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Parte 1:
No primeiro capítulo de "História da Loucura", Foucault traça uma
cronologia que compreende a evolução da insanidade e sua maneira de ser
compreendida pela sociedade. De início, discorre sobre a lepra - chaga social
que assolou a Europa até o final da idade média. Em uma sociedade regida pela
Igreja e pelo medo, em que o bem e o mal duelam de forma antagônica, a lepra
serviu como forma de purificação social. Os doentes eram jogados nos
leprosários e segregados de todo o meio social, criando uma ideia de escuridão
sempre atrelada a esses locais. Porém, ao final da Idade Média, acabaram-se
as guerras e também o contato com a fonte de infecção, de forma que os
leprosários se tornaram vazios. Claro que havia também uma questão
econômica - à medida que os doentes se tornavam escassos, os recursos
financeiros antes destinados à cura da lepra eram agora destinados aos pobres
– um absurdo!
Antes de os loucos assumirem seu lugar em terra, eles desbravaram os
mares da Europa. Em meados do século XV, a Nau dos Loucos se tornava
realidade, levando uma carga de insanos de uma cidade até outra. Não se sabe
exatamente a origem deste costume, pois na mesma época alguns hospitais
destinavam leitos para receber insanos e também havia alguns locais de
detenção para loucos. Presume-se então que os navios serviam para expulsar
os loucos estrangeiros, haja vista que cada cidade era responsável por seus
próprios loucos. Mais do que expulsar os alienados, a água entregava-os à
incerteza, tornando-os prisioneiros de sua própria partida e sentenciando-os a
retornar somente se a fé prevalecer.
Parte 2: