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Atualização 1: para ser juntada na pág. 404 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito do Consumidor

2 RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO

▪ Corpo estranho no refrigerante sem ingestão do produto: ausência de


dano moral

Incluir os seguintes comentários:

Imagine a seguinte situação hipotética:


João comprou um pacote de biscoito recheado, sabor morango.
Por volta do terceiro biscoito, ao mastigar o produto, João encontrou uma aliança
no recheio, cuspindo-a antes de engolir.
Diante disso, ajuizou ação de indenização por danos morais contra a fabricante do
produto.
A fabricante alegou, dentre outros argumentos, que não houve dano moral,
considerando que João não engoliu o corpo estranho. Logo, do evento não advieram
consequências significativas.

Para ocorrer a indenização por danos morais em função do encontro de corpo


estranho em alimento industrializado, é necessária a sua ingestão? Para configurar
dano moral é necessário que o consumidor ENGULA o objeto estranho presente no
alimento?
A jurisprudência é dividida sobre o tema:
SIM NÃO
Ausente a ingestão do produto A aquisição de produto de gênero
considerado impróprio para o alimentício contendo em seu interior
consumo em virtude da presença de corpo estranho, expondo o consumidor a
corpo estranho, não se configura o risco concreto de lesão à sua saúde e
dano moral indenizável. segurança, ainda que não ocorra a
Não há dano moral na hipótese de ingestão de seu conteúdo, dá direito à
aquisição de gênero alimentício com compensação por dano moral, dada a
corpo estranho no interior da ofensa ao direito fundamental à
embalagem se não ocorre a ingestão alimentação adequada, corolário do
do produto considerado impróprio princípio da dignidade da pessoa
para consumo, visto que referida humana.
situação não configura desrespeito à
dignidade da pessoa humana, O simples ato de “levar à boca” o
desprezo à saúde pública ou mesmo alimento industrializado com corpo
descaso para com a segurança estranho gera dano moral in re ipsa,
alimentar. independentemente de sua ingestão.
A ausência de ingestão de produto A disponibilização de produto
impróprio para o consumo configura, considerado impróprio para consumo
em regra, hipótese de mero dissabor em virtude da presença de objeto
vivenciado pelo consumidor, o que estranho no seu interior afeta a
afasta eventual pretensão segurança que rege as relações
indenizatória decorrente de alegado consumeristas na medida que expõe o
dano moral. consumidor a risco de lesão à sua saúde
STJ. 3ª Turma. AgInt no REsp e segurança e, portanto, dá direito à
1597890/SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, compensação por dano moral.
julgado em 27/09/2016. STJ. 3ª Turma. REsp 1644405/RS, Rel.
STJ. 4ª Turma. AgRg no AREsp Min. Nancy Andrighi, julgado em
489.030/SP, Rel. Min. Luis Felipe 09/11/2017.
Salomão, julgado em 16/04/2015. STJ. 3ª Turma. AgRg no REsp
1380274/SC, Rel. Min. João Otávio de
Noronha, julgado em 10/05/2016.

Observação:
Ao observar o inteiro teor dos julgados e os casos examinados, percebe-se a seguinte
distinção:
• Se o consumidor encontra o corpo estranho sem ter comido nada do produto: não
cabem danos morais.
• Se o consumidor encontra o corpo estranho após ter comido parte do produto:
cabem danos morais, mesmo que ele não tenha ingerido o corpo estranho.

Vale ressaltar, contudo, que essa diferenciação não consta de forma expressa nos
julgados. Trata-se, contudo, de uma constatação pessoal, razão pela qual deve-se ter
cautela em afirmar isso nos concursos públicos. Para fins de prova, é importante ficar
com a redação literal das ementas, conforme exposta no quadro acima.
Atualização 2: para ser juntada na pág. 192 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Administrativo

9 SERVIDORES PÚBLICOS

9.7 ALGUNS TEMAS ENVOLVENDO A LEI 8.112/90

▪ Inexistência de direito à remoção para acompanhamento de cônjuge


que passou em concurso público (art. 36 da Lei 8.112/90)

Abaixo desse julgado, colocar a seguinte observação:

O tema restou pacificado no STJ. Não há direito à remoção nesse caso.


O servidor público federal somente tem direito à remoção prevista no art. 36,
parágrafo único, III, "a", da Lei nº 8.112/90, na hipótese em que o
cônjuge/companheiro, também servidor, tenha sido deslocado de ofício, para
atender ao interesse da Administração (nos moldes do inciso I do mesmo dispositivo
legal).
STJ. 1ª Seção. EREsp 1.247.360-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
22/11/2017 (Info 617).
Atualização 3: para ser juntada na pág. 703 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Penal

7 PRESCRIÇÃO

▪ Termo inicial da prescrição executória: trânsito em julgado para a


acusação

Colocar a seguinte observação abaixo desse julgado:

Interpretação do art. 112 do CP


Se o Ministério Público não recorreu contra a sentença condenatória, tendo havido
apenas recurso da defesa, qual deverá ser o termo inicial da prescrição da pretensão
executiva? O início do prazo da prescrição executória deve ser o momento em que
ocorre o trânsito em julgado para o MP? Ou o início do prazo deverá ser o instante
em que se dá o trânsito em julgado para ambas as partes, ou seja, tanto para a
acusação como para a defesa?
• Posicionamento pacífico do STJ: o termo inicial da prescrição da pretensão
executória é a data do trânsito em julgado da sentença condenatória para a
acusação, ainda que a defesa tenha recorrido e que se esteja aguardando o
julgamento desse recurso. Aplica-se a interpretação literal do art. 112, I, do CP,
considerando que ela é mais benéfica ao condenado.
• Entendimento da 1ª Turma do STF: o início da contagem do prazo de prescrição
somente se dá quando a pretensão executória pode ser exercida. Se o Estado não
pode executar a pena, não se pode dizer que o prazo prescricional já está correndo.
Assim, mesmo que tenha havido trânsito em julgado para a acusação, se o Estado
ainda não pode executar a pena (ex: está pendente uma apelação da defesa), não
teve ainda início a contagem do prazo para a prescrição executória. É preciso fazer
uma interpretação sistemática do art. 112, I, do CP. Vale ressaltar que, com o novo
entendimento do STF admitindo a execução provisória da pena, para essa segunda
corrente (Min. Roberto Barroso) o termo inicial da prescrição executória será a data
do julgamento do processo em 2ª instância. Isso porque se estiver pendente apenas
recurso especial ou extraordinário, será possível a execução provisória da pena.
Logo, já poderia ser iniciada a contagem do prazo prescricional.
STF. 1ª Turma. RE 696533/SC, Rel. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso,
julgado em 6/2/2018 (Info 890).
Atualização 4: para ser juntada na pág. 402 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito do Consumidor

2 RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO

▪ Temas correlatos

Na pág. 402 consta uma tabela com diversas situações envolvendo furtos e roubos e
responsabilidade civil do fornecedor. Dentre essas situações, é mencionado o
seguinte julgado:

A empresa de estacionamento se responsabiliza apenas pela guarda do veículo, não


sendo razoável lhe impor o dever de garantir a segurança e integridade física do
usuário e a proteção dos bens portados por ele (REsp 1.232.795-SP, DJe 10/04/2013).

Este entendimento, contudo, está superado. Atualmente vigora o seguinte:

A prática do crime de roubo no interior de estacionamento de veículos, pelo qual


seja direta ou indiretamente responsável a empresa exploradora de tal serviço, não
caracteriza caso fortuito ou motivo de força maior capaz de desonerá-la da
responsabilidade pelos danos suportados por seu cliente vitimado.
Em outras palavras, se houve roubo à mão armada ocorrido nas dependências de
estacionamento privado, cuja atividade-fim é a guarda e manutenção da integridade
do veículo, a empresa responsável pelo estacionamento terá responsabilidade civil,
não havendo que se falar em caso fortuito.
STJ. 2ª Seção. AgInt nos EREsp 1118454/RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 25/10/2017.
Atualização 5: para ser juntada na pág. 675/676 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Penal

1 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA

Nas pág. 675 e 676, após os tópicos abaixo, incluir a atualização seguinte:

1.1 NOÇÕES GERAIS

- Requisito SUBJETIVO para a aplicação do princípio

1.2 CRIMES NOS QUAIS A JURISPRUDÊNCIA RECONHECE A APLICAÇÃO DO


PRINCÍPIO

- Valor máximo considerado insignificante no caso de crimes tributários:

Qual é o valor máximo considerado insignificante no caso de crimes tributários e


descaminho?
Antes havia divergência entre o STF e o STJ.
Agora, tanto para o STF como o STJ este valor é de 20 mil reais (conforme as Portarias
75 e 132/2012 do MF).

O tema foi decidido sob a sistemática do recurso repetitivo e fixou-se a seguinte tese:
Incide o princípio da insignificância aos crimes tributários federais e de descaminho
quando o débito tributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte
mil reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, com as atualizações
efetivadas pelas Portarias n. 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda.
STJ. 3ª Seção. REsp 1.709.029/MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
28/02/2018 (recurso repetitivo).
Atualização 6: para ser juntada na pág. 833 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Processual Penal

4 PRISÃO E LIBERDADE

4.3 PRISÃO DOMICILIAR DO CPP

Cuidados especiais de pessoa menor de 6 anos de idade

Marco Legal da Primeira Infância e prisão domiciliar

Prisão domiciliar e gestante a partir do 7º mês de gravidez

Concessão da prisão domiciliar do art. 318 do CPP deverá ser analisada no


caso concreto, não sendo automática nem obrigatória

Incluir os seguintes comentários:

Prisão domiciliar para gestantes, puérperas, mães de crianças e mães de pessoas


com deficiência
O STF reconheceu a existência de inúmeras mulheres grávidas e mães de crianças
que estão cumprindo prisão preventiva em situação degradante, privadas de
cuidados médicos pré-natais e pós-parto. Além disso, não há berçários e creches
para seus filhos.
O STF afirmou também que existe no Poder Judiciário brasileiro uma “cultura do
encarceramento”, que significa a imposição exagerada e irrazoável de prisões
provisórias a mulheres pobres e vulneráveis, em decorrência de excessos na
interpretação e aplicação da lei penal e processual penal, mesmo diante da
existência de outras soluções, de caráter humanitário, abrigadas no ordenamento
jurídico vigente.
A Corte admitiu que o Estado brasileiro não tem condições de garantir cuidados
mínimos relativos à maternidade, até mesmo às mulheres que não estão em situação
prisional.
Diversos documentos internacionais preveem que devem ser adotadas alternativas
penais ao encarceramento, principalmente para as hipóteses em que ainda não haja
decisão condenatória transitada em julgado. É o caso, por exemplo, das Regras de
Bangkok.
Os cuidados com a mulher presa não se direcionam apenas a ela, mas igualmente
aos seus filhos, os quais sofrem injustamente as consequências da prisão, em
flagrante contrariedade ao art. 227 da Constituição, cujo teor determina que se dê
prioridade absoluta à concretização dos direitos das crianças e adolescentes.
Diante da existência desse quadro, deve-se dar estrito cumprimento do Estatuto da
Primeira Infância (Lei 13.257/2016), em especial da nova redação por ele conferida
ao art. 318, IV e V, do CPP, que prevê:
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente
for:
IV - gestante;
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;

Os critérios para a substituição de que tratam esses incisos devem ser os seguintes:
REGRA. Em regra, deve ser concedida prisão domiciliar para todas as mulheres
presas que sejam
- gestantes
- puérperas (que deram à luz há pouco tempo)
- mães de crianças (isto é, mães de menores até 12 anos incompletos) ou
- mães de pessoas com deficiência.

