Lit
FLÁVIO DINO
Governador do Estado do Maranhão
BIRA DO PINDARÉ
Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação
JHONATAN ALMADA
Secretário-Adjunto de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
ANDRÉ BELLO
Secretário-Adjunto de Educação Profissional, Tecnológica e Inclusão Social
NIVALDO MUNIZ
Secretário-Adjunto de Inovação e Cidadania Digital
36 f.: il
ISBN: 978-85-69805-02-1
CDU: 159.92
SUMÁRIO PREVISTO
Cartas de Apoio 6
Apresentação 9
1. TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA – TEA 10
1.1. Quem é a pessoa com autismo? 10
1.2. Classificação e descrição clínica 11
1.2.1. Do CID-10 à atualização do DSM-5 12
1.3. Manifestações mais comuns 13
1.4. Instrumentos para diagnosticar o autismo 14
1.5. Intervenções e estratégias 14
1.6. Providências e procedimentos que ajudam 15
2. TECNOLOGIA ASSISTIVA 16
2.1. O que são tecnologias assistivas? 16
2.2. Principais softwares livres (gratuitos) 18
2.3. SCALA (Sistema de Comunicação alternativa para o letramento de
pessoas com autismo 18
2.4 MOSTRA TUTORIAL SCALA (LINKS EM VÍDEO, HTML E PDF) 19
3. COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA 20
3.1. O que é Comunicação Alternativa? 20
3.2. As dificuldades de comunicação no Autismo e Comunicação Alternativa 21
3.3. Recursos de baixa e alta tecnologia 22
3.4. Orientações para parceiros de comunicação 23
3.5. Comunicação Alternativa na Escola 24
4. DIREITOS DAS PESSOAS COM TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA (TEA) 25
4.1. Princípios de Direitos Humanos 25
4.2. Pessoas com transtornos de espectro autista enquanto sujeitos de
Direitos Humanos 26
4.3. Lei Nº 12.764/2012 (Lei do autismo) 27
4.3.1. Quadro atual do TEA no Brasil e sua influência na sociedade 28
4.4. Lei Nº 13.146, de 06 de julho de 2015 28
4.5. Instituições e links importantes 28
5. CARTA DOS PARCEIROS À SOCIEDADE MARANHENSE/INFORMAÇÕES GERAIS 29
6. RESUMO DOS MINICURSOS E PALESTRAS DO TECH EDUC – ESPECIAL 31
São Luís, 9 de outubro de 2015
CARTA DA SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
O Estado do Maranhão ainda precisa avançar na produção de tecnologias assistivas e
tecnologias sociais que auxiliem na melhoria das condições de vida de seu povo. É
papel do Governo, incentivar e apoiar as diversas iniciativas que emergem das
instituições acadêmicas, sociedade civil organizada e movimentos sociais que se
coadunem com essa necessidade.
Nesse sentido, apoiamos a publicação da presente cartilha como forma concreta de
valorizar e pôr em evidência a temática da tecnologia assistiva. É um chamamento à
academia e à sociedade em geral para o caráter benéfico e efetivo dessas tecnologias
na vida de milhares de famílias que não se curvam às dificuldades ou eventuais
barreiras, mas perseveram com altivez na construção de alternativas, e novos
caminhos para a inclusão social e democrática.
A Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) por intermédio da Fundação
de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA)
tem priorizado o apoio e financiamento a projetos e pesquisas no campo das tecnologias
sociais, energias renováveis, agricultura familiar e startups. É parte do nosso planejamento
estratégico e estamos investindo nessas áreas com grande expectativa de retorno social.
Esta cartilha, portanto, situa‐se no corpo maior do Plano de Ação da SECTI cujo norte é
oportunizar Ciência, Tecnologia e Inovação para Todos Nós.
Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
Fundação Instituída nos termos da Lei nº 5.152, de 21/10/1966 – São Luís - Maranhão.
GABINETE DO REITOR
CARTA DE APOIO
Vivemos tempos marcados pela fluidez da informação e pela valorização do conhecime nto
como ferramenta de inserção social. Mais do que nunca, lidar com as informações, processá-las e
transformá-las em competências para a vida exige, a priori, o domínio de uma série de ferramentas
e recursos tecnológicos, cujo acesso deve ser possível a todos, sem distinções de qualquer natureza,
aqui reside a relevância da Cartilha LCV: autismo e tecnologia assistiva- T.A.
As atividades educacionais, por sua vez, não se dissociam do que acontece ao nosso redor.
Pelo contrário, para que se faça educação de qualidade, é preciso considerar o modo como
funcionam as estruturas sociais, econômicas e tecnológicas. Em outras palavras, não é possível
educar virando as costas para o mundo.
É de extrema importância o ingresso das TICS e inovações na sala de aula e não apenas
utilizar os equipamentos desses avanços, mas também associá-los aos objetivos da saúde e da
educação especial hoje, assim, as tecnologias assistivas, em intervenções pedagógicas vão nos dar
melhor qualidade de vida em diversos contextos das pessoas com deficiências. Tudo isso tem a
ver, com o sucesso das pesquisas e intensos investimentos em educação, ciência e inovação.
Portanto, parabenizamos aqui o Maranhão, através da SECTI por sua louvável iniciativa,
possibilitando o vir à existência desta Cartilha, a primeira publicação científica do estado na área.
E nos sentimos honrados, enquanto Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS,
como orientador da prof@ pesquisadora Keyle Monteiro, (mãe de pessoa com TEA/autora) através
do Doutorado Informática na Educação em convênio com a UFMA/UEMA, participarmos e
contribuirmos com a compreensão e utilização adequada das tecnologias disponíveis, e nos termos
da Lei de Diretrizes e Bases, um dos elementos fundamentais da formação básica do cidadão, pois
sabemos que a educação transforma a sociedade e é o principal meio para que o Brasil se converta
em uma nação moderna, justa, e realmente desenvolvida.
APRESENTAÇÃO
8. REFERÊNCIAS para vida e convivência diária.
A Cartilha LCV – Luz, Ciência e Vida bus- De modo particular, destacamos aqui o
ca apresentar a temática do autismo à luz papel e as possibilidades em Tecnologia
da ciência ‘popularizada’ para a melhoria Assistiva, que contribuem com funda-
da qualidade de vida das pessoas com mentos importantes para pensar e efe-
Transtorno do Espectro Autista (TEA) e tivar o mandato da Educação Inclusiva,
daqueles que com elas convivem. Trata-se apoiado pelo Atendimento Educacional
de uma iniciativa ímpar e pioneira, opor- Especializado (AEE) e as Salas de Recursos
tunizada pela Semana Nacional de Ciência Multifuncionais no sistema educacional
e Tecnologia (SNCT) no Maranhão. da rede pública e particular. A Comunica-
Esse trabalho ressignifica o conceito de ção Alternativa, enquanto ramo do cam-
amor através da ação: persistir, em vez de po da Tecnologia Assistiva, tem um papel
desistir; importar-se, em vez de ser indife- mediador fundamental no autismo, que é
rente; lutar, em vez de fugir à luta. Prioriza abordado aqui de forma acessível e prá-
o desenvolvimento do outro, indepen- tica. Também agregamos a este pequeno
dente de suas características, diferenças compêndio de informações, as conquistas
ou dificuldades. Conta com a participação recentes no campo dos direitos para as
de pesquisadores e estudiosos, professo- pessoas com deficiências, principalmente
res e familiares de pessoas com deficiên- pessoas com autismo de forma comenta-
cia e com o respaldo de instituições e pro- da pela Dra. Luciane Belo, promotora de
fissionais parceiros (SECTI, SEDUC, SEMED, Educação Inclusiva na capital do estado.
UFMA, UFRGS, Instituto Autismo & Vida Nas seções finais constam os resumos das
– RS, Instituto I3C – Curiosidade, Ciência e palestras e minicursos do evento acadê-
Criação – RS). mico-científico Tech Educ Especial que
O Transtorno do Espectro do Autismo realizou-se nos dias 22 e 23 de outubro
(TEA) é um considerado um transtorno do de 2015, durante a Semana Nacional de
neurodesenvolvimento e, para todos os Ciência e Tecnologia bem como links e en-
fins legais, também uma deficiência. Com dereços eletrônicos para aprofundamento
a crescente reivindicação de uma socieda- de pesquisas e de utilidade pública para a
de igualitária e inclusiva, cresce também a sociedade maranhense.
necessidade de informações e partilha de Reiteramos, nossos agradecimentos à Se-
saberes para e entre pais, familiares, ami- cretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação
gos, professores, psicólogos, terapeutas (SECTI) - MA, que patrocinou a Cartilha
ocupacionais, fonoaudiólogos, treinado- LCV – Autismo e Tecnologia Assistiva e a
res esportistas, musicistas, teólogos, líde- todos que através de parceria, apoio e in-
res espirituais e outros interessados com centivo assinam em cartas “de amor e au-
informações e orientações fundamentais xílio” essa relevante publicação.
9
1. Transtorno do espectro autista – TEA
¹ Nesse texto utilizaremos a termo autismo como sinônimo do termo ‘Transtorno do Espectro Autista’ e sua abreviação TEA.
² O DSM é o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais publicado pela Associação Americana de Psiquiatria (APA) e a
CID é a Classificação Internacional de Doenças publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O DSM e a CID são documen-
tos da área médica e clínica reconhecidos em todo o mundo. No Brasil e na área da saúde, utiliza-se oficialmente a CID.
10
pessoa com autismo passa a ser tamb[em vistas na Convenção Internacional sobre
considerada pessoa com deficiência. Isso os Direitos da Pessoa com Deficiência, um
implica que a pessoa com autismo tem marco na luta pela inclusão social e com-
tamb[em as garantias e a proteçao pre- bate aos processos de exclusão.
