Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MATEMÁTICA
LICENCIATURA EM MATEMÁTICA
Lógica Matemática
Salvador
2010
ELABORAÇÃO
DIAGRAMAÇÃO
Nilton Rezende
CDD: 510
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Luis Inácio Lula da Silva
MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Fernando Haddad
MATEMÁTICA
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Carlos Eduardo Bielschowsky
VICE-GOVERNADOR
Edmundo Pereira Santos
SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO
Osvaldo Barreto Filho
VICE-REITORA
Amélia Tereza Maraux
COORDENADOR UAB/UNEB
Silvar Ferreira Ribeiro
Caro Cursista,
Estamos começando uma nova etapa de trabalho e para auxiliá-lo no desenvolvimento da sua aprendizagem estru-
turamos este material didático que atenderá ao Curso de Licenciatura em Matemática na modalidade à distância.
MATEMÁTICA
O componente curricular que agora lhe apresentamos foi preparado por profissionais habilitados, especialistas da
área, pesquisadores, docentes que tiveram a preocupação em alinhar conhecimento teórico-prático de maneira
contextualizada, fazendo uso de uma linguagem motivacional, capaz de aprofundar o conhecimento prévio dos
envolvidos com a disciplina em questão. Cabe Salientar porém, que esse não deve ser o único material a ser uti-
lizado na disciplina, além dele, o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) , as Atividades propostas pelo Professor
Formador e pelo Tutor, as Atividades Complementares, os horários destinados aos estudos individuais, tudo isso
somado compõe os estudos relacionados a EAD.
É importante também que vocês estejam sempre atentos a caixas de diálogos e ícones específicos. Eles aparecem
durante todo o texto e têm como objetivo principal, dialogar com o leitor afim de que o mesmo se torne interlocutor
ativo desse material. São objetivos dos ícones em destaque:
? Você sabia? – convida-o a conhecer outros aspectos daquele tema/conteúdo. São curiosidades ou infor-
VOCÊ SABIA?
mações relevantes que podem ser associadas à discussão proposta;
?? SAIBA
Saiba mais – apresenta notas ou aprofundamento da argumentação em desenvolvimento no texto, tra-
MAIS
? zendo conceitos, fatos, biografias, enfim, elementos que o auxiliem a compreender melhor o conteúdo
abordado;
Indicação de leituras – neste campo, você encontrará sugestão de livros, sites, vídeos.
INDICAÇÃO DE você
A partir deles, LEITURA
poderá aprofundar seu estudo, conhecer melhor determinadas perspectivas teóricas
ou outros olhares e interpretações sobre aquele tema;
Então caro estudante, encare este material como um parceiro de estudo, dialogue com ele, procure as leituras que
ele indica, desenvolva as atividades sugeridas e, junto com seus colegas, busque o apoio dos tutores e a orienta-
ção do professor formador. Seja autor da sua aprendizagem.
Bom estudo!
Apresentação
A lógica é uma ciência de índole matemática fortemente ligada à Filosofia. Já que o pensamento é a manifes-
MATEMÁTICA
tação do conhecimento, e que o conhecimento busca a verdade, é preciso estabelecer algumas regras para que
essa meta possa ser atingida. Assim, a lógica é o ramo da filosofia que cuida das regras do bem pensar, ou do
pensar correto, sendo, portanto, um instrumento do pensar. A aprendizagem da lógica não constitui um fim em si.
Ela só tem sentido enquanto um meio de garantir que nosso pensamento proceda corretamente a fim de chegar
a conhecimentos verdadeiros. Podemos, então, dizer que a lógica trata dos argumentos, isto é, das conclusões a
que chegamos através da apresentação de evidências que a sustentam.
Veja que aplicamos a lógica matemática no nosso dia-a-dia. Tudo o que resolvemos, ou decidimos na nossa vida
depende de um pensamento lógico e bem estruturado. Por exemplo, quando decidimos qual caminho percorrer para
chegarmos ao trabalho mais rápido, levamos em consideração várias hipóteses (distância, congestionamentos,
quantidade de sinaleiras, entre outras.), e através de uma dedução lógica, chegamos a um caminho mais viável.
Um sistema lógico é um conjunto de axiomas e regras de inferência que visam representar formalmente o ra-
ciocínio válido. Diferentes sistemas de lógica formal foram construídos ao longo do tempo quer no âmbito escrito
da Lógica Teórica, quer em aplicações práticas na computação e em Inteligência artificial.
Nesse sentido, este módulo apresenta a vocês um estudo sobre lógica matemática, destacando seus principais
elementos e teorias. Assim, apresenta inicialmente o conceito de proposições e como elas podem se relacionar
através de conectivos lógicos. Em seguida faz uma discussão sobre a álgebra das proposições e estuda técnicas
para simplificar expressões. Este processo chama-se método dedutivo. Finalmente estuda os argumentos, com-
posto de várias proposições com uma conclusão, que a lógica matemática ajuda a verificar a verdade ou falsidade.
É com o estudo dos argumentos e sua validade que conseguimos solucionar vários problemas, inclusive os que
são rotulados como difíceis.
Assim, este material dará subsídios para que você aprofunde seus estudos sobre lógica matemática e, tenho
certeza, que você conseguirá desvendar vários mistérios lógicos. Espero que vocês se dediquem ao estudo da
lógica, com empenho e disciplina, buscando autonomia própria e organizando seu tempo para que consiga superar
todos os desafios que esta nova modalidade de ensino proporciona.
Bons estudos!
SUMÁRIO
1 Cálculo Proposicional 13
MATEMÁTICA
1.1 Proposições e conectivos 13
1.1.1 Proposições 13
1.5.2 Quantificadores 30
2.2.1 Exemplos 42
3.1 Argumentos 49
3.1.1 Validade 50
3.4.2 Circuitos 56
Referência Bibliográfica 59
1- Cálculo Proposicional
MATEMÁTICA
Neste capítulo faremos estudo inicial sobre lógica, definindo as proposições, os conectivos e formando novas
proposições. Estas sempre assumem um valor, denominado valor lógico, que pode ser verdadeiro ou falso. Apren-
deremos como efetuar cálculos com estes valores lógicos através de composições em tabelas que denominamos
tabelas verdade. Estudaremos também sobre as sentenças abertas e como podemos transformá-las em proposições.
Convido você a mergulhar neste mundo mágico que é o estudo da lógica matemática.
Note que todas as afirmações acima podem ser classificadas em verdadeiras ou falsas; mais precisamente as
afirmações q e r são verdadeiras enquanto as afirmações p e s são falsas.
Toda afirmação que expressa um pensamento de sentido completo, podendo ser classificada em verdadeira ou
falsa é denominada uma proposição ou sentença. As afirmações p, q, r e s citadas acima são proposições.
DEFINIÇÃO: Proposição é toda sentença declarativa que expressa um pensamento de sentido completo e pode
ser classificada como verdadeira ou falsa.
Viu como é simples a definição de uma proposição? Agora precisamos orientações que nos ajudem a sempre
identificar quando estamos diante de uma proposição. Vejamos, então, algumas características para identificá-las:
• Toda proposição tem que ser uma sentença declarativa de sentido “completo”, contendo sujeito e predicado,
não sendo exclamativa nem interrogativa.
• Princípio do terceiro excluído - Uma proposição é verdadeira(V) ou falsa(F); não existe uma terceira possibi-
lidade.
• Princípio da não contradição - Uma proposição não pode ser falsa e verdadeira ao mesmo tempo.
Exemplos:
• Hoje está muito quente!
Não é uma proposição, pois é exclamativa.
• A Uneb é uma universidade.
É uma proposição.
• 3 + 5 = 9.
É uma proposição.
• Será que hoje chove?
Não é proposição, pois é interrogativa.
• Quase não se vive sem ele hoje em dia.
MATEMÁTICA
Não é uma proposição, pois não podemos lhe atribuir um valor lógico falso ou verdadeiro.
Lembramos mais uma vez: cada proposição assume um único valor lógico, que pode ser verdadeiro ou falso.
Exemplos:
p: O brasão da Uneb é uma estrela. V(p) = F.
q: O Brasil é um país da América do Sul. V(q)=V.
r: O dobro de 10 é 20. V(r) = V.
s: O conjunto dos divisores de 8 é unitário. V(s) = F.
Dada uma proposição p, é sempre possível obtermos outra proposição cujo sentido seja contrário ao de p. Esta
proposição é chamada negação de p e é representada por “~ p” (Lê-se: não p).
Exemplos:
• p: 7 – 5 = 2
~ p: 7 – 5 ≠ 2
• q: 3 < 7
~q: 3 ≥ 7
• r: Ana saiu para o trabalho.
~r: Ana não saiu para o trabalho.
Observe que os valores lógicos de uma proposição e de sua negação são contrários, ou seja, se uma proposição
p é verdadeira, a sua negação é falsa; se uma proposição p é falsa, a sua negação é verdadeira. Podemos resumir
este fato na seguinte tabela:
p ~p
V F
F V
DEFINIÇÃO: Chama-se proposição composta toda proposição formada pela combinação de duas ou mais
proposições.
Costumamos representar proposições compostas através de letras maiúsculas do nosso alfabeto: P, Q, R, S, T, ...
Exemplos:
• P: Ana está doente e não saiu de casa.
MATEMÁTICA
• Q: 5 > 7 ou 5 + 2 = 7
• R: Se 3 divide 6 então 6 é um número par.
As combinações entre as proposições simples que geram as proposições compostas são feitas através de
conectivos.
DEFINIÇÃO: Conectivos são palavras utilizadas para construir proposições compostas a partir de outras pro-
posições dadas.
Nas proposições compostas P, Q e R acima, existem algumas palavras em destaque que fazem a ligação entre
as proposições componentes. Estas palavras são os conectivos. Vejamos então quais são estes conectivos e como
podemos utilizá-los.
Conectivos Símbolos
e ∧
ou ∨
se, então →
se, e somente se ↔
Exemplos: veja algumas proposições simples. Através delas, usando os conectivos, formaremos proposições
compostas. Acompanhe:
p: Ana está doente.
q: Ana saiu de casa.
r: 3 é um número ímpar.
s: 3 divide 6.
As proposições compostas também assumem um único valor lógico verdadeiro ou falso. Este valor depende
do conectivo e do valor que cada proposição simples assume. Usamos tabelas para representar os valores lógicos
de proposições compostas; essas tabelas são chamadas de tabelas verdade. Veremos a seguir como construir
essas tabelas.
MATEMÁTICA
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
Ao utilizarmos o conectivo ∧ entre duas proposições simples p e q obtemos uma nova proposição composta,
denominada conjunção entre p e q e denotada por p ∧ q (lê-se: p e q). O valor lógico desta proposição composta
só será verdadeiro se ambas as proposições simples forem verdadeiras; caso contrário, assumirá o valor falso.
MATEMÁTICA
Uma tabela que representa todas as possibilidades de valores lógicos é denominada tabela verdade. A tabela
verdade de uma conjunção é:
p q p∧q
V V V
V F F
F V F
F F F
Exemplos:
• p: 9 é um número primo.
q: 5 é um número ímpar.
P: p ∧ q: 9 é um número primo e 5 é um número ímpar.
Como p é falsa e q é verdadeira a proposição composta p ∧ q é falsa.
• p: A neve é fria.
q: A Lua é um satélite.
Q: p ∧ q: A neve é fria e a Lua é um satélite.
Exemplos:
• p: A laranja é azul.
q: Alagoas é um Estado do nordeste.
R: p ∨ q: A laranja é azul ou Alagoas é um Estado do nordeste.
MATEMÁTICA
• p: 5 é um número primo.
q: 3 é divisor de 11.
S: ~p ∨ q: 5 não é um número primo ou 3 é divisor de 11.
Como p é verdadeira temos que ~p é falsa, e q é também falsa; logo, a proposição composta ~p ∨ q é falsa.
Observe que nesse exemplo usamos a proposição ~p, a proposição q e o conectivo ∨; veja que para construir-
mos proposições compostas basta utilizar proposições simples e conectivos. A proposição ~p é simples e apenas
expressa sentido contrário a proposição p.
Este tipo de disjunção é também chamado de disjunção inclusiva, ou seja, basta uma das proposições ser ver-
dadeira para a proposição composta ser verdadeira, incluindo a possibilidade de ambas serem verdadeiras.
Há outro tipo de disjunção: a exclusiva que só assume o valor lógico verdadeiro se uma das proposições for
verdadeira, excluindo-se o caso de serem ambas verdadeiras.
p q p∨ q
V V F
V F V
F V V
F F F
Exemplos:
• p: 5 é um número par.
q: 5 é um número ímpar.
T: p ∨ q: Ou 5 é um número par ou um número ímpar.
Como p é falsa e q é verdadeira a proposição composta p ∨ q é verdadeira.
• p: Hortência foi jogadora de basquete.
q: Ana Moser foi jogadora de vôlei.
M: p ∨ q: Ou Hortência foi jogadora de basquete ou Ana Moser foi jogadora de vôlei.
Como p e q são verdadeiras, a proposição composta p ∨ q é falsa, pois se trata de uma disjunção exclusiva.
Vamos conhecer mais um conectivo? Espero que esteja curioso(a) para saber como serão as combinações dos
valores lógicos nos próximos conectivos. Veja que o processo é sempre o mesmo: sabemos o valor lógico das
proposições simples e, de acordo com o conectivo, sabemos o valor lógico da proposição composta.
MATEMÁTICA
Ao utilizarmos o conectivo → entre duas proposições simples p e q, obtemos uma nova proposição composta,
denominada condicional entre p e q e denotada por p → q (lê-se: se p então q). O valor lógico desta proposição com-
posta será falso se a primeira proposição for verdadeira e a segunda falsa; e será verdadeiro nos demais casos.
p q p→q
V V V
V F F
F V V
F F V
Exemplos:
• p: O mês de agosto tem 40 dias.
q: A Terra é quadrada.
P: p → q: Se o mês de agosto tem 40 dias, então a Terra é quadrada.
Como p e q são falsas, a proposição p → q é verdadeira.
• p: O número π é irracional.
q: O ano tem 5 meses.
Q: p → q: Se o número π é irracional, então o ano tem 5 meses.
Como p é verdadeira e q é falsa, a proposição p → q é falsa.
Exemplos:
• p: O pássaro canta. (antecedente)
q: O pássaro vive. (consequente)
R: p → q: Se o pássaro canta, então vive.
Esta mesma condicional pode ser lida como:
O pássaro cantar é uma condição suficiente para ele estar vivo.
O pássaro viver é uma condição necessária para ele cantar.
O pássaro canta, somente se está vivo.
Exemplos:
• p: 5 + 6 = 11
q: 3 é um número primo.
T: p → q: Se 5 + 6 = 11 então 3 é um número primo.
Recíproca: Se 3 é um número primo, então 5 + 6 = 11.
Contrária: Se 5 + 6 ≠ 11, então 3 não é um número primo.
Contrapositiva: Se 3 não é um número primo, então 5 + 6 ≠ 11.
• p: T é um triângulo equilátero.
q: T é um triângulo isósceles.
M: p → q: Se T é um triângulo equilátero, então T é isósceles.
Recíproca: Se T é um triângulo isósceles, então T é equilátero.
Contrária: Se T não é eqüilátero, então T não é isósceles.
Contrapositiva: Se T não é isósceles, então T não é equilátero.
Algumas dessas novas proposições condicionais têm valor lógico associado ao valor lógico da proposição con-
dicional original. Veremos esta relação um pouco mais tarde quando estivermos estudando sobre as implicações
lógicas e as relações de equivalência. Conheceremos então o último conectivo.
p q p↔q
V V V
V F F
F V F
MATEMÁTICA
F F V
Exemplos:
• p: O losango tem 4 lados.
q: O losango é um polígono.
P: p ↔ q: O losango tem 4 lados se, e somente se é um polígono.
Como p e q são verdadeiras a proposição p ↔ q é verdadeira.
• p: A laranja é amarela.
q: A laranja é uma fruta.
R: p ↔ q: A laranja ser amarela é condição necessária e suficiente para ela ser uma fruta.
R: p ↔ q: A laranja ser uma fruta é condição necessária e suficiente para ela ser amarela.
Algumas observações são importantes. A bicondicional p ↔ q nos diz que p é uma condição necessária e
suficiente para ocorrer q e vice-versa. Podemos perceber que a bicondicional se decompõe em uma conjunção de
duas condicionais: a de p com q e a de q com p. Isto que dizer que ter a expressão p ↔ q é a mesma coisa que
ter a expressão (p → q) ∧ (q → p).
As proposições compostas podem também se relacionar entre si através dos conectivos estudados, formando novas
proposições compostas. Estas proposições serão formadas por duas ou mais simples e por vários conectivos.
Sendo assim, precisamos estabelecer normas para identificar qual o conectivo predominante. Além disto, também
são usados sinais como ( ), [ ] e { }.
Ao realizarmos operações lógicas com proposições compostas, devemos observar a ordem dos conectivos e dos
sinais ( ), [ ] e { }. Em relação à presença dos sinais, primeiro resolvemos ( ), em seguida [ ] e por fim { }. Porém,
no que se refere aos conectivos, devemos obedecer à seguinte ordem:
1. Negação
2. Conjunção ou disjunção (o que ocorrer primeiro)
3. Condicional
4. Bicondicional
Seguindo estes critérios, podemos agora identificar qual tipo de proposição composta estamos trabalhando. Isto
• P: ~ p ∧ ~ q é uma conjunção.
• Q: p → q ∨ ~ p é uma condicional.
• T: ~ (p ∨ ~ q) é uma negação.
MATEMÁTICA
• V: (p → r) ∨ (~ p) é uma disjunção.
• W: p ↔ s → q é uma bicondicional.
Veja agora como calcular o valor lógico de uma proposição composta por vários conectivos. Observe que vamos
utilizar os mesmos procedimentos vistos para cada conectivo em separado. Considere para os exemplos seguintes
que p e r são proposições verdadeiras e que q uma proposição falsa.
Exemplos:
• P: ~ p ∧ ~ q = F ∧ V = F
Logo o valor lógico da proposição P é falso.
• Q: p → q ∨ ~ p
Neste caso, temos a presença do sinal ( ); portanto resolveremos primeiro (p → r) que assume valor lógico
verdadeiro pois V → V = V e também (~p) que assume valor lógico falso pois p é verdadeiro. Assim temos por
fim a disjunção V ∨ F = V. Logo o valor lógico da proposição V é verdadeiro.
Viu como não é complicado conhecer o valor lógico de uma proposição composta por vários conectivos? Nos
exemplos apresentados conhecíamos o valor lógico de cada uma das proposições simples e através dos conectivos
pudemos conhecer o valor lógico das compostas. E se não conhecêssemos o valor lógico das proposições simples?
Neste caso, precisaríamos estudar todas as combinações possíveis de valor lógico entre as proposições simples.
Ao listar todas estas possibilidades, estamos escrevendo a tabela verdade da proposição composta.
proposição composta de 3 proposições simples possui uma tabela verdade com 23 = 8 linhas. A quantidade de
colunas depende da quantidade de operações lógicas que precisamos realizar.
Veremos agora como construímos tabelas verdade de proposições compostas. Os valores iniciais a serem
colocados na tabela estão em negrito; os demais serão calculados através dos conectivos.
MATEMÁTICA
Exemplos:
• P: ~p ∧ q
p q ~p ~p ∧ q
V V F F
V F F F
F V V V
F F V F
Observe que a tabela possui 4 linhas, pois são envolvidas duas proposições simples, portanto, o número de
linhas é 22 = 4. Veja também que ao colocarmos os valores lógicos das proposições fazemos uma alternância, ou
seja, a proposição p teve os seus valores lógicos agrupados VV e depois FF; já a proposição q teve os seus valores
lógicos alternados VF e VF. Devemos sempre obedecer a este critério para que a tabela verdade liste realmente
todas as possibilidades.
• Q: ~(p ∧ ~q)
p q ~q p ∧ ~q ~(p ∧ ~q)
V V F F V
V F V V F
F V F F V
F F V F V
Novamente temos uma tabela com apenas duas proposições simples e, portanto, com apenas quatro linhas.
• R: p → (q ∨ ~p) ∧ ~q
p q ~p q ∨ ~p ~q (q ∨ ~p) ∧ ~q p → (q ∨ ~p) ∧ ~q
V V F V F F F
V F F F V F F
F V V V F F V
F F V V V V V
Nesta tabela verdade temos novamente 4 linhas, pois são apenas duas proposições simples; a quantidade de colu-
nas aumentou, pois precisaremos fazer um maior número de passos para cumprir toda a proposição composta.
• S: p → [q ∨ (r ↔ ~q)]
p q r ~q r ↔ ~q q ∨ (r ↔ ~q) p → [q ∨ (r ↔ ~q)]
V V V F F V V
V V F F V V V
V F V V V V V
MATEMÁTICA
V F F V F F F
F V V F F V V
F V F F V V V
F F V V V V V
F F F V F F V
Nesta tabela verdade, passamos a ter oito linhas, pois temos três proposições simples (p, q, r) e 23 = 8. A
distribuição dos valores lógicos das proposições também tem que ser alternada. Neste caso, temos os valores de p
arrumados de 4 em 4; os valores de q arrumados de 2 em 2 e os valores de r arrumados de 1 em 1. É importante
lembrar-se desta arrumação para que a tabela verdade contenha todas as possibilidades de valores lógicos.
Considerando os resultados apresentados na tabela verdade de uma proposição composta, podemos classifica-lá
de três formas. Uma proposição composta é dita ser:
• TAUTOLOGIA quando o seu valor lógico é sempre verdade, independente dos valores lógicos das proposições
componentes.
• CONTRADIÇÃO quando o seu valor lógico é sempre falso, independente dos valores lógicos das proposições
componentes.
• CONTINGÊNCIA quando ela não é tautologia nem é contradição.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
MATEMÁTICA
quando Q é verdadeira sempre que P for verdadeira. Em outras palavras, nas suas tabelas verdade não ocorre VF.
Notação: P ⇒ Q (lê-se: P implica Q)
Sendo p verdadeira, não tem como q ser falsa. Assim, podemos afirmar neste caso que p implica q.
• 2|4 ⇒ 2|4x5
Como 2 é divisor de 4, com certeza, 2 será divisor de 4x5. Assim condicional “se 2 é divisor de 4, então 2 é
divisor de 4x5” é verdadeira.
Algumas observações precisam ser feitas quando temos uma relação de implicação. São elas:
• os símbolos → e ⇒ são distintos: o primeiro é o símbolo da operação lógica condicional e o segundo é o
símbolo da relação que estabelece que a condicional P → Q é uma tautologia;
• dizer que P ⇒ Q é equivalente a dizer que a condicional P → Q é tautológica, ou seja, para verificarmos se
vale a implicação P ⇒ Q, podemos utilizar as tabelas-verdade;
• se P ⇒ Q, então não ocorre V(P) = V e V(Q) = F.
Exemplo:
• Temos que p ∧ q ⇒ p ∨ q, pois a condicional p ∧ q → p ∨ q é uma tautologia, ou seja, sua tabela verdade
só admite valores lógicos verdadeiros.
A implicação lógica goza de algumas propriedades. Sejam P, Q e R proposições, a implicação lógica satisfaz as
propriedades:
• Reflexiva: P ⇒ P, qualquer que seja a proposição P.
• Transitiva: Se P ⇒ Q e Q ⇒ R então P ⇒ R.
Como podemos ver, para saber se uma proposição implica outra ou não precisamos conhecer bem os valores
lógicos da condicional (→), que já foram estudados anteriormente. Agora conheceremos a segunda relação entre
as proposições.
Notação: P ⇔ Q
Exemplos:
• p: O pássaro respira.
q: O pássaro está vivo.
Observe que se p é verdadeira, q também a será. De maneira recíproca, se q é verdadeira, então p também será.
Assim podemos dizer que p e q sempre terão o mesmo valor lógico. Portanto, neste caso, p e q são equivalentes.
• 2|8 ⇔ mdc(2, 8) = 2
A bicondicional “2 é divisor de 8 se, e somente se, o máximo divisor comum de 2 e 8 é 2” é verdadeira.
Quando tratamos de uma relação de equivalência, temos também algumas observações a fazer:
Exemplo:
• A proposição p → q é equivalente a proposição p → p ∧ q pois possuem tabelas verdade iguais além da
proposição (p→q) ↔ (p → p ∧ q) ser uma tautologia. Vamos ver:
p→q ~q → ~p (p→q) ↔ (p → p ∧ q)
V V V
F F V
V V V
V V V
MATEMÁTICA
V V V V V V
V F F F V F
F V F V F F
F F V V V V
Viu como não é complicado mostrar quando duas proposições são equivalentes? Basta para isto conhecer bem
os valores lógicos de uma bicondicional, também estudados anteriormente.
A equivalência lógica também possui algumas propriedades. Sejam P, Q e R proposições, a equivalência lógica
satisfaz as propriedades:
• Reflexiva: P ⇔ P.
• Simétrica: Se P ⇔ Q então Q ⇔ P.
• Transitiva: Se R ⇔ P e P ⇔ Q então R ⇔ Q.
Observe que as condicionais p → q e ~q → ~p são equivalentes; possuem o mesmo valor lógico na tabela
verdade. Podemos concluir, então, que a condicional e sua contrapositiva são equivalentes. Para melhor ilustrarmos
esta equivalência, considere as seguintes proposições simples:
Isso significa que tanto faz escrevermos “Se o pássaro está vivo, então canta” ou “Se o pássaro não canta,
então não está vivo.”
MATEMÁTICA
De maneira análoga, as condicionais q → p e ~p → ~q são equivalentes. Podemos concluir então que a recí-
proca e a contrária são equivalentes.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
Note que não podemos atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso nas expressões acima. Estes valores lógicos
dependem do valor que a variável x assume. Por exemplo, na expressão B temos valor lógico verdadeiro se x = 5
e valor lógico falso de x = 0.
DEFINIÇÃO: Sentenças as quais não se pode atribuir um valor lógico (verdadeiro ou falso) são denominadas sen-
tenças abertas ou funções proposicionais.
Observe que tais sentenças não são proposições, pois seu valor lógico é discutível, ou seja, dependem do valor
que se atribui às variáveis.
Toda sentença aberta pode se tornar verdadeira para alguns valores que a sua variável assume. O conjunto de
todos os valores que tornam uma sentença aberta verdadeira é chamado de conjunto verdade.
DEFINIÇÃO: Seja A um conjunto não vazio. Uma sentença aberta em A é toda expressão a uma variável, denotada
por p(x) tal que para todo a ∈ A, P(a) assume um valor lógico.
O conjunto A é denominado Conjunto Universo e o conjunto de todos os valores de A que tornam a sentença
p(x) verdadeira é denominado Conjunto Verdade e representado por Vp.
Vp = {a ∈ A; p(a) é verdade}
Observe que Vp é um subconjunto de A, ou seja, Vp ⊆ A.
Considerando nossa sentença aberta C: x – 5 = 7 e considerando o conjunto universo A = IR, temos que o
seu conjunto verdade é V = {12}.
Exemplos:
Considere as sentenças abertas com seu respectivo conjunto universo. Calcularemos o seu conjunto verdade:
MATEMÁTICA
• p(x): x2 – 1 = 0 em A = IN.
V = {1}
• q(x): 2x + 7 > 1 em A = Z.
V = {– 2, – 1, 0, 1, 2, 3, ...}
As sentenças abertas também podem conter mais de uma variável; sendo assim, o seu Conjunto Universo e o
seu Conjunto Verdade passam a ser produto cartesiano do conjunto universo e do conjunto verdade das sentenças
abertas de uma variável.
DEFINIÇÃO: Sejam A1, A2, ..., An conjuntos não vazios. Uma sentença aberta em A = A1 x A2 x ... x An é toda ex-
pressão a n (ene) variáveis, denotada por p(x1, x2, ..., xn), tal que para todo (a1, a2, ..., an), ∈ A = A1 x A2 x ... x An,
tem-se que p(a1, a2, ..., an) assume o valor lógico verdadeiro ou falso.
Vamos observar agora algumas sentenças abertas com mais de uma variável:
• p(x,y): x – y = 0 em A = IN X IN; o seu conjunto verdade é Vp = {(1,1); (2,2); …; (n,n); …}.
8
• q(x,y): = y em A = IN X IN; o seu conjunto verdade é Vq = {(1,8); (2,4); (4,2); (8,1)}.
x
Está percebendo que as sentenças abertas a mais de uma variável seguem o mesmo raciocínio das sentenças
abertas a uma variável?
Como não podemos atribuir um valor lógico para sentenças abertas sem recorrer ao valor que as variáveis assu-
mem, não podemos chamá-las de proposições; de fato, uma sentença aberta não é uma proposição, mas existem
formas que nos ajudam a transformar uma sentença aberta em uma proposição. Existem duas. São elas:
• Atribuir valor as variáveis.
• Utilizar quantificadores.
1.5.2 - Quantificadores
DEFINIÇÃO: Quantificadores são expressões gramaticais, representados por símbolos, que anexadas a sentenças
abertas, transformam-nas em proposições lógicas.
MATEMÁTICA
Assim, com o uso dos quantificadores podemos formar novas proposições e estudar o seu valor lógico. Vamos
verificar como isto acontece.
Exemplos:
• p(x): x + 3 = 5 em A = IR é uma sentença aberta. Se dissermos “Existe x ∈ A, tal que x + 3 = 5” passamos
a ter uma proposição que assume valor lógico verdadeiro.
• q(x): x2 – 5x + 6 =0 em A = IN é uma sentença aberta. Se dissermos “Para todo x ∈ IN, temos x2 – 5x +
6 = 0” passamos a ter uma proposição que assume valor lógico falso.
Agora que nós já vimos que as sentenças abertas podem ser transformadas em proposições através dos quan-
tificadores, vamos conhecer os tipos de quantificadores e os símbolos que os representam.
Temos basicamente dois tipos de quantificadores: o quantificador universal e o quantificador existencial.
Exemplos:
• ∀ x ∈ IR, x – 1 = 8, é lida como “para todo x ∈ IR temos x – 1 = 8”. (Falsa)
• ∀ a ∈ IR, (a + 2)2 = a2 + 4a + 4 é lida como “para todo a ∈ IR temos (a + 2)2 = a2 + 4a + 4”. (Verdadeira)
Exemplos:
• ∃ x ∈ IR, x – 1 = 8, é lida como “existe x ∈ IR tal que x – 1 = 8”. (Verdadeira)
• ∃ a ∈ IR, (a + 2)2 < 0 é lida como “Existe a ∈ IR tal que (a + 2)2 < 0”. (Falsa)
Existe um caso particular deste quantificador existencial; é o caso pelo qual limitamos a apenas a existência de
um e somente um caso. Seu símbolo é ∃| que se lê “existe um único”, “existe um e um só” ou “existe só um”.
Exemplos:
• ∃| x ∈ Z, 3x + 5 = 1, é lida como “existe um só número inteiro tal que 3x + 5 = 1”. (Falsa)
• ∃| x ∈ IN, x2 – 9 = 0, é lida como “existe um único número natural tal que x2 – 9 = 0”. (Verdadeira)
Veja que agora o universo das proposições aumentou bastante! Além das sentenças declarativas que tivemos
conhecimento anteriormente, podemos transformar as sentenças abertas em proposições através dos quantifica-
dores.
Podemos trabalhar um pouco mais com estas proposições, construindo novas proposições que tenham valor
lógico contrário às originais; faremos isto através da negação das proposições. Estudaremos agora a forma de
como negar tais proposições, enfatizando as compostas.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
MATEMÁTICA
1) Sendo A= {– 3, – 2, – 1, 0, 1, 2, 3}, transforme as sentenças abertas
abaixo em proposições verdadeiras.
a) x ∈ A; x2 – x – 6 = 0
b) x ∈ A; x3 – 27 ≤ 0
c) x ∈ A; são múltiplos de 6.
d) x ∈ A; |x – 1| > 0
~(p ∧ q) = ~p ∨ ~q
Note que aqui temos uma relação de equivalência entre a proposição ~(p ∧ q) e a proposição ~p ∨ q. Acom-
panhe a construção da tabela verdade desta equivalência:
p q p∧q ~(p∧ q) ~p ~q ~p ∨ ~q
V V V F F F F
V F F V F V V
F V F V V F V
F F F V V V V
Percebeu que ~(p ∧ q) e ~p ∨ ~q tem exatamente a mesma tabela verdade? Isto nos garante a relação de
equivalência entre as duas. Assim, podemos efetuar a negação da conjunção usando a disjunção da negação de
cada uma das proposições simples.
Exemplos:
• p ∧ q: A rosa é bonita e vermelha.
MATEMÁTICA
Viu como é simples negar uma conjunção? Observe que toda negação de uma conjunção é uma disjunção.
Também temos que observar que o fato de ~(p ∧ q) = ~p ∨ ~q nos leva a concluir que ~(p ∧ q) ⇔ ~p ∨ ~q,
ou seja, que ~(p ∧ q) ↔ ~p ∨ ~q é uma tautologia e portanto assume apenas valores lógicos verdadeiros para
quaisquer valores de p e q.
~(p ∨ q) = ~p ∧ ~q
Exemplos:
• p ∨ q: Érica estuda ou trabalha.
~(p ∨ q) = ~p ∧ ~q: Érica não estuda e não trabalha.
• p ∨ q: O triângulo ABC é isósceles ou equilátero.
~(p ∨ q) = ~p ∧ ~q: O triângulo ABC não é isósceles e não é equilátero.
A negação de uma disjunção também pode ser lida como nem ABC é isósceles, nem equilátero.
A negação de uma disjunção também é bastante simples. Observe que toda negação de uma disjunção é uma
conjunção. Também temos que observar que o fato de ~(p ∨ q) = ~p ∧ ~q nos leva a concluir que ~(p ∨ q)
⇔ ~p ∧ ~q, ou seja que ~(p ∨ q) ↔ ~p ∧ ~q é uma tautologia e, portanto, assume apenas valores lógicos
verdadeiros para quaisquer valores de p e q. Vamos conhecer mais uma negação.
~(p → q) = p ∧ ~q
Exemplos:
• p → q: Se Luiz é brasileiro, então é latino-americano.
~(p → q) = p ∧ ~q: Luiz é brasileiro e não é latino-americano.
Observe que toda negação de um condicional é uma conjunção. Também temos que observar que o fato de ~(p
→ q) = p ∧ ~q nos leva a concluir que ~(p → q) ⇔ p ∧ ~q, ou seja, que ~(p → q) ↔ p ∧ ~q é uma tautologia;
MATEMÁTICA
assume, portanto, apenas valores lógicos verdadeiros para quaisquer valores de p e q.
~(p ↔ q) = p ↔ ~q
ou
~(p ↔ q) = p ↔ ~q
Exemplos:
• p ↔ q: 3 é um número primo se, e somente se é ímpar.
~(p ↔ q) = ~p ↔ q: 3 não é um número primo se, e somente se
é ímpar. Ou,
~(p ↔ q) = p ↔ ~q: 3 é um número primo se, e somente se, não
é ímpar.
• p ↔ q: O pássaro canta se, e somente se vive.
~(p ↔ q) = ~p ↔ q: O pássaro não canta se, e somente se vive.
Ou,
~(p ↔ q) = p ↔ ~q: O pássaro canta se, e somente se, não vive.
Observe que toda negação de um bicondicional continua sendo um bicondicional, bastando para isso negar uma
das proposições que o compõem. Também observaremos que o fato de ~(p ↔ q) = ~p ↔ q nos leva a concluir
que ~(p ↔ q) ⇔ ~p ↔ q, ou seja que ~(p ↔ q) ↔ (~p ↔ q) é uma tautologia, portanto, assume apenas
valores lógicos verdadeiros para quaisquer valores de p e q.
A negação de uma sentença quantificada continua sendo uma sentença quantificada, apenas efetuando-se a troca
dos seus quantificadores e negando as sentenças restantes. Assim não fica complicado encontrar as negações de
proposições quantificadas.
Espero que tenha compreendido bem nosso estudo sobre o cálculo proposicional. Estudaremos em seguida um
método que permite calcular o valor lógico de proposições, sem necessariamente construir a tabela verdade. Tenho
certeza que está esperando este momento com muita curiosidade. Até lá.
?? SAIBA MAIS
?
Visite http://www.pucsp.br/~logica/ para ampliar seus conheci-
mentos.
? VOCÊ SABIA?
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
MATEMÁTICA
a. mdc(2, 3) = 1 ou mmc(2, 3) ≠ 6
b. 3.10 ≠ 66.5
ou 3.10 .5
c. 3 ≥ 1 e − 3 ≥ −7
7
d. 22 = 4 → 4 = 2
e. (−3) 2 = 9 → 9 ≠ −3
f. 2 ≤ 5 → 3 ≤ 5
2 2
Neste capítulo, estudaremos sobre as propriedades dos conectivos lógicos com o objetivo de reconhecer novas
relações de equivalência. Lembre-se de que as relações de equivalência são bicondicionais tautológicas, ou seja,
são bicondicionais entre proposições que possuem a mesma tabela verdade e os mesmos valores lógicos. Este
MATEMÁTICA
estudo é importante porque através dele poderemos encontrar o valor lógico de determinadas proposições sem
necessariamente montar sua tabela verdade. Esse processo chama-se método dedutivo. Este método nos ajudará a
simplificar as expressões, reduzindo o número de conectivos utilizados numa determinada proposição. Então vamos
começar nosso estudo. Espero que você se sinta bastante motivado para continuar nossa caminhada.
p p∧p p∧ p ↔ p
V V V
F F V
(b) Comutativa: p ∧ q ⇔ q ∧ p
Veja que também as proposições p ∧ q e q ∧ p possuem a mesma tabela verdade e que a bicondicional p ∧ q
→ q ∧ p é tautológica.
(c) Associativa: (p ∧ q) ∧ r ⇔ p ∧ (q ∧ r)
Observe mais uma vez que estamos justificando estas equivalências através das tabelas verdade. As proposições
(p ∧ q) ∧ r e p ∧ (q ∧ r) possuem o mesmo valor lógico. Sua tabela verdade é:
p q r p∧q (p ∧ q) ∧ r (q ∧ r) p ∧ (q ∧ r)
MATEMÁTICA
V V V V V V V
V V F V F F F
V F V F F F F
V F F F F F F
F V V F F V F
F V F F F F F
F F V F F F F
F F F F F F F
(d) Identidade: p ∧ t ⇔ p e p ∧ c ⇔ c.
Aqui, t representa a tautologia (valor lógico apenas verdadeiro) e c representa a contradição (valor lógico apenas
falso). Seguindo o mesmo raciocínio, temos que p ∧ t e p possuem a mesma tabela verdade e analogamente p ∧ c e
c possuem a mesma tabela verdade. Veja:
p t p∧t
V V V
F V F
p c p∧c
V F F
F F F
Essas propriedades nos levam a nomear t como sendo elemento neutro da conjunção e c como elemento ab-
sorvente da conjunção.
(a) Idempotente: p ∨ p ⇔ p
Observe que realmente as tabela verdade de p ∨ p e p são idênticas e a bicondicional p ∨ p ↔ p é tautológica. Veja:
p p∨p p∨p↔p
V V V
F F V
(b) Comutativa: p ∨ q ⇔ q ∨ p
Veja que também as proposições p ∨ q e q ∨ p possuem a mesma tabela verdade e que a bicondicional p ∨ q
→ q ∨ p é tautológica.
p q
MATEMÁTICA
(c) Associativa: (p ∨ q) ∨ r ⇔ p ∨ (q ∨ r)
De maneira análoga ao que fizemos até agora, justificaremos esta propriedade com o auxílio da tabela verdade.
As proposições (p ∨ q) ∨ r e p ∨ (q ∨ r) possuem o mesmo valor lógico. Sua tabela verdade é:
p q r p∨q (p ∨ q) ∨ r (q ∨ r) p ∨ (q ∨ r)
V V V V V V V
V V F V V V V
V F V V V V V
V F F V V F V
F V V V V V V
F V F V V V V
F F V F V V V
F F F F F F F
(d) Identidade: p ∨ t ⇔ t e p ∨ c ⇔ p.
Aqui t continua representando a tautologia (valor lógico apenas verdadeiro) e c representando a contradição
(valor lógico apenas falso). Sendo assim, p ∨ t e t possuem a mesma tabela verdade e analogamente p ∨ c e p
possuem a mesma tabela verdade. Veja:
p t p∨t
V V V
F V V
p c p∨c
V F V
F F F
Essas propriedades nos levam a nomear t como sendo elemento absorvente da disjunção e c como elemento
neutro da disjunção.
Agora que conhecemos as propriedades dos dois conectivos ∧ e ∨ separadamente, vamos conhecer as pro-
priedades que envolvem ambos ao mesmo tempo.
MATEMÁTICA
2.1.3 - Propriedades da conjunção e disjunção
Para estudar as propriedades a seguir, considere novamente p, q e r proposições simples quaisquer. Temos então
as seguintes propriedades da conjunção e disjunção:
(a) Distributiva: p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)
Como você já viu, as provas dessas equivalências são feitas através de tabelas verdade. Vamos então construir
as tabelas verdade das bicondicionais associadas as relações acima e verificar que ambas são tautológicas.
• p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
Aqui, mostraremos que p ∧ (q ∨ r) e (p ∧ q) ∨ (p ∧ r) tem exatamente a mesma tabela verdade:
• p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)
Aqui, novamente mostraremos que p ∨ (q ∧ r) e (p ∨ q) ∧ (p ∨ r) tem exatamente a mesma tabela verdade:
Com essas equivalências podemos verificar que a conjunção é distributiva em relação à disjunção e a disjunção
é distributiva em relação à conjunção.
(b) Absorção: p ∨ (p ∧ q) ⇔ p
p ∧ (p ∨ q) ⇔ p
MATEMÁTICA
p q p∧q p ∨ (p ∧ q)
V V V V
V F F V
F V F F
F F F F
p q p∨q p ∧ (p ∨ q)
V V V V
V F V V
F V V F
F F F F
As regras de De Morgan nos levam à negação da conjunção e da disjunção estudadas anteriormente. Reveja as
tabelas que mostram estas relações de equivalência.
• ~(p ∧ q) ⇔ ~p ∨ ~q
p q p∧q ~(p ∧ q) ~p ~q ~p ∨ ~q
V V V F F F F
V F F V F V V
F V F V V F V
F F F V V V V
p q p∨q ~(p ∨ q) ~p ~q ~p ∧ ~q
MATEMÁTICA
V V V F F F F
V F V F F V F
F V V F V F F
F F F V V V V
As regras de De Morgan valem também para mais de duas proposições simples. Para mostrar essa propriedade
para mais de duas proposições, usaremos propriedades já estudadas anteriormente.
Temos que ~(p ∧ q ∧ r) ⇔ ~p ∨ ~q ∨ ~r e que ~(p ∨ q ∨ r) ⇔ ~p ∧ ~q ∧ ~r. Vejamos cada uma destas
propriedades separadamente:
• ~(p ∧ q ∧ r) ⇔ ~p ∨ ~q ∨ ~r
Veja que para mostrar essa equivalência não faremos o uso da tabela verdade; usaremos relações de equivalência
já estudadas. Observe quais propriedades estão sendo usadas. Aqui, destacaremos uma a uma:
Mostraremos a equivalência da mesma forma que fizemos anteriormente, usando relações de equivalência já
estudadas. Veja que:
~(p ∨ q ∨ r) ⇔ ~[(p ∨ q) ∨ r]⇔ ~(p ∨ q) ∧ ~r ⇔ ~p ∧ ~q ∧ ~r
Essas duas propriedades estudadas sem o uso das tabelas verdade introduz o que chamamos de método de-
dutivo, que consiste em mostrar relações de equivalência sem o uso das tabelas verdade.
Considere em todos os exemplos a serem mostrados abaixo que T é uma tautologia e C uma contradição.
2.2.1 - Exemplos
(a) Demonstrar a implicação p ∧ q ⇒ p
Observe que para mostrar essa implicação precisamos mostrar que p ∧ q → p é sempre verdadeira, ou seja,
MATEMÁTICA
uma tautologia. Para fazer essa demonstração usaremos as equivalências já estudadas e uma das equivalências
mais fundamentais e simples: ~~p ⇔ p (dupla negação); isso vale para qualquer proposição simples ou composta.
Veja o que segue:
D] p ∧ q → p ⇔ ~~(p ∧ q → p) [dupla negação]
~~(p ∧ q → p) ⇔ ~(p ∧ q ∧ ~p) [negação da condicional]
~(p ∧ q ∧ ~p) ⇔ ~(p ∧ ~p ∧ q) [comutatividade da conjunção]
~(p ∧ ~p ∧ q) ⇔ (~p ∨ p) ∨ ~q [De Morgan da conjunção]
(~p ∨ p) ∨ ~q ⇔ T ∨ ~q ⇔ T [elemento absorvente da disjunção].
Viu o que acabamos de fazer? Demonstramos uma implicação sem usar a tabela verdade. Usamos as proprie-
dades dos conectivos que foram destacados anteriormente. Vejamos mais um exemplo.
Mais uma vez mostramos passo a passo, usando a álgebra das proposições como demonstrar uma implicação.
Nesses casos estudados, mostramos que a condicional usada é uma tautologia, mas podemos também partir da ex-
pressão que representa o antecedente para chegar à expressão que é o consequente. Verifique no próximo exemplo.
Viu como é mais eficiente o uso do método dedutivo? Nesse exemplo saímos da expressão que é o antecedente
para a expressão que é o consequente e está provada a implicação. Espero que você tenha identificado cada pro-
priedade utilizada para esta demonstração. Posteriormente, você pode tentar listar quais propriedades utilizamos
em cada passo.
(d) Prove que (p → q) ∧ ~q ⇒ ~p.
D] (p → q) ∧ ~q
⇔ ~~[(p → q) ∧ ~q]
⇔ ~~[(~q → ~p) ∧ ~q] (condicional é equivalente a contrapositiva)
⇔ ~[~(~q → ~p) ∨ q]
⇔ ~[q ∨ ~(~q → ~p)]
MATEMÁTICA
⇔ ~[q ∨ ~q ∧ p]
⇔ ~[T ∧ p] ⇔ ~p.
Nos exemplos acima, provamos apenas implicações. Agora veremos algumas equivalências lógicas. Observe
que o processo será o mesmo; ou provamos que o bicondicional (↔) usado é uma tautologia, ou partimos de
uma das expressões e chegamos a outra. É claro que escolheremos a expressão mais complexa para encontrar a
mais simples.
⇔ ~[~(p → q) ∧ ~r]
⇔ ~~(p → q) ∨ ~~r
⇔ p → q ∨ r.
Agora já sabemos como provar implicações e equivalências, usando o método dedutivo. Espero que tenha per-
cebido o quanto esse método simplifica a escrita se comparado ao uso das tabelas verdade.
Veremos agora que qualquer proposição composta com os conectivos básicos estudados (~, ∧, ∨, →, ↔)
pode-se escrever em função de apenas três conectivos: ~, ∧, ∨.
Toda proposição pode ser levada em sua forma normal. Os conectivos → e ↔ podem ser substituídos através
de equivalências lógicas. Lembre-se que:
• p → q ⇔ ~p ∨ q
• p ↔ q ⇔ (~p ∨ q) ∧ (p ∨ ~q)
Temos dois tipos de formas normais: a conjuntiva e a disjuntiva. Vamos conhecer cada uma delas aprendendo
como usá-las.
Toda proposição pode ser escrita em sua forma normal conjuntiva. Para isso usaremos as seguintes equiva-
lências:
• p → q ⇔ ~p ∨ q
• p ↔ q ⇔ (~p ∨ q) ∧ (p ∨ ~q)
• p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)
p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
MATEMÁTICA
Veja a seguir alguns exemplos de como encontrar a FNC das proposições.
Ex.: Encontrar a FNC da proposição ~(((p ∨ q) ∧ ~q) ∨ (q ∧ r)).
Temos que:
~(((p ∨ q) ∧ ~q) ∨ (q ∧ r))
⇔ ~((p ∨ q) ∧ ~q) ∧ ~(q ∧ r)
⇔ (~(p ∨ q) ∨ q ) ∧ (~q ∨ ~r)
⇔ ((~p ∧ ~q) ∨ q) ∧ (~q ∨ ~r)
⇔ (~p ∨ q) ∧ (~q ∨ q ) ∧ (~q ∨ ~r) (*)
⇔ (~p ∨ q) ∧ T ∧ (~q ∨ ~r)
⇔ (~p ∨ q) ∧ (~q ∨ ~r) (**)
Para encontrar a FNC de uma proposição estamos usando o método dedutivo, ou seja, estamos substituindo
proposições por equivalentes usando a álgebra das proposições e as equivalências provadas anteriormente.
Veja que há duas formas sinalizadas neste exemplo. A forma (*) é uma forma normal conjuntiva para a propo-
sição inicial; a forma (**) também. Com isso podemos verificar que uma mesma proposição pode possuir várias
formas normais conjuntivas, desde que sejam todas equivalentes.
Ex.: Encontrar a FNC de ((p ∨ q) ∧ ~q) → r ∧ q.
Temos que:
((p ∨ q) ∧ ~q) → r ∧ q
⇔ ~((p ∨ q) ∧ ~q) ∨ (r ∧ q)
⇔ ~(p ∨ q) ∨ q ∨ (r ∧ q)
⇔ (~p ∧ ~q) ∨ q ∨ (r ∧ q)
⇔ (~p ∨ q) ∧ (~q ∨ q) ∨ (r ∧ q)
⇔ (~p ∨ q) ∧ T ∨ (r ∧ q)
⇔ (~p ∨ q) ∨ (r ∧ q)
⇔ (~p ∨ q ∨ r ) ∧ (~p ∨ q ∨ q)
⇔ (~p ∨ q ∨ r ) ∧ (~p ∨ q)
Observe que, quando encontramos a FNC temos uma conjunção de disjunções, ou seja, encontramos sempre
uma expressão da forma P1 ∧ P2 ∧ P3 ∧ .... ∧ Pn, onde os Pi, i = 1, ..., n são disjunções.
Veja mais um exemplo de como encontrar a forma normal conjuntiva de uma proposição.
Ex.: Encontrar a FNC da proposição (p → q) ↔ (~q → ~p).
Temos que:
(p → q) ↔ (~q → ~p)
⇔ (~p ∨ q) ↔ (q ∨ ~p)
⇔ [~(~p ∨ q) ∨ (q ∨ ~p)] ∧ [(~p ∨ q) ∨ ~(q ∨ ~p)]
⇔ [(p ∧ ~q) ∨ (q ∨ ~p)] ∧ [(~p ∨ q)∨ (~q ∧ p)]
⇔ (p ∨ q ∨ ~p) ∧ (~q ∨ q ∨ ~p) ∧ (~p ∨ q ∨ ~q) ∧ (~p ∨ q ∨ p)
Nesse exemplo acontece algo bastante interessante: todos os termos da FNC possuem uma proposição e sua
negação. Vamos verificar o valor lógico de cada um destes termos?
• p ∨ q ∨ ~p ⇔ p ∨ ~p ∨ q ⇔ T ∨ q ⇔ T
• ~q ∨ q ∨ ~p ⇔ T ∨ ~p ⇔ T
• ~p ∨ q ∨ ~q ⇔ ~p ∨ T ⇔ T
MATEMÁTICA
• ~p ∨ q ∨ p ⇔ ~p ∨ p ∨ q ⇔ T ∨ q ⇔ T
Veja que cada um dos termos da FNC é uma tautologia. Isso sempre acontece quando temos disjunções que
contêm uma proposição e sua negação. Nesse caso dizemos que a proposição cujos termos da FNC são tautoló-
gicos, é uma proposição tautológica.
Toda proposição pode ser apresentada em sua forma normal conjuntiva. Para isso usaremos as equivalências
já apresentadas anteriormente. Veja como encontrar a FND de uma proposição.
Ex.: Encontrar a FND de ((p ∨ q) ∧ ~q) → r ∧ q.
Temos que:
((p ∨ q) ∧ ~q) → r ∧ q
⇔ ~((p ∨ q) ∧ ~q) ∨ (r ∧ q)
⇔ ~(p ∨ q) ∨ q ∨ (r ∧ q)
⇔ (~p ∧ ~q) ∨ q ∨ (r ∧ q)
Observe que fizemos exatamente o mesmo processo de antes; substituímos as proposições por outras equiva-
lentes, só que agora evidenciando a disjunção. Veja que na FND temos disjunções de conjunções, ou seja, quando
uma proposição está na FND encontramos sempre uma expressão da forma P1 ∨ P2 ∨ P3 ∨ .... ∨ Pn, onde os Pi, i
= 1, ..., n são conjunções.
Ex.: Encontrar a FND de p → q ∧ q → p.
Temos que:
p→q∧q→p
⇔ (~p ∨ q) ∧ (~q ∨ p)
⇔ (~p ∧ (~q ∨ p)) ∨ (q ∧ (~q ∨ p))
⇔ (~p ∧ ~q) ∨ (~p ∧ p) ∨ (q ∧ ~q) ∨ (q ∧ p) (*)
⇔ (~p ∧ ~q) ∨ C ∨ C ∨ (q ∧ p)
⇔ (~p ∧ ~q) ∨ (q ∧ p) (**)
Observe que há duas formas sinalizadas nesse exemplo. A forma (*) é uma normal disjuntiva para a proposição
inicial; a forma (**) também. Com isto podemos verificar que uma mesma proposição pode possuir várias formas
normais disjuntivas, desde que sejam todas equivalentes.
Ex.: Encontrar a FND da proposição ~(((p ∨ q) ∧ ~q) ∨ (q ∧ r)).
Temos que:
MATEMÁTICA
~(((p ∨ q) ∧ ~q) ∨ (q ∧ r))
⇔ ~((p ∨ q) ∧ ~q) ∧ ~(q ∧ r)
⇔ (~(p ∨ q) ∨ q) ∧ (~q ∨ ~r)
⇔ ((~p ∧ ~q) ∨ q) ∧ (~q ∨ ~r)
⇔ (((~p ∧ ~q) ∨ q) ∧ ~q) ∨ (((~p ∧ ~q) ∨ q) ∧ ~r)
⇔ (~p ∧ ~q ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~q) ∨ (~p ∧ ~q ∧ ~r) ∨ (q ∧ ~r)
⇔ (~p ∧ ~q) ∨ C ∨ (~p ∧ ~q ∧ ~r) ∨ (q ∧ ~r)
⇔ (~p ∧ ~q) ∨ (~p ∧ ~q ∧ ~r) ∨ (q ∧ ~r)
Viu que encontramos as FND da mesma forma que as FNC? Um processo é semelhante ao outro; diferenciando-
se apenas por qual conectivo ficará como operação principal. No caso da FNC é a conjunção e no da FND é a
disjunção.
Por exemplo, se temos a proposição P: ~((p ∧ q) ∨ ~r) sua proposição dual é P’: ~((p ∨ q) ∧ ~r).
Observou como é simples encontrar uma proposição dual de uma dada proposição P? Lembre-se apenas de
que a proposição dada tem que estar em uma forma normal, possuindo apenas ~, ∧ e ∨, e que para encontrar sua
dual basta fazer a troca entre as conjunções e disjunções.
Uma relação acontece de maneira bem interessante; é o que chamamos de princípio da dualidade. Ele nos diz
que proposições equivalentes, possuem duais também equivalentes. Veja o enunciado desse princípio.
Princípio da Dualidade: Se P e Q são proposições equivalentes que só contêm os conectivos ~, ∧ e ∨, então as
suas duais respectivas P’ e Q’, também são equivalentes.
Há três suspeitos de um crime: o cozinheiro, a governanta e o mordomo. Sabe-se que o crime foi efetivamente
cometido por um ou mais de um deles, já que podem ter agido individualmente ou não. Sabe-se ainda que: A) se o
cozinheiro é inocente, então a governanta é culpada; B) ou o mordomo é culpado ou a governanta é culpada, mas
não os dois; C) O mordomo não é inocente. Logo:
• a governanta e o mordomo são os culpados.
MATEMÁTICA
Tenho certeza que ficou curiosíssimo para saber o resultado. Então espero você na próxima etapa, para juntos
desvendarmos esse e outros mistérios.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
Chegamos à etapa final do nosso estudo sobre a lógica matemática. Nela estudaremos sobre os argumentos e
sua validade. Isso nos permitirá avaliar quando um argumento é válido ou não, e tem grande importância na decisão
MATEMÁTICA
sobre os quais tem a ver com a verdade do mundo. Além disso, poderemos desvendar os famosos mistérios que
envolvem a lógica, como o citado no tema anterior. Espero que tenha bons estudos e aproveite a maravilha deste
mundo.
3.1 – Argumentos
Para ter uma ideia inicial do que seria um argumento, observe as seguintes sentenças:
• Todos os homens são mortais e Sócrates é homem. Portanto, Sócrates é mortal.
• Se não fizer sol, então irei ao cinema. Não fui ao cinema. Então, fez sol.
• Se ela não fosse atriz, então não seria famosa. Ela não é atriz. Então, não é famosa.
• Se Jorge é magro, então é elegante. Jorge é elegante. Portanto, Jorge é magro.
Sentenças como as citadas acima são denominadas argumentos. Observe que nesta estrutura temos sempre
afirmações seguidas de conclusões. Isto é o que caracteriza um argumento. Veja a seguir a definição formal de
um argumento.
DEFINIÇÃO: Sejam P1, P2, ..., Pn e Q proposições quaisquer. Chama-se argumento toda afirmação de que dada uma
sequência finita P1, P2, ..., Pn de proposições tem como consequência ou acarreta uma proposição final Q.
As proposições P1, P2, ..., Pn são chamadas de premissas do argumento e a proposição final Q diz-se conclusão do
argumento. Costuma-se usar a seguinte notação para indicar um argumento de premissas P1, P2,..., Pn e conclusão
Q: P1, P2,..., Pn Q. Além disso, podemos ler este argumento de várias formas distintas:
• P1, P2, ..., Pn acarretam Q.
• Q decorre de P1, P2, ..., Pn.
• Q se deduz de P1, P2, ..., Pn.
• Q se infere de P1, P2, ..., Pn.
Quando um argumento possui apenas duas premissas e uma conclusão, chamá-lo-emos de silogismo.
Nos exemplos citados, temos:
• Todos os homens são mortais e Sócrates é homem. Portanto, Sócrates é mortal.
P1: Todos os homens são mortais.
P2: Sócrates é homem.
Conclusão: Sócrates é mortal.
• Se não fizer sol, então irei ao cinema. Não fui ao cinema. Então, fez sol.
P1: Se não fizer sol, então irei ao cinema.
P2: Não fui ao cinema.
Conclusão: Fez sol.
• Se ela não fosse atriz, então não seria famosa. Ela não é atriz. Então, não é famosa.
P1: Se ela não fosse atriz então não seria famosa.
3.1.1 – Validade
A lógica de argumentação é uma ciência composta por regras usadas para a decisão sobre a validade de ar-
gumentos. A lógica dispõe de duas ferramentas principais que podem ser utilizadas pelo pensamento na busca de
novos conhecimentos: a dedução e a indução, que dão origem a dois tipos de argumentos, dedutivos e indutivos.
Os argumentos dedutivos pretendem que suas premissas forneçam uma prova incontestável da veracidade da
conclusão. Um argumento dedutivo é válido quando suas premissas, se verdadeiras, fornecem provas convincentes
para sua conclusão, isto é, quando for impossível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa, caso
contrário, o argumento dedutivo é dito inválido.
Os argumentos indutivos, por outro lado, não pretendem que suas premissas forneçam provas cabais da vera-
cidade da conclusão, mas apenas que forneçam indicações dessa veracidade.
Os termos válidos e inválidos não se aplicam aos argumentos indutivos; eles costumam ser avaliados de acordo
com a maior ou menor possibilidade com que suas conclusões sejam estabelecidas.
Costuma-se dizer que os argumentos indutivos partem do particular para o geral, isto é de observações particulares
estabelecemos regras gerais. Os argumentos dedutivos, por outro lado, partem de regras gerais para estabelecer
a veracidade de acontecimentos particulares. O desenvolvimento da ciência tem dependido, em grande parte, da
habilidade de combinar os dois tipos de raciocínio.
Neste estudo, nos deteremos ao estudo dos argumentos dedutivos, e ao estudo sobre sua validade. Então, qual
é realmente o conceito de um argumento válido?
DEFINIÇÃO: Sejam P1, P2, ..., Pn Q um argumento. Diz-se que esse é um argumento válido se, e somente se, a
conclusão Q é verdadeira todas as vezes que as premissas P1, P2, ..., Pn são verdadeiras.
O argumento não válido (inválido) é chamado sofisma. A validade de um argumento depende exclusivamente da
relação existente entre as premissas e a conclusão. Um argumento é válido quando suas premissas, se verdadeiras,
fornecem provas convincentes para sua conclusão, isto é, quando for impossível que as premissas sejam verdadei-
ras e a conclusão falsa; caso contrário, o argumento é dito inválido (sofisma). Portanto, a verdade das premissas
(de um argumento válido!) é incompatível com a falsidade da conclusão. Como, então, reconhecer um argumento
válido? Precisamos relacionar estas definições com as operações lógicas estudadas até agora. Inicialmente vamos
associar a cada argumento uma condicional lógica. Veja a seguir.
TEOREMA: Um argumento P1, P2, ..., Pn Q é válido se, e somente se, o condicional (P1 ∧ P2 ∧ ... ∧ Pn) → Q é
tautológica.
Observe então que usaremos o condicional (→) para verificar a validade de argumentos. Todo argumento da
forma P1, P2, ..., Pn Q possui o condicional (P1 ∧ P2 ∧ ... ∧ Pn) → Q associado a ele. Antes de usarmos os critérios
para se discutir a validade de um argumento, concluímos a partir desse teorema a validade de um outro argumento
denominado “da mesma forma”.
• Se o argumento P1(p, q, r, ...), P2(p, q, r, ...), ..., Pn(p, q, r, ...) Q(p, q, r, ...) é válido, então o argumento da
“mesma forma”: P1(R, S, T, ...), P2(R, S, T, ...), ..., Pn(R, S, T, ...) Q(R, S, T, ...) também é válido, quaisquer que
sejam as proposições R, S, T.
Vamos construir um exemplo para melhor ilustrarmos toda esta situação relatada. O argumento p p ∨ q é
válido, pois se p que é a única premissa é verdadeira, então a conclusão p ∨ q é verdadeira, pois neste caso seu
MATEMÁTICA
valor lógico independe de q. Do argumento válido p p ∨ q, segue-se a validade dos argumentos:
• (~p ∧ r) (~p ∧ r) ∨ (~q → p)
• (p → s ∧ r) (p → s ∧ r) ∨ (~r ∧ s)
Veja que os argumentos acima são válidos porque possuem a mesma estrutura do argumento p p q. Portanto,
a validade de um argumento depende apenas da sua forma e não de seu conteúdo ou da verdade e falsidade das
proposições que a integram. Assim, podemos falar da validade da forma de um argumento; um argumento é válido
se possui uma forma válida. Todo argumento de forma válida é um argumento válido e vice-versa, todo argumento
válido provém de uma forma válida.
A validade desses argumentos pode ser confirmada através das tabelas verdade do condicional associado a cada
argumento. Usaremos bastante estas formas básicas para verificar a validade de outros argumentos. Este processo
é o que chamamos de regras de inferência.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
Essas regras de inferência também nos permitem deduzir ou inferir argumentos que tenham a “mesma forma”
dos argumentos básicos. Vejamos alguns exemplos.
Ex.: Usando a regra do Modus Ponens (MP: p → q, p q), podemos concluir a partir das premissas P1: ~p →
~q e P2: ~p a conclusão Q: ~q.
Ex.: Usando a regra do Modus Tollens (MT: p → q, ~q ~p), podemos concluir a partir das premissas P1: ~p
MATEMÁTICA
→ ~q e P2: q a conclusão Q: p.
Ex.: Usando a regra do Silogismo Disjuntivo (SD: p ∨ q, ~p q), podemos concluir a partir das premissas P1:
~p ∨ ~q e P2: p a conclusão Q: ~q.
Ex.: Usando a regra do Dilema Construtivo (DC: p → q, r → s, p ∨ r q ∨ s), podemos concluir a partir das
premissas P1: (p ∧ q) → ~r, P2: ~s → t e P3: (p ∧ q) ∨ ~s a conclusão Q: ~r ∨ t.
Viu como é simples obter conclusões através de premissas que tenham o mesmo formato de um dos argu-
mentos básicos listados anteriormente? Usaremos mais tarde este mesmo processo para testar a validade de
argumentos.
p q p→q (p → q) ∧ q (p → q) ∧ q → p
V V V V V
V F F F V
F V V V F
F F V F V
Nesse caso, temos um sofisma, ou seja, o argumento não é válido, porque a tabela verdade é uma contingência.
Viu que não é complicado testar a validade de um argumento através da tabela verdade? É interessante que você
perceba a importância de conhecer bem os conectivos e o valor lógico destes quando aplicado às proposições.
Vejamos, então, mais alguns exemplos.
Ex.: Verifique a validade de p ∨ q, ~q, p → r r.
Construiremos então a tabela verdade de (p ∨ q) ∧ (~q) ∧ (p → r) → r.
MATEMÁTICA
V F F V V F F V
F V V F V V F V
F V F F V V F V
F F V V F V F V
F F F V F V F V
p q ~q ~p p → ~q (p → ~q) ∧ q (p → ~q) ∧ q → ~p
V V F F F F V
V F V F V F V
F V F V V V V
F F V V V V V
Veja que usando CONJ entre P1 e P2 concluímos que p ∧ q é verdade. Usando o MP entre p ∧ q e P3, temos que
a conclusão Q também é verdadeira e, portanto, que o argumento é válido, pois possui o formato de uma regra de
inferência (MP).
