Advérbios Interrogativos
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? por que? nas interrogações
diretas ou indiretas, referentes às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja:
Interrogação Direta Interrogação Indireta
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
Onde mora? Indaguei onde morava.
Por que choras? Não sei por que choras.
Aonde vai? Perguntei aonde ia.
Donde vens? Pergunto donde vens.
Quando voltas? Pergunto quando voltas.
A classe gramatical 'advérbio' é invariável, ou seja, não muda de forma em sua relação
com outras palavras dentro da frase. Exemplo: 'Ela está menas chateada hoje', o
vocábulo 'menas' é um advérbio, pois se relaciona com o adjetivo 'chateada' (sabemos
isso porque a única classe gramatical que modifica um adjetivo é o advérbio). Esta frase,
segundo a Norma Culta, está grafada de maneira errada (poi o advérbio não muda de
forma, não fica no feminino nem vai ao plural). Então, de acordo a Norma Culta, a frase
deve ser redigida assim: 'Ela está menos chateada hoje'.
Entretanto, de acordo com diversos gramáticos consagrados (Bechara, Luft, Cegalla,
Napoleão M. de Almeida, etc.), quando 'todo' funciona contextualmente como advérbio,
ele pode variar. Por que? Na língua culta, 'todo' normalmente funciona como pronome
indefinido (e pronomes podem variar). Por influência desse traço de variação pronominal,
quando esse vocábulo é usado contextualmente como advérbio, ele 'pode' sofrer
variação:
– Depois de cometida a gafe, a menina ficou todo desconfiada.
– Depois de cometida a gafe, a menina ficou toda desconfiada.
Em ambas as construções acima, o vocábulo 'todo(a)' é um advérbio de intensidade, pois
modifica o adjetivo 'desconfiada'. Por ter base pronominal, pode ou não sofrer variação
em gênero e número. De certo modo, portanto, podemos dizer que esse é um dos raros
casos em que uma palavra que funciona como advérbio varia, na língua culta.
Exercícios
01. [CRS] Soldado - PM/MG – 2013
– Assinale a alternativa correta quanto às regras de concordância:
a) Manoel e Jordana comprometeram-se cedo: um por dinheiro, a outra, por amor.
b) Suas pernas estavam todo enlameadas.
c) Estas são fatalidades que não adiantam ocultar.
d) Bem haja os colaboradores dessa festa!
Gabarito: b. Comentário:
a) Quando se usam pronomes indefinidos 'um' e 'outro' de forma distributiva, eles não
variam, mesmo se referindo a substantivos de gêneros diferentes, logo a frase deveria
ficar assim: 'Manoel e Jordana comprometeram-se cedo: um por dinheiro, o outro, por
amor'.
b) Observe que a banca escolheu a visão ortodoxa (digamos assim…) do advérbio 'todo',
invariável.
c) O sujeito do verbo 'adiantar' é oracional ('Ocultar as fatalidades não adianta'), logo
deveria ficar no singular.
d) O verbo haver varia normalmente na expressão de agradecimento 'bem haja', logo
deveria ser 'Bem hajam os colaboradores…'.
02. [FUNCAB] – Técnico de Contabilidade – MPE/RO - 2012
– A alternativa que transcreve uma frase do texto em que foi feita uma construção
inadequada, quanto à concordância, é:
a) '(…) Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir… Agora está aí, né?… Tá
vendo o resultado?'
b) '(…) – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda
esqueceu o tanque cheio d’água(…)'
c) '(…) Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois
acredita que ela ainda ficou mexendo?(…)'
d) '(…) Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu.
(…)'
e) '(…) Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está
acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando.(…)'
Gabarito: c. Comentário:
O erro da letra 'c' é porque o verbo 'fazer' deveria estar no plural: 'Eu soquei a ponta da
faca naquelas coisas que fazem o peixe nadar…'. Observe a letra 'e': a banca considerou
correta a variação do vocábulo 'todo' funcionando como advérbio modificador de adjetivo
('toda folgada').