EXCEÇÕES:
Não deve ser autorizada a prisão domiciliar se:
1) a mulher tiver praticado crime mediante violência ou grave ameaça;
2) a mulher tiver praticado crime contra seus descendentes (filhos e/ou netos);
3) em outras situações excepcionalíssimas, as quais deverão ser devidamente
fundamentadas pelos juízes que denegarem o benefício.

Obs1: o raciocínio acima explicado vale também para adolescentes que tenham
praticado atos infracionais.
Obs2: a regra e as exceções acima explicadas também valem para a reincidente. O
simples fato de que a mulher ser reincidente não faz com que ela perca o direito à
prisão domiciliar.
STF. 2ª Turma. HC 143641/SP. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/2/2018
(Info 891).
Atualização 7: para ser juntada na pág. 518 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Processual Civil

2 COMPETÊNCIA

2.2 JUSTIÇA FEDERAL COMUM

Colocar uma observação abaixo deste julgado:

Ações civis públicas propostas pelo MPF e competência


As ações propostas pelo MPF deverão ser ajuizadas na Justiça Federal. Isso porque o
MPF é órgão da União, o que atrai a competência do art. 109, I, da CF/88. Assim, a
competência será determinada, em um primeiro momento, pela parte processual.
Num segundo momento, contudo, o Juiz Federal irá averiguar se o MPF é parte
legítima.
Se o MPF for parte legítima, perpetua-se a competência na Justiça Federal. Por outro
lado, se for parte ilegítima, deverá determinar o deslocamento da competência para
a Justiça Estadual.
Desse modo, a circunstância de o Ministério Público Federal figurar como parte na
lide não é suficiente para determinar a perpetuação da competência da Justiça
Federal para o julgamento da ação.
STF. Plenário. RE 669952 AgR-ED, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 09/11/2016.

Em ação proposta pelo Ministério Público Federal, órgão da União, somente a Justiça
Federal está constitucionalmente habilitada a proferir sentença que vincule tal
órgão, ainda que seja sentença negando a sua legitimação ativa.
STJ. 1ª Seção. AgInt no CC 151.506/MS, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em
27/09/2017.
Atualização 8: para ser juntada na pág. 413 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito do Consumidor

4 PROTEÇÃO CONTRATUAL

4.1 ASSUNTOS DIVERSOS

Inexistência de dever do comerciante de receber e enviar os aparelhos


viciados para a assistência técnica

Colocar uma observação abaixo deste julgado:

O entendimento exposto neste julgado está SUPERADO por este novo precedente:
Cabe ao consumidor a escolha para exercer seu direito de ter sanado o vício do
produto em 30 dias - levar o produto ao comerciante, à assistência técnica ou
diretamente ao fabricante.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.634.851-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/09/2017
(Info 619).
Atualização 9: para ser juntada na pág. 773 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Penal

28 LEI MARIA DA PENHA (LEI 11.340/2006)

Descumprimento de medida protetiva não configura crime de


desobediência

Colocar uma observação abaixo deste julgado:

A Lei nº 13.641/2018 incluiu na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) um tipo


penal específico para essa conduta. Veja:
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência
previstas nesta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
Atualização 10: para ser juntada na pág. 715 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Penal

12 CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

12.2 ROUBO (ART. 157 DO CP)

▪ Roubo circunstanciado pelo emprego de arma

Após o questionamento abaixo, inserir os novos comentários:

1) O que pode ser considerado “arma”?

Novos comentários
A Lei nº 13.654/2018 promoveu diversas mudanças no Código Penal. Dentre elas, a
Lei revogou o inciso I do § 2º do art. 157. No entanto, acrescentou o inciso I do § 2º-
A do art. 157 do CP com a seguinte redação:
Art. 157 (...)
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei nº 13.654/2018)
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;

Com isso, o roubo com o emprego de arma “branca” não é mais punido como roubo
circunstanciado. Trata-se, em princípio, de roubo em seu tipo fundamental (art. 157,
caput).
Pode-se, portanto, dizer que a Lei nº 13.654/2018, neste ponto, é mais benéfica. Isso
significa que ela, neste tema, irá retroagir para atingir todos os roubos praticados
mediante arma branca.
Exemplo: em 2017, João, usando um canivete, ameaçou a vítima, subtraindo dela o
telefone celular. O juiz, na 1ª fase da dosimetria, fixou a pena-base em 4 anos. Não
havia agravantes ou atenuantes (2ª fase). Na 3ª fase (causas de aumento ou de
diminuição), o magistrado aumentou a pena em 1/3 pelo fato de o crime ter sido
cometido com emprego de arma branca (canivete), nos termos do art. 157, § 2º, I,
do CP. 1/3 de 4 anos é igual a 1 ano e 4 meses. Logo, João foi condenado a uma pena
final de 5 anos e 4 meses (pena-base mais 1/3). O processo transitou em julgado e
João está cumprindo pena. A defesa de João pode pedir ao juízo das execuções
penais (Súmula 611-STF) que aplique a Lei nº 13.654/2018 e que a sua pena seja
diminuída em 1 ano e 4 meses em virtude do fato de que o emprego de arma branca
na prática do roubo ter deixado de ser causa de aumento de pena.
Roubo com emprego de arma:
ARMA BRANCA: a utilização de arma branca no roubo deixou de ser uma majorante
do roubo.
Quem foi condenado com essa causa de aumento poderá pedir a redução da pena
mesmo que tenha havido trânsito em julgado.
A Lei 13.654/2018 retroage, neste ponto, por ser mais favorável (“novatio legis in
mellius”).

