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FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE - FAINOR

CURSO DE FARMÁCIA

AILA COHIM HEREDA DE FREITAS MARINHO


CLARICE OLIVEIRA DANTAS
GÊNISSON SOUZA SILVA
IRLANA NASCIMENTO DA SILVA
IVANA SANTOS RIBEIRO

MANUAL DE PRÁTICA:

SÍNTESE DE ÁCIDO ACETIL SALICÍLICO E PARACETAMOL

VITÓRIA DA CONQUISTA

2018
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Sumário

SÍNTESE DE ÁCIDO ACETILSALICÍLICO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 3
2. METODOLOGIA .................................................................................................................... 5
2.1. Síntese do Ácido Acetilsalicílico ........................................................................ 5
2.1.1. Fluxograma ..................................................................................................................... 6
2.2. Purificação Do Ácido Acetilsalicílico ................................................................. 7
2.2. Teste De Pureza Do Produto ............................................................................... 8
2.5. Materiais ............................................................................................................... 12

SÍNTESE DO PARACETAMOL

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 13
2. METODOLOGIA............................................................................................................ 14
2.1 Fluxograma ........................................................................................................... 15
2.2. Purificação ........................................................................................................... 15
2.5. Materiais ............................................................................................................... 20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 20
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SÍNTESE DA ASPIRINA

1. INTRODUÇÃO

A química orgânica tem alta relevância na produção de medicamentos, visto


que proporciona uma racionalização nas subsequentes etapas sintéticas de
fabricação, objetivando um resultado eficiente e um alto teor de pureza, além de
propiciar substâncias terapeuticamente essenciais. (MENEGATTI, FRAGA E
BARREIRO, 2001)1
Ao se imaginar como são criados os medicamentos, a imagem que nos remete
é de que eles foram simplesmente produzidos em laboratório através de experimentos
químicos. Porém, grande parte produzida industrialmente é oriunda de plantas, a
exemplo da Aspirina®, obtida a partir da salicilína, substância que é extraída da casca
do Salgueiro. Contudo, essa matéria-prima original tornou-se insuficiente para suprir
às necessidades de produção e consumo, resultando na procura por um substituinte
(PINTO, 2004).2
A Aspirina®, ou Ácido Acetilsalicílico (AAS) funciona no organismo humano
através de sua ação analgésica, aliviando as dores; através de sua ação antipirética,
reduzindo a febre; e também atua como anti-inflamatório. Em razão de sua ação
vasodilatadora, ainda é empregada na prevenção de problemas cardiovasculares.
Sintetizado na Alemanha em 1897, por Felix Hoffmann, farmacologista e pesquisador
das indústrias Bayer, é um dos fármacos mais consumidos mundialmente.
(MENEGATTI, FRAGA E BARREIRO, 2001)1.
A sua síntese é realizada por meio de uma reação de acetilação do ácido
salicílico (1), composto aromático que possui dois grupos funcionais: fenol e ácido
carboxílico. Mesmo apresentando propriedades medicinais similares ao do AAS, o
ácido salicílico ocasiona efeitos colaterais como: irritação na mucosa da boca,
garganta, e estômago, portanto não é indicado para uso frequente. Para solucionar
essa situação, o grupo -OH ligado ao anel aromático é convertido a éster acetato,
dando origem ao ácido acetilsalicílico (AAS). Essa modificação estrutural origina um
composto menos potente, mas sobretudo, menos corrosivo para as vias digestivas.
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A reação de acetilação do ácido salicílico (1) ocorre através do ataque


nucleofílico do grupo -OH fenólico sobre o carbono carbonílico do anidrido acético (2),
seguido de eliminação de ácido acético (3), formado como um sub-produto da reação.
A utilização de ácido sulfúrico como um catalisador desta reação de esterificação, a
torna mais rápida e prática do ponto de vista comercial.
Grande parte das reações químicas realizadas em laboratório necessita de uma
etapa posterior para a separação e purificação adequadas do produto sintetizado. A
purificação de compostos cristalinos impuros é geralmente feita por cristalização a
partir de um solvente ou de misturas de solventes. Esta técnica é conhecida por
recristalização, e baseia- se na diferença de solubilidade que pode existir entre um
composto cristalino e as impurezas presentes no produto da reação.

Um solvente apropriado para a recristalização de uma determinada substância


deve preencher os seguintes requisitos:

a) Possibilitar uma fácil dissolução da substância a altas temperaturas;

b) Proporcionar pouca solubilidade da substância a baixas temperaturas;

c) Ser quimicamente inerte, ou seja, não deve reagir com a substância;

d) Possuir um ponto de ebulição relativamente baixo, permitindo que possa ser


facilmente removido da substância recristalizada;

e) E, deve solubilizar mais facilmente as impurezas que a substância.

O resfriamento, durante o processo de recristalização, deve ser feito


lentamente para que se permita a disposição das moléculas em retículos cristalinos,
com formação de cristais grandes e puros.

Caso se descubra que a substância é muito solúvel em um dado solvente para


permitir uma recristalização satisfatória, mas é insolúvel em um outro, combinações
de solventes podem ser empregadas. Os pares de solventes devem ser
completamente miscíveis (exemplos: metanol e água, etanol e clorofórmio, clorofórmio
e hexano, etc.).
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2. METODOLOGIA

O ácido acetilsalicílico será preparado neste experimento, através da reação


de acetilação do ácido salicílico utilizando-se anidrido acético como agente acilante e
ácido sulfúrico como catalisador. A maior impureza no produto final é o próprio ácido
salicílico, que pode estar presente devido a acetilação incompleta ou a partir da
hidrólise do produto durante o processo de isolamento. Este material é removido
durante as várias etapas de purificação e na recristalização do produto.
O ácido acetilsalicílico é solúvel em etanol e em água quente, mas pouco
solúvel em água fria. Por diferença de solubilidade em um mesmo solvente (ou em
misturas de solventes), é possível purificar o ácido acetilsalicílico eficientemente
através da técnica de recristalização. Para a purificação do ácido acetilsalicílico,
poderá ser utilizado três tipos de solventes: álcool etílico, acetato de etila e acetona.

2.1. Síntese do Ácido Acetilsalicílico

Conforme ilustrado na Figura 1 efetuar os seguintes procedimentos:

1. Pesar 5,00 g de ácido salicílico e transferir para o Erlenmeyer.


2. Adicionar 10 mL de anidrido acético e agitar intensamente até formar uma
mistura homogénea.
3. Fixar o Erlenmeyer no suporte universal e introduzir num banho de água,
sobre a placa de aquecimento.
Na reação entre o ácido salicílico e o anidrido acético, observa-se a
formação de ácido acetilsalicílico e ácido acético.
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4. Adicionar, com ajuda de uma pipeta, 6 gotas de ácido sulfúrico


concentrado; a temperatura deverá elevar-se (reação exotérmica).
O precipitado branco que foi formado tornar-se-á mais transparente.
5. Aquecer durante alguns minutos a cerca de 45º C, com agitação manual,
até que a reação cesse. Durante o aquecimento são produzidos vapores
com odor de vinagre.
6. Adicionar, cuidadosamente, 10 mL de água destilada ao Erlenmeyer,
agitando até não ser perceptível a libertação de vapores de ácido acético.
7. Retirar Erlenmeyer do banho-maria, adicionar 100 mL de água destilada
e deixar arrefecer em repouso; observar a formação de cristais de ácido
acetilsalicílico, de coloração branca.
8. Filtrar a vácuo, em papel de filtro previamente “pesado”, conforme
ilustrado na Figura 2.
9. Lavar os cristais com alguns mililitros de água fria.
10. Secar ao ar.
11. Determinar a massa de composto obtida.

2.1.1. Fluxograma

Figura 1. Procedimento para Síntese do AAS


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Figura 2. Filtração a vácuo, com funil de Buchner

2.2. Purificação Do Ácido Acetilsalicílico

Com EtOH/H2O (Álcool etílico):


1. Transferir o sólido obtido para um béquer;
2. Adicionar cerca de 5-10 mL de etanol e aquecer a mistura (50-60 o C) até a
completa dissolução. Se necessário, adicionar pequenas porções de etanol,
para auxiliar na formação de uma solução saturada;
3. Após resfriar, adicionar água lentamente (até começar a turvar), e deixar o
sistema em repouso durante alguns minutos. Se a formação de cristais não
ocorrer, resfriar com um banho de gelo e água (5-10 o C);
4. Filtrar usando funil de Buchner;
5. Secar e determinar o ponto de fusão do produto obtido;
6. Calcular o rendimento percentual.

Com AcOEt (Acetato de etila):


1. Caso a amostra estiver isenta de água, dissolver o sólido obtido em cerca
de 3-5 mL de acetato de etila, aquecendo a mistura em banho-maria
(CUIDADO);
2. Caso o sólido não se dissolva completamente, acrescentar mais 1-2 mL de
acetato de etila;
3. Deixar a solução esfriar lentamente a temperatura ambiente.
4. Provocar a cristalização com bastão de vidro;
8

5. Caso não cristalize, concentrar um pouco a solução;


6. Deixar esfriar lentamente;
7. Filtrar usando funil de Buchner e lavar o béquer com um pouco de acetato
de etila;
8. Secar o produto, determinar o ponto de fusão do produto obtido e calcular o
rendimento percentual.

Com Acetona:
1. Caso a amostra estiver isenta de água, dissolver o sólido obtido em
cerca de 3-5 mL de acetona, aquecendo a mistura em banho-maria
(CUIDADO).
2. Caso o sólido não se dissolva completamente, acrescentar mais 1-2 mL de
acetona.
3. Deixar a solução esfriar lentamente a temperatura ambiente.
4. Provocar a cristalização com bastão de vidro.
5. Caso não cristalize, concentrar um pouco a solução.
6. Deixar esfriar lentamente.
7. Filtrar usando funil de Buchner e lavar o béquer com um pouco de acetona.
8. Secar o produto, determinar o ponto de fusão do produto obtido e calcular o
rendimento percentual.

2.2. Teste De Pureza Do Produto

O ácido acetilsalicílico deve ser mantido em lugar seco. Em presença de


umidade é lentamente hidrolisado, liberando ácido salicílico e ácido acético. A
decomposição é detectada pelo aparecimento de uma coloração indo de vermelho a
violeta quando o produto é tratado com cloreto férrico (FeCl3). O ácido salicílico, como
a maioria dos fenóis, forma um complexo altamente colorido com Fe(III).
Para determinar se há algum ácido salicílico remanescente em seu produto,
realizar o seguinte procedimento:
1. Transferir cerca de 20 mg do material a ser analisado para um tubo de
ensaio;
2. Em seguida, adicionar de 3 a 5 gotas de solução alcoólica de cloreto férrico;
3. Agitar e observe o que aconteceu;
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4. Repetir o procedimento com uma amostra de fenol.

A determinação do ponto de fusão, também é um critério de pureza. Para sua


análise será realizado o seguinte procedimento:
1. O ponto de fusão será realizado logo após a secagem da amostra.
2. Colocar 10 mg de amostra dentro de um tubo capilar preso a um termômetro
imerso em glicerina - a glicerina é uma substância que possui ponto de ebulição
de aproximadamente 298 °C, abaixo da temperatura de fusão da amostra.
A literatura reporta que o ácido acetilsalicílico possui um ponto de fusão de 135,6
°C. O tubo capilar deverá ser aquecido lentamente e deve- se observar a faixa de
temperatura de fusão inicial e final.

2.3. Manipulação De Cápsulas Pelo Método Volumétrico

O método baseado na capacidade em relação ao peso da matéria-prima foi


realizado conforme as Boas Práticas de Manipulação em Farmácias Magistrais
(ANVISA, RDC 67/09).
1. Primeiramente, deve- se realizar a conferência das informações presentes
na ficha de pesagem, quanto ao lote, validade, fator de pureza, de todos os
materiais utilizados.
2. Todos os cálculos devem ser feitos para produção das capsulas. Sendo
assim, pesar a quantidade de AAS necessária para a produção das
cápsulas em uma proveta graduada.
3. Utilizar balança eletrônica de 500g, com sensibilidade de 0,001g.
4. Elevar a proveta a uma altura de 2 cm e solta-la, deixando-a bater na
bancada.
5. Determinar o tamanho da cápsula que comporta o volume de pó utilizado.
6. Completar a proveta com excipiente até o volume que corresponda ao
volume da cápsula.
7. Transferir todo o pó para um gral de porcelana e mistura-los com auxílio de
uma espátula, através de movimentos circulares durante 3 minutos.
8. Iniciar o procedimento de encapsulamento com encapsuladores manuais.
9. Montar o tabuleiro com as cores e tamanhos corretos das cápsulas.
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10. Distribuir o pó em movimentos de “vai-e-vem” até que todas as unidades


sejam preenchidas.
11. Elevar o tabuleiro (a uma altura não superior a 2 cm) e solta-lo, de modo a
deixa-lo bater na bancada.
12. Esse procedimento deve ser repetido até que todo pó do graal seja colocado
no tabuleiro e todas as cápsulas preenchidas.
13. Tampar, travar e limpar as cápsulas e acondiciona-las em frasco adequado.
14. Determinou-se o peso médio das unidades.
15. Analisar os resultados segundo Farmacopeia Brasileira.

2.4 Análise de Qualidade segundo a Farmacopeia Brasileira


Na Farmacopeia7 estão dispostos, entre outras coisas, os requisitos mínimos
de qualidade para os fármacos, insumos, drogas, vegetais, medicamentos e produtos
para a saúde. Ela apoia a as ações de regulação sanitária e induz ao desenvolvimento
científico e tecnológico nacional. Os procedimentos dessa pesquisa de qualidade para
o Ácido Acetil Salicílico são listados a seguir:
Contém, no mínimo, 99,5% e, no máximo, 101,0% de C9H8O4 , em relação à
substância dessecada.

DESCRIÇÃO
Características físico-químicas. Pó cristalino branco ou cristais incolores,
geralmente inodoro.
Ponto de fusão (5.2.2): funde em torno de 143 o C.
Solubilidade. Pouco solúvel em água, muito solúvel em etanol, solúvel em éter etílico.

IDENTIFICAÇÃO
O espectro de absorção no infravermelho (5.2.14) da amostra, dispersa em brometo
de potássio, apresenta máximos de absorção somente nos mesmos comprimentos de
onda e com as mesmas intensidades relativas daqueles observados no espectro de
ácido acetilsalicílico SQR, preparado de maneira idêntica. B.
1. Misturar pequena quantidade da amostra com água, aquecer por alguns minutos.
Resfriar.
2. Adicionar uma ou duas gotas de cloreto férrico SR. Desenvolve-se coloração
vermelho-violeta.
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3. Pesar 0,2 g da amostra. Adicionar 4 mL de hidróxido de sódio 2 M e ferver por 3


minutos. Resfriar.
4. Adicionar 5 mL de ácido sulfúrico. Produz-se precipitado cristalino.
5. Filtrar, lavar o precipitado com água e secar em estufa a 105 °C. O precipitado
apresenta faixa de fusão (5.2.2) entre 156 °C e 161 °C. D.
6. Aquecer o filtrado obtido no teste C. de Identificação com 2 mL de etanol e 2 mL de
ácido sulfúrico. Forma-se acetato de etila, de odor característico.

ENSAIOS DE PUREZA

Aspecto da solução. Dissolver 1 g da amostra em 9 mL de etanol. A solução é límpida


(5.2.25) e incolor (5.2.12).
Substâncias relacionadas. Proceder conforme Espectrofotometria de absorção no
visível (5.2.14).
1. Transferir 0,3 g da amostra para balão volumétrico de 100 mL e dissolver com 10
mL de hidróxido de tetrabutilamônio 0,1 M em etanol.
2. Após 10 minutos, adicionar 8 mL de ácido clorídrico 0,1 M, 20 mL de tetraborato
sódico a 1,9% (p/v) e homogeneizar.
3. Adicionar 2 mL de 4-aminoantipirina a 1% (p/v), agitando constantemente, e 2 mL
de ferrocianeto de potássio a 1% (p/v).
4. Após 2 minutos, diluir para 100 mL com água. Deixar em repouso por 20 minutos.
5. Medir a absorvância da solução resultante em 505 nm, em cubetas de 1 cm,
utilizando água para ajuste do zero. A absorvância não deve ser maior que 0,25.
Ácido salicílico.
1. Pesar, exatamente, 0,1 g da amostra, dissolver em 5 mL de etanol, adicionar 15 mL
de água gelada e uma ou dua gotas de cloreto férrico 0,5% (p/v).
2. Deixar em repouso por 1 minuto. Transferir para tubo de Nessler. Para o preparo
da solução padrão, dissolver 5 mg de ácido salicílico em 100 mL de etanol.
3. Transferir 1 mL desta solução para tubo de Nessler e adicionar uma ou duas gotas
de cloreto férrico 0,5% (p/v), 0,1 mL de ácido acético, 4 mL de etanol e 15 mL de água.
A cor da solução amostra não é mais intensa que a da solução padrão. No máximo
0,05% (500 ppm).
Metais pesados (5.3.2.3).
1. Dissolver 2 g da amostra em 25 mL de acetona e adicionar 1 mL de água.
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2. Adicionar 1,2 mL de tioacetamida SR e 2 mL de tampão acetato pH 3,5. Deixar em


