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DAVIS, Angela. Capítulo 6: Educação e libertação: a perspectiva das mulheres negras.

In:
________. ​Mulheres, raça e classe​​. São Paulo: Boitempo, 2016, p. 107-116.

Angela Davis é filósofa, professora emérita do departamento de estudos


feministas da Universidade da Califórnia e ícone da luta pelos direitos
civis. Integrou o Partido Comunista dos Estados Unidos, tendo sido
candidata a vice-presidente da República em 1980 e 1984. Próxima ao
grupo Panteras Negras, foi presa na década de 1970 e ficou
mundialmente conhecida pela mobilização da campanha “Libertem
Angela Davis”. Autora de vários livros, sua obra é marcada por um
pensamento que visa romper com as assimetrias sociais. Dela, a
Boitempo publicou ​Mulheres, raça e classe (2016) e ​Mulheres, cultura
e política (2017). -
https://www.boitempoeditorial.com.br/autor/angela-davis-281

Fichamento feito dia 07 de outubro de 2018 por Telma Klipp

p.76 A autora inicia o capítulo trazendo o aspecto miraculoso que a emancipação tinha
para a população negra, como eram amplamente celebrados os princípios de uma
liberdade principalmente no Sul dos EUA. Mas essa população também sabia
muito bem o que queria: terras, votar e principalmente escolas. Segundo a autora,
o conhecimento era negado aos escravos porque, pela lógica dos donos de
escravizados, isso os “estragaria”.

p. 77 “O povo negro aprendeu que a emancipação de “quarenta hectares e uma mula”


era um rumor malicioso. Eles tinham de lutar pela terra, eles tinham de lutar pelo
poder político” ​Assim como a pauta do conhecimento que permaneceu de
importância central para o povo recentemente livre. A autora chama atenção para
as contradições da ideologia racista - negros como incapazes de atividade
intelectual mas se isso fosse verdade não buscariam pelo seu direito de estudar
nem seria necessária uma proibição à educação para essa população.

p. 78 - 79 Davis destaca que a luta por educação em que a irmandade das mulheres brancas
foi mais visível e forte com a abertura de escolas e admissão de alunas negras por
parte dessas. Mas ela traz a análise de Frederick Douglass de que o momento da
luta pela educação não contava com a simpatia massiva dos brancos do ativismo
anti-escravatura a ponto de defenderem os projetos das mulheres que abriam essas
escolas. A consequência da educação : ​“O povo negro que recebeu instrução
académica inevitavelmente associou o seu conhecimento à batalha colectiva do
seu povo pela liberdade. “

p. 80 Evidentemente, segundo a autora, a situação educacional era diferente no Norte e


no Sul sendo legalmente proibido no último. Por isso aqueles que aprenderam a ler
e escrever atuavam na clandestinidade para compartilhar seus conhecimentos com
seus semelhantes, DuBois chamou de “​frenesim pelas escolas”.

p. 81 “Perto de metade dos professores voluntários que se juntaram à massiva


campanha educativa organizada pelo Freedman’s Bureau foram mulheres”
Segundo a autora esse trabalho conjunto das mulheres negras e brancas pelas
educação recebeu pouca atenção pela história. ​“Como professoras, as mulheres
negras e brancas pareceram desenvolver uma profunda e intensa apreciação
mútua”, “O sonho da terra foi destruído pelo tempo de ser e pela esperança pela
política de igualdade ganha. Mas o farol do conhecimento não foi facilmente
extinto – e esta foi a garantia de que a luta pela terra e pelo poder político iria
impiedosamente prosseguir “

p. 82 No final do capítulo a autora reforça a importância fundamental que as mulheres


negras tiveram no estabelecimento da educação para a população negra que
funcionou como fortaleza para a busca pelos outros direitos. Com destaque
também para a unidade e solidariedade com as mulheres brancas.

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