11
1.2.1 Do CID-10 a atualização do DSM-5
Transtorno do
Transtornos Invasivos Transtornos Globais Espectro do Autismo
do Desenvolvimento: do Desenvolvimento: (TEA)
interação social e
12
Portanto, o autismo atípico ou TEA não es- sintomas catalogados graficamente, por
pecificado avança em diagnósticos mais GRANANA, (2014, p.42) em seis áreas de
flexíveis, embora pontuais em seus níveis dificuldades representadas no quadro 1,
de desenvolvimento através de sinais e acima citado
13
1.4. Instrumentos para diagnosticar o autismo
Segundo as Diretrizes de Atenção à Rea- e validados no Brasil, o M-CHAT também é
bilitação da Pessoa com Transtornos do de uso livre. O M-Chat (Modified Checklist
Espectro do Autismo, (2013) o diagnóstico for Autism in Toddlers) é um questionário
do TEA permanece essencialmente clínico com 23 itens, usado como triagem de TEA
e é feito a partir de observações da crian- em crianças de 18 a 24 meses. Inclui itens
ça e entrevistas com pais e/ou cuidadores. relacionados aos interesses da criança no
Dentre os instrumentos de triagem e de engajamento social; habilidade de manter
avaliação do TEA, é preciso reconhecer o contato visual; imitação; brincadeira re-
e diferenciar que alguns desses são para petitiva e de “faz-de-conta”; uso do conta-
identificação, outros para diagnóstico, ou to visual e de gestos para direcionar aten-
ainda para identificar alvos de interven- ção social do parceiro ou para pedir ajuda.
ção e monitorar os sintomas ao longo do Diagnósticos e encaminhamentos são
tempo. realizados a partir da rede de serviços de
Dentre os instrumentos de uso livre para saúde disponível em cada município. Des-
rastreamento/triagem de indicadores de os primeiros dias de vida a criança deve
clínicos de alterações de desenvolvimen- ter acompanhamento médico, que pode
to, temos o IRDI (Indicadores Clínicos de ser realizado na rede pública (Unidades
Risco para o Desenvolvimento Infantil) Básicas de Saúde), em serviços de con-
- instrumento de observação e inquérito vênios ou na rede particular. O pediatra
que pode ser usado no rastreamento do é o profissional de referência na primeira
desenvolvimento. Criado e validado por infância, por isso seu papel é essencial na
um grupo de especialistas brasileiros é observação desses sinais precoces no de-
de uso livre pelos profissionais da saúde, senvolvimento infantil.
(O protocolo já faz parte dos instrumen- O diagnóstico de TEA pode ser demora-
tos presentes nas Diretrizes de Atenção à do e complexo. Cada caso é único e não
Reabilitação da Pessoa com Transtornos há exames ou testes específicos para sua
do Espectro do Autismo do Ministério identificação. Porém, durante a investiga-
da Saúde e pode ser consultado on-li- ção para diagnóstico, alguns exames (de
ne: http://goo.gl/k5vTHA) sangue, de audição, de visão, de imagem
e de mapeamento genético) podem ser
Dentre os instrumentos de rastreamento/ necessários para excluir outras deficiên-
triagem de indicadores dos TEA adaptados cias ou doenças.
14
incentivo aos esportes, música, artes em mais elevado grau de desenvolvimento e
geral, convívios sociais em escolas, igrejas, autonomia. A pessoa com autismo pode
clubes e, ainda, muito cuidado e carinho precisar de apoio leve, moderado ou in-
são excelentes estratégias que podem le- tenso para participar das inúmeras práti-
var uma pessoa com TEA a um excelente cas sociais em sua comunidade. Podemos
desenvolvimento e a uma melhor qualida- recorrer ao campo da Tecnologia Assistiva
de de vida. e, em específico da Comunicação Alter-
nativa Aumentativa (CAA) como esse elo
As intervenções educacionais em um sis- de apoio à inclusão escolar de estudantes
tema inclusivo são essenciais para que com autismo, como veremos adiante.
uma criança com TEA possa alcançar o
15
2 TECNOLOGIA ASSISTIVA
Fotos 2 - Ana Paula Freitas Vale Monteiro, 14 anos, TEA, filha de Paulo e Keyle Monteiro, lembrando onde colocou suas fotos no notebook.
16
Tecnologia Assistiva (TA) é portanto, uma ou mesmo veículo adaptado para uma
área do conhecimento, de característica pessoa com deficiência. (MANZINI, 2005,
interdisciplinar, que engloba produtos, p. 82)
recursos, metodologias, estratégias, práti-
cas e serviços que objetivam promover a Para GALVÃO FILHO, (2012) Falar de pro-
funcionalidade, relacionada à atividade e dutos de Tecnologia Assistiva (TA), “ é
participação, de pessoas com deficiência, falar de um horizonte muitíssimo amplo
incapacidades ou mobilidade reduzida, de possibilidades e recursos”. (...) qual-
visando sua autonomia, independência, quer ferramenta, adaptação, dispositivo,
qualidade de vida e inclusão social”. (BRA- equipamento ou sistema que favoreça a
SIL - SDHPR. – Comitê de Ajudas Técnicas autonomia, atividade e participação da
– ATA VII, 2007) pessoa com deficiência ou idosa é efeti-
vamente um produto de TA. (...) Existem
Mas, ainda assim, Tecnologia Assistiva (TA) os produtos denominados de Baixa Tec-
é uma expressão nova, em pleno processo nologia (low-tech) e os produtos de Alta
de construção e sistematização. A utiliza- Tecnologia (high-tech). Essa diferença não
ção de recursos de Tecnologia Assistiva, significa atribuir uma maior ou menor fun-
entretanto, remonta aos primórdios da cionalidade ou eficiência a um ou a outro,
humanidade. Qualquer pedaço de pau uti- mas, sim, caracterizar apenas a maior ou
lizado como uma bengala, por exemplo, menor sofisticação dos componentes
caracteriza o uso de um recurso de Tecno- com os quais esses produtos são construí-
logia Assistiva. Como faz notar Manzini: dos e disponibilizados.
