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Uma Publicação Instituto Ana Paula Pujol Ltda ME.

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Sumário
Introdução 04
Função renal e hepática 11
Hiperglicemia e hipercolesterolemia 38
Alergias e Intolerâncias Alimentares 59
Hormonais e tireoidianos 74
Avaliação Hematológica 108
Elementos nutricionais no sangue 122
3

Sobre autores
CONTEÚDO REVISÃO CONTEÚDO

Mariane Caroline Meurer Ana Paula Pujol


Nutricionista
Nutricionista

DESIGN

Jessica Rossignol Gabriela Dors Wilke Rocha


Jornalista Nutricionista
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Introdução
5

Introdução
Objetivos dos exames laboratoriais:

 Medir estado nutricional;


 Diagnosticar alterações leves e iniciais;
 Identificar carências e excessos nutricionais;
 Intervir através da dieta.

A solicitação de exames laboratoriais faz parte da


prática clínica do nutricionista e está prevista pela
Lei Federal 8234/91 em seu artigo 4º, Resolução
CFN nº 306/03, Resolução CFN nº 380/05 e
Resolução CFN nº 417/08.
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Introdução

A resolução do CFN N° 306/2003 coloca em seu Art. 1º. Que


compete ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais
necessários à avaliação, à prescrição e à evolução nutricional do
cliente-paciente e, Art. 2º. O nutricionista, ao solicitar exames
laboratoriais, deve avaliar adequadamente os critérios técnicos
e científicos de sua conduta, estando ciente de sua
responsabilidade frente aos questionamentos técnicos
decorrentes.
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Introdução
Segundo o Parecer técnico CRN-3 Nº 03/2014 os exames laboratoriais de
hematologia e bioquímica clínica de interesse para o diagnóstico nutricional e
acompanhamento da evolução do paciente, podem ser:

Exames laboratoriais utilizados em avaliação nutricional


Hemograma completo, proteínas totais, proteína ligadora de retinol, índice de
creatinina-altura (ICA).

Exames bioquímicos para avaliação e acompanhamento


de doenças cardiovasculares
Triglicérides, colesterol total, HDL, LDL, VLDL.
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Introdução
Exames utilizados para acompanhamento de doenças
endócrinas
Glicemia, teste oral de tolerância à glicose, insulina, peptídeo C, hemoglobina glicada.

Exames para avaliação da tireoide


Tiroxina (total e livre), triiodotironina, globulina ligadora de tiroxina (TGB), hormônio
estimulador da tireóide (TSH).

Exames utilizados para acompanhamento de doenças


renais
Gasometria, ureia, creatinina, sódio, cálcio (total e iônico), potássio sérico, fósforo
sérico, magnésio sérico, ácido úrico, oxalato, citrato, proteína.
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Introdução
Exames laboratoriais para acompanhamento de doenças
hepáticas
Alanina aminotransferase (ALT); aspartato aminotransferase (AST), gama
glutamiltransferase (GGT), bilirrubina.

Exames laboratoriais para acompanhamento de anemia


Ferro, transferrina, ferritina, capacidade total de ligação do ferro.

Acompanhamento laboratorial de carências específicas


advindas de cirurgia bariátrica
Vitamina B12, ácido fólico, cálcio total e ferro.

O nutricionista deve considerar os diagnósticos, laudos e pareceres e, sempre que


pertinente, definir outros exames laboratoriais com os demais integrantes da equipe.
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Introdução
A interpretação dos exames
laboratoriais deve ser considerada
juntamente com outros indicadores
diretos e indiretos para obtenção da
avaliação nutricional.

Confira nas próximas páginas alguns


dos principais exames laboratoriais
para a prática nutricional, seus valores
de referência e possíveis
interpretações.
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Função renal e hepática


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Ácido úrico sérico


Valores de referência:

3,6 a 7,7 mg/dL 2,5 a 6,8 mg/dL

Masculino Feminino

Possíveis interpretações:

Nos adultos há correlação de ácido úrico com os níveis séricos de ureia


e creatinina, superfície corporal, pressão arterial, e ingestão de álcool.
Pode estar elevado em até 80% dos pacientes com hipertrigliciridemia
e na resistência insulínica.
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Ácido úrico sérico


Possíveis interpretações:

Alto: em processos de aumento de síntese de nucleoproteínas,


catabolismo, ou diminuição na excreção do ácido úrico renal; gota,
insuficiência renal, acidose láctica e diabética, toxemia da gravidez,
aumento de risco cardiovascular.

Baixo: síndrome da secreção inapropriada do hormônio


diurético, deficiência da enzima xantina oxidase, síndrome de
Fanconi, doença de Wilson, doenças neoplásicas causadoras de
aumento de excreção renal, doença hepática severa.
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Creatinina
Valores de referência:

Adulto: 0,60 a 1,30 mg/dL


Criança 0 a 1 semana: 0,60 a 1,30 mg/dL
Criança 1 a 6 meses: 0,40 a 0,60 mg/dL
Criança 1 a 18 anos: 0,40 a 0,90 mg/dL
*Equação de Cockcroft-Gault1 para cálculo eRFG
eRFG = Cálculo recomendado pela National Kidney
eRFG Normal: > 60 mL/min/1.73 m²
eRFG em Doença Renal Crônica: < 60 mL/min/1,73 m²
Insuficiência Renal: < 15 mL/min/1,73 m²
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Creatinina
Possíveis interpretações:

Alto: diminuição da função renal (é necessária a perda da função renal em


pelo menos 50% para que ocorra elevação dos níveis de creatinina),
obstrução do trato urinário, diminuição do aporte sanguíneo renal,
desidratação e choque, intoxicação com metanol, doenças musculares.

Baixo: massa muscular diminuída,


debilitação, gravidez.

Interferentes:
Consumo de carne torrada em grandes quantidades, exercícios físicos intensos não
habituais, uso de medicamentos nefrotóxicos ou que alterem a excreção da creatinina
no nível glomerular.
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Creatinina
Possíveis interpretações:

Interferentes:
Consumo de carne torrada em grandes quantidades,
exercícios físicos intensos não habituais, uso de
medicamentos nefrotóxicos ou que alterem a excreção da
creatinina no nível glomerular.
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Creatinina Urinária - 24h


Crianças:
Valores de referência:
3 a 8 anos: 0,11 a 0,68 g/24h;
9 a 12 anos: 0,17 a 1,41 g/24h;
13 a 17 anos: 0,29 a 1,87 g/24h.
Adultos:
0,63 a 2,50 g/24h.

Possíveis interpretações:

• A creatinina urinária pode aumentar com dietas hiperproteicas e exercício intenso.


• Utilizada para diagnóstico e monitoramento das disfunções tubulares proximais.
• Urinas muito acidificadas podem gerar interferência negativa, aumentam a conversão
de creatinina em creatina pela presença de bactérias urinárias produtoras de
creatinase que podem degradar a creatinina.

Algumas medicações que atuam como interferentes são: cefalosporinas, ácido


ascórbico, levodopa, cimetidina, espironolactona, trimetropin e probenecide,
entre outras.
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Ferritina
Valores de referência:
Criança Menino:
RN: 25,0 a 250,0 25,0 a 250,0 ng/mL
1 a 6 meses: 6,0 a 410,0 6,0 a 340,0 ng/mL
7 a 12 meses: 6,0 a 80,0 6,0 a 45,0 ng/mL
1 a 5 anos: 6,0 a 60,0 6,0 a 60,0 ng/mL
6 a 19 anos: 6,0 a 320,0 6,0 a 70,0 ng/mL
Criança Menina:
Adultos: RN: 25,0 a 250,0 25,0 a 250,0 ng/mL
Homem: 30,0 a 323,0 ng/mL 1 a 6 meses: 6,0 a 410,0 6,0 a 340,0 ng/mL
7 a 12meses: 6,0 a 80,0 6,0 a 45,0 ng/mL
1 a 5 anos: 6,0 a 60,0 6,0 a 60,0 ng/mL
6 a 19 anos: 6,0 a 320,0 6,0 a 70,0 ng/mL

Adultos:
Mulher: 12,0 a 150,0 ng/mL
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Ferritina
Exame utilizado na avaliação da reserva de ferro por apresentar boa correlação com os
depósitos teciduais de ferro. Cada mg/L de ferritina representa cerca de 8 a 10 mg de
ferro armazenado. Tem variação biológica intra-individual próxima a 15%.

Indicações:
Avaliação da reserva de ferro em anemias.

Possíveis interpretações:

Quando baixa, é um importante indicador de depleção de ferro, mas


aumenta na doença inflamatória crônica, de modo que pode estar normal
quando a deficiência de ferro coexiste com estas.
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Ferritina Glicosilada
Valores de referência: De 50% a 80%

Possíveis interpretações:

Na maioria das doenças inflamatórias, estão entre


20 e 50%, e nos pacientes com Doença de Still do
Adulto (DSA), menores que 20%.

Valores de fração de ferritina glicosilada inferiores a


20% associado com uma ferritina total cinco vezes
maior que o limite superior do normal tem uma
sensibilidade de 43% e uma especificidade de 93%
para o diagnóstico de DSA.
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Gama GT
Valores de referência: Até 60 U/L Até 43 U/L

Masculino Feminino

É uma enzima originada principalmente do


sistema hepatobiliar, com a função de
transferir o ácido glutâmico através das
membranas celulares.

Indicações: Confirmação de origem hepática


quando fosfatase alcalina (FA) elevada;
colestase; pós transplante hepático;
neoplasias; alcoolismo, sobretudo crônico.
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Gama GT
Possíveis interpretações:

Alto: colestase intrahepática, doença crônica alcoólica (relação GGT/FA > 2,5 a
5,0), obstrução biliar extra hepática, atresia biliar, cirrose, cirrose biliar
primária, hepatites, hepatoma, carcinoma metastático de fígado, lúpus
eritematoso sistêmico hipertireoidismo, uso de drogas como
anticonvulsivantes (Ex: fenitoína,fenobarbital e ácido valpróico), barbitúricos,
anticoagulantes, alguns antimicrobianos, benzodiazepínicos, antidepressivos
tricíclicos e acetaminofen, rejeição aguda ao transplante hepático (mais
sensível e prococe do que a FA) e pancreatite aguda, entre outras doenças.
Pode estar aumentada na ingestão aguda de álcool.

Nas doenças hepáticas obstrutivas os níveis de GGT estão de 5 a 50 vezes


acima do normal. Já nas hepatites infecciosas o aumento é mais discreto. É útil
no acompanhamento destas últimas, pois é a última enzima hepática a
normalizar. Nas hepatites crônicas o aumento é mais pronunciado do que nas
agudas.
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Gama GT

Possíveis interpretações:

Baixo:
Hipotireoidismo;
A diminuição dos níveis de GGT em pacientes com carcinoma denota
resposta ao tratamento.
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TGO
Valores de referência: Até 40,0 U/L

A Transaminase glutamato oxaloacética (TGO) ou aspartato transaminase (AST) é uma


enzima que catalisa a interconversão de aminoácidos e alfacetoácidos. Está presente em
vários tecidos, mas atividades maiores são observadas no fígado, coração e músculo
estriado e, mínimas, no rim e no pâncreas. Está presente no citoplasma e nas
mitocôndrias e, portanto, sua elevação indica comprometimento celular.

Indicações:
Dosagens seriadas de TGO são úteis no acompanhamento da evolução de
uma afecção hepatobiliar, especialmente quando existe necrose das células
hepáticas. Nas hepatopatias alcoólicas, na cirrose ativa, nas obstruções
extrahepáticas e nas lesões hepáticas metastáticas a TGO é um marcador
mais sensível que a transaminase glutâmico pirúvica (TGP).
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TGO
Alto: pequenas elevações são observadas durante a gravidez.
Aumenta de forma significativa na necrose hepática, anemias
hemolíticas, pancreatite aguda, cirrose hepática, hepatites,
icterícia obstrutiva, mononucleose, hipotireoidismo, trauma
e infarto cerebral, dermatomiosites, queimaduras severas,
distrofias musculares, lesões da musculatura esquelética,
cateterismo e angioplastia cardíaca.

Inúmeras drogas comumente usadas podem elevar os níveis de


AST (isoniazida, eritromicina, progesterona e esteroides
anabólicos, entre outras), o que a torna útil na monitoração de
terapias com substâncias hepatotóxicas.
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TGO
Possíveis interpretações:

Nas formas graves de hepatites virais podem ser


encontrados níveis séricos de TGO de 1.000 a 3.000 UI/L e
naquelas com lesões menos graves os níveis estão entre
500 e 1000 UI/L.

Nas hepatopatias crônicas e nas lesões focais observa-se níveis


de 50 a 200 UI/L. Nessas situações, geralmente os níveis de TGP
são maiores que os de TGO e os casos nos quais os níveis de
TGO são mais elevados do que os de TGP são de pior
prognóstico.
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TGO
Possíveis interpretações:

Baixo: na colestase intra e extrahepática sem


necrose hepatocelular os níveis de TGO não se
elevam muito, raramente excedendo 300 UI/L.

Alto: na hepatite alcoólica os valores de TGO geralmente são


inferiores a 300 UI/L, mas se elevam bastante nas situações de
uso concomitante de álcool e acetaminofen, sendo superiores
aos níveis de TGP. As lesões hepáticas por metástases hepáticas,
hepatomas, lesões por tetracloreto de carbono, hemocromatose
também cursam com elevação da TGO.
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TGO
Possíveis interpretações:

Alto: a colecistite algumas vezes pode cursar com aumento de


TGO e aumentos de 1,8 vezes são observados 24 horas após
colecistectomia por laparoscopia em 73% dos pacientes.

Também se eleva nos casos de congestão hepática por insuficiência cardíaca.

No infarto agudo do miocárdio (IAM) os níveis de TGO começam a subir de 6 a 8


horas após o aparecimento da dor, com pico entre 24 e 48 horas e normalizam
entre o terceiro e sétimo dias, sendo seus níveis maiores que os de TGP. Os níveis de
TGO guardam relação com a gravidade da lesão miocárdica e níveis superiores a 400
a 500 UI/L são observados em casos de IAM que evoluem para óbito.
Nos quadros de pericardite, miocardite e no pós operatório de cirurgias cardíacas
também se observa elevação dos níveis de TGO.
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TGO
Possíveis interpretações:

Alto: os níveis de TGO também podem estar elevados na síndrome


de Reye, mononucleose, citomegalia, traumas cardíaco ou da
musculatura esquelética, exercícios intensos, queimaduras graves,
infecções, infarto e embolia pulmonar, pancreatite, tumores, choque,
hipotireoidismo, anemias hemolíticas, obstrução intestinal, acidose
lática, hipertermia maligna, febre tifóide, talassemia maior, doença
de Von Gierke, choque tóxico, doenças do sistema nervoso central,
infarto cerebral, hemorragias, pancreatite, infarto renal, hemofilia,
obesidade e desnutrição. Grandes cirurgias podem aumentar os
níveis de TGO em 50%.

Baixo: níveis baixos de TGO são observados na uremia,


na deficiência de vitamina B6 e na cetoacidose.
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TGP
Valores de referência: Até 41,0 U/L Até 31,0 U/L

Masculino Feminino

A Transaminase Glutâmico Pirúvica (TGP) ou alanina-aminotrasnferase (ALT) é uma enzima


intracelular presente em grandes quantidades no fígado e no rim e em pequenas
quantidades na musculatura esquelética, coração e pâncreas. É uma enzima intracelular
citoplasmática que catalisa a interconversão de aminoácidos e alfacetoácidos.

Quantidades mínimas são observadas na pele, no baço e no pulmão.


Sua atividade nas hemácias é seis vezes maior que no plasma. Sua origem é
citoplasmática e, desta forma, eleva-se rapidamente após a lesão hepática sendo,
portanto, um marcador sensível da função hepática.
É um marcador mais específico para a lesão hepática que a TGO. Como teste de função
hepática, a alanina-aminotrasnferase (ALT) é mais sensível para detecção de danos do
hepatócito do que para a obstrução biliar, considerada um excelente marcador
hepatocelular.
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TGP

Indicações:
Dosagens repetidas de TGP são úteis no acompanhamento da evolução de
uma doença hepatobiliar, especialmente quando existe necrose das células
hepáticas. Também pode estar relacionada a lesões em outros órgãos, como
rins, musculatura esquelética, coração e pâncreas.
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TGP
Possíveis interpretações:

Alto: encontram-se níveis elevados na hepatite infecciosa


e tóxica, doença pancreática, mononucleose, cirrose,
icterícia obstrutiva e carcinoma metastático.

Em pacientes com infarto do miocárdio, a ALT


geralmente está normal ou ligeiramente
elevada. Entretanto, insuficiência cardíaca ou
choque com necrose hepática concomitante
pode fazer subir seus níveis.
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TGP
Alto: nas formas graves de hepatites virais podem ser
encontrados níveis séricos de 1.000 a 3.000 UI/L e em lesões
menos graves os níveis estão entre 500 e 1000 UI/L.

Níveis de TGP persistentemente altos nos


quadros agudos sugerem a evolução para
cronicidade. Nas hepatopatias crônicas menos
graves e nas lesões focais observam-se níveis
de 50 a 200 UI/L.

Nas lesões hepáticas secundárias


a choque, insuficiência cardíaca, Aumentos de 2,2 vezes são observados
asfixia e trauma também se 24 horas após colecistectomia por
observa elevação dos níveis de laparoscopia em 82% dos pacientes.
TGP.
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TGP
Possíveis interpretações:

Alto: na colestase intra e extrahepática sem necrose


hepatocelular os níveis de TGP não se elevam muito,
raramente excedendo 300 UI/L.

Aumentos menores são observados na cirrose, icterícia colestática e


tumores hepáticos. A lesão hepática pelo acetaminofen é
potencializada pela ingestão de álcool. Outras situações clínicas que
cursam com aumento dos níveis de TGP incluem mononucleose,
citomegalia, infarto do miocárdio extenso, miocardite, miosite, pré
eclâmpsia, trauma muscular, rabdomiólise, polimiosite,
dermatomiosite, alcoolismo crônico, filariose, queimaduras extensas,
pancreatite grave e síndrome de Reye.
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Ureia sérica
Valores de referência: 10 a 40mg/dL

Possíveis interpretações:

Alto: aumento da ingestão proteica, catabolismo


proteico aumentado, estresse (trauma, infecções),
hemorragia digestiva, infarto agudo do miocárdio,
insuficiência renal crônica, neoplasias, nutrição
aprenteral, pericardite primária, úlcera gástrica.

Baixo: acromegalia, desnutrição, dieta probre em


proteínas, doença celíaca e distúrbios disabsortivos,
gestação, hiper-hidratação, insuficiência hepática,
síndrome da secreção inapropriada de hormônio
antidiurético (SIADH), síndrome nefrótica (em alguns
pacientes), situações de maior consumo proteico.
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PC reativa ultrasensível
Valores de referência: Risco Doença Cardiovascular
Risco baixo: < 0,10 mg/dL
Risco médio: 0,10 a 0,30 mg/dL
Risco alto : > 0,30 mg/dL
(Recomendação CDC/AHA 2003)
Myers G, Kimberly M. C reactive protein. Progress toward
standardizing measurement for cardiovascular Disease Risk
(Clinical Lab. News, october 2004).
Prova inflamatoria
Normal: < 0,50 mg/dL
RN - Cordão Umbilical: < 0,06 mg/dL
Do 4° dia a 1 mês de vida : < 0,16 mg/dL
Limite de detecção da técnica: 0,01 mg/dL
Obs.: Para conversão do valor obtido para Unidades
Internacionais (mg/L), multiplicar esse resultado pelo fator 10.
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PC reativa ultrasensível
Possíveis interpretações:

Utilizada como marcador de fase aguda de processos infecciosos ou inflamatórios;


seguimento terapêutico das doenças reumáticas em geral. Fator de risco isolado de
risco coronariano.

A concentração plasmática aumenta em doenças do colágeno,


neoplasias, pós-operatório, infarto do miocárdio e em doenças
infecciosas agudas (pielonefrite aguda) e crônicas. Na febre reumática,
o seu reaparecimento pode sugerir regularização do processo; nas
vasculites sistêmicas, pode servir de parâmetro para
acompanhamento do tratamento. Estudos prospectivos tem
demonstrado que a proteína C reativa (PCR) pode ser usada para
predizer o futuro evento cardiovascular. Métodos com alta
sensibilidade são usados para este propósito. Concentrações
aumentadas de PCR precedem em anos, antecipando o primeiro
evento coronariano ou cerebral em indivíduos de alto risco.
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Hiperglicemia e
hipercolesterolemia
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Apolipoproteína A1
Valores de referência:

79,0 a 169,0 mg/dL 76,0 a 214,0 mg/dL

Masculino Feminino

Indicação:
Útil na avaliação do risco de doença arterial coronariana Interpretação.
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Apolipoproteína A1

É o maior componente proteico do colesterol HDL e o agente responsável pela ativação


da lecitina-colesterol-aciltransferase, que catalisa a esterificação do colesterol.

Essa esterificação no HDL permite uma maior concentração de colesterol no interior


desta lipoproteína e com isso uma maior remoção do colesterol livre dos tecidos extra-
hepáticos para o fígado.

Embora ainda incerto, existem evidências de que o sítio de síntese da Apo-A seja o
fígado, o intestino ou ambos. Também está definido que a elevação do colesterol HDL
diminui o risco de doença arterial aterosclerótica (DARC).
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Apolipoproteína A1
Possíveis interpretações:

Ausência das apoproteínas são raras, mas podem ocorrer como na deficiência de
ApoA-1, na doença de Tangier, na abetalipoproteinemia ou hipobetalipoproteinemia
familiar.

Os níveis de ApoA se correlacionam


inversamente com o risco de doença arterial
coronariana.
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Colesterol HDL
Valores de referência:

02 a 10 anos: > ou = a 40,0 mg/dL


10 a 19 anos: > ou = a 35,0 mg/dL
> 19 anos: > ou = a 40,0 mg/dL

55 mg/dL para homens e 45 mg/dL para mulheres


são considerados ponto de corte para risco
cardíaco.
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Colesterol HDL
Possíveis interpretações:

Alto: manutenção periódica de exercícios físicos;


Uso moderado de álcool (em especial vinho e
substâncias contendo antioxidantes);
Tratamento de insulina, terapia de reposição
hormonal em mulheres;
Dislipidemias.

Baixo: estresse, obesidade, sedentarismo,


história familiar, tabagismo, diabetes
mellitus, hipo e hipertireoidismo, doença
hepática, nefrose, uremia.
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Colesterol LDL
Valores de referência:
2 a 19 anos:
Desejável: < 110,0 mg/dL
Limítrofe: 110,0 a 129,0 mg/dL
Elevado: > 129,0 mg/dL

> 19 anos:
Ótimo: < 100,0 mg/dL
Desejável: 100,0 a 129,0 mg/dL
Limítrofe: 130,0 a 159,0 mg/dL
Alto: 160,0 a 189,0 mg/dL
Muito alto: > 189,0 mg/dL
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Colesterol LDL
Possíveis interpretações:

Alto: risco de doença cardíaca coronariana, hipercolesterolemia


familiar, hiperlipidemia familiar combinada, diabetes mellitus,
hipotireoidismo, síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica, dieta
hiperlipídica, gravidez, uso de medicamentos (esteroides anabolizantes,
beta-bloqueadores anti-hipertensivos, progestina, carbamazepina,
entre outros).

Baixo: doença crônica, abetalipoproteinemia,


uso de estrogênios.
46

Colesterol Total
Valores de referência: 02 a 19 anos:
Desejável: < 170,0 mg/dL
Limítrofe: 170,0 a 199,0 mgd/L
Elevado: > 199,0 mg/dL

> 19 anos:
Desejável: < 200,0 mg/dL
Limítrofe: 200,0 a 239,0 mg/dL
Elevado: > 239,0 mg/dL
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Colesterol Total
Possíveis interpretações:

Alto: hipercolesterolemia idiopática; Hiperlipoproteinemias;


Estados obstrutivos biliares, hipotireoidismo (fator importante,
especialmente em mulheres de meia idade em diante), doença
pancreática, gravidez, uso de medicamentos (esteróides,
hormônios, diuréticos, etc).

Baixo: dano hepático, hipertireoidismo, desnutrição, anemias


crônicas, terapia com cortisona ou ACTH e medicamentos
(tetraciclina, inibidores da MAO, androgênios,
cloropropramida, climifeno, azatioprina, estrogênios orais,
agentes hipocolesterolemiantes como lovastatinas,
simvastatinas e similares).
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Triglicerídeos
Valores de referência:

02 a 9 anos:
Até 100,0 mg/dL

10 a 19 anos:
Até 130,0 mg/dL

> 19 anos:
Ótimo: < 150,0 mg/dL
Limítrofe: 150,0 a 199,0 mg/dL
Alto: 200,0 a 499,0 mg/dL
Muito Alto: > 499,0 mg/dL
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Triglicerídeos
Possíveis interpretações:

Alto: dislipidemias, doenças hepáticas, xantomas, pancreatites, síndrome nefrótica,


doenças de estocagem, hipotireoidismo, diabetes mellitus, alcoolismo, gota, gravidez,
doenças agudas, uso de certos medicamentos (contraceptivos orais, estrogênios em
altas dosagens, betabloqueadores, hidroclorotiazida, esteroides anabolizantes,
corticosteroides). Certos valores estão associados a algumas condições (até 250, não
associado a nenhum estado patológico; 250-500, associado à doença vascular
periférica; superior a 500, associado a risco de pancreatites; superior a 1000, associado
a hiperlipidemias, especialmente tipo I e V, risco de pancreatites; superior a 5000,
associado a xantoma eruptivo, arco corneal, lipemia retinal e hepatoesplenomegalia).
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Triglicerídeos
Possíveis interpretações:

Baixo: abetalipoproteinemias, desnutrição, alteração em hábitos


dietéticos recentes (especialmente regimes), perda de peso recente,
exercício vigoroso e uso de medicamentos (bloqueadores de receptores
alfa-1). Hipertrigliceridemia está associada com o uso de diuréticos
(tiazidicos) e beta adrenérgicos.
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Homocisteína
Valores de referência: Homem: 4 a 12,0 umol/L
Mulher: 4 a 10 umol/L

Indicações:
 Avaliação do risco cardiovascular;
 Avaliação de erro inato do metabolismo (homocistinúria).

A homocisteína (Hcy) é um aminoácido não essencial, cuja única fonte


conhecida advém do metabolismo da metionina, aminoácido de origem
alimentar.
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Homocisteína
Possíveis interpretações:

Alto: defeitos no metabolismo da homocisteína, seja deficiência enzimática,


distribuição inadequada de alguns co-fatores, ou a combinação destes fatores
resultam em hiperhomocisteinemia. Suas principais causas envolvem hábitos
de vida pouco saudáveis, nutrição inadequada e defeitos enzimáticos
comumente observados.

Em relação aos defeitos enzimáticos congênitos


que afetam a remetilação da homocisteína, nem
sempre produzem a elevação de seus níveis em
condições basais, mas apenas após sobrecarga
com metionina.

Um grande número de medicamentos


pode interagir com o metabolismo da
homocisteína aumentando
significativamente os seus níveis.
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Homocisteína
Possíveis interpretações:

Alto: os pacientes com hiperhomocisteinemia


também estão associados a maior risco
relativo para trombose venosa profunda.

A hiperhomocistinúria está incluída no grupo de erros


inatos do metabolismo. A doença é associada com
anormalidades vasculares, esqueléticas, oculares e
centrais. Estes pacientes estão sujeitos a alto risco
relativo para o desenvolvimento de embolia pulmonar,
acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio.

Os níveis de homocisteína sérica podem estar aumentados em resposta a


tabagismo e deficiência de folatos e vitamina B12.
54

Glicemia de jejum
Valores de referência:

70,0 a 99,0 mg/dL

Possíveis interpretações:

Alto: diabetes mellitus (primária ou secundária, insulino


dependente ou não insulino dependente), diabetes
gestacional, ausência de jejum, estados de estresse, injeções
de adrenalina, pancreatite aguda, infarto agudo do miocárdio,
hipervitaminose A crônica.
55

Glicemia de jejum
Possíveis interpretações:

Baixo: hipoglicemia reativa pós-prandial, pancreatites,


insulinomas, hipoglicemia autoimune, neoplasias,
hipopituitarismo, hipotireoidismo, prematuridade, recém-
nato de mãe diabética, doenças enzimáticas hereditárias,
desnutrição, alcoolismo, uso de medicamentos (insulina,
sulfoniluréia, etc).
56

Glicemia pós prandial


Valores de referência:
< que 140 mg/dL aos 120 minutos.

Possíveis interpretações:

Duas horas depois de uma sobrecarga oral de glicose, a glicemia deve


estar próxima aos valores de jejum (menor que 140 mg/dL). Com a
progressão do diabetes mellitus tipo 2, invariavelmente ocorre uma
atenuação e um atraso da primeira resposta de secreção de insulina
estimulada pelas refeições, com consequentes glicemias pós-prandiais
elevadas.
57

Curva glicêmica
Valores de referência:
Glicemia basal entre 70,0 e 99,0 mg/dL,
Glicemia inferior a 140 mg/dL aos 120 minutos.

Possíveis interpretações:

Diagnóstico de diabetes mellitus.


58

Hemoglobina glicada
Valores de referência:
Normal: Inferior a 5.7%
Risco aumentado para Diabetes Mellitus: 5,7 a 6,4%
Diabete Mellitus: Igual ou superior a 6,5%

Possíveis interpretações:

Monitoramento de controle glicêmico diabético. A glicose liga-se de forma


irreversível e não enzimática a uma série de proteínas e à hemoglobina (por
rearranjo de Amadori), que se torna glicosilada. A dosagem da fração HbA1c
permite a avaliação de longo prazo do controle glicêmico. O prazo avaliado é de
cerca de 90 dias; níveis inferiores a 6,5% são associados a um bom controle
glicêmico.
59

Alergias e
Intolerâncias
alimentares
60

Curva de tolerância
à lactose
Valores de referência:
Deficiência: elevação inferior a 20 mg/dL em relação a Basal.
Normal: elevação de 20 a 25 mg/dL na glicemia em relação a Basal.

Possíveis interpretações:

Quando a diferença entre a dosagem sanguínea da lactose de jejum e o pico da curva


das demais medidas se mostrar menor de 20 mg%, o teste tem "curva plana" e é
considerado positivo, indicando má absorção de lactose nessas pessoas.
Há possibilidade de erro nos diabéticos, entre outros.
A ocorrência de diarreia, ainda no laboratório e ou nas primeiras horas a seguir, reforça
a conclusão de diagnóstico positivo para intolerância à lactose.
61

IgE leite
Concentração de Anticorpos IgE específicos (kUA/L)
Valores de referência: Classe 0: Inferior a 0,35 : Indetectável
Classe 1: 0,35 a 0,70 : Muito baixo
Classe 2: 0,71 a 3,50 : Baixo
Classe 3: 3,51 a 17,50 : Moderado
Classe 4: 17,51 a 50,00 : Elevado
Classe 5: 50,01 a 100,00 : Muito alto
Classe 6: Superior a 100,00 : Muito alto
(*) kU - Unidades Internacionais
A-Anticorpo Específico para o Alergeno pesquisado.
Nota: Exame processado no Equipamento Unicap 1000
- Tecnologia ImmunoCAP.
Grau de Sensibilização (correlação clínica)
0,10 a 0,70 KUA/L: Baixo
0,70 a 3,50 KUA/L: Moderado
Superior a 3,50 KUA/L: Alto
*Limite de Detecção: 0,10 KU/L
62

IgE leite
Possíveis interpretações:

É sempre importante ressaltar que a detecção de IgE específica somente indica que
existe sensibilização. Ou seja, a determinação de IgE específica não faz diagnóstico de
doença alérgica, portanto, o resultado deve ser avaliado à luz da história, do exame do
paciente, das características alergênicas do local.
63

IgE trigo
Valores de referência:
Concentração de Anticorpos IgE específicos (KU/L)
Classe 0: < 0,10 : Ausente ou indetectável
Classe 0: 0,10 a 0,34 : Muito baixo
Classe 1: 0,35 a 0,69 : Baixo
Classe 2: 0,70 a 3,49 : Moderado
Classe 3: 3,50 a 17,49 : Alto
Classe 4: 17,50 a 52,49 : Muito alto
Classe 5: 52,50 a 99,99 : Muito alto
Classe 6: >= 100 : Extremamente alto
*Classe 0 não detectável pela 2a geração de testes

Possíveis interpretações:

Classe 0 = negativo

Classe 1 a 6 = reagente
64

IgE total
Valores de referência:
Até um ano : < 15,0 UI/mL
1 a 5 anos : < 60,0 UI/mL
6 a 9 anos : < 98,0 UI/mL
10 a 15 anos : < 200,0 UI/mL
> 15 anos : < 160,0 UI/mL

A presença de IgE específica para determinado alérgeno, em quantidades superiores


ao referencial, pode estar associada a um aumento de risco relativo para o
desenvolvimento de sintomas de hipersensibilidade mediada por IgE, principalmente
em indivíduos atópicos. Nos processos alérgicos, predominam os sintomas
alimentares na infância e os respiratórios no adulto.
65

IgE total
Possíveis interpretações:

Alto:
Bronquites;
Mieloma;
Síndrome de hiper ige;
Aspergilose;
Filariose pulmonar
Síndrome de wiskott-aldrch.
66

Coprológico funcional
Valores de referência:

Connsistência/aspecto: fezes formadas


pH: > 7.0
Sangue Oculto: ausente
Leucócitos: ausente
Fungos: ausente
Detritos vegetais: ausentes ou raros
Tecido conjuntivo: ausente
Gorduras neutras: < 100 gotículas p/campo
Amido amorfo/cristais: ausentes ou raros
Células digeríveis: ausente
Resíduos macroscópicos: ausente
Ovos de helmintos e larvas: ausente
Cistos de protozoários: ausente
67

Coprológico funcional
Possíveis interpretações:

Se houver presença de muco pode sinalizar alergia alimentar;


Na ausência de substâncias redutoras pode indicar deficiência de lactase;
Resultado positivo para fibras musculares bem digeridas e/ou fibras musculares mal
digeridas pode significar hipocloridria e/ou déficit de enzimas pancreáticas;
Presença de flora bacteriana gram negativa ou leveduras, o paciente pode estar com
disbiose ou fungos, respectivamente.
68

Anti-gliadina IgA e IgG


Valores de referência:
Positivo: > 10,00 U/mL
Inconclusivo: 7,00 a 10,00 U/mL
Negativo: < 7,00 U/mL

Possíveis interpretações:

Em doença celíaca, anticorpos IgG são mais sensíveis que os anticorpos IgA, mas este
último (IgA) é mais específico que IgG. Os níveis de anticorpos IgA decrescem com a
dieta livre de glúten.
69

Anti-gliadina IgM
Valores de referência:
Positivo: > 10,00 U/mL
Inconclusivo: 5,00 a 10,00 U/mL
Negativo: < 5,00 U/mL

Possíveis interpretações:

É usado para diagnóstico de doença celíaca. É um teste confiável para avaliação da


doença celíaca assintomática em crianças pré-púberes com pequena estatura.
70

Anti-gliadina Concentração
de Anticorpos IgE específicos
(kUA/L)
Valores de referência:

Classe 0: Inferior a 0,35 : Indetectável


Classe 1: 0,35 a 0,70 : Muito baixo
Classe 2: 0,71 a 3,50 : Baixo
Classe 3: 3,51 a 17,50 : Moderado
Classe 4: 17,51 a 50,00 : Elevado
Classe 5: 50,01 a 100,00 : Muito alto
Classe 6: Superior a 100,00 : Muito alto
71

Anti-gliadina Concentração
de Anticorpos IgE específicos
(kUA/L)
Possíveis interpretações:

É um exame de sangue baseado no RAST (Radio Alergo Sorbente Teste) para dosar o
anticorpo IgE específico circulante no soro humano.
72

Anti-transglutaminase IgA
Valores de referência:
Negativo: < 7,0 U/mL
Indeterminado: 7,0 a 10,0 U/mL
Positivo: > 10,0 U/mL

Possíveis interpretações:

O resultado reagente sugere o diagnóstico da Doença Celíaca associada ou não à


Dermatite herpetiforme. Resultados falsos negativos podem ocorrer na deficiência de
IgA, em menores de 5 anos de idade, ou pacientes com baixa ingesta de glúten da dieta.
O exame pode ser útil na monitorização da adesão à dieta.
73

Anti-transglutaminase IgG

Valores de referência: Negativo: < 7,0 U/mL


Indeterminado: 7,0 a 10,0 U/mL
Positivo: > 10,0 U/mL

Possíveis interpretações:

O resultado reagente sugere o diagnóstico da Doença Celíaca associada ou não à


Dermatite herpetiforme.
Resultados falsos negativos podem ocorrer na deficiência de IgA, em menores de 5 anos
de idade, ou pacientes com baixa ingesta de glúten da dieta.
O exame pode ser útil na monitorização da adesão à dieta.
74

Hormonais e
tireoidianos
75

Cortisol salivar
Valores de referência:

Coleta entre as 6h - 10h: < 0,78 ug/dL


Coleta entre as 16h - 20h: < 0,24 ug/dL
Coleta entre as 23h30 - 00h30: < 0,20 ug/dL

Valor de referência antigo:


Cortisol 8 horas: 1,2 - 14,7 ng/mL
Cortisol 12 horas: 1,5 - 3 ng/mL
Cortisol 16 horas: 1 - 3 ng/mL
Cortisol 24 horas: 0,8 - 1,2 ng/mL
76

Cortisol salivar
A medida de cortisol salivar apresenta diversas vantagens, dentre elas: representa o
cortisol livre (biologicamente ativo), é estável à temperatura ambiente, não requer a
internação do paciente e é simples de ser coletada.
A dosagem do cortisol na saliva quantifica o cortisol livre que independe das
flutuações da proteína ligadora de cortisol (CBG) e do fluxo salivar. Além disso, tem a
vantagem das amostras serem obtidas com técnica não invasiva, podendo ser
realizada em ambulatório ou na própria residência do paciente.

Possíveis interpretações:

Níveis inapropriadamente elevados no período da noite sugerem o diagnóstico de


hipercortisolismo.
77

Cortisol (manhã)
Valores de referência: 5,5 a 30,0 ug/dL

É aconselhável colher amostra às 08:00 para diagnóstico de insuficiência


adrenal. Os níveis circulantes de cortisol alcançam picos de variações
circadianas no início da manhã por volta de 800nM e chegam a 200nM à
meia-noite

Possíveis interpretações:

Alto: síndrome de cushing, síndromes de hipersecreção ectópica de


ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) ou CRH (hormônio liberador
de corticotrofina), carcinoma ou adenoma adrenal, displasia ou
hiperplasia adrenal micro ou macronodular, estresse.
78

Cortisol (manhã)
Possíveis interpretações:

Baixo: encontrados em insuficiência


adrenocortical (síndrome de addison), síndrome
adrenogenital e hipopituitarismo.
79

Cortisol (tarde)
Valores de referência: 2,0 a 14,5 ug/dL

Coleta de amostra depois das 16:00 para diagnóstico de


síndrome de Cushing.

Possíveis interpretações:

O cortisol apresenta valores mais elevados pela


manhã, caindo progressivamente até atingir
valores mais baixos por volta das 23-24 horas.
Mais de 90% do cortisol circulante está ligada à
globulina ligadora do cortisol (CBG ou
transcortina). Valores aumentados desta
globulina podem elevar os níveis de cortisol,
como na gravidez, no uso de estrogênios e de
contraceptivos orais.
80

FSH
Valores de referência:

0 a 9 anos: 0,50 a 4,50 < 3,00 mUI/mL


10 a 13 anos: 0,40 a 6,50 0,30 a 4,00 mUI/mL
Masculino 14 a 17 anos: 0,80 a 8,50 0,40 a 7,40 mUI/mL
Limite de detecção: 0,3 mUI/ml
Homens: 1,60 a 8,00 mUI/mL

0 a 9 anos : 0,50 a 4,50 < 3,00 mUI/mL


10 a 13 anos: 0,40 a 6,50 0,30 a 4,00 mUI/mL
Feminino
14 a 17 anos: 0,80 a 8,50 0,40 a 7,40 mUI/mL
Limite de detecção: 0,3 mUI/ml
Mulheres
Fase folicular: 2,50 a 10,20 mUI/mL
Meio do ciclo: 3,40 a 33,40 mUI/mL
Fase lutea: 1,50 a 9,10 mUI/mL
Posmenopausa: 23,00 a 116,00 mUI/mL
81

FSH
O hormônio folículo estimulante (FSH ou
folitropina), é uma glicoproteína produzida pela
glândula pituitária anterior. Sua produção é regulada
pelo GnRH (hormônio hipotalâmico liberador de
gonadotropina).

Nas mulheres, o FSH estimula o crescimento


folicular, prepara os folículos ovarianos para a
ação do LH e aumenta a liberação LH-induzida
de estrogênio.

Diagnóstico de distúrbios da função gonadal; diagnóstico de


tumores pituitários; diagnóstico e acompanhamento de quadros
de infertilidade.
82

FSH
Nos homens, o FSH estimula o
desenvolvimento testicular e dos túbulos
seminíferos, além de estar envolvido nos
estágios iniciais da espermatogênese.

Em mulheres após a menopausa, a


secreção diminuída de estradiol resulta
em aumento nos níveis de FSH e LH.

A insuficiência primária testicular também


resulta em aumento dos níveis de FSH e LH.

A secreção de FSH e LH ocorre de forma intermitente,


em resposta ao GnRH. Em mulheres, sua concentração
varia no curso do ciclo menstrual, atingindo picos no
período ovulatório. Assim, a interpretação de uma única
determinação pode ser dificultada.
83

FSH
Possíveis interpretações:

Alto: menopausa, hipogonadismo primário, tumores secretores


de gonadotropinas pituitárias, aplasia de células germinais,
alcoolismo, puberdade precoce.

Baixo: hipogonadismo secundário ou terciário, anorexia


nervosa, hemocromatose, doença pituitária ou
hipotalâmica, hiperprolactinemia, hiperplasia adrenal
congênita, uso de estrogênios e androgênios.
84

IGF-1
Valores de referência:
0 a 1 ano 55,0 a 327,0 13 anos 183,0 a 850,0 41 a 45 anos 101,0 a 267,0
2 anos 51,0 a 303,0 14 anos 220,0 a 972,0 46 a 50 anos 94,0 a 252,0
3 anos 49,0 a 289,0 15 anos 237,0 a 996,0 51 a 55 anos 87,0 a 238,0
4 anos 49,0 a 283,0 16 anos 226,0 a 903,0 56 a 60 anos 81,0 a 225,0
5 anos 50,0 a 286,0 17 anos 193,0 a 731,0 61 a 65 anos 75,0 a 212,0
6 anos 52,0 a 297,0 18 anos 163,0 a 584,0 66 a 70 anos 69,0 a 200,0
7 anos 57,0 a 316,0 19 anos 141,0 a 483,0 71 a 75 anos 64,0 a 188,0
8 anos 64,0 a 345,0 20 anos 127,0 a 424,0 76 a 80 anos 59,0 a 177,0
9 anos 74,0 a 388,0 21 a 25 anos 116,0 a 358,0 81 a 85 anos 55,0 a 166,0
10 anos 88,0 a 452,0 26 a 30 anos 117,0 a 329,0
11 anos 111,0 a 551,0 31 a 35 anos 115,0 a 307,0
12 anos 143,0 a 693,0 36 a 40 anos 109,0 a 284,0
85

IGF-1
O IGF-1 (fator de crescimento tipo insulina I) é uma proteína produzida
principalmente no fígado em resposta ao hormônio de crescimento (GH),
por isso um exame útil no diagnóstico complementar das deficiências de
hormônio de crescimento (GH), com papel importante no crescimento,
reduz os níveis de glicose no sangue, reduz os níveis de gordura corporal,
altera a oxidação lipídica e aumenta a síntese de proteínas.

A principal atuação do GH no crescimento


muscular se dá pelo estímulo à liberação do
fator de crescimento semelhante à insulina, ou
IGF-1. O GH começa a diminuir no organismo
a partir dos 25 anos, sendo que após os 30
anos essa queda é de 25% a cada década.
86

IGF-1
Possíveis interpretações:
O GH começa a diminuir no organismo a partir dos
25 anos, sendo que após os 30 anos essa queda é de
25% a cada década.

Fatores que o diminuem são o hipotireodismo, desnutrição e as doenças


sistêmicas. Entre outras funções, o GH ajuda a manter o tônus muscular,
evita o acúmulo de gordura, melhora o desempenho físico e combate a
osteoporose. Estudos provam que pessoas que dormem pouco reduzem
o tempo de sono profundo e, em consequência, a fabricação do
hormônio do crescimento.

Valores baixos confirmam a deficiência de GH. Níveis não detectáveis


concomitantes com níveis elevados de GH são característicos da síndrome de
Laron. É também útil no diagnóstico e acompanhamento de pacientes com
tumores produtores de GH (acromegalia). Alguns autores utilizam os níveis de IGF-
1 como critério de cura.
87

IGFBP-3
Valores de referência:

Idade (anos) Homem (ng/mL) Mulher (ng/mL)


0a1 1030 a 3090 1030 a 3090
2a7 1100 a 4230 1100 a 4230
12 a 18 1820 a 7060 1800 a 7740
19 a 30 1730 a 7380 2050 a 7600
31 a 40 1730 a 7260 1730 a 7260
41 a 70 2020 a 4310 2020 a 4310
71 ou mais 2698 a 5688 2462 a 5274
88

IGFBP-3
Avaliação de várias situações clínicas (atraso no crescimento,
acromegalia, estado nutricional). A secreção de GH (hormônio do
crescimento) flutua ao longo do dia, tendo uma meia vida de 15 a 20
minutos.

As concentrações de igfbp-3 têm uma variação diária


muito pequena, podendo oferecer informação mais
segura e útil.
89

IGFBP-3
Os níveis de IGFBP-3 são menos dependentes da idade, sendo mais altos em crianças
jovens que os níveis de IGF-1. Isto permite uma melhor diferenciação entre os níveis
normais e subnormais. As dosagens de IGFBP-3 são úteis também para monitorar a eficácia
do tratamento por deficiência de GH. Uma combinação das dosagens de IGFBP-3 e IGF-1
pode prover uma melhor avaliação quanto à avaliação de estatura baixa em crianças.

Possíveis interpretações:

Alto: acromegalia.

Baixo: atraso no crescimento, estado


nutricional.
90

Insulinaem
Insulina emJejum
Jejum
Valores de referência: 2,6 a 24,9 Uui/mL
Diagnóstico de insulinoma; avaliação de hipoglicemias.

A insulina é um hormônio peptídeo, sintetizado e secretado


pelas células beta das ilhotas de Langerhans do pâncreas. Seu
efeito específico está relacionado ao aproveitamento da glicose
e à diminuição desta nos níveis sanguíneos. Indicações:
Diagnóstico do insulinoma; pode ser empregada para os estudos
de outras causas de hipoglicemia.

Possíveis interpretações:

Baixo: produção insuficiente de


insulina pelas células beta (como
em diabetes e em pancreatite, por
Alto: resistência à insulina. exemplo).
91

LH
LH
Valores de referência: Feminino

Pré Púberes Até 2,2 mUI/mL Pós menopausa 23,0 a 116,3 mUI/mL
Pré Púberes até 0,2 mUI/mL Pós menopausa 15,9 a 54,0 mUI/mL
0 a 14 anos (Pré- até 1,00 ng/mL
Puberes)
Fase Folicular 2,5 a 10,2 mUI/mL Gestantes
Fase Folicular 1,9 a 12,5 mUI/mL 1ºtrimestre 11,22 a 90,0 ng/mL
Fase Folicular 0,21 a 1,40 ng/mL 2ºtrimestre 25,55 a 89,40 ng/mL
Pico Ovulatório 3,4 a 33,4 mUI/mL 3ºtrimestre 48,40 a 422,50 ng/mL
Pico Ovulatório 8,7 a 76,3 mUI/mL
Fase Lútea 3,34 a 25,56 ng/mL
Fase Lútea 1,5 a 9,1 mUI/mL
Fase Lútea 0,5 a 16,9 mUI/mL
Pós menopausa até 0,73 ng/mL
92

LH
LH
Valores de referência:
Masculino:
0 a 9 anos (Pré-Puberes): até 1,00 ng/mL
Adultos: 0,28 a 1,22 ng/mL

Indicação: Investigação de infertilidade (distinção entre hipogonadismo


primário ou secundário a deficiência hipotalâmica/pituitária);
identificação de ovulação em distúrbios menstruais.

O hormônio luteinizante (LH) é uma glicoproteína produzida


pela glândula pituitária anterior. Sua produção é regulada pelo
gnrh (hormônio hipotalâmico liberador de gonadotropina).
93

LH
LH
Nas mulheres, o LH estimula a Nos homens, controla a secreção de
produção de esteroides ovarianos e a testosterona a partir das células de
ovulação. Leidig.

Nas mulheres as concentrações de LH


são baixas durante a fase folicular do
ciclo menstrual, aumentando até um Após a menopausa, os níveis de LH
pico no meio do ciclo para causar a sobem para valores altos, a exemplo de
ovulação, caindo a níveis baixos homens castrados.
durante a fase folicular.
94

LH
LH
Possíveis interpretações:

Alto: hipogonadismo primário, menopausa,


fase lútea do ciclo menstrual, tumores
produtores de GnRH, doença do ovário
policístico.

Baixo: hipogonadismo secundário (insuficiência


hipotalâmica, se responder a estímulo com
GnRH; insuficiência pituitária, se não houver
resposta).
95

Progesterona
Progesterona
Valores de referência: Feminino

Pré Púberes até 2,2 mUI/mL Pós menopausa 23,0 a 116,3 mUI/mL
Pré Púberes até 0,2 mUI/mL Pós menopausa 15,9 a 54,0 mUI/mL
0 a 14 anos (Pré- até 1,00 ng/mL
Puberes)
Fase Folicular 2,5 a 10,2 mUI/mL Gestantes
Fase Folicular 1,9 a 12,5 mUI/mL 1ºtrimestre 11,22 a 90,0 ng/mL
Fase Folicular 0,21 a 1,40 ng/mL 2ºtrimestre 25,55 a 89,40 ng/mL
Pico Ovulatório 3,4 a 33,4 mUI/mL 3ºtrimestre 48,40 a 422,50 ng/mL
Pico Ovulatório 8,7 a 76,3 mUI/mL
Fase Lútea 3,34 a 25,56 ng/mL
Fase Lútea 1,5 a 9,1 mUI/mL
Fase Lútea 0,5 a 16,9 mUI/mL
Pós menopausa até 0,73 ng/mL
96

Progesterona
Progesterona
Valores de referência:

Masculino:
0 a 9 anos (Pré-Puberes): até 1,00 ng/mL
Adultos: 0,28 a 1,22 ng/mL

Indicação: diagnóstico da ovulação; avaliação funcional do corpo lúteo;


monitoramento da terapia de substituição da progesterona.

Os níveis de progesterona,
caracteristicamente baixos durante
A progesterona é um hormônio
a fase folicular, aumentam
esteroide produzido pelo ovário,
nitidamente durante a fase lútea
placenta (durante a gravidez) e
dos ciclos menstruais normais,
córtex adrenal.
alcançando o pico máximo 5-10 dias
depois do pico de LH.
97

Progesterona
Progesterona
Possíveis interpretações:

Alto: ovulação (segunda metade do ciclo).

Baixo: disfunção de fase lútea.


98

SHBG
SHBG
Valores de referência:
Mulheres pré-menopausa : 27,8 a 146 nmol/L
Mulheres pós-menopausa : 12,0 a 166 nmol/L

Homens : 17,3 a 65,8 nmol/L


Possíveis interpretações:

Alto: uso de medicamentos (estrogênios, tamoxifen,


fenitoína, hormônios tireoidianos), hipertireoidismo, cirrose
hepática, gravidez.

Baixo: uso de medicamentos (androgênios, glicocorticóides,


hormônio de crescimento), hirsutismo, síndrome do ovário
policístico, hipotireoidismo, acromegalia, obesidade.
99

TestosteronaLivre
Testosterona livre
Valores de referência:
Pré- púberes: Sem valor de referência definido
Menacme:
Fase folicular : 0,18 a 1,68 ng/dL
Feminino Meio do ciclo : 0,3 a 2,34 ng/dL
Fase lútea : 0,17 a 1,87 ng/dL
Abaixo de 17 anos:Sem valor de referência
Pós- menopausa : 0,19 a 2,06 ng/dL
definido
17 a 40 anos : 3,4 a 24,6 ng/dL
41 a 60 anos : 2,67 a 18,3 ng/dL
Acima de 60 anos : 1,86 a 19,0 ng/dL
Possíveis interpretações: Masculino

Alto: hirsutismo (mais de 30% das


mulheres com hirsutismo apresentam
testosterona total com níveis normais),
tumor virilizante de adrenal, síndrome do
ovário policístico.
Baixo: hipogonadismo.
100

Testosterona livre - DTH


Dihidrotestosterona
Valores de referência:

5 a 46 ng/dL 16 a 79 ng/dL
Masculino
Feminino

Indicações: Diagnóstico de pseudo-hermafroditismo


masculino (deficiência da 5-alfa-redutase). Avaliação do
hirsutismo. Avaliação da eficácia de medicamentos que
inibem a 5-alfaredutase. Interpretação clínica: A
Dihidrotestosterona encontra-se aumentada nos casos de
ovários policísticos, tumores testiculares, assim como em
casos de aumento da atividade da enzima 5 alfa redutase
(que leva à síndrome hiperandrogênica ou hirsutismo).
101

Dihidrotestosterona - DTH
A dihidrotestosterona (DHT) provém da transformação periférica da testosterona no
homem e da androstenediona na mulher, pela ação da enzima 5-alfa-redutase.
Pequenas quantidades são secretadas pelos testículos. É um potente androgênio,
importante para o desenvolvimento da genitália masculina externa, crescimento
prostático e metabolismo da pele. Nos casos de pseudo-hermafroditismo masculino
por deficiência desta enzima, a testosterona mostra-se normal ou elevada, a DHT
baixa ou normal e a relação entre testosterona e DHT bem maior que o normal
(normal após puberdade: menor que 20; casos de deficiência de 5-alfa-redutase:
maior que 35).