ARMA DE FOGO: continua sendo causa de aumento de pena.


Antes da Lei 13.654/2018, o aumento da pena era de 1/3 a 1/2.
Agora, o aumento da pena pelo emprego de arma de fogo é de 2/3.
Atualização 11: para ser juntada na pág. 821 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Processual Penal

3 COMPETÊNCIA

3.6 FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

No início do subitem 3.6, colocar as seguintes observações:

Restrição ao foro por prerrogativa de função


As normas da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por
prerrogativa de função devem ser interpretadas restritivamente, aplicando-se
apenas aos crimes que tenham sido praticados durante o exercício do cargo e em
razão dele.
Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado
como Deputado Federal, não se justifica a competência do STF, devendo ele ser
julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o cargo de parlamentar federal.
Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no mandato,
se o delito não apresentar relação direta com as funções exercidas, também não
haverá foro privilegiado.
Foi fixada, portanto, a seguinte tese:
O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o
exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas.
STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018.

Momento limite para alteração no foro competente para julgar a autoridade


Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação
para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações
penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo
ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.
STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018.
Atualização 12: para ser juntada na pág. 890/891 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Processual Penal

10 OUTROS TEMAS

10.7 COLABORAÇÃO PREMIADA

Na página 890/891, no julgado “Homologação de colaboração premiada que


mencione autoridade com foro privativo no STJ”, incluir a observação de que o
entendimento exposto no Rcl 31.629-PR foi superado pelo seguinte:

Competência para homologação do acordo de colaboração premiada se o delatado


tiver foro por prerrogativa de função
Se a delação do colaborador mencionar fatos criminosos que teriam sido praticados
por autoridade (ex: Governador) e que teriam que ser julgados por foro privativo (ex:
STJ), este acordo de colaboração deverá, obrigatoriamente, ser celebrado pelo
Ministério Público respectivo (PGR), com homologação pelo Tribunal competente
(STJ).
Assim, se os fatos delatados tiverem que ser julgados originariamente por um
Tribunal (foro por prerrogativa de função), o próprio acordo de colaboração
premiada deverá ser homologado por este respectivo Tribunal, mesmo que o delator
não tenha foro privilegiado.
A delação de autoridade com prerrogativa de foro atrai a competência do respectivo
Tribunal para a respectiva homologação e, em consequência, do órgão do Ministério
Público que atua perante a Corte.
Se o delator ou se o delatado tiverem foro por prerrogativa de função, a
homologação da colaboração premiada será de competência do respectivo Tribunal.
STF. 2ª Turma. HC 151605/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 20/3/2018 (Info
895).
Atualização 13: para ser juntada na pág. 680 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Penal

1 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA

1.3. CRIMES NOS QUAIS A JURISPRUDÊNCIA REJEITA A APLICAÇÃO DO


PRINCÍPIO

Incluir as seguintes observações após a pergunta:

A conduta de transmitir sinal de internet, via rádio, como se fosse um provedor de


internet, sem autorização da ANATEL, configura algum crime? Amolda-se ao art. 183
da Lei nº 9.472/97?
SIM. É pacífico no STJ que a transmissão clandestina de sinal de internet, via
radiofrequência, sem autorização da ANATEL, caracteriza, em tese, o delito previsto
no art. 183 da Lei nº 9.472/97.
Não há se falar em atipicidade do delito pela previsão de que se trata de serviço de
valor adicionado, uma vez que referida característica não exclui sua natureza de
efetivo serviço de telecomunicação.
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1077499/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
julgado em 26/09/2017.
STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 971.115/PA, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro,
julgado em 27/04/2017.

E no STF?
Apesar de encontrarmos um julgado em sentido contrário (STF. 1ª Turma. HC 127978,
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 24/10/2017. Info 883), o entendimento que
prevalece no STF é o mesmo do STJ. Veja:
O desenvolvimento clandestino de atividade de transmissão de sinal de internet, via
rádio, comunicação multimídia, sem a autorização do órgão regulador, caracteriza, por
si só, o tipo descrito no artigo 183 da Lei nº 9.472/97, pois se trata de crime formal,
inexigindo, destarte, a necessidade de comprovação de efetivo prejuízo.
STF. 1ª Turma. HC 152118 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 07/05/2018.
Atualização 14: para ser juntada na pág. 766 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Penal

26 LEI DE CRIMES AMBIENTAIS (LEI 9.605/98)

Crime do art. 54 e necessidade de perícia

Risque o seguinte julgado que está superado:

Crime do art. 54 e necessidade de perícia


É imprescindível a realização de perícia oficial para comprovar a prática do crime
previsto no art. 54 da Lei 9.605/98.
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam
resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou
a destruição significativa da flora. Pena — reclusão, de um a quatro anos, e multa.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.417.279-SC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
22/9/2015 (Info 571).

