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Arquitetura e Urbanismo
Tecnologia da Edificação I – 2008 / 2
Professor Anderson Claro
Alunos: Felippe L. Silva, Matheus Pezzoni, Rafael Soares Simão
TENSOESTRUTURAS
História:
Em termos de funções arquitetônicas a origem das estruturas de membrana
tensionadas se encontra nas tendas e nos toldos tradicionais. Reconhece-se por meio de
representações e descrições arquitetônicas muitos teatros e anfiteatros romanos que eram
feitos de velaria produzida a partir de linhas de tecido.
As tendas feitas de peles de animais ou materiais tramados foram usadas ao longo
da história e têm sido utilizadas pelo mundo inteiro, particularmente em sociedades
nômades que necessitam de coberturas portáteis. Exemplos de tendas passadas incluem as
tribos nativas americanas, os abrigos mongóis, a "black tent" (Fig. 1) utilizada pelos povos
nômades no Saara, Arábia e Irã.
Houve pouco desenvolvimento das tendas entre o tempo dos Romanos e o século
XIX, em parte por causa da carência de demanda, e principalmente por causa da carência
de avanços na manufatura de cabos, tecidos e conexões resistentes. Porém, depois da
revolução industrial houve uma demanda por tendas grandes (utilizadas para o
entretenimento de populações, como os circos) e por materiais de grande resistência, com
produção em massa e relativamente barata.
Em todos os exemplos até agora mostrados, as membranas eram relativamente
oscilantes e a estabilidade era derivada de uma combinação de cabos entrelaçados e de
coberturas muito leves se comparadas aos materiais atuais, que são bem mais pesados.
Uma nova era abriu-se após a Segunda Guerra Mundial com o desenvolvimento de
vários tipos de manta estrutural, das quais os benefícios são vários principalmente em
termos de luminosidade e flexibilidade. A estabilidade já não é assegurada só pelo peso,
mas também pelo projeto, levando-se em conta curvaturas acrescidas de pré-tensionamento
induzido.
Dois acontecimentos foram cruciais no desenvolvimento das tensoestruturas. O
arquiteto e engenheiro Frei Otto em 1957 funda o Centro de Desenvolvimento de
Construções Leves em Berlim, seguindo em 1964 para a criação do famoso Instituto de
Estruturas Leves na Universidade de Stuttgart.
Otto começou experimentando com formas leves e fazendo testes em modelos em
escala reduzida com materiais como o sabão (se formasse uma película de espuma entre a
malha estrutural, a estrutura estaria estável), cabos e membranas de elástico as quais ele
usava para tensionar. Um dos primeiros projetos foi simples, porém muito belo, um
pequeno Pavilhão Musical para a Exposição Federal de Jardins - Kassel, Alemanha, em
1955 (Fig. 2).
Definição:
Denominamos tenso-estruturas ou estruturas tensionadas aquelas coberturas
cujo elemento principal é a própria cobertura, que permanecendo sob constante
estado de tracionamento, em oposição aos elementos metálicos comprimidos,
promove o equilíbrio geral do sistema. Diferentemente das coberturas normais em
telhas metálicas, a tenso-estrutura tem no tecido que a forma, a intrínseca
capacidade de resistência aos esforços externos.
Esta resistência é maior ou menor de acordo com a geometria assumida,
sempre em dupla curvatura, e com o material do tecido da membrana.
Tomando-se como exemplo o parabolóide hiperbólico (base retangular ou
quadrada com dois vértices fixos em nível inferior e dois em pontos superiores), as
fibras do tecido que convergem para os pontos superiores resistem
caracteristicamente às cargas que agem de cima para baixo – pressões do vento ou
peso da neve; enquanto que as fibras que convergem para os pontos inferiores
resistirão aos esforços de baixo para cima – vento na sucção. Quanto maior a
diferença de cota entre os dois níveis, maior a eficiência no combate a estas cargas.
Classificação:
QUANTO À CURVATURA
invertidas (cálices)
Suportadas por arcos – internos ou
externos
Onduladas ou
plissadas
Tensegrity -(tração integral). Coberturas cujos mastros são flutuantes. Cada
extremidade inferior ou superior é ligada aos pontos fixos por um cabo.