Em indivíduos pré-puberais, esta relação não é tão


confiável devido aos baixos níveis de testosterona e DHT,
aconselhandose a realização de um teste de estímulo
com hCG, com análise posterior da relação
testosterona/DHT.
102

Dihidrotestosterona - DTH
Possíveis interpretações:

Alto: em alguns casos de hirsutismo, a DHT pode estar


elevada, sugerindo maior conversão periférica de
testosterona.

Baixo: está usualmente diminuída nos casos de


hipogonadismo, uso de drogas que inibem a ação
da enzima 5 alfa - redutase, como a finasterida, e
em defeitos da 5 alfa redutase, levando a
pseudohermafroditismo masculino (raros).
103

Testosterona Livre
Valores de referência:

Homens adultos : 241,0 a 827,0 ng/dL


Mulheres Adultas: 14,0 a 76,0 ng/dL
Meninos Pré-púberes*: Inferior a 30,0
Meninas Pré-púberes: Inferior a 25,0
ng/dL.
ng/dL

Possíveis interpretações:

Alto: hirsutismo idiopático (elevação discreta em


mulheres), ovários policísticos, virilização, tumores
ovarianos virilizantes (níveis muito elevados).

Baixo: hipogonadismo de origem


testicular.
104

T4 -livre
T4 Livre
Valores de referência: 0,70 a 1,80 ng/dL

O T4 livre corresponde a 0,02-0,04% do T4 total, estando precocemente elevado


nas fases iniciais do hipertireoidismo, quando os níveis de T4 e T3 totais estão ainda
dentro dos limites de normalidade.

Possíveis interpretações:

Alto: hipertireoidismo.

Baixos: hipotireoidismo.
105

TSH
TSH
Valores de referência: 1ªsemana de vida: até 25,000 uUI/mL
2ªsemana a 11 meses: 0,800 a 6,300 uUI/mL
1 a 5 anos: 0,700 a 6,000 uUI/mL
6 a 10 anos: 0,600 a 5,400 uUI/mL
11 a 15 anos: 0,500 a 4,900 uUI/mL
Adultos: 0,500 a 5,000 uUI/mL
Limite de detecção: 0,008 uUI/ml

Pode ser considerado o melhor exame isolado para a investigação de


hipotireoidismo e hipertireoidismo. Na maioria dos pacientes com
hipotireoidismo primário, os resultados de TSH são marcadamente elevados
(3 a 100 vezes o normal).
106

TSH
TSH
Possíveis interpretações:

Pode ser considerado o melhor exame isolado para a investigação de


hipotireoidismo e hipertireoidismo. Na maioria dos pacientes com
hipotireoidismo primário, os resultados de TSH são marcadamente elevados (3 a
100 vezes o normal).

Os resultados de um ensaio sensível para TSH que estão dentro dos


intervalos de referência excluem a disfunção tireoidiana. No
hipotireoidismo subclínico o TSH está elevado; o T4 livre, o T4 total e
o T3 podem apresentar níveis normais. Nas mulheres com mais de 50
anos de idade a prevalência de hipotireoidismo subclínico é de 15 -
20%.
107

TSH
TSH
Possíveis interpretações:

Variáveis fisiológicas que alteram os níveis de TSH: gravidez, idade, ritmo


circadiano. Em alguns momentos na gravidez, o HCG compete com o
TSH (funcionando como TSH), passando a dirigir a tireóide. Não é
incomum encontrar, no primeiro e segundo meses da gravidez, TSH
suprimido e T4 livre elevado com HCG >100.000 unidades.
108

Avaliação Hematológica
109

Hemácias
Valores de referência:
Recém-nascido: 4,0 a 6,0 milhões de células/mm³
Homens: 4,5 a 6,0 milhões de células/mm³
Mulheres: 4,0 a 5,5 milhões de células/mm³

Possíveis interpretações:

Eritrocitose e podem indicar


policitemia (oposto da amenia, pode
aumentar a espessura do sangue,
Alto: anemia normocítica reduzindo a sua velocidade de
circulação).
110

Hemoglobina
Valores de referência:

Recém-nascido: 13,5 a 19,5 g/dL


Homens: 13,5 a 18 g/dL
Mulheres: 12 a 16 g/dL

Possíveis interpretações:

Baixo: causa descoramento do sangue;


Palidez do paciente;
Falta de oxigênio em todos os órgãos.
111

Hematócrito
Valores de referência: Recém-nascido: 13,5 a 19,5 g/dL
Homens: 13,5 a 18 g/dL
Mulheres: 12 a 16 g/dL

Trata-se da porcentagem da massa de hemácia em relação ao volume sanguíneo.

Possíveis interpretações:

Baixo: anemia

Alto: policitemia
112

Volume corpuscular médio


(VCM)
Valores de referência: Recém-nascido: 77 a 101 fL
Homens: 87 a 103 fL
Mulheres:87 a 103 fL

Auxilia no diagnóstico da anemia e na observação do tamanho das hemácias

Tamanho das hemácias:

Baixo: microcíticas
(hemácias muito
Alto: macrocíticas pequenas)
(hemácias grandes)
113

Hemoglobina corpuscular
média (HCM)
Valores de referência: Recém-nascidos: 36,7 a 38,2 fL
Homens: 27 a 32 fL
Mulheres: 27 a 32 fL

Trata-se do peso da hemoglobina dentro das hemácias.

Possíveis interpretações:

Auxilia a decifrar casos diferentes de anemias.


114

Concentração de
hemoglobina corpuscular
média (CHCM)
Valores de referência: Recém-nascido: 36,1 a 36,7 g/dL
Homens: 30 a 35 g/dL
Mulheres: 30 a 35 g/dL

Trata-se da concentração da hemoglobina dentro de uma


hemácia.

Alto: hipercrômica
Baixo: hipocrômica
115

Leucócitos
Valores de referência: Recém-nascido: 11,0 a 19, 0 mil células/mm³
Homens: 4,0 a 11,0 mil células/mm³
Mulheres: 4,0 a 11,0 mil células/mm³

Possíveis interpretações:

Alto:
Leucocitose
Relacionada à infecções. Baixo:
Leucopenia
Indica depressão da medula
óssea, infecções virais ou
reações tóxicas.
116

Neutrófilos
Valores de referência: Neutrófilos bastonetes: 150 a 400 células/mm³ (3 a 5%)
Neutrófilos segmentados: 3,0 a 5,0 mil células/mm³ (55 a 65%

Possíveis interpretações:

Alto:
Infecção bacteriana;
Infecção viral;
Leucemias;
Processos inflamatórios.
117

Eosinófilos
Valores de referência: 100 a 300 células/mm³ (2 a 6%)

Possíveis interpretações:

Alto:
Processos imunoalérgicos;
Parasitoses.
118

Basófilos
Valores de referência: 50 a 80 células/mm³ (0 a 1%)

Possíveis interpretações:

Alto:
Processos alérgicos;
Leucemia mieloide crônica.
119

Monócitos
Valores de referência: 200 a 650 células/mm³ (4 a 8%)

Possíveis interpretações:

Alto:
Infecções virais;
Após quimioterapia.
120

Linfócitos
Valores de referência: 1,5 a 2,5 mil células/mm³ (20 a 30%)

Possíveis interpretações:

Alto:
Infecção viral aguda e crônicas;
Leucemia linfolítica crônica;
Processos ganglionares.
121

Contagem de plaquetas
Valores de referência: 150 a 400 mil plaquetas/mm³

Possíveis interpretações:

Alto:
Baixo:
Hemorragias;
Aumento da destruição
Após fraturas ósseas;
plaquetária;
Trombose vascular;
Dengue hemorrágica.
Lesões endoteliais.
122

Elementos nutricionais
no sangue
123

Ácido fólico sérico


Valores de referência: 5,0 a 15 mg/mL

Indicação:

Detecção de deficiência de folato (condição inibitória da síntese de DNA


desencadeadora de anemia megaloblástica) em gestantes, usuários de medicamentos
inibidores do folato e pacientes com síndromes malabsortivas (doença celíaca, doença
de Crohn, outras);

Monitoramento de terapia com folato.


124

Ácido fólico sérico


Possíveis interpretações:

Alto:
Dieta vegetariana;
Deficiência de vitamina B12;
Neoplasias;
Anemia megaloblástica.

Baixo:
Anemia megaloblástica, Anemia Perniciosa, Anemia hemolítica;
Hipertireoidismo; Carcinomas; Mielofibroses; Gravidez; Hemodiálise
crônica;
Interferentes: hemólise, lipemia, exposição à luz, anticonvulsivantes,
metotrexato, colchicina, estrogênios, contraceptivos orais, álcool,
ácido aminosalicílico, ampicilina, cloranfenicol, eritromicina,
lincomicina, penicilina, tetraciclinas.
125

Ácido fólico sérico


Possíveis interpretações:

Alto: aumento das necessidades: neoplasias, gravidez, hipertireoidismo,


anemias hemolíticas.

Baixo:
Deficiência nutricional: alcoolismo, anorexia
nervosa, doença crônica, hemofiálise, senilidade,
prematuridade.
Deficiência enzimática.
Dermatite exfoliativa.
Doenças hepáticas: cirrose por álcool, hepatomo
idiopático.
126

Ácido fólico eritrocitário


Valores de referência: 200 a 300μg/L
Possíveis interpretações:

Alto:
Anemia perniciosa
Dieta vegetariana;
Síndrome da alça cega;
Transfusão sanguínea.

Aumento das necessidades:


Neoplasias, gravidez, hipertireoidismo, anemias heomlítias; Doenças hepáticas: cirrose
por álcool, hepatomo idiopático; Dermatite exfoliativa; Psoríase;
Deficiência nutricional: alcoolismo, anorexia nervosa, doença crônica, hemofiálise,
senilidade, prematuridade;
Má-absorção: doença celíaca, doença de Whippple.
127

Ácido metilmalônico (sérico)


Valores de referência: Inferior ou igual a 0,50 umol/L

Possíveis interpretações:

Alto: carência de vitamina B12 (adquirida ou consequente de erro


inato do metabolismo).

Baixo: indicação mais fidedigna de deficiência


inicial de vitamina B12, principalmente quando a
concentração de cobalamina está nos níveis
inferiores de referência.
128

Albumina (sérica)
Valores de referência: Nutrido: > 3,5 mg/dL
Levemente desnutrido: 3 a 3,5 mg/dL
Moderadamente desnutrido: 2,4 a 2,9 mg/dL
Gravemente desnutrido: <2,4 mg/dL

 Marcador de desordens do metabolismo proteico (nutricional, síntese reduzida,


perda aumentada);
 Avaliação de status nutricional;
 Pressão oncótica sanguínea;
 Doença renal com proteinúria e demais doenças crônicas.
129

Albumina (sérica)
Possíveis interpretações:

Alto: desidratação aguda (geralmente associada a aumento de


hemoglobina e hematócrito).

Baixo:
Uso de hidratação venosa (hidratação rápida, hiperhidratação);
Cirrose hepática;
Alcoolismo crônico;
Gravidez;
Uso de anticoncepcionais orais;
Algumas doenças crônicas.
130

Cálcio iônico
Valores de referência: 4 a 5,6 mg/dL

Indicação: Avaliação de hipocalcemia e hipercalcemia, especialmente em pacientes internados e em


determinações de urgência. Dosagem do cálcio plasmático bioativo.

Quase todo o cálcio do organismo encontra-se no


esqueleto como cristais de hidroxiapatita e 1% está
no sangue e outros tecidos.

Do cálcio sérico, 45% está sob a forma de cálcio


ionizado, que é o que exerce a ação biológica.

Alguns preferem o uso deste ao cálcio total na


investigação das doenças osteometabólicas.
131

Cálcio iônico
A dosagem do cálcio ionizado representa a
concentração do cálcio livre e biologicamente ativo
no soro.

O cálcio circula em quantidades quase iguais na


forma livre e ligada a proteínas (a albumina conta
com cerca de 70% das proteínas que ligam o cálcio
em condições normais). Uma porção de íons cálcio
não ligados à proteína liga-se a ânions como
bicarbonato, fosfato e citrato.

Na presença de concentrações de albumina


anormais, a dosagem de cálcio ionizado fornece
dados mais adequados sobre o status de cálcio,
permitindo melhor avaliação de estados hipo e
hipercalcêmicos.
132

Cálcio iônico
Possíveis interpretações:

Alto: hiperpatireoidismo primário, excesso de


ingestão de vitamina D, vários tipos de
malignidade.

Baixo: hipoparatireoidismo primário,


pseudohipoparatireoidismo, deficiência de vitamina D,
deficiência de magnésio, alcalose, após cirurgias, após
transfusões, após hemodiálise.
133

Cálcio total
Valores de referência: 8,8 a 10,2mg/dL
Possíveis interpretações:

Alto: endocrinopatias: hipertireoidismo, síndrome de cushing, insuficiência


suprarrenal, feocromocitoma, acromegalia, neoplasia endócrina múltipla.
Hiperparatireoidismo primário e secundário. Insuficiência renal aguda (fase
poliúrica) e crônica. Metástase ósseas. Tumores com atividade osteoclástica:
mieloma múltiplo, linfoma de burkitt. Tumores malígnos: mama, pulmão rim.

Baixo: acidose tubular renal, atividade ineficaz da vitamina D, hipomagnesemia,


hipoparatireoidismo, ingestão insuficiente de cálcio, vitamina D e/ou fósforo,
insuficiência renal crônica com uremia e retenção de fósforo, má-absorção de cálcio
e vitamina D: pancreatite aguda, doenças gastrintestinais, icterícia obstrutiva,
disfunção hepatocelular. Psudo-hipoparatireoidismo, síndrome de falconi.
134

Cianocobalamina, B12
Valores de referência: 210,0 - 980,0 pg/mL

A vitamina B12 (cobalamina) é a única vitamina sintetizada


exclusivamente por micro-organismos, sendo estocada
primariamente no fígado sob a forma de adenosilcobalamina. É
importante na hematopoiese e função neuronal.

Uso: avaliação da deficiência de vitamina B12


135

Cianocobalamina, B12
Possíveis interpretações:

Alto:
Insuficiência renal crônica;
Diabetes;
Insuficiência cardíaca grave;
Leucemias;
Alguns carcinomas;
Doenças no fígado.
Baixo:
Deficiência de vitamina B12;
Síndromes de má absorção;
Dietas Vegetarianas;
Desordens congênitas;
Deficiência de ferro;
Deficiência de folato (ácido fólico).
136

Cobalamina, B12 (sérica)


Valores de referência: 150 a 350 pgmL

Possíveis interpretações:

Alto:
Doenças mieloproliferativas (leucemias, mieloma múltiplo, linfoma de
Hodgkin, policetemia vera);
Doença hepática; Uremia; Leucocitose;
Carcinomas (com metástase hepáticas);
Uso de Anticonvulsivantes;
Suplementação com vitaminas A e C.
137

Cobalamina, B12 (sérica)


Possíveis interpretações:

Baixo:
Deficiência dietética de ácido fólico;
Má-absorção: gastrectomia, gastrite atrófica, radiação gástrica;
Doenças do intestino delgado: doença de Crohn, esclerodermia,
linfoma, ressecção ileal, espru, supercrescimento bacteriano “SIBO”
e insuficiência pancreática.
138

Cloro
Valores de referência: 90,0 a 106,0 mEq/L

O cloro (Cl-) é o anion com maior concentração no meio extracelular e, junto com o sódio, é
o principal componente osmoticamente ativo. Assim, tem papel essencial na manutenção
da neutralidade eletroquímica do líquido extracelular.

Indicação: Avaliação dos distúrbios


hidroeletrolícos e ácido-básicos.
139

Cloro
Condições que cursam com cloro aumentado: desidratações
hipertônicas, acidoses tubulares renais, insuficiência renal aguda,
diarreias com grande perda de bicarbonato, intoxicação por salicilatos,
hiperparatireoidismo primário, alcalose respiratória, diabetes insipidus e
hiperfunção adrenocortical.

Condições que cursam com cloro baixo: vômitos prolongados, aspiração gástrica, nefrite com
perda de sal, acidose metabólica, insuficiência suprarrenal, porfiria intermitente aguda, secreção
inapropriada de hormônio antidiurético (SIADH), aldosteronismo, doença de Addison, sudorese
excessiva, cetoacidose diabética, acidose respiratória compensada.
140

Cloro
Possíveis interpretações:

Alto: administração de cloretos, acidose tubular renal e


infusão salina excessiva.

Baixo: super-hidratação, insuficiência cardíaca


congestiva, SIADH, vômitos, acidose respiratória
crônica, doença de addison, queimaduras, nefrite
perdedora de sais, alcalose metabólica e uso de
diuréticos.
141

Cobre sérico
Valores de referência: Criança < 6 meses: 20,00 a 70,00 ug/dL
de 6 meses a 6 anos : 90,00 a 190,00 ug/dL
de 6 anos a 12 anos : 80,00 a 160,00 ug/dL
Homem: 70,00 a 140,00 ug/dL
Homem acima de 60 anos: 85 a 170 ug/dl
Mulher: 85,00 a 155,00 ug/dL
Mulher acima de 60 anos: 85 a 190 ug/dl
Grávidas: 118 a 302 ug/dL

Possíveis interpretações:

Alto: anemias (perniciosa, megaloblástica, ferropriva e


aplástica); neoplasias; processos infecciosos agudos ou
crônicos; cirrose biliar, doenças autoimunes, gravidez, uso
de contraceptivos orais e outros medicamentos.

Baixo: nefrose (perda de ceruloplasmina urinária), doença


de Wilson, leucemia aguda, algumas anemias ferroprivas e
uso de medicamentos (ACTH e corticosteróides entre
outros).
142

Cromo urinário
Valores de referência: Cromo urinário:
VR*: até 5,00 ug/g de creatinina
IBMP**: até 30,00 ug/g de creatinina
*Valor de Referência para pacientes não expostos.
**Índice Biológico Máximo Permitido

Possíveis interpretações:

A exposição à pele pode


provocar dermatite e ulceração.
A ingestão resulta em vertigens, Baixo: gravidez, crianças diabéticas.
dor abdominal, vômitos, anúria,
convulsões, choque ou coma.
143

Cromo (sérico)
Valores de referência: Até 5,0 ug/L
O organismo de uma pessoa saudável contém apenas alguns miligramas de cromo.
Entretanto, essa pequena porção já atua na efetividade da insulina, na regulação da
glicemia, e na regulação de várias enzimas para produção de energia.

Em relação ao metabolismo dos carboidratos o cromo é essencial para a manutenção


da glicose sanguínea, uma vez que potencializa a ação da insulina.

Nos pacientes com resistência periférica à


insulina, ocorre inativação dos receptores
Possíveis interpretações: insulínicos, então, apresar de existir insulina,
ela não consegue se ligar ao receptor, e,
consequentemente, a glicose não consegue
entrar na célula e fica circulante no sangue.
Baixo: gravidez, crianças diabéticas.
144

Fósforo
Valores de referência: Adultos: 2,5 a 4,5 mg/dL
Crianças: 4,0 a 7,0 mg/dL

Possíveis interpretações:

Alto: diminuição da filtração glomerular, aumento de reabsorção tubular


(hipoparatireoidismo primário e secundário, pseudohipoparatireoidismo,
doença de addison, acromegalia, anemia falciforme), aumento da
liberação intracelular (neoplasias, lesão tecidual, doença óssea -fraturas,
mieloma, doença de paget, tumor ósseo osteolítico, infância), deficiência
de magnésio.

Baixo: perda renal, diminuição da absorção inicial (má


absorção, deficiência de vitamina D, resistência à vitamina D,
desnutrição, vômitos, diarréia, antiácidos ligantes ao
fosfato), absorção intracelular de fosfato.
145

Ferro sérico
Valores de referência: 35,0 a 150,0 ug/dL

Indicação: o ferro é componente essencial da hemoglobina e desempenha funções no metabolismo


como transporte e armazenamento de oxigênio, nas reações de liberação de energia na cadeia de
transporte de elétrons, na conversão de ribose a desoxirribose e como cofator de reações
enzimáticas, entre outras.

O ferro é componente essencial da hemoglobina e desempenha funções


no metabolismo como transporte e armazenamento de oxigênio, nas
reações de liberação de energia na cadeia de transporte de elétrons, na
conversão de ribose a desoxirribose e como cofator de reações
enzimáticas, entre outras.
146

Ferro sérico
Após a absorção intestinal é transportado pela transferrina; a
maior quantidade encontra-se ligada à hemoglobina e uma menor
parte distribui-se em outras proteínas e enzimas e na forma de
depósito como ferritina e hemossiderina.

A dosagem isolada do ferro tem valor limitado. Sua sensibilidade e


especificidade para o diagnóstico de anemia aumentam se utilizado
com outros exames, como a determinação da capacidade total de
ligação do ferro, saturação da transferrina e dosagem da ferritina. A
interpretação deve ser cuidadosa, devido aos fatores que influenciam
na dosagem.
147

Ferro sérico
Possíveis interpretações:

Aumento: dano hepático agudo, destruição


aumentada de eritrócitos (anemias hemolíticas).

