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UNESC - Universidade do

Extremo Sul Catarinense

SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO

RUÍDOS E VIBRAÇÕES

Prof. Dr. Geraldo J. M. Martins

2016

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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 3

2 RUÍDO ...................................................................................................................... 3

2.1 LIMITES DE CONFORTO ACÚSTICO............................................................... 4

2.2 CONSEQUÊNCIAS DA EXPOSIÇÃO AO RUÍDO ............................................. 4

2.3 MEDIDAS DE CONTROLE DO RUÍDO ............................................................. 5

2.4 DOSE DE RUÍDO .............................................................................................. 6

2.5 EXEMPLOS DE ESTUDOS EFETUADOS SOBRE O NÍVEL DE RUÍDO .......... 6

2.6 NÍVEIS DE RUÍDO NO TRABALHO .................................................................. 7

2.7 PROBLEMAS CAUSADOS PELO RUÍDO ......................................................... 9

2.8 EFEITOS FISIOLÓGICOS ................................................................................. 9

2.8.1 Stress associado ao trabalho ...................................................................... 9

2.9 REDUZIR O RUÍDO ......................................................................................... 10

2.9.1 Fundamentais na analise de riscos são os seguintes passos:................... 10

2.9.2 Controlo dos Riscos .................................................................................. 10

2.9.3 Informação e formação aos trabalhadores ................................................ 11

2.9.4 Monitorizar os riscos e rever as medidas de prevenção ............................ 11

2.9.5 Envolver os trabalhadores ......................................................................... 11

2.10 GESTÃO DO RUÍDO NA CONSTRUÇÃO ..................................................... 11

2.11 AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA AOS QUAIS MÚSICOS


DE UMA BANDA ESTÃO EXPOSTOS ............................................................................ 12

3 VIBRAÇÕES ........................................................................................................... 14

3.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 14

3.2 VIBRAÇÃO MÃOBRAÇO E VIBRAÇÃO CORPO INTEIRO ............................. 14

3.3 MEDIDAS DE PROTEÇÃO .............................................................................. 15

3.4 DURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO ........................................................................... 15

3.5 REDUÇÃO DAS VIBRAÇÕES ......................................................................... 16

3.5.1 Redução da vibração mão-braço............................................................... 16

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1 INTRODUÇÃO

Diariamente, ha um grande de pessoas expostas a níveis muito elevados de ruído no


trabalho e, consequente, a todos os riscos dai provenientes.
O ruído e um problema que se alastra a praticamente todos os ambientes de trabalho,
desde call centers a escolas, passando por escritórios, embora, naturalmente, tenha uma
particular incidência na indústria e na construção civil.
Segundo a Agencia Europeia para a Higiene e Segurança do Trabalho, um em cada
cinco trabalhadores europeus tem que levantar a voz pelo menos metade das vezes que
querem falar quando estão no trabalho e sete por cento sofrem de problemas de perda de
audição derivados das suas ocupações profissionais.
Alias, a perda de audição devido ao excesso de ruído e a doença ocupacional com
mais denuncias em toda a União Europeia.
Acompanhe-nos nas paginas seguintes e perceba melhor o que fazer face aos
problemas do ruído no trabalho.
Este guia tem por fonte documentação produzida pela Agencia Europeia para a
Higiene e Segurança do Trabalho.

2 RUÍDO

O ruído pode ser conceituado de diferentes maneiras, dependendo da análise e


atividade em questão. De uma maneira geral, pode-se obter uma conceituação física e outra
subjetiva. Fisicamente o ruído é um fenômeno composto de várias ondas sonoras,
compostas caracteriza-se por ser um som complexo, resultado da superposição
desarmônica de sons originados de várias fontes.
Segundo Ruiz et al. (2000), o ruído é uma mescla de diferentes sons, no qual sua
frequência não compõe uma ordem lógica.
A NR 15 - Norma Regulamentadora de Segurança e Medicina do Trabalho do
Ministério do Trabalho fixa os limites de tolerância para exposição ao ruído e classifica-os
em três tipos: contínuo, intermitente e de impacto. A norma não diferencia o ruído contínuo
do intermitente, apontando apenas que seriam os ruídos que não são de impacto. Este
último conceitua-se como sendo um pico de energia sonora com duração menor que 1
segundo, com intervalos maiores que 1 segundo (BRASIL, 2006a).
De acordo com Gerges (2000), o ruído é um tipo sonoro desagradável e indesejado. O
autor ainda explicita que a potencialidade de perturbações auditivas não se deve apenas ao
nível de som, mas também ao tempo de exposição.

