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UNIVERSIDADE NILTON LINS

INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS
Profº Odelson de S. P.
opereira@niltonlins.br

GESTÃO INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

Inovação disruptiva, inovação descontínua, inovação radical.

O QUE É INOVAÇÃO DISRUPTIVA?


A teoria da inovação disruptiva foi criada pelo professor de Harvard Clayton M. Christensen, em
sua pesquisa sobre a indústria do disco rígido e, mais tarde, popularizada com o seu livro O Dilema
do Inovador, publicado em 1997.

Inovação disruptiva é o fenômeno pelo qual uma inovação transforma um mercado ou setor
existente através da introdução de simplicidade, conveniência e acessibilidade em empresas onde a
complicação e o alto custo são o status quo. Quando um nicho de mercado já está defasado (ou se
mantém numa constante, sem crescimento ou sem novidades) e parece desinteressante ou
irrelevante, é surpreendido por um novo produto ou ideia, que redefine completamente a indústria.
E nesse contexto, acontece uma inovação disruptiva.

Inovação disruptiva significa a transformação de uma tecnologia, produto ou serviço em algo novo,
mais simples, conveniente e acessível.

Hoje esses temas fazem parte do vocabulário corporativo e, muitas vezes, são empregados de forma
incorreta.

A inovação é um tema bastante recorrente no mundo corporativo. Com um mercado cada vez mais
competitivo, dinâmico e exigente, inovar é palavra de ordem para as empresas que querem crescer e
liderar a concorrência.

Comumente associada à criatividade, a inovação é um processo coordenado que também envolve


viabilidade e demanda.

É preciso que alguém esteja interessado pela novidade ou produtos que se deseja lançar no
mercado!

A criatividade é o que vai gerar uma ideia, seja ela incremental ou disruptiva;
A viabilidade se refere à possibilidade de concretizar a ideia, analisando aspectos financeiros,
técnicos, logísticos, operacionais, mercadológicos, etc;
A demanda, por sua vez, diz respeito ao interesse do público por essa ideia inovadora.
Para que uma empresa apresente bons resultados, não basta simplesmente inovar. É preciso que se
faça uma gestão eficiente da inovação, considerando os três fatores citados anteriormente e todas as
etapas que vão desde a ideia até a sua aplicação prática.

Mas, afinal, como fazer a gestão da inovação nas organizações?

Separamos 6 dicas para te ajudar nessa tarefa e, assim, gerar mais valor para a sua empresa.

Antes de ver as dicas, confira este vídeo que vai te ajudar a ser mais criativo:
6 DICAS DE GESTÃO DA INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

1 – Inovação como prioridade


A inovação deve estar inserida no DNA da organização e, assim, ser encarada como prioridade em
todos os procedimentos estratégicos.

É preciso que a inovação esteja em consonância com os objetivos e com a cultura da empresa, além
de fazer parte de sua estratégia de crescimento.

2 – Identificação das necessidades e oportunidades


A mais importante dica para gestão da inovação nas organizações é identificar as principais
necessidades e oportunidades da empresa.

Para isso, é preciso fazer uma análise dos ambientes interno e externo da organização. Dessa forma,
fica mais fácil planejar e desenvolver as ideias de inovação.

Veja mais: Análise SWOT para planejamento estratégico: quais seus pontos fortes e pontos fracos?

3 – Benchmarking de inovação
O benchmarking pode ser definido como uma prática que consiste em olhar para os feitos de
sucesso da concorrência e tentar adaptá-los à realidade da sua empresa.

Para a gestão da inovação nas empresas, o benchmarking de inovação acontece quando as


organizações buscam inspiração em ideias dos concorrentes ou até mesmo de outros mercados.

A Netflix, por exemplo, inovou no mercado de filmes e séries e revolucionou a maneira com que as
pessoas consomem esses produtos audiovisuais.

Em seguida, várias empresas (muitas delas já consolidadas) desenvolveram a sua própria plataforma
de streaming baseadas no modelo Netflix.

A citar: Amazon Prime, HBO Go, Looke, Telecine Play, Globo Play, etc.

4 – Ambiente favorável à inovação


A inovação nasce da criatividade. Por isso, é fundamental fornecer aos colaboradores um ambiente
que favoreça o pensamento criativo e, consequentemente, a inovação.

Estimule a participação de todos na geração de ideias, horizontalize a comunicação dentro da


empresa, promova o diálogo e a troca de conhecimento, dê liberdade criativa para os funcionários.

Na Toyota, por exemplo, todos os colaboradores são incentivados a propor novas ideias, do chão de
fábrica até os cargos de diretoria. Essa prática de gestão da inovação nas empresas tem feito toda a
diferença nos índices de competitividade e de produtividade da Toyota.

Este vídeo (em inglês) elaborado pela Harvard Business Review explica de forma bem didática,
como funciona a inovação disruptiva e a importância de um ambiente empresarial independete para
isso :

5 – Parcerias
Investir em parcerias durante o processo de inovação permite à empresa alcançar melhores
resultados.
Dessa forma, é interessante contar com a ajuda de instituições que já têm vasta experiência no que
se refere à gestão da inovação nas organizações, como universidades, consultorias especializadas,
incubadoras de startups, etc.

Ao selecionar os parceiros, é importante que se tenha clareza na estratégia e compatibilidade


cultural.

6 – Profissionalismo
Inovar com profissionalismo é saber estruturar o processo de inovação.

No que tange a gestão da inovação nas empresas, pode-se utilizar softwares de gerenciamento de
projetos para planejar, controlar distribuir e acompanhar todas as atividades referentes à inovação.

Há também plataformas colaborativas nas quais os envolvidos no processos de inovação podem


interagir entre si de forma prática, bastando estarem conectados à internet.

A gestão da inovação nas organizações, quando feita de maneira eficiente, tem o poder de
transformar o potencial inovativo da empresa em realidade concreta e lucrativa.

Depois de desenvolver e colocar em prática a inovação, é fundamental acompanhar os resultados e


verificar se os objetivos desejados estão sendo alcançados.

Com o STRATWs ONE, um software de gestão de performance corporativa desenvolvido pela


Siteware, você poderá não apenas detectar oportunidades de melhoria para lançar inovações, como
acompanhar indicadores de performance e fazer a gestão do portfólio de projetos.

INVENÇÕES DA TECNOLOGIA DESCONTÍNUA, também chamadas de inovações radicais ou


inovações disruptivas, são aquelas que não agregam apenas um valor incremental a uma invenção já
existente, mas que, na verdade, criam uma nova invenção que atende a necessidades que antes não
eram supridas aos consumidores, gerando um novo valor e um novo mercado.

Um novo mercado, porque, por definição, se o produto (ou invenção da tecnologia) é novo, o
mercado que comercializa esse produto também só pode ser novo.

Para ilustrar o que é uma invenção da tecnologia descontínua, rapidamente, podemos dar o exemplo
das máquinas fotográficas digitais.

Antes delas, a s invenções contínuas ou incrementais nas câmeras fotográficas já existentes se


resumiam a zoons mais potentes, flashes mais inteligentes, que não marcavam os olhos de
vermelho, pilhas de maior duração, filmes dos mais variados tipos.

Isto é: apenas melhorias na invenção que já existia, uma continuação incrementada do produto.

Ao surgir a câmera digital, não havia mais necessidade de filmes, as imagens podiam ser guardadas
de forma virtual, sem ocupar espaço físico, a quantidade de fotos não dependia mais de quantos
rolos de filmes haviam sido comprados (praticamente extinguindo esse mercado) e era possível ver
as fotos imediatamente e até descartar as ruins.

Portanto, todos esses detalhes são invenções da tecnologia descontínua que geraram novos
comportamentos (e, por isso, novos valores no produto), pois não se tratava de um incremento a
invenção já existente, mas de uma nova invenção tecnológica.
INOVAÇÃO RADICAL

Um novo produto que seja surpreendente, ousado, muito diferente dos que já existem no mercado.

Algo que é novo para o mercado e que traz uma grande mudança tecnológica, estrutural ou
operacional. Para o instituto americano Radical Inovation Group, referência mundial no assunto, a
definição de inovação radical é a seguinte: a criação de uma nova linha de negócios, tanto para a
firma quanto para o mercado, que ofereça de 5 a 10 vezes mais melhorias na performance ou de
30% a 50% (ou mais) de redução nos custos. É comum que o termo seja confundido com inovação
disruptiva. Os dois são mesmo parecidos. Só que inovações radicais são disruptivas, mas nem toda
inovação disruptiva é radical. Complicou? Um jeito fácil de diferenciar os dois é saber que, para ser
disruptiva, uma inovação não precisa ter uma tecnologia totalmente nova, basta ser mais simples,
mais barata, mais prática (uma forma nova de chamar o taxi, por exemplo, com um aplicativo).

QUEM INVENTOU
O primeiro a falar em inovação radical foi o economista austríaco e professor de Harvard, Joseph
Schumpeter (1883–1950). Ele classificou as inovações de acordo com seu grau de novidade em três
tipos: a radical, completamente diferente de qualquer uma que veio antes, como a lâmpada ou o
telefone; a incremental, que é uma melhoria em cima de algo que já existe, exemplo do telefone
sem fio e dos tablets; e ainda as revoluções tecnológicas, clusters de inovações que juntas são
capazes de causar um grande impacto, como a invenção dos computadores pessoais.

QUANDO FOI INVENTADO

Em 1939, no livro Business Cycles (1939), Schumpeter entra no assunto para explicar como a
invenção de tecnologias revolucionárias cria ondas de “destruição criativa” — literalmente
destroem mercados anteriores e tomam o seu lugar.

PARA QUE SERVE

Para a academia, entender as inovações radicais ajuda a estudar as transformações no mercado e


tudo o que podem influenciar — do treinamento dos funcionários ao comportamento dos
consumidores. Para os empreendedores, definir o tipo de inovação que está sendo feita ajuda a
entender quais serão as necessidades da empresa. Como entrar no mercado e se posicionar contra
concorrentes, se é preciso registrar patente, e até como enfrentar a falta de legislação na área. “Para
a saúde financeira da empresa, no médio e no longo prazo, a radical é o tipo de inovação mais
importante”, afirma o professor Mario Sergio Salerno, coordenador do laboratório de gestão da
Inovação da Poli-USP. “Quem faz inovação radical tem uma vantagem competitiva clara em relação
aos concorrentes. Pode dominar o mercado por um bom tempo. Por isso tantas empresas vêm
investindo em áreas de pesquisa e desenvolvimento”, diz.

QUEM USA
Os exemplos vêm desde a invenção da roda, passando pelos carros, pelas vacinas que erradicaram
doenças e pelos pesticidas que deixaram na história as grandes crises de fome do mundo. Casos
recentes como o do Walkman, da Sony, e o das cápsulas de Nespresso, da Nestlé, mostraram a força
que inovações radicais podem ter para garantir liderança no mercado. O que não significa que o
sonho dure para sempre: bastou que expirassem as cerca de 1 700 patentes que protegiam as
cápsulas e máquinas de café da companhia suíça para que o mercado fosse inundado de cópias mais
baratas.

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