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Etapa 1
SOCIOLOGIA - Breve Introdução
A Sociologia estuda as
relações humanas nas diferentes
sociedades ao longo da História. E
a História de cada sociedade é a
história de todos nós...
O que vem primeiro, o
indivíduo ou a sociedade? Os
indivíduos moldam a sociedade ou
a sociedade molda os indivíduos? Em poucas palavras, podemos dizer que os
indivíduos e sociedade fazem parte da mesma trama, tecida pelas relações
sociais. Portanto, não há separação entre eles.
Nós, seres humanos, nascemos e passamos nossa existência em sociedade
porque necessitamos uns dos outros para viver. O fato de precisarmos uns dos
outros significa que não temos autonomia? Até que ponto dispomos de liberdade
para decidir e agir? Até que ponto somos condicionados pela sociedade? A
sociedade nos obriga a ser o que não queremos?
Reflita sobre este texto de Albert Camus,que salienta a importância de cada
um dentro da sociedade:
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breve momento a verdade, sempre ameaçada, de que cada e todo homem, sobre
a base de seus próprios sofrimentos e alegrias, constrói para todos.”
A palavra Sociologia
Conceitos de Sociologia
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Para alguns sociólogos brasileiros como Carlos Benedito Martins a
“sociologia é o resultado de uma tentativa de compreensão de situações sociais
radicalmente novas criada pela então sociedade capitalista”; para Costa Pinto a
“sociologia é o estudo científico da formação, organização e transformação da
sociedade humana”.
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Economia – estuda as atividades ligadas à produção, distribuição, circulação
de bens e serviços;
Ciência política – estuda a distribuição do poder nas sociedades, bem como
a formação e o desenvolvimento das diversas formas de governos;
Antropologia – estuda e pesquisa as semelhanças e diferenças culturais
entre os vários agrupamentos humanos, assim como a origem e a evolução das
culturas.
O Conhecimento Sociológico
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cultura, da ideologia, da cidadania, da política, da economia, isto é, em todos os
níveis de relações sociais.
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lentos, não se percebendo a sociedade enquanto um “problema” merecedor de
análises e investigação minuciosa (científica).
Para a Sociologia se consolidar como ciência ela teve que abandonar seu
caráter normativo e finalista. Por isso, ela sofreu a influência de teorias e métodos
das ciências biológicas e naturais: a teoria evolucionista de Charles Darwin
(1809-1882), onde diz que ao longo de milhões de anos todas as espécies de
seres vivos evoluíram; a biologia foi outra ciência que influenciou na cientificidade
sociológica, através de Herbert Spencer (1820-1903), que criou uma sociologia
organicista onde se fazia uma analogia do organismo vivo com a sociedade.
Neste contexto foi fundamental aceitar a ideia de que os fenômenos sociais
obedecem à leis naturais, embora produzidas pelos homens, esta foi a importância
do positivismo que deu os primeiros passos para a cientificidade da sociologia.
Foi, por isso, também, que logo no seu início, a sociologia recebeu outros nomes
como fisiologia social (por Saint-Simon), ou física social (por Augusto Comte).
Outros teóricos fizeram suas interpretações sociais buscando dar à
sociologia um caráter de ciência, buscando a consolidação definitiva sobre um
conhecimento verdadeiro e importante para a sociedade; estes desenvolveram um
conhecimento científicossocial onde abrange todos os aspectos da sociedade,
utilizando-se de outras ciências sociais como a economia (produção material),
política (relações de poder), antropologia (aspectos culturais) e outras. Neste
processo foram importantes as contribuições de Karl Marx, Emile Durkheim e
Max Weber.
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Fatores Históricos
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A Relação do Capitalismo com a Sociologia
O indivíduo nunca teve tanta importância nas sociedades como nos dias de
hoje. Quando analisamos as diversas formas de sociedade e como elas se
organizam historicamente, percebemos que só na modernidade a noção de
indivíduo ganhou relevância.
Entre os povos antigos, pouco valor se dava à pessoa única. A importância
do indivíduo estava inserida no grupo a que pertencia (família, Estado, clã, etc.)
Ex: nas tribos da antiguidade, mesmo com a diferença natural entre os indivíduos,
não havia hipótese de pensar em alguém desvinculado de seu grupo.
A ideia de indivíduo começou a ganhar força no século XVI, com a Reforma
Protestante (movimento religioso que falava que os homens tinham a imagem e
semelhança de Deus, isso significava que o indivíduo sozinho podia ter „‟poder‟‟)
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Mais tarde, no século XVIII, com o desenvolvimento do capitalismo e do
pensamento liberal, o individualismo firmou-se por completo, pois acreditava-se
que a felicidade se encontrava nos bens materiais e no trabalho.
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SOCIABILIDADE E SOCIALIZAÇÃO
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de tornar-se humano não ocorre naturalmente, ele ocorre durante os processos de
sociabilidade e socialização (processos distintos, mas complementares).
Aristóteles, que viveu entre 384 e 322 antes de Cristo, afirmava que o
homem é, por natureza, um animal social. Isso significa que a vida em grupo é
uma exigência da natureza humana. O homem necessita de seus semelhantes
para sobreviver, perpetuar a espécie e também para se realizar plenamente como
pessoa.
A sociabilidade - capacidade natural da espécie humana para viver em
sociedade - desenvolve-se pelo processo de socialização. Pela socialização o
indivíduo se integra ao grupo em que nasceu, assimilando o conjunto de hábitos e
costumes característicos desse grupo.
Participando da vida em sociedade, aprendendo suas normas, seus valores
e costumes, o indivíduo está se socializando. Quanto mais adequada é a
socialização do indivíduo, mais sociável ele poderá se tornar.
Contatos Sociais
O contato social é a base da vida social. É o passo inicial para que ocorra
qualquer associação humana. Ao dar uma aula o professor entra em contato com
seus alunos. Duas pessoas conversando estabelecem um contato social. A
convivência humana pressupõe uma série de diferentes contatos sociais. Os
contatos sociais podem ser:
Primários – são os contatos pessoais, diretos, face a face, e que têm uma
base emocional, pois as pessoas neles envolvidas compartilham suas
experiências individuais. São exemplos característicos de contatos sociais
primários os que ocorrem na família entre pais e filhos.
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Secundários – são os contatos impessoais, calculados, formais; são mais
um meio para atingir um determinado fim. Por exemplo, o contato do passageiro
com o cobrador do ônibus, apenas para pagar a passagem; ou o contato do
cliente com o caixa do banco ao descontar um cheque. São também considerados
contatos secundários os contatos mantidos através de carta, telefone, telegrama e
internet.
É importante destacar que as pessoas que têm uma vida baseada mais em
contatos primários desenvolvem uma personalidade diferente daquelas que têm
uma vida com predominância de contatos secundários. Um lavrador, por exemplo,
apresenta uma personalidade bastante diversa da de um executivo.
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Com a industrialização e a consequente urbanização diminuíram os grupos
de contatos primários, pois a cidade é a área em que há mais grupos nos quais
predominam os contatos secundários.
A história demonstra que o convívio social foi e continua a ser decisivo para
o desenvolvimento da humanidade. As descobertas feitas por um grupo, quando
comunicadas às outras pessoas, tornam-se estímulo e ponto de partida para
aperfeiçoamentos e novas descobertas. Transmitidas de geração a geração,
esses conhecimentos compartilhados não perdem com a morte de seus
descobridores. No convívio social, o compartilhamento entre indivíduos se dá
pelos contatos sociais.
A ausência de contatos sociais caracteriza o isolamento social. Existem
mecanismos que reforçam o isolamento social. Entre eles estão as atitudes de
ordem social e as atitudes de ordem individual.
As atitudes de ordem social envolvem os vários tipos de preconceitos (de
cor, de religião, de sexo, etc.).
Uma atitude de ordem individual que reforça o isolamento social é a timidez.
O sociólogo Karl Mannheim considera que a timidez, o preconceito e a
desconfiança podem levar o indivíduo a um isolamento parcial semelhante ao
ocasionado de modo geral pelas deficiências físicas, quando os portadores são
segregados dentro de seu próprio grupo primário.
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A Importância da Comunicação
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Interação Social
Quando dá uma aula, o professor está em contato social com seus alunos e
estabelece comunicação com eles. Os alunos aprendem coisas; seu
comportamento, portanto, sofre uma modificação. Também o comportamento do
professor sofre modificações: sua explicação é diferente de uma classe para outra,
ele detém-se num ponto mais difícil e pode até mudar de opinião depois de uma
discussão em classe. Portanto, o professor influencia os alunos e também sofre
influência deles. Dizemos então que existe entre eles uma interação social.
O aspecto mais importante da interação social é que ela provoca uma
modificação de comportamento nos indivíduos envolvidos, como resultado do
contato e da comunicação que se estabelece entre eles. Desse modo, fica claro
que o simples contato físico não é suficiente para que haja uma interação social.
Por exemplo, se alguém se senta ao lado de outra pessoa num ônibus, mas
ambos não conversam, não está havendo interação social.
Os contatos sociais e a interação social constituem, portanto, condições
indispensáveis à associação humana. Os indivíduos se socializam através dos
contatos e da interação social.
A interação social pode ocorrer entre uma pessoa e outra, entre uma pessoa
e um grupo ou entre um grupo e outro:
pessoa pessoa
pessoa grupo
grupo grupo
Relação Social
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pessoa comprando e outra vendendo estabelecem uma relação econômica. Além
dessas, as relações sociais podem ser políticas, religiosas, culturais, familiares,
etc.
A forma mais típica de interação social, como vimos, é aquela em que há
uma influência recíproca entre os participantes. Mas alguns autores falam em
interação social quando apenas um dos elementos influencia o outro. Isso
acontece quando um dos polos da interação está representado por um meio de
comunicação apenas físico, como a televisão, o livro, uma gravação. Assim é que,
quando um indivíduo assiste a um programa de televisão, ele pode ser
influenciado pelo programa, mas não o influencia. Ocorre, nesse caso, uma
interação não-recíproca. Neste tipo de interação, apenas um dos lados influencia o
outro.
Processos Sociais
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Tipos de Processos Sociais
Cooperação
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Competição
Conflito
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discriminação ainda persistam nos Estados Unidos, o negro integrou-se, pelo
menos em parte, à sociedade norteamericana, permitindo, inclusive a primeira
eleição de um presidente negro americano. Outro exemplo mais recente foi a
mudança do governo no Egito graças à pressão popular.
Estratificação social
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Estratificação política: baseada na situação de mando na sociedade
(grupos que têm e grupos que não têm poder);
Estratificação profissional: baseada nos diferentes graus de
importância atribuídos a cada profissional pela sociedade. Por exemplo, em nossa
sociedade valorizamos muito mais a profissão de advogado do que a profissão de
pedreiro.
A estratificação social é a separação da sociedade em grupos de indivíduos
que apresentam características parecidas, como por exemplo: negros, brancos,
católicos, protestantes, homem, mulher, pobres, ricos, etc. A estratificação é fruto
das desigualdades sociais, ou seja, existe estratificação porque existem
desigualdades. Podemos perceber a desigualdade em diversas áreas:
Oportunidade de trabalho
Cultura / lazer
Acesso aos meios de informação
Acesso à educação
Gênero (homem / mulher)
Raça
Religião
Economia (rico / pobre)
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sociedade ocidental contemporânea, por exemplo, isto já é possível, e a
mobilidade social se dá especialmente como consequência dos investimentos em
educação, dos investimentos de formação e capacitação para o trabalho, que
podem vir tanto do Estado quanto da própria iniciativa social. Em muitas ocasiões,
a mobilidade social pode ser reivindicada por meio de movimentos sociais que, em
sua maioria, reivindicam legitimidade diante da posição marginal de poder em que
se encontram na sociedade. Só existe estratificação social porque ainda existe
desigualdade entre o homem, gerando assim a exclusão do indivíduo da
sociedade de modo geral. Com a eclusão desse indivíduo forma-se mais um ser
humano sem forças para lutar pelos seus direitos, desde muitos anos amparado
pela lei universal dos direitos humanos.
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Correntes sociológicas
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consolidação do capitalismo, uma nova forma de viver, a destruição de costumes
e instituições, a automação, o aumento de suicídios, prostituição e violência, a
formação do proletariado, etc. Essas novas existências vão, paulatinamente,
modificando o pensamento moderno, que vai se tornando racional e científico,
substituindo as explicações teológicas, filosóficas e de senso comum.
Contra a revolução, pensadores tentam reorganizar a sociedade,
estabelecendo ordem, conhecendo as leis que regem os fatos sociais. Era o
positivismo surgindo e, com ele, a instituição da ciência da sociedade.
Foi dentro desse contexto que surgiu a Sociologia, ciência que, mesmo antes
de ser considerada como tal, estimulou a reflexão da sociedade moderna
colocando como “objeto de estudo” a própria sociedade, tendo como principais
articuladores Auguste Conte e Émile Durkheim.
AUGUSTE COMTE
A Filosofia Positivista
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física social e posteriormente Sociologia, Comte usaria a observação, a
experimentação, a comparação e a classificação como métodos para a
compreensão da realidade social. Para o filósofo, os fenômenos sociais podem e
devem ser percebidos como os outros fenômenos da natureza, obedecendo à leis
gerais. Entrentanto, sempre insistiu e argumentou que isso não equivale a reduzir
os fenômenos sociais a outros fenômenos naturais. Dessa forma, para Comte há
um método geral para a ciência (observação subordinando a imaginação), mas
não um método único para todas as ciências; além disso, a compreensão da
realidade lida sempre com uma relação contínua entre o abstrato e o concreto,
entre o objetivo e o subjetivo.
Além da realidade, outros princípios caracterizam o Positivismo: o
relativismo, o espírito de conjunto e a preocupação com o bem público (coletivo e
individual). Na obra “Apelo aos conservadores”, Comte apresenta sete definições
para o termo “positivo”: real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático.
Em resumo, Comte afirma que se deve conhecer a realidade para saber o
que acontecerá a partir de nossas ações, para que o ser humano possa melhorar
sua realidade. Dessa forma, a previsão científica caracteriza o pensamento
positivo.
“Os vivos são sempre e cada vez mais governados necessariamente pelos
mortos.”
Pode-se dizer que o conhecimento positivo busca “ver para prever, a fim de
prover” - ou seja: conhecer a realidade para saber o que acontecerá a partir de
nossas ações, para que o ser humano possa melhorar sua realidade.
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Comte percebeu que essa evolução passa por três estados teóricos diferentes: o
estado „teológico‟ ou „fictício‟, o estado „metafísico‟ ou „abstrato‟ e o estado
„científico‟ ou „positivo‟, em que:
· No primeiro, os fatos observados são explicados pelo sobrenatural, por
entidades cuja vontade arbitrária comanda a realidade. Assim, busca-se o
absoluto e as causas primeiras e finais (“de onde vim? Para onde vou?”). A fase
teológica tem várias subfases: o fetichismo, o politeísmo, o monoteísmo.
· No segundo, já se passa a pesquisar diretamente a realidade, mas ainda há
a presença do sobrenatural, de modo que a metafísica é uma transição entre a
teologia e a positividade.
· No terceiro, ocorre o apogeu do que os dois anteriores prepararam
progressivamente. Neste, os fatos são explicados segundo leis gerais abstratas,
de ordem inteiramente positiva, em que se deixa de lado o absoluto (que é
inacessível) e busca-se o relativo. A par disso, atividade pacífica e industrial torna-
se preponderante, com as diversas nações colaborando entre si.
É importante notar que cada um desses estágios representa fases
necessárias da evolução humana, em que a forma de compreender a realidade
conjuga-se com a estrutura social de cada sociedade e contribuindo para o
desenvolvimento do ser humano e de cada sociedade.
Dessa forma, cada uma dessas fases tem suas abstrações, suas
observações e sua imaginação; o que muda é a forma como cada um desses
elementos conjuga-se com os demais. Da mesma forma, como cada um dos
estágios é uma forma totalizante de compreender o ser humano e a realidade,
cada uma delas consiste em uma forma de filosofar, isto é, todas elas engendram
filosofias.
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Positivismo no Brasil
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aprende a seguir normas e regras que não foram criadas por ele, essas regras
limitam sua ação e prescrevem punições para quem não obedecer aos limites
sociais.
Para o filósofo francês Emile Durkheim,na vida em sociedade o homem se
defronta com regras de conduta que não foram diretamente criadas por ele, mas
que existem e são aceitas na vida em sociedade, devendo ser seguidas por
todos.Seguindo essas ideias, Durkheim afirma que os fatos sociais, ou seja, o
objeto de estudo da Sociologia, são justamente essas regras e normas coletivas
que orientam a vida dos indivíduos em sociedade.
Esses fatos sociais têm duas características básicas que permitirão sua
identificação na realidade: são exteriores e coercitivos.
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http://fernandoscpimentel.blogspot.com.br/2010/02/sociologia-mapas-conceituais-basicos.html
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Generalidade - os fatos sociais existem não para um indivíduo
específico, mas para a coletividade. Podemos perceber a generalidade pela
propagação das tendências dos grupos pela sociedade, por exemplo.
Para Émile Durkheim, fatos sociais são “coisas”. São maneiras de agir,
pensar e sentir exteriores ao indivíduo, e dotadas de um poder coercitivo. Não
podem ser confundidos com os fenômenos orgânicos nem com os psíquicos,
constituem uma espécie nova de fatos. São fatos sociais: regras jurídicas, morais,
dogmas religiosos, sistemas financeiros, maneiras de agir, costumes, etc.
“É um fato social toda a maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de
exercer sobre o indivíduo uma coação exterior.”; ou ainda, “que é geral no
conjunto de uma dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria,
independente das suas manifestações individuais.” Ou ainda:Todas as maneiras
de ser, fazer, pensar, agir e sentir desde que compartilhadas coletivamente.
Variam de cultura para cultura e têm como base a moral social, estabelecendo um
conjunto de regras e determinando o que é certo ou errado, permitido ou proibido.
Existem também as correntes sociais, como as grandes manifestações de
entusiasmos, indignação, piedade, etc. Chegam a cada um de nós do exterior e
não têm sua origem em nenhuma consciência particular. Têm grande poder de
coação e são suscetíveis de nos arrastar, mesmo contra a vontade. Se um
indivíduo experimentar opor-se a uma destas manifestações coletivas, os
sentimentos que nega voltar-se-ão contra ele. Estamos então a ser vítimas de
uma ilusão que nos faz acreditar termos sido nós quem elaborou aquilo que se
nos impôs do exterior. Percebemos então que fomos sua presa, mais do que seus
criadores.
Analisando os fatos sociais chega-se à conclusão de que toda a educação
dada às crianças consiste num esforço contínuo para impor à criança maneiras de
ver, de sentir e de agir às quais ela não teria chegado espontaneamente. Segundo
Herbert Spencer, uma educação racional deveria deixar a criança agir com toda a
liberdade. Mas essa teoria pedagógica nunca foi praticada por nenhum povo
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conhecido, não passa então de um desejo pessoal. A educação tem justamente o
objetivo de criar o ser social.
Não é a generalidade que serve para caracterizar os fenômenos
sociológicos. Um pensamento comum a todos ou um movimento por todos os
indivíduos não são por isso fatos sociais. Isso são só suas encarnações
individuais.
Há certas correntes de opinião que nos levam ao casamento, ao suicídio ou
a uma taxa de natalidade mais ou menos forte; estes são, evidentemente, fatos
sociais. Somente as estatísticas podem nos fornecer meios de isolar os fatos
sociais dos casos individuais. Por exemplo, a alta taxa de suicídio no Japão; não
são só fatos individuais e particulares que os levam ao suicidio. Toda cultura e a
educação deste país exerce grande diferença no pensamento do indivíduo na hora
de se suicidar. O mesmo caso particular de frustração do indivíduo, em outra
sociedade, poderia não o levar ao suicídio. Esse é um fato social, além de
psicológico.
O efeito de coação externa de um fato social é fácil de constatar quando se
traduz por uma reação direta da sociedade, como é o caso do direito, das crenças,
dos usos e até das modas.
Não podemos escolher a forma das nossas casas tal como não podemos
escolher a forma do nosso
vestuário sem sofrer algum
tipo de coação externa. Os
nossos gostos são quase
obrigatórios, visto que as
vias de comunicação
determinam de forma
imperiosa os costumes,
trocas, etc. Isso portanto
também é um fato social,
visto que é geral.
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Contrariando Auguste Comte, não há um progresso, uma evolução da
humanidade, o que existe são sociedades particulares que nascem, desenvolvem-
se e morrem, independentemente umas das outras. Se, além disso, se considera
que as sociedades mais recentes continuam as que precederam, então cada tipo
superior poderá ser considerado como a simples repetição do tipo imediatamente
inferior. Um povo que substitui um outro não é apenas um prolongamento deste
último com alguns caracteres novos; é diferente, constitui uma individualidade
nova.
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MAX WEBER
A Sociologia compreensiva ou
interpretativa de Max Weber dedica-se a
buscar compreender o significado, sentido
e motivação das ações sociais. Weber vê
como objetivo primordial da sociologia a
captação da relação de sentido da ação
humana, ou seja, chegamos a conhecer
um fenômeno social quando o
compreendemos como fato carregado de
sentido que aponta para outros fatos
significativos. As ciências naturais
procuram explicar as relações causais
entre os fenômenos, enquanto que as
ciências humanas precisam compreender
processos da experiência humana que são vivos, mutáveis, que precisam ser
interpretados para que se extraia deles o seu sentido. Ao aplicar o método da
compreensão aos fatos humanos sociais, Weber elabora os fundamentos de uma
sociologia compreensiva ou interpretativa. Abandona-se abordagem positivista
para estudar as ciências sociais.
O homem pode compreender suas próprias intenções pela introspecção. As
condutas humanas são singulares, em oposição à explicação causal dos fatos
sociais em Dürkheim.
Weber entende por ação social a conduta ou atividade humana que tem um
sentido subjetivo dado pelo próprio sujeito ou agente que espera um
reconhecimento social. Ex.Por que se comete um ato terrorista?
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Tipos de ações sociais estabelecidas por Weber
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Ação racional com relação aos fins: Avaliação da relação entre meios e
fins.
O indivíduo programa ,pensa e avalia as consequências dos seus atos.
Exemplos:
Engenheiro que constrói uma estrada, onde a racionalidade é medida
pelos conhecimentos técnicos do indivíduo visando alcançar uma meta;
“Se eu fizer isso ou aquilo,pode acontecer tal ou qual coisa;então
vamos ver quais as alternativas.”
Exemplo:
Indivíduo que prefere morrer a abandonar determinada atitude,
onde o que se busca não é um resultado externo ao sujeito, mas a fidelidade a
uma convicção;
“Eu acredito que a minha missão na Terra é fazer isso.”
Ao contrário de Durkheim, Weber não pensa que a ordem social tenha que
se opor e se distinguir dos indivíduos como uma realidade exterior a eles, mas que
as normas sociais se concretizam exatamente quando se manifestam em cada
indivíduo sob a forma de motivação.
Max Weber nunca diria, como Durkheim, que a curiosidade histórica deve
subordinar-se à investigação de generalidades. Quando o objeto do conhecimento
é a humanidade, é legítimo o interesse pelas características singulares de um
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indivíduo, de uma época ou de um grupo, tanto quanto pelas leis que comandam o
funcionamento e o desenvolvimento das sociedades.
A ciência weberiana se define, assim, como um esforço destinado a
compreender e a explicar os valores aos quais os homens aderiram, e as obras
que construíram.
Osvaldo Lima
AÇÃO SOCIAL
O pensamento sociológico de Max Weber baseia-se na percepção de que
toda conduta humana é dotada de um sentindo subjetivo, de um significado
“interno” de cada indivíduo. Estes significados são os motivos que levam os
indivíduos, em sua particularidade e especificidade, a executarem essa ou aquela
ação dentro de uma sociedade em seu contexto histórico.
Sendo assim, a pesquisa social tem como objetivo buscar e compreender
essa ação social, sem julgamento de valores, mas visando coletar elementos que
possibilitem a construção de um conhecimento que permita uma explicação sobre
as diversas realidades sociais, da situação social e do entendimento das intenções
presentes em cada agir; significa afirmar que o individuo, movido pela sua
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motivação e pelos valores sociais, produz um sentido para a sua ação social.
Neste sentido, o indivíduo passa a ser um agente social, e não simplesmente um
mero expectador.
Por isso, é de suma importância uma análise histórica. Na coleta de dados e
na tentativa de interpretação das fontes de pesquisa sobre o modo de vida de uma
determinada sociedade e do seu cotidiano, o pesquisador poderá ter uma
compreensão das diferenças sociais, na sua origem e formação. Estas pesquisas
servem como evidências para compreender a ação social dos indivíduos no seu
contexto historicossocial.
Com Max Weber, esse método compreensivo caracteriza a Sociologia como
uma ciência que tem por objetivo compreender claramente a conduta humana e
fornecer explicações das causas das ações dos indivíduos, em sua origem, bem
como, os efeitos na convivência coletiva, nas relações sociais dentro de cada
sociedade.
Para Max Weber, essas ações sociais pode ser compreendida e classificada
através de quatro maneiras.
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b) Racional com relação aos valores
É a ação orientada por princípios, a valores ligados à dignidade, à beleza, ao
dever, à crença religiosa, a uma causa. É uma ação marcada pela fidelidade as
suas convicções valorativas.
c)Afetiva
É a ação especificamente emotiva, determinada por afetos e estados
sentimentais. É a ação orientada pelas emoções imediatas, como: vários tipos de
paixões, raiva, ciúme, prazer, vingança.
d)Tradicional
É a ação motivada por hábitos e costumes que foram enraizados no
comportamento do indivíduo desde sua infância. A ação é tradicional porque
segue os estímulos habituais adquiridos pela convivência em família, em grupos
sociais específicos, entre outros.
É interessante perceber que os dois primeiros tipos são baseados em
elementos racionais: analisados, reflexivos, com resultados previstos. Enquanto
isso, as ações afetiva e tradicional podem ter resultados não pretendidos. Por
exemplo, motivado pelos afetos, acabar magoando a quem se ama. Outro
exemplo, seguir um hábito tradicional que não condiz com a realidade presente:
mulher só serve para cuidar da cozinha e das crianças.
Tipo Ideal
Em Max Weber, o “tipo ideal” trata de uma construção teórica sobre cada
sociedade analisada, a partir da ação social de cada indivíduo. Nesta construção,
o cientista social pode traçar um “modelo representativo”, destacando as
semelhanças e diferenças de cada sociedade. Evidenciando suas características
específicas, suas manifestações e identificando suas diferenças em relação aos
tempos e lugares distintos.
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Não se trata de comparar para afirmar que esta ou aquela sociedade seja a
melhor. Mas se trata de um instrumento de análise científica que permite
conceituar os fenômenos sociais, bem como, as manifestações das diversas
formações sociais.
Relação Social
Estratificação Social
Para Max Weber, se os indivíduos são capazes de dar sentido à ação social
e partilham deste sentido, é necessário compreender como se estabelece os
mecanismos de distribuição de poder e riquezas no plano coletivo. Essa
distribuição chamamos de estratificação social.
Elas podem ser identificadas por:
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a) Castas: quando o papel social é determinado pela herança do grupo
social a que pertence. Seu antecedente determina sua posição social, sendo
um sistema fechado, onde o indivíduo, geralmente, não tem possibilidade de
mudança. Ex.: na Índia, a pessoa que pertence a uma casta só pode casar
com um membro da mesma casta.
b) Estamentos: quando a divisão é realizada a partir de virtudes e
presítígios que determinam a posição da pessoa na sociedade e que são
reconhecidas por lei. É uma característica da sociedade medieval, onde os
indivíduos exerciam um “status” devido a sua honra, coragem, entre outros
elementos.
c) Classes: a divisão é feita de acordo com o poder aquisitivo dos
indivíduos. Apesar da igualdade de direitos defendida pela lei, existe
desigualdade social determinada pelo poder de consumo.
d) Partido: as diferenças presentes no interior de cada um destes
modelos, geram o poder partidário. O partido torna-se uma forma de
organização que visa influenciar sobre a direção e domínio de um grupo
social, a partir dos interesses e sentidos comuns ou divergentes dos
indivíduos presentes em uma sociedade.
Poder E Estado
O conceito de poder retrata a capacidade que um indivíduo ou grupo de
indivíduos têm de provocar a aceitação e o cumprimento de uma ordem – impor
sua própria vontade, mesmo diante de resistências. Poder e dominação estão
sempre ligados. A obediência do grupo acaba legitimando o poder instaurado à
dominação.
Essa dominação legitimada pode ser:
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b) Dominação tradicional – é aquela que parte da obediência às
crenças e ordenações já estabelecidas pela tradição. Ex.: dominação
patriarcal.
c) Dominação carismática – é aquela que parte da obediência à
admiração e devoção afetiva a um indivíduo devido ao seu carisma. Ex.:
herói guerreiro, político demagogo.
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capitalismo. A motivação do protestante é o trabalho como dever e vocação. Sair
bem em uma profissão significa mostrar suas virtudes e vocações.
KARL MARX
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posiciona contra qualquer separação drástica entre teoria e prática, entre
pensamento e realidade, porque essas dimensões são abstrações mentais
(categorias analíticas) que, no plano concreto, real, integram uma mesma
totalidade complexa.
O marxismo constitui-se como a concepção materialista da História, longe de
qualquer tipo de determinismo, mas compreendendo a predominância da
materialidade sobre a ideia, sendo esta possível somente com o desenvolvimento
daquela, e a compreensão das coisas em seu movimento, em sua inter-
determinação, que é a dialética. Portanto, não é possível entender os conceitos
marxianos como forças produtivas, capital, entre outros, sem levar em conta o
processo histórico, pois não são conceitos abstratos e sim uma abstração do real,
tendo como pressuposto que o real é movimento.
Karl Marx compreende o trabalho como atividade fundante da humanidade. E
o trabalho, sendo a centralidade da atividade humana, se desenvolve socialmente,
sendo o homem um ser social. Sendo os homens seres sociais, a História, isto é,
suas relações de produção e suas relações sociais fundam todo processo de
formação da humanidade.
Esta compreensão e concepção do homem é radicalmente revolucionária em
todos os sentidos, pois é a partir dela que Marx irá identificar a alienação do
trabalho como a alienação fundante das demais. E com esta base filosófica é que
Marx compreende todas as demais ciências, tendo sua compreensão do real
influenciado cada dia mais a ciência por sua consistência.
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A Sociologia em Karl Marx
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resultando na exploração de um indivíduo sobre o outro. Consequentemente, não
ocorreria a acumulação de riqueza individual. Toda a riqueza produzida pelo
trabalho social seria propriedade de toda a sociedade e distribuída de acordo com
as necessidades individuais. O resultado seria a supressão do Estado e de toda
exploração e opressão inerente a ele.
Para apresentar a sistemática do funcionamento da sociedade, Marx faz uma
divisão entre a superestrutura e a infraestrutura. A infraestrutura é o conjunto das
condições econômicas, e a superestrutura são as instituições, a família, o Estado,
a ideologia e a cultura, que se desenvolvem adaptadas à infraestrutura, que, por
sua vez, depende da relação dos indivíduos com os meios de produção.
A superestrutura de uma sociedade depende, pois, de sua infraestrutura. Daí
a importância da questão economica para Marx: todas as mudanças significativas
em uma determinada sociedade necessariamente decorrem de mudanças na sua
organização econômica.
A importância da infraestrutura para a definição das formações sociais
(modos de produção) pode ser notada ao longo de toda a história da humanidade.
Assim, na fase primitiva, correspondente ao início da humanidade, não havia
divisão de classes sociais (pois inexistia propriedade privada); os bens eram
comuns e a atividade social era fundamentalmente dirigida para a existência do
grupo. Já as antigas sociedades escravistas se caracterizavam pela polarização
entre proprietários e escravos, sendo a propriedade privada e a cidadania um
privilégio exclusivo dos primeiros.
No período da Europa feudal, a exploração dominante foi entre o senhor
feudal e o servo, condição em que este, embora fosse formalmente livre, estava
submetida ao senhor pelas relações servis de produção.
Nas relações capitalistas de produção do período contemporâneo, os
individuos livres estabelecem uma relação mediada pelo mercado: aqueles que
não são donos dos meios de produção vendem a única coisa de que dispõem –
seu trabalho – em troca dos recursos necessários a sua sobrevivência. Daí Marx
afirmar que na sociedade capitalista é o capital que explora o trabalho.
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O capitalismo, segundo Marx, se configurou plenamente a partir do século
XVIII (apesar de sua origem ser anterior), quando ocorre a Revolução Industrial,
iniciada na Inglaterra, de onde se propagou para outros países.
Sua essência era a busca incessante da reprodução e ampliação do capital,
meio pelo qual a burguesia – a classe social dominante – concentra poder. Nessa
busca, esse sistema econômico não vê nenhum impedimento político, moral ou
ético para expropriar o trabalhador de todos os seus atributos humanos.
CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia, São Paulo: Ed. Àtica, 2006. p. 340s.
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Para além da alienação econômica, há também a alienação religiosa. Marx
afirma que é preciso destruir a religião para que o homem se recupere a si próprio,
pois o único Deus do homem é o próprio homem.
A alienação religiosa faz com que o ser humano deixe de lutar pela melhoria
da sua condição social, acreditando estar em Deus a justificativa para a
desigualdade do mundo capitalista. Assim sendo, é Deus quem decide quem é
pobre ou rico, esvaziando de sentido a luta contra a desigualdade.
Marx mencionou ainda a alienação filosófica, que se expressa na forma de
encarar a filosofia como contemplação da realidade, que os filósofos designam por
metafísica. Para ele, a principal tarefa de toda e qualquer pessoa e, portanto,
também dos filósofos, é transformar o mundo, de modo a pôr fim à alienação
social e política. Ou seja: agir para erradicar a submissão da classe operária pelo
Estado burguês.
Marx considera essa a principal das tarefas do movimento socialista para
atingir o consumismo:
“[...] comunismo como superação positiva da propriedade privada, enquanto
autoalienação do homem, ou seja, como apropriação reta da essência humana por
meio de e para o homem. Por isso, considera-o como regresso – perfeito.
Consciente e dentro da riqueza total do desenvolvimento atual – do homem para si
mesmo enquanto homem social. Vale dizer humano. O comunismo é a verdadeira
dissolução do antagonismo entre o homem e a natureza, e entre o homem e o
homem. A verdadeira solução do conflito entre liberdade e necessidade. Ele é o
enigma decifrado da história, a verdadeira realização da essência do homem.”
A própria sociedade capitalista criaria as condições para a sua
autodestruição e o surgimento da sociedade comunista. Esta seria caracterizada
pela abolição da propriedade privada; pela igualdade, com a abolição das classes;
e pela justiça, pois a sociedade exigira de cada indivíduo um esforço proporcional
a suas forças e o retribuiria de acordo com suas necessidades. A partir desse
momento histórico, o processo dialético continuaria infinitamente, mas sem a luta
de classes: teria continuidade na luta do ser humano contra a natureza.
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Outro aspecto relevante do pensamento de Marx é o conceito de ideologia,
na visão marxista, a matéria é um dado primário que alimenta a consciência e esta
é considerada apenas um dado secundário, pois é reflexo da matéria. Assim, as
ideias expressas na arte, na filosofia, na literatura e na moral estão estritamente
relacionadas ao modo de produção econômica.
TRABALHO E SOCIEDADE
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necessidade dos capitalistas de recrutar pessoas para trabalhar em suas fábricas,
passou-se a difundir a ideologia de que o trabalho era algo positivo, bom para
todos.
Juntamente passou-se a acusar pessoas que não trabalhavam com termos
pejorativos a fim de constrangê-los socialmente e forçá-los a trabalhar.
As pessoas não estavam acostumadas a trabalhar com uma rotina mecânica,
milimetricamente calculada, pois o que determinava seu tempo de trabalho era a
natureza: as estações do ano, a chuva, o sol, o dia, a noite, etc. Foram
necessários séculos para disciplinar e preparar a sociedade para o trabalho
industrial diário e regular. Ex: Do século XVI até início do século XX existiu a
chamada “santa segunda-feira”. Devido a exaustiva jornada de trabalho, algo que
a sociedade não estava acostumada, não se trabalhava na segunda-feira e às
vezes se estendia até terça-feira.
Entre as mudanças que ocorreram nas formas de produção da idade média
para o capitalismo podemos citar:
Casa e local de trabalho foram separados.
Separaram o trabalho e seus instrumentos (que ficaram nas mãos dos
capitalistas).
Tiraram a possibilidade do trabalhador conseguir a própria matéria-
prima.
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ao acabamento. A diferença é que eles estavam a serviço de um financiador que
lhe fornecia matéria prima e lhe dava algumas ordenanças.
Manufatura (ou cooperação avançada): o trabalhador continuava a ser
artesão, mas não fazia tudo do começo ao fim. Cada pessoa faz uma parcela do
produto em uma linha de montagem. O trabalhador perdeu o entendimento da
totalidade do processo de trabalho e também do seu controle. Só entendia, por
exemplo, da cola do sapato, pois era o que fazia o tempo todo.
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importância socioideológica na consolidação da sociedade escravista, ao manter
via aberta aos explorados mais afortunados e empreendedores.
Escravidão urbana
No Brasil colonial e imperial, o trabalho livre foi uma singularidade. Como fora
habitual na Antiguidade e em Portugal, os escravizadores ensinavam ao cativo um
ofício para que fosse explorado diretamente, alugado ou mandado vender sua
habilidade pelas ruas e praças das aglomerações.
Não houve transposição da organização mesteiral portuguesa para o Brasil.
Ao contrário, houve transferência e radicalização da prática lusitana de utilizar a
mão de obra escravizada nos diversos misteres artesanais. Portanto, esse último
hábito social, subordinado em Portugal, assumiu caráter dominante no Brasil.
Até fins do Império, nos centros urbanos, os mestres compravam
trabalhadores escravizados, ensinavam-lhes os ofícios, viviam do esforço servil,
apartando-se crescentemente do trabalho produtivo. O número de cativos e o grau
de estranhamento ao trabalho determinavam a maior ou menor dignidade social
dos mestres.
O trabalhador escravizado era comumente alugado a privado ou ao Estado
pelo escravizador que recebia o valor total do arrendamento do cativo de aluguel.
Esse trabalhador era alimentado por seu senhor e, menos comumente, pelo
arrendatário, desinteressado na manutenção da sua força vital.
O cativo ganhador locomovia-se livremente pelas ruas das aglomerações
oferecendo produtos e serviços, sob a condição de pagar um ganho fixo – diário,
semanal, mensal – ao escravizador. Ele investia o obtido além do ganho em
alimentação, vestuário, pagamento de um alojamento, formação de um pecúli o,
etc.
Relativamente poucos ganhadores obtiveram a alforria através da compra da
liberdade. Em geral, quando isso ocorria, dava-se devido a uma singular
habilidade produtiva e parcimônia, após décadas de trabalho e poupança. A
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compra da alforria ensejava descapitalização do ganhador, quando declinava sua
capacidade produtiva. Ela permitia que o escravizador trocasse um produtor usado
por um novo.
A imensa maioria dos cativos ganhadores, de aluguel ou explorados
diretamente pelos escravizadores viveu e morreu sob as duras condições
escravistas da vida, em contexto que o trabalho era objetivação da exploração e
não de sua superação relativa.
No Brasil escravista, praticamente de 1532 a 1888, o mundo rural dominou
em forma substantiva o mundo urbano, social e economicamente subordinado.
Mesmo no século 18, durante o ciclo mineiro, a fazenda monocultura escravista
subordinou fortemente o universo sócio-produtivo escravista colonial.
Africanos escravizados
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Brasil: a libertação do trabalho
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apesar das diversidades nacionais, de língua, etc. Esse processo teve como base
e foi impulsionado pela mesma inserção sócio-produtiva.
A aceleração do processo de industrialização ocorrida durante a Grande
Guerra e após a crise mundial de 1929 – “industrialização por substituição de
importações” – ensejou a incorporação à produção industrial, primeiro dos
trabalhadores nacionais urbanos desempregados, a seguir de produtores
chegados do meio rural.
Os trabalhadores urbanos e rurais nacionais incorporados à produção tinham
vivido inseridos em forma mais ou menos diretas no universo escravista. Eram ex-
cativos, libertos, caboclos, etc. Quanto muito, haviam conhecido imperfeitamente a
propriedade e o domínio da terra, no contexto da rústica sociedade latifundiária
nacional, onde a aldeia camponesa quase inexistia.
A distribuição ou a venda financiada de pequenas glebas agrícolas a
alemães, italianos, poloneses, etc. imigrados ensejou produção economia
camponesa indipendente que, por décadas, manteve essas comunidades à
margem do mercado de trabalho livre urbano, já que detinham os fatores de
produção necessários à produção de meios de subsistência.
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de sua formação. Ao menos no que se refere às populações de origem nacional,
não efetuou a ressocialização industrial de comunidade urbana e rural de
produtores portadoras de sólidos valores e experiências societárias.
Nesse contexto, a fábrica produziu e produz a organização de consciência
societária sempre questionada, diluída e fragilizada pelo imenso exército de
reserva de origem urbano e rural
No Brasil, a construção do futuro parece exigir depuração do mundo do
trabalho das impregnações políticas, ideológica, social, etc. estranhas a ele.
Processo viabilizado com o fortalecimento, difusão e universalização dos seus
valores – plebeísmo; racionalismo; associativismo; coletivismo, etc. – no seio das
classes trabalhadoras através da organização autonômica e contraditória dos
trabalhadores ao capital – partidos políticos, associações sindicais, profissionais,
comunitárias, escolares, mídia, sociedades culturais, esportivas, etc.
Constitui momento fundamental desse processo a extensão dos valores, das
práticas e das formas de organização do mundo do trabalho às comunidades da
cidade e dos campos marginalizadas pela produção capitalista, na luta pela
destruição, anulação e mitigação das supervivências econômicas, políticas,
ideológicas, etc. pré-modernas e pré-capitalistas – desvalorização do trabalho,
latifúndio, elitismo, racismo, irracionalismo, individualismo, etc.
Processo que exige, na luta pela consecução de seus objetivos estratégicos,
a incessante mobilização das classes trabalhadoras e populares pela obtenção
dos direitos básicos elementares ao salário, à educação, ao lazer, etc., num aqui e
agora da vida social quotidiana que rompa radicalmente com o tradicional e
permanente reconhecimento retórico desses direitos e a postergação de sua
concessão para um futuro que jamais se materializa.
Mário Maestri,doutor pela UCL, Bélgica, professor do Curso de História e do
Programa de Pós-Graduação em História da UPF.
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Escolaridade e emprego no Brasil
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postos foram abertos para quem tem curso superior completo, percentual que se
elevou para 5,06% em 2004.
Em função da elevada taxa de desemprego, as empresas aumentam as
exigências na seleção dos recursos humanos, fenômeno detectado em várias
pesquisas. Muitas empresas não estão mais admitindo candidatos sem o 1º grau
completo, e algumas já estão exigindo o 2º grau, ainda que para funções
relativamente simples. Os níveis de desemprego possibilitam às empresas fazer
exigências além daquelas realmente necessárias ao cargo.
O aumento da escolaridade dos trabalhadores é algo normal e, por si só,
positivo, pois indica, em termos genéricos, a melhoria da qualidade de vida na
sociedade. O grande problema é que no caso do mercado de trabalho brasileiro,
em regra, o fenômeno tem beneficiado predominantemente as empresas, já que o
salário médio vem decrescendo em termos reais. Portanto, as empresas vêm
empregando um trabalhador mais escolarizado, por um salário menor, situação
bastante cômoda, já que elas aumentam produtividade e qualidade sem adição
proporcional de custos.
Tanto a qualidade do produto quanto a produtividade do trabalho,
potencializadas pela maior escolarização, podem e devem crescer no Brasil, mas
estes avanços têm que significar ganhos efetivos para a sociedade como um todo.
Estamos agora em um momento de recuperação do emprego de carteira
assinada, porém estes empregos têm sido de escassa qualidade, com baixos
salários, jornadas extensas e alta rotatividade. A questão não é apenas ter um
emprego, mas ter um emprego que garanta sobrevivência digna e compatível com
os esforços de escolarização empreendidos pelo trabalhador.
Fonte: http://www.fetecsp.org.br
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática,
1994.
QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L. O.; OLIVEIRA, M. G. M. Um toque de
clássicos: Marx, Durkheim e Weber. Belo Horizonte: UFMG, 2002.
SANTOS,Pérsio.Introdução à Sociologia.ED. São Paulo: Ática, 1991
TOMAZI, Nelson Dácio. Sociologia para o ensino médio.Editora Saraiva .São
Paulo, 2010.
TOMAZI, Nelson Dacio. Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 1993.
VIEIRA, Evaldo. Sociologia da Educação. São Paulo: FTD 1996.
WEBER, Max. Conceitos básicos de sociologia. São Paulo: centauro,
2002.http://pt.wikipedia.org/wiki/Estratifica%C3%A7%C3%A3o_social
http://curtasociologia.blogspot.com.br/
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