O entendimento que prevalece é o seguinte:

Crime do art. 54 e desnecessidade de perícia


O delito previsto na primeira parte do artigo 54 da Lei nº 9.605/1998 possui
natureza formal, sendo suficiente a potencialidade de dano à saúde humana para
configuração da conduta delitiva, não se exigindo, portanto, a realização de
perícia.
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou
possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de
animais ou a destruição significativa da flora. Pena — reclusão, de um a quatro
anos, e multa.
STJ. 3ª Seção. EREsp 1417279/SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em
11/04/2018 (Info 624).
Atualização 15: para ser juntada na pág. 54 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Constitucional

3 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

3.9 CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO

Colocar a seguinte atualização abaixo do julgado Rcl 24284/SP (Órgão do tribunal


que afasta a aplicação da legislação federal para a situação analisada):

O art. 25, § 1º da Lei nº 8.987/95 prevê o seguinte: “(...) a concessionária poderá


contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou
complementares ao serviço concedido, bem como a implementação de projetos
associados.”
Se o órgão fracionário de um Tribunal (ex: uma das Turmas do TRT) julga ilegal a
terceirização contratada por uma concessionária do serviço público afastando a
aplicação do art. 25, § 1º da Lei nº 8.987/95, esta decisão viola a súmula vinculante
10?
• SIM. O art. 25, § 1º da Lei nº 8.987/95 permite a terceirização da atividade-fim das
empresas concessionárias do serviço público. Logo, se um órgão fracionário do TRT
afasta a aplicação deste dispositivo haverá afronta à súmula vinculante 10 por
violação à cláusula da reserva de plenário.
STF. 1ª Turma. Rcl 27.068/MG, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ac. Min. Luís
Roberto, julgado em 5/3/2018 (Info 896).

• NÃO. O ato reclamado, ao considerar ilegal a contratação de empregado, por


empresa interposta, para prestar serviços essenciais à atividade fim da tomadora,
nos termos da Súmula 331, I, do TST, não declarou expressamente, nem
implicitamente, a inconstitucionalidade de qualquer norma especial de regência
aplicável ao caso. É firme a jurisprudência do STF no sentido de que não se exige
reserva de plenário para a mera interpretação e aplicação das normas jurídicas que
emerge do próprio exercício da jurisdição, sendo necessário para caracterizar
violação à cláusula de reserva de plenário que a decisão de órgão fracionário
fundamente-se na incompatibilidade entre a norma legal e o Texto Constitucional.
STF. 1ª Turma. Rcl 24284/SP, rel. Min. Edson Fachin, julgado em 22/11/2016 (Info
848).
STF. 2ª Turma. Rcl 26408 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 07/11/2017.
Atualização 16: para ser juntada na pág. 174/175 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Administrativo

8. CONCURSOS PÚBLICOS

8.4. CONTROLE DE QUESTÕES DE CONCURSO PELO PODER JUDICIÁRIO

▪ O grave erro no enunciado – reconhecido pela própria banca


examinadora – constitui flagrante ilegalidade apta a ensejar a
nulidade da questão
▪ O espelho de prova, com a motivação da avaliação do candidato,
deve ser apresentado antes ou durante a divulgação do resultado,
sob pena de nulidade

Colocar a seguinte atualização abaixo do julgado RMS 49.896-RS, que aparece nos
dois itens acima:

Obs: existe precedente em sentido contrário. Veja:


O objetivo dos certames públicos de provas ou provas e títulos, previstos nos incisos
I a IV do art. 37 da Constituição Federal para ingresso no serviço público, é assegurar
a observância do princípio constitucional da isonomia, razão pela qual a divulgação,
ainda que a posteriori, dos critérios de correção das provas dissertativas não viola,
só por si, o princípio da igualdade, desde que os mesmos parâmetros sejam uniforme
e indistintamente aplicados a todos os candidatos.
STJ. 1ª Turma. AgInt no RMS 51.969/MS, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em
08/08/2017.
Atualização 17: para ser juntada na pág. 702 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Penal

7. PRESCRIÇÃO

Acórdão que confirma ou reduz a pena não interrompe a prescrição

Colocar a seguinte atualização abaixo do julgado RE 751394/MG:

Acórdão que confirma ou reduz a pena interrompe a prescrição?


• SIM. É a posição da 1ª Turma do STF.
O acórdão confirmatório da sentença implica a interrupção da prescrição.
STF. 1ª Turma. HC 136392, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 03/10/2017.

• NÃO. É a posição da doutrina, do STJ e da 2ª Turma do STF.


O art. 117, IV do CP estabelece que o curso da prescrição interrompe-se pela
publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis. Se o acórdão apenas
CONFIRMA a condenação ou então REDUZ a pena do condenado, ele não terá o
condão de interromper a prescrição.
STF. 2ª Turma. ARE 1033206 AgR-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/10/2017.
STJ. Corte Especial. AgRg no RE nos EDcl no REsp 1301820/RJ, Rel. Min. Humberto
Martins, julgado em 16/11/2016.
Atualização 18: para ser juntada na pág. 229 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Administrativo

10. Improbidade Administrativa

10.9 Prazo Prescricional

No item 10.9, acrescentar o seguinte julgado:

São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato


doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa.
STF. Plenário. RE 852475/SP, Rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, Rel. para acórdão
Min. Edson Fachin, julgado em 08/08/2018.
Atualização 19: para ser juntada na pág. 654 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Processo Civil

20. MANDADO DE SEGURANÇA

Embaixo do seguinte julgado:

Sustentação oral
Não cabe sustentação oral no julgamento que aprecia o pedido de liminar formulado
em mandado de segurança. Obs: caberá sustentação oral no julgamento final do MS.
STF. Plenário. MS 34127 MC/DF, MS 34128 MC/DF, Rel. orig. Min. Roberto Barroso,
red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, julgados em 14/4/2016 (Info 821).