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Por fim, Bistafa (2006) define ruído como um som sem harmonia, e na maioria das
vezes de sentido negativo. O autor ainda infere que tal definição depende do contexto e
expõe que sons com qualificação de ruído podem passar informações úteis, como por
exemplo, alerta sonoro indicando velocidade de direção (em automóveis) ou som indicando
que o café de uma cafeteira está pronto.
É importante ressaltar que o nível sonoro equivalente Leq pode ser definido como um
nível de ruído contínuo que possui a mesma energia acústica que os níveis oscilantes de
origem, durante certo período de tempo. O Leq é definido pela Equação 1 (BISTAFA, 2006).
1 𝑇 𝑃2 (𝑡)
𝐿𝑒𝑞 = 10 log ∫ 𝑑𝑡
𝑇 0 𝑃02

onde: P2 refere-se à pressão sonora instantânea, em N/m²;


“P0” é a pressão sonora de referência (2.10-5 N/m²);
“T” é o tempo de integração.

2.1 LIMITES DE CONFORTO ACÚSTICO

As normas responsáveis pelos limites de tolerância adotados para se avaliar o nível de


ruído no ambiente e dizer se o mesmo é insalubre ou não, variam de acordo com o
ambiente analisado. A NBR 10.152 é a norma de níveis de som para o conforto acústico em
ambiente construído.
Com relação ao conforto acústico no trabalho, na Norma Regulamentadora do
Ministério do Trabalho, NR 17 - Ergonomia, encontram-se os parâmetros que promovem a
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores
de modo a oferecer conforto acústico, desempenho e segurança. Segundo esta mesma
Norma, em locais onde se fizer necessário atenção constante ou ainda onde se exija
solicitação intelectual recomenda-se que para conforto se tenha níveis de ruído de acordo
com o estabelecido na NBR 10.152, norma brasileira registrada no INMETRO. No caso do
valor limite de ruído não estar contemplado na NBR supracitada, deve-se ter como ruído
máximo para conforto acústico o valor de até 65 dB(A) ou 60 dB(C) (BRASIL, 2006b).

2.2 CONSEQUÊNCIAS DA EXPOSIÇÃO AO RUÍDO


Currie e Kennedy (2002) afirmam que os músicos não se atentam que danos
irreversíveis podem ser causados em suas audições, pois a lesão auditiva é invisível e
cumulativa. Muitos estudos relacionados à exposição de músicos a altos níveis de pressão
sonora e efeitos dessa exposição encontram-se na literatura, especialmente nas áreas de
Fonoaudiologia, Engenharia de Segurança e Ergonomia.

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Toppila et al. (2004) afirmam que a diferença entre profissionais industriais e músicos
está relacionada ao número de fatores de risco. Portanto, sugere-se que a baixa perda
auditiva observada em músicos não está associada ao fato de a música em elevados níveis
apresentar menor perigo, e sim por apresentar menores fatores de risco. A forma básica de
preservação da audição industrial é o controle do ruído na fonte, mas isso não é aplicável a
músicos.
Alguns músicos são expostos a níveis que, eventualmente, excedem não somente o
limiar de desconforto, como o padrão de exposição ocupacional. A dificuldade de se
estabelecer os riscos para danos auditivos é dada ao fato de que os níveis sonoros são
oscilantes e a exposição a níveis de sons intensos é intermitente.
Segundo a Associação dos Moradores do Distrito de Évora - AMDE (2003), o ruído
atua através do ouvido sobre os sistemas nervoso central e autônomo. Quando o estímulo
ultrapassa certos limites, produz-se surdez e efeitos patológicos em ambos os sistemas,
tanto instantâneos como ao longo do tempo. Em níveis muito menores, o ruído produz
incômodo e dificulta ou impede a atenção, a comunicação, a concentração, o descanso e o
sono. A combinação destes efeitos pode ocasionar estados crônicos de nervosismo e
stress, que possivelmente podem conduzir a problemas psicofísicos, doenças
cardiovasculares e alterações do sistema de imunidade.
A diminuição do rendimento escolar e profissional, os acidentes de trabalho e de
tráfego, algumas condutas antissociais e a tendência para o abandono das cidades, com o
aumento da poluição sonora, são algumas das consequências (AMDE, 2003).

2.3 MEDIDAS DE CONTROLE DO RUÍDO


Para a diminuição ou prevenção de emissão de sons indesejáveis podem ser tomadas
várias medidas de controle que visam minimizar a intensidade sonora proveniente das
atividades operacionais. Como forma de medidas preventivas de ruído industrial, sugerem-
se algumas medidas:
• Atuação na fonte: fazer uma análise dos recursos utilizados no processo produtivo
avaliando o impacto causado por máquinas e partes constituintes das mesmas e
readequando ou substituindo por peças mais silenciosas.
• Isolamento da fonte: realizar o enclausuramento de máquinas dentro de cabines
acústicas ou criar obstáculos de propagação do som, a fim de promover uma barreira total
ou parcial da emissão de ruídos.
• Reduzir a reverberação: optar por materiais menos reflexivos na concepção
estrutural do ambiente e das superfícies que o som encontra em sua trajetória. Uma medida
que se pode tomar é o uso de materiais absorventes em pisos e paredes.

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• Remoção do trabalhador: readequação do layout da fábrica, removendo o
trabalhador das proximidades de alguma máquina ruidosa. Também se propõe que tendo
possibilidade, deve-se realizar a colocação de máquinas emissoras de altos níveis de ruído
em locais afastados do ambiente de trabalho dos trabalhadores.
• Adoção de controles administrativos: a promoção de programas de conscientização
dos trabalhadores sobre os efeitos de exposição ao ruído e treinamento de como trabalhar
com salubridade ou uso de protetores individuais.
Rodízio entre os membros da equipe de trabalho também pode refletir em medidas
preventivas, uma vez que o trabalhador não fica exposto por tempos prolongados.
• Proteção do trabalhador: o uso de protetores individuais mostra-se como uma
forma de proteção dos trabalhadores quando todas as medidas supracitadas apresentam-se
ineficientes ou não economicamente viáveis.

2.4 DOSE DE RUÍDO


A dose de ruído (D) é a grandeza correspondente à soma da razão das parcelas de
tempo de exposição atuais com os tempos de intervalos permitidos, conforme a Equação 2,
e é uma ferramenta que acusa o percentual de exposição ao nível de ruído a que o indivíduo
está submetido. Desta forma, o limite de tolerância de dose diária é 100%.
Neste caso, o critério de dose de ruído foi obtido de maneira aproximada através da
média aritmética dos valores de níveis sonoros equivalentes (Leq) para os três dias de
análise com os valores de tempo permitidos pela NR-15 (BRASIL, 2006a).
𝐶1 𝐶2 𝐶3 𝐶𝑛
𝐷= + + +⋯ +
𝑇1 𝑇2 𝑇3 𝑇𝑛

onde: “C1, C2 C3 ... Cn” correspondem aos segmentos atuais de tempo de exposição
em níveis sonoros diferentes;
“T1, T2 T3 ... Tn” são os tempos de intervalos permitidos.

2.5 EXEMPLOS DE ESTUDOS EFETUADOS SOBRE O NÍVEL DE RUÍDO


Andrade et al. (2002) realizaram um estudo com músicos de frevo e maracatu de
blocos carnavalescos da cidade de Olinda-PE, a fim de medir os níveis de pressão sonora
aos quais os mesmos estiveram expostos. Também fez parte da análise o levantamento dos
níveis de audição do grupo, os hábitos auditivos e problemas relatados pelos participantes.
Como resultado, mostrou-se que os hábitos mais apontados foram a frequência em casas
noturnas e uso de walkman. As principais queixas apresentadas pelos músicos foram
zumbido e tontura.