repouso por 5 minutos. Qualquer coloração desenvolvida não é mais escura do que a
de um padrão preparado com 25 mL de acetona, 2 mL de Solução padrão de chumbo
(10 ppm Pb), 1,2 mL de tioacetamida SR e 2 mL de tampão acetato pH 3,5. No máximo
0,001% (10 ppm). Perda por dessecação (5.2.9).
3. Determinar em 1 g da amostra, em dessecador, à temperatura ambiente, sob
pressão reduzida, até peso constante. No máximo 0,5%. Cinzas sulfatadas (5.2.10).
Determinar em 1 g da amostra. No máximo 0,1%.

DOSEAMENTO
1. Pesar, exatamente, cerca de 1 g de amostra, transferir para erlenmeyer de 250 mL
com tampa e dissolver em 10 mL de etanol.
2. Adicionar 50 mL de hidróxido de sódio 0,5 M SV. Deixar em repouso por 1 hora.
2. Adicionar 0,2 mL de fenolftaleína SI como indicador e titular com ácido clorídrico
0,5 M SV.
3. Realizar ensaio em branco e efetuar as correções necessárias. Cada mL de
hidróxido de sódio 0,5 M SV equivale a 45,040 mg de C9 H8 O4.

2.5. Materiais

- Balança analítica; - Provetas de 10 mL, 25 mL e 100 mL;


- Bastão de vidro; - Suporte universal com garra;
- Erlenmeyer de 500 mL; - Termómetro;
- Espátula; - Trompa de vácuo;
- Frasco kitasato; - Vidro relógio;
- Funil de Büchner; - Gral de Porcelana;
- Papel de filtro; - Tabuleiro de Encapsulamento
- Pipeta de Pasteur; - Tubos de Ensaio
- Placa de aquecimento;

2.6. Reagentes

- Água destilada / H2O - Ácido Sulfúrico (H2SO4)


- Ácido Salicílico / C6H4COOHOH(s) - Cloreto Férrico
- Anidrido Acético – (CH3CO)2O(l) - Fenol
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- Glicerina - Acetato de Etila


- Etanol -Acetona

SÍNTESE DO PARACETAMOL

1. INTRODUÇÃO

Conforme Sebben et. al.3 2010, o paracetamol, também conhecido como


acetaminofeno, é uma analgésico e antitérmico derivado do p-aminofenol. Sendo,
atualmente, uns dos analgésicos mais utilizados, principalmente na pediatria, onde
substitui os salicilatos para evitar a síndrome de Reye. É um medicamento de
venda livre, comercializado em cápsulas, drágeas ou comprimidos de 500mg ou
1000mg cadae também em gotas ou solução, xarope, pó ou pastilhas, sozinho ou
em associações.
Quimicamente falando, Fischer e Ganelin4, 2010, mostram que a preparação
do paracetamol envolve o tratamento de uma amina com um anidrido ácido para
formar uma amida. Nesse caso, p aminofenol, a amina, é tratada com anidrido
acético para formar o paracetamol (p-acetamidofenol), a amida. De acordo a
equação química abaixo:
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Diante destes expostos, esse manual objetiva mostrar os passos e


metodologias empregadas para o preparo do paracetamol em laboratório.

2. METODOLOGIA

O paracetamol será produzido neste experimento através da reação de


acetilação, utilizando o anidrido acético como agente acilante, o preparo foi feito
sobre aquecimento. A maior impureza no produto final é o próprio paracetamol,
que pode estar presente devido a acetilação incompleta ou a partir da hidrólise do
produto durante o processo de isolamento. Este material é removido durante as
várias etapas de purificação. Em química, a Recristalização é uma técnica usada
para purificar substâncias sólidas que consiste, essencialmente, em dissolver o
composto, e as suas impurezas, num solvente apropriado, levando à posterior
precipitação do composto ou das impurezas, de forma a promover a sua
separação. Normalmente procede-se de forma a ser o composto desejado a
precipitar, sob a forma de cristais, os quais são depois filtrados e secos.
Fundamentalmente a cristalização baseia-se em dois factos: a diferença de
solubilidades, num determinado solvente, da substância a recuperar e as suas
impurezas; a variação de solubilidade dos solutos com a temperatura. Existem
várias técnicas de se purificar o composto.
Conforme Baptistella, Giacomini e Imamura5, 2003 e os passos
ilustrados na Figura 3, seguir os descritos abaixo:

1. Pesar 3,3 g de p-aminofenol e transferir para erlenmayer de 125ml.


2. Adicionar 9 mL de água destilada.
3. Adicionar 3,6mL de anidrido acético, sob agitação contínua.
4. Aquecer em banho-maria até completa dissolução do sólido.
5. Aguardar 10 minutos e resfriar a solução, colocando num banho de gelo
para precipitação do paracetamol.
6. Filtrar o produto num funil de Buchner (Figura 4).
7. Lavar com 5 mL de água gelada.
8. Será fornecido cerca de 2,97 g (65%) do produto cristalino de cor
levemente rosada.
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2.1 Fluxograma

Figura 3. Procedimento para Síntese do Paracetamol

Figura 4. Filtração a vácuo, com funil de Buchner


2.2. Purificação
Após a preparação do Paracetamol seguir os seguintes procedimentos para a
purificação da substancia:
1. O sólido formado irá se dissolver; após aproximadamente 10 minutos, esfriar e
filtrar a vácuo o derivado de acetila sólido, lavando com um pouco de água
destilada fria (aproximadamente 70 mL).
16

Figura 5. Filtração à vácuo

2. Recristalizar o material, aquecendo com uma porção de água destilada (50 mL)
até a dissolução do mesmo (não é necessário filtrar a quente) ; esperar esfriar
e filtrar a vácuo (Figura 5). Repetir a recristalização com mais 50 mL de água
destilada e deixar secar ao ar.

Figura 6. Aquecimento com água destilada para purificação e recristalização do


material

2.3. Manipulação De Cápsulas Pelo Método Volumétrico


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O método baseado na capacidade em relação ao peso da matéria-prima foi


realizado conforme as Boas Práticas de Manipulação em Farmácias Magistrais
(ANVISA, RDC 67/09).
16. Primeiramente, deve- se realizar a conferência das informações presentes
na ficha de pesagem, quanto ao lote, validade, fator de pureza, de todos os
materiais utilizados.
17. Todos os cálculos devem ser feitos para produção das capsulas. Sendo
assim, pesar a quantidade de AAS necessária para a produção das
cápsulas em uma proveta graduada.
18. Utilizar balança eletrônica de 500g, com sensibilidade de 0,001g.
19. Elevar a proveta a uma altura de 2 cm e solta-la, deixando-a bater na
bancada.
20. Determinar o tamanho da cápsula que comporta o volume de pó utilizado.
21. Completar a proveta com excipiente até o volume que corresponda ao
volume da cápsula.
22. Transferir todo o pó para um gral de porcelana e mistura-los com auxílio de
uma espátula, através de movimentos circulares durante 3 minutos.
23. Iniciar o procedimento de encapsulamento com encapsuladores manuais.
24. Montar o tabuleiro com as cores e tamanhos corretos das cápsulas.
25. Distribuir o pó em movimentos de “vai-e-vem” até que todas as unidades
sejam preenchidas.
26. Elevar o tabuleiro (a uma altura não superior a 2 cm) e solta-lo, de modo a
deixa-lo bater na bancada.
27. Esse procedimento deve ser repetido até que todo pó do graal seja colocado
no tabuleiro e todas as cápsulas preenchidas.
28. Tampar, travar e limpar as cápsulas e acondiciona-las em frasco adequado.
29. Determinou-se o peso médio das unidades.
Analisar os resultados segundo Farmacopeia Brasileira.

2.4 Análise de Qualidade segundo a Farmacopeia Brasileira


Na Farmacopeia8 estão dispostos, entre outras coisas, os requisitos mínimos
de qualidade para os fármacos, insumos, drogas, vegetais, medicamentos e produtos
para a saúde. Ela apoia a as ações de regulação sanitária e induz ao desenvolvimento
18

científico e tecnológico nacional. Os procedimentos dessa pesquisa de qualidade para


o Paracetamol são listados a seguir:
Contém, no mínimo, 98,0% e, no máximo, 101,0% de C8 H9 NO2 , em relação à
substância anidra.

DESCRIÇÃO
Características físicas. Pó cristalino branco, inodoro, com leve sabor amargo.
Solubilidade. Ligeiramente solúvel em água, solúvel em água fervente, facilmente
solúvel em etanol, praticamente insolúvel em clorofórmio e éter etílico. Solúvel em
hidróxido de sódio M. Constantes físico-químicas. Faixa de fusão (5.2.2): 168 °C a
172 °C.