Os recursos de tecnologia assistiva es- E quanto à variedade de possibili-
tão muito próximos do nosso dia-a-dia. dades desses recursos, as diferentes áreas
Ora eles nos causam impacto devido à de utilização propostas pela classificação
tecnologia que apresentam, ora passam da Norma Internacional ISO 9999, dão
quase despercebidos. Para exemplificar, uma ideia da amplitude desse leque de
podemos chamar de tecnologia assistiva opções. São recursos tanto para as ativida-
uma bengala, utilizada por nossos avós des de vida diária, quanto para atividades
para proporcionar conforto e segurança educacionais, profissionais, esportivas, de
no momento de caminhar, bem como lazer, entre tantas outras. As 11 classes
um aparelho de amplificação utilizado propostas pela classificação da Norma In-
por uma pessoa com surdez moderada ternacional ISO 9999:2002, são:
18
b) módulo narrativas visuais
19
SCALA WEB MÓDULO (VARREDURA PRANCHA)
www.youtube.com/watch?v=qNyJiblheJY&feature=youtu.be
3 COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA
20
da nas áreas clínica e educacional, assim símbolos, recursos, estratégias e técnicas
como nos mais variados espaços sociais. para auxiliar na comunicação. Espera-se
No Brasil, essa área tem ganhado maior que com o uso de CA as pessoas possam
destaque a partir das políticas de inclusão melhorar a sua linguagem compreensiva
social e escolar direcionadas às pessoas assim como a expressiva. Onde há uma
com deficiência. pessoa com restrições na fala, ali deve es-
Especificamente, Comunicação Alterna- tar também algum recurso de CA para que
tiva (CA) consiste no uso integrado de haja acessibilidade para ela.
21
3.3. Recursos de baixa e alta tecnologia
Em seu uso integrado de símbolos, recur- figuras ou mensagens, fotos, desenhos; as
sos, estratégias e técnicas para auxiliar na pranchas, pastas, cadernos, chaveiros de
comunicação, para mediar a comunica- comunicação; pranchas de letras etc. em
ção, a CA pode empregar gestos, língua sua forma impressa e tangível.
de sinais, miniaturas de objetos, pictogra- Os recursos de alta tecnologia envolvem
mas, desenhos, fotos e a própria escrita,ou o uso de equipamentos eletrônicos e digi-
seja, símbolos concretos ou abstratos. tais que possibilitam também reunir ima-
Quando uma pessoa consegue usar ges- gem e som, por exemplo, as pranchas de
tos ou uma língua de sinais dizemos que comunicação que podem ser editadas em
essa comunicação é não assistida. No en- um computador ou tablet com reprodu-
tanto, quando se torna necessário recorrer ção de voz digitalizada ou gravada.
ao apoio de recursos externos como car- A utilização de CA se dá a partir de proces-
tões, pranchas ou vocalizadores dizemos sos de ensino específicos ou de sistemas
que essa comunicação é assistida. de sentidos compartilhados de modo que
A maioria das pessoas utiliza uma combi- venham a contribuir para a comunicação
nação de técnicas de comunicação assis- funcional ou espontânea ampliando a
tida e não assistida, conforme o contexto capacidade de compreensão e expres-
e o parceiro de comunicação. Isso é muito são das pessoas que a utilizam. Não há
recomendável e possibilita uma comuni- pré-requisitos para a utilização de CA ou
cação mais eficiente. restrições, mas, para que sejam úteis e sig-
Os recursos de CA podem ser divididos em nificativos, os recursos de CA devem ser
recursos de alta e baixa tecnologia. São elaborados a partir da realidade e da ne-
recursos de baixa tecnologia, os objetos cessidade de uma pessoa e seus parceiros
concretos e de referência; os cartões com de comunicação.
Figura 4 - Prancha de comunicação com comentários. Elaborada no aplicativo Scala Tablet para Vinícius, 8 anos, usar com sua família. Quan-
do impressa, essa prancha é um recurso de baixa tecnologia. Quanto utilizada no tablet, a célula que é tocada emite o texto da prancha.
22
3.4. Orientações para os parceiros de comunicação
É importante lembrar: se uma pessoa com com a pessoa com autismo, possibilita
autismo não fala não é porque ela não que ela compreenda melhor a expectati-
quer ou tem preguiça. Muito menos a uti- va da outra pessoa e faça previsões sobre
lização de CA vai deixar a criança «pregui- o que vai acontecer adiante. Tudo isso for-
çosa» para falar. Na verdade, os estudos nece um senso de segurança que contri-
mostram exatamente o contrário. Para bui para diminuir a ansiedade da pessoa
muitas crianças, a fala vem quando ela com autismo e a ajuda a ficar mais tran-
começa a utilizar recursos de CA de forma quila. Então, os benefícios são para todos
mais intensa e consistente. os envolvidos.