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Através de exames audiométricos, constatou-se que 42,10% do grupo de frevo e
16,13% do grupo de maracatu tiveram resultados aparentes de PAIR (Perda de Audição
Induzida por Ruído). Como conclusão, foi proposto a implantação de um programa de
conservação auditiva.
Paixão et al. (2004) desenvolveram uma pesquisa com três grupos distintos de
músicos de localidades diferentes e distantes. O primeiro composto por alunos concluintes
do curso de música, o segundo por 33 (trinta e três) pianistas da Universidade do Estado de
Santa Catarina - UDESC e o terceiro formado por músicos da Orquestra Sinfônica de Santa
Maria/RS. O estudo consistiu na aplicação de um questionário referente aos conhecimentos
de danos à saúde oriunda de níveis sonoros elevados. Dos resultados, constatou-se que
88% dos entrevistados do grupo da orquestra acreditavam que a exposição a altos níveis de
pressão sonora poderia causar prejuízos à saúde e do grupo dos formandos, 93% tinham
conhecimento desta afirmativa. Quando questionados se conheciam a legislação brasileira,
e em especial a NR 15, 82,3% do grupo da orquestra e 71,4% dos graduandos não
conheciam a existência da mesma. Destaca-se que nesta pesquisa, o zumbido foi apontado
como principal queixa dentre os grupos, perfazendo um total de 15,2% dos pianistas e
23,5% no grupo da orquestra. Diante destes dados, os autores concluíram que são
necessárias maiores informações aos alunos e profissionais da área sobre os riscos
inerentes à atividade profissional.
Em 2004, Fernandes et al. (2004) desenvolveram uma pesquisa objetivando avaliar os
níveis de intensidade sonora aos quais músicos de orquestras (ou bandas), da cidade de
Bauru, ficavam expostos, bem como o tempo desta exposição. Os valores obtidos na
medição foram comparados com os limites dispostos na norma NBR 10.152 e Portaria
3.124/78 do Ministério do Trabalho. Foram apontados níveis de som com média de 90 dB(A)
com oscilações que chegaram a 110 dB(A). Através da análise dos resultados, os autores
puderam concluir que se tratava de um ambiente propício para o aparecimento de perdas
auditivas.

2.6 NÍVEIS DE RUÍDO NO TRABALHO


O ruído e medido em decibéis (dB) - quanto mais alto for o numero, mais intenso e o
som. Existem varias técnicas para medir o som, normalmente identificadas adicionando uma
letra depois do dB; por exemplo dB(A).
Quanto mais tempo estivermos expostos a barulho intenso, mais provável e irmos
sofrer de perdas auditivas. Por isso, a medição do ruído e os limites de ruído no local de
trabalho são habitualmente estipulados em relação com o tempo de exposição ao ruído.

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Os limites de exposição ao ruído nos locais de trabalho geralmente são calculados de
acordo uma media ponderada: media de nível de ruído analisado durante um determinado
período de tempo; por exemplo, uma media de 87 dB(A) por 8 hours.
Se um trabalhador operar numa zona em que o ruído e superior a 87 dB(A), o período
durante o qual pode lá trabalhar devera ser inferior a 8 horas.
Existem também níveis limite de ruído que podem ser medidos por pressão (Pa), em
vez de som (dB).

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2.7 PROBLEMAS CAUSADOS PELO RUÍDO
O ruído não precisa de ser excessivamente alto para originar problemas no local de
trabalho. O ruído pode interagir com outros riscos do local de trabalho, aumentado os
perigos para os trabalhadores. Por exemplo:
● Aumentado o risco de acidentes, ao impedir a audição de eventuais sinais de perigo;
● Aumentado o risco de perda de audição, ao aumentar a exposição a alguns produtos
químicos;
● Sendo um fator causal num stress relacionado com trabalho.
A exposição ao ruído pode colocar os trabalhadores perante diferentes riscos:
Perda de audição
O barulho excessivo danifica as células capilares da cóclea, parte integrante do ouvido
interno, provocando perda de audição.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, “Em muitos países, a perda de audição
provocada pelo excesso de ruído e a mais prevalente e irreversível doença industrial”
(1997).
Segundo o Grupo de Estudo SIHI da Universidade de Maastricht, “estima-se que o
numero de pessoas na Europa com deficiências auditivas e superior a população em
Franca” (1999).

2.8 EFEITOS FISIOLÓGICOS


Esta provados que a exposição ao barulho tem efeitos no sistema cardiovascular, o
que provoca a libertação de catecolaminas e um aumento na pressão arterial.
Os níveis de catecolaminas no sangue estão associados ao stress.

2.8.1 Stress associado ao trabalho


O stress associado ao trabalho raramente tem uma única razão, e normalmente deve-
se a uma combinação de vários fatores. O ruído no local de trabalho pode ser um desses
fatores, mesmo que a um nível baixo.
Maior risco de acidentes
Níveis de ruído elevados dificultam a audição e comunicação aos trabalhadores,
aumentando a probabilidade de acidentes.
O stress associado ao trabalho, no qual o ruído pode ser um fator, pode estar ligado a
este problema.

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2.9 REDUZIR O RUÍDO
Os empregadores tem a obrigação legal de atentar a segurança e saúde dos seus
trabalhadores, no que toca aos riscos relacionados com o ruído.
Algumas medidas uteis a tomar para a redução do ruído serão:
Proceder a uma análise de riscos
Devera incluir não só os riscos diretamente relacionados com o ruído, mas também os
indiretos (ou seja, tanto as perdas de audição como os acidentes de trabalho, por exemplo).

2.9.1 Fundamentais na analise de riscos são os seguintes passos:


● Identificar os diferentes riscos relacionados com ruído;
● Analisar quais trabalhadores poderão estar mais expostos, incluindo trabalhadores
temporários e em regime de meia jornada, bem como grupos de risco, como as gravidas,
por exemplo;
● Considerar quais medidas para controlar os níveis de ruído já estão a ser tomadas e
decidir que novas serão necessárias tomar.

2.9.2 Controlo dos Riscos


Tendo em conta os resultados da analise de riscos, executar uma serie de medidas
com vista a:
● sempre que possível, e preferencialmente, eliminar as fontes de ruído. E a forma
mais eficaz para evitar riscos para os trabalhadores e deve ser sempre considerada quando
vai ser comprado novo equipamento ou quando vão ser construídas novas instalações ou
remodeladas antigas.
● controlar o ruído na sua fonte. Deve ser dado muito ênfase a este aspecto, quer no
que toca ao equipamento, quer no que concerne ao design e manutenção do espaço de
trabalho.
● reduzir a exposição do trabalhador, através de uma reorganização das atividades e,
se for caso disso, de uma reconfiguração do espaço de trabalho, que devera incluir a
restrição do acesso a áreas onde os trabalhadores poderão estar expostos a níveis de
ruídos acima dos 85 decibéis.
● Fornecer Equipamento de Proteção Individual – EPI aos trabalhadores (apenas em
ultima instancia e quando todas as outras alternativas já estiverem esgotadas). Ha que ter
em consideração:
- se o EPI e apropriado para o tipo e duração do ruído e compatível com outros
equipamentos de proteção individual.
- os trabalhadores devem poder escolher entre alguns modelos de proteção para os
ouvidos, de modo a poderem optar pela solução que lhes e mais confortável;

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- os equipamentos de proteção individual devem ser devidamente armazenados e ter
correta manutenção.

2.9.3 Informação e formação aos trabalhadores


- Os trabalhadores devem receber informação e formação para ajuda-los a
compreender e lidar com os riscos relacionados com o ruído. Essa informação e formação
deve incluir:
- os riscos que podem enfrentar, bem como as medidas tomadas para elimina-los e/ou
reduzi-los;
- os resultados da analise de riscos e de eventuais medições de ruído efetuadas,
incluindo uma explicação do seu significado;
- medidas para controlo de ruído, incluindo os equipamentos de proteção individual;
- porque e como detectar e reportar indícios de perda de audição;
- quando e que os trabalhadores tem direito a vigilância medica, e o seu objetivo;

2.9.4 Monitorizar os riscos e rever as medidas de prevenção


Os empregadores devem confirmar regularmente se as medidas tomadas para
prevenir e/ou controlar o ruído ainda estão a funcionar corretamente.
Dependendo da sua exposição ao ruído, e dos danos causados, como já aqui
referimos, os trabalhadores tem o direito a vigilância medica. Se isso acontecer, a
informação obtida dessa vigilância deve ser usada para rever os riscos e as medidas de
controlo.

2.9.5 Envolver os trabalhadores


Consultar os trabalhadores contribui para que estes se sintam envolvidos e
empenhados no processos de segurança e higiene da sua empresa, e respectivos
melhoramentos.
Os representantes dos trabalhadores tem um papel importante neste processo. Os
trabalhadores devem ser consultados no que toca a medidas de segurança e higiene, antes
da introdução de novas tecnologias e produtos.

2.10 GESTÃO DO RUÍDO NA CONSTRUÇÃO

A Agencia Europeia para a Higiene e Segurança do Trabalho publicou um Boletim com


as principais orientações para a gestão do ruído no sector da construção.
Embora apos o inicio da obra as medidas a tomar sejam essencialmente as mesmas
que vimos no capitulo anterior, e importante verificarmos o que o organismo que coordena a

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Segurança e Higiene do Trabalho ao nível da União Europeia considera ser essencial para a
gestão do ruído antes do inicio de uma obra.
Como sabemos, são inúmeros os trabalhos que provocam ruído no sector da
construção, o que provoca que os trabalhadores estejam expostos tanto ao barulho do seu
trabalho, como ao do ambiente e ao de outros trabalhos que estejam a decorrer no estaleiro
da obra.
Algumas das fontes principais de ruído no sector da construção são:
Algumas das fontes principais de ruído no sector da construção são:
● ferramentas de impacto (martelos quebra-Betão);
● utilização de explosivos (por exemplo, rebentamentos);
● equipamento pneumático;
● motores de combustão interna.
Desta forma, antes do inicio dos trabalhos no estaleiro da obra ha que planear as
medidas de controlo do ruído nas:
● fase de concepção — evitar ou minimizar os trabalhos que provoquem ruído;
● fase de organização — planear a forma de gerir o estaleiro da obra e de controlar os
riscos;
● fase de adjudicação — verificar o cumprimento dos requisitos legais por parte dos
empreiteiros;
● fase de construção — avaliar, eliminar ou controlar os riscos, bem como reavalia-los.
Antes do início dos trabalhos no estaleiro da obra e preciso:
● definir uma politica de aquisição de maquinaria e equipamento de trabalho de baixo
ruído;
● estabelecer os requisitos pretendidos em matéria de controlo de ruídos no caderno
de encargos (que cumpram, no mínimo, a legislação nacional);
● planear o processo de trabalho de forma a minimizar a exposição dos trabalhadores
ao ruído;
● organizar um programa de controlo do ruído (por exemplo, através de atividades de
planeamento, formação, iniciação, organização do estaleiro e de manutenção).

2.11 AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA AOS QUAIS


MÚSICOS DE UMA BANDA ESTÃO EXPOSTOS

A exposição a níveis de pressão sonora elevados por longos períodos de tempo pode
não apenas gerar perturbações funcionais no organismo, como também causar problemas
que vão desde o incômodo até sérias lesões auditivas, as quais muitas vezes são
irreversíveis.

