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EXAME-TIPO 11.

O ANO DE ESCOLARIDADE

Filosofia Duração da prova: 120 + 30 minutos

GRUPO I
1. Qual dos seguintes enunciados exprime inequivocamente uma açaã o?
A. O assobio do vento fez-se sentir durante a madrugada.
B. Ao ouvir um estrondo a populaçaã o acordou.
C. Algumas pessoas trancaram as portas e as janelas.
D. Algumas pessoas tiveram medo.

2. A perspetiva determinista considera que, em relaçaã o ao livre arbíítrio,


A. o sujeito estaí determinado mas em algumas circunstaâ ncias pode tomar decisoã es.
B. as decisoã es aparentemente livres saã o o resultado de uma causa anterior e, por isso,
inevitaí veis.
C. naã o existe a possibilidade de o sujeito tomar decisoã es proí prias pois tudo depende do acaso.
D. o sujeito estaí determinado por pressoã es sociais, sendo incapaz de refletir sobre as suas
açoã es.

3. Considere os seguintes enunciados tendo presentes as diferentes perspetivas sobre os juíízos


morais.

1. Apesar de pertencer a uma sociedade, cada indivííduo tem as suas convicçoã es


pessoais sendo elas tambeí m vaí lidas.
2. O Bem ou a Justiça saã o valores em si mesmos, independentes das crenças e
motivaçoã es dos indivííduos.
3. Os objetos naã o teâ m valor, mas saã o os sujeitos que lhes conferem importaâ ncia.

A. 1 e 3 correspondem ao relativismo; 2 ao objetivismo.


B. 2 e 3 correspondem ao objetivismo; 1 ao relativismo.
C. 1 e 3 correspondem ao subjetivismo; 2 ao objetivismo.
D. 2 corresponde ao objetivismo; 3 ao subjetivismo; 1 ao relativismo.

4. O enunciado «Deveriam existir leis mais restritivas em relaçaã o ao consumo de bebidas


alcooí licas» exprime um juíízo de valor porque
A. descreve uma necessidade de mudar a lei.
B. todos os indivííduos partilham da mesma opiniaã o.
C. designa uma açaã o futura.
D. manifesta uma convicçaã o pessoal.
5. Uma das razoã es que relaciona a eí tica com o direito prende-se com o facto de
A. o direito ter um fundamento eí tico.
B. as normas juríídicas serem independentes dos princíípios eí ticos.
C. a eí tica ter um fundamento legal.
D. o direito naã o considerar o indivííduo tendo em conta as suas convicçoã es pessoais.

6. Rawls concordaria com o seguinte enunciado:


A. Qualquer apoio a um indivííduo poã e em causa o princíípio de igualdade.
B. A desigualdade entre os indivííduos eí necessaí ria para o equilííbrio social.
C. A posiçaã o original seria aquela em que todos os cidadaã os reconhecem a necessidade de
mudar o sistema social.
D. O princíípio da diferença naã o poã e em causa a justiça social.

7. No argumento «Em todas as escolhas que fazemos existe sempre a possibilidade de errarmos,
logo eí importante pensar bem antes de agir, porque uma açaã o errada pode ter consequeâ ncias
graves», a conclusaã o eí :
A. Em todas as escolhas que fazemos existe sempre a possibilidade de errarmos.
B. EÉ importante pensar bem antes de agir.
C. Uma açaã o errada pode ter consequeâ ncias graves.
D. Existe sempre a possibilidade de errarmos.

8. «Dizes que eu tenho de mostrar que foste tu quem fez aquilo, mas na verdade eí s tu quem tem de
demonstrar que naã o o fizeste, caso contraí rio posso manter a minha ideia.»
O orador que argumentasse desta maneira estaria a incorrer na falaí cia
A. da petiçaã o de princíípio.
B. ad hominem.
C. do apelo aà ignoraâ ncia.
D. do espantalho.

9. O conhecimento a priori
A. depende exclusivamente da razaã o.
B. envolve impressoã es e ideias.
C. eí suportado com base na experieâ ncia.
D. eí exterior ao sujeito.

10. Para Kuhn, o perííodo da cieâ ncia normal eí caracterizado


A. pela divisaã o dos cientistas quanto ao valor e confiança no paradigma.
B. por o paradigma apresentar anomalias sendo contudo aperfeiçoado.
C. por a comunidade cientíífica ser unaâ nime em mudar de paradigma.
D. por o paradigma responder aos problemas suscitados.
GRUPO II
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O Grupo II apresenta dois percursos:
Percurso A – Lógica aristotélica e Percurso B – Lógica proposicional.
Responda apenas a um dos percursos.
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PERCURSO A – Lógica aristotélica

1. Teste a validade loí gica do seguinte argumento silogíístico:


Alguns religiosos saã o fanaí ticos.
Todos os fanaí ticos saã o intolerantes.
Alguns intolerantes saã o religiosos.

2. Relativamente a este mesmo argumento, decida, justificando, se estaremos perante um


argumento soí lido.

3. Considere a seguinte proposiçaã o verdadeira: «Todos os portugueses saã o europeus.»


Infira a sua contraditoí ria e determine, justificando, o valor de verdade desta.

PERCURSO B – Lógica proposicional

1. Recorrendo ao dicionaí rio apresentado, formalize o enunciado seguinte.


Se a bondade é uma virtude e a justiça existe, o ser humano não é naturalmente bom.
Dicionaí rio:
P: A bondade eí uma virtude
Q: A justiça existe
R: O ser humano eí naturalmente bom

2. Assumindo a expressaã o «O mordomo naã o sabia onde o dinheiro estava», indique qual seraí a
conclusaã o e a forma vaí lida utilizada se acrescentarmos a proposiçaã o seguinte:
Quem roubou o dinheiro sabia onde ele estava.

3. Se na expressaã o «Ou a alma eí imortal ou a vida naã o tem sentido» a proposiçaã o «A alma eí
imortal» for verdadeira,
A. a proposiçaã o «a vida naã o tem sentido» eí falsa.
B. a proposiçaã o «a vida naã o tem sentido» eí verdadeira.
C. a proposiçaã o «a vida tem sentido» eí falsa.
D. a proposiçaã o consequente tem de necessariamente ser verdadeira.
GRUPO III
1. Analise as seguintes posiçoã es assumidas respetivamente por Kant e por Mill:

A. «De todas as coisas que eí possíível conceber neste mundo, e ateí mesmo em geral fora dele, nada
existe que sem qualquer restriçaã o possa ser tido por bom, a naã o ser mesmo uma boa vontade.»
Immanuel Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Lisboa, Lisboa Editora, 2006, p. 59.

B. «A doutrina utilitarista sustenta que a felicidade naã o soí eí um bem desejaí vel como eí o uí nico que
eí desejaí vel como fim, sendo todos os demais desejados apenas como meios para atingir esse fim.»
John Stuart Mill, Utilitarismo, Lisboa, Lisboa Editora, 2004, p. 118.

Justifique, a partir das posiçoã es aqui assumidas, porque eí que se considera a eí tica kantiana uma
eí tica deontoloí gica e a de Stuart Mill uma eí tica consequencialista.

2. A teoria da justiça de John Rawls foi criticada pelos libertaristas sob a alegaçaã o de que o
princíípio da diferença naã o respeita os direitos das pessoas.
2.1 Identifique as propostas apresentadas no princíípio da diferença.
2.2 Explicite a críítica que lhe eí dirigida pelos libertaristas.

GRUPO IV
1. Considere o seguinte texto:
«Soí crates: Amigo, se a crença verdadeira e o conhecimento fossem o mesmo, nem sequer o juiz
mais competente poderia ter uma crença verdadeira sem conhecimento. E, contudo, neste
momento cada um deles parece ser diferente.»
Plataã o, Teeteto, 201 b-c, Lisboa, FCG, 2010, p. 302 (adaptado).
Explique por que razaã o para o autor crença verdadeira e conhecimento saã o coisas diferentes.

2. Considere o seguinte texto:


«Como fomos crianças antes de sermos homens, e ora julgaí mos bem ora mal as coisas que se
apresentaram aos nossos sentidos, quando ainda naã o tíínhamos o pleno uso da razaã o, vaí rios juíízos
precipitados impedem-nos de alcançar o conhecimento da verdade e, de tal maneira nos enchem
de preconceitos, que naã o se veâ como podemos libertar-nos deles se naã o tomarmos a iniciativa de
duvidar, uma vez na vida, de todas as coisas em que encontramos a mais pequena suspeita de
incerteza.»
Reneí Descartes, Princípios da Filosofia, Lisboa, Lisboa Editora, 2003, p. 63.
A partir do texto, esclareça as razoã es por que, segundo Descartes, devemos duvidar de todas as
coisas.

3. Como avalia Karl Popper o problema da verdade cientíífica? Justifique a sua resposta referindo-se
ao criteí rio falsificacionista de Popper.
GRUPO V
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Neste grupo, saã o apresentados dois percursos:
Percurso A – A experiência estética e Percurso B – A experiência religiosa.
Responda apenas a um dos percursos.
Na sua folha de respostas, identifique claramente o percurso selecionado.
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PERCURSO A – A experiência estética

«(…) pode-se desde jaí afirmar que o belo artíístico estaí acima da Natureza. Pois a beleza artíística eí
a beleza nascida e renascida do espíírito e, quanto mais o espíírito e suas produçoã es estaã o colocadas
acima da Natureza e seus fenoí menos, tanto mais o belo artíístico estaí acima da beleza da Natureza.
Sob o aspeto formal, mesmo uma maí ideia que porventura passe pela cabeça dos homens eí
superior a qualquer produto natural, pois em tais ideias sempre estaã o presentes a espiritualidade
e a liberdade.»
Hegel, Cursos de Estética, vol. I, Saã o Paulo, EDUSP, 2001, p. 28.
Explore o excerto apresentado, considerando os seguintes itens:
- formulaçaã o do tema/problema levantado;
- identificaçaã o da tese defendida pelo autor;
- explicitaçaã o das razoã es aduzidas em favor da tese.

PERCURSO B – A experiência religiosa

Encontramos em Deus uma soluçaã o para os problemas da existeâ ncia humana e uma resposta para
o sentido da vida. Mas quem nos garante que Deus naã o eí uma criaçaã o humana?
Na sua resposta:
- identifique e formule um argumento estudado da prova da existeâ ncia de Deus;
- apresente inequivocamente a sua posiçaã o;
- argumente a favor da sua posiçaã o.
COTAÇÕES

Item
GrupoCotaçaã o (em
pontos)
1. a 10.
I
10 x 5 pontos 50
II 1. 2. 3.
(A ou B) 10 10 05 25
1. 2.1 2.2
III
20 10 15 45
1. 2. 3.
IV
15 15 20 30
V
Item uí nico 30
(A ou B)
TO TOTAL 200

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