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Materiais de construção mecânica

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA


Aula 02: Revisão

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Materiais de construção mecânica
Temas/objetivos desta Aula

ESTRUTURA ESTRUTURAS DIAGRAMAS


ATÔMICA CRISTALINAS DE FASES

1 2 3 4 5 6

PRÓXIMOS
LIGAÇÕES PROPRIEDADES LIGAS
PASSOS
QUÍMICAS MECÂNICAS METÁLICAS

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Estrutura atômica

Por que conhecer a estrutura atômica?

• Os prótons e os nêutrons caracterizam quimicamente o elemento.


• Os elétrons são influenciados pelos prótons e nêutrons que formam o núcleo atômico.
• O tipo de ligação depende fundamentalmente dos elétrons.
• Muitas propriedades dos materiais dependem essencialmente do tipo de ligação entre os átomos.

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Estrutura atômica

• Número atômico: Z = p.

• Número de massa: A = p + n.

• Isótopos: átomos de um mesmo elemento


químico, com o mesmo número atômico e
diferentes números de massa.

Representação esquemática do átomo de Bohr


(CALLISTER Jr., 2016.)

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Ligações químicas

Por que conhecer as ligações químicas?

• Os átomos podem atingir uma configuração estável através da “doação” e/ou “ganho” de elétrons
ou ainda, através do compartilhamento de elétrons.

• Elemento eletronegativo: ganha elétrons (ânions).

• Elemento eletropositivo: doa elétrons (cátions).

• As ligações químicas podem ser classificadas em ligações fortes e ligações fracas, sendo que a energia
das ligações fortes é cerca de 100 vezes superior à das ligações fracas.

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Ligações químicas

Valores de eletronegatividade para os elementos (CALLISTER Jr., 2016).

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Ligações químicas

Ligação iônica

• Atração eletrostática entre cátions e ânions.

• Eletricamente neutros.

• Forças interatômicas fortes.

• As energias de ligação são relativamente altas e assim


os materiais que possuem estas ligações apresentam
temperaturas de fusão elevadas.

• A ligação NÃO apresenta direcionalidade, isto é, a Representação esquemática da ligação iônica no


energia de ligação é igual em todas as direção do cloreto de sódio (CALLISTER Jr., 2016).
cristal.

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Ligações químicas

Ligação covalente

• Compartilhamento de elétrons. Este


compartilhamento é muito comum na maioria
das moléculas orgânicas

• Forças interatômicas fortes.

• São fortemente direcionais, em outras palavras,


resulta em um determinado ângulo de ligação.

Representação esquemática da molécula do metano (CALLISTER Jr., 2016).

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Ligações químicas

Ligação metálica

• Os metais apresentam 1, 2, e no máximo, 3


elétrons de valência. Estes elétrons não estão
ligados a nenhum átomo em particular.

• A ligação NÃO apresenta direcionalidade e como


consequência dos elétrons “livres” (“mar de
elétrons”), os metais apresentam boa
condutibilidade térmica e elétrica.

• Forças interatômicas fortes.


Ilustração esquemática da ligação metálica (CALLISTER Jr., 2016).

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Estruturas cristalinas

Por que conhecer as estruturas cristalinas?

• A ordenação atômica em sólidos cristalinos indica que


pequenos grupos de átomos formam um padrão
repetitivo.

• Então, ao descrever estruturas cristalinas, torna-se


conveniente subdividir a estrutura em pequenas
“entidades” que se repetem, chamadas células unitárias.

• As células unitárias para a maioria das estruturas são


Células unitárias das estruturas cristalinas (cúbica simples, cúbica de corpo
paralelepípedos ou prismas que possuem três conjuntos centrado e cúbica de faces centradas) (MARTINS, G.J. A importância da
de faces paralelas. visualização no ensino de estruturas cristalinas na disciplina de química
inorgânica básica. In: Simpósio Brasileiro de Educação Química, 11,
Teresina, 2013. Anais. Teresina: ABQ.

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Estruturas cristalinas

• A ligação metálica é não direcional (“mar de elétrons”), por isso não existem restrições em relação ao
número e à posição dos átomos vizinhos.

• Isto acarreta em um grande número de vizinhos e empacotamentos densos dos átomos.

• Três estruturas cristalinas são encontradas para a maioria dos metais: cúbica de corpo centrado, cúbica
de faces centradas e hexagonal compacta.

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Estruturas cristalinas

Cúbica de corpo centrado (CCC)

• Átomos dispostos nos vértices e no centro de


um cubo.