Outro benefício recorrente com a utiliza- Não é necessário esperar uma certa idade
ção de CA é a diminuição de comporta- para iniciar a utilização de CA. Tão logo
mentos desafiadores. Quando a pessoa perceba-se um atraso na fala ou dificul-
pode usar recursos de CA para se expres- dades de comunicação, a utilização de CA
sar, ela consegue comunicar o que quer deveria ser iniciada rapidamente com a
e necessita. Por outro lado, quando um estimulação de gestos, do ato de apontar
familiar, professor, terapeuta ou médico e com figuras e fotos de objetos de inte-
utiliza recursos de CA para se comunicar resse e do cotidiano.
Figura 5 - Rotina da manhã e Recurso “Primeiro... Depois ...” - Auxiliam na organização da criança e controle do seu comportamento
23
Infelizmente, ainda nos deparamos com uma pouca difusão da CA e o tema é cercado
por alguns mitos, em especial, o mito de que se a criança inicia o seu uso não desenvolve
a fala. A despeito disso, as evidências sinalizam que a CA oferece um caminho essencial
para aqueles que não conseguem ou precisam de apoio para falar.
Figura 6 - Rotina da tarde na escola com pictogramas - recurso de baixa tecnologia que ajuda o aluno a saber antes e se organizar
para as diferentes atividades
É importante ter em mente que a utiliza- formas que o estudante com autismo mos-
ção de recursos visuais e materiais concre- tra seu conhecimento em exercícios, traba-
tos junto às atividades pedagógicas, a uti- lhos escolares e provas, enquanto adapta-
lização de temas de interesse (ex.: carros, ções, são estratégias que podem auxiliar
dinossauros, personagens de filmes de muito no engajamento e desenvolvimen-
animação) bem como a flexibilização das to acadêmico do estudante com autismo.
24
4 DIREITOS DAS PESSOAS COM TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA (TEA)
Rafael Belo, (paralisia cerebral), filho de Dra. Maria Luciane Lisboa Belo, Promotora de Justiça na Defesa da Educação Inclusiva e
colaboradora da Cartilha LCV.
25
Interrelacionalidade - As grandes guerras cíveis e exercidos a qualquer momento;
e revoluções resultaram na evolução da com exceção de alguns direitos como o
proteção dos direitos fundamentais, tanto de propriedade que não sendo exercido,
a nível nacional quanto internacional, as- poderá ser atingido pela prescrição;
segurando ao indivíduo a inviolabilidade Vedação ao Retrocesso - Uma vez estabe-
desses direitos e a liberdade de poder op- lecidos os direitos fundamentais, não se
tar por sua tutela a nível regional ou global; admite o retrocesso, visando a sua limita-
Imprescritibilidade – Pode-se afirmar que ção ou diminuição, isto é, a Sociedade não
os direitos fundamentais não perecem deve retroceder no que tange aos direitos
com o decurso do tempo, pois são exer- e garantias fundamentais.
26
da Pessoa com Deficiência traz como prin- taduais e municipais tem aumentado con-
cípios gerais: sideravelmente e no Estado Federativo,
a) O respeito pela dignidade inerente, a como é o caso do Brasil, observa-se que o
autonomia individual, inclusive a liberda- Poder Executivo tem sido mais atuante na
de de fazer as próprias escolhas, e a inde- elaboração e implementação de políticas
pendência das pessoas; públicas pertinentes, contudo insuficien-
b) A não-discriminação; tes; o próprio Poder Judiciário tem sido
c) A plena e efetiva participação e inclusão sensibilizado a participar da concretização
na sociedade; da CDPD, através de demandas judicializa-
d) O respeito pela diferença e pela acei- das pelos Ministérios Públicos (Estadual,
tação das pessoas com deficiência como Federal e do Trabalho), Defensorias Públi-
parte da diversidade humana e da huma- cas dos Estados e OAB, quando decidem
nidade; ações civis públicas de natureza individual
e) A igualdade de oportunidades; e coletiva, dirigidas ao Estado e a particu-
f ) A acessibilidade; lares que tenham obrigações de cumpri-
g) A igualdade entre o homem e a mulher; mento de dispositivos convencionais.
h) O respeito pelo desenvolvimento das Em síntese, protege-se a dignidade hu-
capacidades das crianças com deficiência mana para garantir-se o Princípio da Iso-
e pelo direito das crianças com deficiência nomia, descrito no art. 5º, da Constituição
de preservar sua identidade. Federal Brasileira de 1988. O exercício do
Como resultado da prática desses princí- direito fundamental à igualdade traz a ga-
pios, é importante ressaltar que no âmbito rantia do direito à diferença, sem qualquer
legislativo o número de leis nacionais, es- forma de discriminação.
27
4.3.1. QUADRO ATUAL DO TEA NO BRASIL E SUA INFLUÊNCIA NA SOCIEDADE
No Brasil, o Transtorno do Espectro Autis- de do ponto de vista emocional, social e
ta (TEA), através do diagnóstico precoce, econômico, pois há poucas famílias em
até mesmo antes dos 18 meses de idade, condições econômicas de arcar com os
tem acrescentado dia após dia mais elevados custos de tratamento adequa-
pessoas em idade escolar ou já adultas. do, levando os familiares a congregarem
Estima-se que muitos brasileiros não esforços a ponto de criarem instituições
sejam diagnosticados devido à falta de para atenderem as necessidades dos seus
informação e por não haver campanhas entes, como exemplo citamos a Associa-
de conscientização abrangente no Brasil. ção de Amigos do Autista (AMA), criada
O impacto do Transtorno do Espectro por pais em 1983.