Ex.: Considere o argumento P1, P2, P3 Q em que P1: p → q, P2: r, P3: q → ~r e conclusão, Q: ~p.
Temos as seguintes premissas: P1: p → q, P2: r, P3: q → ~r e conclusão, Q: ~p. Ao observar SH entre P1 e P3,
MATEMÁTICA
concluímos que p → ~ r é verdade. Em seguida veja MT entre p → ~ r e P2 nos leva a concluir que ~p é verdade,
ou seja, que a conclusão Q também é verdadeira e, portanto, que o argumento é válido .
Ex.: Considere o argumento P1, P2, P3 Q onde P1: p ∧ q, P2: p → r ∨ s, P3: ~t → ~r ∧ ~s e conclusão, Q: t.
Temos as seguintes premissas: P1: p ∧ q, P2: p → r ∨ s, P3: ~ t → ~r ∧ ~s e conclusão, Q: t. Ao observamos
SIMP de P1 concluímos que p é verdade. O MP entre P2 e p nos leva a concluir que r ∨ s é verdade. O MT entre P3
e r ∨ s nos leva a concluir que ~(~t) ⇔ t é verdade, ou seja, que a conclusão Q também é verdadeira e, portanto,
que o argumento é válido.
Espero que tenha percebido bem a aplicação das regras de inferência na investigação da validade de argumentos.
Esse tipo de investigação é bem aplicado quando se quer provar a validade do argumento, ou seja, quando já sabemos
por antecipação que o argumento é válido. Uma outra aplicação deste método é interessante quando temos um grande
número de proposições no argumento, pois isso geraria uma tabela verdade com um grande número de linhas.
Se ao negar a conclusão de um argumento não chegarmos à negação de nenhuma das premissas, então o
argumento não é válido, logo é um sofisma. Vejamos como testar um argumento usando este método indireto.
Ex.: Verificar a validade de p ∨ q, ~r ∨ ~q ~p → ~r.
Inicialmente, sabemos que as premissas são verdadeiras, ou seja, V(p ∨ q) = V(~r ∨ ~q) = V. Supondo, que a
conclusão é falsa, isto é, que V(~p → ~r) = F, concluímos que V(~p) = V e V(~r) = F. Logo, V(p) = F e V(r) = V
Como V(p ∨ q) = V e V(p) = F, temos que V(q) = V. Daí, V(~r ∨ ~q) = V(~r) ∨ V(~q) = F ∨ F = F. Absurdo,
pois uma premissa não pode ser falsa. Portanto, o argumento é válido.
Ex.: Verificar o argumento p → q, r → q, r ∨ ~p, ~q ∨ s s.
Inicialmente, sabemos que as premissas são verdadeiras, ou seja, V(p → q) = V(r → q) = V(r ∨ ~p) = V(~q ∨
s) = V. Supondo que a conclusão é falsa, isto é, que V(s) = F, como V(~q ∨ s) = V concluímos que V(~q) = V e,
segue que, V(q) = F.
Como V(q) = F, da premissa 1, concluímos que V(p) = F e, da premissa 2, que V(r) = F. Como V(p) = V(r) =
F, temos que V(~p) = V, ou seja, a terceira premissa é verdadeira, como já era esperado.
A negação da conclusão do argumento não nos levou à negação de nenhuma das premissas e, assim, o argu-
mento não é válido, e temos um sofisma.
Temos realmente muitos caminhos para verificar a validade de um argumento. Espero que você se divirta, es-
colhendo o melhor caminho para verificar a validade dos argumentos que você irá estudar.
Lembra-se do problema proposto anteriormente? Tenho certeza de que ainda está querendo saber o resultado.
Veremos agora algumas aplicações da lógica matemática.
MATEMÁTICA
3.4 - Aplicações da lógica
3.4.1- Problemas interessantes
Veremos agora como aplicar a lógica matemática em alguns problemas interessantes. Inicialmente relembremos
o problema já proposto:
EX.: Há três suspeitos de um crime: o cozinheiro, a governanta e o mordomo. Sabe-se que o crime foi efetivamente
cometido por um ou mais de um deles, já que podem ter agido individualmente ou não. Sabe-se ainda que: A) se o
cozinheiro é inocente, então a governanta é culpada; B) ou o mordomo é culpado ou a governanta é culpada, mas
não os dois; C) O mordomo não é inocente. Logo:
• a governanta e o mordomo são os culpados.
• somente o cozinheiro é inocente.
• somente a governanta é culpada.
• somente o mordomo é culpado.
• o cozinheiro e o mordomo são os culpados.
Veja que para resolver esse problema precisamos identificar quais as proposições simples estão envolvidas e
quais conectivos as relacionam.
Considere: p: o cozinheiro é inocente, q: a governanta é inocente, r: o mordomo é inocente. Observe que temos
duas premissas essencialmente verdadeiras e o valor lógico da proposição r; são elas: P1: p → ~q, P2: ~r ∨ ~q
e V(r) = F, logo V(~r) = V. Veja que por P2 temos que V(~q) = F e V(q) = V; por P1 temos que V(p) = F. Assim,
concluímos que:
• V(p) = F: o cozinheiro é culpado.
• V(q) = V: a governanta é inocente.
• V(r) = F: o mordomo é culpado.
Ex.: Se Beraldo briga com Beatriz, então Beatriz briga com Bia. Se Beatriz briga com Bia, então Bia vai ao bar. Se
Bia vai ao bar, então Beto briga com Bia. Ora, Beto não briga com Bia. Logo:
• Bia não vai ao bar e Beatriz briga com Bia.
• Bia vai ao bar e Beatriz briga com Bia.
• Beatriz não briga com Bia e Beraldo não briga com Beatriz.
• Beatriz briga com Bia e Beraldo briga com Beatriz.
• Beatriz não briga com Bia e Beraldo briga com Beatriz.
Novamente vamos nomear as proposições simples envolvidas nesse problema: p: Beraldo briga com Beatriz, q:
Beatriz briga com Bia, r: Bia vai ao bar, t: Beto briga com Bia. Vejamos quais são as premissas que constam neste
argumento:
P1: p → q P 2: q → r P 3: r → t
MATEMÁTICA
Como V(t) = F, por P3 temos que V(r) = F; com isto, por P2 temos também que V(q) = F, e finalmente, por P1
concluímos que V(p) = F. Lembre-se de que por se tratar de um argumento, consideramos todas as premissas
verdadeiras. Sendo assim, as proposições p, q, r e t são todas falsas, e a alternativa válida no problema é: “Beatriz
não briga com Bia e Beraldo não briga com Beatriz”.
Tenho certeza que ficou com vontade de resolver outros probleminhas interessantes como este.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
?? SAIBA MAIS
?
Para conhecer mais sobre argumentos visite:
http://www.scribd.com/doc/6809374/Dudu-Cearense-lOgica-
MatemAtica-Para-Concursos-07-Argumentos
3.4.2 – Circuitos
Na vida diária nos deparamos com dispositivos físicos de dois estados tais como interruptores, contatos, diodos,
transistores, entre outros. Dependendo do dispositivo em questão, eles podem tomar os estados ligado/desligado,
conduzindo/não conduzindo, fechado/aberto, carregado/descarregado, magnetizado/não magnetizado, alto-potencial/
baixo-potencial, etc. Em um circuito elétrico, uma chave é um dispositivo ligado a um ponto do circuito e que pode
tomar um dos dois estados, fechado ou aberto. Essas chaves ligam e desligam conforme o estado binário “Ver-
dadeiro” ou “Falso” da sentença lógica que neste caso representaremos por (0) ou (1) respectivamente. Para se
construir um circuito se faz uso de portas lógicas. As combinações entre tais portas podem dar origem aos mais
diversos tipos de circuito.
• NOT
É a porta que faz a inversão (ou negação).
MATEMÁTICA
0 1
• AND
É a porta que faz a conjunção (ou produto).
Sua representação gráfica é
Sua tabela verdade é
A B A⋅B
1 1 1
1 0 0
0 1 0
0 0 0
• OR
É a porta que faz a disjunção (ou soma).
• NAND
É equivalente a uma porta and seguida de uma porta not.
Sua representação gráfica é
Sua tabela-verdade é
A B (A ⋅ B)'
1 1 0
1 0 1
0 1 1
0 0 1
• NOR
É equivalente a uma porta or seguida de uma porta not.
A B (A + B)'
1 1 0
1 0 0
0 1 0
0 0 1
• XOR
É a porta correspondente ao ou exclusivo.
A B A±B
1 1 0
1 0 1
0 1 1
0 0 0
Finalmente concluímos nosso estudo sobre a lógica matemática. Espero ter contribuído para a sua formação e
desejo que continue seu curso com bastante empenho. Bons estudos!
Bibliografia Consultada
ALENCAR FILHO, E. Iniciação a Lógica Matemática. 18ª Ed. São Paulo: Nobel, 2000.
IEZZI, G. Fundamentos de Matemática Elementar. Vol 1. 3ª Ed. São Paulo: Atual, 1977.
MATEMÁTICA
NOLT, John e ROHATYN, Dennis. Lógica. São Paulo: Ed. Mc Graw-Hill, 1991.
Disponível: http://www.scribd.com/doc/6809374/Dudu-Cearense-lOgica-MatemAtica-Para-Concursos-07-Argumentos,
acesso em 27jan2010.