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ANDRAGOGIA E A ARTE DE ENSINAR AOS ADULTOS

Andragogia (do grego: andros - adulto e gogos - educar), é um caminho educacional que busca
compreender o adulto. A Andragogia significa, “ensino para adultos”. Andragogia é a arte de ensinar aos
adultos, que não são aprendizes sem experiência, pois o conhecimento vem da realidade (escola da vida). O
aprendizado é factível e aplicável. Esse aluno busca desafios e soluções de problemas, que farão diferenças
em suas vidas. Busca na realidade acadêmica realização tanto profissional como pessoal, e aprende melhor
quando o assunto é de valor imediato. O aluno adulto aprende com seus próprios erros e acertos e tem
imediata consciência do que não sabe e o quanto a falta de conhecimento o prejudica. Precisamos ter a
capacidade de compreender que na educação dos adultos o currículo deve ser estabelecido em função da
necessidade dos estudantes, pois são indivíduos independentes autodirecionados.
Na Andragogia a aprendizagem adquire uma particularidade mais localizada no aluno, na
independência e na auto-gestão da aprendizagem, para a aplicação prática na vida diária. Os alunos adultos
estão preparados a iniciar uma ação de aprendizagem ao se envolver com sua utilidade para enfrentar
problemas reais de sua vida pessoal e profissional.
A circunstância de aprendizagem deve caracterizar-se por um "ambiente adulto". A confrontação da
experiência de dois adultos (ambos com experiências igualadas no procedimento ativo da sociedade), faz do
professor um facilitador do processo ensino aprendizagem e do educando um aprendiz, transformando o
conhecimento em uma ação recíproca de troca de experiências vivenciadas, sendo um aprendizado em mão
dupla.
São relações horizontais, parceiras, entre facilitador e aprendizes, colaboradores de uma iniciativa
conjunta, em que os empenhos de autores e atores são somados. A metodologia de ensino e aprendizagem
fundamenta-se em eixos articuladores da motivação e da experiência dos aprendizes adultos.
Nesse processo os alunos adultos aprendem compartilhando conceitos, e não somente recebendo
informações a respeito. Desta coexistência e participação nos processos de decisão e de compreensão podem
derivar contornos originais de resolução de problemas, de liderança, identidades e mudanças de atitudes em
um espaço mais significativo.
Em classes de adultos é arriscado assinalar quem aprende mais: se o professor ou o estudante. Na
educação convencional o aluno se adapta ao currículo, mas na educação de adulto, o aluno colabora na
organização do currículo. A atividade educacional do adulto é centrada na aprendizagem e não no ensino,
sendo o aprendiz adulto agente de seu próprio saber e deve decidir sobre o que aprender. Os adultos
aprendem de modo diferente de como as crianças aprendem. Portanto é essencial que os métodos aplicados
também sejam distintos. A finalidade é o de propor como o adulto aprende, não avaliar sua capacidade de
aprendizagem. A aprendizagem procede mais da participação em tarefas, do estudo em grupo e da
experiência. O papel do educador é facilitar a aprendizagem, enfatizando, nesse procedimento, a bagagem de
informação trazida por seus educandos.

Ref: Gabriel Perissé


Autora: Amelia Hamze
Educadora Profª UNIFEB/CETEC e FISO – Barretos
Um dos papéis do novo educador de adultos é incentivar e motivar os aprendizes, porém sabemos que essa
não é uma tarefa fácil.

Vários autores defendem a ideia de que um adulto é motivado a aprender somente em duas situações: quando
surge uma necessidade ou quando desperta o interesse que somente a aprendizagem vai satisfazer. Te convido a
refletir sobre outras possibilidades de como incentivar o adulto a aprender?!
Por muitas vezes o descaso pela aprendizagem quando já se é adulto, é motivado pela falta de incentivo do
educador em entender as necessidades de auto direção de um estudante adulto e principalmente pelas diferenças
individuais entre os seres humanos com o aumentar da idade.
Segundo o educador americano Eduard Lindeman, a educação de adultos precisa ser organizada através de
situações e não de disciplinas, sendo que estas deveriam ser introduzidas apenas quando necessário. Um aspecto
importante na educação de adultos é a humildade do educador perante ao aluno, pois deveria portar-se como igual.
Tentar ensinar uma ou mais disciplina ao adulto é ter que convencê-lo que o mesmo não possui o devido
conhecimento e que deve se aprimorar para que se torne um conhecedor ou especialista naquilo que se propõe. A
grande barreira que os educadores encontram no dia de hoje é que os alunos adultos não enxergam a necessidade do
aprendizado, nem mesmo de que forma tudo aquilo que já viveram pode agregar na sala de aula.
Em seu livro The Meaning of Adult Education, Lindeman cita que os textos e os professores têm um papel
secundário neste tipo de educação, a importância maior deve ser dada ao aprendiz. O conhecimento trazido pelo
professor e a experiência trazida pelo adulto, devem se unir e propiciar aprendizagem, nesse caso, para ambas as
partes.
“Nosso sistema acadêmico se desenvolveu numa ordem inversa: assuntos e professores são os pontos de
partida, e os alunos são secundários. (…) O aluno é solicitado a se ajustar a um currículo pré-estabelecido. (…) Grande
parte do aprendizado consiste na transferência passiva para o estudante da experiência e conhecimentos de outrem (…)
nós aprendemos aquilo que nós fazemos. A experiência é o livro-texto vivo do adulto aprendiz.”
Resumindo, como incentivar o adulto a aprender? Para a maioria dos autores que defendem o uso da
Andragogia como uma ferramenta didática em sala de aula, o conceito principal é despertar o interesse do
adulto, fazendo-o entender que é possível aplicar o conhecimento adquirido em sua vida, tanto pessoal, social, como
profissional.
Ao utilizar os conceitos andragógicos como uma ferramenta didática é possível ao educador ensinar disciplinas,
assim como também orientar o adulto na busca de novos rumos de caráter prospectivo, que levem à ideia de
aperfeiçoar e progredir.

https://andragogiabrasil.com.br/como-incentivar-o-adulto-a-aprender/
Sete Princípios de Aprendizagem de Adultos
Compreender como é que os adultos aprendem é um esforço importante que se está a fazer atualmente em
muitas Universidades. Com um número crescente de adultos a frequentar cursos de formação, torna extremamente
relevante conhecer as estratégias de aprendizagem dos adultos. Confrontando a forma como os adultos aprendem com
a forma como as crianças aprendem é uma boa maneira de descobrir mais sobre este fascinante campo.
O Canadian Literacy and Learning Network (CLLN) resumiu em 7 princípios que realçam algumas das diferenças
entre como aprendem as crianças e como isso se passa com os adultos.
1. Os adultos devem querer aprender
Eles aprendem de forma eficaz apenas quando têm uma forte motivação interior para desenvolver uma nova
competência ou quando querem adquirir um tipo particular de conhecimento.
Ajudar os seus filhos é uma forte motivação para os que são pais.
Conseguir um diploma ou um bom trabalho é uma outra forte motivação para os adultos.

2. Os adultos vão querer aprender apenas o que sentem que precisam de aprender
Os adultos são práticos na sua abordagem à aprendizagem. Eles querem saber: "Como é que isto me vai ajudar agora?"
Seja prático, seja direto.

3. Os adultos aprendem fazendo


As crianças aprendem fazendo, mas a participação ativa é ainda mais importante entre os adultos.
Os adultos precisam de ser capazes de usar essas competências imediatamente para que percebam a sua relevância.

4. A educação de adultos, centra-se nos problemas e os problemas devem ser realistas.


As crianças aprendem competências sequencialmente. Os adultos começam com um problema e, em seguida,
trabalham para encontrar uma solução.
Comece por identificar o que o aprendente pode fazer, o que quer fazer e, em seguida, aborde as lacunas e desenvolva
atividades práticas para ensinar competências específicas.

5. A experiência conta na aprendizagem de adultos


Os adultos têm mais experiência do que as crianças. Isso pode ser um ativo e um passivo.
Use a experiência dos aprendentes (negativa ou positiva) para construir um futuro positivo, certificando-se de que as
experiências negativas não façam parte da vivência que ele vai ter no seu programa.

6. Os adultos aprendem melhor numa situação informal


As crianças têm de seguir um currículo. Muitas vezes, os adultos aprendem apenas o que sentem que precisam de
saber.
Envolva os adultos no processo de aprendizagem. Deixe-os discutir questões e decidir sobre possíveis soluções. Torne o
ambiente descontraído, informal e convidativo.

7. Adultos querem orientação


Os adultos querem informações que os possam ajudar a melhorar a sua situação ou a dos seus filhos. Não querem que
lhes digam o que fazer. Querem escolher as opções a partir das suas necessidades individuais.
Apresente opções em vez de instruções

Pode ler o texto integral em inglês aqui: http://www.literacy.ca/professionals/professional-development-2/principles-


of-adult-learning/
https://www.direitodeaprender.com.pt/artigos/sete-principios-de-aprendizagem-de-adultos

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