Colocar a seguinte observação:

Obs: foi publicada a Lei nº 13.676/2018, que alterou a Lei nº 12.016/2009, para
permitir a defesa oral do pedido de liminar na sessão de julgamento do mandado de
segurança. Veja a nova redação do art. 16 da Lei do MS:
Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator a
instrução do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do julgamento.
Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator
a instrução do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do julgamento do
mérito ou do pedido liminar.
Atualização 20: para ser juntada na pág. 1.009 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Previdenciário

1. APOSENTADORIA

1.4 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

Adicional de 25% previsto no art. 45 da Lei 8.213/1991 (grande invalidez)

Embaixo do seguinte julgado:

STJ. 1ª Turma. REsp 1.533.402-SC, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 1º/9/2015
(Info 569).

Colocar a seguinte observação:


O entendimento acima foi alterado. O que prevalece agora é o seguinte:
Comprovada a necessidade de assistência permanente de terceiro, é devido o
acréscimo de 25%, previsto no art. 45 da Lei nº 8.213/91, a todas as modalidades de
aposentadoria pagas pelo INSS.
Apesar de o art. 45 da Lei nº 8.213/91 falar apenas em “aposentadoria por invalidez”,
o STJ entendeu que se pode estender esse adicional para todas as demais espécies
de aposentadoria (especial, por idade, tempo de contribuição).
STJ. 1ª Seção. REsp 1.720.805-RJ e 1648305-RS, Rel. para acórdão Min. Regina Helena
Costa, julgados em 23/08/2018 (recurso repetitivo).
Atualização 21: para ser juntada na pág. 653 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Processual Civil

20. MANDADO DE SEGURANÇA


Abaixo deste julgado:

Efeitos financeiros da concessão de ordem mandamental contra ato de redução de


vantagem de servidor público
Em mandado de segurança impetrado contra redução do valor de vantagem
integrante de proventos ou de remuneração de servidor público, os efeitos
financeiros da concessão da ordem retroagem à data do ato impugnado.
STJ. Corte Especial. EREsp 1.164.514-AM, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,
julgado em 16/12/2015 (Info 578).

Colocar a seguinte observação sobre a mudança de entendimento:

A jurisprudência continua aplicando o entendimento exposto nas Súmulas 271 e 269


do STF (a posição manifestada no EREsp 1164514/AM – mencionado no livro – não
prevalece). Confira:
(...) 1. Cinge-se a controvérsia a definir o termo inicial de produção de efeitos
financeiros de sentença concessiva de Segurança.
(...)
4. O legislador fez clara opção por manter a sistemática consolidada nas Súmulas
269/STF ("O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança") e
271/STF ("Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em
relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou
pela via judicial própria").
5. Em que pese a existência de corrente contrária, merece prevalecer a
jurisprudência amplamente dominante, em consonância com as Súmulas 269/STF e
271/STF, por se tratar da única forma de preservar a vigência do art. 14, § 4°, da Lei
12.016/2009. (...)
STJ. Corte Especial. EREsp 1087232/ES, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
07/12/2016.

Segundo a atual e predominante jurisprudência do STJ, os efeitos financeiros, por


ocasião da concessão da segurança, devem retroagir à data de sua impetração,
devendo os valores pretéritos ser cobrados em ação própria.
STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1481406/GO, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em
17/04/2018.
Atualização 22: para ser juntada na pág. 191 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Administrativo

9. SERVIDORES PÚBLICOS

9.6 ACUMULAÇÃO DE CARGOS E EMPREGOS PÚBLICOS

Abaixo deste julgado:

Impossibilidade de acumulação de cargos se a jornada semanal ultrapassar 60h —


precedente envolvendo cargos privativos de profissionais de saúde
STJ. 1ª Seção. MS 19.336-DF, Rel. originária Min. Eliana Calmon, Rel. para acórdão
Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 26/2/2014 (Info 549).

Colocar a seguinte observação sobre a mudança de entendimento:

Possibilidade de acumulação de cargos mesmo que a jornada semanal ultrapasse


60h
A acumulação de cargos públicos de profissionais da área de saúde, prevista no art.
37, XVI, da CF/88, não se sujeita ao limite de 60 horas semanais previsto em norma
infraconstitucional, pois inexiste tal requisito na Constituição Federal.
O único requisito estabelecido para a acumulação é a compatibilidade de horários
no exercício das funções, cujo cumprimento deverá ser aferido pela administração
pública.
STF. 1ª Turma. RE 1.094.802 AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
11/5/2018.
STJ. 2ª Turma. REsp 1746784/PE, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 23/08/2018.
Atualização 23: para ser juntada na pág. 583 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Processual Civil

14 RECURSOS

14.1 NOÇÕES GERAIS

Abaixo deste julgado:

Tempestividade de recurso especial ou extraordinário e feriado local


STJ. Corte Especial. AgRg no AREsp 137.141-SE, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira,
julgado em 19/9/2012.
STF. Plenário. RE 626358 AgR/MG, Rel. Min. Cezar Peluso, julgado em 22/3/2012.

