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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE CURITIBA

CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA CIVIL

PROPOSTA DE CASA ECOLÓGICA

CURITIBA

2017
GIOVANNA BERTELLI FERREIRA

KAUE EDUARDO DE ANDRADE

LUIZ GUILHERME DE SOUZA MACHADO

PALOMA GOMES MASSANEIRO

PATRICK SANTOS DO NASCIMENTO

RAFAELA OSZIKA

RUAN TALISSON VITOR DA COSTA

WILLYAN ZIELAK CLARO

PROPOSTA DE CASA ECOLÓGICA

Trabalho apresentado à disciplina


de Projeto Integrador I do curso de
Engenharia Civil da FATEC/PR
como exigência para obtenção de
nota parcial do 2º bimestre.

Prof. Orientador: Rodrigo Medeiros.

CURITIBA

2017
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Corte lateral da planta 20

Figura 2 – Planta base do orçamento apresentado na p.19 20


Figura 3 – Concreto sustentável e seus componentes. 15
Figura 4 – Telhas de material ecológico. 16
Figura 5 – Blocos feitos a partir de material de demolição. 16
Figura 6 – Madeira manufaturada empilhada. 17
Figura 7 – Diversas cores de madeira plástica. 17
Figura 8 – 1m² de cimento ecológico. 18
Figura 9 – Tintas de carbonato de cálcio natural micronizados. 18
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Custos dos produtos 19


Tabela 2 – Dados da planta 21
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 6
1.1 OBJETIVO 6
1.2 JUSTIFICATIVA 6
2. DESENVOLVIMENTO 7
2.1 HISTÓRICO DOS MOVIMENTOS AMBIENTAIS MUNDIAIS 7
2.1.1 Histórico da Política Ambiental Brasileira 9
2.2 A CONSTRUÇÃO CIVIL E SEU IMPACTO NO MEIO AMBIENTE 11

2.2.1 Quais os principais ecossistemas atingidos pela construção civil? 12


2.2.2 Quais os riscos da construção civil para a nossa saúde? 12
2.3 REUTILIZAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS 13
2.4 EMPRESAS QUE POSSUEM INICIATIVA SUSTENTÁVEL 14
2.5 MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO ECOLÓGICOS 14
2.6 CUSTO X BENEFÍCIO 19
2.6.1 Planta base 20
3. RESULTADOS 22
REFERÊNCIAS 24
6

1.INTRODUÇÃO

A construção civil cresceu atingindo um patamar onde se tornou algo


primordial quando se visa expansão. Por causa dessa acelerada evolução pontos
importantes foram esquecidos como o meio ambiente, que nos provem recursos
naturais utilizados nas obras, mas devido à má utilização e administração, eles estão
acabando.

Por meio desses problemas foram criados estudos para minimizar esses
impactos e novos conceitos foram agregados junto á inovações de casas
construídas com material ecológico, por meio deste processo é possível preservar o
meio ambiente e minimizar a poluição causada pelas obras de pequeno ou grande
porte. Esse método ainda não foi padronizado graças à existência de dúvidas em
relação ao custo x benefício.

Pensando nesses fatores este estudo esclarecerá os processos de redução


da poluição e utilização de materiais de construção ecológicos para preservação dos
recursos naturais existentes.

1.1 OBJETIVO

Estudar o impacto da construção civil com materiais convencionais no meio


ambiente e propor a construção de uma casa com métodos alternativos e materiais
ecológicos que reduzem o impacto ambiental.

1.2 JUSTIFICATIVA

A construção civil causa grande impacto no meio ambiente sendo assim o


projeto busca definir alternativas que possam ser utilizadas para preservação dos
recursos naturais sem interferir na qualidade dos materiais a serem utilizados.
7

2. DESENVOLVIMENTO
2.1 HISTÓRICO DOS MOVIMENTOS AMBIENTAIS MUNDIAIS

Em 1996, com o inicio da Resolução CONAMA 001 no Brasil, vários projetos


de empreendimentos com potencial de risco ao meio ambiente foram submetidos a
elaborar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA) como parte do licenciamento para sua implantação e operação.
Esse método de aprovação para projetos de empreendimentos potencialmente
poluidores se tornou tendência mundial para a preservação dos recursos naturais.

A preocupação com o meio ambiente se iniciou na década de 50 no século XX,


pois antigamente tudo o que importava era o desenvolvimento industrial e o
crescimento econômico. As empresas despejavam os resíduos de sua produção sem
nenhum tipo de tratamento no meio ambiente, fator que influenciou o principio de
inúmeras catástrofes ecológicas. Com esses acontecimentos começou a reflexão
sobre as atividades dos humanos no planeta e a idéia de impor limites ao
crescimento industrial para não causar mais danos irreparáveis aos recursos físicos e
humanos da terra.

Na década de 60 surgiu a primeira proposta para resolver esse dilema por


meio do “Relatório do Clube de Roma”, composto pela participação de
representantes dos países industrializados com a proposta de “crescimento zero”
(FOGLIATTI, ET AL; 2004). A solução não agradou aos países menos desenvolvidos
que almejavam alcançar os países mais industrializados, essas diferenças de
opiniões causaram uma bipolaridade no que se refere o tema ambiental.

Os Estados Unidos da América, em 1970, foi o primeiro país a institucionalizar


a fiscalização dos impactos ambientais através da criação do National Environment
Policy. Em 1971, Sucederam em Fourneux na Suíça inúmeras reuniões preparatórias
que produziram o documento “O Painel de Peritos em Desenvolvimento e Meio
Ambiente”, pois em 1972 na Suécia, seria realizada a “Conferência sobre o Meio
Ambiente Humano em Estocolmo” pela assembléia Geral das Nações Unidas. O
documento tem o intuito de discutir as divergências entre os países desenvolvidos e
os de industrialização tardia.

Por meio dessa conferência de Estocolmo gerou-se “A Declaração sobre o


Meio Ambiente”, a partir desse marco os impactos seriam efetivamente minimizados.
8

Nessa época surge a “Ecodesenvolvimento” para determinar uma relação positiva


entre desenvolvimento e meio ambiente. Após a Conferência de Estocolmo surgiram
vários disposições legais, organizações e programas ambientais por todo o mundo. O
PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e o Earthwatch
(Programa Observação da Terra) são alguns exemplos.

Em 1983, foi criada a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e


Desenvolvimento. A preocupação não era mais só a escassez dos recursos naturais
e sim a absorção dos ecossistemas devido aos resíduos produzidos pelas atividades
humanas. Em 1987, essa Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, publicou um relatório chamado “Nosso Futuro Comum” ou
“Brundtland”, por meio desse relatório surge o termo “desenvolvimento sustentável”,
utilizado nos dias atuais. Tem por objetivo o fim da pobreza, a satisfação básica de
alimentação, saúde e habitação, a busca de novas matrizes energéticas que
privilegiem as fontes renováveis e a inovação tecnológica.

Em 1989, foi criada a “Comissão Latino-Americana de Desenvolvimento e


Meio Ambiente” (em resposta da solicitação do Relatório Brundtland), que formou a
“Nossa Própria Agenda”, um documento que estabeleceu os vínculos entre riqueza,
pobreza, população e meio ambiente. Em 1991, no México começaram as reuniões
preparatórias para a Conferência Mundial das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
e Desenvolvimento (UNCED/92), reunidos na “Plataforma de Tlatelolco”, onde buscou
realçar a posição dos países da América Latina e do Caribe com relação aos tópicos
a serem discutidos na conferência.

Em 1992, aconteceu a conferência que pode ter um dos maiores marcos das
discussões ambientais globais, a “ECO-92” (Conferência Mundial das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento). Foram gerados alguns documentos
importantes na ECO-92 tendo em vista a concretização da proposta de
desenvolvimento sustentável.

Dos quais se ressalta a “Carta da Terra” (Declaração do Rio de Janeiro sobre


Meio Ambiente e Desenvolvimento), a Convenção sobre Diversidade Biológica,
a Convenção Marco sobre Mudanças Climáticas, a Declaração sobre Florestas e a
Agenda 21, que é o documento mais amplo e aborda diretrizes, bem como roteiros
detalhados para orientar governos, instituições das Nações Unidas e setores
9

independentes em como efetivar a proposta de proporcionar o desenvolvimento com


maior qualidade de vida através da preservação dos ecossistemas, mudando o rumo
das atividades humanas no planeta. Dentre os principais assuntos debatidos na
conferência se realçou como fazer os países em desenvolvimento ter acesso as
tecnologias não agressivas ambientalmente e como fortalecer as instituições
dedicadas aos estudos dessas tecnologias.

Na cidade de Kyoto no Japão, em 1997, foi assinado um novo componente da


Convenção Marco sobre Mudanças Climáticas: o Protocolo de Kyoto. Tem o intuito de
comprometer as nações mais industrializadas a reduzir no período de 2008 a 2012 as
emissões de componentes que interferem no clima da Terra em 5,2% em relação aos
índices de emissões de 1990.

Em 2002, ocorre a Conferência de Johannesburgo ou “Rio+10”, onde se


formou a “Cúpula Mundial de Desenvolvimento Sustentável” pelos países
participantes, o evento tem intuito de avaliar o progresso das metas determinadas no
ECO-92 e especialmente a agenda 21. Eles verificaram com os países participantes
se o método foi efetivo e quais alterações seriam necessárias para alcançar
um melhor resultado no tema ambiental.

A consequência deste movimento de mais de 50 anos para atender as


necessidades das gerações presentes e futuras, garantindo seu abastecimento,
conscientizando a sociedade e as pessoas do meio ambiente, levou a várias séries
de mecanismos que procuram impedir o perecimento ambiental, tais como: Políticas
ambientais, Auditorias Ambientais, Sistemas de Gestão Ambiental, Levantamentos de
Passivos Ambientais e Projetos de Desenvolvimento Sustentável.

2.1.1 Histórico da Política Ambiental Brasileira

No ano de 1934, surge o primeiro documento legal ambiental brasileiro: o


Código das Águas (Decreto no 24.643, de 10 de julho), que definiu o direito de
propriedade e de exploração dos recursos hídricos para abastecimento, irrigação,
navegação, usos industriais e geração de energia. Na década de 30 surgem outros
dois documentos importantes: o Decreto no 1.713, de 14 de julho, que cria o Parque
Nacional de Itatiaia (RJ) e o Decreto-Lei no 25, de 30 de novembro, organizando o
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
10

Em 1940, acontece a dissociação do direito de propriedade e do direito de


exploração através do Código das Minas (Decreto no 1.985), onde o proprietário tinha
o dever explorar sua propriedade sem causar dano ao próximo, evitando a poluição
do meio e o conservando. Em 1944, na Conferência de Chicago, foi o principio da
preocupação com o desenvolvimento de uma política ambiental brasileira, por meio
do Decreto no 21.713, em 2 de agosto de 1946, que promulgou a Convenção
Internacional sobre Aviação Civil, concluídas em Chicago em dezembro de 1944 e
firmado no Brasil em Washington em 29 de maio de 1945.

A criação de Áreas de Preservação Ambiental (APP), o reconhecimento das


Florestas, demais formas de vegetação e o interesse comum dos cidadãos surge nos
anos 60, por meio da criação do Código Florestal (Lei no 4.771, em 15 de setembro
de 1965). Na mesma década cria-se o Estatuto da Terra (Lei no 4.504, em 30 de
novembro de 1964), define a função social da terra. Na década de 70 começa a
criação de diversas Organizações não Governamentais (ONGs) e o Greenpeace.

Em 30 de outubro é criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA),


no governo de Emílio G. Médici (Decreto no 73.030). Em dezembro de 1975
emprega-se o Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras (SLAP), primeira
manifestação do SEMA. Agora o Estado é capaz de solicitar a entrega do Relatório
de Impacto Ambiental (RIMA) no momento em que reputar indispensável para
instalação e operação de atividades potencialmente poluidoras.

Os órgãos de apoio do SLAP eram a Comissão Estadual de Controle


Ambiental (CECA), a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA)
e o Projeto Especial de Normalização de Licenciamento (PRONOL). Em 1981 entra
em vigor a lei no 6.938, em 31 de agosto, se estabeleceu a Política Nacional do Meio
Ambiente (PNMA) e criou o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). Por
meio disso, a avaliação de impactos ambientais tomou proporções federais e dentro
da PNMA, cria-se o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).

Em 1986, surge a resolução no001 do CONAMA, que estabelece os critérios


básicos para elaboração do Estudo de Impacto Ambiental, no licenciamento de
projetos de atividades poluidoras de origem pública ou privada. Se realça também as
resoluções do CONAMA no 016, que institui regras para o licenciamento ambiental de
atividades de grande porte e a resolução no 018, que estabelece o Programa de
11

Controle de Poluição por Veículos Automotores (PROCONVE). A legislação ambiental


brasileira, desenvolvida pela PNMA, se solidificou pela criação da nova Constituição
da República Federativa do Brasil em 1988, onde englobou todas as questões
ambientais e a legislação vigente no país.

2.2 A CONSTRUÇÃO CIVIL E SEU IMPACTO NO MEIO AMBIENTE

A construção civil tem papel fundamental no desenvolvimento do país, e desta


forma se torna peça chave para o atendimento dos objetivos globais do
desenvolvimento sustentável. Só no Brasil, a construção gera cerca de 25% do total
de resíduos da indústria. A cadeia produtiva da construção tem um peso grande
também em termos de emissões de carbono. Segundo a UNEP (United Nations
Environment Programme), as edificações respondem por 40% do consumo global de
energia e por até 30% das emissões globais de gases de efeito estufa
(GEEs) relacionadas ao consumo energético.

À medida que a urbanização avança (mais de 80% da população brasileira


vive atualmente em áreas urbanizadas) medidas relacionadas à sustentabilidade
deverão ser adotadas para garantir a elevação da qualidade de vida da população.
O Brasil alcançou uma boa pontuação em certificações de prédios sustentáveis e
ocupamos hoje a 4a colocação em número de empreendimentos certificados
no mundo.

Em consonância com esta tendência, foi lançado na CETESB (Companhia


Ambiental do Estado de São Paulo), o Guia Metodológico para Inventário de
Emissões de Gases de Efeito Estufa na Construção Civil – Setor Edificações. O guia
foi elaborado pelo Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do
Estado de São Paulo) em parceria com as grandes empresas do setor da
construção e visa padronizar os critérios a serem considerados durante o ciclo de
vida do empreendimento e a metodologia de cálculo a ser utilizada para se elaborar
o inventário de GEE das obras.

Existem também certificações para classificar a construção como um


empreendimento sustentável, como o selo LEED e o AQUA. A proposta destas
certificações é estimular a adoção de práticas mais eficientes na construção civil
reduzindo o impacto ambiental ao adotar materiais e sistemas mais eficientes. O
foco está na redução do consumo de recursos naturais, como água e energia, sem
12

esquecer do correto gerenciamento dos resíduos. Tudo isso atrelado à construção


de edifícios mais confortáveis e funcionais para seus ocupantes.

Foi o que fez a Unilever na construção do novo centro de convivência para


seus funcionários na fábrica de Pouso Alegre. O prédio conta com uma arquitetura
que privilegia o uso de luz natural, estimula o uso de bicicleta ao trabalho e equipou
suas torneiras com redutores de vazão. Somando a outras características adotadas
durante a obra, a construção recebeu a certificação LEED Silver, primeira deste
modelo na região.

Iniciativas como estas estão se tornando cada vez mais freqüentes e


certamente irão ditar as normas do setor nos próximos anos. Produtos
ecologicamente corretos, mais eficientes e com características cada vez mais
inovadoras tem surgido com muita força no mercado, ajudando a alinhar eficiência
ambiental, conforto para usuários e economia na operação destes novos prédios
verdes.

2.2.1 Quais os principais ecossistemas atingidos pela construção civil?

O que mais agride o meio ambiente são os resíduos sólidos de demolição,


diariamente prédios são derrubados e a quantidade de entulhos
gerados compromete o solo e a falta de aproveitamento desses materiais gera
grande quantidade de lixo para o meio ambiente. A extração também causa um
grande impacto principalmente a de minerais, que não podem ser plantados
e nem produzidos, e nunca retornam ao meio ambiente na sua forma de
extração. Diminuindo a quantidade de matéria-prima disponível no planeta, hoje a
construção civil é o maior poluente do nosso planeta, pela sua necessidade
(devido ao crescimento populacional), e a quantidade de entulhos que chega a 35,5
milhões de toneladas por ano. Também há impactos gerados pelo consumo de
energia, já que para a produção de energia é necessário usinas de produção
de energia, que agridem o ecossistema.

2.2.2 Quais os riscos da construção civil para a nossa saúde?

A construção de prédios é um dos que mais afeta nossa saúde, pela sua
inibição de ar e também pelas toxinas geradas por essas construções, quando
falamos de poluição a primeira relação é com o lixo, mas o desmatamento, para a
utilização de madeiras, por exemplo, afeta diretamente na produção de oxigênio,
13

que além de atacar a camada de ozônio, piora a qualidade do ar deixando-o mais


impuro. Também tem o caso da poluição de rios e do lençol freático, que além de
prejudicar nosso consumo de água também ocasiona as chuvas acidas.

Porque a construção civil é a economia de capital, priorizando o lucro gerado


com as obras, buscando matérias-primas mais baratas, e rápidas, que grande parte
das vezes são limitados e direto do meio ambiente, fazendo com que animais que ali
vivem percam seu habitat natural, nesse ramo a maioria das empresas não estão
trabalhando com sustentabilidade por ser caro e pouco procurado, como outros
ramos já fazem, e a não preocupação com escassez dos recursos, que torna nosso
ecossistema cada vez mais frágil e debilitado, o consumo na construção civil vai de
40% a 75% dos recursos do planeta, sendo o cimento mais consumido que
alimentos e o concreto em segundo perdendo apenas para água.

2.3 REUTILIZAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS

Um dos mais importantes setores da economia, a construção civil, é essencial


ao desenvolvimento no país, sendo responsável por mais de 2, 327 milhões de
empregos diretos e indiretos, de acordo com pesquisa do SindusCon-SP (Sindicato
da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) e da FGV (Fundação
Getulio Vargas). Em contrapartida, o setor se caracteriza como um dos que mais
consomem recursos naturais, desde a produção dos insumos utilizados até a
execução da obra e sua operação ao longo de décadas. No Brasil, apropria-se de
75% do que é extraído do meio ambiente.

Segundo Diana Scillag, diretora do CBCS (Conselho Brasileiro de Construção


Sustentável), de tudo o que extrai da natureza, apenas entre 20% e 50% das
matérias-primas naturais são realmente consumidas pela construção civil.
Dados revelam que o volume de resíduos gerado (entulho de construção e
demolição), chega a ser duas vezes maior que o volume de lixo sólido urbano. O
economista e mestre em tecnologia ambiental Elcio Carelli, da empresa Obra
Limpa, afirma que
60% do total de resíduos produzidos nas cidades brasileiras têm origem na
construção civil. “Em São Paulo, estima-se a geração de 17 mil toneladas/dia de
resíduos, sendo que 30% vêm da construção formal e o restante da informal”, diz
ele.
14

A produção de materiais de construção ainda é responsável pela poluição que


ultrapassa limites tolerados em poeira e CO2. O processo produtivo do
cimento necessariamente gera o gás carbônico, um dos principais causadores
do efeito estufa. Para cada tonelada de clinquer (componente básico do cimento)
produzido, mais de 600 kg de CO2 são lançados na atmosfera. Junte-se o sedimento
ambiental da produção de outras indústrias com o crescimento mundial da
fabricação de cimento, o resultado é que a participação do insumo no CO2 total
mais que dobrou no período de 30 anos, entre 1950 e 1980. Outros materiais
usados em grande escala têm problemas similares.

Scillag afirma que “a reciclagem é prática ideal de transformação para reduzir


o volume de extração de matérias-primas, através da substituição por resíduos
reciclados, redução de áreas destinadas a aterros, redução de energia referente ao
processo de extração, além de possibilitar o surgimento de novos negócios”.

2.4 EMPRESAS QUE POSSUEM INICIATIVA SUSTENTAVEL

1. “Alcoa busca a sustentabilidade no setor de mineração”

2. “Amanco investe em materiais de menor impacto ambiental”

3. “Braskem é líder global no uso de materiais renováveis”

4. “CPFL busca alternativas para geração de energia elétrica”

5. “Fibria investe em sustentabilidade e gera empregos”

6. “Masisa foca na redução de insumos durante a produção”

8. ”Promon cria "sustentômetro" para medir impacto socioambiental”

9. “Unilever reformula embalagens e reduz emissões em 35%”

10. “Whirlpool reduz emissão de substâncias nocivas”

2.5 MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO ECOLÓGICOS

O uso de materiais ecológicos e técnicas sustentáveis na construção da casa,


uso diário e manutenção, atitudes, técnicas e uso correto com relação aos produtos
ecológicos e materiais sustentáveis tem se tornado alvo da atenção de todas as
15

pessoas preocupadas com uma melhor qualidade de vida para as atuais e futuras
gerações, assim como com a preservação do meio ambiente no planeta terra.

Podem ser utilizadas madeiras de reflorestamento, tijolo ecológico de solo de


cimento caso exista no local, e demais materiais ecológicos para construção civil
que já tenham sido testados com sucesso. Para quem simpatiza com a ideia de dar
à sua casa uma referência cultural de construções passadas, pode-se utilizar
madeira e materiais de demolição como esquadrias, e demais elementos que podem
ser reaproveitados. Como:

Concreto sustentável: Há tipos de concreto que utilizam materiais reciclados


do entulho de obras, como vidro triturado, lascas de madeira, entre outros
resíduos que não prejudicam a qualidade do concreto (figura 3).

Figura 3 – Concreto sustentável e seus componentes.

Fonte: Construa negócios, disponível em:


http://www.construanegocios.com.br/artigos/exibir.php?noticia=6455, acesso em:
20 de novembro.

Telhas ecológicas: Existem diferentes opções de telhas ecológicas, como as


que são produzidas com fibras de pinho, eucalipto, sisal, bananeiras ou coco,
além de telhas feitas com papel e resina reciclados (figura 4).
16

Figura 4 – Telhas de material ecológico.

Fonte: 3E Consultoria: Projetos Sustentáveis, disponível em:


http://3econsultoria.eco.br/2016/12/09/telhas-de-caixa-de-leite/, acesso em: 20 de
novembro.

Blocos de entulho: Feitos a partir do reaproveitamento do entulho de


construções demolidas ou reformas (figura 5).

Figura 5 – Blocos feitos a partir de material de demolição.

Fonte: VR Demolidora, disponível em: http://www.vrdemolidora.com.br/meio-


ambiente.php, acesso em: 20 de novembro.
17

Madeira manufaturada: Tábuas feitas a partir de material reaproveitado, como


serragem e madeiras de construções demolidas (figura 6).

Figura 6 – Madeira manufaturada empilhada.

Fonte: Ciclovivo, disponível em: http://ciclovivo.com.br/noticia/parece-simples-


mas-nao-e-entenda-como-e-fabricado-um-lapis-ecologico/, acesso em: 20 de
novembro.

Madeira plástica: Feita a partir de plástico reciclado, pode ser usada como
piso ou revestimento. É um material de fácil manutenção e possui a vantagem
de ser imune ao cupim e outras pragas (figura 7).

Figura 7 – Diversas cores de madeira plástica.

Fonte: Pensamento Verde, disponível em:


http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/beneficios-madeira-plastica-
meio-ambiente/, acesso em: 20 de novembro.
18

Cimento ecológico: Também chamado de CPIII, reaproveita 70% do resíduo


gerado pelas siderúrgicas e é mais durável que os outros tipos de cimento
(figura 8).

Figura 8 – 1m² de cimento ecológico.

Fonte: TERPE: Soluções prediais, disponível em:


http://terpe.com.br/blog/conheca-o-cimento-ecologico-a-alternativa-verde-da-
atual-construcao-civil/, acesso em: 20 de novembro.

Tintas minerais: Por não serem feitas com derivados de petróleo, possuem
baixa concentração de compostos que, ao evaporar, danificam a camada de
ozônio (figura 9).

Figura 9 – Tintas de carbonato de cálcio natural micronizados.

Fonte: Provale, disponível em: http://www.grupoprovale.com/produto/carbonatos-


de-calcio-natural-micronizados-5-4-3-2-1, acesso em: 20 de novembro.
19

2.6 CUSTO X BENEFÍCIO

Quando pensamos em produtos ecológicos logo pensamos em produtos que


não prejudicam o meio ambiente, mas que também pesa mais no nosso bolso,
devido sua forma de produção diferenciada. Como por exemplo, o tijolo feito com pó
de mármore (RCD) que são que rejeitos de construções e substituindo areia por
RCD com graúdo (brita) possibilita a confecção de um melhor produto.

Entre as vantagens do tijolo RCD estão o encaixe perfeito, resistência


a umidade, facilidade na instalação elétrica hidráulica, maior segurança na
construção, pois existe uma melhor distribuição do peso e a dispensa das caixas
de madeira para o concreto, já que as colunas e vigas são embutidas nos furos.

CUSTO DOS PRODUTOS

Convencionais Ecológicos
Arame recozido R$69,90 Arame recozido R$69,90
Pregos R$109.00 Prego de reciclagem R$126,00
Ferragens R$ 2.447,44 Ferragem de reaproveitamento R$1.666.99
Caibro R$182,00 Caibro R$182,00
Ripa para telhas R$350,46 Ripa de madeira de demolição R$185,00
Portas R$1.887,30 Portas R$1.187,30
Telhas R$2.187,90 Telha de fibra ecológica R$2.225,00

Janelas R$2.614,82 Janelas R$2.614,82


Tijolo cerâmico R$2.640,00 Tijolo RCD R$10.640,00
Cimento CPII R$3.135,00 Cimento CPIII-40 R$3.615,00
TOTAL R$15.618,82 TOTAL R$22.512,01
20

2.6.1 Planta base

A planta a seguir foi base do orçamento de materiais:

Figura 1 - Corte lateral da planta.

Fonte: Autores.

Figura 2 – Planta base do orçamento apresentado na p.19

Fonte: Autores
21

DADOS DA PLANTA
Hall 2,00m x 1,80m
Circulação 1,00m x 6,00m
Sala e sala de jantar 5,5m x 3m x 3,7m
Cozinha 4,00m x 2,30m
Lavanderia 2,30m x 2,90m
WC 1 2,70m x 2,90m
WC 2 3,00m x 1,70m
Quarto 1 3,00m x 3,00m
Quarto 2 3,00m x 3,00m
Quarto 3 3,00m x 3,00m
Altura do pé direito 2,5m
Volume 216m²
Metragem total (sem paredes) 86,29m²
Metragem total do chão com todas as paredes 101,47m²
Metragem total do chão com paredes interiores 91,53m²
22

RESULTADOS

A construção civil com materiais convencionais não causa impacto muito


superior no meio ambiente em relação à construção com produtos ecológicos. O
maior impacto na realidade é o causado pela, emissão de gases durante a
fabricação dos materiais de construção, o desmatamento das áreas a serem
construídas e a extração de matéria prima, que pode ser reduzida a partir da
reutilização de alguns recursos.

De acordo com a pesquisa elaborada é possível observar, que o custo dos


materiais ecológicos pode se dar em valor tanto maior quanto menor em relação aos
materiais de construção convencionais.

Quando o valor do produto ecológico é superior ao comum deve-se ao fato de


que é feito do zero com componentes menos agressivos ao meio ambiente
causando maior custo de produção e consequentemente o aumento do valor do
produto, tanto para venda de atacado quanto no comércio varejista. Como por
exemplo, o tijolo de pó de mármore (RCD), que muda a matéria prima de fabricação
do tijolo cerâmico convencional tornando-se um produto diferente desde o primeiro
momento, e o prego de reciclagem que não muda sua fórmula porém a matéria
provem de ferro e latão reciclados, sendo derretidos e transformados em pregos,
tornando seu preço de mercado superior ao do prego convencional.

Porém grande parte dos produtos que podem ser utilizados na construção de
uma casa com materiais alternativos possuem valor inferior ao dos materiais
comumente utilizados. Isso se dá devido ao fato de que esses produtos não
passaram por nenhum processo antes de sua reutilização sendo diretamente
provenientes de demolições, reformas e refugos de obra, podemos citar
como exemplo as ferragens e ripas para o telhado que são materiais
aproveitados de outras construções.

O material ecológico, portanto nem sempre significa produto de qualidade


visto que a parte diretamente reutilizada já possui certo desgaste e não
recebe nenhum tratamento especial antes de ser utilizada. Os materiais
ecológicos que possuem realmente qualidade igual ou superior são aqueles feitos
do principio com matéria prima diferente, pois se trata de um produto novo.
23

Estes materiais menos nocivos ao ambiente podem ser aplicados sem grande
impacto financeiro no caso de restos de demolição diminuindo o custo da obra, os
tijolos RCD possuem a vantagem de dispensarem caixaria de concreto e possuir
maior resistência a umidade diminuindo o desgaste e consequentemente tendo
maior durabilidade, porém é necessário ter consciência de que é 500% mais caro
do que o tijolo convencional de cerâmica.

Para melhor aplicação dos materiais é necessário maior aprofundamento no


que diz respeito aos produtos feitos com material reaproveitado e como baratear seu
valor de produção visto que apesar de seu custo elevado são de qualidade superior
e aumentam a longevidade da construção além de facilitar alguns processos.
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REFERÊNCIAS

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ambiental”. Disponível em:
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