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UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO

PROFESSOR JOSÉ DE SOUZA HERDY


ESCOLA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
BACHARELADO EM ENGENHARIA QUÍMICA

BRUNA FARIAS – 5901033

JOELMA BARROS – 5107561

CORROSÃO – LIXIVIAÇÃO SELETIVA

Duque de Caxias - RJ

2019
Introdução

Em maior ou menor grau, a maioria dos materiais experimenta algum tipo de


interação com um grande número de ambientes diversos. Com frequência, tais interações
comprometem a utilidade de um material como resultado da deterioração das suas
propriedades mecânicas (por exemplo, ductilidade e resistência), de outras propriedades
físicas, ou da sua aparência. Ocasionalmente, para o pesar de um engenheiro de projetos,
o comportamento de degradação de um material para uma dada aplicação é ignorado, com
consequências adversas. Os problemas de corrosão e oxidação aparecem nas mais
variadas atividades, sendo conhecidos diversos casos na indústria petroquímica, naval,
química, construção civil, automobilística, nos meios de transporte, em todas as e tapas
do sistema elétrico, em telecomunicações, em odontologia, obras de arte, monumentos
históricos, etc. [1]
Nos metais, existe uma perda efetiva de material, seja ela por dissolução. Os
materiais cerâmicos, por exemplo, são relativamente resistentes à deterioração, que
ocorre geralmente a temperaturas elevadas ou em meio a ambientes considerados
extremos; Com frequência, o processo também é chamado de corrosão. Corrosão é a
deterioração de um material metálico, pela sua interação química ou eletroquímica.[1]
É possível classificar a corrosão de acordo com a maneira a qual ela se manifesta
no material. Na corrosão metálica existem oito classificações quanto ao tipo de corrosão,
são eles: uniforme, galvânica, em frestas, por pites, intergranular, por lixívia seletiva,
erosão-corrosão e corrosão sob tensão. Neste trabalho vamos nos ater somente a corrosão
por lixiviação seletiva.[2]
Desenvolvimento

A lixiviação seletiva ou lixívia seletiva é encontrada em ligas de solução sólida e


ocorre quando um elemento ou constituinte é removido preferencialmente como
consequência de processos de corrosão. [1]
A lixiviação seletiva pode ocorrer com outros sistemas de ligas onde o alumínio, o
ferro, o cobalto, o cromo, zinco e outros elementos sejam vulneráveis a uma remoção
preferencial. [4]

Liga Meio Corrosivo Elemento Removido

Latão / Bronze Água parada Zn (desinficação)

Ferro fundido Solo Fe (grafitização)

Bronzes de Alumínio Solução ácidas, HCl Al (dealuminação)

Vapores a altas
Bronzes de Silício Si
temperaturas, ácidos

Bonzes de Estanho Vapores quentes Sn

Cobre – Níquel Fluxos quentes Ni

Níquel - Cobre Ácidos Cu ou Ni (depende do meio)

Soluções de sulfito
Ligas de Ouro Cu e Ag
Saliva humana

Níquel Sais fundidos Cr, Fe, Mo, W

Hidrogênio em altas
Aço Carbono C (descarburização)
temperaturas

Ferro - Cromo Altas temperaturas Cr

Oxigênio a altas
Níquel – Molibdênio Mo
temperaturas
Tabela 1 – Relaciona ligas metálicas, o tipo de agente de lixiviação e o metal preferencialmente
removido.
O exemplo mais comum de lixívia seletiva é a remoção do zinco no latão, onde o
zinco é lixiviado seletivamente de uma liga de latão cobre-zinco, processo conhecido
como dezincificação. Ocorre em pequenas áreas, sob a forma de alvéolos, ou
uniformemente, em maiores áreas; observa-se nas áreas dezincificadas o aparecimento de
resíduo branco ou de coloração avermelhada contrastando com a coloração amarelada da
liga. O resíduo branco é o produto de oxidação do zinco. Abaixo desse resíduo observa-
se a característica coloração avermelhada do cobre. Tal processo faz com que as
propriedades mecânicas da liga são comprometidas de maneira significativa, uma vez que
somente uma massa porosa de cobre permanece na região onde houve a remoção do
zinco.[4]
A dezincificação pode acometer um tubo ou latão uniformemente ou de maneira
localizada. Sendo uniforme, pode fazer com que o tubo/latão se despedasse, com o
aumento de pressão. No caso de dezincificação localizada pode ocorrer perfurações em
determinados pontos, este tipo de corrosão ocorre frequentemente nos trocadores de calor,
condensadores e em tubulações de latão que conduzem água do mar.[3]

Imagem 1 – A esquerda: uma peça de latão íntegra. À direita: A mesma peça de


latão após a dezincificação.

Imagem 2 – Latão acometido por dezincificação

A dezincificação é observada em latões ou ligas de cobre cujos teores de zinco são


elevados. Assim, os seguintes materiais sofrem dezincificação: metal Muntz(60% Cu e
40% Zn), latão de alumínio não-inibido(76% Cu, 22% Zn e2% Al) e latão amarelo(67%
Cu e 33% Zn). [3]
Pode-se admitir, para explicar a dezincificação, os seguintes processos:

1) Corrosão preferencial do zinco, deixando uma estrutura de cobre porosa;


2) Corrosão de liga com redeposição do cobre.

Quimicamente, a lixiviação irá ocorrer quando se forma uma reação de oxi-redução


(ocorrência de perda e de ganho de elétrons), este é o mecanismo-chave dos processos
eletroquímicos. Como o zinco é mais redutor que o cobre pode-se supor que a imersão do
latão em um eletrólito ocasiona uma oxidação, permanecendo o cobre em estado
metálico, de acordo com as reações:[1]

Na área anódica temos: Na área catódica temos:

Zn  Zn 2   2e H 2 O  12 O 2  2e  2OH 

As medidas mais usuais de proteção contra a dezincificação são:

 Emprego de latões, ou ligas de cobre, com teores mais baixos de zinco;


 Adicionar à liga certos elementos como estanho, arsênico, antimônio e fósforo,
que agem como inibidores de dezincificação. [3]

Conclusão

No presente trabalho estudou-se o processo de lixiviação, no qual é possível de


maneira espontânea ou não submeter um determinado metal de interesse à ações corrosivas
específicas para que haja a sua remoção.

Referências bibliográficas

[1] CALLISTER JR,William D., -Materials science and engineering : an introduction-


Chapter 17, Corrosion and Degradation of Materials; John Wiley & Sons, Inc, 2007 7th ed

[2] Disponível em:


<redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo.../161012_corr_trat_superf.pdf>
Acesso em: 06/04/2019

[3] Disponível em:


<www.dfq.pucminas.br/apostilas/eng_quimica/quimica_pratica13.doc>

Acesso em: 06/04/2019

[3] Disponível em:


<https://www.passeidireto.com/arquivo/17444523/trabalho-ulbra-corrosao/2>

Acesso em: 06/04/2019

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