Autista sobre as famílias é muito gran-
4.4. LEI Nº 13.146, DE 06 DE JULHO DE 2015 – Institui a Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Defi- bre os Direitos da Pessoa com Deficiência,
ciência). define-se a pessoa com deficiência como
A Lei Brasileira de Inclusão é a mais recen- aquela que tem impedimento de longo
te no Ordenamento Jurídico Brasileiro, prazo de natureza física, mental, intelectu-
sendo destinada a assegurar e promover, al ou sensorial, o qual, em interação com
em condições de igualdade, o exercício uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
dos direitos e das liberdades fundamen- participação plena e efetiva na sociedade
tais por pessoa com deficiência, visando à em igualdade de condições com as de-
sua inclusão social e cidadania. Segundo a mais pessoas.
lei, de modo semelhante à Convenção so-
www.planalto.gov.br/leg.asp.
Autismo e Realidade: www.autismoerealidade.org
ABRA - Associação Brasileira de Autismo – em Cambuci (www.autismo.org.br)
Federação Nacional das APAES (www.apaebrasil.org.br)
Fundação Especial Permanente Casa da Esperança – No Ceará (www.casadaesperaca.
org)
Fundação Casa da Esperança – Filial Pará (www.casadaesperanca.org)
AMA – Associação de Amigos do Maranhão – Em Caxias (Ama-ma08@hotmail.com)
AMA – Associação de Amigos do Autista do Maranhão – Em São Luís (mwillimg@uol.
com.br)
Instituto Autismo e Otimismo - Uberlândia – MG (www.autismoeotimismo.org)
AMA - SP- Associação de Amigos do Autista – SP (www.ama.org.br)
CEDAP- Centro de Estudos e Desenvolvimento do Autismo e Patologias Associadas –
28
APAE Unidade II – SP (pirassununga@itelefonica.com.br)
Instituto Autismo & Vida - www.autismoevida.org.br
- Tecnologia Assistiva - Profª Miryan Pelosi - www.comunicacaoalternativa.com.br
- Catálogo de Soluciones de Tecnologías de la Información y la Comunicación para
alumnado con Necesidades Específicas de Apoyo Educativo - http://ticne.es
- Sociedad Española de Sistemas Alternativos y Aumentativos de Comunicación
www.esaac.org
- Comunicación Aumentativa en la red - www.aumentativa.net
- Portal Aragonés de Sistemas Alternativos y Aumentativos de Comunicación
http://catedu.es/arasaac
- International Society for AAC - www.isaac-online.org
Assistiva - www.assistiva.com.br
- Clik - Tecnologia Assistiva - http://www.clik.com.br
- Autismo e Tecnologias para a Comunicação autismodiario.org/2012/02/27/el-uso-de-
-las-tic
-en-el-desarrollo-del-lenguaje-en-ninos-con-autismo/
- Autismo BR - www.autismo-br.com.br/i
- Autividade: blog sobre autismo - autividade.blogspot.com.br/
- Autismo, Linguagem e Comunicação Alternativa - autismolinguagemecomunicacao.
blogspot.com.br/
29
• Matrículas – escolas do ensino fundamental e educação infantil
• Educação de jovens e adultos - EJA/ Educação Profissional
• Classe Especial/Bilíngue
• Sala de Recursos Multifuncional
• Programa Sala de Recurso Multifuncional
• Projeto Caminhar Juntos
• Programa Escola Acessível
• Formações
Grupo de Estudos com equipe técnica - Mensal
Formação com professores das salas de recursos - Mensal
Formação com demais técnicos da Rede dos níveis infantil e fundamental - Mensal
Formações em escolas, mediante demanda, com as temáticas: (Autismo, Flexibili-
zação curricular, Inteligência emocional, Voz e Público alvo da educação especial)
- Semanal
• Cursos
Educação Especial em Contexto
Libras
Braille
Soroban
Educação Física Inclusiva
• Programa Oportunizar
Educação Profissional para jovens e adultos com deficiência, a partir de 15 anos
de idade, matriculados na rede municipal de ensino;
Cursos Oferecidos: Operador de Micro, Serviços de Supermercado, Instalador
Hidráulico, Copeiro, Camareiro e Pintor de Obra;
28 Alunos inseridos no mercado de trabalho.
NOVAS CONQUISTAS
30
6. RESUMO DOS MINICURSOS E PALESTRAS DO TECH EDUC ESPECIAL
1. PALESTRA keyleascom@gmail.com
FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM COMU- vale.monteiro@ufrgs.br
NICAÇÃO ALTERNATIVA PARA PESSOAS (98) 98134 9749 (98) 98831 8521
COM DEFICIÊNCIA: UMA PROPOSTA PES-
QUISA PIONEIRA JUNTO A ESCOLAS MA- 2. PALESTRA: AVANÇOS DA TECNOLO-
RANHENSES GIA ASSISTIVA PARA A GARANTIA DO DI-
REITO À EDUCAÇÃO DAS PESSOAS COM
RESUMO TEA
Reflete-se sobre a Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da RESUMO
Educação Inclusiva e o do papel da for- A emergência do tema inclusão é extre-
mação de professores segundo a legis- mamente atual na agenda das políticas
lação vigente a partir de uma pesquisa públicas, com a resolução CNE/CEB nº
de natureza qualitativa sob a perspecti- 2/2001, a Política Nacional de Educação
va socio-histórica do desenvolvimento Especial na Perspectiva da Educação In-
humano na capital maranhense. Apre- clusiva e Decreto nº 6.571/2008, CNE nº
senta-se uma proposta de formação de 13/2009, e Decreto no 7.611/2011, den-
professores em Comunicação Alternativa tre outros, que promovem a inclusão es-
primando pela práxis docente inclusiva colar de pessoas com deficiência. Essas
para o desenvolvimento da pessoa com políticas trazem elementos importantes
deficiência, incluídas em escolas regula- para pensar o processo educativo inclu-
res no contexto educacional maranhen- sivo, apoiado pelo Atendimento Educa-
se. Para auxiliar na mediação do profes- cional Especializado (AEE) e as Salas de
sor no processo de aprendizagem através Recursos Multifuncionais, que contem-
da Comunicação Alternativa, utiliza-se plam, entre outros recursos, Tecnologias
como recurso tecnológico o aplicativo Assistivas (TAs) para apoio aos processos
SCALA (Sistema de Comunicação Alter- inclusivos. Essa área, antes emergente,
nativa e Letramento para pessoas com ganha espaço e destaque com a implan-
Autismo). Tal mediação é permeada por tação das políticas. Porém, evidencia-se
processos afetivos, assim a mediação do uma carência de conhecimento sobre
professor no uso da Comunicação Alter- recursos e tecnologias para apoiar o pro-
nativa possui uma dimensão afetiva as- cesso de inclusão de estudantes com o
sim com tecnológica. Transtorno do Espectro Autista. Para tal,
apresenta-se algumas alternativas de TAs
KEYLE FREITAS VALE MONTEIRO gratuitas que podem ser utilizadas no
Doutoranda em Informática na Educa- TEA, assim como relatos de resultados
ção – UFRGS, Jornalista – UFMA, Prof@ positivos de seu uso em processos inclu-
SEDUC, SEMED, mãe de pessoa com TEA. sivos e considerações sobre a formação
Pesquisadora na área de formação de continuada de professores.
professores em Comunicação Alternativa
para pessoas com TEA.
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1. MINICURSO SCALA NA PRÁTICA MARIA ROSANGELA BEZ
PARA PROFESSORES Doutora pelo Programa de Pós-gradu-
ação em Informática na Educação da
RESUMO UFRGS. Atua em projetos de pesquisa
A busca de técnicas, recursos e estratégia sobre autismo, déficits de comunicação,
para a autonomia de pessoas com defi- inclusão, acessibilidade e Tecnologia As-
ciência passou a se intensificar a partir sistiva. Inventora do SCALA. (Sistema de
das leis que garantem a inclusão. Aliados Comunicação Alternativa e Letramento
à revolução tecnológica da atualidade, de Pessoas com Autismo).
os recursos para este público-alvo se
efetivam através de Tecnologia Assistiva. www.i3c.org.br
Aqui, nosso foco recai sobre a área de Email: bezrosangela@gmail.com
Comunicação Alternativa com o recurso www.scala.ufrgs.br
SCALA – Sistema de Comunicação Al-
ternativa para o Letramento de pessoas 3.PALESTRA:
com Autismo. Esse é composto por um EM DIREÇÃO A SISTEMAS EDUCACIONAIS
recurso mais uma metodologia de uso. COM DIMENSÕES AFETIVAS
Foi desenvolvido em software livre e está RESUMO
disponível na web para dispositivo mó- Serão abordados nessa fala, a fundamen-
vel Android. Tem por objetivo apoiar o tação do afeto e da emoção em área de
desenvolvimento de pessoas com Trans- estudos e do conhecimento humano em
torno do Espectro Autista (TEA) na inte- sistemas computacionais; aprendizagem
ração social, no incentivo oralidade, nos e afetividade em sistemas computacio-
déficits de comunicação e em sua auto- nais e seus relacionamentos; sistemas
nomia. Formado por módulos: um para afetivos; aplicações hodiernas e as pre-
construção de pranchas de comunicação, vistas; pesquisas e aplicações especiais
outro para elaboração de histórias (nar- para usuários com dimensões especiais;
rativas visuais). Possui ainda, dois protó- modelagem de humanos em ambientes
tipos na versão web: um comunicador imersivos e suas aplicações.
livre, que é um chat de conversação on- MAGDA BERCH
line através de imagens e um sistema de Doutora em Ciências da Computação
varredura. Está disponível em três idio- (UFRGS). Atualmente é professora as-
mas: português, espanhol e inglês. Hoje sociada da Universidade Federal do Rio
conta com mais de 700 usuários, desses, Grande do Sul no Departamento de Infor-
muitos professores que aderiram ao seu mática Aplicada e professora no Progra-
uso, após formações continuadas de pro- ma de Pós-graduação em Informática na
fessores. Esse mini-curso se propõem a Educação. Pesquisa sobre afetividade em
apresentar o uso da referida tecnologia máquina, ambientes de ensino e apren-
assistiva, associado a experiências práti- dizagem, agentes pedagógicos, sistemas
cas com resultados positivos do desen- de ensino inteligentes, inteligência artifi-
volvimento de pessoas com TEA. cial e linguagens de programação.
