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Pericardites

Prof. Eduardo Chula 18-11-14 Débora Baiana (=

Conceito e epidemiologia
Inflamação do pericárdio
Múltiplas causas
Causa mais comum: virótica
Geralmente benignas e autolimitadas
Sem dados no Brasil
Nas emergências: 5% dos pacientes com dor torácica afastada insuficiência coronariana aguda e 1% dos
pacientes com ‘supra de ST’
Derrame pericárdico e tamponamento: tuberculose e neoplasias

Dor da pericardite: pleurítica, contínua, melhora com tórax inclinado para frente (prece maometana)

Classificação
De acordo com evolução e forma clínica:
Pericardite Aguda
Pericardite Crônica
Derrame pericárdico e tamponamento
Pericardite Constritiva
É uma pericardite secundária ao fenômeno agudo, com cicatrização e fibrose há constrição
Pericardite Recorrente

Causas:
Infecciosas: virais, bacterianas, tuberculosa
Não infecciosas: autoimunes (LES, AR, esclerodermia, poli e dermatomiosite)
Pericardite actínica - quimioterapia
Síndrome de Dressler (pós IAM)
Fenômeno autoimune, geralmente manifesta 2 a 3 semanas após o infarto.
Insuficiência renal, neoplasias, hipotireoidismo
Tipos de neoplasias mais comuns que cursam com pericardite: Ca de mama, pulmão, linfomas

Diagnóstico clínico
Pericardite aguda
Síndrome febirl, acometimento de vias aéreas superiores, dor torácica e atrito pericárdico.
Marcadores: elevação de MNM, febre > 38º C, leucocitose
Derrames pericárdicos volumosos (imunocomprometidos e em uso de anticoagulação oral)
Quando hospitalizar
Etiologia virótica, sem derrame, quando paciente não tem comprometimento do estado geral,
paciente mais jovem, sem outras comorbidades associadas.
Tamponamento cardíaco
Acúmulo de líquido além da capacidade de distensão do pericárdio
Sintomatologia é relacionada à velocidade do acúmulo
Mais localizado: menos sintomatologia. Difuso: mais
Depende da velocidade e causa
Agudo em horas, subagudo em dias a semanas
Localizado
Diagnóstico é clínico, baseado na história e exame físico

Dor
Pode ser intensa, retroesternal, irradiação para região cervical, braço ou ombro E, aliviviada pela posição
sentada e inclinada para frente (prece maometana), agravada pelo decúbito
Piora co ma respiração. Dor tipo pleurítica

Diagnóstico clínico
Tríade de Beck: abafamento das bulhas, ingurgitamento jugular, hipotensão arterial
Outros sinais: sinal de Kusmaul e pulso paradoxal
Sinal de Kusmaul: aumento do ingurgitamento jugular quando paciente inspira
Pulso paradoxal: diminuição de acima de 10 mmHg na pressão sistólica quando paciente inspira.
Insufla manguito. Quando começou a ouvir barulho, baixa pra 130 e pede pra paciente inspirar.
Quando inspira, o barulho desaparece e volta quando expira.

Marcadores laboratoriais
Atividade da doença:
MNM
Aumento das troponinas
Pericardite aguda: 27% pacientes elevam troponinas
Pode elevar CKMB
75% pacientes: elevação de VHS, leucocitose e PCR, BNP e NT-proBNP

Não ajuda muito no diagnóstico.

Marcadores do diagnóstico etiológico:


Hormônios tireoidianos, função renal, provas reumatológicas, hemoculturas
Pericárdio e líquido: análise histológica e imuno-histoquímica, neoplasia, pesquisa viral, adenosina
deaminase (TBC)
Não é comum achar bacilo na biópsia, mas infiltrado e granulomas
Se for neoplasia: células neoplásicas infiltrando o pericárdio
Autoanticorpos antinúcleo

ECG
Típico de paciente com pericardite: supradesnivelamento de ST difuso. Duas derivações que não tem supra:
aVr e V1
Paciente não está infartando: supra é difuso, não localizado.

Pericardite aguda
Estágio I
80%: supra côncavo e difuso, exceto aVR e V1 onde ocorre infra
II
Normalização de St e PR e achatamento de T
III
Inversão difusa de T
IV
T normaliza

Arritmias em qualquer estágio


Baixa amplitude dos complexos QRS e alteranancia de voltagem: derrame volumoso
Diagnósticos diferenciais: IAM, TEP, áreas discinéticas e repolarização precoce

Pedir ECG em todo paciente

Radiografia
Maioria normal
Cardiomegalia: + 2000 ml de líquido
S: 70%, E: 41%
Calcificação pericárdica + IC sugere pericardite constritiva. Só em 25% das pericardites constritivas há
calcificação

Radiografia de tórax como complementação diagnóstico

Ecocardiograma
Maioria é normal
Diagnóstico, acompanhamento e prognóstico
Guia na drenagem
Aumento de espessamento do pericárdio e derrame pericárdico
Pericardite constritiva: pericário > 3 mm de espessura

Derrame pericárdico:
- Avaliação semiquantitativa e repercussão hemodinâmica
- Natureza (exsudato ou transudato), presença de fibrina, cálcio, coágulos, massas (tumor ou cistos)

Tamponamento cardíaco:
- Dilatação das cavas com pouca variação respiratória, colapso diastólico da parede livre de VD, do AD e do
AE
- Ao Doppler: aumento do fluxo tricúspide e redução do mitral na inspiração e inverso na expiração (pulso
paradoxal)

Pericardite constritiva:
- Espessamento pericárdico: 80% ao ECO
- Movimentação anormal do septo IV, aumento moderado.... não digitei tudo

RM
Diagnóstico: crônicas e aguda
Squantifica espessamento e derrame
Identifica sinais sugestivos de injuria inflamatória

Pericaridocentese
Invasivo
Diagnostico e terapêutico
Tamponamento, hemopericárdio, pericardite bacteriana ou neoplásica
Análise citológica, dosagem de adenosina deaminase, pesquisa de células neoplásicas e viral por PCR,
cultura
Contraindicação: dissecção aórtica
Tem que fazer cirurgia.
Relativas: coagulopatia, anticoagulação, derrame pequeno, posterior e lobulado, trombocitopenia <
50.000/mm3

Biópsia pericárdica
Videopericardioscopia: aumenta sensibilidade
Investigação diagnóstico de pericardite persistente refratária ao tratamento clínico, sem diagnóstico
definitivo
Coadjuvante em drenagem pericárdica
Derrame favorece o procedimento
Análise histológica, imunoistoquímica e pesquisa viral por PCR

Análise histológica
Pericardite tuberculose. O encontro do agente não é comum
Pericardite fibrinosa
Fibrino-purulenta
Crônica inespecífica
Acredita-se asosciada a vírus
Pericardite hemorrágica
TBC, infiltração

Pericardite granulomatosa
TBC, mocibaterias atípicas, fungos

Constritiva
Pericardite prévia
Pericardite pós- IAM e síndrome de Dressler

Tratamento
Internação
Anti-inflamatórios não esteróides
Sintomáticos
Corticóides sistêmicos e intrapericárdica
Observação para evitar recorrência ou constrição

AINES’s e colchicina
Pericardite viral e idiopática
AAS 500-750 mg 6/6h, ibuprofeno 400-800mg 6/6h ou 8/8h, indometaicna 75-150 mg/dia
Inibidores de prótons
Colchicina 0,5 mg 12/12h (coadjuvante)

Quanto tempo de tratamento? Mínimo de 2 semanas.

Imunossupressão
Se falha na terapia com AINE’s
Urêmica, autoimune
1 mg/kg prednisona por 2-4 semanas
Intrapericárdio: triancinolona 300 mg 12/12h

Na pericardite recorrente: observar fator causal, esquema terapêutico e posologia inadequados, retirada
rápida de corticóides, reativação viral e de doença autoimune

Derrame pericárdio – alterações de amplitude do QRS

Tratamento - PERICARDIOCENTESE

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