Baixo: talassemia, anemia por deficiência de piridoxina, anemia perniciosa em


recidiva. Hemocromatose idiopática. Hemossiderose por sobrecarga ferro:
repetidas transfusões, terapia com ferro, vitaminas contendo ferro.
Diminuição: anemia ferropênica. Anemias normocrômicas das infecções e
doenças crônicas, glomerulopatias (por perda urinária de proteínas ligadoras de
ferro), menstruação.
148

Magnésio
Valores de referência: Magnésio urinário: 24,0 a 255,0 mg/24h

Magnésio sérico: 1,58 a 2,55 mg/dL

Usado para avaliação de distúrbios hidroeletrolíticos. É o quarto mais abundante cátion no


organismo e 1% está contido no líquido extracelular.

Atua como um co-fator essencial para enzimas


ligadas à respiração celular, glicólise e transporte
transmembrana de outros cátions (cálcio e sódio).
Indicações: Avaliação de distúrbios hidroeletrolíticos
(normalmente associada a hipocalcemia e
hipopotassemia), alterações da absorção intestinal,
pancreatite, insuficiência renal e monitoramento do
tratamento com magnésio durante a toxemia
gravídica.
149

Magnésio
Os níveis de magnésio devem ser avaliados durante o tratamento de longa duração com medicamentos
que diminuem os níveis deste elemento como a cisplatina, anfotericina B, aminoglicosídeos e
furosemida. Também deve ser avaliado na suspeita de hipoparatireoidismo, já que sua deficiência está
relacionada à diminuição da secreção e ação do paratormônio.

Na presença de hipomagnesemia,
sintomas neurológicos e
gastrointestinais nem sempre são
acompanhados de dosagens baixas
de magnésio sérico.

Dentre as causas mais comuns de diminuição do


magnésio estão o alcoolismo agudo, as perdas
gastrointestinais (uso abusivo de laxantes e vômitos)
e as perdas renais (diuréticos, necrose tubular,
acidose tubular renal).
150

Magnésio
A hipomagnesemia pode causar
hipocalcemia e hipopotassemia, que Deficiências severas estão ligadas a
levam a sintomas neurológicos e disfunções neuromusculares, como tetania,
eletrocardiográficos, que ocorrem convulsões, fraqueza, irritabilidade e delírio.
quando a depleção de magnésio chega a
um nível sérico em torno de 1,0 a 1,2
mg/dL.
A hipermagnesemia tem como causa mais
comum a iatrogenia (antiácidos contendo
Níveis baixos de magnésio, após um magnésio, enemas com magnésio,
infarto do miocárdio, podem indicar intoxicação por lítio, nutrição parenteral) e a
um mau prognóstico. insuficiência renal aguda ou crônica.

O magnésio sérico pode permanecer


Os efeitos adversos aparecem com normal mesmo quando existe uma depleção
valores superiores a 3,0 mg/dL. de até 20% das reservas corpóreas.
151

Magnésio
Possíveis interpretações:

Alto: terapia diurética, hiperaldosteronismo,


hiperparatireoidismo, hipertireoidismo, síndrome de bartter,
hipercalcemia, transplante de rim.

Baixo: diarreia crônica, desvio do intestino


delgado, abuso de laxantes, desnutrição,
alcoolismo.
152

Manganês
Valores de referência: Manganês sérico: Até 2,0 ug/L

Manganês urinário: Até 8,0 ug/L

Possíveis interpretações:

Alto: hepatite aguda, infarto do miocárdio.

Baixo: fenilcetonúria, malformação óssea (alguns pacientes); A


deficiência de manganês não é uma ocorrência comum, pois as fontes
alimentares preveem uma provisão adequada deste elemento essencial.
153

Potássio
Valores de referência: 3,9 a 5,1 mEq/L
Potássio urinário 24h: 25,0 a 125,0 mEq/24h

Presente em grandes concentrações no


Níveis abaixo de 3mEq/L no sangue são
espaço intracelular, o potássio tem
associados a sintomas neuromusculares,
importância na manutenção do equilíbrio
os quais, junto com alterações
eletrolítico e as variações em suas
eletrocardiográficas também são
concentrações interferem com a
encontrados na hiperpotassemia.
contração muscular.

Doenças que cursam com hiperplaquetemia


também podem apresentar hiperpotassemia
por liberação do potássio intraplaquetário. A
presença de hemólise na amostra coletada
aumenta sensivelmente o nível de potássio. Indicação: Avaliação dos distúrbios
Inúmeras drogas interferem sobre o potássio, hidroeletrolíticos e ácidobásicos
aumentando ou diminuindo os seus níveis.
154

Potássio
Possíveis interpretações:

Alto: infusão rápida de vitamina K.

Baixo: vômitos prolongados, diarréia, acidose


tubular renal, insuficiência renal, síndrome de
fanconi, aldosteronismo primário ou
secundário, síndrome de cushing,
administração de ACTH, cortisona ou
testosterona.
155

Riboflavina, B2 (urinária)
Valores de referência: >100μgdL

Possíveis interpretações:

Baixo:
Alcoolismo;
Má nutrição;
Diarreia crônica;
Síndrome da má-absorção.
156

Selênio
Valores de referência: 20 a 190 ug/L

Possíveis interpretações:

Baixo: nutrição parenteral, gravidez, cirrose


hepática, cardiomiopatia.
157

Sódio
Valores de referência: 135,0 a 144,0 mEq/L

Sódio urinário 24h: 40,0 a 220,0 mEq/24h

Possíveis interpretações:
Alto:
Hipernatremia:
Desidratação;
Situações que provocam perdas líquidas por via gastrointestinal,
pulmonar ou cutânea (diabetes insipidus, acidose diabética,
síndrome de Cushing, coma, doenças hipotalâmicas);
Situações que aumentam a diurese (Diabetes Mellitus e uso de
Diuréticos);
Nefropatia Hipercalcêmica, nefropatia hipopotassêmica;
Administração excessiva de sódio;
Hipernatremia essencial;
Lesões hipotalâmicas.
158

Sódio
Possíveis interpretações:

Baixo:
Hiponatremia:
Hemodiluição;
Uso de diuréticos;
Insuficiência cortical suprarrenal;
Nefropatia com perda de sal;
Secreções insuficiente de hormônio anti-diurético;
Diarreia e Vômitos;
Pielonefrite crônica, acidose metabólica, acidose tubular renal, diurese
osmótica, insuficiência adrenocortical primária e secundária;
Falsa hiponatremia (a osmolalidade do soro está normal ou aumentada):
Hiperlipidemia;
Hiperglicemia (a concentração do sódio sérico diminui 3 mEq/L por cada
100 mg/dL de aumento da glicemia).
159

Vitamina A (sérica)
Valores de referência: 1,2 a 4,2 μmol/L

Possíveis interpretações:

Alto: ingestão suplementar excessiva.

Baixo:
Doenças pancreáticas;
Hipotireoidismo;
Má nutrição;
Sistema carcinoide;
Tuberculose disseminada;
160

Proteína ligadora de retinol (PLR)


Valores de referência: 3 a 5 mEq/dL

A PLR transporta, dos hepatócitos para todos os tecidos do


organismo, a vitamina A (na forma de retinol).

Possíveis interpretações:

Alto: doenças renais crônicas.

Baixo:
Desnutrição energético-
proteica;
Enfermidades hepáticas.
161

Zinco eritrocitário
Valores de referência:
440 a 860 mcg/dl

O zinco é um elemento essencial e faz parte de diversas proteínas e enzimas.

A análise de Zn-Eritrocitário é para ajudar na


avaliação do estado nutricional pregresso
(carência) com relação à depleção e seus efeitos
a curto, médio e longo prazo.
Além dessa avaliação bioquímica, o diagnóstico
deverá ser complementado com dados
dietéticos e antropométricos.
162

Zinco eritrocitário
Possíveis interpretações:

Excesso de zinco não é de grande preocupação clínica

O hábito de tomar complexo vitamínicos (contendo grandes doses


de zinco) não produz problemas de toxicidade direta.

O excesso de zinco absorvido na dieta e por medicamentos é


excretado na urina.
163

Zinco eritrocitário
Possíveis interpretações:
A sua deficiência se manifesta em seres humanos, após alguns anos de depleção, como
resultado da ingestão constante de dietas deficitárias desse elemento.

Baixo:
Dermatite e Alopecia;
Falta de apetite e Perda de peso;
Diarreia;
Desordens neuropsiquiátricas;
Oligoespermia;
Deficiência do sistema imune;
Aumento dos níveis de amônia;
Retardo do crescimento fetal e infantil; Retardo do desenvolvimento sexual;
Hipogonadismo;
Letargia;
Deficiência na cicatrização de feridas;
Transtornos na divisão e crescimento celular.
164

25 hidroxi-vitamina D
Valores de referência: Deficiência: até 20 ng/mL
Insuficiência: de 21 a 29 ng/mL
Suficiência: de 30 a 100 ng/mL

Indicação - Avaliação da deficiência de vitamina D

Valores de 25 hidroxi-vitamina D de
30 a 100 ng/mL são considerados
suficientes por terem apresentado Valores inferiores a 30 ng/mL podem
melhor correlação com a absorção ser indicativos de insuficiência ou
de cálcio, densidade mineral óssea e deficiência, devendo ser
níveis de PTH. correlacionados com a clínica e com
os demais exames laboratoriais de
avaliação do metabolismodo cálcio.
165

25 hidroxi-vitamina D
Possíveis interpretações:

Alto: mulheres em uso de anticoncepcionais orais podem ter níveis


elevados devido à maior produção de DBP. Por outro lado os níveis
de DBP podem estar diminuídos em estados hipoproteinêmicos,
como na síndrome nefrótica.

Baixo: doenças Hepáticas, biliares ou gastrointestinais, por


diminuição da absorção e produção inadequada de bile;
Medicações como colestiramina e laxativos à base de óleos
minerais podem inibir a absorção de vitamina D;
Anticonvulsivantes inibem as enzimas hepáticas com aumento do
metabolismo e excreção.
166

Referências
CALIXTO-LIMA, L. REIS, N. T. Interpretação de exames laboratoriais aplicados à nutrição clínica. Rio de Janeiro:
Editora Rúbio, 2012.

Laboratório Álvaro. Site: http://www.alvaro.com.br/.

Parecer técnico CRN-3 Nº 03/2014. Disponível em:< http://crn3.org.br/Areas/Admin/Content/upload/file-


07112015.pdf>.

PASCHOAL, V. Suplementação Funcional Magistral: dos Nutrientes aos Compostos Bioativos. São Paulo:
Valéria Paschoal Editora Ltda., 2008.

RESOLUÇÃO CFN N° 306/2003. Disponível


em:<http://www.cfn.org.br/novosite/pdf/res/2000_2004/res306.pdf>.

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