Aplicações:
Várias utilizações têm sido dadas às coberturas de membrana tensionadas como:
Mantas
Os tecidos são materiais compostos de fibras naturais ou artificiais, entrelaçadas nas
duas direções perpendiculares entre si, de forma a atingirem um grau de resistência,
translucidez ou impermeabilidade desejados. Os tecidos estruturais artificiais, alem das
fibras, recebem varias camadas de revestimentos, em ambas as faces, que lhes conferem
características adicionais e valiosas tais como: resistência aos raios UV, resistência aos
fungos, não propagação de chamas, maior ou menor translucidez ou refletividade, etc.
Para a confecção das coberturas tensionadas são utilizados dois tipos básicos de
tecidos estruturais: os tecidos em fibras de poliéster e revestidos de PVC (também
denominados de PVC-PES), e os de PTFE – fibras de vidro revestidos com um polímero à
base de flúor. Poli-Tetra-Flúor-Etileno.
Por outro lado, os tecidos em fibra de vidro revestidos de PTFE, são mais
sofisticados, têm maior durabilidade (no mínimo 15 anos até 25 ou 30 anos de garantia),
oferecem maior resistência à intempérie e aos esforços externos. Entretanto, a fabricação e
o manuseio destes tecidos requerem maior delicadeza, conseqüentemente mão de obra
especializada, pois as fibras componentes são quebradiças. Cuidado todo especial deve ser
tomado no transporte e na montagem.
Revestimentos
Autoextinguíveis: em caso
Estrutura de Sustentação
Cabos
Nos tensionados os cabos são utilizados no acabamento das bordas da manta e no
tracionamento desta. As características dos cabos variam de acordo com o processo de sua
execução e da disposição dos arames.
O termo cabo é empregado para qualquer elemento flexível tracionado, desde um
simples arame obtido de uma barra redonda ou retangular, até arames agrupados em
cordoalhas ou cordas.
Os tensionados normalmente utilizam as cordoalhas, que são um arranjo de fios
enrolados em espiral em torno de um fio ou conjunto de fios centrais formando uma figura
simétrica. As camadas são tecidas cada uma em sentido oposto à anterior.
Ancoragens e fundação
As ancoragens são pontos que requerem alguns cuidados dos projetistas. No caso de
suportes discretos, como mastros, empregam-se geralmente olhais capazes de distribuir os
carregamentos ao longo de uma linha ou superfície, evitando concentrações de tensão. As
trações internas devem também de alguma maneira descarregar nas fundações. As
ancoragens podem, estar expostas a esforços de arrancamento da ordem de toneladas. A
solução mais usual é a utilização de sapatas e olhais metálicos engastados em bases de
concreto.
Diversos sistemas de fundações são empregados em tensoestruturas. Em estruturas
de pequeno porte, por exemplo, pode-se utilizar até latões com areia e água ou chapas de
aço coladas com araldite industrial sustentadas também por latões de areia. Não há, no
entanto, nenhum impedimento para o uso de estacas-raiz ou outros métodos.
Desempenho:
Desempenho da manta
Desempenho lumínico
Mantas em funções comuns são caracterizadas pela capacidade de baixo isolamento,
baixa massa térmica, alta reflectividade da luz, e baixa a moderada translucidez. Estas
características têm feito com que as lonas apresentem efetiva aplicabilidade de uso em
climas de temperaturas quentes ou temperadas com radiação solar alta.
Resistência ao fogo
Condensação
Em climas mais frios, a diferença de temperaturas interna e externa, certamente
causará o aparecimento de condensação em determinadas regiões de uma cobertura com o
perímetro enclausurado.
Em paises tropicais, onde as tenso-estruturas são geralmente abertas, este problema
quase não ocorre. A própria ventilação ambiental trata de equilibrar as diferenças de
temperatura sobre e sob a membrana. Para coberturas mais fechadas, sugere-se a colocação
de aberturas em regiões altas, ou em zonas de sucção (lanternins).
Acústica
As coberturas em membrana de tecido, não oferecem quase nenhuma resistência aos sons
em geral e principalmente aos de baixa freqüência, uma vez que possuem baixíssima
massa. Como melhoria de sua capacidade de absorção, recomenda-se o uso de dupla ou
tripla camadas de tecidos com maior desempenho acústico. Os eventuais fenômenos de
reverberação podem ser evitados com a colocação de placas defletoras feitas com tecido
especial e penduradas em pontos estratégicos.
Limpeza e Manutenção:
Limpeza:
Tendas revestidas de PVC apanham sujeira e são evitadas em locais urbanizados e
outras atmosferas com altas concentrações de sujeira. Elas devem ser regularmente limpas
para evitar perda de translucidez e aparência não atrativa (entretanto, superfícies finas de
acabamento podem aliviar o problema). Mas quanto mais são limpas, mais elas se
fragilizam pelo contato com sabões, detergentes e óleos. Deve-se garantir que a limpeza
seja feita exatamente como as instruções do fabricante, usando leves escovas, água e
detergentes suaves. Novas demãos de laca e impermeabilizantes podem ser feitas ao longo
do tempo, sempre após a lavagem.
Nas tendas revestidas de PTFE, são hidrofugantes e raramente necessitam de
limpeza. Assim as partículas de sujeira praticamente não se fixam devido as suas
propriedades e, além disso, são transportadas pela água da chuva. A fibra de vidro revestida
de PTFE não mostra tendência para descolorar com o tempo e tornar-se branca. A limpeza
é então menos importante que com as membranas de PVC revestidas. Em estruturas
permanentes de ambos tipos de revestimento o acesso à limpeza deveria ser considerado na
etapa projetual.
Manutenção:
Eventualmente as membranas das tenso estruturas podem vir a sofrer danos, como
rasgos e furos. Se forem danos pequenos estes geralmente podem ser reparados no próprio
local. Mas caso sejam grandes rasgos o proprietário deve comunicar o fabricante, que deve
retirar a membrana fazer os reparos necessários e coloca-la de volta, ou em caso mais
extremos faz-se à troca por uma membrana nova.
Além de reparos a membrana pode vir a necessitar de um re-tensionamento.
Normalmente seis meses após a montagem da estrutura o fabricante deve fazer uma
inspeção para ver se necessário um re-tensionamento das membranas. Membranas de fibra
de vidro não costumam precisar de re-tensionamento.
Não só as membranas necessitam de manutenção, mas também as peças estruturais,
como os cabos, olhais e forquilhas. Estas peças metálicas podem vir a apresentar corrosão
principalmente se estiverem expostas a intempéries, como chuva, sol, vento, maresia e etc.
Assim deve-se fazer inspeções regulamentes para detectar eventuais reparos ou trocas de
peças.
Processo Projetivo:
Existem quatro itens básicos que compõem o processo projetivo das tensoestruturas.
São eles a adaptação da sua forma, o teste da estrutura proposta na estabilização sobre todas
as condições de carregamento, o dimensionamento das partes (manta, cabos e colunas) para
confecção, e a escolha final de materiais e acabamentos.
Ferramentas
Possam ser cortadas por rolos têxteis de comprimento padrão sem desperdiçar o
material.
Possam ser encaixadas juntas para elegantemente formar uma dupla curvatura
estabelecida.
Possam conceder direções da trama e posicionamento das emendas corretas na
relação de pré-tensão.
Exemplos:
Capela em São Luiz do Maranhão
Cinema Caverna
Cinema Renato Aragão
Marina da Glória – RJ
Oca do Ibirapuera
Fontes:
http://fiedlertensoestruturas.com.br/site/index.htm
http://www.metalica.com.br/pg_dinamica/bin/pg_dinamica.php?id_pag=326
http://www.metalica.com.br/pg_dinamica/bin/pg_dinamica.php?id_pag=957
http://www.technica.com.br/site/query_result.php?var=tensor
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VISITE TAMBÉM O
www.arq.ufsc.br/arq5661/caleidoscopio.htm