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Sérgio Mendonça @ Consultoria Acadêmica


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Introdução à redação para


estudantes de pós-graduação
 Sérgio M.  April 17, 2019 2 Minutes

O título deste post se refere ao título do primeiro capítulo da obra “Truques da escrita” de
Howard S. Becker (Editora Zahar, 2015). Não é meu objetivo expor todas as ideias presentes
no texto, mas apenas levantar os aspectos relacionados ao início da escrita de um texto e o
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hábito da reescrita. Para isso farei menção também ao trabalho de Inger Mewburn, autora do
blog The Thesis Whisperer.

O texto de Becker se funda na experiência como professor em uma disciplina de redação. Ele
nota que várias pessoas em sua turma adotam hábitos peculiares de escrita devido à
insegurança — a avaliação que outros farão de seu texto. A verdade é que parte considerável
das pessoas que se iniciam na academia têm receio de se expor por meio de um texto escrito.

Esse sentimento, contudo, está em desacordo com uma prática comum: a reescrita. São raras
as pessoas que escrevem um texto definitivamente, da primeira à última linha. É mais
frequente que o autor ou autora refine seu trabalho com o tempo e mesmo receba sugestões
de outras pessoas. Uma outra perspectiva do mesmo escrito pode ajudar a enriquecer o
texto, torná-lo mais direto e coeso — como defende Becker.

Alguns autores e autoras vão ainda mais longe na afirmação da reescrita. Inger Mewburn, em
seu livro “How to tame your PhD” (Akimbo Productions, 2012), diz que “não existe algo como
escrever: apenas reescrever”. É com base nesse “mantra” que a autora australiana recomenda
uma técnica para escrever 1000 palavras por dia “sem arrancar os cabelos”.

Funciona basicamente assim: 1) reserve um espaço do seu dia para escrever, em um espaço
sem distrações — recomenda-se o limite “produtivo” de até duas horas; 2) comece a escrever
a partir do meio, sem se preocupar com introduções e conclusões; 3) marque um tempo no
relógio (10-15 min.) e escreva rapidamente o que vier à cabeça sobre o assunto do trabalho.
Se não souber o que escrever, escreva qualquer coisa para preencher espaço. Tire um tempo
de descanço (5 min.) e faça uma nova rodada de escrita livre — freewriting; 4) esgotado o
tempo reservado para escrita, dedique-se a outras tarefas e em outra oportunidade volte ao
texto que escreveu.

É bem provável que o escrito produzido não seja bom — frequentemente, na verdade, é
horrível. A ideia é reescrever o texto e aproveitar o que for útil, os trechos bons e passíveis de
reformulação. Normalmente é mais fácil escrever quando se tem um rascunho ou esquema —
frequentemente chamado de outline. Retornarei a essas técnicas em textos futuros.

Concluindo, o que tanto Becker como Mewburn buscam enfatizar é que escrever demanda
dedicação, independente do tempo de estrada do pesquisador ou pesquisadora. A
dificuldade para muitas pessoas é tornar a escrita um hábito, perder a ansiedade, acostumar-
se a reescrever e construir seus próprios instrumentos (rascunhos, esquemas, sumários
provisórios, etc).

Nada disso precisa ser feito sozinho ou sozinha. É uma boa ideia compartilhar textos, indo e
vindo, com colegas de confiança na graduação e pós-graduação. De qualquer modo, se ainda
restarem dúvidas ou faltarem boas sugestões sobre que rumo seguir e como qualificar seu
trabalho ou projeto, estou à sua disposição!

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Published by Sérgio M. Published


April 17, 2019
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Relato de experiência – Graduação em Ciências Sociais


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