Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
_____________________
ABSTRACT : The psychosocial intervention project '' Building my identity '' was
carried out from July 2015 to July 2016 at a special education school called
PESTALOZZI in Cruz das Almas - BA. Approximately 10 teachers participated, 50
students, rooms occupied according to the need of the individuals. Practices of
psychosocial intervention in the school context are of extreme importance for effective
learning and for interpersonal relationships to occur in a satisfactory way. The objective
was to work on the empowerment of these subjects despite their limitations, to
contribute to the formation of the students' identity, with emphasis on their relationship
with the 'I' and their interpersonal relationships. Workshops were held once a week with
students and teachers, through dynamics, expression of feelings, stories and playful
proposals. The suggested work confirms the importance of psychosocial interventions in
education, with the aim of including the special individual in society, achieving the
education that is worthy, approaching the student - teacher, receiving a sense in the
school, constructing an identity of its own and facilitating the process of school
inclusion. Segregation.
1. Introdução
O presente estudo relata a experiência de estágio supervisionado no período de
Julho 2015 e julho de 2016 em uma instituição de ensino especial de Cruz das
Almas – BA com alunos e professores. O ensino teórico-prático fundamentou-se
na critica em educação especial inclusiva e a contribuição da Psicologia nessa
educação. Este projeto visa à compreensão e reflexão acerca da construção da
identidade dos alunos, objetiva a melhoria do sentido da escola para o aluno
especial, ajuda a entender como as relações interpessoais nos diversos setores da
vida contribuem na construção, e no desenvolvimento da identidade. Este artigo
relata encontros realizados semanalmente com aproximadamente 50 alunos e 10
professores, onde as salas eram divididas de acordo com a necessidade da
criança, projeto intitulado como ‘’ Construindo minha identidade ‘’ em uma
instituição de ensino especial em Cruz das Almas – BA. O objetivo geral deste
trabalho foi contribuir para o processo da identidade do aluno, especificando a
contribuição das relações interpessoais dos alunos; Promovendo palestras e
dinâmicas sobre o cuidado da saúde, exercendo alto estima, desenvolvendo o
senso do amor ao próximo, aproximação e sentido da escola- professor e alunos,
trabalhando temas específicos com o corpo docente, mediação de conflitos,
peças teatrais para facilitar a compreensão do aluno.
A intervenção foi iniciada com uma dinâmica com apresentação das crianças,
em seguida perguntamos qual fruta e cor eles mais se identificavam e mais
gostavam; No segundo momento apresentamos uma plantinha onde eles tiveram
a responsabilidade de cuidar daquela plantinha por uma semana, o objetivo foi
realizar uma metáfora da planta com a nossa vida, da mesma forma que a planta
merece cuidado, nosso corpo merece cuidados especiais também.
Segundo Encontro: Desenvolver o cuidado com o corpo para favorecer a
identidade
No segundo momento foram exploradas questões relacionadas à autoimagem,
desenvolvendo assim cuidados com o corpo, trabalhamos com eles a utilização
de materiais higiênicos, a importância do cuidado pessoal. Realizamos
demonstração com cada aluno, a importância do cuidado com a higiene bucal e
as práticas higiênicas.
Terceiro Encontro: Desenvolver o senso de relacionamento interpessoal
No terceiro dia foi proposto a relação aluno-aluno e as emoções,
desenvolvendo assim o senso de relacionamento interpessoal, utilizamos jogos e
brinquedos, dinâmicas onde a criança precisa da ajuda do próximo para
conseguir terminar o jogo. Exemplo: Corrida de Saco
Quarto Encontro: Desenvolver a relação da criança com a escola
No quarto dia foi à vez de contribuir na relação aluno – professor
desempenhando a relação aluno com a escola, sendo assim buscando sentido da
sua presença na escola, aproximando aluno com professor; As crianças
desenharam o que mais gostam na escola, e depois confeccionaram um mural
onde foram expostos os desenhos.
E por fim, o fechamento no ultimo encontro foi desenvolvido a relação aluno-
família, ‘’ O eu e minha família, onde desenharam em cartolina suas famílias,
depois uma roda de conversa sobre família onde tiveram a oportunidade de
verbalizar o que gostam da família e o que não gostam, foi um momento
importante onde se observou a subjetividade dos alunados. Todas as atividades
foram realizadas com o objetivo de estimular a identidade dos estudantes,
cooperando com a autoestima e aperfeiçoando assim as relações entre escola,
família e o aluno da Pestalozzi.
Esses signos começaram a ser introduzidos cada vez mais no cotidiano escolar, pois o
brincar e o aprender podem se complementar, a criança passa a adquirir conhecimento e
começa a desenvolver o pensamento de forma que pode refletir a realidade. Vygotsky
fala em sua obra que o desenvolvimento e o aprendizado estão ligados, e indica que
aprendizagem para ser atingida não precisa necessariamente caminhar paralela ao
desenvolvimento, discordando dessa forma de algumas abordagens que defendem que
não se podem alcançar um nível de aprendizagem sem antes do desenvolvimento.
2. Metodologia
3. Resultados e Discussão
Primeira Intervenção
Objetivou a apresentação e a interação entre o grupo e os alunos com
intuito de promover um ambiente de confiança e reciprocidade. Neste
encontro foi realizada a dinâmica do barbante, na qual quem segurava a
ponta do barbante se apresentava dizendo seu nome, fruta preferida, cor
preferida, animal preferido, falava sobre família ou qualquer informação
pessoal que desejasse. Apresentamos uma plantinha na qual cada aluno
deveria cuidar dela, utilizando a planta como metáfora para os cuidados
higiênicos que nosso corpo precisa. Assim como a planta precisa de
cuidados nosso corpo também precisa. Erick diz que ‘’ Durante a
infância, o ego é fraco, maleável e frágil; mas até adolescência ele deve
começar a tomar forma e adquirir força.’’, esta atividade proporcionou
um ambiente interativo, agradável, conhecimento mútuo no grupo e fez
com que as crianças refletissem sobre si mesma, seus gostos e
preferências. Alguns relataram ter gostado muito desse momento ou
pediram para falar mais coisas sobre si após a reflexão. Muitos alunos
vinham individualmente e começavam a contar sua história e seus
gostos. Foi solicitado também aos alunos que plantassem uma plantinha
de feijão, tendo ligação com a dinâmica do próximo encontro, que tem
por objetivo exibir para o sujeito cuidados com o corpo.
Segundo encontro
Relacionou-se com a auto imagem da criança. Erickson ‘’ identificava
três aspectos inter-relacionados do ego: o corpo egóico, o ego ideal e a
identidade egóica. O corpo egóico refere-se a experiência com o corpo,
uma forma de enxergar o self físico como algo diferente das demais
pessoas. ‘’ Cada individuo pode estar satisfeito ou insatisfeito com a
forma com a qual o corpo se parece e funciona, mas sabe-se que ele é o
único corpo o qual se tem. O grupo discutiu as práticas de uma boa
higiene, os alunos relataram suas práticas de higiene pessoal, interagindo
com os mediadores da conversa. Ao findar a conversa, foi realizada uma
demonstração de como lavar as mãos e os momentos que devem lavá-las,
tarde de beleza com maquiagem, perfume e um desfile com os meninos e
meninas com o objetivo de auxiliar no crescimento do alto estima. As
situações ocorridas e as reflexões feitas após as dinâmicas tiveram como
intento demostrar a importância do cuidado com o próprio corpo e assim
favorecer a autovalorização e a identidade.
Terceiro dia
A vivência do terceiro dia foi relacionamento aluno- aluno. Foi realizada
brincadeira denominada ‘’ Corrida de três pés. ’’ Na qual a criança tem
sua perna amarrada de um colega e precisa chegar junto come ele para
completar a tarefa. Também foi realizada uma dinâmica no qual três
alunos do grupo se voluntariaram e foi solicitado que cada um
representasse uma emoção; raiva, alegria e tristeza, para que os outros
adivinhassem. No grupo um dos alunos conseguiram identificar de forma
satisfatória as três emoções, já no grupo dois, conseguiram acertar
apenas alegria e raiva, a representação da tristeza, eles identificaram
novamente como raiva. A reflexão feita nesse dia foi acerca da
importância do relacionamento interpessoal e a interdependência.
Quarto dia
No quarto encontro interventivo, o tema trabalhado foi relacionado
aluno-escola. Foi solicitado aos alunos que desenhassem a situação ou
lugar que mais o agradava no contexto escola, com o objetivo de detectar
com o que o aluno mais se identifica na escola e com o que ele se
identifica. A reflexão feita foi sobre a importância que a escola tem na
vida das pessoas, que o aprender é algo bom e indispensável, reforçando
assim, a importância e apreço pela escola na vida dos alunos. Os
participantes tiveram uma boa receptividade à atividade realizada, uma
das meninas demostrou isso dizendo que gosta da escola, gosta dos
momentos de brincadeira que tem, gosta da professora e outra que disse
gostar muito das peças de final de ano, principalmente a peça de chaves.
Foram planejadas atividades onde os professores desenvolveriam com os
alunos, porém não houve colaboração dos mesmos. Foram identificados
nesse encontro também alguns sentimentos negativos acerca da escola;
onde expressaram não gostar da escola por crer que a mesma é uma ‘’
escola para pessoas doidas’’. A partir dos sentimentos dos alunos
divergiam houve uma conversa reflexiva esclarecedora com os alunos
sobre o papel da escola em suas vidas.
Conclusão
O trabalho em grupo favoreceu que as crianças pudessem pensar e operar sobre
suas dificuldades/potencialidades de aprendizagem, bem como, sobre suas
relações com e na escola. Sendo assim, observou-se que durante as intervenções
ficou claro o interesse dos alunos pelos temas trabalhado e confirmado a
hipótese de que havia um demanda nessas áreas para que suas identidades
fossem construídas de forma consistente. Durante a realização das intervenções
notou-se também que os professores não se envolveram no processo e utilizaram
o tempo ‘’ livre’’ para realização de outras atividades pendentes. O incentivo e
a verbalização de suas experiências, especialmente nas intervenções que também
tiveram desenho, fizeram com que as crianças fossem incentivadas a trazer os
significados do que representaram através da linguagem. Percebeu-se também
que os alunos internalizaram as reflexões realizadas e muitos deles colocaram
em prática nos encontros seguintes, e também que esperavam aprovação e
elogios por parte dos condutores ao fazerem algo da forma orientada. O
processo interventivo foi bastante motivador e consistente por conta das
respostas dos alunos estarem seguindo uma linha de compreensão e mudança de
atitude, principalmente no que diz respeito à parte da reflexão após as
brincadeiras, o que demostra mais uma vez que o lúdico tem um papel de intensa
importância na aprendizagem. Também ficou clara a quebra de paradigmas e
estereótipos que giram em torno dos deficientes, já que as atividades foram
realizadas sem dificuldades quase que pela totalidade dos alunos da instituição.
Sendo assim, o projeto foi realizado de maneira satisfatória.
Enfim, percebeu-se que o trabalho desenvolvido na Escola, criou um espaço de
acolhimento para as crianças, ajudou a refletir e elaborar sua vida escolar e sua
vida pessoal favoreceu também aproximação da escola com o aluno, estimulou a
criatividade, o afeto e o senso crítico do aluno. Apesar das barreiras que existe
nessa instituição escolar, atravessamos algumas barreiras e elas foram rompidas
e algumas no caminho serão rompidas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS