servidor Internet Informativo Server, da
Microsoft: um bug demora até meses para ser solucionado (e se
solucionado!).

Pelo texto acima, fica claro que software livre é muito mais do
que software gratuito. O futuro do software livre tende a ser
cada vez mais promissor. Um número cada vez maior de pessoas e
empresas estão conhecendo o Linux e suas vantagens. O
software livre, consequentemente, só tende

Licenças necessárias de software livre

A Lei nº 11.871, de 19 de Dezembro de 2002 ficou conhecida


como Lei do Software Livre, ainda que não defina Software
Livre e aparentemente o utilize como sinónimo de software
aberto. Tal lei vem sendo questionada em Acção Directa de
Inconstitucionalidade, autos nº 3059/03. 9
Cumpre à FSFLA – Fundação Software Livre América Latina
(em processo de constituição na República Argentina e ainda
sem pessoa jurídica no Brasil, unindo-se à rede de fundações
formada por FSF – Free Software Foundation dos Estados
Unidos da América, FSFE – Free Software Foundation Europe
e FSFI – Free Software Foundation Índia) manifestar-se a
respeito de incorrecções conceituais presentes na lei e nos
autos do processo, no tocante ao significado de Software
Livre, termo cunhado pela FSF, que tem como objectivo
promover e defender software licenciado sob esta
modalidade, da mesma forma que fazem suas fundações
irmãs, entre elas a FSFLA,

Software Livre é uma questão de liberdade para seus


usuários: liberdade para executar, copiar, distribuir, estudar,
modificar e aperfeiçoar o software. Assim como a liberdade
de expressão, essas liberdades não são necessariamente
ilimitadas, mas ainda assim liberdades com propósitos
valiosos à sociedade e ao bem estar comum. Admitem-se
restrições a essas liberdades, ao contrário do que faz
entender a definição da lei, tais como restrições destinadas a
garantir as mesmas liberdades a terceiros, restrições que
preservem o crédito aos autores dos programas e outras que
não limitem na prática o exercício das liberdades. Em
particular, Software Livre não restringe o uso comercial do
software nem a comercialização de serviços de
desenvolvimento, distribuição, suporte, treinamento, entre
outros.

É certo que a FSFLA não se posicione favoravelmente à lei,


visto que a lei cria confusão e dúvidas a respeito dos termos
Software Livre e software aberto. Ela define "software
aberto" em termos incompatíveis com a sua justificativa,
tornando-se inócua, igualando, em termos de preferência, as 10
categorias de Software Livre (aquele distribuído sob licenças
que respeitam essas liberdades), de software proprietário
(aquele distribuído sob licenças que não o fazem). Conforme
vamos argumentar, a escolha do Software Livre atende muito
melhor que a do software proprietário aos princípios
constitucionais estabelecidos para a União, a administração
pública e a ordem económica: soberania, eficiência,
economicidade, publicidade, impessoalidade, livre
concorrência, defesa do consumidor, redução das
desigualdades, pleno emprego e favorecimento de empresas
locais de pequeno porte.

A liberdade de execução para qualquer propósito significa


que não é necessário adquirir novas licenças para cada novo
computador, contribuindo para a economia. Combinada com
liberdade de redistribuição do programa, implica que um
investimento único do poder público pode beneficiar a todos
seus cidadãos, contribuindo para a eficiência. A liberdade de
estudar o software é essencial à soberania e, acompanhada
da liberdade de distribuir, à transparência necessária à
publicidade. A de modificar o software é importante não só
para a soberania mas, combinada com a liberdade de
distribuir o software, também para a economicidade, para a
impessoalidade e para o livre mercado, pois não fica o poder
público à mercê de um único fornecedor. Quando
modificações ao software forem necessárias, a administração
pública pode contratar qualquer terceiro para executar o
serviço necessário, ao invés de se ver obrigado a favorecer
repetida e indefinidamente o fornecedor escolhido numa
opção por software não livre ou a arcar com custos de
migração. Ela pode favorecer empresas locais de pequeno
porte, o que reduz desigualdades e ajuda a atingir o objectivo
de pleno emprego.

A seguir, detalha-se a definição de Software Livre, explica-


se a dinâmica do mercado de Software Livre e se demonstra, 11
com auxílio desses fundamentos, como a preferência pelo
Software Livre decorre directamente da aplicação dos
preceitos constitucionais já mencionados estabelecidos para
a União, a administração pública e a ordem económica.

Das definições

Software Livre é definido pela FSF em seu sítio


(http://www.fsf.org/licensing/essays/free-sw.html). A
mesma definição está presente no sítio de seu maior
projecto, o do Sistema Operacional GNU, onde se encontra
uma tradução para português
(http://www.gnu.org/philosophy/free-sw.pt.html), também
presente no sítio da FSFLA (http://www.fsfla.org/?
q=pt/node/17). A seguir, sumarizamos a definição de
Software Livre.

Software Livre

Entendemos que um software seja livre quando ele for licenciado


através de termos que respeitem as seguintes liberdades de seus
usuários:

 A liberdade de executar o programa, para qualquer


propósito (liberdade nº 0).
 A liberdade de estudar como o programa funciona, e
adaptá-lo para as suas necessidades (liberdade nº 1).
Acesso ao código fonte é um pré-requisito para esta
liberdade.
 A liberdade de redistribuir cópias de modo que você
possa ajudar ao seu próximo (liberdade nº 2).
 A liberdade de aperfeiçoar o programa, e distribuir os
seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade
se beneficie (liberdade nº 3). Acesso ao código fonte é
um pré-requisito para esta liberdade. 12
Por código fonte, refere-se ao software na forma preferencial
para se estudar e fazer modificações. É escrito em linguagens de
programação compreensíveis para humanos, normalmente
incluindo documentação necessária à compreensão e manutenção
do programa. Programas escritos em certas linguagens de
programação não podem ser executados até que sejam
transformados em outra forma, chamada de código objeto, que é
mais apropriada para execução eficiente, mas privada da
documentação e da facilidade relativa de compreensão presentes
no código fonte.

Da mesma forma que a liberdade de expressão impõe certas


restrições, tais como a responsabilidade sobre o que se diz ou
escreve e a proibição do anonimato do artigo 5º, IV da
Constituição, certas restrições às liberdades relativas ao
software são compatíveis com a definição de Software Livre,
quando contribuam para um bem maior.

Por exemplo, exigir que um software ou versões modificadas dele


sejam distribuídas apenas sob a mesma licença que a versão
original é uma restrição aceitável e até desejável, pois é usada
para garantir que versões derivadas de um software livre sejam
também livres. Diversas outras restrições aceitáveis têm como
objectivo garantir as liberdades de terceiros.

Exigir que as notas de direito autoral não sejam removidas


também é uma restrição aceitável, não apenas para dar crédito
aos autores do software, mas também para facilitar auditoria
sobre as origens do software. Essa e outras restrições que visam
a dar crédito aos autores do software e que não limita de fato o
exercício das liberdades são aceitáveis.

Software aberto, segundo a lei

13
É evidente que a definição de software aberto na lei é inspirada
na definição de Software Livre, ainda que o termo software
aberto seja às vezes usado como tradução do termo Open Source
Software, definido em
http://opensource.org/docs/definition.php de forma
extremamente diferente. Entende-se que este tenha significado
semelhante, porém não idêntico, ao de Software Livre. Software
aberto, conforme definição na lei que segue, não corresponde a
qualquer das duas definições:

"Entende-se por programa aberto aquele cuja licença de


propriedade industrial ou intelectual não restrinja sob
nenhum aspecto a sua cessão, distribuição, utilização ou
alteração de suas características originais, assegurando ao
usuário acesso irrestrito e sem custos adicionais ao seu
código fonte, permitindo a alteração parcial ou total do
programa para seu aperfeiçoamento ou adequação."

Nota-se que a lei deixa de definir Software Livre, mas não deixa
de utilizar o termo, criando a dúvida se pretende que se o
entenda como sinónimo de software aberto, conforme a definição
na lei, ou de acordo com sua definição pela FSF.

Em certas passagens da lei parece ser a intenção o uso dos


termos Software Livre e software aberto como sinónimos; em
outras, parece-se tentar fazer distinção entre os temos, como
no Artigo 3º, II, que diz "programa livre e/ou código de fonte
aberto", termos comum ente utilizados como sinónimos para
Software Livre e para software aberto, respectivamente.

O uso de tantos termos distintos e bem definidos na comunidade


de software com aparente intenção de sinonímia na lei abre
espaço para um risco teórico de que, sendo criada uma licença
que atenda a uma das definições, mas não a ambas, seja
estabelecido um vácuo legal em que não seja possível justificar a
preferência ou a não preferência por software licenciado sob
tais termos.
14
De toda forma, o restante da discussão se aplica a software que
atenda igualmente às definições de Software Livre e de
Software de Código Fonte Aberto, tal a semelhança entre os
significados dos dois termos. Por preferir ressaltar as
liberdades à mera disponibilidade do código fonte, damos
preferência ao primeiro e mais antigo termo no restante do
texto, mas esperamos que se compreenda que os argumentos se
aplicam a ambos, mas não à definição de software aberto
presente na lei.

Sobre restrições

A lei falha mais gravemente ao exigir que a licença "não restrinja


sob nenhum aspecto da cessão, distribuição, utilização ou
alteração de suas características originais", condição que reduz a
quantidade de softwares licenciados em termos compatíveis com
a definição da lei a praticamente zero. Mesmo as licenças mais
liberais de Software Livre, tais como a licença do X11, do MIT e
as BSDs, exigem ao menos a preservação das linhas de Copyright,
restando apenas a possibilidade teórica de software distribuído
sob licenças tão liberais que não imponham qualquer restrição, ou
o uso de software que já tenha caído em domínio público e que
tenha seu código fonte disponível.

Como a lei 9609/98 estabelece que direito autoral sobre


software vigora por 50 anos e software existe há pouco mais que
isso, faz sentido supor que a lei não se tenha escrito com
objectivo de que o poder público privilegiasse a minúscula
quantidade de software desenvolvida nos primórdios da
computação electrónica, em detrimento de toda a indústria de
software que floresceu desde então.

Cremos, baseados na justificativa apresentada quando se propôs


a lei, que faça mais sentido entender que houve falha na redação
da definição de software aberto na lei, e portanto contestamos a
definição presente na lei, em desacordo com o uso comum do
termo e com a definição comum do termo Software Livre à qual
15
tanto se assemelha, e sugerimos a interpretação do termo
presente na lei através do significado na definição de Software
Livre.

Software Livre e comércio

Antes de proceder à argumentação sobre a obrigação


constitucional de dar preferência ao Software Livre, cabe
esclarecer uma dúvida comum no tocante à viabilidade economia
do Software Livre.

Por "software comercial", entendemos aquele desenvolvido,


mantido e/ou distribuído como uma actividade comercial, e não
como sinónimo de software proprietário.

Negócios baseados no comércio de licenças de software são


bastante comuns, porém mais comuns ainda são os negócios
baseados em serviços associados ao software. A imensa maioria
do software desenvolvido no Brasil e no mundo não é software de
prateleira, mas sim software desenvolvido especificamente para
um determinado usuário ou cliente. Em alguns casos, quem
desenvolve o software é o próprio usuário; em outros, o usuário
contrata um prestador de serviços para desenvolver o software,
negociando quem manterá a titularidade dos direitos autorais
sobre o software produzido. Caso a titularidade permaneça com o
desenvolvedor, faz-se necessária a escolha de termos de
licenciamento para que o contratante possa fazer uso do
software, conforme artigo 9º da lei 9609/98:

"O uso de programa de computador no País será objecto de


contrato de licença."

Nada impede que o desenvolvedor eleja termos compatíveis


com a definição de Software Livre para sua licença, e mesmo
assim exija remuneração pelos serviços de desenvolvimento,
controle de qualidade, empacotamento e distribuição que 16
prestou, assim como pela garantia que venha a oferecer.
Cabe neste ponto contestar o frequente argumento falacioso
de que Software Livre não ofereça garantias: software
proprietário normalmente oferece garantia apenas sobre a
média em que o software é distribuído, e não sobre o
comportamento do software. Para garantias sobre o
comportamento, também denominadas serviço de suporte,
faz-se necessário contratar tais serviços separadamente,
tanto para Software Livre quanto proprietário.

Da mesma forma que para o software para um cliente


específico, quem desenvolve software com finalidade de
oferecê-lo a um mercado maior, licenciando inúmeras cópias
do software a múltiplos compradores de licenças, pode eleger
termos de licenciamento que sejam compatíveis com a
definição de Software Livre. Alguns exemplos de Software
Livre comercial são o banco de dados MySQL da MySQL AB,
a biblioteca de interfaces gráficas Qt da Trolltech, assim
como vários produtos ou componentes de empresas maiores
como Red Hat, Novell, Sun, IBM e Apple. Até mesmo
Microsoft, ainda que a maior parte de seu software seja
proprietário, desenvolve Software Livre ocasionalmente.

Licenças de Software Livre exigem a ausência de ónus para o


exercício das liberdades que elas respeitam, dentre elas a de
copiar e distribuir o software, com ou sem modificação. O
titular do direito autoral, não estando sujeito aos termos da
licença que se aplicam aos que dele obtêm a licença, pode
exigir remuneração não só pelos serviços de cópia e
distribuição, mas também pelo próprio ato do licenciamento
do software a seus clientes. Conquanto permita a qualquer de
seus clientes a distribuição do software a terceiros,
licenciando-lhes o software sem ónus, não há violação dos
preceitos do Software Livre.

Concluímos daí que não há óbice ao lucro mediante


17
licenciamento sob termos compatíveis com a definição de
Software Livre. Pelo contrário, a definição foi criada de
modo a possibilitar o livre comércio, não particularmente de
licenças, mas de serviços de desenvolvimento, suporte,
treinamento, adaptação, entre outros.

De fato, o software proprietário fomenta o livre comércio


somente até o momento em que um usuário faz sua opção por
um determinado software. Feita a escolha, o usuário se
encontra num regime de monopólio. Ele depende
exclusivamente do fornecedor do software escolhido para
obter eventuais adaptações ou correções necessárias ao
software.

No caso do Software Livre, não só o fornecimento do


software está sujeito à livre concorrência, mas também o
fornecimento de suporte, entendendo-se como serviços de
suporte inclusive adaptações e correcções.

Tal concorrência só é possível por ser o usuário livre para


distribuir o software na forma de código fonte para um
eventual candidato a concorrente de seu fornecedor original.
Tal ato concede ao potencial concorrente a possibilidade de
estudar e modificar o software e de distribuir o resultado
das modificações de volta ao usuário. Nada na definição de
Software Livre impede o concorrente de ser remunerado por
esses serviços.

Estabelece-se assim a livre concorrência em torno de um


mesmo software, prevalecendo os concorrentes que
ofertarem a seus clientes a melhor relação custo/benefício,
sendo o usuário livre para trocar de fornecedor ou contratar
funcionários para suporte interno, sem receio de ter de arcar
com custos e dificuldades de migração para softwares não
completamente compatíveis, que no caso do software
proprietário muitas vezes envolvem a necessidade de
18
conversão entre formatos de arquivos proprietários não
documentados.
Software livre é uma expressão formalizada pela primeira vez
por Richard Stallman, na sequência do início do Projecto
GNU, e seguidamente da Free Software Foundation como
braço legal do Projecto.

Todo e qualquer programa de computador cuja licença de


direito de autor conceda ao utilizados as seguintes 4
liberdades...

1. A liberdade de executar o programa, para qualquer


propósito (liberdade no. 0)
2. A liberdade de estudar como o programa funciona, e
adaptá-lo para as suas necessidades (liberdade no. 1).
Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta
liberdade.
3. A liberdade de redistribuir cópias de modo que você
possa ajudar ao seu próximo (liberdade no. 2).
4. A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os
seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade
se beneficie (liberdade no. 3). Acesso ao código-fonte é
um pré-requisito para esta liberdade. ... diz-se ser um
software livre.

A realização de tais acções é reservada, pelo conceito de


direito de autor, aos detentores dos direitos, que necessitam
assim de permitir de forma explícita estas liberdades
recorrendo a uma licença de software livre.
19
As licenças de software livre também se popularizaram, por
darem a garantia jurídica aos utilizadores de que não estão
cometendo actos de infracção de direito de autor ao copiar
ou modificar o software.

A remoção de qualquer uma destas quatro liberdades


descaracterizaria sua condição de software livre.

Há vários tipos de licenças de software livrea diferença


entre elas está sobretudo na forma, copyleft, weak-copyleft
ou non-copyleft.

As mais populares licenças de software livre são a Licença


GPL e a Licença BSD, originalmente criada na Universidade
de Berkeley.

O termo software livre pode dar a impressão de que se pode


fazer o que quiser com esse tipo de programa, mas não é
bem assim que funciona na prática.

O termo software livre pode dar a falsa impressão de que se


pode fazer o que quiser com os programas desenvolvidos
neste modelo. Mas não é exatamente assim que funciona na
prática.

Há uma série de modalidades de licenças de software livre,


que determinam quais são os termos de uso para cada
programa. O desenvolver pode escolher entre as diversas
modalidades de licenças que já existem ou mesmo criar sua
própria licença.

De uma forma geral, um software livre é aquele que pode ser


usado, copiado, distribuído e modificado por qualquer pessoa,
mediante pagamento ou não.
20
Para isso, quem desenvolve deve permitir que o usuário acesse
o código fonte, que é como o DNA do programa. As
informações ali contidas possibilitam ao programador manter
as características que considera interessantes, remover as
que não interessam e fazer melhorias no software.

O que diferencia cada modalidade de licenciamento é


justamente o que o programador deve fazer depois que
acessou essas informações.

Alguns tipos de licença – como o GNU GPL (General Public


License), uma das modalidades mais utilizadas – determinam
que, quando o programador faz alguma alteração no programa
ele deve revelar o código fonte da nova versão do software.

"Para o usuário pode ser vantajoso, à medida que ele não fica
preso a um único fornecedor. Qualquer outro desenvolvedor
poderá fazer correções e adaptações necessárias ao
programa, se por acaso ele tiver problemas com o
programador inicial", defende Arnaldo Carvalho de Melo,
consultor sênior da Mandriva Conectiva.

Contudo, nem sempre é vantajoso abrir as mudanças para


qualquer um. "Pode ser um problema para uma empresa que
adiciona uma característica específica no sistema, voltada ao
seu negócio, ter que revelar esse recurso aos concorrentes",
explica Stefan Victor Wieczorek, diretor da Revera Linux
Services.

Pelo GPL, uma empresa que utiliza como base um software


livre não pode adaptar o programa e fechar o acesso ao
código fonte do novo programa desenvolvido, porém outras
licenças permitem fazer isso.

É o caso da BSD (Berkley Software Distribuition), que


permite que programas originários de softwares livres sejam
distribuídos como proprietários. O autor do software pode
21
inclusive comercializar a nova versão do programa, cobrando
pelo uso.
A própria GPL possui uma versão que garante maior
flexibilidade ao usuário, LGPL (Lesser ou Library General
Public License). Essa variação da licença permite ao
programador criar aplicações proprietárias utilizando
bibliotecas de código livre.

Como escolher sua licença

Para o desenvolvedor, a escolha da melhor modalidade de


licença para oferecer seu software deve levar em conta os
seus objetivos de negócios.

O programador pode abrir apenas uma parte do código, por


exemplo, para receber dicas de melhorias e avançar no
desenvolvimento, preservando certos componentes
estratégicos para oferecer apenas comercialmente.

"Para uma empresa que quer promover avanços no seu


produto, mas não tem recursos para investir em
desenvolvimento, essa pode ser uma alternativa bastante
interessante", afirma Wieczorek.

No site da Open Source Initiave


(http://www.opensource.org/license), é possível encontrar
dezenas de licenças validadas pela organização. Antes de
escolher seu modelo, o desenvolvedor deve estudar
atentamente os termos de cada licença já disponível.

Se nenhum deles se aplicar à sua necessidade, no próprio site


há instruções sobre como criar e submeter uma nova licença
de software livre para validação.

Conheça alguns dos tipos mais utilizados

GPL (General Public License) – Essa modalidade de licença


22
garante ao usuário do software quatro liberdades: utilizar o
programa para qualquer finalidade; estudar como ele funciona
e modificá-lo; redistribuir cópias; fazer melhorias no
programa e divulgar as melhorias para o público (liberar o
acesso ao código fonte).

A GPL possui um mecanismo conhecido como copyleft (o


oposto de copyright, ou directo autoral) que exige que
qualquer programa desenvolvido a partir de um software livre
também deve ser licenciado em GPL, garantindo a abertura
do código fonte.

Segundo algumas pesquisas, a GPL é a licença mais usada


para software livre e, em abril de 2004, respondia por 75%
dos projetos registrados no repositório Freshmeat e 68% dos
registrados no SourceForge (duas das principais fontes de
software livre no mundo).

LGPL (Library ou Lesser General Public License) – É uma


variação da GPL que permite ao desenvolvedor usar
bibliotecas livres (onde estão disponíveis códigos prontos que
podem ser utilizados para facilitar a criação de um novo
programa) em um software proprietário, sem ter que abrir o
código da sua própria aplicação. Na prática, esse tipo de
licença permite que o programador aproveite códigos livres
para criar um programa fechado.

BSD (Berkeley Software Distribution) – Criado na


Universidade da Califórnia, Berkley, esse modelo de licença é
utilizado em muitos programas, inclusive uma versão do Unix e
o próprio BSD Software, que deu origem à licença. Tem
menos restrições do que a GPL e está bastante próxima do
conceito de domínio público.

MPL (Mozilla Public License) – Considerado liberal em termos


de copyleft, esse modelo foi adotado por empresas e
adaptado por outras para criar suas próprias licenças, caso
da Sun Microsystems, que a usou como base para criar a 23
Common Development and Distribution License para o sistema
operacional OpenSolaris.
Determina que códigos copiados ou modificados sob os termos
da MPL devem permanecer sob a MPL. No entanto, podem
ser combinados em um software proprietário. Por exemplo,
Netscape 6 e 7 são versões proprietárias dos lançamentos
correspondentes da Mozilla Suite.

MIT (Massachusetts Institute of Technology) License –


Originária do Instituto de Tecnologia de Massachussetts,
assegura a permissão, sem custo, de que qualquer pessoa
obtenha o software bem como seu código fonte, sem limites
de uso, cópia, modificações, junções, publicações,
distribuições e/ou venda de cópias do produto, garantindo os
mesmos direitos a quem o adquire.

Software Livre 24
É uma associação portuguesa sem fins lucrativos que tem como
fim a divulgação, promoção, desenvolvimento, investigação e
estudo da Informática Livre e das suas repercussões sociais,
políticas, filosóficas, culturais.

