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4 níveis de intimidade com Deus

Ezequiel 47

Introdução
Sendo a bíblia tão atual hoje, como era no passado, pergunto-me: por que mesmo diante de quase sete bilhões de
pessoas, a bíblia declara que o Pai “procura” verdadeiros adoradores (Jo 4.22-24)? Já refletiu sobre isto? A mesma
razão me faz perguntar: por que diante de quase três milhões de pessoas que saíram da escravidão no Egito – Deus
somente falava com Moisés (Ex 33.9-11)?

E não só isto, a respeito dele o próprio Deus assevera:

“… E disse: Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, o SENHOR, em visão a ele me farei
conhecer, ou em sonhos falarei com ele. Não é assim com o meu servo Moisés que é fiel em toda a minha casa. Boca
a boca falo com ele, claramente e não por enigmas; pois ele vê a semelhança do SENHOR” (Números 12:6-8).
Será que havia algo de especial em Moisés, e nesses adoradores que o Pai ainda hoje “procura”? Teria Deus
escolhido alguns homens aleatoriamente, ou tinham esses homens algo que chamava atenção e cativava o
coração de Deus? O que falar de Davi que, apesar dos pesares, foi conhecido como o homem segundo o coração de
Deus!

Por que muitos são chamados e poucos escolhidos (Mt 22.14)? Por que muitos entram pela porta larga, ao passo
que poucos adentram pela porta estreita (Mt 7.13,14)?

Deus faz acepção de pessoas? Não! Então o que pode ser? DEUS FAZ ACEPÇÃO DE ATITUDES!

Pergunte a si mesmo… Por que alguns poucos homens e mulheres, chamados ‘Heróis da Fé’ (Hb 11), largaram suas
vidas e, muitos, tudo o que tinham? Sofreram, foram humilhados, escarnecidos, rejeitados, entregaram-se a morte –
tudo isso e mais, por amor a Deus, por amor a causa de Deus aqui na terra? Em outras palavras, uns querem, outros
não! Uns fazem além, outros não! Uns se entregam de todo o seu ser… outros não! A atitude correta faz a diferença
e chama a atenção de Deus!

Desenvolvimento
A bíblia nos mostra quatro níveis de intimidade!! E por que existindo quatro níveis de revelação e intimidade com
Deus (Ez 47.2-8), a maiorias das pessoas vivem no 1º e no 2º nível; alguns poucos alcançam o 3º nível, e
pouquíssimos adentram o 4º nível??

Explico… O escritor de Hebreus relata que dentro do Templo, existia um véu que fazia separação de um recinto para
outro recinto. Não era qualquer recinto. Esse véu separava o Santo lugar do Santo dos Santos. Esse véu delimitava a
fronteira do Material para o Espiritual; e isto tipifica uma fronteira do Natural para o Sobrenatural.
Sabemos, pois fica evidente em toda as Escrituras Sagradas, que Deus não se manifesta em qualquer lugar. O lugar
que Deus se manifesta tem que ser altamente Santo, consagrado, separado; por isso o nome Santo dos Santos. E por
isso, também, o véu, para fazer separação do lugar mais santo. Creio eu, não que Deus não possa se manifestar em
qualquer lugar, sendo Ele Onipresente; mas, por causa da sua Santidade, que de modo nenhum entra em contato
com o que é abominavel (O PECADO). Tenho constantemente dito que, para compreender as coisas de Deus,
precisamos entender a relação contrária que tem a SANTIDADE de DEUS x o PECADO.

Certo pregador uma vez disse: “Sabe por que não largamos o pecado?? Porque não o odiamos tanto assim“. Se eu
posso tirar uma conclusão desta assertiva, eu diria: “Também não nos aproximamos tanto de Deus quanto queremos
e devemos, simplesmente, pelo mesmo motivo exposto acima”.
Mas, voltando… na noite em que JESUS morreu na cruz, esse véu foi rasgado de alto a baixo (Mt 27.51); para que,
TODOS, respeitada as normas, regras, tivessem acesso ao mais alto nível de santidade e intimidade com Deus. Mas,
o que nós vemos hoje?

O apóstolo Paulo declara em sua epístola que existe um tipo de véu que está no “coração” de algumas pessoas (2 Co
3.14,15). Embora aquele véu tenha sido rasgado, quando da morte do Senhor, e tenha sido removido; parece que
ele ainda está na mente e no coração das pessoas; e elas, ainda hoje, estão muito aquém de onde poderiam e
deveriam estar.

A maioria de nós não tem coragem ou ousadia, disponibilidade, abnegação, fé para adentrar no Santo dos Santos!
Amamos mais a nossa vida e as coisas da vida, do que a presença de Deus e seu reino! Sabemos muito bem o que
significa adoração, mas não sabemos o que significa ser adorador!

Deus deu grandes experiências a grandes homens. Enoque (Andou com Deus e foi arrebatado), Noé (Fez a arca a
pedido de Deus), Abraão (amigo de Deus), Israel (Lutou com o anjo e prevaleceu), José (Interpretava sonhos), Moisés
(falava face a face com Deus, viu a glória de Deus), Elias e Eliseu (foram grande e ousados profetas), Daniel (Exemplo
de Integridade e Justiça; Teve a visão dos últimos dias), Apóstolo Paulo (foi arrebatado aos Céus), João (teve a visão
futura da Igreja), e tantos e tantos outros exemplos.

Não estou falando que todos vão ter experiências com Deus como estes homens citados e outros tiveram. Uma coisa
é dizer que vai ter; outra coisa é dizer que é possível ter! Depende da fé de cada um!

Precisamos saber que o tamanho da experiência que viveremos dependerá da profundidade do relacionamento que
você tem ou terá com Deus. Não estou falando aqui de milagres! Se Creres verás a glória de Deus. Estou falando de
algo muito mais profundo que isso! Falo de vida com Deus, de conhecê-lo em espírito e em verdade! De obedecer e
cumprir seus mandamentos.

Talvez você ache que precisa ser perfeito para entrar no lugar mais santo e alcançar esse nível de intimidade com
Deus. Digo-lhe que não! Porém, não é fácil negar a si mesmo, tomar a sua cruz e seguir a Jesus. Podemos e devemos
buscar a santidade. É só tomarmos como exemplo os próprios homens de Deus citados acima, que estavam sujeitos
as mesmas fraquezas que nós, mas fizeram a diferença. Deus te convida nesses dias a pisar no Santo dos Santos.
Quando experimentares as profundezas do Oceano de intimidade com o Senhor não desejará voltar às margens do
Rio! Com certeza!

Deus está procurando, hoje, não aquele que o adora sem conhecê-lo. E nem aquele que o conhece, mas que o adora
somente por palavras, uma adoração vazia! Mas ele procura aqueles que realmente têm no seu coração, um desejo
ardente, não só de conhecê-lo, mas de ter uma profunda experiência com Ele (Jô 4.22-24).

Podemos afirmar pelo estudo da palavra de Deus e da tradição judaica que os templos do Antigo Testamento: O
tabernáculo, Templo de Salomão e o templo reconstruido pós exílio babilônico; e do Novo Testamento: O Templo de
Herodes, o Grande; eram divididos em sua estrutura, em 3 partes básicas, a saber: O átrio exterior, o Santo lugar e o
Santíssimo lugar, conhecido também por Santo dos Santos.

Uma informação importante: Nos templos Judaicos, não era permitida a entrada de não Judeus. Com base nessas
informações, estudemos um pouco mais afundo essas partes.
O Átrio Exterior => Este recinto era um lugar reservado para as pessoas convidadas, era onde o povo adorava e
oferecia junto com os sacerdotes e levitas o sacrifício de animais, em holocausto a Deus. Era a parte externa do
Templo. Era onde a maioria das pessoas cultuavam.
O Santo Lugar => Era o local destinado aos Sacerdotes, onde estes oficializavam/serviam ao Senhor. Todos os dias
preparavam o incensário, trocavam os 12 pães da proposição, mantinham acesas as 7 lâmpadas do candeeiro. Era a
parte intermediária do templo.
O Santo dos Santos => Este era o local mais interior do templo, ficavam nesse lugar a Arca da Aliança, símbolo da
aliança e presença de Deus em ISRAEL, era o local mais santo do templo. No Santo dos Santos “somente o Sumo
sacerdote“, uma vez por ano; não de qualquer maneira, adentrava este recinto mais sagrado, para fazer
expiação pelo seu pecado e o de todo o povo no dia do Yom Kipur (dia do arrependimento). A entrada neste recinto
era altamente regulada.
Para adentrar o Santíssimo lugar, o Sumo sacerdote fazia uma série de rituais e observâncias. Talvez um dos rituais
mais impressionantes, não só pelo simbolismo como também por sua representatividade, era que, antes de
atravessar o Véu que separava o Santo lugar do Santíssimo lugar; o Sumo sacerdote, balançava o incensário até
formar uma nuvem expessa que preenchia todo o recinto. Diz a tradição que o Sumo sacerdote passava o véu
somente quando ele olhava para baixo e não via mais a ponta de seus pés, e olhava para a ponta do nariz e não o
enxergava mais, tamanha era a expessuara da fumaça … somente assim, ele sabia que estava apto a atravessar a
fronteira do “natural” para o “sobrenatural”. Esse era um momento de muita apreensão, estava em jogo a vida do
Sumo sacerdote. Ele sabia que se ele entrasse de qualquer maneira na presença da Shekina, no Santíssimo lugar, ele
era fulminado. Este lugar representava o âmago da religião judaica, representava entrar na presença do Deus
altíssimo e Eterno. Podemos imaginar o temor e tremor que o Sumo sacerdote tinha para entrar neste recinto! (
Baseado na mensagem do Pastor Yousef Akiva).

O que a revelação de Deus nos fala, é que: Esses três lugares representam, tipologicamente, hoje, níveis de
Intimidade com Deus. Vejamos novamente essas partes (Níveis), onde o 1º é o local mais distante da presença de
Deus; e o 4º o lugar mais profundo na intimidade de Deus:
1ª – Vou tomar a primeira parte como sendo fora do templo, onde ficam as pessoas que não conhecem a Deus, as
pessoas afastada da religião judaica (Os Gentios). Elas estão fora. Não lhes é permitida a entrada no templo. Se
posso relacionar os níveis de intimidade prefigurados no templo com os níveis de profundidade das águas em
Ezequiel 47; eu diria que o 1° nível são as margens daquele grande e maravilhos Rio; cujas pessoas estão com os pés
na areia ou apenas nos artelhos dos pés. São curiosos. São os que querem conhecer, mas, não querem ir mais além e
pagar o preço de uma vida santa. Estão satisfeitos com a mediocridade!

2ª – O Átrio exterior. É onde está a grande maioria dos que dizem conhecerem a Deus. Porém, não tem ou tem
poucas experiências com Ele, ou não querem um relacionamento mais a fundo com Deus. Tem muita gente! Aqui
estão os que apenas molham os joelhos; são batizados, professam publicamente que são crentes cristãos; são
sacerdotes, são pastores, evangelistas, diáconos, intercessores, fazedores de maravilhas e milagres, ou pessoas
normais que já estão nas igrejas há muito tempo… São os Religosos, cuja religião se tornou uma mera rotina. pessoas
que pregam, mas não crêem; que retrocedem na primeira dificuldade ou perseguição, sem coragem ou ousadia!
Estão satisfeitas com este nível de revelação e intimidade, acham que já sabem de tudo, que está bom!

3ª – O Santo Lugar. Aqui estão os que trabalham pra Deus, tem conhecimento de Deus, tem ou tiveram “alguma”
experiência com ele. Estão no quase… não saem daí. Todavia, há algo ainda que os impede de ir além.
Os que estão aqui julgam alcançaram o máximo. Porém, aqui as pessoas estão ainda no natural. Não se interessam
mais em mergulhar nas águas do Espírito. Muito tem medo de ir além. Estes são os que molham seus lombos.

4ª O Santíssimo lugar/ Santo dos Santos. O âmago da presença de Deus. Aqui só alguns tem entrado, apesar de o
acesso estar livre pelo Sangue de Jesus. Aqui estão pessoas que não aceitam andar ou ficar no 1º, 2º, 3º nível de
intimidade. Pessoas que estão cansadas de andar e ficar no Natural. Aqui estão uns ‘poucos’ que não aceitam menos
de Deus do que se pode ter D’ele; que sabem que há um oceano de intimidade para desfrutar na presença de D’ele
(Ez 47). Pessoas que adoram não pelo que ele tem a oferecer, mas pelo que Ele é. Pessoas que olham para si e não
estão satisfeitas com suas vidas… Querem mais de Deus!! Pessoas que tenham a ousadia para adentrar na “… Sala do
Trono, no Santo dos Santos; pelo novo e vivo caminho, pelo sangue de Jesus o eterno Sumo-sacerdote” Hb 9.1-8.
Os que neste nível se encontram e permanecem, são regenerados e transformados; como nos mostra Ezequiel 47:

“E será que toda a criatura vivente que passar por onde quer que entrarem estes rios viverá; e haverá muitíssimo
peixe, porque lá chegarão estas águas, e serão saudáveis, e viverá tudo por onde quer que entrar este rio. Será
também que os pescadores estarão em pé junto dele; desde Engedi até En-Eglaim haverá lugar para estender as
redes; o seu peixe, segundo a sua espécie, será como o peixe do mar grande, em multidão excessiva. Mas os seus
charcos e os seus pântanos não tornar-se-ão saudáveis; serão deixados para sal. E junto ao rio, à sua margem, de um
e de outro lado, nascerá toda a sorte de árvore que dá fruto para se comer; não cairá a sua folha, nem acabará o seu
fruto; nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário; e o seu fruto servirá de
comida e a sua folha de remédio” (Ezequiel 47:9-12)
Estes são aqueles que, como Ezequiel, nadam para as profundezas do Rio de Deus sem temerem o que está por vir,
sem temerem se afogar, que adentram e não querem sair do Sobrenatural de Deus. Que estão cansadas de suas
vidas mundanas e natural.
Deus nos convida nesses dias a se achegar a sua presença, porém, não é de qualquer maneira que entramos!! É
com temor e tremor. Você não amará a Deus corretamente se não temê-lo; e não temerá a Deus corretamente se
não amá-lo.
Leia agora o Relato que Ezequiel fez no livro de mesmo nome, no capítulo 47. O profeta é levado aos quatro níveis
de intimidade e revelação, representado pela profundidade das águas a medida que ia andando e adentrando
aquele Rio de Deus, até chegar ao ponto de não mais poder andar. Para chegar ao nível mais profundo, Ezequiel
mostra-nos que é preciso, coragem, fé, comprometimento, abnegação, dependência, obediência.

Deus nos revela:

Longe de ser um passo de mágica, mas fruto de uma intimidade com Deus, que nasceu da oração, e do estudo da
vida dos homens e mulheres de Deus, cito abaixo alguns passos para ir em “busca” da intimidade com Deus, no seu
maior nível!

1. Ter um anseio ardente em seu coração por Deus e sua palavra.


2. Negar a si mesmo, seu Eu, suas vontades, a tal ponto que, se necessário for, entregar a sua própria vida.
3. Santidade.
4. Coragem e Ousadia – não na nossa força, mas pelo Sangue precioso de Jesus que nos abriu caminho.
Deus vos abençõe!!

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