• Presente no ferro (até 910 e acima de 1400°C),


cromo, lítio, molibdênio, vanádio etc.

Átomos por Número Para a estrutura cristalina cúbica de corpo centrado, (a) uma representação da
FEA célula unitária por meio de esferas rígidas, (b) uma célula unitária segundo
Célula de Coordenação esferas reduzidas e (c) um agregado de muitos átomos(CALLISTER Jr., 2016).

2 8 0,68

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Estruturas cristalinas

Cúbica de faces centradas (CFC)

• Átomos dispostos nos vértices e nos centros das


faces de um cubo.

• Ferro (entre 910 e 1400°C), alumínio, cobre,


chumbo, etc.

Átomos por Número Para a estrutura cristalina cúbica de corpo centrado, (a) uma representação da
FEA célula unitária por meio de esferas rígidas, (b) uma célula unitária segundo
Célula de Coordenação esferas reduzidas e (c) um agregado de muitos átomos(CALLISTER Jr., 2016).

4 12 0,74

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Estruturas cristalinas

Hexagonal compacta (HC)

• Átomos localizados em cada vértice, no centro


das bases de um prisma e três átomos nos
centros dos prismas triangulares.

• Zinco, magnésio, cobalto etc.

Átomos por Número


FEA
Célula de Coordenação
Para a estrutura cristalina cúbica de corpo centrado, (a) uma representação da
célula unitária por meio de esferas rígidas, (b) uma célula unitária segundo
esferas reduzidas e (c) um agregado de muitos átomos(CALLISTER Jr., 2016).
6 12 0,74

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Estruturas cristalinas

Polimorfismo e alotropia

• Alguns materiais podem ter mais de


uma estrutura cristalina dependendo
da temperatura e pressão. São
denominados de polimórficos
(compostos em geral) ou alotrópicos
(elementos químicos).

• Geralmente as transformações
polimórficas são acompanhadas de
mudanças na densidade e mudanças
de outras propriedades físicas.
O polimorfismo do óxido de zircônia e a alotropia do carbono (CALLISTER Jr.,2016).

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Estruturas cristalinas

Direções cristalográficas

• Uma direção cristalográfica é definida como uma linha entre dois pontos, ou um vetor.

• Algumas direções da célula unitária são de particular importância, por exemplo os metais se deformam ao
longo da direção de maior empacotamento. Muitas propriedades dos materiais dependem da direção do
cristal.

• São utilizados os índices de Miller da seguinte forma:

1 - Definir dois pontos por onde passa a direção;


2 - Definir o ponto alvo e origem, fazendo-se: alvo-origem;
3 - Eliminar as frações e reduzir ao m.m.c.;
4 - Escrever entre colchetes, e se houver nr. negativo o sinal é colocado sobre o nr.

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Estruturas cristalinas

Direções cristalográficas

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Propriedades dos materiais

Uma máquina universal de ensaios


(EMIC. Série 23 EMIC - tração,
COMPRESSÃO, FLEXÃO, ETC).
Disponível em:
Por que e para que ensaiar os materiais? http://www.emic.com.br/Produtos+
Mostra/4/77/232/Maquina+universal
+para+ensaios+mecanicos+de+tracao
• Os ensaios determinam as propriedades mecânicas _+compressao_+flexao_+etc_+model
o+EMIC+23_20_+eletromecanica_+m
dos materiais. icroprocessada_+marca+INSTRON_E
MIC/. Acesso em: 27 out. 2016.).

• Simulam as condições de serviço dos materiais.

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Propriedades dos materiais

Tipos de cargas Ilustração esquemática


de como uma carga de
tração produz um
• Estática: carga aplicada de um modo lento e gradual. alongamento e uma
deformação linear
positiva. As linhas
• Dinâmica: carga aplicada de modo repentino. tracejadas representam
a forma antes da
deformação; as linhas
• Fadiga: carga aplicada varia repetidamente. contínuas, após a
deformação (CALLISTER
Jr., 2016).

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Propriedades dos materiais

Principais instituições normativas

• ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

• ASTM – American Society for Testing and Materials.

• ISO – International Organization for Standardization.

Um corpo de prova
padrão para ensaios
de tração com seção
transversal circular
(CALLISTER Jr., 2016).

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Propriedades dos materiais

Ensaio de tração

• O ensaio de tração pode ser empregado para


caracterizar várias propriedades mecânicas dos
materiais que são importantes para projetos.