Blog do Software Livre

25
Orçamento ZERO para Licenças de Software
OpenBTS: redes móveis com software livre e baixo custam
Eben Moglen apela à comunidade Debian para ajudar a construir
“Nuvem” livre
Instituição bancária vietnamita muda infraestrutura para
GNU/Linux
Malásia: 97% do software utilizado na administração pública é
livre

Software Livre Brasil

O Projecto Software Livre Brasil é uma rede social, mantida


pela Associação Software Livre.org, que reúne universidades,
empresários, poder público, grupos de usuários, hackers, ONG's
e ativistas pela liberdade do conhecimento. Temos como objetivo
a promoção do uso e do desenvolvimento do software livre como
uma alternativa de liberdade econômica e tecnológica.

Software Livre na Escola

O CD "Software Livre na Escola" contém software utilizado por 26


milhões de pessoas em todo o mundo...
O software incluído permite processar textos, desenhar,
comunicar, criar páginas Web e muito mais.

Vantagens do Software Livre

Quando se Fala em Software livre a primeira coisa que se


pensa é não vou pagar a licença mas será que a vantagem do
software livre é esse o valor gasto com a licença.

Se engana redondamente os que pensam que a questão da


licença e o principal do software livre posso aqui enumerar
dezenas de possibilidades como também de uso para o
software livre mas meu intuito e mostrar quais os benefícios.

Um dos principais benefícios e a personalização, com o uso de


um software livre ele pode ser facilmente personalizado de
acordo com a necessidade temos bons exemplos saindo do
Linux onde varias distribuições são criadas a partir de um
ponto inicial, distribuições como Ubuntu, Debian, Hed hat
(comercial) partiram do kernel que e um software livre.

. Liberdade para executar um programa para qualquer


27
finalidade;
· Liberdade para estudar um programa, e adaptá-lo às suas
necessidades;
· Liberdade de distribuir cópias e assim ajudar um colega,
uma instituição qualquer;
· Liberdade de melhorar o programa e entregá-los à
comunidade.

Solução apropriada para cada situação com o uso do software


livre eu posso criar meu próprio software me baseando pelo
já existente.

Mas existe uma diferença entre software livre e software


pago

Software livre é um conceito de extrema importância no


mundo da computação. De forma básica, quando um software
é livre, significa que seu código-fonte está disponível para
qualquer um e você pode alterá-lo para adequá-lo às suas
necessidades, sem ter de pagar. Portanto, software livre é
de fato gratuito, mas usar este termo somente para designar
softwares sem custo é um erro grosseiro.

Outro grande beneficio do uso do software livre e sua grande


comunidade contando com milhões de usuários,
programadores, beta testers, fórum, blogs e demais
integrantes com esta gigante comunidade problemas são
resolvidos em um curto espaço de tempo vale ressaltar que
não somente na língua portguessa mas em milhares de países
a comunidade de software livre existe e com milhões de
voluntários para dar suporte.
28
Para o dono de lan house a grande vantagem e que você tem
um diferencial em conhecer algo que esta entrando no
mercado e com uma certa força. Então o dono de uma
lanhouse sabendo manusear o Linux software livre pode criar
soluções personalizadas. e se engana quem pensa que o
software livre não gera receita os profissionais de software
livre são muito bem pagos diga-se de passagem por uma
questão de mercado Oferta e Procura.

Vantagens Estratégicas do Software Livre para o Ambiente


Corporativo

O autor: Nelson Ferraz é engenheiro electrónico, formado


pela Escola de Engenharia Mauá, e Master Business
Information Systems pela PUC-SP (Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo). É, também, autor do trabalho
"Vantagens Estratégicas do Software Livre para o Ambiente
Corporativo" (VESLAC), e sócio-fundador da GNU BIS,
empresa especializada no desenvolvimento de sistemas de
informação livres.