IDENTIFICAÇÃO
O teste de identificação B. pode ser omitido se forem realizados os testes A. e C. O
teste de identificação A. pode ser omitido se forem realizados os testes B. e C. A. O
espectro de absorção no infravermelho (5.2.14) da amostra, previamente dessecada,
dispersa em brometo de potássio, apresenta máximos de absorção somente nos
mesmos comprimentos de onda e com as mesmas intensidades relativas daqueles
observados no espectro de paracetamol SQR, preparado de maneira idêntica. B. O
espectro de absorção no ultravioleta (5.2.14), na faixa de 200 nm a 400 nm, de solução
da amostra a 0,0005% (p/v) em mistura de ácido clorídrico 0,1 M e metanol (1:100),
exibe máximos e mínimos somente nos mesmos comprimentos de onda de solução
similar de paracetamol SQR. C. A 10 mL de uma solução a 1% (p/v) da amostra,
adicionar uma gota de cloreto férrico SR. Desenvolve-se coloração azul-violácea.

ENSAIOS DE PUREZA
pH (5.2.19). 5,3 a 6,5. Determinar na solução saturada.
Aminofenol livre. Dissolver 0,5 g da amostra numa mistura de metanol e água (1:1)
e completar o volume para 10 mL com a mesma mistura de solventes. Preparar10 mL
de solução padrão a partir de 0,5 g de paracetamol SQR, isento de 4-aminofenol, e
0,5 mL de solução de 4-aminofenol a 0,005% (p/v), na mesma mistura de solventes.
Adicionar, simultaneamente, à solução amostra e à solução padrão, 0,2 mL de solução
de carbonato de sódio anidro a 1% (p/v), recentemente preparada. Homogeneizar e
deixar em repouso durante 30 minutos. A coloração azul desenvolvida na solução
19

amostra não é mais intensa que a solução padrão. Cloroacetanilida. Proceder


conforme descrito em Cromatografia em camada delgada (5.2.17.1). Preparar a fase
estacionária dissolvendo 8 mg de acetato de sódio em 50 mL de água, adicionando,
em seguida, 20 g de sílica-gel GF254. Preparar placas com 0,5 mm de espessura.
Utilizar como fase móvel mistura de clorofórmio, benzeno e acetona (65:10:25).
Aplicar, separadamente, à placa, 100 µL da Solução (1) e 20 µL da Solução (2),
descritas a seguir
Solução (1): transferir 1 g da amostra para um tubo de centrífuga de 15 mL com
tampa, adicionar 5 mL de éter etílico, agitar mecanicamente, por 30 minutos, e
centrifugar a 1000 rpm, por 15 minutos ou até obter separação nítida.
Solução (2): solução de p-cloroacetanilida a 10 µg/mL em etanol. Desenvolver o
cromatograma em sistema aberto até a fase móvel atingir, pelo menos, 12 cm da
origem. Remover a placa, deixar secar ao ar e manter, por 30 minutos, sob luz
ultravioleta (254 nm) a uma distância de 4 cm. Localizar as manchas sob luz
ultravioleta de 365 nm. Qualquer mancha fluorescente azul produzida pela Solução
(1), com Rf entre 0,5 e 0,6, não é maior ou mais intensa que aquela produzida pela
Solução (2). No máximo 0,001%.
Substâncias facilmente carbonizáveis. Dissolver 0,5 g da amostra em 5 mL de
ácido sulfúrico. A coloração da solução obtida não é mais intensa que a da Solução
padrão de cor SC A (5.2.12). Cloretos (5.3.2.1). Agitar 1 g da amostra com 25 mL de
água, filtrar e adicionar 1 mL de ácido nítrico 2 M. No máximo 0,014% (140 ppm).
Sulfatos (5.3.2.2). Agitar 1 g da amostra com 25 mL de água, filtrar quantitativamente
para tubo de Nessler. No máximo 0,02% (200 ppm).
Sulfetos. Pesar cerca de 2,5 g da amostra em béquer de 50 mL. Adicionar 5 mL de
etanol e 1 mL de ácido clorídrico. Umedecer, com água, um papel de filtro impregnado
com acetato de chumbo e colocar sobre vidro de relógio. Cobrir o béquer com o vidro
de relógio de tal forma que uma das pontas do papel fique na abertura do frasco.
Aquecer em chapa elétrica até ebulição. Nenhuma mancha ou coloração aparece no
papel com acetato de chumbo.
Metais pesados (5.3.2.3). Dissolver 1 g da amostra em mistura de acetona e água
(85:15) e diluir para 20 mL com a mesma mistura de solventes. Transferir 12 mL da
solução obtida para tubo de Nessler e proceder conforme descrito no Método III. No
máximo 0,002% (20 ppm).
Água (5.2.20.1). No máximo 0,5%. Cinzas sulfatadas (5.2.10). No máximo 0,1%.
20