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O músico é um profissional que exerce sua atividade, na maioria das vezes, sob
intensos níveis sonoros tanto em suas performances (shows) quanto em suas práticas de
treinamento e estudo, ao longo de várias horas de dedicação e ensaios. A música em
orquestras sinfônicas e/ou banda de estilos variados frequentemente ultrapassa os padrões
de intensidade toleráveis, atingindo níveis de pressão sonora elevados.
A preocupação com os efeitos dos níveis intensos de sonoridade na saúde auditiva
dos músicos tem aumentado nos últimos anos, com o advento da evolução dos sistemas de
som e desenvolvimento dos equipamentos eletrônicos de áudio. De acordo com vários
autores, o apogeu de transformação da música foi aproximadamente em 1960, quando do
aparecimento do estilo “rock and roll”, que alavancou o surgimento da música maciçamente
amplificada.
Nesta época, o som dos Beatles, por exemplo, apresentava uma potência na ordem
de 100 watts. Por volta de 1990, este valor já se encontrava na ordem de 500 mil watts
(ANDRADE et al., 2002; BARATA, 2002; FERNANDES e MORATA, 2002; PAIXÃO et al.,
2004).
Sabe-se que o recurso mais importante na vida profissional de um músico é a sua
audição e, no entanto, essa muitas vezes se encontra sob risco. Desta forma, muitos
trabalhos encontrados na literatura especializada têm seu principal foco nas medições de
níveis sonoros e suas consequências. A importância da audição para os músicos, em
oposição aos riscos decorrentes do som intenso, levou os autores a demonstrarem a
necessidade de informação e a possibilidade de minimizar os efeitos nocivos devido à
exposição prolongada a níveis intensos de sonoridade.
Desta forma, este artigo tem como objetivos: avaliar preliminarmente os níveis de
pressão sonora, aos quais os cinco músicos de uma banda, de estilo rock-pop da cidade de
Curitiba (PR), estão expostos durante a rotina de ensaios em um ambiente isolado
acusticamente; analisar o comportamento do integrante da banda que está sujeito aos
maiores níveis de pressão sonora durante os ensaios, em um evento realizado pela banda
em uma casa de shows; e, sugerir soluções para que os integrantes da banda possam não
sofrer com as consequências da exposição aos elevados níveis sonoros aos quais estão
expostos.

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3 VIBRAÇÕES

3.1 INTRODUÇÃO
Os trabalhadores do sector da construção estão muitas vezes expostos a vibrações
durante o desempenho das suas atividades. Além de reduzir o seu desempenho, essas
vibrações também prejudicam a sua saúde.
As vibrações decorrentes do uso de ferramentas e maquinas podem ser um produto
do próprio funcionamento desses
instrumentos. Mas podem também ser causadas por influencias externas.
A vibração e normalmente transmitida aos humanos através das mãos, nádegas,
costas e pês e medida em níveis de aceleração.

3.2 VIBRAÇÃO MÃOBRAÇO E VIBRAÇÃO CORPO INTEIRO


Nas maquinas e ferramentas operadas manualmente, a vibração mão-braço e
transmitida pelos manípulos ou pela superfície, via as palmas e os dedos, ate as mãos e aos
braços.
São exemplos instrumentos como martelos pneumáticos ou serras elétricas.
Trabalhadores que estão regularmente expostos a vibrações deste tipo podem sofrer
do síndrome de vibração mão-braço, que causa distúrbios neurológicos e motores nas mãos
e nos dedos, bem como problemas circulatórios nos dedos e perturbações no sistema
músculo-esquelético, como tendinites no pulso ou tenossinovite.
Podem também surgir problemas vasculares, devido a problemas de circulação,
especialmente nas estacoes mais frias.
Os dedos inteiros, ou apenas as suas pontas, podem ser afetados, dependendo da
duração e da intensidade e do tempo de exposição a vibração.
Os trabalhadores podem sentir problemas neurológicos, como formigueiro ou
dormência, que crescem a medida que aumenta a exposição.
A vibração corpo inteiro, por sua vez, e provocada por maquinas ou veículos
(escavadoras, empilhadoras, por exemplo) que transmitem vibrações aos pés, nádegas e
costas do operador, ate ao seu corpo inteiro.
Os trabalhadores que estão regularmente expostos a vibrações do corpo inteiro
poderão sofrer de dores lombares, bem como de problemas com as funções sensoriais ou
com a coordenação motora fina.
Se, por exemplo, um trabalhador torcer o corpo numa situação em que esteja sentado
de forma incorreta, ou se expuser a espinha a choques ou a cargas pesadas, ao mesmo que
tempo que esta a trabalhar com maquinas vibratórias, os efeitos negativos para o seu corpo
podem ser ainda mais perniciosos.

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3.3 MEDIDAS DE PROTEÇÃO
A entidade empregadora e obrigada a implementar estudos de identificação de riscos
em locais de trabalho onde as vibrações são um fator de perigo. Os resultados desses
estudos tem que estar documentados.
Caso os valores de exposição sejam ultrapassados, o empregador deve tomar
medidas para reduzir as vibrações.
Estas são algumas das medidas a ter em conta:
● procedimentos de trabalho alternativos;
● equipamentos de proteção individual adequados e suplementares, quando for o
caso;
● programas de manutenção para sistemas e equipamentos;
● design do local de trabalho;
● informação acerca do correto uso das maquinas de vibração;
● limitação do tempo de exposição.
Em qualquer circunstancia o limite de exposição deve ser excedido. Mas, caso tal
aconteça, o empregador e obrigado a tomar medidas imediatas para reduzir a exposição
abaixo do valor limite.
Os trabalhadores que operam em situações de risco a exposição devem ser
informados dos resultados dos estudos de identificação de riscos.
Devem igualmente ser instruídos sobre como utilizar as medidas de proteção
escolhidas para uso naquele local.
Caso o tempo de exposição ultrapasse o regulamentar, o trabalhador tem direito a
uma consulta de medicina no trabalho, com a finalidade de prevenir e detectar num estado
inicial qualquer problema de saúde relacionado com as vibrações.

3.4 DURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO


O grau de exposição as vibrações pode ser determinado por medição ou por uma
estimativa feita com base na informação fornecida pelo fabricante do equipamento e pela
observação dos procedimentos de trabalho.
A duração da exposição deve incluir apenas o tempo em que o trabalhador esta em
contato com a superfície em vibração.
Interrupções e pausas não são contabilizadas para esse efeito.
Nas instruções do aparelho, o fabricante e obrigado a declarar os valores de vibração
corpo inteiro que excedam os 2.5 m/s2.
Caso uma estimativa da exposição a vibração mão-braço considere os valores
fornecidos pelo fabricante, as condições standard sob as quais são medidos devem ser
comparadas com as condições que efetivamente se verificam no local de trabalho.

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Se esses valores divergirem, o numero indicado pelo fabricante deve ser dobrado, por
medida de precaução.

3.5 REDUÇÃO DAS VIBRAÇÕES


Redução da vibração corpo inteiro
● Quando são compradas novas maquinas, deve dar-se prioridade a modelos com as
performances adequadas, ou seja, aos aparelhos com a menor emissão de vibrações para
uma dada operação.
● Em locais onde decorrem atividades de construção, sempre que possível, as
superfícies irregulares devem ser niveladas.
● As maquinas devem estar dotadas com bancos com suspensão, ajustados ao peso
e tamanho do condutor, de forma a que a vibração seja reduzida ao mínimo.
Os sistemas de acesso e ajuste dos bancos devem ser de fácil utilização. Como nem
todos os sistema de suspensão são adequados a todas as maquinas, a informação sobre
quais os mais adequados para cada tarefa deve ser obtida junto do fabricante antes da
instalação de cada banco.
Ha que ter em atenção que uma má escolha de um banco pode ate aumentar os
níveis de vibração.

3.5.1 Redução da vibração mão-braço


● Deve ser sempre considerada a substituição de praticas de trabalho danosas por
outras que diminuam ou anulem a emissão de vibrações.
● O equipamento deve sempre ser o adequado para a tarefa a desempenhar. Além
disso, a duração da exposição do trabalhador, como já referimos, deve ser mantida ao
mínimo possível.
● Uma possibilidade para a redução da vibração mão-braço e o uso de pegas anti-
vibratorias, que empregam um mecanismo que permite, de algum modo, dissociar o
trabalhador da fonte da vibração, ou seja, da maquina. Tal como com os bancos com
suspensão, o uso incorreto destes instrumentos pode aumentar a emissão de vibrações.
● Uma correta escolha dos acessórios das ferramentas pode também ter um efeito
positivo na redução da exposição as vibrações. Deve ser tomada especial atenção as
serras, que devem estar sempre devidamente afinadas.
Também o bom estado do material de escavação pode influenciar a redução das
vibrações.
● Os efeitos das vibrações de alta-frequência podem ser reduzidos pelo uso de luvas
anti-vibratorias. A utilização de luvas pode, no entanto, também aumentar as forcas de
aderência e, consequentemente, ter impacto negativo na ação de proteção que as luvas
poderão ter.
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