Tempo de elaboração: A monografia foi publicada em 2002,


resultado de dois anos de pesquisa.

Processo de elaboração: O trabalho foi realizado através de


levantamento bibliográfico e estudos de casos, buscando
incluir a componente estratégica para as discussões sobre
software livre.

Aplicação prática: Grande parte da discussão a respeito do


software livre no ambiente corporativo era (e continua sendo)
ao redor das vantagens (ou desvantagens) de custo,
argumentação estimulada pelos fabricantes de
softwares proprietários -- a quem interessa que os custos
sejam analisados isoladamente, fora de um contexto
29
estratégico. Este trabalho mostrou que o software livre é
uma fonte de vantagens estratégicas para as empresas,
trazendo benefícios que vão muito além da redução de custos.

O que pretende fazer agora: Espero poder continuar


contribuindo para que a disseminação do conhecimento e uso
do software, que, acredito, é uma excelente alternativa do
ponto de vista estratégico e tecnológico para o Brasil. Para
isso tenho apresentado palestras sobre as Vantagens
Estratégicas do Software Livre para empresas, universidades
e instituições do terceiro setor.

Considerações finais: A conclusão mais importante é que,


mais do que simplesmente uma questão de custo, as empresas
devem começar a analisar o impacto estratégico da escolha
de um fornecedor ou de uma solução. Quando a estratégia
entra na equação, as vantagens do software livre são ainda
mais claras.

Introdução:

A cada ano que passa, o software livre ganha mais força,


movido pela paixão de milhares de desenvolvedores e milhões
de usuários que acreditam em uma ética segundo a qual o
conhecimento não deve permanecer oculto, mas ser
compartilhado. Este trabalho tem como objectivo mostrar,
através de estudos de casos, que o software livre é uma
fonte de vantagem estratégica para as empresas, trazendo
benefícios práticos, independentemente de posições
filosóficas ou princípios morais.  

Grande parte da discussão a respeito do software livre no


ambiente corporativo tem sido ao redor das vantagens (ou
desvantagens) de custo, argumentação estimulada pelos
30
fabricantes de softwares proprietários - a quem interessa
que os custos sejam analisados isoladamente, fora de um
contexto estratégico.  
A redução de custos começa com os custos de licenciamentos,
mas também precisamos analisar os custos envolvidos com o
gerenciamento destas licenças, o risco da pirataria,
requisitos de hardware, e talvez os mais importantes, os
custos de mudança.  

O poder do fornecedor é um dos aspectos que devem ser


cuidadosamente avaliados dentro de uma estratégia de
escolha de fornecedores. Ao invés de adquirir produtos
proprietários de um único fornecedor, uma empresa deve
procurar adquirir produtos padronizados de um número maior
de fornecedores.  

Os aspectos legais também devem ser considerados: licenças


de softwares proprietários impõem uma série de restrições à
instalação, uso, transferência e engenharia reversa, sendo
que em alguns casos prevêem até mesmo atualizações de
licenças (ou "licenças complementares") que são
disponibilizadas junto com atualizações críticas.  

O software livre oferece liberdade de uso, aprendizado e


distribuição, além de regras mais claras e duradouras. Um
exemplo disso é a licença GPL, que é usada desde Junho de
1991.  

Fatos recentes têm demonstrado que o software livre pode


oferecer maior confiabilidade e segurança do que o software
proprietário. Um caso revelador é o do Apache, que possui a
maior parte do mercado de servidores Web e ainda assim
apresenta um número significativamente menor de problemas
de segurança do que o segundo colocado, que é um software
proprietário.  
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Finalmente, um dos resultados mais importantes da liberdade
de modificação oferecida pelo software livre é a possibilidade
de diferenciação.  

Produtos diferenciados podem atender de forma superior a


mercados específicos, seja pelo foco em segurança,
portabilidade, facilidade de uso, ou suporte corporativo.  

32

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