DOSEAMENTO
Proceder conforme descrito em Espectrofotometria de absorção no ultravioleta
(5.2.14). Pesar, exatamente, cerca de 0,15 g de amostra, dissolver em 50 mL de
hidróxido de sódio 0,1 M, adicionar 100 mL de água, agitar mecanicamente por 15
minutos e adicionar água suficiente para 200 mL. Homogeneizar e filtrar. Diluir 10 mL
do filtrado para 100 mL com água. Transferir 10 mL da solução resultante para balão
volumétrico de 100 mL, adicionar 10 mL de hidróxido de sódio 0,1 M e completar o
volume com água. Preparar a solução padrão na mesma concentração, utilizando
hidróxido de sódio 0,01 M como solvente. Medir as absorvâncias das soluções
resultantes em 257 nm, utilizando hidróxido de sódio 0,01 M para ajuste do zero.
Calcular o teor de C8 H9 NO2 na amostra a partir das leituras obtidas.
Alternativamente, realizar os cálculos considerando A(1%, 1 cm) = 715, em 257 nm

2.5. Materiais

- Balança analítica; - Pipeta de Pasteur;


- Bastão de vidro; - Placa de aquecimento;
- Kitasato; - Provetas de 10 mL, 25 mL e 100 mL;
- Erlenmeyer de 125 mL; - Suporte universal com garra;
- Espátula; - Termómetro;
- Funil de Büchner; - Trompa de vácuo;
- Papel de filtro; - Vidro relógio.
- Encapsulador;
- Gral de Porcelana;

2.6. Reagentes
- Água destilada / H2O
- p-aminofenol /C6H7NO
- Anidrido Acético – (CH3CO)2O(l)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
21

[1]
MENEGATTI, Ricardo; FRAGA, Carlos Alberto Manssour e BARREIRO, J. A
importância da Síntese de Fármacos. Cadernos Temáticos de Química Nova na
Escola. N° 3 – Maio 2001. Disponível em:
<http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/03/sintese.pdff>. Acesso em 24 de março
de 2018.
[2]
PINTO, Pedro. Síntese do Ácido Acetilsalicílico. Escola Secundária do Padre
António Martins Oliveira de Lagoa - Técnicas Laboratoriais de Química, 2004.
Disponivel em: < http://pedropinto.com/files/secondary/tlq/tlqII_relatorio5.pdf>.
Acesso em: 24 de março de 2018.
[3]
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para quantificação sérica de paracetamol. Jornal Brasileiro de Patologia e
medicina Laboratorial, vol. 46, N. 2, p. 143-148, abril, 2010. Disponível em:
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[4]
FISCHER, J; GANELLIN, C. R. Analogue-based drug discovery II. Wiley-VCH,
2010. Disponível em:
<http://courses.chem.psu.edu/chem36/Chem36H/IndivExpt1/461%20Acetaminophen
.pdf>.Acesso em: 24 de março de 18.
[5]
BAPTISTELLA, L.H.B.; GIACOMINI, R. A.; IMAMURA, P.M. Síntese dos
analgésicos paracetamol e fenacetina e do adoçante dulcina: um projeto para
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Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/qn/v26n2/15003.pdf>. Acesso em: 25 de
março de 18.
[6]
BRASIL. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC Nº 67, DE 8 DE OUTUBRO DE
2007. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/RDC_67_2007.pdf/b2405915
-a2b5-40fe-bf03-b106acbdcf32>. Acesso em: 03 de abril de 2018.
[7]
BRASIL. Farmacopeia Brasileira., volume 2 / Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Brasília: Anvisa, 2010. Ácido Acetilsalicílico p. 20-21. Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/cd_farmacopeia/pdf/farmacopeia_volume_2_2803.p
df . Acesso em: 03 de abril de 2018.
[8]
BRASIL. Farmacopeia Brasileira., volume 2 / Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Brasília: Anvisa, 2010. Paracetamol p. 1189-1190. Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/cd_farmacopeia/pdf/farmacopeia_volume_2_2803.p
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