bercht@inf.ufrgs.br
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4.PALESTRA RENATA COSTA DE SÁ BONOTTO
Doutoranda em Informática na Educa-
COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA NO AUTIS- ção (PGIE/UFRGS), Mestre em Linguística
MO: POSSIBILIDADES COM BAIXA, MÉDIA Aplicada, Diretora-Executiva do Instituto
E ALTA TECNOLOGIA Autismo &Vida, mãe de Vinícius, um estu-
dante com TEA.
RESUMO bonotto.renata@gmail.com
Telefone: 51 9139-9399
A Comunicação Alternativa é uma sub- Currículo Lattes
-área do campo da Tecnologia Assistiva
e visa promover a autonomia, funcio-
nalidade e participação social de pesso- 5. PALESTRA:
as com deficiência. Essa palestra visa a
destacar como os avanços na pesquisa NEUROCIÊNCIA NA EDUCAÇÃO EMPRE-
e aplicações do campo da Comunicação ENDEDORA.
Alternativa podem favorecer pessoas
com autismo nos mais diversos contex- RESUMO:
tos e promovendo sua aprendizagem e
desenvolvimento. A educação empreendedora aliada a
interdisciplinaridade da neurociência
2.MINICURSO cognitiva permite que técnicas como o
Mapeamento Cognitivo Cerebral - MCC
PALESTRA: COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA - sejam utilizadas como ferramentas no
NA ESCOLARIZAÇÃO DOS ESTUDANTES desenvolvimento do processo ensino
COM AUTISMO aprendizagem. Embora outras ramifi-
cações da neurociência utilizem com
RESUMO sucesso essa técnica, sua aplicação no
estudo do comportamento empreen-
A utilização da Comunicação Alternativa dedor reveste-se de ineditismo. Esta pa-
no processo de escolarização de pessoas lestra aborda o desenvolvimento do
com autismo tem o potencial de promo- “OPPORTUNITY GAME”- artefato tecnoló-
ver sua participação em igualdade de gico desenvolvido à luz da neurociência
oportunidade com outros estudantes. para uso como ferramenta pedagógica,
Sabendo que as áreas de interação social, na formação de novos empreendedores
comunicação e comportamento são as e que foi desenvolvido a partir do MCC
que os estudantes com autismo necessi- em empreendedores maranhenses.
tam de maior apoio e mediação, organi-
zamos esse minicurso com o objetivo de Walter Cezar Nunes
explorar alguns recursos e estratégias de PhD student in Computers in Education
Comunicação Alternativa com baixa, mé- Neuro Entrepreneurial Project
dia e alta tecnologia voltados para a efe- UFRGS/UFMA-BRASIL
tiva inclusão de estudantes com Trans- (55) 51- 81337925 /(55) 98- 988726764
torno do Espectro do Autismo.
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REFERÊNCIAS PRINCIPAIS Acesso em: 25 fev. 2012.
BEZ, M. Rosangela. SCALA – Sistema de
Comunicação Alternativa para processos GALVÃO FILHO, T. Tecnologia Assistiva: fa-
de inclusão em autismo: uma proposta vorecendo o desenvolvimento e a apren-
integrada de desenvolvimento em con- dizagem em contextos educacionais
textos para aplicações móveis e web. inclusivos. In: GIROTO, C. R. M.; POKER, R.
(Tese de Doutorado em Informática na B.; OMOTE, S. (Org.). As tecnologias nas
Educação), PPGIE, UFRGS, RS, 2014. práticas pedagógicas inclusivas. Marília/
SP: Cultura Acadêmica, p. 65-92, 2012.
BONOTTO, Renata Costa de Sá. Uso da
Comunicação Alternativa no Autismo: MONTEIRO, Francisca Keyle de Freitas
Um Estudo Sobre A Dimensão Afetiva Da Vale. Formação de educadores em comu-
Mediação Com Alta E Baixa Tecnologia ( nicação alternativa para o ensino inclusi-
Proposta de Tese de Doutorado em In- vo de autistas: uma análise da aplicação
formática na Educação), PPGIE, UFRGS, do sistema SCALA na SEMED – MA (Pro-
RS, 2014. posta de Tese de Doutorado em Informá-
tica na Educação), PPGIE, UFRGS, RS, 2015
BRASIL. Ministério da Educação. Secre- PASSERINO, L. M.; BEZ, M. R. Comunicação
taria de Educação Especial. Diretrizes alternativa: mediação para uma inclusão
Nacionais para a Educação Especial na social a partir do Scala. Passo Fundo: Edi-
Educação Básica. Brasília, DF: MEC/SEESP, tora da UPF, 2015. Disponível em www.
2001b. Disponível em: <portal.mec.gov. upf.br/editora/index.php/e-books-free/
br/seesp/arquivos/pdf/diretrizes.pdf>. 125-comunicacao-alternativa-scala>