Colocar a seguinte observação sobre a mudança de entendimento:

Feriado local tem de ser comprovado no ato da interposição do recurso


O art. 1.003, § 6º, do CPC/2015, diferentemente do CPC/1973, é expresso no sentido
de que “o recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de
interposição do recurso”.
Assim, ou se comprova o feriado local no ato da interposição do respectivo recurso,
ou se considera intempestivo o recurso, operando-se, em consequência, a coisa
julgada.
A intempestividade é tida pelo CPC/2015 como vício grave e, portanto, insanável.
Daí porque não se aplica à espécie o disposto no parágrafo único do art. 932 do
CPC/2015, reservado às hipóteses de vícios sanáveis.
STJ. Corte Especial. AgInt no AREsp 957821/MS, Rel. Min. Raul Araújo, Rel. p/
Acórdão Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/11/2017.

A tempestividade do recurso em virtude de feriado local ou de suspensão dos prazos


processuais pelo Tribunal a quo que não sejam de conhecimento obrigatório da
instância ad quem deve ser comprovada no momento de sua interposição.
STF. 1ª Turma. ARE 1109500 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 20/04/2018.
Atualização 24: para ser juntada na pág. 729 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Penal

14 CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

Abaixo deste título, incluir o seguinte:

IMPORTANTE!
A Lei nº 13.718/2018 alterou a redação do art. 225 do CP e passou a prever que todos
os crimes contra a dignidade sexual são de ação pública incondicionada (sempre).
Não há exceções!
Veja a nova redação do art. 225 do CP:
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante
ação penal pública incondicionada. (Redação dada pela Lei nº 13.718/2018).

Outra mudança importante foi o acréscimo do § 5º ao art. 217-A do CP (estupro de


vulnerável). Veja:
Art. 217-A. (...)
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se
independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido
relações sexuais anteriormente ao crime. (Inserido pela Lei nº 13.718/2018)

Com isso, o legislador positiva o entendimento exposto na Súmula 593 do STJ e


estende o mesmo raciocínio para outras espécies de pessoa vulnerável.
Atualização 25: para ser juntada na pág. 51 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Constitucional

3 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

3.7 AMICUS CURIAE

Recurso contra a decisão do Relator que admite ou inadmite o ingresso do amicus

Embaixo desta frase:


• Contra a decisão que inadmite a participação do amicus: cabe agravo regimental.

Colocar a seguinte observação:


A decisão do Relator que ADMITE ou INADMITE o ingresso do amicus curiae é
irrecorrível.
STF. Plenário. RE 602584 AgR, Rel. para acórdão Min. Luiz Fux, julgado em
17/10/2018.
Atualização 26: para ser juntada na pág. 775 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Penal

29 LEI DE DROGAS (LEI 11.343/2006)

CONDENAÇÃO PELO ART. 28 DA LD GERA REINCIDÊNCIA

Embaixo deste julgado:


Condenação pelo art. 28 da LD gera reincidência
STJ. 6ª Turma. HC 275.126-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 18/9/2014 (Info
549).

Colocar a seguinte mudança de entendimento:


Condenação pelo art. 28 da LD NÃO gera reincidência
O porte de droga para consumo próprio, previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/2006,
possui natureza jurídica de crime.
O porte de droga para consumo próprio foi somente despenalizado pela Lei nº
11.343/2006, mas não descriminalizado.
Obs: despenalizar é a medida que tem por objetivo afastar a pena como
tradicionalmente conhecemos, em especial a privativa de liberdade. Descriminalizar
significa deixar de considerar uma conduta como crime.
Mesmo sendo crime, o STJ entende que a condenação anterior pelo art. 28 da Lei nº
11.343/2006 (porte de droga para uso próprio) NÃO configura reincidência.
Argumento principal: se a contravenção penal, que é punível com pena de prisão
simples, não configura reincidência, mostra-se desproporcional utilizar o art. 28 da
LD para fins de reincidência considerando que este delito é punida apenas com
“advertência”, “prestação de serviços à comunidade” e “medida educativa”, ou, seja,
sanções menos graves e nas quais não há qualquer possibilidade de conversão em
pena privativa de liberdade pelo descumprimento.
Há de se considerar, ainda, que a própria constitucionalidade do art. 28 da LD está
sendo fortemente questionada.
STJ. 5ª Turma. HC 453.437/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
04/10/2018.
STJ. 6ª Turma. REsp 1672654/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado
em 21/08/2018.
Atualização 27: para ser juntada na pág. 502 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Empresarial

5 FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

5.2 RECUPERAÇÃO JUDICIAL

INAPLICABILIDADE DO PRAZO EM DOBRO PARA RECORRER AOS CREDORES


NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Embaixo deste julgado, colocar a seguinte observação:

Aplicabilidade do prazo em dobro na recuperação judicial


Mesmo não havendo previsão expressa na Lei nº 11.101/2005, deve ser reconhecida
a incidência da norma do art. 191 do CPC/1973 (art. 229 do CPC/2015) para a prática
de atos processuais pelos credores habilitados no processo falimentar quando
representados por diferentes procuradores.
Assim, se no processo de recuperação judicial uma decisão desagradar aos credores
e eles decidirem recorrer, terão prazo em dobro caso possuam diferentes
procuradores, de escritórios de advocacia distintos.
Em outras palavras, aplica-se aos credores da sociedade recuperanda o prazo em
dobro do art. 191 do CPC/1973 (art. 229 do CPC/2015).
STJ. 3ª Turma. REsp 1634850/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/03/2018.
Atualização 28: para ser juntada na pág. 277 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Civil

6 RESPONSABILIDADE CIVIL

6.1 NOÇÕES GEAIS

Prazo prescricional de 3 anos aplica-se tanto para responsabilidade


contratual como extracontratual

Embaixo deste julgado, colocar a seguinte observação:

Prazo prescricional na responsabilidade contratual é de 10 anos


Nas controvérsias relacionadas à responsabilidade contratual, aplica-se a regra geral
(art. 205 CC/2002) que prevê 10 anos de prazo prescricional e, quando se tratar de
responsabilidade extracontratual, aplica-se o disposto no art. 206, § 3º, V, do
CC/2002, com prazo de 3 anos.
Para fins de prazo prescricional, o termo “reparação civil” deve ser interpretado de
forma restritiva, abrangendo apenas os casos de indenização decorrente de
responsabilidade civil extracontratual.
• Responsabilidade civil extracontratual: 3 anos.
• Responsabilidade contratual: 10 anos.
STJ. 2ª Seção. EREsp 1280825/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/06/2018.
Atualização 29: para ser juntada na pág. 678 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Penal

1 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA

1.3 CRIMES NOS QUAIS A JURISPRUDÊNCIA REJEITA A APLICAÇÃO DO


PRINCÍPIO

Contrabando

Colocar a seguinte explicação:


Em regra, é inaplicável o princípio da insignificância ao crime de contrabando, uma
vez que o bem juridicamente tutelado vai além do mero valor pecuniário do imposto
elidido, alcançando também o interesse estatal de impedir a entrada e a
comercialização de produtos proibidos em território nacional. Trata-se, assim, de um
delito pluriofensivo.
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1744739/RS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em
02/10/2018.
STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1717048/RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
11/09/2018.
STF. 1ª Turma. HC 133958 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 06/09/2016.

Vale ressaltar, no entanto, que o STJ possui alguns precedentes admitindo, de forma
excepcional, a aplicação deste princípio para o caso de contrabando de pequena
quantidade de medicamento para uso próprio:
A importação de pequena quantidade de medicamento destinada a uso próprio
denota a mínima ofensividade da conduta do agente, a ausência de periculosidade
social da ação, o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e a
inexpressividade da lesão jurídica provocada, tudo a autorizar a excepcional
aplicação do princípio da insignificância.
STJ. 5ª Turma. EDcl no AgRg no REsp 1708371/PR, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik,
julgado em 24/04/2018.
Atualização 30: para ser juntada na pág. 171 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Administrativo

8 CONCURSOS PÚBLICOS

8.3 FASES DO CONCURSO

Abaixo deste julgado:

Teste físico em concurso público e inexistência de direito à segunda chamada


STF. Plenário. RE 630733/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, 15/5/2013 (repercussão
geral) (Info 706).

Colocar o novo entendimento do STJ sobre o tema:

Os candidatos possuem direito à segunda chamada nos testes físicos em concursos


públicos?
REGRA: NÃO.
Os candidatos em concurso público NÃO têm direito à prova de segunda chamada
nos testes de aptidão física em razão de circunstâncias pessoais, ainda que de
caráter fisiológico ou de força maior, salvo se houver previsão no edital permitindo
essa possibilidade.
STF. Plenário. RE 630733/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/5/2013
(repercussão geral) (Info 706).

EXCEÇÃO: as candidatas gestantes possuem.


É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja
grávida à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em
edital do concurso público.
STF. Plenário. RE 1058333/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/11/2018
(repercussão geral).
Atualização 31: para ser juntada na pág. 136 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Administrativo

1 PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS

1.5 OUTROS TEMAS

Abaixo deste julgado:

Corte de serviços públicos essenciais e débitos pretéritos


STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 211.514-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
18/10/2012 (Info 508).

Colocar o novo entendimento do STJ sobre o tema. Não se trata propriamente de


uma alteração do posicionamento antigo, mas sim de uma decisão mais completa:

Fraude no medidor e corte no serviço de energia elétrica


Na hipótese de débito estrito de recuperação de consumo efetivo por fraude no
aparelho medidor atribuída ao consumidor, desde que apurado em observância aos
princípios do contraditório e da ampla defesa, é possível o corte administrativo do
fornecimento do serviço de energia elétrica, mediante prévio aviso ao consumidor,
pelo inadimplemento do consumo recuperado correspondente ao período de 90
(noventa) dias anterior à constatação da fraude, contanto que executado o corte em
até 90 (noventa) dias após o vencimento do débito, sem prejuízo do direito de a
concessionária utilizar os meios judiciais ordinários de cobrança da dívida, inclusive
antecedente aos mencionados 90 (noventa) dias de retroação.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.412.433-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
25/04/2018 (recurso repetitivo) (Info 634).
Atualização 32: para ser juntada na pág. 181 do Livro Vade Mecum 4ª ed.

Direito Administrativo

9 SERVIDORES PÚBLICOS

9.1 REGIME JURÍDICO

Abaixo deste julgado:

Despedida de empregado público e motivação


STF. Plenário. RE 589998/PI, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 20/3/2013
(repercussão geral) (Info 699).

Colocar a seguinte observação:

O STF, em embargos de declaração, afirmou que esta decisão (RE 589998/PI) que se
imaginava que valeria para todas as empresas públicas e sociedades de economia
mista, só se aplica para os Correios.
Quanto às demais empresas públicas e sociedades de economia mista, o STF afirmou
que ainda não decidiu o tema, ou seja, terá que ser analisado caso a caso.
Assim, por enquanto, essa decisão só se aplica para os Correios.
A tese fixada foi a seguinte:
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) tem o dever jurídico de motivar,
em ato formal, a demissão de seus empregados.
STF. Plenário. RE 589998 ED/PI, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 10/10/2018.

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