• Uma amostra é deformada, geralmente até sua


fratura, por uma carga de tração que é aumentada
gradativamente e é aplicada uniaxialmente ao longo
do eixo de um corpo de prova.
Comportamento típico da curva tensão-deformação de engenharia
• Durante os ensaios, a deformação fica confinada à até a fratura, ponto F. O limite de resistência à tração LRT está
região central mais estreita (que possui uma seção indicado pelo ponto M. Os detalhes dentro dos círculos representam
a geometria do corpo de prova deformado em vários pontos ao
transversal uniforme ao longo do seu comprimento). longo da curva (CALLISTER Jr., 2016).

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Propriedades dos materiais

Ensaio de dureza

• Na mecânica, trata-se da resistência à penetração de um


material duro em outro.

• Os ensaios de dureza são realizados com maior frequência


que qualquer outro ensaio mecânico, por diversas razões:

1. Eles são simples e baratos;


2. O ensaio é não destrutivo;
3. Com frequência, outras propriedades mecânicas
podem ser estimadas a partir dos dados de dureza,
como, por exemplo, o limite de resistência à tração. Técnicas de ensaio de dureza (CALLISTER Jr., 2016).

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Diagramas de fases

Ensaio de dureza

• Informa sobre a microestrutura: pode predizer


propriedades mecânicas em função da temperatura e
composição.

• Permite a visualização da solidificação e da fusão.

• Prevê as transformações de fases.

• Gera informações termodinâmicas e não apresentam


qualquer consideração sobre a cinética das reações.
Solubilidade do açúcar (C12H22O11) em um xarope
açúcar-água (CALLISTER Jr., 2016).

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Diagramas de fases

Interpretação dos diagramas de fases

• Para um sistema binário com composição e temperatura


conhecidas e que esteja em equilíbrio, pelo menos três
tipos de informações são disponíveis:

1. as fases que estão presentes;


2. as composições dessas fases; e
3. as porcentagens ou frações das fases.

O diagrama de fases cobre-níquel (CALLISTER Jr. ,016).

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Diagramas de fases

A regra da alavanca

• Traça-se a linha de amarração na temperatura desejada.


• Determina-se a composição global, ou original, C0 (em
termos de um dos componentes) da liga sobre a linha de
amarração.
• Desenha-se linhas verticais dos pontos de interseção até o
eixo horizontal.
• Mede-se as distâncias entre a composição global da liga
até as fronteiras com as duas fases.
• As frações das fases líquida, WL, e da fase sólida, W ,, são
calculadas pela razão entre as distâncias desde a
composição global até as fronteiras com a fase sólida e a
Uma parte do diagrama de fases cobre-níquel no qual as
fase líquida. Ou seja: composições e as quantidades das fases estão
determinadas para o ponto B (CALLISTER Jr., 2016).

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Ligas metálicas

De todos os sistemas de ligas binárias, talvez o mais


importante seja o formado pelo ferro e pelo carbono.
Tanto os aços quanto os ferros fundidos, que são os
principais materiais estruturais em toda cultura
tecnologicamente avançada, são essencialmente ligas
ferro-carbono. As relações entre o tratamento térmico,
a microestrutura e as propriedades mecânicas são de
suma importância para o entendimento dessas ligas.

O diagrama de fases ferro-carbeto de ferro (CALLISTER Jr., 2016).

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Exercício

Para uma liga com 90%p Sn-10%p Pb a 200 °C:

A Quais fases estão presentes?

B Quais são as composições dessas fases?

C Qual a proporção das fases?

O diagrama de fases ferro-carbeto de ferro (CALLISTER Jr., 2016).

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Respostas do exercício

A Duas (β + Líquido).

B Cβ = 97%p Sn- 3%p Pb;


CL = 72%p Sn- 28%p Pb.

Wβ = 0,72 ou 72%;
C WL = 0,28 ou 28%.

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Saiba mais

 Assista ao vídeo Conceito de alotropia disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=faZKVJ6oPhU>, acessado em 11/11/2016.

 Leia os capítulos 9 e 10 do livro: CALLISTER, Jr. W. D.; RETHWISCH, D. G. Ciência e Engenharia de


materiais. Rio de Janeiro: LTC, 2016. p. 301-387

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VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS?

Classificações dos materiais sólidos;

Materiais avançados;

Necessidades dos materiais modernos;

Seleção de materiais e considerações


de projetos.

AVANCE PARA FINALIZAR


A APRESENTAÇÃO.
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