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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

PATRICK PEÇANHA BRITO

PRISCILA DA CONCEIÇÃO S. VICTORINO

RIANN COSTA MARTINS GONÇALVES

SARA CRISTINA DA SILVA DE CARVALHO

SUSANA SANTANA COSTA

ESTUDO DE CASO

CAMPOS DOS GOYTACAZES


2019

Patrick Pessanha Brito


Priscila Victorino
Riann Costa Martins Gonçalves
Sara Cristina da Silva de Carvalho
Suzana Santana Costa

ESTUDO DE CASO

Trabalho apresentado em cumprimento


às exigências da disciplina
Psicoterapia Cognitivo-
Comportamental, ministrada pela
professora Ana Lúcia Novaes no curso
de graduação em Psicologia da
Universidade Federal Fluminense
– UFF/ESR.

Campos dos Goytacazes


2019

RELATÓRIO SOBRE O ARTIGO “O IMPACTO DA COTERAPIA NO


TRATAMENTO DE TEPT COM TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL”
INTRODUÇÃO
De acordo com a American Psychiatric Association (1994), o Transtorno
de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é concebido após uma exposição a um evento
traumático, onde o indivíduo passa por uma experiência extremamente negativa
relacionada a violência interpessoal, desastres naturais ou acidentes onde existem
ameaças a sua integridade física. Ele apresenta um quadro de sintomas que prejudicam o
funcionamento cotidiano do indivíduo, fazendo com que o trauma o impeça de realizar
tarefas básicas do dia-a-dia.

De acordo com Friedman (2019), existem três grupos de sintomas que que
refletem as características do TEPT, sendo eles a revivência, a evitação e a
hipervigilancia, podendo variar sua gravidade e intensidade.

Yehuda (2002) afirma que as discursões à cerca do TEPT são pertinentes, pois
ele é considerado o quarto transtorno mais comum de ser desenvolvido. De acordo com
Vieweg (2016), as pesquisas estimam que existem uma prevalência de 8% do TEPT na
população em geral, sendo a depressão e a ansiedade os transtornos que coexistem como
fatores que irão preceder o trauma, assim como um possível abuso de substancias
pssicoativas após o evento traumático.

A terapia cognitiva-comportamental possui como objetivo a modificação dos


comportamentos desenvolvidos como uma resposta ao trauma. O tratamento irá
enfatizar uma aliança colaborativa entre o paciente e o terapeuta, que irão trabalhar os
comportamentos de evitação e os pensamentos disfuncionais, que de acordo com os
modelos da TCC são fatores importantes para a manutenção do TEPT (Foa; Keane;
Friedman, 2004).

Foa (1998), afirma indivíduo com TEPT costuma perder a sensação de


segurança e por isso passa a se portar e a se ver de uma maneira negativa, podendo
desenvolver um senso de responsabilidade pelo ocorrido. Portanto, o tratamento irá
possibilitar a criação de ferramentas que ajudarão o paciente a identificar o que ele está
sentindo, avaliar a realidade de suas cognições e a modifica-las caso elas não sejam
realistas.
Dell Prette (2017) afirma que as sessões de terapia contribuem como a adesão ao
tratamento, ajudando a identificar e manejar os obstáculos através da implementação de
técnicas que facilitam o enfrentamento as exposições aversivas.

ESTUDO DE CASO

A paciente b, 50 anos, casada, dona de casa, foi assaltada em sua residência. Ela
estava sozinha e não reagiu. Relatou que quandoos assaltantes foram embora, sentiu
uma sensação de “congelamento”, rosto quente, e tremor nas pernas. Após o assalto,
passou a trancar a casa e a procurar novas maneiras dos assaltantes entrarem em sua
residência

Além dos TEPT, foram diagnosticados a partir da SCID-I (DeL-BEM et al.,


2001) Depressão Maior, Transtorno Obsessivo-compulsivo e fobia social. Iniciou seu
tratamento com medicamentos e no quinto mês, relatou piora nos sintomas de depressão
e manutenção dos sintomas de TEPT. Neste período foi iniciado o tratamento com TCC.

Foram relatados sintomas de ansiedade súbita, aperto no peito, sensação de


sufocamento, taquicardia, apetite reduzido, perda de prazer em sair e realizar tarefas
domésticas, dificuldade de concentração, choro fácil, cansaço, desânimo, excitabilidade
aumentada, pensamentos intrusivos sobre “alguém entrar em sua casa, matar, torturar e
estuprar sua família”. A paciente evitava sair de casa, pois se sentia amedrontada.

Foram realizadas 16 sessões de terapia, uma vez por semana, intercaladas por 12
sessões de co-terapia, três vezes por semana. Também foram realizadas exposições
imaginárias e in vivo, para a qual foi definida uma hierarquia de enfrentamento com as
situações evitadas pela paciente. A reestruturação cognitiva auxiliou na modificação de
crenças de vulnerabilidade pré-esxistentes intensificadas poelo trauma. Com o avançao
no tratamento a paciente passou a sair de casa e se inserir em atividades de lazer.

DESCRIÇÃO DAS TÉCNICAS UTILIZADAS

1 REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA

A Reestruturação Cognitiva utilizada na TCC é uma ferramenta simples e


fundamental durante a terapia e tem efeitos bastante consideráveis quando se busca
ajudar o paciente. No caso de TEPT, foi visto no texto como a paciente sofria com a
ideia de que o assalto poderia acontecer de novo em sua casa e criava maneiras de se
proteger para evitar a possibilidade de aquilo ocorrer novamente. Além do Transtorno
de Estresse Pós-Traumático (TEPT), foi diagnosticado depressão maior, transtorno
obsessivo-compulsivo (TOC) e fobia social. Através desse caso clínico percebe-se como
um trauma pode desencadear uma série de problemas psíquicos. A reestruturação
cognitiva vai trabalhar de uma maneira que o paciente consiga enxergar seus
pensamentos de uma maneira clara, podendo ver através de um questionamento
socrático o que pode ser útil ou não. Pensamentos negativos podem se tornar
automáticos, aparecendo diariamente de diversas maneiras. Como foi visto no caso
clínico pode atrapalhar o progresso da terapia, por isso é necessário que trabalhe a
reestruturação desse paciente para que pensamentos como “o mundo é perigoso”,
“parece que tudo de errado acontece comigo”, “as pessoas não são confiáveis”; não dê
continuidade. Para que ocorra uma reestruturação é necessário um trabalho em equipe
entre o terapeuta e o paciente, onde pode ser usado uma série de exercícios que
contribua para melhora na cognição desse paciente.

2 CO-TERAPIA COGNITIVA

No relato do caso vemos de maneira satisfatória o uso da co-terapia, que por


definição se trata da um método de terapia utilizado fora do consultório que
complementa o trabalho do terapeuta. Sendo assim a co-terapia é realizada junto com a
terapia, sendo feita em dias diferentes. No caso apresentado foi feito um trabalho para
permitir que o paciente conseguisse ter experiências que diminuíssem sua aversão a
estímulos associados aos seus sintomas, fazendo com que o paciente desenvolvesse
maior segurança e menor aversão ao estímulos referidos . Com isso a co-terapia se
mostrou junto com a terapia, de muita eficácia para o tratamento do TEPT.

REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS

GONCALVES, Raquel Menezes et al . Impacto da co-terapia no tratamento do TEPT com terapia


cognitivo-comportamental. Rev. bras.ter. cogn., Rio de Janeiro , v. 6, n. 1, p. 32-41, jun. 2010
. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-
56872010000100003&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 09 abr. 2019.
Jesse H. Wright, Monica R. basco & Michael e Thase. (2008). Aprendendo a
Terapia Cognitiva-Comportamental. Porto Alegre: Artmed.

MEDEIROS, Leticia Galery; KRISTENSEN, Christian Haag- “A efetividade


da terapia de exposição para tratamento do transtorno de estresse pós-traumático”.
Revista Grifos. n.28.Rio Grande do Sul.jun.2010

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